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Porto Alegre, 26 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.031

  Conseleite/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 26 de Julho de 2019 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Junho de 2019 e a projeção dos preços de referência para o mês de Julho de 2019. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.

1 - Valor, em R$/litro, para o leite posto propriedade com Funrural incluso.

Períodos de apuração
Mês de Maio/2019: De 29/04/2019 a 02/06/2019
Mês de Junho/2019: De 03/06/2019 a 30/06/2019
Decêndio de Julho/2019: De 01/07/2019 a 21/07/2019

O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (FAESC)

                  

Brasil deve elevar a produção de leite em 22% até 2029

A produção brasileira de leite deve apresentar um crescimento de 21,7% na próxima década, aponta o estudo “Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/19 a 2028/29” divulgado nesta quinta-feira, 25 de julho, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo os pesquisadores, o crescimento do setor deve apresentar taxas anuais de 2% a 2,8% nos próximos dez anos, puxado por melhorias na gestão das fazendas e na produtividade dos animais.

Para o consumo, a projeção aponta crescimento de 21,63% no mesmo período, passando de 35,4 bilhões de litros projetados para 2019 para um volume superior a 43 bilhões de litros em 2029. Com isso, a importação deve avançar 10,29% em dez anos, alcançando 75 bilhões de litros em 2029.

No caso das exportações, as projeções do Mapa são de queda, de 1,18 bilhões de litros esperados para 2019 para 1,16 bilhões de litros em 2029 – queda de 2,1% (MAPA)

Preço/UR

O preço do leite ao produtor estimado para junho é de 10,82 pesos por litro, [R$ 1,15/litro], registrando um valor 2,7% superior ao de maio, e em dólares foi de US$ 0,31/litro, com incremento de 2,5% na mesma comparação.

Em relação a um ano atrás (junho de 2018) o preço do litro apresentou aumento de 5% e moeda nacional, mas, caiu 8,2% em dólares norte-americanos.

A composição média estimada do leite foi de 3,82% de matéria gorda e 3,43% de proteína, o que determinou que o preço por quilo de sólido fosse de 147,00 por quilo, valor 4% superior ao do mês anterior, mas, 3,3% menor quando comparado com um ano atrás. (Inale – Tradução livre: Terra Viva)

Consumo/AR

A informação elaborada pelo Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA) mostra o seguinte quadro sobre a venda de lácteos no mercado interno, entre janeiro e maio de 2019, comparado com o mesmo período de 2018. Os litros em equivalente leite são obtidos convertendo cada produto em função da quantidade de litros necessários para sua elaboração, utilizando os coeficientes de conversão. (OCLA – Tradução livre: Terra Viva)

 
 

Seis empresas do RS vão exportar laticínios para a China após abertura do mercado
O Bom dia RS de hoje apresentou uma reportagem sobre as seis plantas autorizadas a exportar lácteos para a China, entre elas a CCGL. A reportagem fala ainda sobre a autorização de investimento de R$ 500 milhões no porto de Rio Grande. CLIQUE AQUI para assistir a matéria na íntegra. (Bom Dia Rio Grande/Sindilat/RS) 

Porto Alegre, 25 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.030

  CCGL investirá R$ 500 milhões no porto do Rio Grande 

A Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), que opera os terminais Termasa e Tergrasa, investirá R$ 500 milhões em suas estruturas que estão localizadas dentro do complexo portuário em Rio Grande. Na tarde de ontem, representantes da companhia estiveram no Palácio Piratini, reunindo-se com o governador Eduardo Leite, para receber o aval do Estado que permitirá que os empresários deem andamento junto à União ao projeto. "Nosso papel é ser um facilitador para que os investimentos necessários para o crescimento do Rio Grande do Sul ocorram", destaca o governador, que esteve acompanhado do secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, e do superintendente dos Portos do Rio Grande do Sul, Fernando Estima. 

A análise prévia do projeto ficou a cargo da superintendência. "Fizemos um estudo e entendemos que a proposta condiz com o ambiente logístico do porto do Rio Grande e com os planos estratégicos do governo", afirma Estima. Com a ampliação, a capacidade de escoamento de produtos agrícolas da CCGL será quadruplicada. Atualmente, o chamado fluxo de expedição é de 1,5 mil toneladas por hora e saltará para 6 mil toneladas por hora. A capacidade de armazenagem passará de 278 mil toneladas para 778 mil toneladas. O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, comemora o andamento do processo, pois, segundo ele, terá impacto direto em toda a economia gaúcha. "A agricultura corresponde a 42% do nosso PIB. Investir em escoamento da produção, significa ampliação dos negócios e, consequentemente, crescimento econômico", ressaltou Covatti. O projeto prevê três anos para ser concluído, já que os navios seguirão operando durante a obra, e a expectativa é de se iniciar os trabalhos ainda neste ano. "Vamos enviar em seguida esse documento que faltava para a Secretaria Nacional dos Portos e, assim que derem o ok, vamos iniciar a obra imediatamente", adianta o presidente da CCGL, Caio Vianna. 

Considerada uma das maiores cooperativas do Brasil, a CCGL tem cerca de 171 mil produtores, estando presente em mais de 350 municípios gaúchos. Para desenvolver suas atividades com maior competitividade, os associados contam com apoio de suas unidades especializadas em tecnologias aplicadas na agropecuária, logística e laticínios. A entidade, com sede em Cruz Alta e composta por 31 cooperativas, é a operadora dos terminais Termasa e Tergrasa, responsáveis pelos serviços de recebimento, armazenagem e expedição de granéis agrícolas no porto do Rio Grande. Juntos, os terminais representam cerca de 14% das movimentações da soja nacional e 52% de todos os grãos do Rio Grande do Sul. (Jornal do Comércio)

                  

Conseleite/MS
A diretoria do Conseleite Mato Grosso do Sul reunida no dia 19 de julho de 2019, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de junho de 2019 e a projeção dos valores de referência para o leite a ser entregue no mês de julho de 2019. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Terra Viva/Sistema Famasul)
 


 

Governo negocia tabela de frete com ‘taxa de lucro’ por caminhoneiros 

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, propôs em reunião na terça-feira com entidades do setor produtivo, que pretende publicar novamente a tabela de frete desenvolvida pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo — divulgada na semana passada e suspensa após decisão colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) — com o acréscimo de uma “taxa de lucro”, apurou o Valor. 

A ideia é que as taxas variem conforme o trecho percorrido e o setor. Pela proposta, que surgiu dos caminhoneiros autônomos, as empresas contratantes de frete fariam uma mediação com lideranças dos transportadores, em torno da ideia da taxa de lucro. Os embarcadores, de diferentes segmentos como combustíveis, bebidas, indústria e agronegócio, ficaram de responder se aceitam a taxa em uma próxima reunião a ser agendada para a semana que vem. Em uma nova reunião nesta quarta-feira, Tarcísio deve comunicar a lideranças dos caminhoneiros autônomos que o assunto foi proposto pelo governo às empresas e colher sugestões. A proposta, no entanto, não foi bem recebida à primeira vista por dirigentes de entidades empresariais que participaram da reunião, contrários ao tabelamento. “É uma ideia de difícil operação, mas temos que ver como vai ser negociado pelo governo”, diz uma fonte que participou da reunião de ontem. Há até um temor entre entidades de classe empresarial de que o imbróglio em torno do tabelamento de frete não seja resolvido e a tabela em vigor desde o ano passado seja mantida até o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para 4 setembro. 

A Suprema Corte votará se considera ou não inconstitucional o tabelamento, a partir de três ações movidas por entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No fim da semana passada, o governo chegou a publicar uma tabela encomendada à Esalq, que passou por um amplo debate por meio de audiências públicas realizadas em diversas cidades, e vinha sendo considerada mais equilibrada tanto por caminhoneiros quanto por embarcadores. O fato de a tabela trazer valores de frete até 50% menores no caso das cargas a granel, no entanto, desagradou os autônomos. Fora as negociações em torno da tabela, as empresas contratantes de frete ainda apoiam uma emenda na Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica, que prevê anistia das multas por descumprimento da tabela de frete até uma decisão do STF. A proposta foi incluída pelo relator na comissão especial da MP, o deputado ruralista Jerônimo Goergen (PP-RS). Seu parecer foi aprovado dessa forma pela comissão antes do recesso do Legislativo e ainda precisa passar pelos plenários de Câmara e Senado. (Valor Econômico) 

 

Projeções do Agronegócio 2018/2019-2028/2029 - PRELIMINAR 
“A produção de leite deverá crescer nos próximo 10 anos a uma taxa anual entre 2 e 2,8%. Essas taxas correspondem a passar de uma produção de 34,4 bilhões de litros em 2019 para valores entre 42 e 46,8 bilhões de litros no final do período das projeções. O crescimento de oferta será principalmente baseado em melhorias na gestão das fazendas e na produtividade dos animais e menos no número de vacas em lactação”. Essa foi a introdução do relatório Projeções do Agronegócio 2018/2019-2028/2029, - Capítulo: Leite - divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. CLIQUE AQUI para acessar. (MAPA)

 

Porto Alegre, 24 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.029

  Indústria láctea gaúcha comemora acordo com a China

 
Crédito: João Mattos

Indústrias gaúchas comemoram o anúncio feito nesta terça-feira (23/07) pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de abertura do mercado da China para os produtos lácteos brasileiros. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, é um potencial enorme e que deve colaborar com a estabilização do mercado brasileiro. “É um gigante que se abre para nós, mas precisamos entender que, para aproveitar essa oportunidade, precisamos ser competitivos. Ou somos eficientes ou estamos fora do mercado internacional”, reforçou. Atualmente, o Rio Grande do Sul tem sete indústrias aptas a exportar para a China. 

Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, uma alternativa extremamente interessante, e que deve ser levada pelo setor ao governo federal, seria viabilizar o uso do Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) para subsidiar o frete para a China. “Essa ferramenta colocaria o leite brasileiro em uma condição mais favorável de enfrentamento do mercado internacional e harmonizaria o mercado interno”, constatou. (Assessoria de imprensa Sindilat) 

                  

Comissão Técnica centralizará debates sobre qualidade do leite


Crédito: Marcelo Camargo

Durante a reunião de associados do Sindilat realizada nesta tarde em Porto Alegre (RS), o setor também avaliou como positiva a publicação da portaria 142 no Diário Oficial da União neste dia 22 de julho. O texto cria a nova Comissão Técnica Consultiva para Monitoramento da Qualidade do Leite (CTC Leite), instituída pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, como forma de concentrar os debates sobre a produção e processos do setor lácteo. A ação atende a pedido da Aliança Láctea Sul Brasileira – grupo do qual o Sindilat faz parte.

A expectativa é que o colegiado permita debate aprofundado sobre temas importantes para o setor e as novas regras impostas pelas Instruções Normativas (INs) 76 e 77, já em vigor. O grupo ainda tem entre suas atribuições propor ações de curto, médio e longo prazo para melhorias da qualidade do leite. “As indústrias estão adaptadas e, a cada mês, executando medidas adicionais para elevar a qualidade do leite para os padrões exigidos pelas normativas. A cada reunião entre nossos associados evidenciamos maior índice de propriedades em conformidade”, ressaltou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.

A nova Comissão Técnica do Mapa será composta por representantes da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Secretaria de Defesa Agropecuária, Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Secretaria da Agricultura Familiar e Cooperativismo, além de um representante da Rede Brasileira de Laboratórios da Qualidade do Leite (RBQL) e dois representantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados.

Durante a reunião desta terça-feira, as empresas também aprovaram as contas do Sindilat no primeiro semestre do ano, que foram detalhadas pelo diretor Angelo Sartor. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, ainda fez relato sobre os projetos que estão sendo alinhados pelo sindicato para a Expointer 2019, de 24 de agosto a 1º de setembro. (Assessoria de imprensa Sindilat)

Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da América do Sul

Nas duas últimas semanas, o clima seco favoreceu as culturas de inverno e a colheita do plantio de verão em muitas regiões produtoras da Argentina e do Brasil, o que beneficiou os produtores de leite em termos de disponibilidade de concentrado.
A produção de leite mantém sua tendência de aumento à medida, enquanto a temperatura continua caindo em regiões do Cone Sul.

No entanto, em algumas áreas ao Sul da Argentina, as temperaturas de invernos se aproximam de 0ºC, afetando o conforto animal e a produtividade das vacas. A nível do Continente, a oferta de leite está adequada para as necessidades da indústria. Com a maioria das instituições educacionais em férias de inverno, os pedidos de leite engarrafado diminuíram, e o leite excedente está indo para queijo, iogurte e manteiga, produtos que estão mais disponíveis.

A oferta de creme está maior, enquanto o mercado de manteiga está mais balanceado do que um mês atrás. A produção de manteiga está aumento, especialmente no Uruguai e na Argentina. (USDA tradução Terra Viva)

Sindilat: Brasil ainda não tem preço competitivo para exportar lácteos
Com a abertura do mercado chinês, a expectativa é conseguir receita de até US$ 4,5 milhões com a venda de queijos à gigante asiática. 
A China abriu o mercado para produtos lácteos brasileiros, uma vitória para o setor, que tem batalhado pra sair da crise. Mas, segundo o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Darlan Palharini, o Brasil ainda não tem preço competitivo para exportar para a gigante asiática, mas pode vir a ter.
Enquanto o mercado brasileiro produz 600 milhões de toneladas de leite por ano, a demanda chinesa é de 800 milhões. A expectativa é conseguir receita de até US$ 4,5 milhões só com a venda de queijos. (Canal Rural) 
Para assistir a entrevista na íntegra, clique aqui.

 

Porto Alegre, 23 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.028

  Valor do leite chega a R$ 1,0486 no RS e setor espera ajuste com compras governamentais

Fotos: Carolina Jardine

O preço de referência do leite projetado para o mês de julho chegou a R$ 1,0486 no Rio Grande do Sul. O valor é 6,43% menor do que o consolidado de junho, que ficou em R$ 1,1207. Nos últimos três meses, o preço caiu 11,01%. Segundo o presidente do Conseleite e do Sindilat, Alexandre Guerra, o cenário reflete o aumento tradicional da produção nos meses de inverno e a redução do mercado decorrente da falta de recursos das famílias, movimento puxado pelos valores praticados em São Paulo. “O país está travado. A roda parou de girar”, pontuou. Para enfrentar a situação, produtores, indústrias e lideranças lotaram a sala de reuniões da Fecoagro em Porto Alegre (RS) nesta terça-feira (23/07) e decidiram dar início a um movimento emergencial por ferramentas que auxiliem o setor a achar seu ponto de equilíbrio. Entre as ações, explica o vice-presidente do Conseleite e representante da Fetag, Pedrinho Signori, está o pedido ao governo de compras governamentais, o que, segundo ele, está em negociação avançada para as primeiras 30 mil toneladas. “Os preços ao consumidor chegaram ao fundo do poço. Não há espaço para cair mais”, completou Guerra. O setor também vem pleiteando programas de escoamento de produção para retirar parte do leite do mercado gaúcho, o que poderia ser feito por meio do chamado Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP).

 
No campo, a queda de preços já foi sentida pelos produtores de leite gaúchos, e a produção, que tradicionalmente aumentaria mais de 10% nessa época do ano, não passou de 5%. Além do desestímulo econômico, a captação também reflete o impacto de recentes geadas na qualidade das pastagens, o que freou sua expansão. O impacto desse cenário de crise, alerta Guerra, será uma desaceleração na produção no campo nos próximos meses e o consequente aumento da capacidade ociosa das indústrias, o que deve gerar um novo movimento de acomodação do mercado.  “O consumo está andando de lado. As pessoas estão consumindo menos na Região Sul e a produção em expansão, o que resulta em preços nesses patamares. Esperamos que o frio previsto para as próximas semanas ajude em uma retomada”, frisou Guerra. A Fetag argumenta que, nos tambos, o ajuste não é tão rápido e exige meses de acomodação na produção dos animais.
 
Durante a reunião, o professor da UPF e responsável pela pesquisa do Conseleite Marco Antônio Montoya informou que esta é a maior baixa percentual mensal do valor do leite no ano, movimento puxado pela queda do leite em pó (-2,21%), do UHT (-7,68%) e do queijo mussarela (-3,76%). O leite em pó, cita ele, vem caindo nos últimos cinco meses de forma constante, um produto que impacta diretamente no valor de referência em função de sua importância no mix. Além do consumo de leite e derivados, Montoya indica que também há redução na demanda de outros itens tradicionais na mesa do brasileiro e que levam leite em sua composição, como pizzas, chocolates e outros itens industrializados.
 
Além disso, citou Guerra, é preciso ser considerado o aumento das importações de leite, o que agrava o cenário. A grande desvantagem da produção nacional frente aos importados, citou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é a falta de competitividade em relação aos vizinhos Uruguai e Argentina. Um dos motivos dessa diferença deve-se ao alto custo de produção no Brasil e aos limites que impedem o produtor nacional de buscar insumos mais acessíveis nos países vizinhos, permitindo igualdade de condições com seus concorrentes do Prata.
 
Ao comparar a seriação histórica do Conseleite, Montoya citou que este é a primeira vez em que o valor do preço referência médio anual corrigido pelo IPCA fica abaixo do ano anterior. Segundo o Conseleite, o chamado preço de referência real (corrigido pelo IPCA) ficou 0,37% abaixo do praticado em 2018. A explicação deve-se ao fato de os preços estarem em patamar elevado em julho de 2018 em decorrência da greve dos caminhoneiros, um cenário bem diferente do registrado este ano. (Assessoria de imprensa Sindilat)
 
 
 

                  

China abre mercado para lácteos brasileiros, anuncia Tereza Cristina
A China abriu mercado para os produtos lácteos brasileiros. Os chineses habilitaram 24 estabelecimentos brasileiros para exportação de produtos como leite em pó e queijos. O anúncio foi feito pela ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) nesta terça-feira (23).
A ministra destacou que a abertura do mercado irá impulsionar a cadeia produtiva do leite. "Acho que é uma notícia excepcional para o setor leiteiro que passa por um momento muito difícil, sem esperança. E isso traz esperança para a indústria de leite", comemorou. 
Atualmente, há 1,2 milhão de pequenos produtores de leite no Brasil. "Fiquei muito feliz e gostaria de passar essa boa notícia para os produtores brasileiros, que estão vivendo um momento difícil, acabaram de perder R$ 0,30 no litro de leite, e agora vão poder ter a perspectiva. É claro que não é para amanhã, mas é uma abertura excelente para o Brasil". 
Tereza Cristina destacou que "o Brasil sempre quis ter acesso ao mercado chinês, para poder tirar o produto do Brasil, melhorando, inclusive o preço dos produtores brasileiros”.
A certificação estava acordada com a China desde 2007, mas não havia nenhuma planta brasileira habilitada a exportar. Na viagem que fez ao país em maio, o assunto foi uma das prioridades da ministra. "O Brasil é um grande produtor e a China é a o maior importador do mundo. O Brasil produz 600 milhões de toneladas de leite, mas a China importa 800 milhões de toneladas,  200 milhões de toneladas a mais do que produzimos". 
Antes, em abril deste ano, o ministério havia encaminhado a lista dos 24 estabelecimentos ao país asiático. Entre os produtos que poderão ser exportados estão não fluidos, como leite em pó, queijos e leite condensado. "Queijos brasileiros poderão ser exportados e, com isso, regulamentar o mercado de leite brasileiro”, ressaltou Tereza Cristina. 
Exportações
Com a habilitação dos estabelecimentos, a expectativa é o setor exportar US$ 4,5 milhões em queijos, estima a Viva Lácteos - Associação Brasileira de Laticínios. Em 2018, os chineses importaram 108 mil toneladas em queijos. A importação do produto tem crescido a uma taxa média anual de 13% nos últimos cinco anos. 
As exportações brasileiras de queijos cresceram 65,2% nos últimos três anos. Antes da abertura do mercado chinês, o setor já vinha investindo no ingresso dos produtos na China, por meio da participação em feiras.  (MAPA)
 
 
CONSELEITE–PARANÁ

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 23 de Julho de 2019 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Junho de 2019 e a projeção dos valores de referência para o mês de Julho de 2019, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. 

Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Julho de 2019 é de R$ 2,4025/litro. 
Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)

BRUCELOSE E TUBERCULOSE: Curso marcado para agosto
O Sindicato dos Médicos Veterinários do Rio Grande do Sul (Simvet/RS) promove de 19 a 23 de agosto mais uma etapa do treinamento para o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT). A iniciativa ocorre em parceria com Ministério da Agricultura e Universidade de Cruz Alta (Unicruz). Exclusivo para veterinários, o treinamento ocorre na sede da Unicruz. O número de vagas é limitado. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail pncebt.unicruz@gmail.com. (Correio do Povo)
 

 

Porto Alegre, 20 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.027

  Justiça derruba contribuições ao Sistema S 

Os contribuintes conseguiram no Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, com sede em Recife (PE), duas decisões contra o pagamento das contribuições destinadas ao Sistema S (Sebrae e Sesc e Senac, entre outros). São os primeiros acórdãos favoráveis, segundo advogados, com base na Emenda Constitucional (EC) nº 33, de 2001, que trata de contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico. 

A emenda não chegou a ser analisada no julgamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2013 (RE 396266). Na ocasião, os ministros consideraram constitucionais as contribuições ao Sistema S, que incidem sobre a folha de salários - com alíquotas que variam entre 1,5% a 5,5%, a depender do setor. Com a edição da EC 33, porém, a questão voltou à pauta. 

O texto incluiu o parágrafo 2º no artigo 149 da Constituição. O dispositivo estabelece que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico só podem ter alíquota "ad valorem" se a base de cálculo for o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro. Ou seja, não poderiam ter como base de cálculo a folha de salários, segundo os contribuintes. 

Umas das decisões do TRF da 5ª Região beneficia uma empresa do setor de combustíveis (processo nº 0803468-86.2018.4.05.8000). Na decisão, o relator do caso na 4ª Turma, desembargador Lázaro Guimarães, afirma que a emenda constitucional modificou o dispositivo legal que trata do regime das contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico e não incluiu, entre as bases de cálculo, "a folha de salários".

No acórdão, o desembargador ainda destaca que esse é o entendimento predominante na 4ª Turma e cita outro caso julgado no mesmo sentido (processo nº 0815788-96.2017.4.05.8100).

Na primeira instância, as decisões têm sido majoritariamente contrárias aos contribuintes, segundo o advogado que assessorou a empresa de combustíveis, Eduardo Muniz Cavalcanti, do Bento Muniz Advocacia. "O TRF da 5ª Região foi pioneiro ao enfrentar o assunto com esse novo viés apontado pelos contribuintes", diz. 

Para a empresa, a decisão do TRF, se confirmada em definitivo, terá grande impacto, de acordo com o advogado, uma vez que tem muitos empregados e uma alta folha de salários. E, no processo, ela tenta ainda reaver o que foi pago nos últimos cinco anos. 

No Supremo, a questão é discutida em dois recursos (RE 63 0898 e RE 603.624). Foram propostos por contribuintes que tiveram seus pedidos negados pelo TRF da 4ª Região, que abrange a região sul do país. 

Nos recursos, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou parecer favorável aos contribuintes, reconhecendo a taxatividade do rol de bases de cálculo da contribuição, feita pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001. 

A discussão, de acordo com o advogado Antonio Amendola, do Dias Carneiro Advogados, ainda está ganhando corpo e será definida pelos ministros do Supremo. Para ele, o texto da emenda dá margem para questionamento. 

Por nota, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informa que a repercussão geral foi reconhecida ainda em 2012 pelo STF "e está sendo acompanhada de perto pela PGFN, notadamente pela grave repercussão que pode causar no financiamento de diversas entidades que prestam relevantíssimos serviços à sociedade (Sesc, Sesi, Sebrae etc), sustentadas que são pela receita advinda das exações combatidas". 

A nota do órgão ainda destacou que a tese firmada no julgamento representa apenas a posição da 4ª Turma, "não podendo ser sequer considerada como a posição majoritária do próprio TRF da 5ª Região". No texto, a PGFN cita julgados favoráveis da 2ª Turma (processos nº 0812379-78.2018.4.05. 8100 e nº 0004186-92.2013.4.05. 8000) e da 3ª Turma (processos nº 0812510- 53.2018.4.05.8100 e nº 0806887-58.2016.4.05.8300). (Valor Econômico)

                  

"O Brasil e o Mercosul entraram em nova etapa, de efetiva abertura e integração na economia global", diz secretário-geral do Itamaraty
O gaúcho Otávio Brandelli considera o acordo com a União Europeia positivo para o consumidor e para a economia
 
Na área internacional, diplomata cita a conquista do apoio dos Estados Unidos para o ingresso do Brasil na OCDE
 
Avesso a entrevistas, o diplomata Otávio Brandelli, nascido em Garibaldi, tem conduzido de forma discreta a construção da nova política externa brasileira. Ao tomar posse para o cargo de secretário-geral do Itamaraty, Brandelli recebeu do amigo de longa data e chanceler Ernesto Araújo um título informal que define bem o desafio no ministério das Relações Exteriores: “Se o presidente é o arquiteto, o ministro é o engenheiro e o secretário o mestre de obras da política externa”. Brandelli concordou em responder a perguntas enviadas por e-mail para explicar como tem feito esse trabalho de construção. A entrevista foi concedida um dia antes de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que pensa em indicar o filho Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador nos Estados Unidos.
Quais são os benefícios do acordo Mercosul-União Europeia (UE)?
Quando o acordo entrar em vigor, 92% das exportações do Mercosul para a UE terão suas tarifas de importação eliminadas em prazo máximo de 10 anos, melhorando a competitividade no mercado europeu. Se contabilizarmos outras formas de  acesso a UE, como quotas, os benefícios alcançarão 99% do comércio. Os compromissos assumidos em áreas como serviços, compras governamentais e barreiras sanitárias tornarão o comércio menos vulnerável à aplicação de restrições injustificadas e darão maior transparência e segurança jurídica aos investimentos. No mercado dos países do Mercosul haverá concorrência com os produtos europeus. Isso é bom para o consumidor e salutar para a economia. A conclusão das negociações com a UE, segunda maior economia do mundo, que sozinha responde por 22% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, significa também uma mudança de paradigma. É um sinal ao mundo de que o Brasil e o Mercosul entraram em nova etapa, de efetiva abertura e integração na economia global. A negociação de acordos econômico-comerciais faz parte de uma política mais ampla, que não se limita ao acordo Mercosul-UE. Há outros processos em andamento, que tendem a ganhar maior dinamismo a partir de agora, como as negociações do Mercosul com o Canadá e com o EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre), bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Outro resultado recente na área internacional foi a adesão do Brasil, há poucos dias, ao Protocolo de Madri sobre o Registro Internacional de Marcas, da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Com esse acordo, os brasileiros poderão registrar suas marcas em 120 países, mediante procedimento centralizado e simplificado, com menores custos e menos burocracia. 
O tema do acordo vem sendo tratado desde 1999. O que foi determinante agora?
Diversos órgãos de governo trabalharam por esse acordo e contribuíram para o êxito das tratativas. Os fatores determinantes, nesta etapa final, foram o impulso político do governo Bolsonaro, o pragmatismo não ideológico e a confluência de visões com os demais sócios do Mercosul. O Mercosul foi criado em 1991 sobre dois pilares: democracia e liberalização comercial. Esses valores foram retomados e fortalecidos, criando um vetor favorável à conclusão da negociação com a UE. Soubemos aproveitar uma janela de oportunidade. Os parceiros do Mercosul e da UE reconhecem que o governo brasileiro eleito em 2018 trouxe uma energia positiva e decisiva para a fase final das negociações.
O fato de a França ter sinalizado que agora terá dificuldades para ratificar o acordo pode impor alguma dificuldade?
É muito cedo para especular sobre dificuldades de ratificação do acordo que acaba de ser concluído. Todos os países que estiveram engajados em sua negociação, ao longo de 20 anos, fizeram concessões, mas também tiveram suas demandas atendidas de alguma forma. Para citar apenas alguns exemplos, a França terá condições preferenciais de acesso aos mercados de vinhos e de automóveis do Mercosul, por força do tratado. Em outras palavras, o acordo Mercosul-UE é abrangente e dá tratamento às principais questões do comércio entre os dois blocos, que vão muito além de eventuais preocupações pontuais. No equilíbrio geral, não há dúvidas de que o acordo é positivo para todas as partes.
Qual é o potencial de aumento do saldo da balança comercial para o Brasil?
Há estimativas do Ministério da Economia de que as exportações brasileiras para a UE poderão ter ganhos de cerca de US$ 100 bilhões até 2035. Isso seria o resultado da redução de tarifas para nossos produtos e das regras acordadas para disciplinar e facilitar o comércio entre os dois blocos. Também se abrirão oportunidades no setor de serviços e no mercado de licitações, as chamadas compras governamentais. Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui. (Zero Hora)
 
 

Argentina confirma colheita recorde de grãos

A Argentina deve terminar 2018/19 com uma safra recorde de grãos de 147 milhões de toneladas, informou a Secretaria da Agroindústria do país, que revisou números de plantio e de produção em relação ao relatório de junho.

"Tanto o milho quanto o trigo terão produções recorde, de 57 milhões de toneladas e de 19,5 milhões de toneladas, respectivamente", disse o secretário Luis Miguel Etchevehere, em nota oficial. Esse resultado, afirmou, reflete o fato de que a remuneração dos cereais estar no mesmo patamar da soja, "fundamental para a sustentabilidade do sistema produtivo e o cuidado com nossos solos", disse.

A colheita de trigo em 2017/18 somou 17 milhões de toneladas, e a de milho, 43,5 milhões de toneladas. O relatório divulgado na semana passada manteve a estimativa de área de plantio em 6,5 milhões para o trigo e em 9 milhões de hectares para o milho.

No caso da soja, a secretaria reduziu a estimativa de área plantada e de produção em relação ao levantamento anterior. A área foi calculada em 17 milhões de hectares, redução de 100 mil hectares. A produção foi estimada em 55,3 milhões de toneladas, cerca de 300 mil toneladas a menos que em junho. Na safra passada, a produção de soja argentina foi de 37,8 milhões de toneladas em razão da pior seca em mais de 50 anos no país sul-americano.

"Não é apenas uma conquista quantitativa ou isolada, mas também qualitativa, fruto da rotação de culturas que nos permite pensar em um processo de longo prazo que nos levará a continuar quebrando marcas históricas", disse Etchevehere.

A grande colheita de soja na Argentina, aliada à produção brasileira projetada em 114,8 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - retração de apenas 3,7% em relação ao recorde de 119,3 milhões de toneladas da safra anterior -, deve trazer pressão adicional aos preços na bolsa de Chicago. Apesar da perspectiva de quebra da safra americana, os estoques de soja são fartos nos EUA, e a previsão do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) é de oferta de soja 75% maior que a demanda global em 2018/19 e 72% maior em 2019/20. (Valor Econômico)

CTC/Leite
Foi comunicado pelo Secretário de Câmaras Setoriais (CGAC/DEP/MAPA), Francisco Facundo, a publicação no Diário Oficial da União (DOU) a Portaria 142 no dia 19 de julho de 2019 instituindo a Comissão Técnica Consultiva para Monitoramento da Qualidade do Leite – CTC/Leite, no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o objetivo de fortalecer a política pública de incremento da competitividade do setor. Clique aqui para ler o documento na íntegra. (Terra Viva)
 

 

 

Porto Alegre, 19 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.026

   LEITE EM PÓ: Importação estadual cresce 84%

Compras feitas em outros países, sobretudo no Uruguai, chegaram a 12,3 mil toneladas até junho

As importações de leite em pó registraram alta de 84% no Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De janeiro a junho entraram no Estado 12,3 mil toneladas do produto oriundas de fora do Brasil, em especial do Uruguai (12,2 mil toneladas). No mesmo período do ano passado, as importações somaram 6,7 mil toneladas. No Brasil, as importações alcançaram 48,2 mil toneladas, um acréscimo significativo ante as 37,7 mil toneladas do mesmo período do ano passado.

Após registrar um salto em 2016, com 50 mil toneladas, a importação no Rio Grande do Sul caiu nos anos seguintes e chegou a 16,4 mil toneladas em 2018. A entrada de leite em pó estrangeiro, porém, começou 2019 em alta, com 2,1 mil toneladas em janeiro. Houve queda em março, com 763 toneladas, e novo avanço em maio, quando o volume se tornou o mais alto do ano, com 2,7 mil toneladas. Em junho, a quantidade foi levemente inferior: 2,3 mil toneladas. As importações somam um gasto de 33,4 milhões de dólares no acumulado do ano.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, afirma que o cenário deve ser observado levando-se em conta os números do Brasil, já que nem todo o produto importado pelo Rio Grande do Sul é comercializado dentro do Estado. De acordo com ele, a elevação das importações está relacionada ao aumento dos preços no mercado interno e à valorização do real frente ao dólar.

Com o aumento da produção previsto para o segundo semestre, em especial nos meses de agosto e setembro, a tendência é que os preços se ajustem e as importações tenham um recuo, segundo Guerra. Em junho, o valor de referência projetado pelo Conseleite ficou em R$1,1297 o litro, o que representou uma queda de 4,14% em relação ao valor consolidado de maio. O dirigente cita ainda a questão da competitividade em razão de custos, tanto para a indústria quanto para o produtor, com itens como impostos e transportes.

Presidente da Fetag e do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Carlos Joel da Silva observa que a situação preocupa os produtores gaúchos. “O custo do Mercosul é bem mais barato que o nosso. Essa concorrência desleal prejudica o produtor”, compara. Ele cobra que sejam criadas medidas para reduzir custos, ou então barreiras à entrada do produto estrangeiro. Ao mesmo tempo, segundo Joel, o setor reclama dos preços pagos pelo litro. Em Ibirubá, de acordo com ele, há produtores relatando preços inferiores a R$ 1,00. “Se nada for feito, a tendência é cair mais o preço”, avalia. (Correio do Povo)

                  

Após perda precoce do pai, irmãos assumem propriedade com ajuda de cooperativa

Criados no interior de Sarandi, no norte do Estado, os irmãos Guilherme e Luis Gustavo Carlot cresceram vendo o pai Altair Carlot trabalhando na lavoura de soja, milho e trigo. Embora já ajudassem nas atividades a campo, planejavam assumir de fato a propriedade após se formarem e acumularem experiência. Mas os planos tiveram de ser antecipados após a morte precoce do patriarca, aos 53 anos, vítima de um infarto.

Três anos se passaram desde a perda inesperada, e Guilherme, hoje com 24 anos, e Luis Gustavo, 21 anos, tomaram as rédeas do negócio — com a mãe, Zilce Martinazzo Carlot, professora aposentada que também precisou aprender a lidar com números, contabilidade e gestão.

— Quando tudo aconteceu, ficamos sem chão. A cooperativa foi nosso alicerce. Foi lá que buscamos orientação para grande parte das nossas dúvidas — conta Guilherme.

O jovem refere-se à relação de confiança criada com a Cotrisal, cooperativa da qual o pai era sócio desde 1990 e que forneceu o suporte para gestão de 210 hectares cultivados com grãos — em área própria e arrendada.

Guilherme (E) e Luis Gustavo Carlot assumiram a propriedade com apoio da cooperativa Fernando Gomes / Agencia RBS 

— Logo que perdemos o pai, o técnico da cooperativa vinha todos os dias aqui em casa. Não tínhamos ideia de muitas decisões que eram tomadas no dia a dia, como compra de insumos, venda de grãos e conserto de máquinas — lembra Guilherme.
A vontade de continuar o negócio cultivado pelo pai levou os irmãos a iniciarem juntos a Faculdade de Agronomia, no Centro de Ensino Superior Riograndense (Cesurg), em Sarandi. No 7º semestre, estudam à noite e nos sábados pela manhã. Durante o dia, se dividem nas atividades da lavoura.

— Na faculdade, estamos aprendendo a teoria e, aqui na propriedade, a prática — resume Luis Gustavo.
Essa combinação vem trazendo resultados. Na última safra de soja, os irmãos colheram média de 4.320 quilos por hectare (equivalente a 72 sacas por hectare) — 30% acima da média estadual medida pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Produtividade dos associados acima da média estadual

Com 112 especialistas a campo, entre agrônomos, veterinários, zootecnistas e técnicos agropecuários, a Cotrisal fechou a última safra de soja com produtividade média de 3.320 quilos por hectare (55 sacas por hectare) — 16% superior ao rendimento estadual. Gerente técnico da cooperativa, Márcio Witter explica que a tradicional assistência deu lugar nos últimos anos ao conceito de transferência de conhecimento. 

— Hoje, o produtor rural tem acesso a muitas informações. Nosso papel é justamente filtrar tudo o que ele recebe para orientá-lo da forma mais assertiva possível — explica.

Em campos experimentais, a cooperativa testa tecnologias como variedades, fertilizantes e defensivos antes de fazer qualquer recomendação aos mais de 9 mil associados.

— Para a maioria dos produtores, somos a única referência técnica. Por isso, não podemos errar — resume Witter. 

Presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Paulo Pires destaca que não há mais espaço para amadorismo em um mercado globalizado cada vez mais competitivo:

— Os números altos que vemos nos resultados das cooperativas são fruto de um profissionalismo crescente.

Segundo o dirigente, a capacitação de todos os setores, da gestão, parte técnica aos produtores, vem sendo intensificada em diversas cooperativas.

— E quem não seguir nesse propósito, ficará pelo caminho — resume Pires.

Capacidade maior para sementes

As estruturas que darão suporte à nova unidade de beneficiamento de sementes da Cotrisal já estão erguidas às margens do km 138 da BR-386, em Sarandi. A obra, com investimento de R$ 20 milhões, quase duplicará a atual capacidade de produção — de 250 mil para 400 mil sacas. Os trabalhos devem ser finalizados até o fim do ano.

— Estamos investindo em processos automatizados e robotizados, aumentando a eficiência — explica Walter Vontobel, presidente da Cotrisal. 

Há um ano, a cooperativa concluiu a ampliação da fábrica de ração, onde foram aplicados R$ 8 milhões. A capacidade de investimento vem dos resultados registrados em caixa. Em 2018, a organização alcançou faturamento recorde de R$ 1,9 bilhão — cifra 47% superior ao ano anterior. As sobras (lucro dividido entre os associados) chegaram a R$ 37 milhões.

Embora boa parte do dinheiro venha da venda de grãos, os números foram aumentados também com a captação de leite de 800 produtores e moinho de trigo, além de dezenas de lojas de supermercados, de insumos e de varejo.

— Em boa parte desses municípios, a cooperativa é o principal empregador e gerador de receita fiscal — destaca.
Mas Vontobel reconhece o desafio de aumentar a industrialização, possivelmente por meio de parcerias:

– A dependência de commodities é um risco, por isso buscamos a diversificação das atividades dos associados.
Oportunidade de negócio

Natural de Teutônia, no Vale do Taquari, Niuton Gilberto Dammann mudou-se para Sarandi, no Norte, no final da década de 1980 a convite do então presidente da Cotrisal. Na época, a cooperativa precisava de um profissional para o desenvolvimento de sistemas de informática. A oportunidade de emprego ao jovem de 21 anos transformou-se mais tarde em um negócio, a Tchê Informática. 

Trinta anos depois,  a empresa com sede em Sarandi e filial em Passo Fundo tem 23 funcionários e outros 15 temporários que prestam serviços de tecnologia da informação a cerca de 15 cooperativas agropecuárias, além de dezenas de prefeituras gaúchas.

— O nosso primeiro impulso veio das cooperativas. Crescemos junto com elas — conta Dammann, 56 anos, sócio-diretor da Tchê Informática, que está preparando agora um sistema voltado à nota fiscal eletrônica do produtor rural.  (Zero Hora)

Cooperativa Santa Clara participa da Fipan, em São Paulo

A Cooperativa Santa Clara participa pela primeira vez, de 23 a 26 de julho, em São Paulo, da Fipan, maior feira de Panificação e Confeitaria da América Latina e uma das principais voltadas ao food service, linha direcionada aos estabelecimentos de alimentação. Focada em aproximar-se deste público específico, a Santa Clara participa da feira com produtos de sua linha food service, que inclui formas de queijo, leite em pó, manteiga, além de requeijões, doces, nata, recheios e coberturas nas versões bisnaga e também em baldes. O evento é realizado na Expo Center Norte, em São Paulo, e é promovido pelo Sampapão, que contempla as entidades de panificação e confeitaria do Estado. (Página Rural)

 
 

Mercosul
Bolsonaro assumiu a presidência do Mercosul e, conforme a coluna adiantou, o próximo encontro do bloco será em Bento Gonçalves. Mas há uma novidade. O governo estuda fazer um ato no Hotel Lage de Pedra, em Canela, onde há 30 anos foi assinado o Tratado do Mercosul. Em meio a simbolismos, o cerimonial do Planalto estuda usar a mesma mesa em que o documento foi assinado. (Zero Hora)

 

Porto Alegre, 18 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.025

   Workshop sobre Leite Orgânico ocorre dia 30/08 em Pirassununga/SP

 
A produção de alimentos em sistemas orgânicos é uma alternativa que vem ganhando força anualmente, tanto em área cultivada como em número de produtores e mercado consumidor. Baseado nesta tendência e na relevância do tema, o Campus USP "Fernando Costa" em Pirassununga/SP, por meio do Programa USP Municípios,  resolveu organizar um workshop  relacionado com a produção de leite em sistema orgânico, que abordará os principais conceitos em:
 
Produção de leite orgânico em sistema de pastejo;  
Produção de leite orgânico em sistema de confinamento;
Cenário do leite orgânico;
Políticas de compra e formas de comercialização;
Além das informações sobre o processo de certificação. 
 
O Workshop possibilitará aos participantes conhecimentos sobre esta nova tendência de produção de leite em sistema orgânico, possibilitando atuação em um mercado exponencial  que ainda precisa de produtores e pessoas qualificadas para atuarem de forma efetiva e com conhecimento técnico.  (As informações são do Milkpoint)
 
Inscrições e mais informações no site: 
 
 
Confira abaixo a programação completa: 
 
                  
 
 
Produção mundial de leite deve se manter pressionada, diz USDA
Dos 44 países produtores de leite, apenas dois - o Brasil e a Índia - devem expandir seus rebanhos leiteiros este ano, segundo o relatório semianual do USDA Dairy chamado World Markets and Trade. Com o número de vacas devendo permanecer estável ou diminuindo na maioria dos maiores países produtores de leite do mundo, os ganhos por animal serão críticos para que a produção mundial se expanda.
“Com o clima piorando em muitos países produtores de leite, a oferta mundial de leite provavelmente refletirá o impacto total do declínio do rebanho leiteiro”, disse Sarina Sharp, analista do Daily Dairy Report. "Um declínio temporário - mas extraordinariamente íngreme - da produção de leite é possível se o clima piorar", completou ela. 
Já uma onda de calor recorde no final de junho na Europa provavelmente afetou a produção por vaca. O principal produtor de leite da Europa, a Alemanha, sofreu o mês de junho mais quente, assim como a Polônia, classificada em quinto lugar na lista de produção de leite da Europa. A França, o segundo maior país produtor de leite da União Europeia, viu a temperatura subir para um recorde de 45°C. “Essas temperaturas sufocantes são raras na Europa e a maioria das fazendas leiteiras europeias não investiu em sistemas de resfriamento parecidos com os das regiões leiteiras mais quentes dos Estados Unidos”, observa Sharp.
Do outro lado do Atlântico, a produção de leite nos Estados Unidos já estava abaixo dos níveis do ano anterior em maio, mesmo antes de o calor se tornar um fator. A produção de maio nos Estados Unidos caiu 0,4% para pouco mais de 8,6 bilhões de quilos e o número de vacas estava quase 1% abaixo dos níveis do ano anterior, de acordo com o último relatório da USDA sobre produção de leite.
Na Índia, a temporada de monções do país teve um começo ruim. No final de junho, as chuvas de monção da Índia foram apenas 36% do normal, de acordo com o Departamento Meteorológico da Índia. "Os produtores da Índia estão esperando chuva antes de começar a semear arroz, milho e soja e espera-se que os rendimentos das colheitas sofram", observa Sharp. "Os custos de alimentação na Índia aumentaram, assim como o custo para produzir leite, o que poderá reduzir a produção no longo prazo".
Monção é a designação dada aos ventos sazonais, em geral associados à alternância entre a estação das chuvas e a estação seca, que ocorrem em grandes áreas das regiões costeiras tropicais e subtropicais. A palavra tem a sua origem na monção do oceano Índico e sudeste da Ásia, onde o fenômeno é particularmente intenso. A Índia é o principal país afetado pelas monções. 
No Brasil, a situação é melhor, de acordo com Monica Ganley, analista do Daily Dairy Report e diretora da Quarterra, empresa de consultoria em alimentos e agricultura com sede em Buenos Aires. “Os preços do leite subiram 15,3% desde o início do ano e a US$ 39,6 por 100 quilos. Os preços do leite brasileiro são atualmente os mais altos na região e devem exceder em muito o custo de produção para a maioria das fazendas leiteiras”, disse Ganley. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a produção de leite do Brasil cresceu 2,2% em janeiro e fevereiro, antes de acelerar para um aumento de 4,7% em março. “Olhando para o segundo semestre deste ano, mais leite entrará em operação, tanto por flutuações sazonais normais quanto por produtores motivados que buscam capitalizar margens altas”, observa Ganley.
A produção de leite da Nova Zelândia em maio foi de 868.000 toneladas e caiu 0,1% em relação ao ano passado em termos de leite fluido e 1,1% em base de sólidos de leite. Para a estação, a produção de leite do país subiu 2,4% em relação à estação de 2017-18, com base em sólidos de leite. Desde 2013-14, o crescimento da produção de leite da estação da Nova Zelândia está basicamente estagnado, de acordo com Sharp. "As expectativas para a próxima temporada são semelhantes, com a produção devendo se manter estável ou ser um pouco maior - uma situação que é improvável que mude em breve", acrescenta ela.
Na vizinha Austrália, no entanto, a situação é bastante desfavorável. A seca em curso e a falta de alimentos obrigaram muitos produtores de leite a abandonar os negócios. De acordo com a Dairy Australia, a produção de leite nos últimos 12 meses encerrados em maio de 2019 despencou 7,7%. Desde janeiro, a produção anual de leite caiu dois dígitos a cada mês. (As informações são do Farm Journal & MILK Magazine, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 
Mudança no comando da Embrapa
Com a saída do presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, está aberta a temporada de especulações de prováveis candidatos ao cargo. O dirigente foi nomeado no ano passado, após processo de seleção. Quem assume interinamente é o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Luiz Moretti. O presidente Jair Bolsonaro já havia manifestado seu descontentamento com a gestão na Embrapa. Em encontro com a bancada ruralista no início do mês, sugeriu que o órgão seja "repotencializado". A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que será aberto processo para indicação de novo nome. (Zero Hora)
 

Expointer
O governador Eduardo Leite articula uma reunião do Conselho dos Estados do Sul (Codesul) durante a Expointer, em agosto, para tratar de questões do agronegócio. Representantes de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul são esperados no encontro. Nos bastidores, se fala que o tucano João Doria (SP) também deve passar por Esteio, em ritmo de campanha ao Planalto. Leite não confirma. (Zero Hora)
 

 

 

Porto Alegre, 17 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.024

   Futuro da atividade leiteira é tema de seminário em São Lourenço do Sul

Após a entrada em vigor das Instruções Normativas do Leite (INs) 76 e 77, desde 30 de maio, muito tem se falado sobre os desafios e o futuro da atividade leiteira no País. Pensando nisso, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul, em parceria com a Emater/RS-Ascar e a Prefeitura Municipal de São Lourenço do Sul, realizou o Seminário Regional com o tema: O Futuro da Atividade Leiteira, nesta quarta-feira (17/7), na sede do Esporte Clube São Lourenço, no município de São Lourenço do Sul, a fim de debater o tema junto aos produtores e indústrias da região.

O encontro reuniu mais de 600 participantes e contou com uma série de palestras sobre agricultura familiar, sucessão rural, estilo de vida para os produtores, ordenha robotizada, energia solar e geradores elétricos e depoimentos de produtores sobre as alternativas de produtividade e como consequência a rentabilidade da atividade leiteira. Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é muito importante que haja uma interação entre os produtores e a indústria. "O evento serviu para mostrar que o produtor de leite está em busca de maior profissionalismo, que já ocorre em outras cadeias produtivas em níveis mais avançados, ainda mais agora com a chegada das INS 76 e 77, que visam uma maior competividade do leite brasileiro, frente aos concorrentes do mercado mundial. Já que o Brasil exporta menos de 1% do que produz e importa 5% do que consome no mercado interno", afirmou, ressaltando que toda a cadeia produtiva do leite é responsável pelo resultado final do produto.

Na ocasião, estavam presentes o prefeito de São Lourenço do Sul, Rudinei Härter, e o presidente da Emater, Geraldo Sandri, que frisou a importância da parceria com o Sindilat para aproximar produtores e indústria. De acordo com a assistente técnica regional de sistemas de produção animal da Emater Mara Helena Saalfeld, o seminário encantou os produtores da região, principalmente, porque eles perceberam que a atividade também pode gerar qualidade de vida. 

O evento ainda homenageou os produtores mais antigos presentes no seminário e os mais novos. O seminário teve o patrocínio de Sicredi, Coopar/Pomerano, Danby/Cosulati e Lely Milkparts e o apoio da Latvida, Embrapa, Lumix, Flipersom, Piá, Solbras e J Malucelli. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

 Crédito: Jéssica Aguirres

                  

Embrapa: Anuário Leite 2019 reúne artigos e análises sobre o mercado do leite brasileiro e mundial

As novas estratégias da cadeia do leite para ganhar competitividade e conquistar os consumidores estão entre os principais temas do Anuário Leite 2019, publicação da Embrapa Gado de Leite, editada pelo jornalista Nelson Rentero e produzida pela Texto Comunicação Corporativa, que acaba de ser divulgada ao mercado.

"O consumidor assume cada vez mais o protagonismo no mercado de lácteos. Sua presença não é notada somente nos pontos de venda, diante das gôndolas, em meio a uma oferta ampla e diversificada de leite e produtos derivados. De forma oculta, ele também está dando ordens nas indústrias e nas fazendas leiteiras, sinalizando para o que mais gosta e o que quer levar para casa, enquanto fabricantes e produtores atentos se mostram sintonizados com demandas cada vez mais específicas e exigentes", ressalta o editor Nelson Rentero.

Outro importante foco do Anuário Leite 2019 é a Revolução 4.0 que está acontecendo dentro das propriedades leiteiras. "O leite saiu na frente na montagem de um ecossistema de inovação, criado pela integração de diferentes participantes da cadeia láctea, todos comprometidos com uma nova estruturação da atividade. O setor lácteo, sempre visto como um segmento pouco evoluído do agronegócio brasileiro, lidera pelo pioneirismo as ações de transformação digital de um dos segmentos mais dinâmicos da economia brasileira", assinala Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, coordenador-geral do Anuário e autor do artigo "O Leite e o Protagonismo na Revolução 4.0".

No total, o Anuário Leite 2019 conta com 104 páginas de informações sobre o mundo do leite, incluindo 35 artigos elaborados por pesquisadores da Embrapa Gado de Leite e especialistas convidados, incluindo entrevistas com Pedro Arcuri, chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, e Mauricio Silveira Coelho, da Fazenda Santa Luzia (Grupo Cabo Verde).

Além dos movimentos do consumidor e da Revolução 4.0, o Anuário inclui análises do mercado interno e internacional, tendências, avaliação de custos, preços e consumo, homenagem aos 40 anos da raça Girolando, as novas normas e boas práticas, indicadores e muito mais. A coordenação técnica é da pesquisadora Rosangela Zoccal.

"O Anuário Leite 2019 é a mais completa publicação sobre o leite disponível para produtores, indústrias, especialistas e técnicos se atualizarem sobre esse mercado fantástico, que movimenta mais de R$ 70 bilhões, envolve 1,3 milhão de produtores, 2 mil indústrias e 4 mil trabalhadores. O leite é produzido em praticamente todos os municípios brasileiros e o mercado expandiu 78% somente nos últimos cinco anos", ressalta Paulo Martins.

O Anuário Leite 2019 está disponível para download gratuito no site da Embrapa Gado de Leite (www.embrapa.br/gado-de-leite). (As informações são da Texto Comunicação)

Fundesa

O Conselho Deliberativo do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul aprovou nesta segunda-feira (15), em Assembleia Geral Ordinária de Prestação de Contas segundo trimestre, a indenização a 125 produtores de leite. 

O valor total da indenização supera R$ 1,7 milhão e refere-se ao abate sanitário de 973 animais com registro de brucelose e tuberculose. "O volume é alto, mas significa que o setor está se mobilizando para o controle das enfermidades nas propriedades rurais", afirma o presidente do Fundesa, Rogério Kerber. "O avanço de status na área de tuberculose e brucelose é um dos desafios na sanidade animal no estado e quanto antes conseguirmos o saneamento, melhor", completa.

O saldo do fundo fechou o primeiro semestre de 2019 com um total de R$ 88,56 milhões. O valor da receita no semestre foi de R$ 7,4 milhões e os aportes totais alcançaram R$ 4,2 milhões. Entre os investimentos realizados estão custeio de capacitações de técnicos do Serviço Veterinário Oficial, aquisição de insumos e equipamentos e a reforma de Inspetorias de Defesa Agropecuária localizadas em prédios próprios da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. As inspetorias de Caçapava e São Gabriel terão a reestruturação inaugurada ainda este mês. (Fundesa)

Governo de Bolsonaro demite presidente da Embrapa

O presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, foi destituído do cargo de presidente da Embrapa. A decisão foi publicada nesta quarta-feira, dia 17, no Diário Oficial da União (DOU). Ele ficou no cargo por nove meses. O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Luiz Moretti, assume interinamente.

O Ministério da Agricultura vai abrir um processo de seleção para escolha do novo comandante da empresa, mas ainda não há prazo para isso acontecer. Um dos possíveis nomes para assumir o cargo é o general Oswaldo Jesus Ferreira, mas ainda não há confirmação por parte do governo. A expectativa é que o nome final seja definido ainda no mês de agosto. 

"Ainda não há um nome. Por enquanto, o diretor Celso Moretti assume", afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A demissão de Sebastião Barbosa foi definida nessa terça-feira, dia 16, em reunião do Conselho de Administração da Embrapa, presidido pelo secretário de Inovação do Ministério da Agricultura, Fernando Camargo.

Camargo afirmou que deve abrir o processo de seleção, mas também há possibilidade de indicação direta do nome do novo presidente. Segundo ele, o estatuto da empresa e a Lei das Estatais prevê essa possibilidade.  No processo de escolha de Sebastião Barbosa, 16 candidatos disputaram a vaga.

Ele disse ainda que não está definido se haverá troca dos três diretores, Celso Luiz Moretti, que assumiu a presidência temporariamente, Lúcia Gatto e Cleber Soares. Os mandatos deles se encerram no próximo dia 27, mas podem ser renovados.

Sebastião Barbosa foi nomeado pelo ex-presidente da República, Michel Temer, em outubro de 2018. O mandato seria de dois anos. No início desse mês, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou o interesse de trocar o comando da Embrapa e que queria "repotencializar" a empresa. (Canal Rural)

A preocupação com impactos do acordo Mercosul/UE nos setores de leite e de vinho esteve na paura de encontro na Ocergs, em Porto Alegre. O Secretário da Agricultura, Covatti Filho, disse que o Estado estudará "mecanismos que possam oferecer políticas públicas para tornar as cooperativas deste setor ainda mais competitivas". (Zero Hora)

Porto Alegre, 16 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.023

   GDT
 

 
(GDT, adaptado pelo Sindilat)
 
                  

Sindilat participa de encontro que avalia modernização trabalhista

Nesta terça-feira (16/7), ocorre o 2º seminário sobre "A Evolução da Modernização Trabalhista", no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre. O encontro reuniu representantes de indústrias, entidades e sindicatos, dentre os quais o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

O objetivo de discutir o futuro do mercado de trabalho brasileiro a partir da reforma trabalhista, aprovada em 2017, e que alterou regras para flexibilizar o regime de trabalho e simplificar a relação entre empregador e trabalhador.

Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é de suma importância que esses temas sejam debatidos, visto que precisamos reconstruir a atividade econômica do Brasil. "Um País só cresce na medida em que as empresas crescem", afirmou.

O seminário contou com diversos painelistas que abordaram, também, a reforma da previdência, taxa de desemprego do País, terceirização, flexibilização de horários e trabalho home office, dívida pública, concessões e privatizações, entre outros pontos.

Segundo a especialista em Direito do Trabalho Alessandra Lucchese, que comandou um bate papo sobre os novos modelos legais de realização do trabalho, para se ter uma empresa inovadora, é preciso ter pessoas inovadoras trabalhando. "Estamos em uma nova era de tecnologia e informação onde, a cada dia, serviços que nunca imaginamos são criados", reflete. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Stephany Franco

Os motivos que fazem os jovens ficarem ou deixarem o campo no RS 

Em meio ao desafio de reter jovens em um campo cada vez mais envelhecido, o papel da família no processo de sucessão é o que acaba determinando a decisão dos filhos de deixarem o meio rural ou darem continuidade aos negócios da família. Embora o cenário externo exerça influência, como rentabilidade da atividade e quantidade de terra, é o ambiente interno que conduzirá o caminho escolhido pela juventude rural. É o que mostra pesquisa feita pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) com 743 filhos de agricultores no Estado, com idades entre 13 e 21 anos.
 
-- O ponto chave da sucessão está dentro das famílias. Se os jovens crescem ouvindo os pais reclamando da profissão, é provável que migrem para a cidade. Claro que tem a ver com vocação também mas, de qualquer forma, os filhos precisam ser preparados para o futuro -- afirma Raquel Breitenbach, professora do IFRS no campus Sertão e coordenadora da pesquisa.
 
O levantamento, realizado no ano passado em todas as regiões gaúchas, mostra os determinantes do interesse e da falta de vontade em serem sucessores familiares na atividade agrícola (veja detalhes da pesquisa no final da matéria).
 
-- Os resultados contrariam o senso comum de achar que é só a questão financeira que interfere na decisão. E as motivações são muito semelhantes em todas as regiões -- detalha Raquel.
 
Uma das causas que levam os filhos de produtores a quererem ser sucessores, segundo a pesquisa, é a autonomia dada pelos pais para participarem das decisões referentes à propriedade.
 
-- O diálogo dentro da família é fundamental. Direito à herança todos terão, mas ser sucessor é uma decisão dos jovens a partir das oportunidades que a família oferece -- acrescenta Clarice Vaz Emmel Böck, coordenadora estadual de Juventude Rural, Gênero e Educação do Campo da Emater-RS.
 
Homens ainda são mais estimulados a se manterem na propriedade
O índice de interesse dos entrevistados em ser sucessor é de 45,2%. Quando os resultados são divididos por gênero, o percentual aumenta para 59,6% entre os meninos e despenca para 28,6% entre as meninas.
 
-- É uma questão cultural e histórica. As meninas ainda são mais incentivadas a saírem do campo, a estudarem nas cidades. Mais um indicativo da influência da família nesse processo -- indica Clarice.
 
Apesar do ambiente ainda mais propício aos homens, a diferença de gênero no campo vem diminuindo, com cada vez mais mulheres dispostas a assumirem os negócios -- quebrando barreiras machistas ainda presentes. 
 
É o caso da estudante Silvia Kanigoski, 17 anos, de Viadutos, no norte do Estado. Cursando técnico em agricultura, ela pretende continuar trabalhando na produção de leite e de grãos em 18 hectares. Os dois irmãos, ambos mais velhos, já deixaram a propriedade da família para trabalhar na cidade. 
 
-- Meus pais sempre me incentivaram a ficar, a dar continuidade. Eu vejo meu futuro aqui -- conta Silvia, que leva quase três horas por dia para ir estudar na cidade e retornar para casa.
Quando concluir o Ensino Médio, a jovem pretende cursar Zootecnia. Para isso, terá de passar um tempo fora da propriedade.
 
-- Mas depois vou querer voltar -- garante Silvia. 
 
O mesmo caminho é trilhado por Ana Gabriela Zorzan, 18 anos. Filha de produtores rurais de Getúlio Vargas, no norte do Estado, mora durante a semana em um internato em Sertão, onde cursa técnico em agropecuária no IFRS. Nos finais de semana, ajuda os pais na produção de leite e de grãos e também na gestão da propriedade de 32 hectares.
 
-- Sou eu que faço os orçamentos para compra de insumos, como farelo para alimentação das vacas -- conta Ana Gabriela, que sente-se inserida no negócio da família.
 
E, embora tenha gosto natural pela pecuária, confessa que hoje está dividida entre seguir os estudos na Veterinária ou na Agronomia. 
 
-- Gosto das duas áreas na verdade, mas acho que a parte vegetal está em vantagem -- revela a jovem, que tem uma irmã de 20 anos cursando Veterinária na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 
 
Os dois irmãos, mais velhos, não seguiram a atividade agrícola.
 
-- Acho que sobrará para as mulheres da casa -- brinca Ana Gabriela. 
 
Fatores de Influência
Entre os que decidiram ficar:
• Quantidade de terra que os pais têm
• Boa remuneração das atividades
• Investimentos feitos pelos pais na propriedade (tecnologia e melhorias em geral)
• Incentivo de políticas públicas
• Autonomia dada pelos pais para participar das decisões
• Relações de confiança com vizinhos e comunidades
• Possibilidade de alimentação e moradia barata
 
Entre os que decidiram sair:
• Baixo investimento dos pais na propriedade (tecnologia e melhorias em geral)
• Vergonha de ser agricultor
• Falta de incentivo de políticas públicas
• A ideia de que a agricultura não dá dinheiro
• Presenciar reclamações constantes dos pais sobre a atividade
• Não gostar da agricultura, não se identificar com a profissão
 
Herdeiros precisam se profissionalizar
No caminho para a troca ou compartilhamento de bastão no meio rural, um ponto é visto como chave entre especialistas: a necessidade de profissionalizar os sucessores para enfrentarem um mercado global cada vez mais competitivo.
 
-- É fundamental que os pais e os filhos tenham essa consciência. Não pode se acomodar por ser proprietário. É preciso desenvolver os jovens como profissionais, para que estejam em constante atualização e modernização em questões de mercado e tecnologia -- explica Teresa Roscoe, professora da Fundação Dom Cabral. 
 
A informalidade do campo, alerta Teresa, não pode ser confundida com a falta de necessidade de adotar práticas comuns do mundo empresarial: 
 
-- É preciso construir um alinhamento entre os membros da família, com propósito e visão de futuro. A transmissão da cultura e do conhecimento são essenciais. 
 
A hora certa para os pais começarem a falar sobre sucessão dependerá da maturidade de cada filho, mas pequenos detalhes na infância já podem conduzir o processo, segundo Luis Fernando Cavalheiro Pires, assessor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS):
 
-- As crianças e os jovens precisam ser ensinados a valorizar o trabalho da família, como a importância da produção de alimentos. 
 
E, mesmo quando os herdeiros não têm pretensão de participar das atividades imediatamente, eles precisam ser inseridos no planejamento sucessório da propriedade. 
 
-- Um dia, os herdeiros, querendo ou não, farão parte do negócio. Então, o melhor é que sejam preparados para quando esse dia chegar -- destaca o assessor do Senar-RS. 
 
Busca de conhecimento
Neto de produtor rural, Conrado Pereira Zanferari, 19 anos, está se preparando para assumir os negócios da família. Estudante de Administração na Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS), o jovem pretende buscar o máximo de conhecimento para contribuir com a produção de grãos e a criação de gado de corte. No total, a propriedade da família soma cerca de 12 mil hectares.
 
-- Quero me formar, ficar um tempo nos Estados Unidos e, depois, me inserir efetivamente nos negócios da família -- afirma Zanferari.
 
Natural de Bagé, mudou-se para Porto Alegre ainda criança. Mas nunca perdeu os laços com o Interior e com a agropecuária.
 
-- Cresci em cima de um trator, andando pela fazenda com meu avô e com meu tio, que é também meu padrinho. Estou me preparando para compartilhar com eles técnicas para aprimoramento da gestão rural -- projeta Zanferari, neto mais velho de Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). (Zero Hora)
Agro em 1 Minuto 
CLIQUE AQUI para assistir o vídeo da série "Agro em 1 minuto" para deixar claro que os produtores rurais de todos os tamanhos são importantes para você e para nós do Sistema CNA/Senar. (Sistema CNA/Senar)

 

Porto Alegre, 15 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.022

   Sindilat visita fábrica da Domilac em São Domingos do Sul

Aproveitando a visita à região Noroeste na última sexta-feira (12/7), o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, acompanhou o senador Luis Carlos Heinze e o deputado estadual Ernani Polo, ambos do PP, em uma visita à fábrica da Domilac, no município de São Domingos do Sul. O convite para conhecer as instalações da associada ao Sindilat, que processa diariamente 100 mil litros de leite e tem foco na comercialização de queijos, partiu dos diretores Rodrigo Polh e Charles Pansera.


Crédito: Julio Cezar Medeiros

No encontro, Palharini se mostrou preocupado com a situação dos laticinistas após o acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a União Europeia. Na oportunidade, o secretário-executivo do Sindilat também citou a falta de poder de compra da população para o consumo de lácteos devido ao momento econômico do País. Heinze disse entender os questionamentos e prometeu defender os interesses das indústrias do Rio Grande do Sul.

Segundo Pansera, o encontro na fábrica da Domilac foi de grande valia, uma vez que o resultado do acordo entre os blocos reflete diretamente nas indústrias de laticínios por conta da entrada de queijo no país. Durante a visita, Pansera reforçou o pedido de investimento na infraestrutura viária da cidade. O prefeito de São Domingos do Sul, Fernando Perin, presente no encontro, afirmou que irá trabalhar juntamente o senador Heinze e o deputado Polo para que seja possível uma parceria entre o município, o Estado e iniciativa privada. (Assessoria de imprensa Sindilat)

                  

Italiana Brazzale alerta para falta de competitividade de lácteos no Brasil

Piercristiano Brazzale, que com os irmãos Roberto e Gian dirige a Brazzale, mais antiga indústria de lácteos da Itália, não esconde a surpresa com o que viu recentemente num supermercado de Campo Grande (MS): seu queijo Grana Padano, mesmo submetido a uma tarifa de importação de 28% para entrar no Brasil, era vendido mais barato que seu concorrente brasileiro.

Enquanto o quilo do queijo italiano tipo parmesão custava R$ 99,99, o concorrente brasileiro era oferecido a R$ 129,99 - 30% mais caro. Para Piercristiano, esse é um sinal do choque de competitividade que o segmento de lácteos no Brasil enfrentará com o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.

Pelo acordo, a UE terá uma cota, a ser implementada em dez anos, de 30 mil toneladas para exportar queijos para Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A tarifa de importação intra-cota partirá do nível atual de 28% e chegará a zero em uma década. A muçarela foi excluída dos queijos que a UE poderá exportar para o Mercosul.

 "O segmento de queijo no Brasil teve protecionismo, mas vai precisar melhorar muito a qualidade e ter um sistema eficiente de produção para enfrentar a concorrência que virá", diz Piercristiano. Ele lembra que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de leite, mas que a qualidade do produto é considerada baixa. E diz que o país precisará melhorar muito também para aproveitar o acesso ao mercado europeu oferecido pelo acordo. Para o empresário, uma possibilidade para os brasileiros é inicialmente vender leite em pó, desde que adaptado aos padrões internacionais.

Como presidente do Comitê Científico da Federação Internacional do Leite (FIL), sediada em Bruxelas, Piercristiano quer atrair mais participantes do segmento do Brasil, incluindo o governo, para trabalhos conjuntos na melhora de condições higiênico-sanitários, padronização de máquinas, marketing etc. O governo pode também se tornar membro da FIL, se quiser, e participar diretamente da elaboração de normas internacionais para o segmento.

De outro lado, o empresário não esconde o interesse em ter melhores condições para, mais tarde, investir no Brasil. "É o país que tem o maior potencial para produção agrícola no mundo", diz. Mas insiste que, além de maior eficiência no segmento, espera uma redução do custo Brasil. A Brazzale produz sobretudo queijo e manteiga, exporta para 65 países e faturou € 205 milhões em 2018. É a única grande indústria de lácteos italiana que construiu fábricas fora da Itália. Produz queijos na Moravia, a mais rica região agrícola do antigo império austro-húngaro, hoje na República Checa, e muçarela e ricota na China.

No Brasil, tem a Fazenda Ouro Grande, em Mato Grosso do Sul, que abriga um projeto de sustentabilidade ambiental de criação de gado e produção de carvão vegetal em 3,8 mil hectares - para cada vaca, há 300 árvores de eucalipto. A empresa tem certificação para exportar a carne à Europa. No momento, vende para JBS e Marfrig.

Em termos de custo, o empresário compara o Brasil à Itália. Exemplifica que na República Checa o salário líquido médio de um empregado é de € 1 mil, semelhante ao da Itália. A diferença é que o custo total por empregado para produzir será de € 1,4 mil na República Checa e de € 2,4 mil na Itália. No Leste Europeu, por exemplo, a energia elétrica é 50% mais barata e o gás, 20%. "O Brasil precisa ter uma estratégia de política pública para melhorar o padrão de seu leite e reduzir os custos para concorrer no mercado internacional e atrair investimentos". (Valor Econômico)

 

Nova liderança toma forma no país
Demorou quase dois anos para que a compra da mineira Itambé pela francesa Lactalis fosse concretizada. Mas o fim da disputa travada com a mexicana Lala confirmou o negócio na última semana, mudando a liderança do setor no país.
Com a nova composição da empresa, a captação anual de leite no Brasil passará a ser de 2,3 bilhões de litros, à frente da Nestlé, com 1,6 bilhão de litros ao ano. O faturamento anual é estimado em R$ 8 bilhões.
- A operação tem sinergia grande, porque as regiões de captação são muito complementares, com períodos diferentes de safra - observa Guilherme Portella, diretor de comunicação da Lactalis.
A companhia tem cinco unidades no Rio Grande do Sul. (Zero Hora)