Pular para o conteúdo

 

Porto Alegre, 09 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.262

 

   Fonterra projeta preço de US$ 6,34/quilo para leite em pó orgânico em 2016/17

A cooperativa neozelandesa Fonterra, produtora e exportadora de laticínios, estima um preço de 9,20 dólares neozelandeses (US$ 6,34) por quilograma de leite em pó orgânico para a temporada 2016/17. A empresa está lançando um sistema de preços de mercado para o leite orgânico que deve determinar as cotações do produto a partir do desempenho do segmento de orgânicos da Fonterra. 

A projeção inicial representa um avanço em relação aos 5,65 dólares neozelandeses/kg pagos aos produtores. Atualmente, os produtores de leite orgânico recebem um prêmio fixo acima da cotação do leite convencional.

O diretor de assuntos cooperativos da Fonterra, Paul Grave, afirma que a projeção reflete os preços elevados de produtos derivados de leite orgânico no mercado global, em face do aumento da demanda. "O apetite dos consumidores está crescendo mais rapidamente do que a oferta", explica.

Conforme o executivo, as margens na operação de leite orgânico são similares às obtidas nos produtos mais rentáveis da cooperativa. "O mercado orgânico é lucrativo." Segundo ele, a Fonterra está focada em impulsionar a área de orgânicos para aproveitar os preços de mercado globais elevados, a fim de gerar retornos nesse segmento para beneficiar os produtores que integram a cooperativa. (As informações são do Estadão Conteúdo)
 
EUA: crescem pequenos laticínios que processam e vendem produtos com valor agregado
 

Travis Pyykkonen, de 35 anos de idade e fundador da1871 Dairy, teve a ideia de divulgar uma nova visão do leite - um produto saudável e - bucólico. Ele imaginou um local onde os clientes poderiam adicionar manteiga de blackberry e manjericão ou banana com amêndoas ao leite fresco e pasteurizado no local. Sobre alguns armários abandonados, ele viu sobremesas de iogurte e sorvetes artesanais. "Eu idealizei inicialmente um microlaticínio e uma microcervejaria", comentou Travis. 

Sua companhia 1871 Dairy atualmente já fornece leite de vacas criadas a pasto para os principais restaurantes de Chicago incluindo o Alinea, o Next e o Blackbird. Nos próximos meses, Pyykkonen mudará sua operação de Wisconsin para um bairro localizado no oeste do centro da cidade, onde os frigoríficos e os defumadores de peixe estão dedicando espaço para pequenas delicatessens e torrefadoras de café. A ação de adicionar o leite a essa longa lista de alimentos tradicionais está sendo redescoberta por jovens empresários, reintroduzindo pequenos lotes e frequentemente, com preços altos. 

Essa tendência de "leites e lácteos sofisticados" é mais do que moda. Os preços historicamente baixos do leite estão gerando dificuldades aos produtores. Eles estão abstendo-se do modelo tradicional de vender aos processadores comerciais, engarrafando seu próprio leite (além de sorvetes e iogurtes) e vendendo-o diretamente aos clientes. Além disso, eles estão anunciando as várias maneiras pelas quais esses produtos podem ser diferentes do leite convencional - seja pela não homogeneização, produção orgânica, de vacas criadas a pasto ou localmente produzidos. 

A maioria do leite dos Estados Unidos viaja menos de 160 quilômetros da fazenda à planta que o embala, de acordo com o Dairy Management Incorporated, uma organização de comércio nacional que ajudou a promover a campanha "Got Milk?". Ainda assim, somente nos últimos anos o produto tem sido promovido aos consumidores com o apelo de ser um produto local.

Atualmente, muitos cardápios de restaurantes citam a proveniência de seus produtos lácteos da mesma forma que promovem carne produzida a pasto e tomates hidropônicos. E os consumidores estão dispostos a gastar mais pelo leite de boutique nos mercados rurais e varejistas de produtos de alta qualidade. Na rede Whole Foods Markets, as vendas de leite de vacas criadas a pasto - em grande parte produzido localmente - registraram um "crescimento de duplo dígito durante os últimos dois anos e provavelmente aumentarão em 2016", disse a gerente de produtos locais da divisão do Meio-Oeste da companhia, Julie Blubaugh. 

Esse aumento é ainda mais notável dado o longo aumento nas vendas gerais de leite. O consumo anual de leite fluido caiu para 72 quilos por pessoa em 2014, de 112 quilos em 1975, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produção americana de leite está alta, impulsionada pela demanda por queijos, manteiga e iogurte.
Ainda não há estatísticas sobre o crescimento dos microlaticínios, mas já foi identificado que um fator que impulsiona esse mercado é a nostalgia sentida pelos consumidores no momento da compra. 

O Manhattan Milk, pequeno distribuidor na cidade de Nova York, distribui garrafas de leite orgânico produzidos por animais no pasto em fazendas da região. Ele inclusive distribui os produtos nas portas de locais distantes como Greenwich, Connecticut. Uma das ideias da 1871, de acordo com Pyykkonen, é distribuir garrafas em Chicago de bicicleta. Para ele, a motivação para entrar no negócio de leite foi pessoal. Quando sua filha mais velha estava mudando do leite materno para o leite de vaca, há cerca de oito anos, ele e sua esposa começaram a prestar mais atenção aos rótulos dos lácteos. Eles notaram a falta de transparência sobre a verdadeira origem do leite ou o método de produção.

Pyykkonen ficou obsecado pelo assunto, deixou o seu trabalho e mergulhou de cabeça no assunto, lendo livros e visitando fazendas. Ele chamou sua companhia de 1871 Dairy, uma referência ao ano do grande incêndio de Chicago. No verão de 2015, ele comprou 12 vacas das raças Jersey, Guernsey e Holstein-Friesian, alimentadas a pasto. O laticínio pasteuriza o leite cru a 62oC, temperatura menor do que muitos processadores comerciais, o que ajuda a reter suas enzimas benéficas. O leite é vendido nos mercados rurais e em várias lojas varejistas de produtos diferenciados em Chicago, e assim como com muitos produtores de alimentos de pequena escala, o preço o torna um produto de nicho. Vendido por um valor de US$ 7 em um galão 1,9 litros; o produto é três vezes mais caro comparado à maioria dos leites dos supermercados. Pyykkonen aprendeu que seus clientes querem mais do que a palavra orgânico no rótulo; eles querem a satisfação de saber que o leite foi produzido perto de casa, em lotes pequenos e não em tanques industriais.

Em East Homer, Nova York, um pequeno laticínio chamado Trinity Valley começou a engarrafar seus próprios produtos em 2014 além de vender seu leite cru para grandes processadores comerciais. Branden Brown, que gerencia a fazenda com sua esposa, Rebekah, e seus pais, Ken e Sue Poole, disse que estavam perdendo dinheiro após vários anos de preços recordes baixos e viram a chance de cobrar mais por produtos premium. "Nesses dias, com o mercado de leite tão volátil, os produtores têm três opções: ter um nicho e processar seu próprio leite; ficar maior; ou sair da atividade leiteira", disse Brown.

A Trinity Valley se tornou seu próprio intermediário em 2014, convertendo os campos de milho na estrada em planta de processamento e loja de varejo. Primeiro, embalava 150 galões por semana de leite não homogeneizado puro e com chocolate. Em dois anos, o laticínio aumentou sua produção para 1.600 galões por semana, fornecendo leite a hospitais, teatros e lojas de conveniência da região central de Nova York. "Se fizéssemos isso há cinco ou 10 anos atrás, não acho que o movimento de compras de produtos locais estaria tão forte como agora, permitindo que nós e outros laticínios fôssemos sustentáveis", disse Brown.

De acordo com o grupo comercial Dairy Managemet, a indústria está perdendo uma oportunidade de marketing em não focar nos produtos locais. O vice-presidente executivo para estratégias e inovações externas, Alan Reed, disse que uma forma de aproveitar isso é destacar os produtores que produzem leite. "A história da produção do leite e dos cuidados com as vacas pode ser contada pelos produtores de leite de todo o país. Somos bons em embalar de forma eficiente em galões brancos, mas, o negócio está se direcionando para outros caminhos e precisamos acompanhar essa inovação", completou Reed. 

O diretor de marketing do Trickling Springs Creamery, pequeno laticínio em Chambersburg, Pensilvânia, Joe Miller, disse que um fator que vem acelerando esse crescimento da companhia nos últimos quatro anos é uma alteração na cara da marca: em seus sorvetes orgânicos, os rótulos agora trazem fotos das fazendas onde o leite se origina. Com o sucesso dessa campanha, o laticínio também fará uma alteração nos rótulos do leite em breve.

 "Os clientes querem aprender a história por trás dos alimentos para conhecer o seu valor", disse Miller. "Quanto mais você abre as portas para eles verem os bastidores, mais confortáveis eles se sentem com seu produto".

Da mesma forma que os chefs têm investido na televisão e nas mídias sociais, Pyykkonen espera que os produtores e processadores de leite possam se tornar bem conhecidos - ou, menos anônimos. "O segredo era fazer com que os produtores contassem as suas histórias", finalizou ele. (As informações são do The New York Times, traduzidas pela Equipe MilkPoint Indústria)

 

Ritmo da retomada das exportações agrícolas argentinas surpreende
Há poucos dias, o presidente da Sociedade Rural, Luis Miguel Etchevere, disse a produtores que a Argentina é tão boa na exportação de grãos que "basta deixá¬los no porto que alguém vai buscá¬los". Embora exagerada, a declaração simboliza o bom momento do setor no país. No primeiro trimestre deste ano, o valor das exportações argentinas do agronegócio cresceu 23,5%, com destaques para produtos como grãos, com aumento de 54%, e óleos, com 65%. O campo salvou as vendas externas, abaladas pela fraca demanda brasileira por produtos industriais, e evitou que o presidente Mauricio Macri amargasse um tombo no déficit comercial logo no começo da sua gestão. Segundo dados do Ministério da Agroindústria, nos primeiros três meses do ano a Argentina vendeu no exterior 19,9 milhões de toneladas de grãos, oleaginosas e seus subprodutos, o que representou incremento de 67,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Era esperado que as exportações de produtos agropecuários crescessem com a mudança de governo, principalmente porque foi uma promessa de Macri, desde a campanha eleitoral, acabar com as restrições e taxas que prevaleceram durante praticamente todo o ciclo kirchnerista, que durou 12 anos. Mas o resultado, em alguns casos, surpreendeu. No conjunto, a soma das vendas de itens agropecuários com os manufaturados da mesma origem atingiu US$ 8,3 bilhões do total de US$ 12,4 bilhões obtido pelo país com exportações no primeiro trimestre deste ano. A retirada da taxa de exportação para produtos como trigo e carne e a redução gradual do percentual no caso da soja foram implantadas junto com a desvalorização cambial de mais de 30% ¬ e, ainda, com o fim das restrições à compra de moeda estrangeira. A soma desses três fatores abriu as portas para o mercado externo, segundo Ezequiel de Freijo, economista da Sociedade Rural. 
 
O presidente da República também se apressou em fazer "lobby" a favor de seu país junto a outros chefes de Estado. Tudo indica, segundo informações do ministro da Agroindústria, Ricardo Buryaile, que depois de um embargo de 15 anos os limões cultivados em Tucumán, no norte argentino, voltarão a ser vendidos no mercado dos Estados Unidos. O mesmo se espera em relação à carne bovina. Segundo o ministério, o fim das restrições gerou a reabertura de vários mercados e a conquista de novos, como Alemanha, México, Egito, França, Reino Unido, Canadá e Holanda. Além disso, segundo dados divulgados pela Casa Rosada, aumentou o número de portos nos quais a Argentina poderá desembarcar seus produtos. Os que registraram maior aumento no volume exportado no primeiro trimestre foram trigo (105%), óleo de soja (89%), milho (84%), óleo de girassol (80%) e farinha de soja (73%). O trigo é emblemático, já que volumes muito pequenos do produto saíram da Argentina durante o governo de Cristina Kirchner, que tentava, com isso, evitar o aumento no preço local da farinha. Segundo o ministério, os triticultores recuperaram mercados históricos como Egito, Marrocos, Indonésia e Vietnã. O governo Macri também se reaproximou do Brasil, historicamente o principal destino das vendas externas do produto. Há cerca de três meses, o ministro Buryaile se reuniu com dirigentes da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) para retomar o vínculo. Em 2006, um ano antes de Cristina assumir a presidência, o Brasil importou da Argentina cerca de 6 milhões de toneladas do cereal. O resultado do agronegócio no exterior ajudou a compensar a queda de 22% das vendas externas de produtos de origem industrial, altamente dependentes do mercado brasileiro. No geral, as exportações argentinas cresceram 3% de janeiro a março em relação a igual intervalo de 2015, segundo dados oficiais. Mas, puxado pelo agronegócio, o segmento de produtos primários registrou aumento bem maior, de 39%. Os manufaturados de origem agropecuária avançaram 15%. Graças ao campo, o déficit na balança caiu de US$ 1,2 bilhão para US$ 381 milhões na comparação entre os primeiros três meses de 2015 e 2016. Mas o que mais anima o setor é o que vem pela frente. Chamou a atenção de Freijo o crescimento de 70% na produção da indústria química no primeiro trimestre. Segundo ele, o resultado revela que os fabricantes de agrotóxicos se preparam para as próximas encomendas. "Em maio será a campanha do trigo e em setembro virão milho e soja". 
 
O economista lembra que para a carne bovina, no entanto, os resultados mais expressivos vão demorar mais tempo para aparecer porque a primeira providência dos pecuaristas foi aumentar o estoque. O reflexo da retomada do setor começa a aparecer também na venda de máquinas. Segundo Etchevere, durante os quatro dias de uma recente exposição do setor as vendas de tratores e colheitadeiras somaram US$ 8 bilhões. "A partir de agora a Argentina vai produzir muito mais, o que mostra que isso não era tão difícil como o governo anterior tentou mostrar", destaca ele. O recente recuo do dólar em relação ao real também animou os produtores rurais argentinos. "Quando o dólar estava em mais de R$ 4, o Brasil era um competidor forte; mas, com valores em torno dos R$ 3,50, estamos um pouco mais equiparados", afirma Freijo. Por enquanto não há previsões do quanto podem aumentar as exportações do agronegócio argentino em 2016. Mas o resultado seria melhor não fossem as fortes chuvas de abril, que afetaram fortemente as plantações e a pecuária. A soja foi a mais atingida. Etchevere calcula a perda de 4 milhões de toneladas num ano em que se esperava produzir 60 milhões. O prejuízo vai chegar a mais de US$ 1 bilhão, segundo ele. Um quadro de inundações nunca visto na história recente da Argentina terminou com mais de 40 mil famílias desalojadas, caminhos intransitáveis e apodrecimento dos grãos. "Trabalho há 30 anos no campo e nunca havia visto nada igual", afirma o produtor Luis Angriman. Na sua Província, Entre Rios, na região central do país, em apenas 25 dias choveu mais do que a média da água que historicamente cai ao longo de um ano. Ele estima que vai perder entre 50% e 60% da sua produção de soja e de 20% a 30% do cultivo de arroz. Como ocorreu a tantos outros produtores argentinos, a inundação atrapalhou muito o sonho de Angriman de que a partir da mudança de governo haveria um salto de produção. "Quando começamos a colheita veio a chuva", afirma o produtor. (Valor Econômico)
 
 
2ª Mostra da Terneira será realizada na Expocon de Condor no próximo final de semana
Com produção de leite estimada em 25,5 milhões de litros ao ano, Condor, na região Noroeste do Estado, investe na criação de terneiras. Na próxima sexta-feira (13/05), às 13h30, a médica veterinária da Embrapa, Renata Suñé, e o extensionista da Emater/RS-Ascar, Felipe Bieger, estarão no município do Corede Noroeste Colonial proferindo palestra sobre A importância da criação da terneira no futuro rebanho leiteiro e sobre Genética. As palestras irão se realizar na Câmara de Vereadores de Condor e fazem parte da programação da Feira Regional da Agroindústria, Comércio, Agricultura Familiar, Agronegócio e Show (Expocon), que se realiza de 13 a 15 de maio. Ainda dentro da programação da Expocon, no sábado (14/05), um júri irá premiar os melhores exemplares das raças Jersey e Holandesa, inscritas na 2ª Mostra da Terneira de Condor. De acordo com a Emater/RS-Ascar, 13 produtores de leite do município enviaram animais para serem avaliados em quatro categorias: terneira menor jersey, terneira menor holandesa, terneira maior jersey e terneira maior holandesa. Foram inscritas 50 terneiras, 14 a mais do que na primeira edição da Mostra. Os animais ficarão expostos ao público até o encerramento da Expocon, no domingo, na rua 15 de Novembro, no centro da cidade. (Emater - RS)

 

Porto Alegre, 06 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.261

 

   Balança comercial de lácteos apresenta maior déficit desde fevereiro de 2000

A balança comercial de lácteos teve um déficit de 18.603 toneladas em abril, déficit 31% maior que o apresentado no mês anterior. Em valores, o déficit da balança de lácteos foi de US$ 49,4 milhões. O resultado é reflexo da estagnação do volume exportado aliada a uma forte alta nas importações.

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto.

 Fonte:MDIC

As exportações apresentaram leve aumento de 3,8% em valor e de 1,0% em volume. Em abril, foram exportadas 2,81 mil toneladas de produtos lácteos, contra 2,79 mil toneladas em março. Na comparação com abril de 2015 a queda nas exportações em volume foi de 40%.

Já as importações, tiveram alta de 26% frente a março. Com destaque para o leite em pó integral (+72%), manteigas (+149%) e queijos (+2%). Já o leite em pó desnatado (-28%) e o soro de leite (-4%) apresentaram quedas no volume comercializado. 

O aumento das importações de leite em pó ocorreu, principalmente, devido a um crescimento de 124% nos volumes com origem no Uruguai: somente em abril, cerca de 8,4 mil toneladas de leite em pó (integral e desnatado) tiveram o país como origem, o equivalente a 54% do total importado de leites em pó. Outras 5,8 mil toneladas vieram da Argentina; 1,2 mil toneladas do Chile e 225 toneladas foram importadas do Paraguai. (A matéria é da equipe MilkPoint, a partir de dados do MDIC)

 
 
 
FAO: índice de preços dos lácteos caiu 2,2% devido à ampla oferta global e demanda limitada
 
O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) atingiu 151,8 pontos em abril, com alta de 0,7% ante março. O avanço "relativamente forte" dos preços dos óleos vegetais, somado a um ganho moderado nas cotações de cereais, superou a queda dos laticínios e açúcar. A alta verificada em abril é a terceira consecutiva, aponta a FAO.

O índice considera uma média ponderada dos preços internacionais de cinco grupos de commodities: cereais, óleos vegetais, laticínios, carne e açúcar.

 

Os óleos vegetais lideraram o movimento, registrando um avanço de 4,1% em abril na comparação com março, para 166,4 pontos. O óleo de palma foi o componente que mais se valorizou no período, atingindo a máxima dos últimos 17 meses, sustentado por temores de produção baixa em 2016 e demanda global crescente. As cotações internacionais do óleo de soja também ficaram firmes, diante de condições menos favoráveis à produção na América do Sul.

Os cereais, por sua vez, avançaram 1,5%, muito próximos dos 150 pontos. Os preços do milho foram os que mais avançaram, influenciados pelo dólar mais fraco e acompanhando a alta nos óleos vegetais. Ainda assim, condições climáticas favoráveis e a expectativa de grande oferta na nova safra limitaram os ganhos no trigo. A FAO apontou que os preços, apesar da alta em abril, estão 10,4% abaixo em relação ao mesmo mês do ano passado.

No segmento de laticínios, houve queda de 2,2% na mesma base de comparação, para 127,4 pontos. Os preços de todos os lácteos caíram no período, prejudicados por ampla oferta global e demanda limitada em mercados tradicionalmente importadores. Assim como no último mês, manteiga e queijoregistraram uma queda mais acentuada, pressionados pelo crescimento dos estoques em países exportadores.

O índice de preços do açúcar ficou em 215 pontos, 1,7% inferior ao verificado no último mês. A queda reflete a ampla disponibilidade de açúcar para exportação no Brasil, onde se espera que a safra 2016/17 seja a segunda maior da história. Também há a expectativa de que haja uma redução do uso da cana-de-açúcar para produção de etanol. Ainda assim, a perspectiva de déficit global pelo segundo ano consecutivo limitou as perdas.

O índice de preços de carnes ficou 0,8% abaixo do verificado em março, atingindo 146,6 pontos. Os níveis de preço das carnes de porco e frango ficaram praticamente estáveis, refletindo um bom equilíbrio entre oferta e demanda. A carne de carneiro avançou, enquanto a carne bovina registrou a maior alta. Fornecimento limitado e um avanço da demanda norte-americana levou os preços de exportação na Austrália ao maior nível desde outubro de 2015. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)

Mapa do Observatório do Mercado Leiteiro aponta aumento na produção leiteira da UE

A produção de leite na União Europeia (UE) aumentou um ano após o fim das cotas de produção de leite, com o último mapa do Observatório do Mercado Leiteiro (MMO) mostrando que a produção da Irlanda aumentou bem mais do que em outros Estados Membros. Para o período, de janeiro a fevereiro de 2016, a produção total de leite nos Estados Membros da UE aumentou 7,4% com relação ao período correspondente em 2015.

Entretanto, o país que se destaca, como mostra o mapa abaixo, é a Irlanda, onde as entregas de leite de janeiro a fevereiro nesse ano aumentaram 35,6% com relação ao período correspondente no ano anterior. Os dados mostram que Luxemburgo teve o segundo maior aumento na produção (+23,2%), seguido por Bélgica (+20,6%) e Holanda (+18,5%). No Reino Unido, a produção de leite aumentou 3,6% no período.


 
Em 2016, a Comissão Europeia previu que a produção de leite na UE poderá crescer cerca de 2 milhões de toneladas. Embora um crescimento limitado seja esperado na França, onde as cooperativas e as companhias de lácteos limitam incentivos aos produtores para a expansão da produção, aumentos significativos são esperados em Irlanda, Holanda e Dinamarca. Maiores entregas também podem ocorrer no Reino Unido, onde somente uma expansão limitada é esperada na Alemanha.

Ao contrário dessa tendência, a Comissão disse que a parte leste da UE poderá registrar uma estabilização na produção, especialmente devido aos desenvolvimentos do rebanho em Polônia, Hungria, Eslováquia e Países Bálticos. (As informações são do AgriLand, traduzidos pela Equipe MilkPoint)

 
Santa Clara Lança Queijo tipo Grana Ralado
A Cooperativa Santa Clara incrementa sua linha de queijos com o Tipo Grana ralado. Com maturação de doze meses e fiel à receita italiana, o produto é encontrado em pacotes de 50 gramas. O Queijo Tipo Grana possui sabor frutado e aroma de manteiga, uma massa dura e amarelo-palha. Combina com molhos, massas, risotos, pizzas e saladas, possui baixo teor de sódio e é rico em cálcio, já que são necessários quinze litros de leite para produção de um quilo de queijo. O Queijo tipo Grana ralado é zero lactose, pois passa por um período de maturação longo, no qual enzimas presentes no leite, chamadas lactase, são eliminadas naturalmente no processo de amadurecimento do produto. Queijos com mais de 60 dias não apresentam lactose e podem ser consumidos normalmente. O produto pode ser encontrado nos mercados da região Sul e em São Paulo. (Cooperativa Santa Clara)
 

 

Porto Alegre, 05 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.260

 

   RS: Balanço Social da Embrapa destaca Rede Leite, diz Emater/RS

A Embrapa acaba de divulgar seu Balanço Social de 2015. O documento coloca a Rede Leite entre as oito experiências brasileiras que mais contribuíram no período para o lucro social da entidade, no valor de R$ 26,87 bilhões. Esse número leva em conta o impacto econômico das 104 tecnologias e de aproximadamente 200 cultivares, desenvolvidas e transferidas à sociedade no ano passado. Investir em tecnologia, segundo a Embrapa, realmente vale a pena, pois a relação lucro social/receita líquida, em 2015, foi de 9,23, ou seja, cada real aplicado gerou R$ 9,23 para a sociedade brasileira.

"É o reconhecimento a um trabalho desenvolvido em rede, que envolve vários parceiros e que não tem a Embrapa como protagonista", disse o pesquisador da Rede Leite da Embrapa Pecuária Sul, Gustavo Martins da Silva. "A Rede Leite tem gerado algumas referências positivas, importantes a outros processos de desenvolvimento rural, a partir de alguns aprendizados, como, por exemplo, a metodologia de pesquisa e extensão", completou o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul.

Em Ijuí, onde a Embrapa ocupa uma sala no Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, a notícia foi bem recebida pelo gerente regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí. "A atividade leiteira tem coesão social e o Programa reforça isto, um olhar para o social, o econômico e o ambiental, voltado à geração de renda e à sucessão rural", disse Carlos Turra.

Na lista de destaques do Balanço Social da Embrapa há duas experiências do Rio Grande do Sul, sendo uma delas a Rede Leite (Programa em Rede de Pesquisa-desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira). Nos últimos quatro anos, a Rede aponta aumento médio de produtividade de 6.000 litros/ha/ano para mais de 9.000 litros/ha/ano, com a produção anual por vaca atingindo 5.500 litros de leite. Contudo, a Rede Leite também ressalta melhora de indicadores sociais, ambientais e econômicos nas mais de 50 pequenas propriedades rurais do Noroeste gaúcho, acompanhadas pelo

Programa
Formalmente, participam da Rede Leite oito instituições: Emater/RS-Ascar, Embrapa, Universidade de Cruz Alta (Unicruz), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), Instituto Federal Farroupilha campus Santo Augusto, Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Coperfamiliar e Rede Dalacto.

Destaques
Também são destaque no Balanço Social 2015 da Embrapa as seguintes experiências: Sistema de saneamento básico rural, Variedades de uva sem sementes, Chip reduz tempo do melhoramento genético do eucalipto, Sistema de produção de pupunha para palmito na agricultura familiar, Consórcio de pesquisa consolida liderança mundial do café brasileiro, Sistema de produção agroecológica demonstra soluções da pesquisa para a agricultura orgânica e Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB) completa 50 anos de bons serviços ao agronegócio brasileiro. (Fonte: Emater/RS-Ascar)

 
 
Kátia Abreu e Dilma assinam decreto que institui a Força Nacional-Suasa

A presidente Dilma Rousseff e a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) assinaram, nesta quarta-feira (04), o decreto que institui a Força Nacional do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (FN-Suasa). O grupo de elite será formado por fiscais agropecuários para executar medidas de prevenção, vigilância, assistência e controle de situações de risco epidemiológico e de desastres fitossanitários e zoossanitários que ameacem lavouras e rebanhos.

"Em qualquer foco, evento e ameaça nos estados ou na fronteira com outros países, a Força Nacional poderá agir rapidamente, com metodologias e critérios, para que possamos ter confiança em toda parte do mundo", disse a ministra Kátia Abreu.

A FN-Suasa será articulada por entidades públicas e privadas, coordenada pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tendo como instâncias intermediárias as agências estaduais de defesa agropecuária dos estados e do Distrito Federal. "Temos que estar muito bem preparados para defender nossa produção agropecuária da forma mais valente possível. E para isso contamos com todos os servidores do ministério", ressaltou a ministra.

O grupo terá 628 fiscais agropecuários federais, estaduais e municipais. Desse total, 270 são do quadro do ministério. Eles receberão equipamento, coletes e uniformes. "A criação de uma força nacional eleva o nível da importância estratégica para a atividade da agricultura e pecuária nacional", afirmou o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luís Rangel.

A iniciativa faz parte do Plano de Defesa Agropecuária 2015-2020, apresentado pelo Mapa em maio de 2015. (As informações são do Mapa)
 
 
Preços de commodities em reais têm 3 ª queda seguida 

As matérias-¬primas que têm influência sobre a inflação brasileira registraram o terceiro mês consecutivo de queda em abril. Pelos cálculos do Banco Central (BC), o Índice de Commodities Brasil (IC¬Br) caiu 3,09% no mês passado, após baixa de 4,4% em março. No ano, o índice tem queda de 6,01%, mas sobe 8,56% em 12 meses. O indicador é construído partindo dos preços das commodities agrícolas, metálicas e energéticas convertido para reais. Seu equivalente internacional, o "Commodity Research Bureau" (CRB), mostrou variação negativa de 0,33% em abril, e sobe 15,71% em 12 meses. Entre os três subgrupos que compõem o IC¬Br, o de commodities agropecuárias (carne de boi, carne de porco, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, café e arroz) mostrou queda de 3,88% no mês, após baixa de 5,46% em março. No ano, a queda é de 8,25%, mas em 12 meses o índice ainda sobe 11,69%. Houve queda também no preço das commodities metálicas, que recuaram 2,06% em abril, após baixa de 1,89% em março. No ano, sobem 2,75% e em 12 meses, 6%. As commodities energéticas (petróleo Brent, gás natural e carvão) mostraram alta de 1,36% no mês, após leve aumento de 0,21% em março. No ano, no entanto, acumulam queda de 2,26%, e baixa de 8,85% em 12 meses. Observando o comportamento da média móvel trimestral, indicador mais usado para captar tendência, o IC¬Br aponta queda de 2,98% em abril após retração de 0,99% em março e alta de 0,9% em fevereiro. (Valor Econômico)
 

Preços/MG 
Os custos de produção elevados e os preços baixos pagos pelo leite em Minas Gerais têm comprometido a capacidade de os pecuaristas investirem na produção. O desestímulo, aliado ao início da entressafra do leite, fez com que a captação no Estado recuasse 8,8% em março. Com um volume menor, o preço líquido do litro subiu 6,43% em abril, referente à produção entregue em março. Mesmo com a valorização, a margem do produtor continua limitada e a tendência é de nova queda produtiva e de elevação de preços. Os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram ainda que Minas Gerais, principal bacia leiteira do País, registrou o maior recuo na captação, 8,8%. Além do período de entressafra, muitos produtores adiantaram a secagem das vacas para reduzir os custos, uma vez que os preços atuais do leite são insuficientes para garantir lucro. (Diário do Comércio)

         

Porto Alegre, 04 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.259

 

   Exportações de lácteos para a Rússia totalizaram R$ 2,5 milhões em 2015

Um dos principais alvos do esforço do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para ampliar as exportações de produtos lácteos é a Rússia. Em 2015, as exportações do setor para aquele país somaram US$ 2,5 milhões. Os resultados das ações do Mapa para intensificar os negócios com o mercado russo na área de lácteos foram apresentados durante o lançamento do Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite (SIMQL), ontem (3), em Brasília.

A atuação do Mapa também resultou na habitação de 26 estabelecimentos de produtos lácteos para negociar com a Rússia. A expectativa é que o SIMQL, desenvolvido pelo Mapa em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), contribua para fortalecer as relações do país com os mercados importadores do setor de laticínios.

A meta do Brasil é triplicar o volume de embarques de lácteos para os países com maior potencial de importação, como Rússia e China. "Estamos juntos com o setor produtivo para aumentar a sua competitividade", ressaltou a secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Tatiana Palermo. Além da abertura de novos mercados, outro estímulo destinado às propriedades que produzem leite foi a liberação dos créditos presumidos PIS/COFINS.

Segundo a secretária de Mobilidade Social e do Produtor Rural e do Cooperativismo, Tânia Garib, em sete meses, 40 projetos submetidos ao Programa Leite Saudável totalizaram cerca de R$ 17,8 milhões em desonerações e beneficiaram 10.139 mil produtores no Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo com assistência técnica e extensão rural.

O programa concede a laticínios benefícios no recolhimento do PIS/Cofins. De acordo com a Lei 13.137/2015, os projetos são desenvolvidos por pessoas jurídicas que compram leite in natura e o processam para venda, inclusive cooperativas. As empresas têm direito a recuperar 50% da contribuição de 9,25% do PIS/Cofins, desde que destinem o equivalente a 5% desses recursos a iniciativas que promovam a melhoria da qualidade e da produtividade dos produtores.

Cada laticínio elabora o projeto de assistência técnica rural mais adequado à sua realidade e estabelece metas e indicadores de monitoramento para atingir os objetivos, conforme os benefícios fiscais que dispõem por meio dos créditos presumidos (PIS/Cofins). A meta do Mapa é investir R$ 387 milhões, até 2019, para promover a ascensão social de 80 mil produtores e melhorar a competitividade dos produtores brasileiros.

Foram enviados para o Mapa cerca de 207 projetos, totalizando mais R$ 90 milhões. O período de duração dos projetos é de até três anos. Empresas interessadas em mandar propostas para análise podem ter mais informações aqui.

Nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, 3.620 propriedades que produzem leite estão sendo selecionadas pelo Programa Leite Saudável para receber assistência técnica gerencial. A primeira fase do programa está sendo viabilizada com o repasse de R$ 19,356 milhões do Mapa para o Senar Nacional e a Cooperativa Cooperideal. 

"Com isso, as propriedades que produzem leite receberão assistência técnica mensal por um período de 24 meses, além dos cursos de capacitação, visando melhorar a gestão da propriedade, produção de leite, implantar as boas práticas e gerar maior renda ao produtor rural", disse Tânia Garib. (As informações são do Mapa)
 

 
Demanda chinesa por lácteos aumenta e taxa de crescimento da produção mundial estabiliza

O mercado de lácteos está se encaminhando para um equilíbrio, à medida que os baixos preços impulsionam uma queda na produção na Nova Zelândia, maior exportador mundial, enquanto a demanda da China e da América Latina aumenta. A cooperativa de lácteos neozelandesa Fonterra anunciou que suas captações na Nova Zelândia caíram 3,3% nos dez meses até março. As captações em março caíram 2,4%, para 136,1 quilos de sólidos do leite (cerca de 1,61 bilhão de quilos de leite).

"As menores captações de leite para a estação de 2015-16 são em grande parte resultado do ambiente de baixo preço do leite, onde os produtores continuam reduzindo as taxas de lotação e a alimentação suplementar visando reduzir os custos". A produção para o resto da estação na Nova Zelândia, que termina em 31 de maio, "continuará sendo influenciada por uma mudança no sistema de produção, como queda nas taxas de lotação e alimentação suplementar, à medida que os produtores respondem ao ambiente de preços baixos", disse a Fonterra.

A Associação de Companhias de Lácteos da Nova Zelândia (DCANZ) reportou que a produção de leite no país caiu 1,7% com relação ao ano anterior em todo o país no mês de março (para 1,75 mil toneladas). Tobin Gorey, do Commonwealth Bank of Austrália, disse que a queda "ainda foi menor do que gostaríamos de ver, mas foi uma queda".

Produção de leite estabiliza
A taxa de crescimento da produção de leite na União Europeia (UE) estabilizou, enquanto a queda em outros países exportadores caiu, disse a Fonterra. A produção de leite na UE aumentou 5% em janeiro, disse a Fonterra, mas a UE previu um aumento de apenas 1% na produção durante 2016. Nos Estados Unidos, a taxa de crescimento da produção de leite "continua lenta", disse a Fonterra, à medida que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) previu um aumento de 1% durante 2016.

Demanda chinesa
As importações pela China de produtos da Fonterra aumentaram 14% com relação ao ano anterior, com a demanda por fórmulas infantis aumentando 38%. As importações chinesas durante os 12 meses até fevereiro aumentaram 6%. A demanda de outras áreas importantes está forte também, com as importações da América Latina aumentando 10% em 2015 e as importações da Ásia, excluindo a China, aumentando 8%. Porém, as compras do Oriente Médio e da África estão mais fracas, aumentando apenas 1% durante 2015, e caindo 9% em dezembro, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. (As informações são do Agrimoney)


Alta do preço do leite ao produtor em abril, mas custos de produção não dão trégua

No pagamento de abril, referente à produção entregue em março, foi registrada a maior alta no preço do leite ao produtor este ano, de 3,3%, em relação ao pagamento anterior. Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço médio nacional ficou em R$1,042 por litro. O produtor está recebendo 14,0% mais pelo leite, na comparação com o mesmo período do ano passado, em valores nominais.

A concorrência entre as indústrias continua forte, com a produção caindo nos principais estados produtores. Segundo o Índice Scot Consultoria para a Captação de Leite, em março de 2016, a produção, considerando a média nacional, diminuiu 2,1%, em relação ao mês anterior. A expectativa é de alta para produtor de leite no próximo pagamento, a ser realizado em maio. Porém, do lado dos custos de produção o produtor não tem trégua. Na comparação com igual período do ano passado, os custos da pecuária leiteira subiram 26,2% para a pecuária leiteira de alta tecnologia. (Scot Consultoria)
 

MAPA prorroga normativa sobre qualidade do leite
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, anunciou a prorrogação por dois anos da exigência das alterações na instrução normativa 62, que apresenta os critérios de qualidade do leite. O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, explica essa prorrogação e como o setor recebeu o anúncio. CLIQUE AQUI para assistir o vídeo. (Canal Rural)

         

Porto Alegre, 03 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.258

 

   Setor produtivo comemora prorrogação da IN 62

Depois de negociação entre autoridades sanitárias e lideranças do setor produtivo, foi anunciada, hoje (3/5), em reunião convocada pelo Ministério da Agricultura, em Brasília, a prorrogação por dois anos dos novos limites para o leite previstos na Instrução Normativa 62, que entrariam em vigor em 1º de julho de 2016. O texto regula os níveis de contagem de bactérias (Contagem Padrão em Placas - CPP) e Contagem de Células Somáticas (CCS), critérios importantes para definir a qualidade do leite produzido no campo. Com a decisão, os tambos brasileiros seguem operando  com parâmetros de contagem máximo de 500 mil CS por ml ao invés de ver o controle acirrado para 400 mil CS/ml. Quanto à contagem de bactérias, o parâmetro continua em 300 mil UFC/ml ao invés de diminuir para 100 mil UFC/ml, como estava inicialmente previsto.

Datada de 29 de dezembro de 2011, a IN 62 traz os parâmetros a serem seguidos no campo em uma escalada que aumenta o rigor quanto a questões sanitárias e de higiene. O texto - que deu seguimento à antiga IN 51/2002 - ainda narra processos a serem seguidos, como a limpeza dos tetos das vacas e a uniformização dos profissionais envolvidos com a ordenha. 

Veja abaixo a tabela de escalado do controle:
 

Altamente rigorosa, a tabela inicialmente definida pela IN 62  (acima) impõe redução drástica nos parâmetros principalmente para os estados da região Sul. "Como o leite é um organismo vivo, essa redução é considerada muito brusca para um setor que lida com diversas variáveis. Não são critérios que se pode mudar em quatro ou cinco anos. Nosso pleito sempre foi por mais prazo", pontuou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que acompanhou a reunião em Brasília.

Segundo ele, o setor ficou satisfeito com a prorrogação uma vez que dá aos produtores e, consequentemente, aos latícinios um pouco mais de tempo para adaptação. "É preciso entender que os padrões atualmente previstos pela legislação brasileira são muito mais rígidos do que os de muitos outros países. A IN 62 hoje já é mais exigente do que a lei norte-americana", esclareceu Palharini. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Crédito: Carlos Silva
 
 
gDT 

O Índice gDT de hoje continua mostrando a volatilidade do mercado mundial de lácteos, voltando a cair 1,4%, fechando o evento em US$ 2.203/tonelada. Cheddar e Caseína mostraram alguma recuperação, e o leite em pó integral ficou praticamente estável. Todos os outros produtos negociados tiveram queda em suas cotações. Nos contratos fechados até novembro de 2016 as cotações também caem, com algumas poucas exceções. A variação dos quatro produtos que tiveram contratos futuros para novembro, não chegou a US$ 100/toneladas, indicando que a retomada dos preços dos produtos lácteos não deverá ocorrer antes do final do ano. Embora ligeiramente acima dos valores de julho a agosto de 2015, o Índice gDT se mantém nos menores patamares dos últimos quatro anos, sem perspectivas de reação no curto prazo. (Terraviva e GDT)

 
 
 

Fepale: estabilidade no consumo de leite da América do Sul preocupa

O presidente da Federação Panamericana de Leite (Fepale), Bernardo Macaya, disse durante o 14º Congresso realizado no Chile que continua sendo uma preocupação a estabilidade no consumo de leite em alguns países da América do Sul. Macaya disse que o consumo não tem tido aumentos com o vigor que esperavam e declarou que, no setor leiteiro, "deveria haver um impulso total na inovação de produtos lácteos para chegar a nichos de mercados que precisam de inovação e certamente serão mais competitivos".

Como exemplo, o presidente da Fepale explicou que, em exposições de todo o mundo, é muito comum encontrar campanhas relacionadas às bebidas lácteas destacando que elas fornecem proteínas extras aos atletas. "Na América do Sul ainda não fazemos esse tipo de campanha e precisamos testá-la". Para isso, Macaya disse que "as indústrias têm que buscar mecanismos para melhor adicionar o leite em todas as oportunidades que existem".

Outro ponto importante que a Fepale deve contemplar está relacionado com a boa promoção do leite no mundo. "A Fepale busca combater tudo o que fala mal do produto. Temos que falar mais bem do leite e ressaltar os seus benefícios". 

"Fica confirmado que a melhor atitude que se pode tomar sempre nos períodos ruins e de crise é obter o melhor da situação para revertê-la e enfrentá-la para se sair bem em uma atividade que é totalmente animadora em médio e longo prazo". (As informações são do El País, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Preços/UE 

Na União Europeia (UE), a captação de leite aumentou 7,4% no bimestre janeiro/fevereiro de 2016 (+1,7 milhões de toneladas), conforme dados apresentados na última reunião do Observatório Lácteo da UE, realizada no dia 26 de abril. Parte do aumento pode ser atribuído ao fato de fevereiro de 2016 ter um dia a mais.

Os aumentos foram particularmente fortes na Irlanda, Luxemburgo, Bélgica e Holanda, em percentuais, mas em termos de volume os maiores aumentos ocorreram na Alemanha, Holanda, Polônia e Irlanda. Estas cifras referem-se ao leite captado, ou seja, aquele que entra nas indústrias de laticínios e é comunicado às autoridades nacionais, independentemente de o leite vir de produtores do mesmo país, ou de outros países. Quanto ao preço do leite, este se aproxima de 29,3 c/kg, [R$ 1,14/litro], em fevereiro e espera-se que em março, caia para 28,6 c/kg, [R$ 1,11/litro]. Os bancos estão cada vez mais reticentes em relação a investimentos na indústria láctea, dada a atual falta de rentabilidade e das perspectivas de curto prazo. Ao nível mundial, a produção de leite também continua aumentando. Subiu 3,4% no bimestre janeiro/fevereiro de 2016, devido principalmente ao incremento da UE. 

O crescimento da produção nos Estados Unidos, em março, foi maior que a esperada (+1,8%). O USDA prevê que em 2016 o aumento será de 1,5%. A produção na Nova Zelândia também foi maior do que o esperado, em fevereiro (+2%), mas é provável que a campanha termine menor do que a do ano anterior. Na Argentina, a produção foi afetada, recentemente, por chuvas torrenciais. A demanda mundial mostra maior dinamismo com um particular impulso das importações chinesas em janeiro de 2016. As exportações da UE continuam muito bem, em termos de volume, mas com níveis de preço mais baixos. As cotações dos produtos lácteos na UE continuam sofrendo pressão para baixo diante do aumento da oferta. Os preços do leite em pó desnatado oscilam em torno do nível de intervenção. Os estoques de leite em pó desnatado atingem altos volumes. Os de manteiga são inferiores. Em relação aos queijos, não existe crescimento importante, já que as empresas em geral, aumentaram suas capacidades de secagem, mantendo os volumes extras de leite fora do mercado de queijo.

No mercado mundial, os preços em dólares mostram tendências mistas. A pressão de baixa na manteiga não foi tão forte como em outros produtos. Os preços da manteiga nos Estados Unidos inclusive aumentaram, recentemente. Em geral, o mercado permanece baixista. O Observatório estima que a evolução da demanda mundial é uma esperança, mas os preços do leite ao produtor e os preços dos produtos lácteos continuam sob pressão de baixa, devido à deterioração do equilíbrio do mercado na UE. A recuperação dos preços não chegará até que a oferta se equilibra com a demanda. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)

Atacarejo 
As lojas que misturam atacado e varejo, com apelo de ter preços melhores que o dos supermercados, ficaram conhecidas no Brasil por atrair consumidores mais pobres ou pequenos empreendedores, como dogueiros e donos de pizzarias. Mas a crise começa a mudar essa lógica. Em 2015, quase metade das famílias de alta renda fizeram compras, pelo menos uma vez, em um atacarejo, como são chamados esses estabelecimentos. Pesquisa da consultoria Kantar Worldpanel mostra que, no ano passado, 49% das famílias das classes A/B foram ao menos uma vez se abastecer nos atacarejos. A consultoria, que visita semanalmente 11,3 mil domicílios espalhados pelo país para saber onde e como os brasileiros consomem itens básicos, revela que esse resultado supera a média para todos os estratos sociais e da classe C, que foi de 39%. Também ficou muito acima do obtido para as camadas mais pobres. Em 2015, quase um terço dos lares das classes D/E compraram no atacarejo. "Diante da necessidade de racionalizar as compras por causa da crise, os mais ricos passaram a frequentar esse tipo de loja porque sabem que podem ter algum benefício de preço", explica a diretora da consultoria, Christine Pereira. (Época Negócios)

 

         

Porto Alegre, 02 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.257

 

   Cotrilac é o primeiro laticínio com inspeção estadual indica SISBI-POA
Crédito: Gabriel Leão/ Secretaria da Agricultura 

A primeira empresa gaúcha de inspeção estadual do setor lácteo teve sua indicação ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) confirmada nesta quinta (28/04). A medida autoriza a Cotrilac, de Anta Gorda, a comercializar seus produtos além das fronteiras do Rio Grande do Sul. A inclusão no Sistema equipara as exigências para inspeção estadual ao padrão nacional, liberando, desta forma, acesso a novos mercados. A certificação foi entregue pelo secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, durante a abertura da 6ª FestLeite, em Anta Gorda.

Responsável pela produção dos produtos Latsul e Bella Estância, a Cotrilac possui uma captação mensal de aproximadamente 1,5 milhão litros de leite. Segundo a proprietária da Cotrilac, Nádia Penso, obter a certificação é um reconhecimento ao trabalho desenvolvimento nos últimos anos pela empresa. "Com a venda para outros Estados, diminui a nossa dependência do comércio interno, possibilitando, inclusive, um equilíbrio nos preços pagos aos nossos produtores de leite", destaca a empresária. 

O início dos negócios ainda deverá demorar um pouco, em função da necessidade de adaptações e ajustes nas embalagens, como nomenclaturas. "Já estamos prospectando alguns negócios, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste", adianta ela, ressaltando o apoio dado pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat).

Além dos benefícios fiscais que advém da medida, ela também representa abertura de mercado e estimula a concorrência dos produtos lácteos gaúchos em outras praças. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, considerou a certificação como o coroamento de um longo trabalho realizado pela empresa. "Parabenizamos e reconhecemos essa conquista da Cotrilac, que com certeza é um marco para o setor no RS", disse.

A inclusão da empresa no sistema de inspeção levou meses de trabalho, ação essa que foi acompanhada de perto pelo Sindilat. Com apoio técnico, o sindicato auxiliou a associada Cotrilac por meio de visitas e orientação dos processos. "Além da importância nessa conquista, as ações promovidas pelo Sindilat reforçam o seu compromisso com o leite gaúcho", pontua Nádia.

O movimento da Cotrilac deve ser seguido por outras empresas, muitas delas já encaminharam solicitação à Secretaria da Agricultura. Atualmente, apenas frigoríficos com inspeção estadual estavam habilitados ao SISBI-POA. Segundo o chefe substituto da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), Vilar Ricardo Gewehr, para receber a indicação ao sistema, a empresa precisa atender uma série de exigências estruturais e processuais que garantam a inocuidade e a segurança dos alimentos comercializados.

Segundo Ernani Polo, a certificação da Cotrilac é uma conquista muito importante. "Após um período sem poder realizar indicações, agora temos este momento como uma retomada das ações da Seapi para indicações ao Sisbi, fruto de um trabalho dedicado de nossa equipe, especialmente do Dipoa", afirmou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Primeira etapa da vacinação contra aftosa começou ontem (01) na maioria dos estados
Começou no último domingo (01/05) a primeira etapa da vacinação contra a febre aftosa na maioria dos estados brasileiros e no Distrito Federal. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cerca de 170 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos devem ser imunizados contra a doença até o dia 31 de maio. 

A vacinação é obrigatória para todos os animais, independentemente da idade, no Distrito Federal e nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins. Nestes estados, a dose deve ser aplicada até o dia 31 de maio. Já em Mato Grosso do Sul, o trabalho deve ser concluído até 15 de junho. Nos estados do Acre, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná, Rondônia e São Paulo os produtores aplicam a vacina apenas nos animais com idade até 24 meses. Em Roraima deverá ser realizada a vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino.

Segundo o Departamento de Saúde Animal (DSA) do Mapa, o produtor que não imunizar o rebanho sofre restrição quanto à movimentação do gado e pode ser multado. Depois de vacinar os animais, o criador deve ir até o local mais próximo do serviço veterinário oficial do estado ou do Distrito Federal para comprovar que aplicou a dose da vacina. A primeira etapa da vacinação já havia começado em março no Amazonas e Pará. Já em Rondônia e Roraima a campanha começou agora em abril. Em Rondônia a campanha vai até 15 de maio e Roraima a etapa de vacinação será prorrogada até o dia 30.

O Brasil tem um rebanho de 212 milhões de bovinos e bubalinos. Na segunda etapa da vacinação do ano passado, no segundo semestre, a vacinação contra a aftosa atingiu um índice de cobertura de 98,17%. (As informações são do Mapa)

LEITE/CEPEA: com queda na captação, preços de leite têm forte alta

Com o início do período de entressafra, o Índice de Captação de Leite do Cepea(ICAP-L/Cepea) se reduziu expressivos 7,35% de fevereiro para março. Esta foi a maior queda na captação dos últimos nove anos, segundo a série do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Além do período de entressafra, muitos produtores já estavam adiantando a secagem das vacas em meses anteriores, o que limitou ainda mais a oferta de leite em março. 

Entre os estados acompanhados nesta pesquisa, Minas Gerais registrou a maior queda na captação, de 8,8%, seguido por Goiás (8,36%), Paraná (7,66%), São Paulo (7,43%), Bahia (6,25%), Rio Grande do Sul (5,45%) e Santa Catarina (4,75%).


 

Nesse cenário, o valor bruto do leite recebido pelo produtor subiu expressivos 5,7% em abril, a maior alta mensal dos últimos seis anos, atingindo R$ 1,2106/litro na "média Brasil" - que é ponderada pelo volume captado nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Com relação ao mesmo período do ano passado, o aumento é de 12,3%, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de março/16). Vale lembrar, no entanto, que, além da menor oferta atual, o forte aumento em 12 meses também se deve a uma recuperação de preços, já que, em 2015, a média de preço do leite foi a menor desde 2010. O preço líquido do leite, já descontados frete e impostos, teve média de R$ 1,1068/litro em abril, 5,9% acima do de março e 12,5% superior ao de abril/15, em termos reais. 

Além da queda na produção em março, que elevou ainda mais a competição entre as indústrias quanto à matéria prima, os valores pagos ao produtor de leite também subiram em decorrência dos elevados custos, especialmente do concentrado. A opção dos produtores de leite em migrar para a pecuária de corte também tem influenciado a menor captação pelos laticínios.

Para o próximo mês, a expectativa é de que os preços do leite sigam em alta, ainda impulsionados pela oferta restrita neste período de entressafra. Cerca de 84% dos agentes entrevistados pelo Cepea (que representam 71,2% do volume amostrado) acreditam em nova alta nos preços do leite, enquanto o restante (16%, que representam 28,8% do volume) acredita em estabilidade nas cotações - frente ao mês passado, houve aumento no número de colaboradores que estima estabilidade nos valores. Nenhum dos colaboradores consultados estima queda de preços para o próximo mês.

O aumento no número de colaboradores que acredita em estabilidade dos preços nos curto e médio prazos está atrelado a dificuldades que indústrias têm tido nos repasses do aumento da matéria prima ao consumidor final. Agentes consultados pelo Cepea afirmam que o baixo poder de compra de consumidores neste período de crise econômica e os elevados valores dos derivados têm diminuído a liquidez desses produtos. 

As cotações dos derivados também mantiveram o movimento altista em abril. Na média mensal do atacado do estado de São Paulo, o leite UHT e o queijo muçarela se valorizaram 3,6% e 3,05% em relação a março, com as médias a R$ 2,7367/litro e a R$ 15,36/kg, respectivamente. No acumulado do ano, o preço do leite UHT já registra alta de 23,3% e o queijo muçarela, de 13%. Esta pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). (As informações são do CEPEA/USP)

Qualidade e organização norteiam cadeia leiteira

A primeira questão abordada foi o posicionamento do Rio Gran¬de do Sul na produção leiteira nacional. Presidente do Institu¬to Gaúcho do Leite (IGL) e da Cooperativa Cosuel, Gilberto Piccinini ressalta o potencial do Estado para assumir o prota¬gonismo da cadeia.

Conforme Piccinini, o RS é hoje o segundo maior produtor de leite do Brasil, perdendo em volume para Minas Gerais. "Estamos no caminho certo, mas é preciso organizar da mesma forma que ocor¬reu com a produção de frango e suínos."

De acordo com o presidente do IGL, os principais gargalos foram conhecidos no ano passado, quando o instituto rea¬lizou um levantamento da produção em parceria com Emater-RS, Fetag, Fetraf e Famurs. Conforme o estudo, 95% dos pro¬dutores são familiares, muitos tem problemas na estrutura fundiária.

Outra dificuldade verificada na pesquisa é a baixa escolaridade dos pequenos produtores, que resulta dificuldade na gestão do negócio e na operação de equipamentos tecnológicos. "Isso já começa a mudar com jovens que buscam o conhecimento técnico necessário para focar nos negócios dos pais."

Para Piccinini, a questão da rentabilidade dos produtores deve estar relacionada com a qualidade do leite. Segundo ele, é necessário desenvolver sistemas adequados de nutrição, ordenha e atendimento veterinário nas propriedades, mas também estabelecer mecanismos que assegurem o valor agregado no momento da venda.

"Um exemplo a ser seguido é o da região da Galícia, na Espanha, onde foram criados selos de qualidade e origem capazes de abrir portas para mercados exigentes como o do Japão, por exemplo", ressalta.

Outro ponto a ser superado é a logística. Diante da localização geográfica do Estado, o custo de venda para os principais mercados do centro do país fica maior em relação aos demais estados produtores.

Coordenador técnico da câmara setorial do leite, órgão ligado à secretaria estadual de Agricultura, Danilo Gomes afirma que o RS tem leite de mais qualidade na comparação com os demais estados. "Minas Gerais produz o dobro, mas estudos comprovam que o leite gaúcho é melhor."

Para Gomes, a profissionalização necessária para a atividade não pode significar a exclusão de produtores que não conseguirem se adaptar às novas realidades. "É a cadeia produtiva com maior importância social", justifica.

O representante do governo afirma que o Estado tem um papel fundamental no desenvolvimento da cadeia, no sentido de aglutinar as diferentes entidades envolvidas na produção. Citou como exemplo a criação da Lei do Leite, que tramita na Assembleia Legislativa. A legislação regra a produção e o transporte, visando evitar situações de fraudes, como as que deram origem a operação Leite Compen$ado.

Oscilações do mercado 
As dificuldades enfrentadas pelos pro¬dutores devido a volatilidade do mercado também preocupam. A indefinição nos preços e calotes sofridos por empresas oportunistas e descompromissadas motiva insegurança em novos investimentos ou até a permanência na atividade. 

Secretário do Sindilat, Renato Kreinmeier considera insuficiente a intervenção do governo contra a oscilação dos valores pagos no litro do produto. Ele defende a adoção de novas linhas de financiamento e crédito subsidiados para diminuir os riscos da atividade. 

"Países desenvolvidos tem subsídios e compram a produção para evitar a variação dos preços, mas para isso a cadeia precisa estar organizada", aponta. Para ele, as empresas tem um papel decisivo nesta organização, desde que passem a remunerar pela qualidade em detrimento do volume. 

Representante da Fetag, Márcio Roberto Langer realça os impactos da operação Leite Compen$ado no preço de venda do leite. Segundo ele, as fraudes resultaram menor remuneração para a cadeia desde o fim de 2014, situação que só melhorou a partir de janeiro deste ano. 

Apesar da retomada do valor de venda, os custos da produção aumentaram sig-nificativamente com a alta do dólar e da energia elétrica. Além das dificuldades da economia, o aumento das chuvas também reduziu a qualidade do pasto. "O produtor diminui investimento e, em 2015, 15% deles abandonaram a atividade."

Pesquisador da Embrapa especializado em cadeia leiteira, Darcy Bittencourt percebe que o produtor sobrevive da equalização entre o valor pago pelo insumo e o recebido da indústria. Ele ressalta a importância do IGL como organizador da atividade e afirma que a entidade tem capacidade técnica para fortalecer o setor. 

Superávit e sucessão 
De acordo com o representante da Embrapa, o Rio Grande do Sul produz mais leite do que o total consumido no mercado interno. Diante desse superávit, destaca a necessidade de exportar a parte excedente da produção sob pena de sobrar leite e tumultuar o mercado. 

"O produtor foi treinado para produzir, mas não para trabalhar com o mercado. Como vou ter preço bom se as indústrias tem mais leite para receber do que para vender?" 

Para Bittencourt, esse fator é fundamental para assegurar a sucessão dos negócios familiares. Diante de uma juventude acostumada a ter acesso à computador e as tecnologias da informação, é preciso dar condições para o jovem do campo ter os mesmos acessos que os jovens da cidade. Presidente da Amvat e prefeito de Westfália, Sérgio Marasca afirma que o poder público deve facilitar esses aspectos da produção. Segundo ele, em cidades cujo o acesso à energia e internet chega ao produtor rural, e os jovens recebem incentivo para adquirir conhecimento, a sucessão é facilitada. "Em Westfália investimos nessas questões e hoje 65% da sucessão já está garantida."

Para o representante da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios (Apil), Claudiomiro Cenci, o Governo do Estado tem avançado na redução das burocracias que travavam o desenvolvimento das indústrias do setor. "Antes tínhamos um sistema demorado e para indústria crescer é preciso uma política celere e adequada", ressalta. Conforme Cenci, somente com a união de todos os elos da cadeia, produtores, industrias e poder público, será possível assegurar o desenvolvimento do setor.

Com o slogan de "Festejar a vida é estar aqui", a feira divulga as potencialidades locais, com destaque para as produções de leite e noz pecan. O governador José Ivo Sartori visitou o evento na quinta-feira. "Essa feira tem na força da comunidade o impulso para fazê-la avançar. Preserva valores, mas agrega algo novo, sempre apostando em uma cultura de inovação e empreendedorismo, sem deixar de lado a cooperação", ressaltou. 

Segundo o prefeito de Anta Gorda, Neuri Dalla Vecchia, cerca de 600 famílias tem a produção de leite como fonte de renda, cujo rendimento anual alcança 22 milhões de litros. Outro setor em desenvolvimento é o turismo. Vecchia enumerou pontos como o Memorial da Noz Pecan, a Parada Toigo e a gruta, no Distrito de Itapuca, que recebem centenas de visitantes. 

O Parque Municipal de Eventos Aldi João Bisleri foi transformado, recebeu lonas e outras estruturas móveis para sediar este que é o maior evento do município. "Toda nossa comunidade está engajada", afirma o presidente do evento, Leandro Pitol. Mais de 200 voluntários trabalham na organização. 

Para acompanhar os shows ou provar as comidas típicas do Salão da Gastronomia o visitante deve comprar ingressos na portaria. Acesso ao parque é gratuito. A tabela completa com os valores pode ser conferida no www.festleite.com.br/ingres¬sos. Até domingo, a expectativa é superar o número de 35 mil visitantes da última edição. (Jornal A Hora)

 
 
 
Exportações/NZ
Quedas significativas nas exportações de laticínios e carne bovina pressionaram o resultado da balança comercial da Nova Zelândia no mês de março. O superávit comercial de US$ 81 milhões no mês ficou abaixo do esperado. No período de 12 meses encerrados em março, a balança comercial neozelandesa registrou déficit de US$ 2,629 bilhões (3,838 bilhões de dólares neozelandeses). O economista Nathan Penny, do banco ASB, apontou que as exportações de laticínios recuaram 17% na comparação mensal, enquanto as exportações de carne bovina caíram 12%. "Esperamos uma queda na produção ao longo do próximo ano, o que deve pesar sobre as exportações", afirmou Penny. Apesar disso, o analista observa que a produção menor pode favorecer os preços e, no caso dos laticínios, compensar a queda no volume. (Estadão)

         

Porto Alegre, 29 de abril de 2016                                                Ano 10- N° 2.256

 

   RS tem 30% dos projetos de qualidade do leite

Os 38 projetos encaminhados pelos laticínios gaúchos para desenvolvimento de ações de melhoria da qualidade do leite já somam R$ 27,13 milhões em investimento. Os planos de trabalho são pré-requisito para elevação dos repasses de créditos de PIS/Cofins às indústrias e devem beneficiar milhares de famílias no campo. Os projetos gaúchos somam 30% de todos os pedidos encaminhados no Brasil. O balanço foi divulgado pelo fiscal do Mapa responsável pelo assunto no RS, Roberto Lucena, a lideranças das indústrias na tarde desta sexta-feira (29/04) em reunião no Sindilat, em Porto Alegre.

Lucena informou que  três deles já estão aprovados pela Superintendência do Mapa/RS, foram remetidos a Brasília e devem estar validados na primeira quinzena de maio. Os três referem-se a ações de controle da Tuberculose e Brucelose e foram assinados pelas empresas CCGL, Frizzo e Laticínios Pinhalense. Dos 38 projetos, 14 tratam de ações de controle de brucelose e tuberculose, movimento que foi capitaneados pelo Sindilat/RS. Somadas, as 14 iniciativas representam investimento de R$ 2,4 milhões que irão beneficiar 2,4 mil propriedades rurais com rebanho de mais de 70 mil cabeças.

Segundo Lucena, após aprovação no RS, os projetos devem passar por uma nova análise em Brasília para, então, serem lançado no Diário Oficial e viabilizar repasse às empresas. Do total, 31 estão em fase de ajustes junto aos laticínios e o restante em análise pelas equipes do Mapa/RS. "Não quer dizer que estão inadequados, mas que precisam de um ajuste de formatação", pontuou, colocando-se à disposição para esclarecer dúvidas.

Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, é essencial que os projetos estejam consistentes e sejam plenamente validados pelo Mapa, uma vez que o percentual de repasse de crédito é vital para os laticínios. "Estamos trabalhando com uma margem muito apertada. Não tem como perder nenhum valor, imagine um volume de recursos como esse", salientou.

Lucena explicou que as ações devem ser iniciadas em breve ou mantidas mesmo que ainda não tenham obtido aprovação. Isso porque é do dia do início do projeto que passam a valer retroativamente os créditos de PIS/Cofins. Tão logo seja aprovado, o plano de trabalho do laticínio deverá passar por fiscalizações do Ministério da Agricultura e da Receita Federal. A primeira compreende uma auditora técnica e a segunda, análise de documentação e questões fiscais.

Para quem ainda não apresentou seu projeto, Lucena sugere que faça contato com equipe do Mapa/RS para obter informações básicas sobre como colocar a ideia no papel. 

Entenda como funciona
Os laticínios têm créditos presumidos de PIS/Cofins fixo em 20%. Com a lei 13.137/2015, viabilizou-se que as empresas que se dispõem a investir em sanidade tenham esse percentual elevado para 50%. Para se creditar do valor, é preciso reinvestir 5% do bolo em ações voltadas à qualificação dos processos no campo e no rebanho. Os projetos devem ter duração de até 36 meses. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

 Na foto: Alexandre Guerra (E) e Roberto Lucena (D)
 
Crédito: Carolina Jardine
 
 
Cadastro Ambiental Rural (CAR) cresce 46% desde abril de 2015
 
Entre abril do ano passado e março deste ano, mais 88,1 milhões de hectares foram incorporados ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), indicando um crescimento de 46% ao longo do período. Em relação à área total cadastrável, estimada em 397,8 milhões de hectares, a participação das áreas já cadastradas elevou-se de 51,34% em abril de 2015 para 70,29% em março passado, alcançando 279,63 milhões de hectares.

Apenas entre fevereiro e março, afirma Janaína Rocha, gerente executiva de Florestas Comunitárias do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão do Ministério de Meio Ambiente, praticamente 10,8 milhões de hectares foram inscritos, incluindo "unidades familiares e áreas de produção de subsistência, que receberam apoio técnico e jurídico do ministério, por meio do SFB, e da rede de órgãos ambientais dos Estados". 

O processo de cadastramento das propriedades rurais, uma exigência do novo Código Florestal, em vigor desde 25 de maio de 2012, corre mais adiantado nos Estados do Norte. Com 93,7 milhões de hectares passíveis de cadastramento, a região registrava em março 80,4 milhões de hectares inscritos no CAR, correspondendo a 85,8% do espaço previsto.

Na versão de Janaína, os Estados que formam a Amazônia Legal, incluindo parte de Mato Grosso, que havia cadastrado 81,2% de sua área, já dispunham de capacidade técnica instalada, com um sistema já em operação para licenciamento ambiental de propriedades rurais devido às políticas de combate ao desmatamento ilegal. Acre, Amapá, Amazonas e Roraima, pelos números do SFB, já haviam extrapolado 100% da área elegível ao CAR, que considera dados do Censo Agropecuário de 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), incluindo informações mais atuais do Distrito Federal, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Pará e Mato Grosso, com base em cadastros daquelas unidades.

No Pará, com 69,4% das áreas rurais incluídas no CAR, o município de Santarém planeja alcançar 90% das propriedades, com apoio de sindicatos de trabalhadores rurais e de produtores, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e escritórios privados. A prefeitura atribui os avanços ainda à instalação no município do Centro Municipal de Informações Ambientais (CIAM), que oferece aos pequenos produtores, numa parceria com a Emater, a possibilidade de realizar o cadastramento a custo zero. 

No extremo oposto, literalmente, o Sul do país computava até março os índices mais baixos, com cobertura de 41,4%. "Já antecipávamos um cenário assim na região, já que foi preciso desenvolver uma regulação própria para o bioma dos pampas, para as áreas de banhado, onde ocorre o plantio de arroz, e para os campos naturais, utilizados no pastoreio extensivo de animais", anota Janaína. Segundo ela, aquelas questões já teriam sido solucionadas, tanto que, apenas em março, a região inscreveu 1,265 milhão de hectares, pouco mais de 3% da área cadastrável.

O retrato final dos ativos e passivos ambientais, envolvendo as áreas que precisarão ser recompostas para enquadramento das propriedades ao Código Florestal, que fixou as áreas de reserva legal em 80% na região Amazônica e em 20% para o restante do País, assim como a recuperação de áreas de preservação permanente, deverá estar disponível a partir de maio. "O prazo final para inscrição no CAR encerra-se no dia 5 de maio e não ocorrerá prorrogação", declara Janaína. Até aqui, o panorama disponível sugere um nível de confiabilidade elevado, com taxa de sobreposição pouco significativa, na avaliação da gerente.

Para acelerar o processo, o SFB firmou acordo de cooperação com a Caixa Econômica Federal, que destacou R$ 10,0 milhões para a contratação cinco instituições do terceiro setor, selecionadas entre 101 entidades, que assumiram o compromisso de entregar 50 mil cadastros de agricultores familiares e povos tradicionais, operando especialmente no semiárido nordestino. Em toda a região Nordeste, em torno de 43% das áreas haviam sido cadastradas até março passado.

O CAR não se encerra em maio e será um instrumento permanente, que estará sempre sujeito a atualizações daqui em diante. Aqueles que não aderirem até o prazo final perderão os benefícios criados pelo Código Florestal, que anistiou o desmatamento ocorrido até 22 de julho de 2008 e estarão sujeitos a sanções. "A ausência de registro público da reserva legal é motivo para embargo e autuação do imóvel rural. A partir de 25 de maio de 2017, quando o código completa cinco anos, os produtores não cadastrados não poderão realizar qualquer operação de crédito rural", acentua Janaína.

Os dados do CAR deverão tornar mais eficientes as políticas de gestão do passivo ambiental do país, acredita Janaína, inaugurando uma nova fase na gestão dos remanescentes da vegetação nativa e das áreas de preservação. "O CAR inclui coordenadas geográficas das propriedades, o município em que estão localizadas, com descrição de acesso, o CPF e o registro do produtor, além da documentação fundiária. Será um instrumento poderoso para o desenho de políticas públicas voltadas para uma agricultura de baixo carbono, com respeito ao meio ambiente, facilitando o desenvolvimento de mecanismos que permitam o pagamento dos produtores por serviços ambientais prestados", sustenta ainda. (As informações são do Valor Econômico)

China permite importações online de lácteos, mas impõe tarifa

Nas últimas semanas, tem havido bastante confusão com relação às compras online na China procedentes de outros países e, em especial, com a de produtos lácteos. A China decidiu impor uma taxa de 11,4% aos produtos que os consumidores chineses compram online e que procedam do exterior.

Além disso, o governo chinês elaborou uma lista positiva de produtos que podem ser comprados online procedentes do exterior pela China. Nessa lista, inicialmente não estavam os produtos lácteos, mas agora, foram incluídos o leite UHT e certos leites em pó.

Quanto aos leites infantis, o governo decidiu que poderão vender online, sem documentos de registro adicionais, até 31 de dezembro de 2017. A partir dessa data, somente poderão ser vendidas as marcas que tenham sido registradas. Atualmente, um terço dos leites infantis vendidos na China são online, porque são mais baratos. Com a nova taxa, os preços das compras online se igualarão ao das compras presenciais. (As informações são do Agrodigital)

 

Conferência do IFCN 
A cidade de Kiel, no norte da Alemanha, irá sediar a 17ª Conferência Anual do International Farm Comparison Network (IFCN). O evento é realizado na primeira semana de junho e terá a participação do pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Lorildo Stock, que apresentará palestra sobre as perspectivas do setor lácteo no Brasil. As conferências do IFCN possuem focos temáticos e o tema deste ano será a transmissão de preço na cadeia produtiva do leite. "Iremos debater como os agentes da cadeia reagem às mudanças de preços no mercado", diz Stock. O IFCN é uma rede internacional para estudos econômicos relativos à cadeia produtiva do leite em âmbito mundial, que envolve custos, preço, sistemas e estrutura de produção etc. A Embrapa Gado de Leite participa da rede desde sua criação, no ano de 2000. A rede reúne pesquisadores de 55 países responsáveis por 95% do leite processado no mundo. Cerca de 100 instituições compõem o IFCN, cuja missão é compreender os aspectos econômicos do leite no mundo, compartilhando informações entre os países membros. (Embrapa)

         

Porto Alegre, 28 de abril de 2016                                                Ano 10- N° 2.255

 

   Festleite começa nesta quinta em Anta Gorda

Terá início nesta quinta-feira (28/04), em Anta Gorda (RS), a 6ª FestLeite. A feira ocorrerá no Parque Municipal de Eventos Aldi João Bisleri e tem apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat). Entre as atividades programadas, destaque para o Simpósio do Leite, a Exposição e Concurso do Gado Leiteiro, o Seminário da Noz Pecan, além do Salão da Gastronomia, Feira Comercial e Industrial e Shows.

O Parque Municipal de Eventos foi sendo preparado para a feira desde o final de março, com o trabalho coordenado pela comissão de infraestrutura, em parceria com a Secretaria de Obras de Anta Gorda. A equipe da comissão de ornamentação também trabalha na jardinagem e embelezamento dos setores. Entre as inovações estão melhorias nos espaços de exposição e feira, no sistema de iluminação e no palco principal, que terá o dobro de espaço coberto do que a edição anterior, para acomodar o público que irá para assistir os shows. 

A FestLeite é consolidada como um dos maiores eventos do gênero do Rio Grande do Sul. A última edição, realizada em 2014, recebeu 35 mil pessoas. Visando alcançar ou superar essa marca, vários shows foram programados, como o da dupla sertaneja João Neto & Frederico.

Para visitar a FestLeite, é preciso adquirir ingresso ao um custo que varia de R$ 8,00 a R$ 25,00. Contudo, nesta quinta-feira, a entrada é franca. A tabela completa com os valores pode ser conferida no site www.festleite.com.br/ingressos. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
EUA: DFA prevê futuro brilhante para lácteos devido à Parceria Trans-Pacífico (TPP)
A Parceria Trans-Pacífico (TPP) criará novas oportunidades de exportação para os lácteos dos Estados Unidos ao Vietnã. Pelo acordo da TPP, todas as tarifas do Vietnã sobre os produtos lácteos (que alcançam até 20%) serão completamente eliminadas dentro de cinco anos. As tarifas sobre queijos, leite em pó e soro de leite serão imediatamente removidas.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) citou o Vietnã como "um dos mercados de mais rápido crescimento para os produtos alimentícios e agrícolas dos Estados Unidos, com as exportações americanas totalizando US$ 2,3 bilhões em 2015", 357% de aumento com relação a 2007.

Os produtos lácteos são atualmente o quinto maior setor de exportação dos Estados Unidos ao Vietnã, com exportações de US$ 168 milhões em 2015. "À medida que cresce a renda do Vietnã, também cresce o mercado e a demanda por lácteos", disse a diretora de assuntos internacionais da Associação Internacional de Alimentos Lácteos (IDFA), Beth Hughes. "Atualmente, estamos exportando muito leite em pó desnatado, soro de leite e fórmulas", disse ela. "Estamos também começando a exportar mais queijos", completou Hughes.

O Vietnã, membro da Zona de Livre Comércio da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), concluiu acordos de livre comércio com concorrentes importantes dos Estados Unidos, como Austrália, Chile, Coreia e Nova Zelândia. A tarifa média do Vietnã sobre os produtos agrícolas é de 16%, enquanto a tarifa média dos Estados Unidos é de 5%.

Pela TPP, o Vietnã reduzirá e eventualmente eliminará as tarifas sobre uma série de produtos alimentícios e agrícolas, ajudando a colocar as exportações dos Estados Unidos em um nível de igualdade e dando ao país uma vantagem com relação aos concorrentes que não estão na TPP.

A medida que removerá as tarifas sobre os produtos lácteos "apoiará o contínuo crescimento da robusta indústria de lácteos dos Estados Unidos", escreveram a IDFA, a Federação Nacional dos Produtores de Leite (NMPF) e o Conselho de Exportações de Lácteos (USDEC) em uma carta enviada ao Congresso em abril de 2016. "Uma vez que a TPP esteja totalmente completa e ratificada e essas tarifas forem removidas aos poucos ou eliminadas, os Estados Unidos serão capazes de competir com outros países".

Além das tarifas, o acordo da TPP também direciona as barreiras comerciais não tarifárias incluindo medidas sanitárias e fitossanitárias. "Acredito em um futuro brilhante para os lácteos dos Estados Unidos no Vietnã", disse Hughes. (As informações são do Dairy Reporter)

Pequenas indústrias de lácteos lançam marca coletiva no Rio Grande do Sul

A Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS) apresentou nesta quarta-feira, 27, a Lyt Lácteos, marca coletiva que será usada na comercialização de vários produtos. "A marca coletiva permite comercializarprodutos lácteos em bloco, o que pode facilitar o acesso a grandes varejistas, já que teremos mais facilidade para atender a pedidos de alto volume, por exemplo", disse ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o secretário-executivo da Apil/RS, Alexandre Rota. 

A entidade reúne 57 plantas industriais associadas, que recebem cerca de 2,5 milhões de litros de leite cru por dia, em média. Todas elas poderão contribuir com a marca coletiva. Com produtos como leite UHT, iogurte, requeijão, manteiga, leite condensado e doce de leite, a associação busca ampliar a atuação das indústrias gaúchas de pequeno e médio porte no RS, bem como conquistar mercados em outros Estados.

De acordo com a Apil/RS, a identidade dos produtos feitos pelos pequenos laticínios gaúchos será fortalecida, e os produtores terão auxílio no processo de promoção, difusão e marketing, além de segurança jurídica. As marcas individuais não desaparecerão. A ideia é eleger alguns produtos de referência e sincronizar uma parte da produção para a Lyt. Ou seja, se um laticínio faz um doce de leite que já tem uma fatia no mercado, a marca coletiva pode referenciar aquele produto com o selo da Lyt. A partir daí, outras indústrias farão aquele produto com o mesmo padrão de qualidade. 

A Apil/RS iniciou o processo de constituição da marca há oito anos. Recentemente, a utilização da marca Lyt foi aprovada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Por isso, os produtos deverão atender a diversos critérios técnicos. "A produção dos itens selecionados para comercialização será coletiva, sempre com padrão de qualidade superior", afirmou Rota. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)

Exportações de lácteos e carne da Nova Zelândia recuam em março

Quedas significativas nas exportações de lácteos e carne bovina pressionaram o resultado da balança comercial da Nova Zelândia no mês de março. O superávit comercial de US$ 81 milhões no mês ficou abaixo do esperado. No período de 12 meses encerrado em março, a balança comercial neozelandesa registrou déficit de US$ 2,629 bilhões (3,838 bilhões de dólares neozelandeses).

O economista Nathan Penny, do banco ASB, apontou que as exportações de lácteos recuaram 17% na comparação mensal, enquanto as exportações de carne bovina caíram 12%. "Esperamos uma queda na produção ao longo do próximo ano, o que deve pesar sobre as exportações", afirmou Penny.  Apesar disso, o analista observa que a produção menor pode favorecer os preços e, no caso dos laticínios, compensar a queda no volume. (As informações são do Dow Jones Newswires)

 
 
1ª Seção do STJ afasta PIS e Cofins sobre atos cooperativos típicos

A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ontem que não incide PIS e Cofins sobre atos cooperativos típicos ¬ aqueles praticados entre cooperativas ou entre elas e seus associados. A decisão foi unânime e dada em recursos repetitivos. Portanto, servirá de orientação para as instâncias inferiores. O tema foi julgado no tribunal por meio de processos que envolvem a Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Café e a Cooperativa de Trabalho dos Consultores e Instrutores de Formação Profissional, Promoção Social e Econômica (Coopifor). A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) era parte interessada (amicus curiae) nas duas ações. Segundo o advogado da OCB, João Caetano Muzzi Filho, eventual entendimento desfavorável do STJ levaria o cooperativismo ao colapso. Já a procuradora Herta Rani, da Fazenda Nacional, defendeu no STJ que não há previsão constitucional para imunidade ou isenção às cooperativas. Para isenção, seria necessário estar explícito no Código Tributário Nacional (CTN), segundo a procuradora. De acordo com o relator, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, tendo em vista que há cooperativas de 21 segmentos, há diversos tipos de atos cooperativos típicos. 

No voto, Napoleão exemplificou o que seria um deles, conforme o artigo 79 da Lei nº 5.764, de 1971, que trata da política nacional de cooperativismo. Uma cooperativa de leite, por exemplo, ao adquirir leite de outra cooperativa ou de associados para cumprir um contrato de fornecimento estaria exercendo um ato típico. Se ela adquirir de uma empresa ou produtor não cooperado já não é um ato típico. "Atos cooperativos são realizados entre cooperativa e cooperativados ou entre cooperativas", afirmou o relator. No voto, Maia Filho defendeu a intenção do legislador, ao estabelecer na Constituição Federal que seja dado tratamento tributário adequado às cooperativas. "Nossa Constituição determina que se dê adequado tratamento tributário a atos cooperativos praticados pelas cooperativas", afirmou o relator. Segundo ele, o legislador infraconstitucional não compreendeu toda a importância dessa recomendação e no artigo 79 da Lei nº 5.764 empregou linguagem "que oculta o que pretende". "O juiz não está preso às palavras, mas à ideologia da mensagem", afirmou o relator. Os demais integrantes da 1ª Seção acompanharam seu voto. 

A decisão seguiu precedente do STJ julgado em 2004. No Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros julgaram em 2014 a possibilidade de isenção de atos realizados entre cooperativas e terceiros e mantiveram a tributação pelo PIS e pela Cofins. A decisão foi restrita às cooperativas de serviços. Naquele julgamento, o ministro Luís Roberto Barroso levantou a hipótese de não tributação de atos internos das cooperativas de produção e citou o artigo 79 da Lei nº 5.764, de 1971, que trata dos atos cooperativos. Este ponto não foi analisado na época. Mas o Supremo ainda vai decidir, em repercussão geral, se há incidência de Cofins, PIS e CSLL sobre o produto de ato cooperado ou cooperativo. No julgamento da 1ª Seção do STJ foi fixada a seguinte tese: "Não incide contribuição destinadas a PIS e Cofins sobre os atos cooperativos típicos realizados pelas cooperativas". Procurada pelo Valor, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou que, a depender do teor das teses contidas no acórdão do STJ, poderá recorrer. (Valor Econômico) 

 

Alta de preços do leite no mercado spot
No mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as indústrias, os preços do leite subiram na primeira quinzena de abril. As cotações estão firmes e em alta desde a primeira quinzena de dezembro do ano passado, corroborando com o cenário de produção em queda e maior concorrência entre os laticínios. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o preço médio ficou em R$1,496 por litro, uma alta de 8,8% em relação a segunda quinzena de março deste ano. O preço máximo foi de R$1,53 por litro. Em relação a abril do ano passado, o leite spot subiu 37,3% no estado. Em Minas Gerais, o preço médio ficou em R$1,433 por litro, um aumento de 4,5% em relação a quinzena anterior. Em curto prazo não estão descartados altas de preços no mercado spot, porém, os atuais patamares das cotações devem limitar as altas em curto e médio prazos. (Scot Consultoria)

 

         

Porto Alegre, 27 de abril de 2016                                                Ano 10- N° 2.254

 

   Demanda fraca mantém indústria gaúcha em baixa

Demanda interna insuficiente (50,2% das respostas), elevada carga tributária (44,4%) e altas taxas de juros (29,2%) foram as três principais razões apontadas pelos empresários para manter a atividade da indústria gaúcha em baixa no primeiro trimestre de 2016. Os dados estão na Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). A pesquisa revela que no primeiro trimestre continua grande a insatisfação das indústrias com suas margens de lucro (32,6 pontos) e sua situação financeira (38,9 pontos). Aliado a isso, e para tornar o momento ainda mais dramático, aumentaram as dificuldades de acesso ao crédito (30,8 pontos) e os preços das matérias-primas (67,8). "Os problemas se acumulam diante de uma crise tão longa e, o pior, com esta indefinição no ambiente político e econômico, não percebemos sinais de mudanças para os próximos seis meses. Será preciso continuar tomando medidas para se adequar ao momento até que a situação se normalize", alerta o presidente da Fiergs, Heitor José Müller. Na comparação com fevereiro, a produção industrial de março mostrou uma pequena expansão (50,5 pontos contra 45,7), quase estabilidade, o pior resultado em seis anos para o mês. Já o índice de emprego denota nova queda (46,2 pontos). 
 
O processo de fechamento de vagas no setor alcançou dois anos. A capacidade instalada da indústria também demonstra alta ociosidade em março, com 65%, o menor nível desde 2011. Também em relação aos estoques, a pesquisa indica que a indústria gaúcha acumulou mais neste item (era de 51,4 pontos em fevereiro e subiu para 52,1) do que o planejado, interrompendo o processo de ajuste que ocorria desde novembro de 2015. O setor industrial ainda não percebe sinais de mudan- ças nos próximos seis meses. O pessimismo com a demanda (47,1 pontos), que vinha diminuindo, voltou a subir, mantendo as expectativas de emprego (44,9 pontos) e de compras de matérias-primas (47,2 pontos) no terreno negativo. Por outro lado, as expectativas para as exportações (57,6 pontos) continuaram positivas. A intenção de investimentos (39,2 pontos) ficou maior. A sondagem varia em uma escala de 0 a 100 pontos. Indicadores inferiores a 50 apontam queda ou expectativas menores, UCI menor ou estoques abaixo do planejado. Para a intenção de investimentos, quanto maior o índice, maior a propensão a investir. (Jornal do comércio)
 
 
 
Encontro/RS 

O 3º Encontro Latino-americano para Pequenas e Médias Empresas Lácteas estará sendo realizado em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, de 27 a 29 de abril. A realização ficou a cargo da APIL/RS no Brasil, e do Portal Lechero Uruguai. Estarão se reunindo representantes da APIL (Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do RS), ABIQ (Associação Brasileira das Indústrias de Queijo), AUPYL (Asociación Uruguaya de Pymes Lácteas), a APYMEL (Asociación de Pequeñas y Medianas Industrias Lácteas de Argentina), e G100 (Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios.

A programação é extensa, indo de Palestras Técnicas a Workshops, além da degustação de queijos e visita técnica a laticínios. Como o Encontro será realizado simultaneamente às Feiras Brasil Alimenta e Envase Brasil, os participantes também poderão fazer visitas às feiras. (Terra Viva)

PAP 2016/2017

Segundo Kátia Abreu, os recursos [do PAP] são estratégicos para que o país continue crescendo na produção de alimentos. A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) afirmou nesta terça-feira (26) que o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da safra 2016/2017 está previsto para a próxima quarta-feira (4).

O plano, também conhecido como Plano Safra, disponibiliza recursos para financiar a agropecuária nacional. O investimento é estratégico para que o país continue aumentando sua produção e garanta a oferta de alimentos de qualidade e com preço justo. "Na semana que vem, dia 4, teremos um bonito Plano Safra para apresentar ao Brasil", disse a ministra durante entrevista à imprensa nesta tarde. Kátia Abreu destacou que o Ministério da Agricultura continua trabalhando. "Assim como os trabalhadores, os patrões e os empresários, nós, ministros, também trabalhamos durante a crise. Então, essa é nossa função e obrigação. Temos que deixar um Plano Safra pronto, adequado para o momento do país, e tenho certeza que será um ótimo plano", ressaltou. A ministra ressaltou ainda que, no governo da presidente Dilma Rousseff, o plano teve saltos significativos. Da safra 2011/2012 à atual, o volume de recursos disponibilizados cresceu de R$ 107,24 bilhões para R$ 187,7 bilhões, aumento de 75%. "Tenho certeza absoluta de que, mais uma vez, a presidente Dilma não vai decepcionar os produtores do país. Os melhores planos safra que tivemos foram nesses últimos três anos de governo", disse Kátia Abreu. (Mapa)

Campo Grande (MS) sediará Encontro Técnico do Leite

Produtores, técnicos e demais interessados no setor poderão participar de palestras técnicas, debates e perspectivas para o segmento no Estado. O evento terá como tema central "O planejamento nutricional para o inverno".  Segundo Wilson Igi, presidente do Departamento de Leite do Sindicato Rural de Campo Grande, o encontro busca evidenciar a importância do uso das ferramentas de gestão para a atividade leiteira, difundir tecnologias e conhecimentos acessíveis aos produtores rurais. Informações sobre as inscrições podem ser obtidas pelo telefone (67) 3341-2696. (Portal Lácteo)

Emater sugere pesquisa adaptada à realidade em audiência pública

A Frente Parlamentar em Defesa da Pesquisa Agropecuária Gaúcha, presidida pela deputada Zilá Breitenbach, promoveu nesta segunda-feira (25), em Três Passos, audiência pública com o objetivo de ouvir representantes de diversas instituições sobre os rumos a serem dados à pesquisa agropecuária. No encontro, o gerente da Emater/RS-Ascar da região administrativa de Ijuí, Carlos Turra, sugeriu um "olhar" mais pontual da pesquisa às necessidades específicas das famílias que moram no espaço rural gaúcho.

De acordo com Turra, instituições como Embrapa, Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e universidades são imprescindíveis na produção de novas tecnologias, adaptadas à realidade das famílias de agricultores. "Precisamos de um olhar da pesquisa para a produção de tecnologias que demandem menos mão de obra, pois levamos em conta o envelhecimento da população rural", justificou o gerente da Emater/RS-Ascar.

No diagnóstico que traçou da região, Turra lembrou da atividade leiteira, que tem alto poder de coesão social, e da Rede Leite - Programa em Rede de Pesquisa-desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira, que a Emater/RS-Ascar desenvolve há mais de 10 anos em parceria com instituições de pesquisa e ensino, em mais de 50 pequenas propriedades rurais. "Necessitamos de mais informações na área da pecuária", disse Turra. "E o papel da Extensão Rural é fazer chegar estas tecnologias até os agricultores", concluiu o gerente da Emater/RS-Ascar.

Em dez meses, desde que foi criada, em junho de 2015, esta foi a sexta audiência pública promovida no Rio Grande do Sul pela Frente Parlamentar em Defesa da Pesquisa Agropecuária Gaúcha.

Também participaram o prefeito de Três Passos, José Carlos do Amaral, o presidente da Associação dos Municípios da Região Celeiro (Amuceleiro), João Carlos Hickmann, representantes da Fepagro, Associação de Servidores da Pesquisa Agropecuária (Assep), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem), Instituto Gaúcho do Leite (IGL) e lideranças da região. (Fonte: Emater/RS)
 

Alimentos saudáveis 
A categoria de alimentos saudáveis registrou crescimento de 98% nos últimos cinco anos no Brasil, onde o setor movimenta US$ 35 bilhões ao ano. No mesmo período, os produtos tradicionais cresceram 67%. Na América Latina, houve crescimento de 16% dos saudáveis durante o ano de 2015, de acordo com pesquisa da Nielsen. Com os consumidores mais atentos aos rótulos, informações nutricionais, preço, benefícios e valor agregado dos produtos, as empresas precisaram rever os seus posicionamentos. Nesse novo horizonte, elas buscam preencher as prateleiras com opções nutritivas, de qualidade e sabores que agradem a esse novo perfil. Na opinião de Alcidney Sentalin, consultor de negócios e professor da IBE-FGV, para que as vendas desses itens tenham sucesso, devem ser economicamente viáveis ao consumidor. "Mas também precisa ser vantajoso para a empresa, para que tenha continuidade. Ser funcional e atender às expectativas são os itens essenciais", alerta. (Supermercado Moderno)

         

Porto Alegre, 26 de abril de 2016                                                Ano 10- N° 2.253

 

   Nova Zelândia se volta para o Brasil e agronegócio é o principal chamariz

"Para uma empresa ser global, é preciso estar no Brasil", afirma o cônsul geral da Nova Zelândia em São Paulo, Ralph Hays. Em tempos mais que bicudos na economia brasileira, a afirmação - que pode parecer batida - é um alento, pois revela que o interesse pelo país persiste entre os que focam o médio e longo prazos.

Hays é também comissário de comércio no Brasil para a New Zealand Trade and Enterprise (NZTE), agência do governo neozelandês criada em 1993 como parte do esforço do país da Oceania de ampliar a presença de seus produtos no exterior. A NZTE tem em seu board tanto membros do governo quanto agentes privados e está no Brasil desde 1996. Tem, ao todo, 46 escritórios espalhados pelo mundo. Hoje, segundo Hays, 20% do PIB da Nova Zelândia é resultante da exportação, e o plano é que essa fatia chegue a 40% até 2025, conforme o Business Growth Agenda, um conjunto de metas de crescimento definido em 2012 pelo país.

É fácil entender o desejo da Nova Zelândia de buscar a internacionalização de suas empresas. O país tem apenas 4,5 milhões de habitantes, 10% da população do Estado de São Paulo. Essa população pequena limita o avanço das empresas neozelandesas em seu mercado doméstico, por isso a procura pela internacionalização.

No Brasil, o maior interesse da NZTE é o agronegócio, um setor que segue crescendo a despeito das dificuldades na economia. O agronegócio, aliás, é também fundamental na Nova Zelândia. Com um rebanho de 6,4 milhões de vacas leiteiras, o país é o maior exportador mundial de produtos lácteos. Também se destaca na produção de ovinos, com um rebanho de 29,5 milhões de animais. Tem ainda 3,7 milhões de cabeças de bovinos de corte. Além disso, produz kiwis e os exporta para diversos países. 

O interesse da NZTE é tanto estimular a exportação direta de produtos de empresas da Nova Zelândia para o Brasil quanto o estabelecimento de negócios no mercado brasileiro. O trabalho da agência, explica Nádia Alcântara, gerente de desenvolvimento de negócios em agribusiness da NZTE, é apoiar as empresas de pequeno e médio portes da Nova Zelândia que querem entrar em outros mercados. 

Num primeiro momento, a NZTE faz um diagnóstico para saber se empresa está pronta para a internacionalização, por meio de informações como governança, estratégia e disponibilidade de recursos. Depois, define-se o mercado foco. A agência também dá suporte com informações, por exemplo, sobre legislação do país, regulamentações e mercado.

Hoje, no portfólio de companhias neozelandesas interessadas no Brasil há as de áreas como tecnologia para produção no campo, genética animal e de pastagem e manejo de fazendas (identificação eletrônica de animais e sistemas de ordenha, por exemplo). Há ainda empresas do segmento de equipamentos para processamento de alimentos (automação de linhas de abate e de refrigeração), além de empresas especializadas em manejo ambiental e gestão de efluentes. (As informações são do Valor Econômico)
 

 
Acordo entre Mapa e Apex reforça promoção do agronegócio brasileiro no exterior

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) assinaram nesta terça-feira (26) acordo de cooperação técnica que prevê uma série de ações para promover o agronegócio brasileiro no exterior e atrair investidores.

O acordo, assinado pela ministra Kátia Abreu e pelo presidente da Apex-Brasil, David Barioni Neto, terá duração de dois anos e orçamento de R$ 12 milhões. Setenta por cento dos recursos são da Apex-Brasil e 30%, do Mapa.

O objetivo é promover o alimento brasileiro no exterior, abrir mercados e consolidar os existentes. Foram selecionados os setores de carnes (bovina, suína e de aves) e derivados, produtos lácteos, pescados, frutas e sucos, grãos, café, alimentos e bebidas e máquinas e equipamentos.

O grupo alvo de países, blocos e regiões está entre os integrantes do Plano Nacional de Exportações e inclui China, Coreia do Sul, Oriente Médio, Estados Unidos, Rússia, Japão, União Europeia, África Subsaariana e Sudeste Asiático.

Segundo a ministra, a parceria faz parte de um programa ousado de promoção internacional dos produtos do agronegócio. "É uma estratégia inteligente para superarmos os momentos difíceis e que leva em consideração a nova realidade cambial do país. Ao manter uma demanda crescente para as empresas locais, a conquista de mercados estrangeiros promove a criação de empregos no Brasil e incentiva os investimentos".

Para o presidente da Apex-Brasil, a promoção comercial ajuda o Brasil a ser reconhecido como fornecedor confiável de alimentos. "É um forte instrumento de estímulo à competividade das empresas brasileiras", observa Barioni.

Ações
O acordo permitirá a realização de missões empresariais ao exterior, seminários e encontros com compradores no Brasil. Para a atração de investimentos, está prevista a criação de bancos de dados de investidores estrangeiros e de projetos no Brasil. Por meio do acordo, também será desenvolvido um serviço de relacionamento com possíveis empresários interessados em investir no país. Além disso, a cooperação possibilitará organizar missões internacionais do Ministério da Agricultura. A parceira ainda prevê estudos com informações de mercado para subsidiar os setores envolvidos nas missões empresariais e nos encontros com compradores estrangeiros no Brasil. Essas análises também poderão ser úteis para se dimensionar o impacto de acordos comerciais sobre o agronegócio brasileiro.

O setor agrícola vem comemorando a abertura e a ampliação de mercados internacionais. Apenas no primeiro trimestre deste ano, a cadeia produtiva registrou saldo positivo de US$ 17 bilhões, um aumento de 8,7% em comparação ao mesmo período de 2015. Em março passado, quando o país registrou o recorde mensal da série histórica, iniciada em 1997, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 8,35 bilhões e representaram 52,2% das vendas externas totais do Brasil. (MAPA)


Uruguai registra queda na produção de leite e a previsão é de mais reduções

No primeiro bimestre de 2016, a captação de leite no Uruguai foi de 261,4 milhões de litros, 147,7 milhões captados em janeiro e 113,6 milhões em fevereiro. Esse volume representa uma queda de 10% com relação ao mesmo período de 2015, segundo dados do Instituto Nacional do Leite (Inale) do país.

O presidente do Inale, Ricardo de Izaguirre, disse que é provável que o clima, com períodos de seca e chuvas abundantes em outros períodos, tenha impactado nisso. Embora o tema não tenha sido analisado profundamente pelos técnicos do Inale, ele disse também que é provável que o fechamento de algumas fazendas leiteiras, sobretudo de algumas de maior escala, tenha impactado em uma menor produção.

O envio de leite às plantas da bacia leiteira integrada por San José e Colonia será afetado como consequência do excesso de chuvas e os problemas provocados nas estradas, além das dificuldades sanitárias. "As vacas não podem pastorear e cairá mais a captação de leite pela indústria. Além disso, afetará também a qualidade do leite captado", disse o presidente da Associação Nacional de Produtores de Leite (ANPL), Rodolfo Braga. O excesso de barro causa problemas de infecção nos úberes e isso afeta a qualidade do leite produzido.

Braga disse que também estão se complicando as parições, porque "o excesso de barro no pré-parto gera um episódio de estresse importante nas vacas e outros problemas". (As informações são do El Observador e do El País Digital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


SIMQL

A Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo (SPRC) e a Embrapa Gado de Leite (CNPGL) realizaram, hoje, uma reunião técnica, para lançamento do software SIMQL (Sistema de Inteligência e Monitoramento da Qualidade do Leite). É mais um instrumento a ser integrado ao Programa Leite Saudável, elaborado pela Embrapa Gado de Leite, que visa coletar dados sobre a qualidade do leite no Brasil.

O SIMQL analisará os dados sobre a qualidade das amostras do leite que o produtor envia aos laboratórios da rede que compõem o Plano Nacional da Qualidade do Leite. A ferramenta desenvolvida pela CNPGL gerenciará um banco de dados que poderá ser acessado até de um celular, e obter informações sobre a qualidade do leite por macro, ou microrregião, por cidade, por SIF, ou por produtor. Está previsto o lançamento em maio de 2016, e muito em breve os dados estarão disponíveis para o governo, empresas, universidades, e centros de pesquisa, com os quais o setor leiteiro poderá elaborar políticas públicas e interagir com outros dados da produção de leite.

O setor privado, aplica, hoje, milhões de reais para treinar o produtor visando a melhoria da qualidade, e cerca de 200 empresas já aderiram ao Programa Mais Leite Saudável. O SIMQL possibilitará avaliar a evolução desse enorme esforço do setor privado. As entidades presentes à reunião técnica, dentre elas o G100, pedem que se fortaleça o projeto, estabelecendo a coordenação através de uma Parceria Público-Privada. E que esse projeto seja apenas o início de uma nova era para a cadeia láctea, que precisa trabalhar intensivamente a questão da qualidade. Inicialmente serão 10 laboratórios, no país inteiro, que farão análise das amostras. Esse esforço visa preparar o setor lácteo para exportar. Algumas etapas estão definidas. E uma delas é a reativação do PNQL (Plano Nacional de Qualidade do Leite), lançado em 1996, mas, que nunca foi efetivo. É preciso estabelecer parâmetros de qualidade, programas de sanidade animal, disponibilizar assistência técnica e linhas de financiamento. Isto tem por objetivo dar subsídios para revisão da IN 62, que foi estabelecida em 2011, alterada em 2014, mas, não existem dados consolidados, nem informações cadastrais sobre os resultados da IN. O Brasil precisa atender os padrões de qualidade dos países desenvolvidos para fazer acordos bilaterais. Por isso o estabelecimento de um plano nacional de melhoria de qualidade e competitividade do leite brasileiro, é fundamental.  (Terra Viva)
 

Balança
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,035 bilhão na quarta semana de abril, com quatro dias úteis. Este valor é resultado de exportações de US$ 3,241 bilhões e importações de US$ 2,206 bilhões. Em abril, até a quarta semana, as exportações somam US$ 11,573 bilhões e as importações, US$ 7,990 bilhões, com saldo positivo de US$ 3,583 bilhões. No acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 52,146 bilhões e as compras no exterior foram de US$ 40,175 bilhões, o que resultou em um superávit de US$ 11,971 bilhões. Na quarta semana de abril, a média das exportações foi de US$ 810,1 milhões, valor 6,9% maior do que a média até a terceira semana do período (US$ 757,5 milhões), devido ao aumento nas exportações de produtos manufaturados (20%) - em razão de automóveis de passageiros, tubos flexíveis de ferro e aço, torneiras, válvulas e partes, autopeças, motores para automóveis, etanol. Entretanto, houve queda nas vendas de produtos semimanufaturados (-0,7%) - por conta de açúcar em bruto, semimanufaturados de ferro e aço, ouro em forma semimanufaturada, ferro fundido, alumínio em bruto - e de básicos (-0,3%) - devido a soja em grãos, carne de frango, minérios de cobre, carnes salgadas, miudezas de animais, tripas e buchos de animais. (MDIC)