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06/05/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre,  06 de maio de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.459


Sistema Nacional de Meteorologia irá integrar ações de previsão do tempo
 
O Inmet será o grande integrador da meteorologia no Brasil, o responsável pela emissão
dos alertas
 
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro Gestor e Operacional do sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) anunciaram nesta segunda-feira (3) a criação do Sistema Nacional de Meteorologia (SNM). O objetivo é eliminar sobreposições de atividades, gerando assim uma cadeia de processos, produtos e dados interligados e complementares. A partir de hoje, o Inpe deixa de divulgar para o público em geral as previsões de tempo e os avisos meteorológicos, atividade que passará a ser realizada exclusivamente pelo Inmet, que já a executa, basicamente, desde sua criação em 1909.
 
A mudança trará grandes avanços para o Agro, com maior eficiência na previsão do tempo, fundamental para o produtor decidir o momento exato de plantar e de colher.  Cada um dos órgãos atuará com o seu papel bem definido de modo a tornar a Meteorologia Nacional mais eficiente e para atender da melhor maneira possível a todas as demandas de seus usuários e da população. “A atuação conjunta das Instituições permitirá atingir patamares de desenvolvimento compatíveis com as necessidades sociais e econômicas do país, principalmente relacionadas ao aprimoramento do monitoramento e elaboração de melhores previsões de eventos meteorológicos extremos, elevando a meteorologia brasileira a um novo patamar”, explica a Nota Oficial Conjunta divulgada pelos três órgãos.  A data de hoje define o "lançamento da pedra fundamental" para o início da organização das atividades de monitoramento, previsão, pesquisa, desenvolvimento e inovação, preconizada pelo SNM. 
 
“Vamos ampliar a pesquisa e a ciência, e melhorar o acesso do público à informação meteorológica para tomar as melhores decisões”, comemora o diretor do Inmet, Miguel Ivan de Oliveira, explicando que durante mais de duas décadas o Brasil duplicou esforços e recursos nestes institutos para produzir o mesmo produto. 
 
O Inmet será o grande integrador da meteorologia no Brasil, o responsável pela emissão dos alertas, o que permitirá que o Inpe se concentre na pesquisa da meteorologia, produzindo ciência para aperfeiçoar os resultados. “Esta integração é uma revolução na meteorologia brasileira”, afirma Miguel de Oliveira.  O Inmet também irá lançar em seu portal um mapa interativo com a previsão de tempo para todo o país para os próximos cinco dias. Nos dois primeiros dias, a previsão ainda é detalhada para os turnos madrugada/manhã, tarde e noite. O usuário poderá navegar pelo mapa e obter a previsão de tempo para qualquer município selecionando um ponto no mapa.  (Mapa)


China – Um olhar no tempo: Transformação do setor lácteo
 
Leite/China – Em 1949, eram apenas 120.000 cabeças de gado leiteiro na China, com  produção anual de 192.000 toneladas de leite, e produtividade animal de 3 toneladas/vaca/ano. Naquela época, o consumo per capita de produtos lácteos no país era de 0,4 kg por ano.  60 anos mais tarde, em 2019, o número total de gado leiteiro na China era cerca de 6 milhões de cabeças. A produção de leite ultrapassou 32 milhões de toneladas e o consumo per capita de produtos lácteos aumentou surpreendentemente para mais de 30 kg por ano. Embora este enorme desenvolvimento da pecuária leiteira na China tenha ocorrido em 60 anos, as mudanças mais significativas ocorreram em períodos mais recentes.
 
Desenvolvimento das fazendas leiteiras na China: Desde 1949 e nos 30 anos seguintes, as fazendas de leite na China desenvolveram junto com o lento aumento da demanda por produtos lácteos no país. Para atender ao crescimento da demanda, o governo decidiu construir empresas de laticínios e bases para fornecimento de leite em várias regiões do país. Isso levou ao desenvolvimento de fazendas de leite estatais próximas a grandes e médias cidades como Pequim, Xangai, Tianjin, Chongqing, Shenyang, Guangzhou, Harbin, Nanjing, e Kunning. A fundação dessas fazendas estatais tornou possível o desenvolvimento da indústria de laticínios, mas, dada às dificuldades econômicas da China na época, o crescimento era ainda relativamente lento. Por volta de 1978, o rebanho leiteiro na China havia crescido para 480.000 cabeças, e a produção anual atingia 883.000 toneladas por ano, e o consumo per capita de produtos lácteos ficava próximo de 1 kg por ano.
 
Período de reforma da pecuária leiteira chinesa: Em 1978, o estado passou a incentivar o setor privado a entrar na pecuária leiteira, e esse incentivo influenciou de forma importante o desenvolvimento. Durante 20 anos, as fazendas leiteiras de propriedade nacional, coletiva e individual desenvolveram-se lado a lado e este pode ser chamado um período de reforma e a pecuária leiteira mudou de estatal para agricultores individuais. Em 1949, a proporção de agricultores individuais proprietários de vacas leiteiras eram apenas 6,25%, mas em 1997, 20 anos depois com o incentivo do governo para a privatização do setor, o percentual de fazendas leiteiras privadas chegou a 82,62% e o rebanho bovino leiteiro aumentou para impressionantes 4,4 milhões de cabeças. Essa grande mudança, em apenas 20 anos, foi possível devido à introdução e aplicação de tecnologias essenciais em fazendas leiteiras. O nível de produção de leite nas fazendas da China melhorou significativamente nesse período, e isso foi possível graças a muitos fatores: melhoramento das raças, tecnologia de alimentação, e melhores equipamentos de ordenha.
 
Raça de vaca holandesa chinesa: A introdução de raças holandesas estrangeiras, a importação de novilhas vivas, e cruzamento com o rebanho local, depois de um longo tempo de seleção e reprodução, levou ao desenvolvimento da raça holandesa chinesa, conhecida como “Chinese Black and White Cattle”, ou “Rebanho Preto e Branco da China”, chamado de Gado Holandês da China, em 1992. Essa foi a primeira raça de vaca leiteira dedicada à China e assim permanece até hoje.
 
Produção de alimentos – Novo milho, melhor rendimento: A produção e utilização de silagem de milho começou quando a República Popular da China foi estabelecida em 1949, e foi adotada por algumas grandes fazendas estatais e pequenas produções perto de cidades. Antes da década de 1980, não havia variedades de milho conhecidas que fossem especialmente destinadas à produção de silagem. Mas, em 1985, surgem novas variedades de milho com dupla finalidade, silagem e grão. Essa mudança marca uma nova era para as fazendas leiteiras chinesas e os efeitos foram sentidos imediatamente, com o aumento da produção das vacas leiteiras.
 
Tecnologia e eficiência na produção de leite: Mesmo existindo ordenha mecânica há mais de 100 anos, a tecnologia só chegou à China na década de 1980, e nesta época, as ordenhadeiras eram utilizadas em menos de 0,5% das fazendas e o resto mantinha a ordenha manual. Em 2008, o percentual de ordenhas mecânicas ainda era baixo, 40%, mas isso mudou e, agora, a maior parte do leite vem de fazendas que utilizam ordenhadeiras.
 
Este desenvolvimento desempenhou um grande papel na melhoria da eficiência de produção de leite na China. Outra tecnologia que também teve um grande impacto foi a introdução e promoção da tecnologia de mistura de ração (TMR). Estudos mostram que a alimentação TMR reduz os custos dos alimentos, aumenta a eficiência do trabalho e a racionalização dos suplementos alimentares, melhorando e tornando mais estável a produção de leite pelas vacas. Usando a dieta TMR, é possível separar o rebanho em lotes, e a cada grupo é fornecida a alimentação compatível com sua produção, contribuindo para o aumento da rentabilidade animal. Essa tecnologia foi adotada em todo o país e propiciou a mudança de manejo alimentar em um curto espaço de tempo.
 
Nos últimos 20 anos, uma grande virada de jogo: Com a transformação tecnológica, a modernização das fazendas leiteiras domésticas e indústrias de laticínios, a base para mudanças mais rápidas foi consolidada. Junto com a melhoria de infraestrutura e modernização dos canais de distribuição na China, a promoção de produtos lácteos poderia decolar, mas, era necessário aumentar a produção. Isso também influenciou o rápido desenvolvimento da indústria de laticínios levando ao crescimento da Mengniu e Yili, as duas maiores empresas do ramo da China. Fazendas de grande escala também foram criadas com o estabelecimento de mega fazendas de leite de propriedade privada e também empresas como a Modern Dairy (Group) Co., Ltda (Modern Dairy) fundada em 2005 e listada na Bolsa de Valores de Hong Kong em 2010. Esta empresa possui hoje, 26 propriedades, uma das quais é a fazenda Bengbu com 20.000 vacas de leite e conta com um total de 230.000 cabeças de gado leiteiro.
 
Mas a Modern Dairy não está sozinha, muitas outras empresas possuem fazendas de leite, como a Shengmu, Fuyuan & AustAisa, para mencionar algumas. Elas também operam na China, cada uma com dezenas de milhares de vacas e muitas fazendas leiteiras diferentes. A agricultura de alta escala levou a uma alta profissionalização das operações da pecuária leiteira. Em algumas dessas grandes fazendas a produtividade animal pode chegar a mais de 40 kg/vaca/dia de leite. Hoje, a produtividade da China chega perto de 8,5 toneladas de leite/vaca/ano, e a produção total de leite se aproxima de 35 milhões de toneladas. Mudança impressionante dos 0,2 milhões de toneladas de 1949, ou ainda as 0,9 milhões de toneladas em 1978.  (Fonte: Dairy Global – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 
 
Além dos desafios do terreno íngreme e pedregoso, um surto de neospora no plantel
 
Localizada em Picada Evaristo, interior de São Lourenço do Sul/RS, a propriedade familiar Peglow conta com uma extensão de terras de 39 hectares. Destes, apenas 16 são utilizados para a agropecuária já que os demais são destinados para área de preservação permanente devido às condições do terreno, que é muito íngreme e pedregoso. A Equipe MilkPoint conversou com Tobias Peglow, que nos contou com detalhes sobre uma das histórias de superação vivenciadas pela família. Após o casamento, Ronei Peglow e Luciara Maria Heller Peglow, pais de Tobias, iniciaram no leite com duas vacas: uma comprada do vizinho e a outra, trazida da casa dos pais de Luciara. “Como todo início, as coisas não foram fáceis. Doenças, falta de conhecimento e de assistência técnica resultaram em um alto índice de mortalidade das vacas, porém, com insistência e sempre pensando na reposição dos animais do plantel, a produção foi crescendo e os desafios também”, disse Tobias.
 
Segundo ele, com a utilização da inseminação artificial, foi possível aumentar o número de cabeças e a qualidade produtiva e genética. Com a ordenha realizada manualmente por muitos anos em um antigo galpão adaptado para estábulo, os indicadores de qualidade não eram nada bons, chegando a CBT (Contagem Bacteriana Total) em até 2.000.000 UFC/ml e CCS (Contagem de Células Somáticas) em torno de 1.000.000 cél/ml. Na época, o leite precisava ser levado em tarros para a estrada pois o caminhão não o recolhia na propriedade. Em 2009, as coisas começaram a melhorar na propriedade quando ela aderiu a linhas de créditos acessíveis que possibilitaram a compra de um trator maior, resfriador a granel e a construção de uma sala de ordenha com transferência de leite automática. Também, atenção especial foi dada ao canzil para a alimentação das vacas e com a maior facilidade da ordenha, inclusive em um local mais limpo e adequado, os indicadores de qualidade logo melhoraram, chegando a CCS em torno de 400.000 cél/ml e CBT em torno de 6.000 UFC/ml. Junto com essas facilidades, o tempo de ordenha foi reduzido pela metade, o rebanho cresceu mais ainda e a produção diária quadruplicou.
 
Em 2016, tudo ia muito bem: a família estava construindo uma casa nova, a produção estava expandindo consideravelmente, assim como a quantidade de novilhas prenhas. Mas, para a infelicidade dos Peglow, um ‘vento soprou’ na direção contrária: diversas vacas abortaram, outras não emprenhavam – mesmo após 5 ou 6 tentativas – e parte delas, passaram a apresentar cios silenciosos. “O espaço aberto no tanque começou a aumentar bruscamente e todas as expectativas até ali planejadas não se concretizaram. Em busca de respostas, algumas atitudes investigativas tiveram que ser tomadas, e foi então, que chegamos a uma conclusão preocupante: a presença de neospora no rebanho. O baque foi gigante e o desânimo tomou conta de todos os envolvidos, até porque, nunca ninguém havia escutado falar sobre essa doença”, contou Tobias.  Ele relatou que era como se os dias tivessem escurecido e o futuro passou a ser visto com outros olhos.
 
“Pensamos até em trocar de profissão, mas aos poucos, como a força do nosso empenho, dedicação e assistência veterinária, as coisas foram mudando. Aprendemos a conviver com a enfermidade, passamos a tomar mais cuidado com a ração e a silagem e - passo a passo – fomos observando os resultados positivos da ‘camisa suada’. Nos últimos dois anos a produção voltou a crescer e a média por animal também. Os partos estão ocorrendo normalmente, abortos não são mais observados e a taxa de prenhez está em um bom patamar”.  Atualmente a produção diária varia de 380 a 600 litros, dependendo da estação do ano, e a média diária geral por animal é 26 litros/leite/vaca em um sistema de produção a pasto complementado com ração e silagem de milho. O rebanho é composto por 42 cabeças, dessas, 4 Jersey e as demais, Holandesas.  “Já vencemos muitos desafios e compreendo que teremos outros pela frente. Olhando agora, parece que nem tivemos problemas grandes e que todos eles poderiam ter sido facilmente evitados, mas estamos falando de uma pequena propriedade rural sem incentivo governamental e sem condições de pagar assistência veterinária.
 
No momento que mais precisamos, a empresa para o qual vendemos nossa produção iniciou um projeto de assistência veterinária gratuito e nossa propriedade foi escolhida, o que possibilitou vencer os obstáculos daquele momento. Hoje estamos recebendo visitas veterinárias pagas pela indústria e recentemente fomos convidados a participar de um grupo de produtores organizado pelo Sebrae chamado ‘Juntos para competir’ que visa qualificar produtores e propriedades. Além disso, estou fazendo um curso de inseminação artificial, algo fundamental para nós hoje”, comentou o produtor. 
 
No momento atual, a propriedade enfrenta um desafio relacionado a disponibilidade de água para as vacas. Eles possuem fontes próprias do recurso mais a maior dele vem de um açude cedido pelo vizinho que fica a mais ou menos 1 km de distância.  E finalizando a história contada na entrevista, deixou a todos uma mensagem inspiradora: Para alguns, as pedras no caminho serão sempre pedras no caminho, para mim, elas podem ser a solução. As pedras que espalhadas me atrapalhavam e machucavam as vacas, recolhi com a força dos meus braços e fiz uma contenção para segurar a terra no seu devido lugar e garantir que aqui se possa produzir por muito tempo. Em um local íngreme, como o da propriedade Família Peglow, nasceu uma iniciativa exemplar”. (Milkpoint)

Jogo Rápido  

Conversa com o Extensionista

E o preço do leite? E as importações? Essas e outras perguntas sempre ouvimos trabalhando com pecuária leiteira. Nós, extensionistas, atuamos sempre da "porteira pra dentro" e, defendemos que é lá que as coisas podem transformar uma propriedade. Entretanto, pra não deixar essas questões sem resposta, o Secretário Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini aceitou o convite e é o participante dessa semana do Conversa com o Extensionista! Confira a entrevista no Facebook da Prefeitura de Serafina Corrêa, clicando aqui. (Prefeitura de Serafina Correa)

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