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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 23 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.486


3º Fórum Nacional do Leite da ABRALEITE acontece dias 24 e 25 de setembro

O Encontro acontece nos dias 24 e 25 de setembro na EMBRAPA em Brasília e reunirá lideranças, produtores e especialistas para debater o presente e o futuro da cadeia produtiva do leite.O 3º Fórum Nacional do Leite da ABRALEITE está marcado para os dias 24 e 25 de setembro na EMBRAPA, em Brasília, e promete repetir o sucesso das edições anteriores. Já consolidado como um dos principais encontros do setor no Brasil, o evento reúne produtores, técnicos, empresários e lideranças para discutir políticas públicas, tendências e desafios que moldam o futuro da produção leiteira no país.Idealizado e realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (ABRALEITE), o Fórum ocupa um espaço de destaque no calendário nacional, sendo um ambiente privilegiado para a troca de ideias, a atualização profissional e a busca por soluções inovadoras para a cadeia produtiva do leite, que desempenha papel estratégico para a economia e para a sociedade.

A edição deste ano traz como tema central “Nosso leite e suas histórias” e conta com uma programação especial que reflete a essência e a força do setor. Os painéis foram organizados em eixos como:

Nosso País,
Nosso Setor,
Nossa Associação – ABRALEITE,
Nossa Fazenda,
Nosso Rebanho,
Nosso Leite.

Abrangendo desde questões econômicas e de mercado até bem-estar animal, sustentabilidade, inovação e tendências de consumo.

Entre os assuntos que farão parte da programação estão temas que vão das questões tributárias e de gestão econômica às inovações na produção, sustentabilidade, bem-estar animal e tendências de consumo, oferecendo uma visão ampla e atualizada sobre o setor leiteiro. O conteúdo será abordado por especialistas e lideranças, sempre com foco prático e alinhado à realidade dos produtores.

Para o presidente da ABRALEITE, Geraldo Borges, o Fórum é mais do que um encontro técnico:

"Este é um momento de união e de construção coletiva. O 3º Fórum Nacional do Leite reforça o protagonismo da classe produtora e promove um debate de alto nível sobre os caminhos que devemos seguir para fortalecer e valorizar a nossa atividade. É um espaço de diálogo aberto e construtivo."

A coordenadora do Fórum e diretora de Marketing e Comunicação da ABRALEITE, Maria Antonieta Guazzelli, destaca a importância do formato e da representatividade do evento:
"O Fórum é pensado para acolher diferentes visões e experiências. O tema deste ano, Nosso leite e suas histórias, traduz o nosso compromisso de mostrar tudo o que existe por trás de cada litro produzido, desde o trabalho no campo até a presença do leite nas mesas das famílias brasileiras."

O Fórum é uma oportunidade para estar lado a lado com produtores, lideranças e especialistas. Empresas e instituições interessadas ainda podem fazer parte do rol de patrocinadores deste grande evento.

Milkpoint


Doce de leite na dieta: aliado da hipertrofia

Com moderação, o doce de leite pode ser pré ou pós-treino, fornecendo energia rápida, cálcio e proteínas. Descubra como incluir sem sair do plano alimentar.Como um truque que facilita a reeducação alimentar para quem quer perder peso ou ganhar músculo, o consumo do doce de leite na dieta cresceu. Seja diet ou tradicional, além do sabor, que ajuda quem se considera uma “formiga” e não resiste a doces, o alimento tem benefícios reais para a hipertrofia — e uma colher de 20 g conta somente com 65 a 75 calorias.

"Acredite você ou não, mas o doce de leite pode ser um bom alimento para incluir na dieta", cita a nutricionista Letícia Citon. Entre as dicas de consumo estão incluí-lo em uma fatia de pão integral, frutas ou puro.

Protagonista para maior adesão do plano alimentar
Nutricionistas viralizam na internet mostrando receitas saborosas e saudáveis com o alimento, e faz sentido: o açúcar libera dopamina no cérebro, hormônio associado ao prazer. Dessa forma, a pausa repentina do consumo pode causar sintomas de abstinência, como irritabilidade, cansaço, tontura e problemas no sono. Assim, dietas rigorosas ou restritivas saíram das recomendações dos profissionais de saúde, e planos flexíveis tomaram o espaço.

Mesmo o doce de leite sendo um grande aliado da reeducação, profissionais alertam que o alimento não é a base do plano alimentar — ou seja, ele é aliado quando consumido nas quantidades corretas, e não em excesso. 

Pré x pós-treino
Exercícios de alta intensidade demandam grande aporte energético, e o doce de leite, rico em carboidratos simples, oferece energia rápida. Um artigo publicado na Revista Brasileira de Nutrição Esportiva indica que o consumo moderado de doce de leite como pré-treino em práticas intensas, como CrossFit ou musculação, pode melhorar o desempenho dos treinos, aumentando repetições e cargas — uma ótima opção para quem busca a hipertrofia (aumento da massa e do volume dos músculos).

A função da sobremesa muda conforme o momento em que é consumida. No pós-treino, o doce de leite é uma boa opção para a reposição do glicogênio muscular (carboidratos armazenados nos músculos que servem como energia para o treino). Além disso, outros benefícios, como ser fonte de cálcio, proteínas e fósforo, chamam atenção para o consumo moderado do alimento.

As informações são da Exame.

 
Conjuntura econômica do agronegócio do leite, analisada por especialistas da Embrapa.

Nota de Conjuntura - Mercado de Leite e Derivados - Setembro de 2025

A produção global de leite tem registrado um crescimento contínuo nos principais exportadores, com boa expansão nos Estados Unidos, Europa e América do Sul. No segundo semestre, a produção de leite também cresce no Hemisfério Sul devido a fatores sazonais. Portanto, essa oferta relativamente mais forte coloca alguma pressão baixista nas cotações. No leilão GDT de 16 de setembro o leite em pó integral fechou em queda, cotado a US$3.790/tonelada. Ainda é um bom patamar de preços, mas os indicadores no mercado futuro sugerem pequeno recuo até o final do ano.

No mercado brasileiro, a balança comercial de lácteos segue com importações elevadas, porém menores que as observadas no ano passado. De janeiro a agosto, o volume importado recuou cerca de 6% na comparação com o mesmo período de 2024.

Em contraste, a produção nacional de leite inspecionado está acelerada, como reflexo da melhor rentabilidade nos últimos anos. O segundo trimestre de 2025 registrou um expressivo crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024, sendo o décimo trimestre consecutivo de expansão na produção. O Brasil atingiu um recorde histórico na série anualizada de 12 meses, com 26,1 bilhões de litros produzidos e a perspectiva é que esse volume continue a subir, sobretudo com investimentos de grandes produtores. Esse incremento na produção resultou em maior disponibilidade interna de leite, afetando negativamente as cotações.

Os preços dos derivados lácteos no mercado atacadista mostram uma tendência de recuo. Mercados como o de leite UHT, queijo muçarela e leite em pó industrial estão desacelerando. O mercado de leite Spot está particularmente fraco, com muita oferta disponível e pouca demanda.

O preço pago ao produtor de leite, em termos reais, começou o ano em bom patamar, mas exibiu um movimento de declínio a partir de abril, em plena entressafra, indicando que a demanda por lácteos não cresceu no mesmo ritmo da oferta. O cenário da para o final do ano deverá ser mais desafiador, mas não tão desfavorável quanto o segundo semestre de 2023, que foi marcado por margens muito apertadas e manifestações de produtores.

No âmbito de custos de produção, o contexto permanece favorável. Os preços mais baixos de milho e soja ilustram uma boa oferta e colheita brasileira da safrinha chegando ao fim, além de perspectivas positivas para as safras dos Estados Unidos. Não se prevê uma forte pressão de alta nestes mercados, mas  sugere-se atenção ao clima e às  margens apertadas no setor de grãos, somado ao crédito rural escasso, atrasado e com taxas de juros mais altas. São fatores que podem prejudicar o plantio para a safra 2025/2026 e impactar os preços. Além disso, existe um risco no mercado de fertilizantes devido à dependência brasileira da Rússia, que fornece cerca de 27% das importações nacionais. Apesar dos bons estoques atuais, é fundamental monitorar essa situação, visto que o segundo semestre geralmente apresenta pressão de valorização nesse grupo.

No âmbito macroeconômico, as previsões de crescimento do PIB estão piorando, conforme o Boletim Focus, do Banco Central. Para 2025, as projeções indicam expansão de 2,16% para o ano corrente e 1,80% para 2026, mostrando um cenário econômico pior que o observado nos últimos quatro anos. Apesar das previsões de queda da taxa Selic e da inflação para 2026, o contexto segue desfavorável a uma expansão mais robusta do PIB e ao estimulo do consumo.

Finalmente, o ambiente externo traz um cenário de incertezas que merecem atenção para os próximos meses. A piora no cenário político da Argentina, com impactos na taxa de câmbio, deve ser observada com atenção, já que é nosso principal parceiro comercial no mercado de leite. Estados Unidos e China também seguem na mesa de negociação e os desdobramentos desse acordo comercial podem ter fortes impactos no mercado brasileiro, que tem uma grande dependência da China em diversas commodities.

Além disso, os recentes posicionamentos do governo Trump sobre o Brasil, geram uma grande incerteza sobre a relação comercial dos dois países e eventuais exigências de concessões, que podem inclusive recair sobre o setor lácteo brasileiro. Portanto, o atual cenário, tanto interno quanto externo, sugere prudência e cautela ao longo dos próximos meses.

Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 09/09/2025

Autores: Glauco Rodrigues Carvalho, Alziro Vasconcelos Carneiro; Denis Teixeira da Rocha; Fábio Homero Diniz; Kennya Beatriz Siqueira; Lorildo Aldo Stock; Luiz Antonio Aguiar de Oliveira; Manuela Sampaio Lana; Marcos Cicarini Hott; Paulo do Carmo Martins; Ricardo Guimarães Andrade; Samuel José de Magalhães Oliveira.*

*Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite


Jogo Rápido

Associados do Sindilat/RS têm desconto no Dairy Vision 2025
Associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) tem 10% de desconto nas inscrições para o Dairy Vision 2025, evento que ocorre nos dias 11 e 12 de novembro, durante o Expo Dom Pedro, na cidade de Campinas (SP). O encontro concentrará mais de 20 palestras de especialistas nacionais e internacionais em dois dias de programação, para debater o tema “Lácteos voltando ao protagonismo?”. Serão cinco painéis que desdobram o tema na ampliação de mercados, sustentabilidade, oportunidades e desafios de produtos com alta proteína, estratégias comerciais e a aplicação de inovações tecnológicas no segmento. As inscrições podem ser feitas no site oficial www.dairyvision.com.br. Para ter acesso ao desconto, associados do Sindilat/RS devem realizar o cadastro no link disponível no site do Sindilat, clicando aqui. (Sindilat)

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Porto Alegre, 22 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.485


Contagem regressiva para o Milk Summit Brazil

O prazo para inscrições para o Milk Summit Brazil 2025 está na reta final e o  último dia para garantir uma vaga para acompanhar a primeira edição do evento se encerra no dia 10 de outubro através do site Sympla. A entrada será solidária: cada participante deve doar 1 kg de alimento não perecível, e a organização acrescentará 2 litros de leite por inscrição. Todos os itens arrecadados serão destinados a entidades sociais.O evento acontece nos dias 14 e 15 de outubro, em Ijuí (RS), no Parque de Exposições Wanderley Burmann, dentro da programação da Expofest. A programação completa pode ser acessada no site www.milksummitbrazil.com  e vai reunir produtores, cooperativas, indústrias e especialistas em torno do debate de quatro eixos: competitividade, consumo, sustentabilidade e inovação. Entre os nomes já confirmados estão representantes da Embrapa, Emater, Milkpoint, Tetra Pak, Senar, Ciepel, Fetag, Letti A², produtores de leite, indústrias e cooperativas de laticínios, além de lideranças de cooperativas e indústrias gaúchas. Segundo o coordenador do evento, Darlan Palharini, que também é secretário-executivo do Sindilat, a iniciativa busca fomentar conhecimento e gerar conexões estratégicas. “O leite é um motor da economia gaúcha. A atividade está em praticamente todo o território, gerando emprego, renda e contribuindo para o crescimento social e econômico do Estado”, assinala. A escolha de Ijuí valoriza a vocação da região noroeste, que é a maior fornecedor de leite cru para industrialização no Rio Grande do Sul. Segundo dados da Emater, são 741,9 milhões de litros por ano, oriundos de mais de 157 mil vacas leiteiras, o que representa um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 2,03 bilhões anuais, nesta região.Sobre o Milk Summit Brazil 2025

A realização do Milk Summit é conduzida por: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS, Sindilat/RS, Prefeitura de Ijuí, Emater/RS-Ascar, Suport D Leite e Impulsa Ijuí.

Patrocinadores que acreditam no futuro do leite: Deale, Feuser Representações Comerciais / Rit - Resfriadores, Italac, Laboratório Base, Launer, Piracanjuba, Santa Clara, Senar, Sicredi, Sicoob, Sul Pasto e Tetra Pak

Parceiros institucionais que fortalecem o conhecimento e a conexão: ExpoFest Ijuí 2025, Fecoagro, Fetag, Ciepel, UPF, Escola Técnica Celeste Gobbato, Hooks, Cincuenta, Sebrae, APAJU, FASA, Rede Leite, Embrapa, Unijuí,  Unicruz, Intituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Farroupilha, CCR/UFSM, Ministério da Agricultura, Setrem e Amuplan.

E a imprensa agro também está junto como media partners, garantindo que a mensagem chegue ainda mais longe: Rádio Progresso, Rádio Jornal da Manhã, Rádio Mundial, Grupo Sepé Tiaraju, Jornal da Manhã, Sepé Rural, É do Campo, Rádio Sulbrasileira e Rádio Sorriso.

As informações são do Sindilat/RS


Ciência confirma: leite de caixinha não leva conservantes

Especialistas da SBAN reforçam: leite de caixinha é nutritivo e confiável.

Leite de caixinha é alvo frequente de boatos nas redes sociais, onde circulam informações falsas de que o produto conteria conservantes ou até mesmo substâncias nocivas, como formol.A ciência, no entanto, é clara: o leite UHT não leva conservantes, mantém suas propriedades nutricionais e é seguro para o consumo em todas as fases da vida.O segredo está na tecnologia empregada na produção. O processo conhecido como UHT (Ultra High Temperature), ou ultrapasteurização, consiste em submeter o leite a uma temperatura muito alta, próxima de 140 °C, por apenas alguns segundos.Esse tratamento térmico elimina microrganismos capazes de causar deterioração ou doenças, mas preserva o valor nutricional do alimento.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), a aplicação desse método, aliada ao envase asséptico e à embalagem cartonada multicamadas, garante a conservação do leite por até seis meses sem necessidade de refrigeração antes da abertura. Ou seja, não há adição de conservantes: o que prolonga a validade é a tecnologia.Embalagem que protege
As embalagens de leite de caixinha contam com até seis camadas de proteção, que impedem a entrada de ar, luz e microrganismos.

Essa barreira é fundamental para preservar o produto e evitar contaminações. Graças a esse recurso, o consumidor pode ter acesso a um alimento nutritivo, seguro e prático, que se adapta bem à rotina das famílias brasileiras.

Segundo a presidente da SBAN, Sueli Longo, os mitos sobre conservantes acabam prejudicando a imagem de um alimento essencial. “Mitos e fake news acabam afastando as pessoas de um alimento acessível, nutritivo e fundamental em todas as fases da vida”, afirma.

Legislação brasileira assegura qualidade
No Brasil, a legislação é clara: a adição de conservantes no leite é proibida. A fiscalização do setor é realizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Essas instituições monitoram o cumprimento das normas e asseguram que apenas produtos de qualidade cheguem ao consumidor final.

A atuação conjunta dos órgãos oficiais é uma garantia de que o leite que chega às prateleiras é resultado de processos seguros, em conformidade com padrões internacionais de qualidade.

Valor nutricional preservado
Estudos confirmam que, embora o aquecimento em alta temperatura possa causar pequenas alterações nas proteínas, esses efeitos não comprometem a qualidade nutricional do leite. O alimento segue sendo uma fonte importante de proteínas, cálcio, fósforo, vitaminas e outros nutrientes essenciais.

Entre os benefícios, destacam-se o fortalecimento dos ossos e dentes, o apoio ao crescimento de crianças e adolescentes, a redução de riscos de doenças crônicas e a contribuição para a manutenção da massa muscular, especialmente em idosos.

Alternativas para intolerantes
Outro ponto importante é a acessibilidade do leite de caixinha. Para quem apresenta intolerância à lactose, há versões adaptadas que garantem o consumo seguro. Apenas pessoas com alergia à proteína do leite devem evitar o produto, seguindo sempre a orientação médica.

Mitos e verdades
A disseminação de fake news em torno do leite UHT não é novidade. Boatos sobre a presença de formol ou substâncias químicas já circularam em diferentes momentos, mas nunca foram comprovados. O que a ciência demonstra é que o leite de caixinha é simplesmente leite, tratado por um processo moderno e embalado de forma a manter sua segurança e praticidade.

Um alimento para todas as idades
O leite longa vida continua sendo um dos alimentos mais presentes na mesa dos brasileiros. Ele acompanha desde a infância até a terceira idade, seja puro, no café com leite, em receitas ou como ingrediente de sobremesas. Sua versatilidade reforça o papel do leite como parte da cultura alimentar do país.

Assim, a mensagem dos especialistas é clara: pode beber sem medo. O leite de caixinha é seguro, nutritivo, não contém conservantes e segue sendo uma das principais fontes de nutrientes acessíveis para a população. (Adaptado para eDairyNews, com informações de Pop Mundi)

Balanço final: Condições climáticas do inverno 

O acúmulo de horas de frio – temperaturas iguais ou abaixo dos 7,2ºC – foi bastante satisfatório de maio a agosto, favorecendo a quebra de dormência das frutíferas de clima temperado. A análise faz parte do Comunicado Agrometeorológico 90 - Agosto 2025, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

“Todos os meses registraram valores de horas de frio na média ou acima da média, o que foi muito favorável à quebra de dormência de gemas de frutíferas de clima temperado. O acúmulo de frio é fator preponderante para uma brotação e frutificação uniformes, resultando em um bom potencial produtivo”, explica a pesquisadora Loana Cardoso, uma das autoras do comunicado. Em Veranópolis, o acumulado de maio a agosto foi de 367 horas de frio, ficando acima da média. 

Com relação às precipitações pluviais, as redes Simagro-RS e Inmet registraram chuvas acima da média na região Centro-Sul do estado, de 200 a 300 milímetros. “No entanto, não houve registro de problemas nas áreas agrícolas e em culturas de forma geral. Os registros são de alagamentos ou enchentes nas áreas do Sul e Centro, como em São Lourenço e Santa Maria, mas sem notícias significativas na área agrícola”, destaca a pesquisadora. 

Segundo o comunicado, na bovinocultura de leite, a produção de leite manteve-se estável na maioria das regiões, e a condição corporal dos animais ficou, em geral, adequada. O uso de suplementação alimentar, incluindo ração, silagem e outros alimentos conservados foi frequente na maior parte das regiões. As condições meteorológicas impactaram n

Geadas
De maio a agosto, foram registradas 61 geadas no Rio Grande do Sul, sendo a maior parte delas em junho (52,5%) e de intensidade forte (62%). “Esse é um dado interessante porque, climatologicamente, o principal mês de geadas é julho. As geadas afetam as culturas invernais principalmente no período reprodutivo, o que ocorre mais no final do inverno. Quanto mais frio no início do desenvolvimento das culturas de inverno, melhor, pois propicia maior perfilhamento em trigo, por exemplo, aumentando o potencial produtivo”, detalha Loana. 

Geadas na primeira semana de julho coincidiram com a fase de floração em algumas lavouras de canola. “Podem ter impactado o potencial produtivo, mas esse impacto não foi quantificado ainda”, finaliza a pesquisadora. 

Produzida pelo grupo de Agrometeorologia do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi), o Comunicado Agrometeorológico é uma publicação mensal que traz as informações detalhadas das condições meteorológicas ocorridas no mês anterior. Com dados captados das estações meteorológicas do Simagro e do Inmet, o comunicado apresenta tabelas e mapas, além de uma análise dos impactos das condições meteorológicas sobre as principais culturas agrícolas e a produção pecuária no período. (Seapi)


Jogo Rápido

Associados do Sindilat/RS têm desconto no Dairy Vision 2025
Associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) tem 10% de desconto nas inscrições para o Dairy Vision 2025, evento que ocorre nos dias 11 e 12 de novembro, durante o Expo Dom Pedro, na cidade de Campinas (SP). O encontro concentrará mais de 20 palestras de especialistas nacionais e internacionais em dois dias de programação, para debater o tema “Lácteos voltando ao protagonismo?”. Serão cinco painéis que desdobram o tema na ampliação de mercados, sustentabilidade, oportunidades e desafios de produtos com alta proteína, estratégias comerciais e a aplicação de inovações tecnológicas no segmento. As inscrições podem ser feitas no site oficial www.dairyvision.com.br. Para ter acesso ao desconto, associados do Sindilat/RS devem realizar o cadastro no link disponível no site do Sindilat, clicando aqui. (Sindilat)

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Porto Alegre, 19 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.484


Gestão, tecnologia e sucessão marcam XV Dia de Campo da CCGL
 
A CCGL recebeu nesta quinta-feira, 18, centenas de produtores rurais para o XV Dia de Campo do Leite. O encontro transformou o Tambo Experimental da cooperativa em um grande espaço de debates sobre o futuro da atividade, conectando conhecimento técnico, inovação e a realidade das propriedades leiteiras, através de estações temáticas que apresentaram soluções práticas para aumentar a rentabilidade, a qualidade do leite e fortalecer a sustentabilidade da produção.
 
Com o tema “O leite do futuro se constrói hoje: com gestão, tecnologia e sucessão”, a programação reuniu especialistas e produtores em torno de questões que desafiam a cadeia do leite. Manejo de solo, irrigação, nutrição animal, gestão financeira e sucessão familiar foram discutidos em estações técnicas que buscaram traduzir a pesquisa em soluções práticas para o dia a dia no campo.
 
A movimentação começou cedo: produtores, técnicos e parceiros de diferentes regiões percorreram as estações, viram cases reais aplicados em propriedades, tiraram dúvidas práticas com os técnicos e discutiram custos, retornos e viabilidade das tecnologias apresentadas. Em cada espaço, especialistas e produtores compartilharam experiências e apresentaram soluções práticas para fortalecer a sustentabilidade e a competitividade da cadeia do leite.
 
Para a Gerente de Operações da CCGL, Silvana Trindade, o evento mostrou na prática como conhecimento pode se transformar em resultado.
 
“Cada edição é pensada para responder às necessidades do produtor. Queremos que o conteúdo ajude a tomar decisões estratégicas, fortaleça a gestão e prepare as famílias para o futuro. O Dia de Campo não é só um encontro técnico, é também um espaço de construção coletiva”, afirmou.
 
Para a jovem produtora Thiele Schwantz, de Quinze de Novembro, o Dia de Campo foi importante para que os produtores pudessem conhecer as novas tecnologias disponíveis, assim como aprender os melhores manejos para a propriedade. “Quem decide permanecer na atividade leiteira, precisa sempre buscar atualização através desses eventos técnicos oferecidos pelas cooperativas, pois conhecimento é extremamente importante e necessário para garantir a sustentabilidade da atividade”.
 
A programação abordou irrigação como ferramenta para intensificação da produção de forragens; fertilidade do solo como base da produtividade; a importância de diversificar fontes de forragem para aumentar os sólidos do leite; estratégias de bem-estar animal para reduzir o estresse térmico; o uso do controle leiteiro como instrumento de decisão; a gestão financeira aplicada à propriedade rural, com ênfase no Demonstrativo de Receita em Exercício (DRE); e reflexões práticas sobre sucessão familiar.
 
Em meio ao processo de sucessão familiar na propriedade rural, o casal Marinei e Evander Griech destacou a importância de iniciativas voltadas à permanência dos jovens no campo. Durante o dia de campo, aproveitaram especialmente a estação dedicada ao tema da sucessão. “Hoje em dia, se não fosse por toda essa tecnologia, como a Smartcoop, o jovem não pensaria em permanecer na propriedade. Se fosse como no nosso tempo, eles certamente não ficariam. As cooperativas fazem o possível para nos apoiar nessa continuidade, e viemos aqui para aprender ainda mais”, afirmou Marinei.
 
O XV Dia de Campo da CCGL foi uma realização da CCGL e suas cooperativas, da Rede Técnica Cooperativa (RTC) e da Smartcoop, com co-realização do Sebrae RS. O evento contou ainda com patrocínio de Sicredi, Biotrigo, Fockink, Elanco, BRDE, Gelgas, Genex, Plastrela, Inbra, Datamars Livestock e Oligo. (CCGL)

Piracanjuba mais perto do RS

Do interior de Goiás para os lares de milhões de brasileiros. Em 2025, a Piracanjuba celebra 70 anos de história com um portfólio de mais de 200 produtos e presença consolidada em todo o país. Agora, a marca aposta na regionalização para estreitar ainda mais os laços com o público gaúcho.– Os valores muito presentes no Rio Grande do Sul estão também no DNA da Piracanjuba. Somos uma empresa familiar e com tradição em fazer produtos de qualidade. Vemos no povo gaúcho esse mesmo alinhamento com as raízes, a família e a cultura – ressalta a diretora de Marketing do Grupo Piracanjuba, Lisiane Campos.Essa aproximação se baseia em três pilares principais:

1 PERFIL DOCEIRO
A tradição gaúcha na doçaria impulsiona o consumo de produtos como leite condensado e creme de leite, liderando as vendas da marca na região. Segundo a executiva, receitas típicas, como cuca e ambrosia, fazem parte da rotina local, o que fortalece o desempenho da linha food service. A unidade fabril da Piracanjuba em Carazinho, adquirida em 2019, reforça ainda mais essa conexão, permitindo atendimento mais ágil e alinhado aos hábitos locais.

2 EVENTOS REGIONAIS
A presença da Piracanjuba em ações culturais também fortalece o vínculo com os gaúchos. No Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre, a marca realiza ativações com brindes, torres de carregadores de celular, estações de descanso e experiências sensoriais relacionadas ao leite. Também apoia eventos do agronegócio, como a Expointer, em Esteio, importante espaço de relacionamento que reforça a relação com os produtores locais. O evento vai até 21 de setembro.

3 CONSTRUÇÃO DE RELACIONAMENTO
A empresa reconhece que a construção dessa relação leva tempo e exige constância. Além da presença nas prateleiras gaúchas, a Piracanjuba quer ser reconhecida como marca empregadora, incentivando a cultura local e o desenvolvimento das comunidades onde atua.
– Estamos começando uma relação que, como dizemos internamente, é como um namoro. Nosso desejo é que se transforme em um casamento duradouro – conclui Lisiane. (Zero Hora)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1885 de 18 de setembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE
A oferta de forragem e o desenvolvimento das pastagens melhorou em função do fim  do frio intenso, elevando a produtividade leiteira, o conforto térmico e o bem-estar animal. Os problemas com excesso de barro também foram temporariamente resolvidos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os parâmetros de qualidade, como gordura e proteína do leite, encontram-se em níveis elevados, refletindo a boa composição da dieta. 

Em Hulha Negra, os produtores planejam ampliar as lavouras de milho para silagem, uma vez que, em algumas propriedades, as reservas atuais devem se esgotar até o final de setembro; a reposição está prevista apenas para fevereiro. 

Na de Caxias do Sul,nos sistemas de confinamento, a situação nutricional permaneceu equilibrada em razão da quantidade suficiente de silagem de milho para atender à demanda anual. A saúde do rebanho segue estável, e houve manejo adequado de endo e ectoparasitas. 

Na de Erechim, o estado nutricional está satisfatório devido à suplementação estratégica para suprir demandas energéticas. É fase de nascimento de bezerras e de manejo criterioso no fornecimento de colostro e na desinfecção de umbigos; dedica-se atenção redobrada às categorias jovens em função da umidade.

Na de Ijuí, a produção de leite está em alta em decorrência da boa disponibilidade de forragem proveniente das plantas anuais de inverno nos sistemas a pasto. 

Na de Passo Fundo,vacas em lactação foram manejadas em pastagens de melhor qualidade, complementadas com silagem, ração concentrada e minerais. Já as vacas secas e novilhas receberam pastagens e suplementação, conforme necessário. Na de Pelotas, a sanidade animal foi beneficiada pela redução natural da população de carrapatos em função do clima frio. Contudo, a precariedade da infraestrutura de transporte segue como gargalo para o escoamento da produção. 

Os produtores ainda estão adotando técnicas e práticas para aumento da produtividade, embora 
enfrentem desafios econômicos e estruturais que limitam a viabilidade da cadeia.

Na de Santa Maria, as lavouras de cereais de inverno destinados à silagem, como aveia, triticale e trigo, se desenvolvem bem, e a produção de leite mantém estabilidade na região. 

Na de Santa Rosa, as pastagens já estão em fase de entressafra. As forrageiras anuais de inverno estão em fase final de ciclo, perdendo qualidade nutricional, e têm sido substituídas pelas pastagens de verão. 

Trata-se de um momento estratégico para o controle da primeira geração de ectoparasitas, e os produtores vêm sendo orientados a adotar medidas preventivas para reduzir futuras infestações. Na de Soledade, os produtores já planejam a implantação de espécies anuais de verão, e as áreas de milho para silagem estão em germinação ou prontas para a semeadura. (Emater)


Jogo Rápido

Tempo volta a ficar instável no RS nos próximos dias
Nos próximos dias, o tempo voltará a permanecer instável em grande parte do Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 38/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com Emater/RS-Ascar e Irga. Na sexta-feira (19/9), sábado (20/9) e domingo (21/9) a atuação de um sistema de baixa pressão adjacente ao território gaúcho deverá manter o tempo instável. Por conseguinte, nos dias 19/9 e 20/9 são previstas chuvas fracas a moderadas, ocasionalmente forte em pontos isolados, para a porção central e sul do estado e chuva fraca em pontos isolados da porção norte. No domingo (21/9), o sistema irá aumentar sua influência sobre o Estado, favorecendo a ocorrência de volumes mais expressivos de precipitação para todo o Rio Grande do Sul. Na segunda-feira (22/9), o sistema começa a se afastar e diminuir a influência sobre o Estado. Por isso, na porção sul não há previsões de chuvas significativas, enquanto nas porções central e norte ainda há previsão de chuva fraca a moderada, ocasionalmente forte em pontos isolados. Na terça-feira (23/9) e quarta-feira (24/9), o tempo volta a se estabilizar, com declínio das temperaturas e ausência de chuvas significativas no Estado. De forma geral, os totais esperados ficaram entre 30 e 100 milímetros em praticamente todas as regiões do RS. No Litoral Norte, os totais previstos estão um pouco menores do que nas outras regiões e devem, portanto, ficar entre 30 e 50 milímetros.  O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)

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Porto Alegre, 18 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.483


IBGE: Valor da produção da pecuária e da aquicultura chega a R$ 132,8 bilhões em 2024

O valor de produção na PPM 2024 chegou à marca de R$ 132,8 bilhões, alta de 8,8% em relação ao ano anterior. Os produtos de origem animal levantados na pesquisa (leite de vaca, ovos de galinha e de codorna, mel, casulos-do-bicho-da-seda. ) atingiram R$ 121,1 bilhões, alta de 8,2% em relação a 2023, e os itens da aquicultura foram responsáveis por R$ 11,7 bilhões, aumento de 15,4%.

A Pesquisa da Pecuária Municipal 2024, divulgada hoje (18) pelo IBGE, trouxe essas e outras informações sobre os efetivos, produtos de origem animal e a aquicultura no país, que também estão disponíveis na página da pesquisa no Portal do IBGE e no Sidra.

A produção de leite atingiu novo recorde ao atingir 35,7 bilhões de litros, um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. Ao passo que a produção de leite subiu, o número de vacas ordenhadas decresceu. Foram contabilizadas 15,1 milhões de vacas ordenhadas, 2,8% a menos do que em 2023, sendo esse total de vacas ordenhadas o menor já registrado desde 1979.

 Produção de leite cresce pelo segundo ano consecutivo

O valor de produção do leite contabilizado em 2024 foi de R$ 87,5 bilhões, alta de 9,4% frente a 2023. O preço médio estimado pago ao produtor foi de R$ 2,45 por litro de leite, um aumento de 7,9% em comparação aos R$ 2,31 pagos no ano anterior.

“Ao longo dos anos existe uma alternância entre as regiões Sul e Sudeste na liderança entre as Grandes Regiões com a maior produção de leite no país. Atualmente, o Sudeste lidera após três anos de liderança da Região Sul”, explicou Mariana Oliveira. No Sul, a produtividade é o diferencial, a Região possui a maior produção de leite por vaca no país. O Sudeste lidera no número de vacas ordenhadas, com destaque para Minas Gerais, que é responsável por cerca de um quarto da produção nacional de leite.

O município de Castro (Paraná) liderou o ranking, mais uma vez, com 484,4 milhões de litros, alta de 6,7% em relação ao ano anterior. Carambeí (Paraná) manteve a segunda posição, com 293,1 milhões de litros, e Patos de Minas (Minas Gerais) ocupou a terceira posição, com 226,9 milhões de litros.

A periodicidade da pesquisa é anual. Sua abrangência geográfica é nacional, com resultados divulgados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Mesorregiões, Microrregiões e Municípios.

A pesquisa completa pode ser acessada clicando aqui. 

As informações são do IBGE, adaptadas pelo Sindilat/RS


O desafio de comunicar o leite: o que um café dos anos 70 pode nos ensinar

O leite vive um dilema hoje semelhante ao que o café viveu no passado: como dialogar com jovens que buscam propósito e autenticidade? Reinvenção na comunicação é essencial.Quem já assistiu à série Mad Man talvez se lembre de uma cena marcante: uma reunião em que publicitários debatiam a crise de consumo de café nos Estados Unidos dos anos 60. O problema era claro — os jovens não estavam consumindo café como as gerações anteriores. O hábito de tomar café, antes um símbolo de rotina e pertencimento familiar, começava a perder espaço e se tornar algo ultrapassado. A indústria se viu diante de uma encruzilhada: como reconectar um produto tradicional às novas gerações que já não se viam refletidas naquela xícara?A cena, me tocou. O paralelo com o leite, hoje, é inevitável.Assim como o café naquela época, o leite vive um dilema atual: como dialogar com uma geração que pensa, consome e se informa de maneira completamente diferente e nova? Concordemos que quem geralmente ocupa as cadeiras estratégicas em nas indústrias nasceu pelo menos nos anos 80 ou antes.Os jovens de hoje não são indiferentes ao leite — eles questionam, problematizam, buscam significado em cada escolha de consumo. O desafio não é mais vender apenas o benefício nutricional ou a tradição familiar, mas reconstruir narrativas que façam sentido dentro da lógica cultural dessas novas gerações. Lembremos que as informações além de estarem a um clique de distância, são também ofertadas nos feeds infinitos 24/7.O café encontrou o caminho apostando em inovação de comunicação, reposicionamento e em uma estratégia clara: educar e, ao mesmo tempo, encantar. O resultado? O café não só sobreviveu, como se reinventou. Hoje, é sinônimo de estilo de vida, experiência e até status. Uma boa experiência nesse sentido foi a marca de café Costa, criada em Londres nos anos 1970 e que se posicionou de forma esplendorosa num país onde a demanda por chá era a cultura e que buscava cafés suaves. Ela entrou com nada menos dos que cafés italianos encorpados, fortes (de cortar com a faca como diria minha avó) mas também com personalidade e se conectando a juventude da época. Vale ressaltar que o café Costa nunca perdeu esse traço na identidade da marca e além de seguir crescendo no mundo todo, segue inovando na comunicação que ao invés de apenas ser agradável traz embates (que convenhamos, se conectam tanto com a juventude desde sempre). Analise a foto abaixo e me diga se não é uma provocação ?O leite pode, e precisa, fazer o mesmo.
A pergunta é: como os laticínios estão se preparando para esse reposicionamento? Estamos insistindo em falar a mesma língua de décadas atrás ou já entendemos que o consumidor de hoje não se conecta com mensagens genéricas, mas com valores, autenticidade e propósito?A história nos mostra que crises de consumo são cíclicas. O que muda é a nossa capacidade de enxergá-las não como ameaça, mas como oportunidades de reinvenção.

Talvez o maior desafio do leite hoje não seja de produção, tecnologia ou logística. Mas o verdadeiro desafio esteja no campo da comunicação: traduzir o valor do leite em narrativas que façam sentido para quem vai escolher — ou não — levá-lo para dentro de casa amanhã. (Milkpoint)

Publicada MP que abre crédito extraordinário de R$12 bilhões para renegociação de dívidas rurais

Foi publicada nesta quarta-feira (17), no Diário Oficial da União (DOU), a Medida Provisória nº 1.316 que abre crédito extraordinário, em favor de Operações Oficiais de Crédito, no valor de R$ 12 bilhões para o financiamento destinado à liquidação ou à amortização de dívidas de produtores rurais prejudicados por eventos climáticos adversos

A destinação destes recursos é advinda da MP 1.314/2025, assinada no dia 5 de setembro, que autoriza a renegociação de débitos do setor agropecuário.

Os valores serão repassados pelo Tesouro Nacional a bancos públicos, privados e cooperativas de crédito, com estruturação pelo BNDES. As taxas de juros serão reduzidas em relação às praticadas no mercado, variando conforme o porte do produtor: 6% ao ano para pequenos, 8% para médios e 10% para os demais. Acesse aqui. Fonte: Terra viva


Jogo Rápido

A produção de leite da Argentina continua aumentando, de acordo com dados do OCLA
Dados divulgados pelo Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA), indicam que no mês de agosto de 2025, a produção total de leite na Argentina aumentou 7,6% em relação ao mês de julho e 9,8%, na comparação interanual.  No acumulado do ano o crescimento está em 10,6%. Em 03/janeiro/2025 o OCLA estimou em 4,4% o percentual de aumento de agosto. (Terra Viva)

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Porto Alegre, 17 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.482


Setor de proteína animal reúne especialistas para debater impactos da Reforma Tributária

O evento "Encontro sobre reforma tributária - aspectos práticos para o setor de proteína animal" reuniu especialistas, lideranças e produtores no dia 5 de setembro, na Casa do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Estado do Rio Grande do Sul (Fundesa), durante a 48ª Expointer, realizada em Esteio, entre os dias 30 de agosto e 7 de setembro. O objetivo foi debater temas importantes para o agronegócio, sendo um dos temas os impactos práticos da Reforma Tributária sobre a cadeia de proteína animal, analisando quem será afetado com as mudanças e como adaptar contratos e operações.

Promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), em conjunto com a Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do RS (Sicadergs), o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul, o evento contou com a participação de representantes e técnicos das cadeias produtivas de avicultura, suinocultura e laticínios, em conjunto com juristas e técnicos e representantes do governo estadual que integraram os debates.

Ao reunir análises técnicas e experiências jurídicas em um ambiente de debate, o evento proporcionou diretrizes operacionais para produtores, cooperativas e empresas ajustarem seus fluxos de caixa, planejamento tributário e renegociação de contratos. O resultado é mais previsibilidade para investimento e segurança jurídica, fortalecendo o papel do agronegócio como motor de desenvolvimento econômico no Rio Grande do Sul.

“A inclusão das carnes na cesta básica com alíquota zero, conforme aprovada, tende a reduzir custos e fortalecer a competitividade interna e externa do setor. Mas há o outro lado da moeda: o fim de benefícios fiscais e a adoção de uma alíquota única de IBS/CBS podem elevar a carga tributária do produtor de forma significativa, especialmente por conta da perda de créditos fiscais e da centralização da tributação. Além disso, o desafio operacional para pequenos produtores é real — adaptação ao novo sistema tributário, fluxo de caixa e burocracia podem exigir uma reestruturação urgente”, disse José Eduardo dos Santos, presidente executivo da Asgav.

O secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, participou do evento.

As informações são da Asgav adaptado pelo Sindilat


GDT 388: estabilidade para o leite em pó e queda forte para muçarela
 
GDT registra estabilidade nos preços do leite em pó e Cheddar, enquanto muçarela segue em queda. Confira os efeitos para o Brasil.
 
No 388º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado em 16 de setembro, o preço médio dos produtos negociados ficou em US$ 4.041 por tonelada, praticamente estável em relação ao evento anterior — a menor variação registrada entre dois leilões neste ano (-0,05%, ou seja, USD 2/ton). Essa estabilidade foi sustentada, sobretudo, pelos leites em pó, cujos preços médios também permaneceram próximos aos do último evento.
 
Gráfico 1. Preço médio leilão GDT
 
 
O leite em pó integral (LPI), principal referência do mercado, manteve-se relativamente estável, com variação negativa de apenas -0,8%, cotado a US$ 3.790 por tonelada, após a forte queda registrada no último evento. O leite em pó desnatado (LPD) acompanhou a mesma tendência, permanecendo estável, com leve variação negativa de -0,3%, cotado a US$ 2.615 por tonelada, após as quedas observadas nos últimos leilões.
 
Gráfico 2. Preço médio LPI
 
 
O Cheddar manteve-se como o único produto a registrar alta, repetindo o movimento do último evento, com valorização de +2,2% e cotação de US$ 4.814 por tonelada. 
 
Entre os demais produtos, o movimento foi de retração: a gordura anidra do leite recuou -1,5%; a manteiga acumulou a sexta queda consecutiva, ainda que mais moderada (-0,8%); e a muçarela manteve a trajetória de baixa, com sétima queda seguida, de -9,6%, somando desvalorização de -19,8% desde junho. 
 
Já a lactose e o leitelho não foram negociados neste evento.
 
A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.
 
Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 16/09/2025.
 
 
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
 
Volume negociado mostra certo padrão
 
O volume negociado neste leilão somou aproximadamente 39,1 mil toneladas, um recuo de -5,7% em relação ao último evento. Já em relação ao evento correspondente no ano passado, o aumento é de +0,7%. 
 
Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.
 
 
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
 
 
Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de leite em pó na NZX registraram nova queda nas projeções de preços em comparação com as projeções no último leilão, mas a previsão de queda vista nos últimos meses deu lugar à uma tendência de estabilidade até fevereiro de 2026.
 
Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).
 
 
Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.
 
E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
Após a forte queda registrada no primeiro leilão de setembro, os preços no GDT voltaram a mostrar estabilidade, o que pode trazer um alívio momentâneo ao mercado brasileiro, já que Argentina e Uruguai — principais fornecedores de lácteos — seguem de perto as referências desse mercado. Caso o GDT retome a trajetória de queda, aliado à cotação do dólar próxima de R$ 5,30, a competitividade dos produtos do Mercosul tende a aumentar, ampliando a pressão sobre os preços nacionais.
 
Para a muçarela, o cenário é ainda mais delicado: os preços no mercado interno têm registrado quedas sucessivas e, combinados à tendência baixista do mercado internacional, podem sinalizar novas desvalorizações do produto.
 
Para compreender as tendências do mercado, traçar estratégias assertivas, se conectar com os líderes do setor e participar ativamente da transformação do leite no mundo, o Dairy Vision 2025 é o espaço ideal. (Milkpoint)
 
 
 
Banco de antígenos para febre aftosa é inaugurado nas Américas para facilitar acesso rápido a vacinas de emergência
 
O Banco Regional de Antígenos contra a Febre Aftosa (BANVACO) está oficialmente em operação a partir de hoje, marcando um marco importante na capacidade das Américas de responder a emergências sanitárias relacionadas a essa doença.
 
O objetivo do BANVACO, que realizou sua primeira reunião regular em 28 e 29 de agosto, é garantir um fornecimento contínuo de antígenos e vacinas para conter potenciais surtos de todos os sorotipos virais relevantes da febre aftosa por meio da vacinação de emergência. Embora a reintrodução da doença seja improvável nas Américas, é essencial que os países estejam preparados, já que um surto grave poderia comprometer a segurança alimentar nacional e internacional, além do desenvolvimento socioeconômico e do bem-estar das comunidades afetadas.
 
Gerido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), por meio de seu Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (PANAFTOSA), o BANVACO não é uma instalação física. Trata-se de uma rede coordenada de laboratórios fornecedores que armazenam antígenos, os quais seriam formulados em vacinas em caso de emergência. Essa abordagem inovadora garante resposta rápida, custo-benefício e flexibilidade em situações de crise.
 
O diretor da OPAS, Dr. Jarbas Barbosa, chamou a iniciativa de um passo ousado rumo a uma região mais preparada e coesa. “O BANVACO é um compromisso político e operacional dos países para fortalecer a preparação regional, a saúde e a segurança alimentar, garantindo acesso ao rápido fornecimento de vacinas em uma emergência para preservar a saúde animal e o bem-estar das comunidades”, afirmou.
 
Febre aftosa
A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta animais de produção, incluindo bovinos, suínos e outros de casco fendido. Pode ter consequências socioeconômicas significativas, com perdas anuais que podem ultrapassar bilhões de dólares nos países afetados.
Nos últimos anos, as Américas avançaram significativamente na erradicação da febre aftosa. Neste ano, Brasil e Bolívia foram certificados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA/WOAH) como países livres de febre aftosa sem vacinação. Atualmente, quase 80% do rebanho bovino das Américas está em países reconhecidos pela OMSA como livres da doença sem vacinação, cerca de 18% em países ou territórios livres com vacinação, e apenas 2% ainda sem status oficial de livre. Esse progresso é uma conquista histórica, resultado de políticas sólidas de saúde animal, vigilância aprimorada e controles de fronteira eficazes.
 
“O reconhecimento oficial da Bolívia e do Brasil como países livres de febre aftosa sem vacinação representa um marco significativo para o Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), que busca a erradicação da doença”, acrescentou o diretor da OPAS.
 
Historicamente, a vacinação sistemática do rebanho tem sido a principal estratégia para controlar surtos e prevenir novos casos. No entanto, uma vez confirmada a ausência de infecção e eliminados os riscos internos, os países podem suspender a vacinação. Em uma crise sanitária animal, a vacinação de emergência é reconhecida mundialmente como a ferramenta mais eficaz e socialmente aceita para o manejo de surtos, pois reduz a necessidade de abates em larga escala, mitiga perdas econômicas e contribui para a recuperação do status sanitário. Essa estratégia, porém, só é possível se existir uma reserva estratégica prévia de antígenos adequados, o que requer planejamento e coordenação entre os setores público e privado.
 
A criação do BANVACO está alinhada com recomendações de longa data das autoridades regionais de febre aftosa, incluindo a Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (COSALFA), o Comitê Hemisférico para a Erradicação da Febre Aftosa (COHEFA) e a Reunião Interamericana de Saúde Animal em Nível Ministerial (RIMSA). Seu objetivo é proteger os territórios livres de febre aftosa, evitar a disseminação do vírus em caso de surto e resguardar os avanços conquistados pelo PHEFA.
 
Todos os países das Américas podem aderir ao BANVACO, sejam eles livres da doença com ou sem vacinação. Integram o Conselho Diretor do BANVACO:
 
• Brasil, por meio do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA)
 
• Equador, representado pela Agência de Regulamentação e Controle da Saúde Vegetal e Animal (AGROCALIDAD)
 
• Paraguai, por meio do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Animal (SENACSA)
 
Fonte original: 
https://www.paho.org/en/news/29-8-2025-antigen-bank-foot-and-mouth-disease-opens-americas-facilitate-quick-access-emergency
 
Traduzida para português via inteligência artificial 

Jogo Rápido

SOJA/CEPEA: Óleo de soja tem participação recorde na margem de lucro da indústria
Levantamento do Cepea mostra que a participação do óleo de soja na margem de lucro da indústria de esmagamento praticamente se igualou à do farelo na semana passada, configurando um cenário histórico. Pesquisadores explicam que o movimento reflete o avanço da demanda pelo óleo brasileiro, sobretudo por parte do setor de biodiesel. No último dia 11 de setembro, a participação do farelo na margem da indústria foi de 51% e a do óleo atingiu 49% – como comparação, a participação média do farelo no ano passado foi 62,2% e a do óleo, de 37,8%, considerando-se como base os preços da soja em grão, do óleo e do farelo no estado de São Paulo levantados pelo Cepea. (Cepea via Terra Viva)

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Porto Alegre, 16 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.481


Jogos interativos sobre o leite enriquecem experiência do Milk Summit Brazil 2025

Para além da programação presencial, o Milk Summit Brazil 2025 também se aventura no universo digital. É no site do evento que estão disponibilizadas duas atrações interativas sobre o universo do leite. Para jogar basta acessar milksummitbrazil.com. No primeiro jogo, o desafio é ajudar o produtor a desviar de obstáculos e assim coletar itens que aumentam a produção. Já o quiz “O que você realmente sabe sobre o leite?”, é um teste de conhecimentos com 17 perguntas sobre nutrição, saúde e produção leiteira, baseadas em dados e evidências científicas.  

Conforme Darlan Palharini, coordenador do evento, a estratégia aposta na abordagem lúdica para difundir os benefícios do leite. “Através dos jogos online entregamos, com leveza, conteúdos relevantes e certificados, combatendo fake news com informações corretas sobre os benefícios do leite para a saúde e para a economia”, destaca o também secretário-executivo do Sindilat. Os jogos foram desenvolvidos pelas empresas de tecnologia Hooks e Cincuenta, que também fizeram o site e a parte de comunicação da IA do evento.

No site também se concentra toda a programação do evento que acontece nos dias 14 e 15 de outubro, em Ijuí (RS), no Parque de Exposições Wanderley Burmann, dentro da programação da Expofest. A agenda reunirá produtores, cooperativas, indústrias e especialistas em torno de quatro grandes eixos: competitividade, consumo, sustentabilidade e inovação. Já estão confirmadas participações de representantes da Embrapa, Emater, Milkpoint, Tetra Pak, Senar, Ciepel, Fetag, Letti A², além de produtores de leite, indústrias e cooperativas de laticínios.

As inscrições podem ser feitas até o dia 10 de outubro, pelo site Sympla. A entrada será solidária: cada participante deve doar 1 kg de alimento não perecível, e a organização acrescentará 2 litros de leite por inscrição. Todos os itens arrecadados serão destinados a entidades sociais. 

Sobre o Milk Summit Brazil 2025
A realização do Milk Summit Brazil 2025 é conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS, pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat/RS), pela Prefeitura Municipal de Ijuí, pelo Sebrae, pela Emater/RS-Ascar, pela Suport D Leite e pela Impulsa Ijuí. 

O evento conta com o patrocínio de Sicredi, Sicoob, Laboratório Base, Launer Química, RIT Resfriadores, Tetra Pak Brasil, Senar, Grupo Piracanjuba, Laticínios Deale e SulPasto, empresas que acreditam na importância da inovação, da sustentabilidade e da valorização do leite brasileiro.

A edição também reúne parceiros institucionais, como a ExpoFest Ijuí 2025, Fecoagro, Fetag, Centro de Ciências Rurais da UFSM, Universidade de Passo Fundo, Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, Hooks, Ministério da Agricultura, Ciepel e a Rede Leite, que contribuem para ampliar o alcance e a relevância do encontro. (Sindilat)


GDT Global Dairy Trade

Fonte: GDT adaptado pelo Sindilat
 

Êxodo do leite desafia futuro da produção no Rio Grande do Sul

Fetag-RS e Gadolando alertam para recuo da atividade; Sindilat defende ganho de competitividade

A pecuária leiteira gaúcha passa por uma transformação que preocupa lideranças da agricultura familiar e da indústria. Em pouco mais de uma década, o Rio Grande do Sul viu o número de famílias produtoras despencar de cerca de 150 mil para menos de 30 mil, segundo a Emater/RSAscar. Só no último ano, essa redução foi de cerca de 12%. A produção estadual se mantém estável graças à concentração em propriedades maiores e mais tecnificadas, mas o impacto social é evidente em diversos municípios.Para Eugênio Zanetti, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), a mudança ameaça a sustentabilidade da agricultura familiar. Ele lembra que a atividade garante renda permanente em pequenas propriedades, mas vem perdendo atratividade. Herdando itens da cadeia da carne, como a dinâmica da instabilidade dos preços e do peso dos insumos de produção, “permanece apenas quem é extremamente profissional, com escala, gestão e manejo. Para os demais, a atividade se torna inviável”, avalia.No campo institucional, o setor leiteiro encara seus plantéis de forma bastante distintas. Enquanto a pecuária ornamental das raças leiteiras, com o cereal mantido para sustentar o rebanho, é vista como um ativo cultural e uma atividade com impacto social positivo, a bovinocultura leiteira é encarada como atividade econômica, com custos elevados, alta exigência tecnológica e instabilidade equivalente aos mercados de frango e de suínos, segundo Marcos Tang.O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando/RS) e da Confederação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), destaca o caráter histórico do fenômeno. Ele recorda que, há 15 anos, o Estado reunia em torno de 150 mil famílias ligadas ao leite, número que hoje não passa de 28 mil com emissão regular de notas fiscais. Segundo ele, as propriedades profissionais migraram para a escala e elevaram a média de produção de 100 litros por família para mais de 600 litros. Tang bem lembra que o Estado enfrentou cinco anos de impactos causados por enchentes, estiagens e concorrência de importados que trouxeram dificuldades adicionais.

Esse movimento de saída já tem um custo social significativo. O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), Darlan Palharini, entende que as propriedades maiores vêm absorvendo as menores e o processo vem perdendo força.

Ele ressalta, entretanto, o ganho de competitividade: enquanto no RS a média por propriedade é de cerca de 450 litros, na Argentina e no Uruguai estruturas comuns atingem 4 a 5 mil litros. Essa diferença de escala pesa sobre a logística, que no Estado tem custo médio de R$ 0,20 por litro apenas no transporte. Apesar disso, Palharini afirma que o RS segue competitivo, lembrando que a indústria local tem em torno de 100 mil litros exportados por ano e que o Estado detém a liderança nacional em produção e exportação de queijos. Para sustentar a produção, defende maior investimento em políticas públicas, ressaltando que o atual momento exige maior conversão estrutural.

“O leite ainda é o quinto produto em importância no agronegócio do Rio Grande do Sul, não podemos perder essa atividade. Não podemos achar que é normal sair de 150 mil produtores para apenas 30 mil. Precisamos pensar em como estimular os pequenos produtores, caso contrário, vamos perder espaço para estados menos produtivos”, alerta.

Os investimentos da indústria reforçam essa linha. Na Expointer, a Lactalis anunciou R$ 400 milhões para ampliar suas plantas no Estado, em atividade voltada ao aumento de produtividade e versificação de produtos. Segundo Palharini, esse tipo de investimento pode estimular o crescimento da atividade, associado a programas de assistência, que registram elevação da ordem de 10% a 15% na produtividade das famílias assistidas.

Na Assembleia Legislativa, o deputado Elton Weber (PSB) protocolou na última semana o projeto de lei que institui o Pró-Leite RS – Programa Estadual de Sustentabilidade e Produção Leiteira. A meta é criar um fundo estadual para investir na atividade mais sensível do agronegócio gaúcho e torná-la mais estável. “Se não enfrentarmos a crise atual com medidas robustas, daqui a 10 anos o Rio Grande do Sul terá um setor leiteiro ainda mais concentrado e com baixíssima participação da agricultura familiar”, projeta Weber. (Jornal do Comércio)


Jogo Rápido

MILHO/CEPEA: Mesmo com aumento na produção estimada, preços seguem firmes
Ainda que novas estimativas indiquem aumento na produção brasileira da safra 2024/25, levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho seguem registrando pequenos avanços na maior parte das regiões acompanhadas. Segundo o Centro de Pesquisas, o suporte vem da firme demanda interna e da posição mais cautelosa de vendedores, que limitam o volume disponível. Quanto à produção, dados divulgados na última semana pela Conab indicaram aumento de 2% frente ao mês anterior e de 21% em relação à temporada passada (2023/24), somando 139,69 milhões de toneladas. (Cepea via Terra Viva)

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Porto Alegre, 15 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.480


Último mês para inscrições no Milk Summit Brazil 2025

O prazo para inscrições para o Milk Summit Brazil 2025 entra em sua reta final e o  último dia para garantir uma vaga para acompanhar a primeira edição do evento se encerra no dia 10 de outubro através do site Sympla. A entrada será solidária: cada participante deve doar 1 kg de alimento não perecível, e a organização acrescentará 2 litros de leite por inscrição. Todos os itens arrecadados serão destinados a entidades sociais.

O evento acontece nos dias 14 e 15 de outubro, em Ijuí (RS), no Parque de Exposições Wanderley Burmann, dentro da programação da Expofest. A programação completa pode ser acessada no site www.milksummitbrazil.com  e vai reunir produtores, cooperativas, indústrias e especialistas em torno do debate de quatro eixos: competitividade, consumo, sustentabilidade e inovação. Entre os nomes já confirmados estão representantes da Embrapa, Emater, Milkpoint, Tetra Pak, Senar, Ciepel, Fetag, Letti A², produtores de leite, indústrias e cooperativas de laticínios, além de lideranças de cooperativas e indústrias gaúchas. 

Segundo o coordenador do evento, Darlan Palharini, que também é secretário-executivo do Sindilat, a iniciativa busca fomentar conhecimento e gerar conexões estratégicas. “O leite é um motor da economia gaúcha. A atividade está em praticamente todo o território, gerando emprego, renda e contribuindo para o crescimento social e econômico do Estado”, assinala. 

A escolha de Ijuí valoriza a vocação da região noroeste, que é a maior fornecedor de leite cru para industrialização no Rio Grande do Sul. Segundo dados da Emater, são 741,9 milhões de litros por ano, oriundos de mais de 157 mil vacas leiteiras, o que representa um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 2,03 bilhões anuais, nesta região.
Sobre o Milk Summit Brazil 2025

A realização do Milk Summit Brazil 2025 é conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS, pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat/RS), pela Prefeitura Municipal de Ijuí, pela Emater/RS-Ascar, pela Suport D Leite e pela Impulsa Ijuí. 

O evento conta com o patrocínio de Sicredi, Sicoob, Laboratório Base, Launer Química, RIT Resfriadores, Tetra Pak Brasil, Senar, Grupo Piracanjuba, Laticínios Deale e SulPasto, empresas que acreditam na importância da inovação, da sustentabilidade e da valorização do leite brasileiro.

A edição também reúne parceiros institucionais, como a ExpoFest Ijuí 2025, Fecoagro, Fetag, Centro de Ciências Rurais da UFSM, Universidade de Passo Fundo, Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, Hooks, Sebrae, Ministério da Agricultura, Ciepel e a Rede Leite, que contribuem para ampliar o alcance e a relevância do encontro. (Sindilat/RS)


XV Dia de Campo da CCGL: o leite do futuro se constrói hoje
 
No próximo dia 18 de setembro, a CCGL promove a 15ª edição do seu tradicional Dia de Campo do Leite. O encontro acontece a partir das 9h, no Tambo Experimental da cooperativa, localizado na ERS 342, em Cruz Alta, e reunirá produtores, técnicos e parceiros em um dia inteiro de conhecimento, troca de experiências e inovação.
 
Com o tema “O leite do futuro se constrói hoje: com gestão, tecnologia e sucessão”, o evento reforça a importância de unir práticas modernas, eficiência produtiva e visão estratégica para garantir a sustentabilidade e a competitividade da cadeia leiteira. Ao longo do dia, os participantes poderão acompanhar estações técnicas que vão abordar desde o manejo de solo e forragens até ferramentas de gestão financeira e sucessão familiar, trazendo soluções práticas para os desafios do campo.
 
A programação inclui debates sobre irrigação como ferramenta para intensificação da produção de forragens, a fertilidade do solo como base da produtividade, a importância de diversificar fontes de forragem para melhorar a qualidade do leite, além de estratégias de bem-estar animal que reduzem o estresse térmico e aumentam os resultados. Também estarão em pauta o uso do controle leiteiro como instrumento de decisão e a gestão financeira aplicada à propriedade rural. Para completar, será discutida a sucessão na pecuária de leite e os caminhos para preparar as novas gerações.
 
Para a Gerente de Operações da CCGL, Silvana Trindade, o Dia de Campo é uma importante ferramenta para levar conhecimento e difundir tecnologias de forma prática, diretamente no ambiente onde o produtor atua. “ A cada edição, buscamos trazer conteúdos atuais e relevantes, que possam se transformar em resultados reais dentro das propriedades. Essa 15ª edição está sendo preparada com muito carinho, justamente para que nossos produtores e parceiros tenham um dia para troca de experiências, inspiração e aprendizado. Mais do que um evento, o Dia de Campo é um espaço de conexão e construção conjunta do futuro do leite”.
 
O Dia de Campo é uma realização da CCGL, da Rede Técnica Cooperativa (RTC) e da Smartcoop, com co-realização do Sebrae RS e patrocínio de grandes parceiros do setor, como Sicredi, Biotrigo, Fockink, Elanco, BRDE, Gelgas, Genex, Plastrela, Inbra, Datamars Livestock e Oligo. (CCGL)
 
 
Pesquisador Leonardo Dutra toma posse oficial como chefe-geral da Embrapa Clima Temperado Pelotas
 
A elite da pesquisa agropecuária da Zona Sul se reuniu, na tarde de sexta-feira (12), para dar posse oficial ao novo chefe-geral da Embrapa Clima Temperado Pelotas, Leonardo Dutra. No exercício da função desde o dia 1º de agosto, Dutra foi prestigiado por autoridades nacionais, estaduais, municipais, pesquisadores ativos e aposentados, além de funcionários de diversas unidades da instituição, familiares, amigos e representantes das mais diversas instituições da região, Estado e imprensa, no auditório Ailton Raseira, na Embrapa sede. O diretor executivo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Embrapa Brasília, Clênio Pilon, representou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, na solenidade.
 
Ao assumir o cargo, transmitido pelo chefe-geral interino Waldyr Stumpf Junior, o novo chefe-geral fez um relato sobre a história da instituição, presente na região Sul há 87 anos, e a sua importância para o desenvolvimento da agropecuária local, estadual e nacional. “Assumo esta missão com a convicção de que não se trata de um trabalho individual, mas de uma construção coletiva, que só será possível com a dedicação e o talento das equipes de pesquisa e transferência de tecnologia, de gestão, apoio e colaboradores”, ressaltou. Também destacou a parceria de instituições como prefeituras, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Emater/RS-Ascar, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), entre outras. 
 
Segundo Dutra, a história da unidade que completou 32 anos em 2025 e da pesquisa agropecuária na região, começou em 1938, relatou. “Neste ano, foi criada a Estação Experimental de Viticultura, Enologia e Frutas de Clima Temperado, na Cascata”, pontuou. “Desde então, foi entregue à sociedade uma diversificada gama de resultados, trabalhos com mais de 140 espécies, representando a diversidade de culturas agroalimentares para as variadas condições climáticas e alimentares”, lembrou. 
 
Ele também mencionou a preocupação com a soberania dos agricultores sobre as sementes para evitar dependência. No seu relato sobre os resultados das pesquisas obtidas pelas unidades da empresa, mencionou as mais de 30 cultivares de arroz lançadas, entre elas a BRS Pampa CL que ocupa atualmente 15% da área semeada no Estado e a BRS Pampeira, 7%, entre outras tecnologias, que ganharam as lavouras do país. Citou  ainda cultivares de pêssego, nectarina, batata, feijão e outras, pesquisas conduzidas por pesquisadores hoje aposentados. “Não fizemos todas estas entregas sozinhos, nossa principal fortaleza são as nossas parcerias”, salientou. Dutra apontou que a Embrapa coordena o sistema nacional de pesquisa agropecuária, reunindo organizações estaduais, universidades, institutos de pesquisa federais e estaduais, além de outras organizações públicas e privadas. Também citou as parcerias locais.
 
Dutra reforçou que a Embrapa está conectada a todos os desafios de pesquisa, e revisita sua agenda estratégica para construir soluções mais complexas para problemas cada vez mais complexos. “A Embrapa irá focar suas ações nos próximos anos em quatro linhas temáticas principais: produção, competitividade e inovação, resiliência climática e sustentabilidade, segurança alimentar e agregação de valor e inclusão sócio-produtiva”, disse.  
 
Trajetória
 
Chefe-adjunto de transferência de tecnologia, de novembro de 2023 a março de 2025, Dutra ingressou na Embrapa em 2004, na unidade Florestas, em Colombo, no Paraná, foi transferido para a unidade de Pelotas em 2008 para atuar na micropropagação de plantas e conservação de recursos genéticos vegetais, junto ao Laboratório de Cultura de Tecidos.
 
Casado com a nutricionista Fabiana Dutra e pai de Lívia, de 11 anos, Dutra enalteceu o trabalho das mulheres nos mais diversos ramos de atividade, citando uma a uma as integrantes da sua família e convívio diário, agradecendo o papel que cada uma desempenhou na sua trajetória, em especial à mãe, esposa e filha. Também citou o pioneirismo das mulheres em cargos antes desempenhados apenas por homens dentro da unidade e garantiu a sua valorização na atual gestão.
 
Nova gestão
 
Compõem a gestão atual ainda, nas chefias-adjuntas, os pesquisadores Rosane Martinazzo, na pesquisa e desenvolvimento; Dori Edson Nava, na transferência de tecnologia; e o técnico Leandro Aquino, na administração. Na coordenação técnica das unidades, José Ernani Schwengber, na Estação Experimental Cascata; Gilmar Alves, nas Terras Baixas, e Nélson Pires Feldberg, na Canoinhas. 
 
Entre as ações defendidas pela sua gestão estão visão integrada de pesquisa, desenvolvimento e inovação, com foco em temas estratégicos como de insumos, rastreabilidade, saúde única, além de intensificar as ações voltadas para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Também buscará a manutenção da atuação da unidade nos tradicionais temas dos quais já é protagonista, fortalecimento de ações de desenvolvimento humano com gestão participativa, capacitação contínua, fortalecimento da comunicação interna e integração dos novos empregados que devem chegar por concurso, manutenção e aprimoramento da infraestrutura e captação de novas parcerias e fontes de financiamento, fortalecendo as colaborações com o ecossistema local de inovação e redes estratégicas. (Jornal Tradição)

Jogo Rápido

Associados do Sindilat/RS têm desconto no Dairy Vision 2025
Associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) tem 10% de desconto nas inscrições para o Dairy Vision 2025, evento que ocorre nos dias 11 e 12 de novembro, durante o Expo Dom Pedro, na cidade de Campinas (SP). O encontro concentrará mais de 20 palestras de especialistas nacionais e internacionais em dois dias de programação, para debater o tema “Lácteos voltando ao protagonismo?”. Serão cinco painéis que desdobram o tema na ampliação de mercados, sustentabilidade, oportunidades e desafios de produtos com alta proteína, estratégias comerciais e a aplicação de inovações tecnológicas no segmento. As inscrições podem ser feitas no site oficial www.dairyvision.com.br. Para ter acesso ao desconto, associados do Sindilat/RS devem realizar o cadastro no link. (Sindilat)

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Porto Alegre, 12 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.479


Seminário do Senar/RS debate agro na geopolítica mundial

Evento realizado na quinta-feira, no teatro do Bourbon Country, também discutiu as conjunturas econômica e fiscal no Brasil atual

O futuro do agronegócio e da economia brasileira foi o assunto do Seminário Campo das Ideias, realizado ontem, no teatro do Bourbon Shopping, em Porto Alegre. Especialistas nacionais sobre os dois temas palestraram no evento promovido pelo Senar-RS, que teve na abertura a presença do governador Eduardo Leite.

“Precisamos inovar, pensar diferente na nossa produção, a gestão dos nossos negócios, nossa estrutura de resiliência às dificuldades e até mesmo as nossas relações sociais”, lembrou o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, na abertura do encontro do qual participaram quase mil pessoas, entre produtores rurais, lideranças e autoridades empresariais e públicas.

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, disse ver o mundo “difícil”, passando não por uma “nova ordem econômica”, mas uma nova “desordem” econômica, diante da perda de protagonismo de grandes organizações multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial do Comércio (OMC). Neste contexto, afirmou que todos estão atropelados por quatro modernos “cavalos do apocalipse”: insegurança alimentar, insegurança energética, mudanças climáticas e desigualdade social.

“O mais sensível é a insegurança alimentar”, acrescentou. “E alimentos para o povo significam a única condição de estabilidade política e social de uma nação. É preciso enfrentar estes quatro fantasmas”, advertiu. “Eu estou convencido que quem vai resolver estas questões todas é o agro”, disse. “Mas qual agro? O agro tropical”, emendou, evocando a agropecuária praticado no Brasil.

O economista, cientista político e diplomata Marcos Troyjo citou a história do personagem bíblico José do Egito que, há milhares de anos, orientou o faraó a se preocupar com questões econômicas e estruturais para garantir a sobrevivência assim que a fase de “vacas gordas” fosse substituída pela de “vacas magras”.

“Porque acho esta história tão importante para o Brasil, para o agro no atual contexto mundial. Porque eu tenho a impressão que estamos entrando numa fase que é potencialmente ruim para a grande maioria das nações”, explicou, mencionando o termo “trumpulência”, a turbulência global causada pelo presidente norte-americano.

A economia brasileira e mundial foi abordada pelo economista e professor de Economia da UFRGS Marcelo Portugal. Segundo ele, as perspectivas para a economia brasileira são complicadas, não apenas neste ano, mas para os dois próximos.

“O ano que vem vai ser tudo empurrado com a barriga”, definiu, referindo-se às eleições.

“Vai ser um problema muito grave em 2027”, projetou. Portugal explicou que o país cresceu 1,3% no primeiro trimestre, mas que agora os números perderam fôlego. “E em 2026 vamos empurrar os problemas para frente. Ninguém vai tratar de problemas estruturais da economia brasileira”, lamentou. “Infelizmente, o nosso maior problema, que é o fiscal, não vai ser resolvido”, disse.

O economista-chefe da federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, descreveu a situação fiscal do Brasil como bastante comprometedora, uma vez que o governo federal não promove ações para reduzir suas despesas.

“Apesar dos bons números do agronegócio, o setor não é uma ilha, ele é parte de um grande navio, e esse navio é a nossa economia. Estamos com uma Selic de 15% e a mortalidade das empresas vai aumentar”, previu.

“Assim como a mortalidade de produtores rurais será enorme. Aliás, já está sendo”, completou. (Correio do Povo)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1884 de 11 de setembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

O volume de produção leiteira permanece no ápice da curva sazonal, e houve expressivo incremento nas propriedades conduzidas em sistema de produção a pasto. 

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as chuvas intensas têm dificultado o manejo das propriedades leiteiras, causando degradação das pastagens, maior demanda por silagem e aumento na ocorrência de mastites associadas ao acúmulo de barro, o que compromete a comercialização do leite em um período de alto potencial produtivo. 

Na de Ijuí, observa-se aumento nos casos de elevação da Contagem de Células Somáticas (CCS), indicador que tem gerado preocupação entre os produtores devido ao risco de comprometimento da saúde do úbere, especialmente pela maior incidência de mastites. 

Na de Passo Fundo, a bovinocultura de leite está estável, e os rebanhos apresentam boas condições sanitárias e nutricionais, assegurando níveis de produção dentro do esperado.

Na de Santa Maria, a baixa luminosidade compromete o desenvolvimento das pastagens cultivadas, resultando em oferta limitada de forragem e impactando negativamente o escore corporal dos animais. 

Na de Santa Rosa, os dias ensolarados intercalados com chuvas favoreceram o crescimento das forrageiras e o bem-estar animal, ampliando o consumo de alimentos a campo. (Emater/RS)

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 37/2025 – SEAPI

Os últimos sete dias foram marcados por chuva e diminuição da temperatura em grande parte do Rio Grande do Sul. 

As forrageiras apresentam bom desenvolvimento, principalmente o azevém, que garante elevada produção de massa verde. As aveias de ciclo curto estão em fase final, com menor oferta de forragem. Já as espécies anuais de verão encontram-se em emergência, com semeaduras escalonadas. 

O volume de produção da bovinocultura de leite permanece no ápice da curva sazonal, e houve expressivo incremento nas propriedades conduzidas em sistema de produção a pasto. No entanto, nas áreas de maior precipitação houve dificuldade no manejo dos animais, causando degradação das pastagens, maior demanda por silagem e aumento na ocorrência de mastites associadas ao acúmulo de barro. 

Nos próximos dias, o tempo deverá permanecer estável em parte do Rio Grande do Sul, com destaque para a elevada amplitude térmica. 

Na sexta-feira (12/09) e sábado (13/09), o tempo seguirá estável e seco em grande parte do território gaúcho. Não há previsão de chuvas significativas, e as temperaturas apresentarão amplitude térmica elevada, ou seja, com noites frias e tardes mais quentes. No domingo (14/09), as temperaturas médias irão se elevar, principalmente na porção oeste do estado, e há possibilidade de chuva apenas em pontos isolados. 

Na segunda-feira (15/09) e terça-feira (16/09), um sistema de baixa pressão deverá se formar próximo ao estado do Rio Grande do Sul, favorecendo a ocorrência de chuvas ao longo desses dois dias. Por fim, na quarta-feira (17/09), com o afastamento do sistema, o tempo voltará a permanecer estável 
em grande parte do território gaúcho.

De forma geral, os totais esperados oscilarão entre 5 e 30 mm na maioria das regiões e somente no extremo sudeste não deve ocorrer precipitação. Em alguns municípios das regiões da Campanha, Fronteira Oeste, Central e Metropolitana os volumes previstos podem alcançar os 50 milímetros acumulados. (Seapi)


Jogo Rápido

SOJA/CEPEA: Exportações aquecidas elevam preços no BR
 Soja vêm subindo neste início de setembro o grão e de óleo tem acirrado a disputa entre consumidores domésticos e estrangeiros e elevado os prêmios de exportação. Os preços da soja vêm subindo neste início de setembro, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o bom desempenho dos embarques brasileiros de soja em grão e de óleo tem acirrado a disputa entre consumidores domésticos e estrangeiros e elevado os prêmios de exportação. Além disso, pesquisadores explicam que a valorização do dólar frente ao Real aumenta a competitividade do produto nacional e estimula as negociações internas. De acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea, o Brasil exportou 9,33 milhões de toneladas de soja em agosto. Apesar da queda de 23,8% frente a julho – movimento comum para o período –, o volume foi recorde para o mês. No acumulado de 2024 (janeiro a agosto), os embarques totalizaram 86,5 milhões de toneladas, também recorde. (Cepea Via Terra Viva)
 

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Porto Alegre, 11 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.478


Radiografia da Agropecuária Gaúcha | RS exporta lácteos a 44 países, mas depende de importações

Em 2024, o leite gerou R$ 7,92 bilhões no RS. O estado exportou US$ 24 mi, mas importou US$ 83,4 mi, segundo a Radiografia da Agropecuária Gaúcha.

Leite no RS foi destaque na edição 2025 da Radiografia da Agropecuária Gaúcha, lançada neste mês pelo Departamento de Governança dos Sistemas Produtivos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

O documento oficial detalha números de rebanho, produção, valor econômico e comércio exterior da bovinocultura de leite gaúcha, evidenciando tanto a relevância social quanto os desafios de mercado.

Segundo a publicação, em 2025 o rebanho declarado do Rio Grande do Sul soma 1,04 milhão de bovinos destinados à atividade leiteira.

Em 2023, a produção totalizou 4,14 bilhões de litros de leite, movimentando um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 7,92 bilhões em 2024. Esses números confirmam o peso estratégico do setor dentro da economia agropecuária estadual.

Comércio exterior: exportações limitadas, importações elevadas
Os dados mostram que, em 2024, o Rio Grande do Sul exportou lácteos para 44 países, gerando US$ 24 milhões em receitas, o que garantiu ao estado a terceira posição no ranking nacional de exportadores.

O principal destino foi Cuba, que absorveu US$ 18,4 milhões em produtos lácteos gaúchos, equivalente a 76,7% do total exportado. Em seguida aparecem Uruguai (US$ 2 milhões; 8,5%), Chile (US$ 1,3 milhão; 5,3%), Filipinas (US$ 1,2 milhão; 5,0%) e Paraguai (US$ 0,5 milhão; 2,4%).

Por outro lado, as importações de lácteos foram significativamente mais altas, atingindo US$ 83,4 milhões no mesmo ano.

O destaque absoluto foi o Uruguai, responsável por 97,1% do valor importado (US$ 80,9 milhões e 24,7 mil toneladas). Outros fornecedores tiveram participação marginal, como Itália (1,6%), Estados Unidos (0,9%), Argentina (0,3%) e Países Baixos (0,2%).

Esse desequilíbrio evidencia a forte dependência externa, sobretudo do mercado uruguaio, que domina o abastecimento do estado.

Estrutura produtiva e industrial
A Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2025 mostra também a capilaridade da atividade leiteira. O RS conta com pouco mais de 30 mil propriedades que têm no leite uma fonte de renda.

O estado abriga 240 estruturas de industrialização, sendo a maioria (69%) vinculada ao Sistema de Inspeção Municipal (SIM). Outros 13% estão sob a Coordenação de Inspeção de Produtos de Origem Animal (CISPOA) e 18% no Sistema de Inspeção Federal (SIF).

A publicação destaca ainda que a profissionalização crescente, aliada à adoção de novas tecnologias, tem sido tendência e necessidade para a continuidade da atividade no campo.

Perfil do rebanho
O levantamento detalha a composição etária dos animais no estado. Em 2025, havia:

202.141 bovinos de 0 a 12 meses,

174.625 de 13 a 24 meses,

141.715 de 25 a 36 meses,

526.012 com mais de 36 meses.

Esse perfil indica predominância de animais adultos, essenciais para manter a produção estável em um cenário de custos elevados e competição internacional.

Principais municípios produtores
De acordo com a Radiografia, os dez maiores rebanhos leiteiros do estado em 2025 estão localizados em: Santo Cristo, Augusto Pestana, Crissiumal, Cândido Godoi, Ijuí, Campina das Missões, Marau, São Francisco do Sul, Ibirubá e Três Passos.

Essa distribuição reforça a relevância regional da bovinocultura de leite, presente em praticamente todos os municípios gaúchos.

Reflexões e desafios
Os dados oficiais escancaram um paradoxo: enquanto o Rio Grande do Sul é referência em produção leiteira e mantém exportações consistentes, a balança comercial do setor segue deficitária, puxada pela alta dependência do Uruguai.

Para os produtores e indústrias locais, o desafio passa por ampliar a competitividade, reduzir custos e diversificar destinos comerciais.

A profissionalização crescente e a introdução de novas tecnologias surgem como caminhos estratégicos para enfrentar um mercado cada vez mais globalizado. Acesse na integra clicando aqui. (Edairy News)


Pesquisa trimestral do leite: captação formal de leite atinge recorde histórico
 
Com estabilidade climática e maior formalização, Brasil registra crescimento de 9,4% na captação de leite, totalizando 6,5 bi de litros no 2º trimestre.
 
De acordo com a Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, a captação formal no Brasil totalizou 6,502 bilhões de litros no segundo trimestre de 2025, avanço de 9,4% em relação ao mesmo período de 2024 — resultado superior ao já expressivo número divulgado na prévia da pesquisa. Na comparação com o trimestre anterior, houve ainda leve alta de 0,17%, movimento atípico para esta época do ano, geralmente marcada pela entressafra e pela redução da oferta devido às condições climáticas mais secas.
 
Gráfico 1. Evolução do 2º trimestre da Captação de leite no Brasil
 

 
Esse desempenho fez do segundo trimestre de 2025 o maior volume já registrado para o período na série histórica acompanhada pelo IBGE.
 
Gráfico 2. Captação Mensal de Leite - Brasil
 

 
Desempenho mensal
 
Tabela 1. Captação total mensal de leite no Brasil
 

 
Fonte: IBGE - elaborado pelo MilkPoint Mercado
 
Os estados que mais contribuíram para o resultado nacional foram Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Minas Gerais manteve a liderança, com 1,55 bilhão de litros no trimestre, crescimento de 5% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O Paraná aparece em seguida, com pouco mais de 1 bilhão de litros e alta expressiva de 13,4%. Santa Catarina, por sua vez, registrou 824 milhões de litros, incremento de 8% na mesma base de comparação.
 
Em termos proporcionais, o destaque ficou com o Ceará, que apresentou expansão de 22% frente ao mesmo trimestre de 2024, alcançando 124,7 mil litros de leite captados no trimestre.
 
Gráfico 4. Variação percentual da Captação Formal (2º trimestre: 2025 vs 2024)
 

 
Entre as regiões, o Sul liderou em volume absoluto, com 2,6 bilhões de litros no trimestre, crescimento de 13%. Na sequência, o Nordeste apresentou avanço de 9,9%, impulsionado principalmente por Ceará (22%), Piauí (21,8%), Rio Grande do Norte (15,3%) e Sergipe (13,4%).
 
As demais regiões também registraram resultados positivos: Centro-Oeste (+9,5%), Sudeste (+6%) e Norte (+4,5%). Esse desempenho evidencia a recuperação generalizada da produção nacional no período.
 
O que influenciou no aumento da captação?
O crescimento expressivo da captação no segundo trimestre de 2025 pode ser explicado por um conjunto de fatores. Entre eles, destaca-se a rentabilidade ao produtor ainda em patamares satisfatórios, que tem estimulado investimentos em tecnologia e manejo, inclusive confinamentos, favorecendo a diminuição dos efeitos típicos da entressafra.
 
Outro ponto relevante é a maior formalização da produção, também associada à melhora da rentabilidade, que tem reduzido a participação de volumes comercializados de forma irregular e ampliado o registro oficial da captação.
 
Adicionalmente, a ausência de adversidades climáticas significativas colaborou para o desempenho positivo. Diferentemente de 2024, quando enchentes no Sul prejudicaram a atividade, o segundo trimestre de 2025 foi marcado por maior estabilidade climática, o que favoreceu a produção em diferentes regiões do país.
 
Expectativas para o próximo trimestre
As expectativas para o próximo trimestre apontam para a continuidade do aumento na captação de leite, uma vez que o terceiro trimestre, historicamente, coincide com o início período das águas e com a safra no Sul, principal região produtora do país. A coleta deve se manter aquecida, sustentada por indicadores de rentabilidade ainda favoráveis ao produtor ao longo desse período. No entanto, a variação percentual tende a ser menos expressiva, já que a base comparativa do segundo trimestre de 2025 frente a 2024 é impactada pelas enchentes ocorridas no Sul, que reduziram a produção no ano anterior. (Milkpoint)
 

Ranking global de laticínios 2025: os destaques e tendências para 2026
Rabobank Global Dairy Top 20 2025: Lactalis domina, Nestlé perde fôlego e empresas como Emmi e Sodiaal se aproximam do ranking. Saiba mais!
 
A lista anual do Rabobank traz poucas surpresas este ano, mas as atividades de fusões e aquisições pendentes podem provocar mudanças significativas em 2026. Oito empresas trocaram de posição no ranking Global Dairy Top 20 de 2025, mas não houve novos entrantes nem saídas entre os maiores players do setor.
 
No entanto, mudanças relevantes estão a caminho para 2026, já que empresas como Unilever, DMK e Fonterra ainda não concluíram processos de fusão e desinvestimento em andamento.
 
Top 20 Global de Laticínios – Rabobank 2025
Com base no faturamento de vendas de laticínios de 2024 estimado por meio dos demonstrativos financeiros, transações de fusões e aquisições concluídas de 1º de janeiro de 2025 a 30 de junho de 2025.
 

 
As cinco maiores empresas com base nas vendas de laticínios permaneceram as mesmas este ano, com Lactalis, Nestlé e Dairy Farmers of America ocupando os três primeiros lugares, seguidas por Danone e Yili.
 
A Arla trocou de posição com a Fonterra, ficando em 6º e 7º lugares, respectivamente, mas a gigante neozelandesa – que recentemente concordou em vender seus negócios globais de consumo e associados para a Lactalis – deve cair para a 10ª posição no próximo ano, uma vez concluído o acordo.
 
“O apetite da Lactalis por aquisições parece insaciável”, informou o RaboResearch, acrescentando que a multinacional francesa pode ampliar sua liderança no topo em US$ 10 bilhões no futuro, especialmente diante da fraca concorrência da Nestlé, que ocupa o segundo lugar.
Maior crescimento de receita: Saputo
A canadense Saputo aumentou sua receita em 8,4% – mais do que qualquer outro membro da lista das 20 maiores – ao melhorar o desempenho em todas as divisões, exceto na Argentina. A empresa reforçou sua eficiência ao transferir a produção para mais perto de casa e reduzir custos duplicados.
 
Já a gigante suíça Nestlé “continua enfrentando desafios em seu segmento de laticínios”, segundo o Rabobank, com vendas estáveis em cerca de US$ 24 bilhões pelo terceiro ano consecutivo. “Suas duas divisões relacionadas a laticínios (produtos lácteos & sorvetes e nutrição & ciências da saúde) registraram queda no faturamento na Europa, América do Norte, Ásia e América Latina”, destacaram os analistas do banco. “De acordo com o relatório anual da Nestlé, apenas China e Taiwan mostraram crescimento, especificamente no segmento de nutrição & ciências da saúde.”
 
Europa: fusões e aquisições podem mudar posições
Não houve mudanças significativas nas posições de cooperativas do noroeste europeu, como Arla Foods e FrieslandCampina, embora a DMK – que anunciou planos de fusão com a Arla Foods – tenha registrado queda de 6,7% na receita após a saída de grandes produtores da cooperativa e, consequentemente, menos leite processado.
 
A Sodiaal, que adquiriu a Yoplait Canadá da General Mills, pode melhorar sua posição no ranking no próximo ano.
 
Enquanto isso, a Savencia subiu no ranking após concluir a aquisição da empresa argentina Williner, adicionando cerca de € 295 milhões (US$ 344 milhões) ao seu faturamento.
 
A Danone, por sua vez, concluiu desinvestimentos estratégicos, como a venda da Horizon Organic, ao mesmo tempo em que manteve crescimento em seu segmento de laticínios e aumentou sua receita em 4%.
 
Movimentos para 2026: Emmi Group é “forte candidato” ao Top 20
A suíça Emmi Group está entre as empresas que podem entrar na lista do Rabobank no próximo ano. A fabricante do Emmi Café Latte poderia assumir o lugar da DMK e quase entrou no ranking de 2025 após gerar faturamento de US$ 5,4 bilhões.
 
O Rabobank aponta que tendências cambiais favoráveis e o alto preço do leite suíço podem impulsionar ainda mais a empresa no próximo ano.
 
Enquanto isso, a Arla deve desafiar a Danone pela 4ª posição caso a fusão com a DMK seja concluída como esperado; e a FrieslandCampina pode alcançar o 6º lugar com base em seu acordo com a Milcobel.
 
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint

 

Jogo Rápido

MILHO/CEPEA: Oferta limitada sustenta cotações
Atentos às recentes valorizações nos portos e no mercado externo, vendedores brasileiros estão limitando a oferta de milho no spot e/ou pedindo preços firmes em novos negócios, apontam levantamentos do Cepea. Atentos às recentes valorizações nos portos e no mercado externo, vendedores brasileiros estão limitando a oferta de milho no spot e/ou pedindo preços firmes em novos negócios, apontam levantamentos do Cepea. Por outro lado, a demanda doméstica segue enfraquecida, contexto que impede avanços mais intensos nas cotações, explicam pesquisadores. Consumidores utilizam estoques, à espera de aumento na oferta, fundamentados na possibilidade de produtores passarem a ter necessidade de vendas. Vale lembrar que a safra deve ser recorde no Brasil e nos Estados Unidos. Já a demanda externa está se aquecendo. A exportação do milho, que apresentava fraco desempenho até o julho, tem reagido, refletindo principalmente as negociações antecipadas do cereal. Além disso, o aumento da paridade de exportação e o consequente maior interesse de vendas para o mercado internacional também dão suporte aos valores domésticos e mantêm expectativa de novos avanços. O ritmo de embarques diário de agosto/25 superou em 18% o observado em agosto/24, com volume escoado também 13% maior na mesma comparação, somando 6,84 milhões de toneladas, segundo dados da Secex analisados pelo Cepea. (Cepea Via Terra Viva)
 

 


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Porto Alegre, 10 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.477


Sindilat apoia exclusividade do termo “leite” para produtos de origem animal

Para assegurar que a palavra “leite” seja usada exclusivamente em produtos de origem animal e, com isso, defender o direito de escolha do consumidor, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) apoiou, em audiência pública na Câmara dos Deputados, a aprovação do Projeto de Lei 10.556/2018, que prevê a proibição do uso da denominação em produtos de origem vegetal.

“Trata-se de assegurar que o consumidor tenha clareza sobre o que está adquirindo. Leite é alimento de origem animal, e essa diferenciação precisa estar expressa”, destacou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. “Seria absurdo oferecer tofu de origem animal ou uma bebida de soja com leite de vaca”, comparou, ao lembrar que algumas marcas de produtos vegetais se apropriam de imagens e de termos próprios dos laticínios em seus rótulos. “Isso gera confusão para o consumidor, desvaloriza e ameaça a sustentabilidade do setor lácteo, além de prejudicar os produtores”, reforçou o dirigente.

No debate, o Sindilat indicou ainda que produtos vegetais precisam de rotulagem clara, sem induzir o consumidor ao erro. Além disso, as bebidas vegetais devem ser comercializadas com denominações próprias, não como substitutas do leite e os rótulos devem destacar ausência de leite e indicar composição/alergênicos de forma evidente.

O debate, realizado na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços na terça-feira (09/09), atendeu ao requerimento do deputado federal Heitor Schuch (RS) e reuniu representantes do ramo do leite de todo o Brasil no debate do projeto de autoria da deputada federal Tereza Cristina (MS). (Sindilat)


Capital do leite ganha centro para formar próximas gerações de produtores

Pensando nas próximas gerações de produtores de leite, a cidade de Castro (PR) deu início à criação de um complexo educacional que deve se tornar referência para a cadeia leiteira. Considerada a capital nacional do alimento, o município de cerca de 73 mil habitantes é responsável pela ordenha anual de mais de 420 milhões de litros do produto, quase 10% de toda a produção paranaense. 

O Centro de Excelência em Bovinocultura de Leite – uma iniciativa da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) em parceria com o Sindicato Rural de Castro, a prefeitura da cidade e a cooperativa Castrolanda – será voltado à formação de mais de 500 profissionais para toda a cadeia produtiva do setor, por meio de cursos técnicos e de especialização reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

Com previsão de iniciar as atividades em 2027, o empreendimento receberá investimentos de mais de R$ 35 milhões, com o objetivo de tornar-se um marco na capacitação para o setor lácteo no país. O complexo, com oito blocos, ocupará uma área de 4,3 mil m² em um terreno de quatro hectares. 

O lançamento da pedra fundamental da estrutura foi realizado durante a 25.ª edição do Agroleite, evento técnico anual realizado no mês de agosto.

“É a consolidação de uma conquista que foi possível graças a uma união de propósitos em torno dessa cadeia produtiva, que está em 399 municípios paranaenses, gerando emprego, renda e riqueza”, disse o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette. 

Responsável por cerca de 4,5 bilhões de litros de leite anuais, o Paraná é hoje o segundo maior produtor do país, atrás apenas de Minas Gerais.

A iniciativa faz parte de um projeto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entidade vinculada a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da qual a Faep é integrante. Atualmente, há três centros de excelência em operação no país: de fruticultura, em Juazeiro (BA), bovinocultura de corte, em Campo Grande (MS), e cafeicultura, em Varginha (MG).

“O leite talvez seja a cadeia mais pulverizada, geograficamente, mais dispersa pelos municípios”, destacou o diretor de Inovação e Conhecimento do Senar Nacional, André Sanches.

De acordo com a Faep, Castro tem um rebanho de 53,4 mil vacas ordenhadas, com produção média anual de 8,4 mil litros por animal, quase quatro vezes a média nacional, de 2,2 mil litros. 

O desempenho em produtividade no município se aproxima de líderes da pecuária leiteira mundial, como Estados Unidos e Alemanha, e supera o de países como a França e Nova Zelândia. 

A produtividade e a qualidade do leite de Castro resultam de um cuidado extremo dos criadores de gado da região, que incluem a separação de vacas no período entre lactações, controle de temperatura nos currais, camas secas e ambientes adequados para animais em pré-parto, por exemplo. (Gazeta do Povo)

Boletim de Preços - Mercado de Leite e Derivados - Agosto de 2025

Preços dos lácteos seguem em queda e Spot com recuo expressivo
Os preços dos principais derivados lácteos mantiveram viés baixista. O queijo muçarela registrou queda mais acentuada, devido ao aumento da oferta e maior pressão de vendas. O mercado de leite UHT também apresentou um movimento de ligeira desaceleração nos preços. O leite em pó seguiu o mesmo caminho e sofrendo a concorrência das importações. No leite Spot, as cotações arrefeceram ao longo das últimas quinzenas, com maior volume de leite sendo ofertado e menor interesse dos compradores. Estoques com ligeiro aumento, forte competição entre laticínios e os varejistas buscando recuperação de margens tem mantido o mercado de lácteos mais baixista.

Conseleites indicam recuo

As sinalizações dos Conseleites para o pagamento do leite entregue em agosto apontaram queda nas projeções em todos os estados acompanhados. Paraná e Rio Grande do Sul registraram reduções mais acentuadas, enquanto Santa Catarina e Minas Gerais apresentaram recuos moderados. Mas o movimento geral foi de baixa, em linha com os preços no mercado atacadista de derivados. 

Fonte: Informativo mensal produzido pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite.
Autores: Glauco R. Carvalho, Luiz A. Aguiar de Oliveira e Samuel José de M. Oliveira. 
Colaboração: Henrique Salles Terror e Caio Prado Villar de Azevedo (graduandos da UFJF).
Nota: as variações mostradas acima nos gráficos são do preço de fechamento do mês contra o período citado.


Jogo Rápido
IBGE: Trimestrais da pecuária - Aquisição de leite teve alta de 9,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior
No 2º trimestre de 2025, a aquisição de leite cru foi de 6,50 bilhões de litros, equivalente a um acréscimo de 9,4% em relação ao 2° trimestre de 2024, e uma redução de 1,0% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. Trata-se da maior aquisição de leite nesses estabelecimentos para um segundo trimestre de toda a série histórica. Em relação ao preço médio do leite pago ao produtor que foi de R$ 2,75, ocorreu aumento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e queda de 0,4% em relação ao 1º trimestre de 2025. A Região Sul apresentou a maior proporção na captação de leite cru, 40,7% do total, seguida pelas regiões Sudeste (35,9%), Centro-Oeste (10,5%), Nordeste (9,4%) e Norte (3,5%). No comparativo do 2º trimestre de 2025 com o mesmo período de 2024, o acréscimo de 559,06 milhões de litros de leite captados em nível nacional é proveniente de aumentos registrados em 20 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Em nível de Unidades da Federação, os acréscimos mais relevantes ocorreram no Rio Grande do Sul (+122,06 milhões de litros), Paraná (+120,04 milhões de litros) e Minas Gerais (+74,15 milhões de litros). No sentido oposto, as reduções mais significativas ocorreram no Espírito Santo (-3,98 milhões de litros), Alagoas (-2,64 milhões de litros) e Mato Grosso (-2,51 milhões de litros). Minas Gerais liderou o ranking de aquisição de leite, com 23,8% da captação nacional, seguido por Paraná (15,7%) e Santa Catarina (12,7%) (IBGE)