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A Italac e a Piracanjuba, empresas associadas ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) e com plantas fabris no Estado, entraram para o ranking Brand Footprint, das marcas mais escolhidas do Brasil em 2019. A pesquisa é realizada pela Kantar, líder global em dados, insights e consultoria. Em terceiro lugar, a Italac apareceu pela primeira vez no pódio, tendo sido escolhida 325 milhões de vezes. Já a Piracanjuba, ficou em oitavo lugar sendo 242 milhões de vezes escolhida pelos consumidores.

Para a gerente de marketing da Piracanjuba, Lisiane Guimarães, o resultado da pesquisa é motivo de comemoração. “Principalmente porque temos a ciência de que trabalhar com seriedade e transparência rende posições relevantes.” Quem reforça esse sentimento é um dos superintendentes da empresa, que deixou seu recado ao time da Piracanjuba: “eu nunca disse que queria ser o maior. O importante é estarmos entre os melhores e sermos reconhecidos por isso. Crescermos é uma consequência do nosso trabalho bem feito. E, por isso, estamos de parabéns!”

De acordo com a gerente de marketing da Italac, Eloise Denys, a empresa recebe esse resultado com orgulho e humildade. “A Italac compartilha essa conquista com seus mais de 17 mil produtores rurais, parceiros e fornecedores, além dos 3.300 colaboradores, que trabalham diariamente com amor, determinação e atenção a todos os detalhes para levar o alimento do campo até a casa dos consumidores.”

Segundo a pesquisa da consultoria, de janeiro a abril de 2020, quando o mundo já convivia com o impacto da pandemia de Covid-19, 49% das marcas cresceram em Consumer Reach Point (CRP) no Brasil. Nesse contexto, as marcas locais ganharam ainda mais relevância, representando mais de 65% do mercado em valor, contra 64% no mesmo período do ano anterior.

Em comparação com 2018, o brasileiro aumentou em 4% o valor gasto com compras de bens de consumo massivo em 2019, especialmente nos lares com 1 ou 2 pessoas (+6%), monoparentais (+6%) e formados por donas de casa com mais de 50 anos (+5%). Entre os canais de compra, destaque para atacarejos, com crescimento em valor de 12%, e farmácias e drogarias, com 6%.

Ranking completo:

1 - Coca-Cola (refrigerantes) - 507 milhões
2 - Ypê (higiene e limpeza) - 492 milhões
3 - Italac (leite e derivados) - 325 milhões
4 - Colgate (produtos bucais) - 302 milhões
5 - Tang (refresco em pó) - 245 milhões
6 - Piracanjuba (leite e derivados) - 242 milhões
7 - Nissin (macarrão instantâneo) - 240 milhões
8 - Soya (óleos de cozinha, maionese e margarina) - 228 milhões
9 - Nescau (achocolatados e cereais) - 216 milhões
10 - Vitarella (massas e biscoitos) - 214 milhões

Com informações de Kantar World Panel e Uol Economia

Crédito: lifeforstock

 

A Aliança Láctea Sul Brasileira promove nesta sexta-feira (17/7), reunião virtual com seus integrantes para tratar de temas ligados à cadeia produtiva, com foco na pandemia e seus reflexos no mercado interno, nas exportações para os mercados da América do Sul e Ásia e na unificação do controle e saneamento de doenças de zoonoses entre os três estados do Sul. O encontro será remoto, atendendo às determinações das autoridades de saúde, e acontece das 9h às 12h30min.

A reunião, a primeira a ser realizada após o início da Covid-19, tratará justamente dos relatos dos protocolos que vem sendo adotados pelo setor lácteo para manter a produção e a qualidade dos produtos aos consumidores, além do intenso trabalho desenvolvido pelas indústrias no que se refere à proteção dos trabalhadores, produtores rurais e demais pessoas envolvidas direta ou indiretamente com os estabelecimentos. “O momento agora também é dar continuidade no planejamento do setor, e isso necessariamente passa pelas exportações, o que exige competitividade e alinhamento com questões sanitárias, pontuou o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) e coordenador da Aliança Láctea, Alexandre Guerra.

Segundo Guerra, após o primeiro momento de esforços junto às indústrias para manter a produção, a qualidade e o fornecimento de alimentos e ao mesmo tempo garantir a proteção dos trabalhadores, agora é a hora de voltar a planejar o futuro da cadeia láctea. “O auxílio emergencial do governo garantiu o consumo das famílias na medida em que assegurou renda no momento de dificuldades. Isso manteve o ritmo de consumo dos produtos lácteos no mercado interno, com exceção da linha food service. Mas temos que pensar como será esse mercado daqui para a frente sem esse auxílio”, afirmou Guerra, destacando a necessidade de se buscar oportunidades comerciais no mercado externo.

A Aliança Láctea Sul Brasileira reúne representantes das secretarias de Agricultura dos estados da Região Sul, além de representantes do Sindilat-RS, Sindileite de Santa Catarina e do Paraná e Federações da agricultura dos três estados. Para a reunião desta sexta-feira já confirmaram presença nomes como a superintendente do Ministério da Agricultura no RS, Helena Rugeri, o presidente da Apex-Brasil, Sérgio Segóvia Barbosa, o diretor de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural da Secretaria da Agricultura do RS, Ivan Saraiva Bonetti, e a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra. Outras entidades do agronegócio também participarão, como Farsul e Fetag, Emater, Câmara Setorial do Leite do Ministério da Agricultura e o deputado Alceu Moreira, que preside a Frente Parlamentar do Agronegócio da Câmara Federal.

Reunião remota da Aliança Láctea Sul Brasileira
Quando: dia 17/07 sexta-feira
Horário: 9h às 12h30

A constatação de que os processos no setor industrial nunca mais serão os mesmos neste momento, e especialmente no pós-pandemia, vem suscitando debates sobre quais são os caminhos que precisam ser adotados para garantir excelência de uma ponta a outra da cadeia, independentemente da área de negócio. Buscando reunir diferentes elos da produção gaúcha, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav)/ Sipargs promoveu, na manhã de terça-feira (14/7), o VIII Fórum Virtual Edição Especial: Soluções, Suportes e Alternativas para o enfrentamento à Covid-19 na Indústria de Alimentos. A mediação do debate foi feita pela engenheira de Segurança do Trabalho da Cooperativa Languiru e integrante da Comissão SST – Segurança em Medicina do Trabalho da Asgav/Sipargs, Diane Sordi.

O ponto central do debate foi feito pela engenheira agrônoma diretora da Plantarum Desenvolvimento e Tecnologia, empresa que atua na prestação de serviços de análises de alta complexidade e controle de qualidade nos setores de produção vegetal, microbiologia e fármacos. De acordo com Andrea Brondani da Rocha, a certificação de processos nas indústrias se tornou imprescindível para manter o diferencial dentro de uma empresa e conquistar competitividade nos mercados em que atua.

Segundo ela, a melhoria contínua da eficácia e da qualidade – do ponto de vista agora epidemiológico – deve ganhar em breve um novo aliado: um consórcio organizado pelo senador Luis Carlos Heinze produziu protocolo clínico já aprovado pelo Ministério da Saúde – que está sendo executado pela área epidemiológica da Santa Casa de Misericórdia de Porto alegre. Com base nesse protocolo, serão implantados processos junto a trabalhadores de indústrias que atuam em linhas de maior exposição ao coronavírus. “Será a possibilidade de um acompanhamento mais efetivo, via diagnóstico PCR. Com isso, os impedimentos que ocorreram mais significativamente em indústrias frigoríficas poderão ser solucionados inclusive do ponto de vista jurídico”, afirmou Andrea.

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, reforçou a importância de iniciativas que contemplem a indústria de alimentos brasileira neste momento de dificuldades sanitárias. Segundo ele, além de protocolos, o segmento precisa da certificação para seguir atuando em todas as frentes e mercados. “Os lácteos têm maior concentração no mercado interno e, para o nosso setor, que visa ampliar as exportações, a adoção de critérios que vão do produtor à indústria são essenciais para essa conquista”, pontuou. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, também acompanhou o debate.

O presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, parabenizou a iniciativa da Asgav/Sipargs, no sentindo de promover amplos debates que alinham decisões sobre a melhor atuação hoje e no pós-pandemia. “Especialmente no que se refere à proteína animal, onde surgiram eventos pontuais, é importante a proteção de trabalhadores e processos”, disse. O chefe do Legislativo afirmou ainda que é necessário que sejam respeitadas as orientações para que todo o esforço de uma cadeia seja reconhecido. Polo reforçou também aos representantes das entidades presentes, que nos próximos dias deverão ser chamados pelo governador Eduardo Leite para serem apresentados aos pontos da Reforma Tributária gaúcha, apresentada pelo governo na terça-feira.

O diretor-executivo da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos, confirmou que o setor da alimentação vem atuando com responsabilidade para evitar o crescimento do número de casos de Covid-19 nos estabelecimentos. Somente nos frigoríficos avícolas foram investidos R$ 28 milhões em apenas três meses. “Estamos dedicando todos os esforços para combater a pandemia em nossas indústrias, e certamente, os reflexos destes investimentos evitaram uma maior propagação do vírus e propiciaram maior segurança dentro dos estabelecimentos industriais”, pontuou. O aporte nesse período incluiu contratação de consultorias, validação de protocolos, compra de insumos diversos e EPI’s.

Os cuidados que o produtor de leite precisa ter na propriedade para afastar a possibilidade de contaminação por coronavírus foram tema de live promovida na manhã desta segunda-feira (29/6) pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Reunindo um time de especialistas da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Seapdr) e da Embrapa, o debate remoto elencou dicas importantes que o produtor deve adotar – ou redobrar – para que a doença não chegue aos proprietários e colaboradores das propriedades rurais e, assim, não comprometa a produção e os resultados financeiros.

O Webinar 'Covid-19: o que o produtor precisa saber' deu um foco importante na biosseguridade na cadeia da bovinocultura de leite na rotina do transporte – uma das mais sensíveis do processo, uma vez que o caminhão de coleta passa por diversas propriedades. De acordo com Rogério Dereti, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, diante do cenário é essencial que o produtor adote mudanças de hábitos, reforçando que a atividade leiteira em si, já exige uma série de regras e boas práticas de produção que contemplam parte das recomendações das autoridades de saúde. “Não é algo fácil de se fazer no cotidiano e, no caso dos transportadores, que mantêm diversos contatos ao longo do dia, é recomendável que mantenha a distância de dois metros dos indivíduos que atuam na propriedade, bem como faça uso sempre do álcool em gel 70%", afirma Dereti.

Guilherme Nunes de Souza, também pesquisador da Embrapa Gado de Leite, lembra que o momento de coleta do leite do resfriador também merece atenção especial. “O ideal é o que o próprio transportador encaixe a mangueira no equipamento e, após isso, faça a higiene do registro com álcool”, explica Nunes. Segundo ele, os produtores ainda devem manter a tampa do registro no local adequado, uma vez que isso ajuda na manutenção da qualidade e assepsia de todo o processo. Em outra frente da rotina da propriedade, Dereti sugere que as tarefas na fazenda sejam bem divididas para evitar que diferentes pessoas tenham contato com equipamentos e superfícies – ação que facilita a contaminação pela Covid-19. “Na sala de ordenha, por exemplo, em uma propriedade com quatro conjuntos de ordenha, não é preciso mais de uma pessoa para fazer o serviço. Essa é a proporção ideal neste momento de cuidados extremos”, afirmou Dereti.

Na rotina que não depende de fatores externos, as famílias devem restringir o acesso/visitas de pessoas que não sejam fundamentais para dar andamento à atividade leiteira. No caso da entrega de insumos feita por pessoas de fora, sempre manter a distância recomendada de dois metros e, depois, higienizar as superfícies que tenham sido tocadas pelo visitante. Em outros casos de pessoas da família do produtor que mantenha atividades fora da fazenda, é altamente recomendável manter o distanciamento, além da rotina que se faz necessária a todos nos dias atuais: troca de roupas e assepsia total quando chegar em casa.

A pesquisadora da Secretaria da Agricultura do Estado Laura Lopes de Almeida reforçou a importância dessas medidas preventivas dentro da propriedade, uma vez que 80% das pessoas contaminadas por coronavírus são assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas. Isso significa que os sintomas físicos não podem ser unicamente considerados na hora de manter proximidade com as pessoas. “Dois metros é a distância ideal, além do uso permanente de máscaras quando em contato com pessoas de fora, higiene das mãos e das superfícies regularmente são as armas que temos para enfrentar esta guerra”, pontuou Laura, coautora de um guia organizado pela Embrapa Clima Temperado, que traz orientações aos produtores de leite e como tomar medidas de precaução para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

Os planos sociais criados para fazer frente à pandemia do coronavírus no Brasil – que somam mais de R$ 200 bilhões incluindo auxílio emergencial, liberação de FGTS e antecipação do 13° salário - foram fundamentais para manter o consumo de produtos lácteos no Brasil nos últimos meses. Em live Roda de Conversa – Mercado do Leite - promovida na manhã desta sexta-feira (26) por Emater-RS e Secretaria da Agricultura do Estado, o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, pontuou que os recursos injetados na economia contribuíram para reduzir o impacto da crise sobre o setor – uma vez que as famílias priorizaram a compra de alimentos neste período. “Em meio às incertezas, dependemos dos planos sociais para também contribuir no giro da economia interna, o que inclui a manutenção do consumo de lácteos pelas famílias”, pontuou Guerra. Segundo ele, o segmento também foi ancorado no momento de crise pelo fator câmbio sobre a parcela da produção que é importada - essencialmente o leite em pó.

Como representante da indústria, Guerra destacou que uma das linhas mais afetadas pela crise foi a de food service, voltada a um grande mercado que atende hotéis, restaurantes, lancherias e o setor de eventos em geral. “Com o fechamento desses estabelecimentos e os cancelamentos de todos os eventos, essa linha simplesmente parou”, afirmou o presidente do Sindilat. No entanto, o isolamento das famílias e a impossibilidade de se investir em outras ações – viagens ao exterior por exemplo – levaram muitos brasileiros a direcionarem seus recursos para a qualidade de vida dentro de casa. “O setor lácteo neste mês de junho já sentiu esse impacto positivo das famílias apostando em novas receitas, pois houve um aumento das vendas de itens diferenciados da cadeia láctea, como manteigas, cremes de leite, leite em pó e queijos, equilibrando assim a perda da comercialização no food service”, constata Guerra.

Apesar do aumento do consumo em algumas linhas, desde março o mercado se mantém bastante volátil em relação a preços, oferta, estoque e demanda – acompanhando o movimento de consumo que em um primeiro momento da pandemia cresceu exponencialmente para depois oscilar. “As incertezas prevalecem no setor e o que vemos é um mercado sem saber como proceder diante do cenário”, destacou. Para Guerra, a fragilidade do momento exige ações de equilíbrio para acompanhar a evolução do mercado. “Isso passa pela lição de casa, fazendo a gestão da atividade e buscando a equação, como produzir mais com menos”, afirma Guerra. Outras iniciativas importantes partem do governo, com a promoção de uma reforma que simplifique e unifique o sistema tributário nacional, e do próprio setor, com redução de despesas, diversificação de linhas e inserção no e-commerce, que nos últimos meses vem se mostrando importante ferramenta de comercialização para todos os segmentos da economia.

Jaime Ries, assistente técnico estadual em Bovinocultura de Leite da Emater-RS, falou sobre os desafios do setor produtivo diante do cenário que inclui balança comercial deficitária, redução drástica do número de produtores na atividade (especialmente os menos tecnificados) e queda no consumo. De acordo ele, no período que compreende 2009-2018, o déficit da balança do setor equivaleu a 2,8% do volume total de leite. “São cerca de 900 bilhões de litros/ano daquilo que é consumido no país”, afirma Ries. No mesmo período analisado, em todos os anos o Brasil foi deficitário no comércio exterior , sempre importando mais que exportando. “A exceção foi em 2008, quando a curva se inverteu, mas logo depois voltamos à realidade de importador”, pontuou o técnico. Segundo ele, em média, o Brasil exporta apenas 1% daquilo que produz e importa 3,50%. Para Guerra, apesar de tudo o setor segue trabalhando, captando todo o leite das propriedades e industrializando para fazer chegar nas casas dos consumidores um produto tão essencial para saúde das pessoas.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Seapdr) promovem, no dia 29 de junho, live sobre os cuidados e prevenções para Covid-19 dentro das propriedades rurais. O evento, que surgiu da necessidade de discutir biosseguridade na cadeia leiteira, apresentará um guia informativo intitulado de “Covid-19 - O que o produtor de leite precisa saber?”. O debate também vai abordar as rotinas de higienização que os transportadores de leite precisam manter durante as coletas. A transmissão será gratuita e ao vivo, às 10h, pelo canal no Youtube da Embrapa

Segundo a palestrante Laura Lopes de Almeida, médica veterinária e virologista no laboratório do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), da Secretaria de Agricultura, as discussões sobre biosseguridade vêm crescendo na rotina dos produtores de leite. Para ela, o coronavírus é uma doença do estilo de vida moderno, que irá modificar para sempre algumas rotinas de higienização dentro e fora dos grandes centros urbanos. “Agora, estamos precisando mudar de forma emergencial, mas algumas transformações precisam ficar para sempre, e a biosseguridade é uma delas. Esses conceitos que os produtores e indústrias têm de higienização são desafios que precisamos inserir também dentro da nossa vida urbana. Higienização e segurança do pasto ao prato”, explica.

Para a médica veterinária da Embrapa Clima Temperado Lígia Pegoraro, uma das grandes lições que a Covid-19 trouxe foi a necessidade da saúde única: o homem, os animais e a propriedade. A técnica ainda afirma que biosseguridade interna e externa precisam andar de forma transversal. “O transportador de leite, os veterinários, as pessoas que vendem insumos, os produtores rurais e as indústrias devem estar juntos. É uma corrente e se algum elo quebrar põe em risco todo o sistema”, destaca.

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat-RS), Darlan Palharini, reforça que eventos como esses vêm ao encontro da dedicação das indústrias em manter os processos de higienização alinhados aos produtores rurais. “As indústrias de laticínios, assim como outras empresas que também trabalham com alimentos, sempre estiveram atentas às seguranças necessárias para entregar qualidade aos consumidores. Durante a pandemia, essa preocupação triplicou e as mudanças seguirão na rotina na cadeia leiteira”, enfatiza.

Também participam do evento os médicos veterinários da Embrapa Gado de Leite Guilherme Nunes de Souza e Rogério Derreti, e a médica veterinária da Embrapa Suínos e Aves Clarissa Vaz.

O desempenho do setor lácteo em 2020 dependerá de ações práticas a serem adotadas pela gestão pública do país e dos estados para remediar o impacto da Covid-19. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado (Sindilat-RS) e diretor geral da Cooperativa Santa Clara, Alexandre Guerra, serão necessários planos sociais e medidas que permitam a recuperação da economia. O executivo participou de live, nesta segunda-feira (15/6), com a jornalista Gisele Loeblein no canal no YouTube de GaúchaZH. O bate-papo na íntegra pode ser acessado em https://www.youtube.com/watch?v=qcq_Nh1YA5c. “Vamos depender muito do transcorrer dos próximos meses, até porque quando chegarmos em agosto e setembro teremos maior produção no Sul do Brasil. Vai se comportar conforme a oferta e a demanda”, afirmou Guerra. O dirigente ressaltou ainda que é preciso valorizar os produtos locais, a fim de auxiliar na recuperação da economia. “Temos que nos abraçar como um sistema cooperativo. Assim, tenho certeza que vamos nos recuperar mais rápido do que a gente imagina”, ressaltou.

Guerra ainda falou sobre as mudanças na forma de consumo das famílias durante a pandemia. Segundo ele, no início da quarentena, o setor registrou queda na linha de food service, mas, por outro lado, apresentou melhor desempenho em itens como queijo, leite em pó e leite UHT utilizados nos lares. 

O dirigente também enfatizou a importância de se trabalhar a competitividade no setor para que o país se torne exportador de produtos lácteos. Sobre o mercado chinês, afirmou que é preciso entender a cultura do país asiático, compreender o posicionamento do produto e forma de embalagem, além da comunicação.  “É preciso posicionamento. Temos que entrar nesse mercado com produtos diferenciados, e conquistá-lo através de itens como queijos, requeijão, produtos que agreguem mais”.

Durante a transmissão, o dirigente também discorreu sobre as medidas que estão sendo tomadas nas unidades da Santa Clara no Rio Grande do Sul para manter a saúde dos trabalhadores durante a pandemia, com adoção de rígidas normas de segurança e distanciamento.

Frente à pandemia de Covid-19 que impôs à indústria uma situação sem precedentes, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS) vêm alertar:

- As indústrias estão concentrando seus esforços, neste momento, em manter as fábricas abertas e a captação normalizada, evitando perda de leite no campo. O foco é produzir para abastecer a população que está em casa e manter pagamentos em dia ao produtor para que os tambos e as famílias que deles dependem tenham estabilidade financeira para atravessar a quarentena.

- Sobre dados divulgados pelo Conseleite no dia 28/04 que indicaram elevação de preço do leite em abril, as indústrias informam que eles limitam-se à realidade de um momento atípico e pontual vivido até o dia 10/4. Qualquer pretensão de usar esse indexador para um prognóstico do mês inteiro, como de costume, resultará em uma margem de erro elevada. Sindilat e Apil reconhecem a seriedade e eficiência do estudo realizado pelo colegiado ao longo dos últimos 14 anos, tanto que o utilizam como referência para negociação do preço do leite no campo. Pontualmente neste último levantamento, a projeção do Conseleite foi desviada de seu curso estatístico pelo imprevisto da pandemia. Além disso, o estudo não considera cenários de não-venda de derivados e, desta forma, não avalia a existência de estoques elevados que geram desequilíbrio severo entre oferta e demanda.

- Temos consciência que o futuro do setor lácteo, assim como de diversos outros ramos da economia, é incerto e preocupante. Enfrentamos falta de colaboradores nas linhas de produção, dificuldades logísticas e, mesmo assim, mantemos a fabricação conscientes da responsabilidade do setor industrial com a sociedade e o produtor. Entendemos que, juntos, dialogando e explicando o momento, poderemos enfrentar essa crise e sair dela mais fortes e unidos.

Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS)
Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS)