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06/06/2016

 

Porto Alegre, 06 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.281

 

   Seapi e setor leiteiro negociam georreferenciamento

Reunião do Conselho Técnico Operacional da Pecuária Leiteira (CTOPL) do Fundesa debateu, nesta segunda-feira (6/6), na sede do Sindilat, a questão do georreferenciamento da produção de lácteos no Rio Grande do Sul. Na ocasião, o coordenador do setor de Informações do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura (Seapi), Eduardo Vergara, pontuou a possibilidade de se estabelecer um sistema de intercâmbio que viabilize ao Estado unir em apenas um banco de dados as informações sobre a produção de leite por produtor, bem como os dados sobre a industrialização de empresas de inspeção estadual e federal. Esse trabalho pode ser viabilizado, ponderou ele, com apoio da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que reúne dados nacionais do setor e é abastecida diariamente pela secretaria.  O tema voltará a ser debatido na próxima semana com a Seapi e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), instituição responsável pelo primeiro Geoleite, georreferenciamento do setor realizado em 2009.  

Apesar das dificuldades de verba e pessoal, Vergara mostrou-se aberto a debater com o setor leiteiro a questão. Pontuou ainda a importância de as empresas auxiliarem nesse processo, fornecerem seus dados, e que o setor defina e informe à Seapi que tipo de relatórios são relevantes para embasamento da atividade para que, então, a ferramenta seja desenvolvida. 

Vergara ainda salientou as ações que estão sendo realizadas com a avicultura e a suinocultura e pontuou as dificuldades vivenciadas para ampliar esse trabalho para outros setores como a bovinocultura leiteira. "Não temos perspectiva de desenvolvimento de uma ferramenta com novas funcionalidades por questões financeiras e de pessoal". Vergara pontuou a dificuldade de manter o cadastro atualizado dos animais existentes no Estado uma vez que nem todos os criadores comunicam mudanças ao sistema oficial. Ele destacou a dificuldade de relacionar os produtores que entregam leite para empresas com SIF, mas que não têm cadastro junto às inspetorias estaduais. Segundo ele, a ideia é que as empresas ajudem nesse trabalho de forma a autorregular e abastecer o sistema. Em um segundo momento, a ideia é oferecer relatórios individuais por empresa e dados setoriais. Contudo, para isso, pontua ele, é preciso desenvolver a ferramenta. 

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, pontuou as peculiaridades que a implementação da Lei do Leite trará ao setor e como a nova legislação amplia a importância do georreferenciamento para criar um banco de dados preciso e confiável.  "Nosso objetivo é trabalhar em parceria. Por isso, resolvemos falar com a secretaria sobre a atual situação para saber como podemos avançar juntos", frisou, lembrando que o alto contingente de produtores e empresas atuando no ramo leiteiro dificulta o trabalho. Uma das ideias é utilizar os Coredes para compilar esses dados. "O Estado tem que ter essa informação para definir políticas e ações de desenvolvimento para toda a cadeia". (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Carolina Jardine
 
Simpósio do Leite de Erechim irá debater qualidade do leite

 
A 13º edição do Simpósio do Leite, que ocorre na quarta e quinta-feira (8 e 9/6) em Erechim (RS), reunirá importantes nomes do setor para debater a qualidade do produto brasileiro. No primeiro dia de evento será realizado o tradicional Fórum Nacional de Lácteos, que contará com a mediação do doutor e chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, de Minas Gerais, Paulo Carmo Martins. A programação ainda inclui cinco palestras e a Mostra de Trabalhos Científicos
 
Para debater o "Cenário da qualidade do leite no Brasil e visão da indústria e produtores e ações governamentais em prol da qualidade do leite", tema da 7º edição do Fórum, estarão presentes o deputado federal Alceu Moreira, o chefe da Divisão Técnica do Senar-RS, João Augusto Araújo Telles, o assistente técnico regional da Emater-RS na Área de Criações, Vilmar Fruscalso, e a gerente de Qualidade de Leite Cru do Laticínios Bela Vista, Athaide Newman Rodrigues da Silva.

O Sindilat é um dos apoiadores do evento, que tem início às 14h30, no Polo de Cultura, do Parque da Accie, em Erechim. As inscrições para participar das atividades do Simpósio podem ser realizadas pelo site simposiodoleite.com.br ou também no início de cada dia de evento. O investimento é de R$ 100,00. Mais informações pelo email contato@simposiodoleite.com.br ou pelos telefones (54) 9691-8408 e 9680-1635. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Produção no país cresceu menos em 2015

O crescimento da produção de queijos no Brasil perdeu fôlego em 2015. Depois de aumentar a taxas entre 8% e 9% em anos anteriores, o avanço foi bem mais modesto, de 2,9%, no ano passado sobre 2014 e alcançou 1,105 milhão de toneladas, segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq). O número se refere aos queijos produzidos por empresas com SIF (Serviço de Inspeção Federal). A desaceleração tem duas razões, de acordo com a entidade: a escassez de leite no Brasil em 2015 e a queda no consumo no segundo semestre do ano passado em decorrência dos efeitos da crise econômica na renda da população brasileira.

A Abiq mantém cautela sobre as estimativas para este ano. No entanto, as previsões iniciais indicam estabilidade na produção ou mesmo uma "eventual queda". Isso porque o cenário de falta de matéria¬prima no país para produzir lácteos persiste assim como a demanda mais restrita por parte do consumidor. A associação, que reúne 60 empresas de queijos do país, pondera que o consumo do produto costuma crescer no período de inverno, o que também poderia influenciar a produção. A despeito da recente perda de "dinâmica" no consumo de queijos no Brasil, o CEO da Lactalis do Brasil Marek Warzywoda, avalia que "existe um potencial gigante para ampliar essa categoria" no mercado nacional. 

Os números do consumo per capita corroboram essa avaliação. Enquanto no Brasil, foram 5,4 quilos per capta ano passado, em países como Chile e Argentina, a demanda por habitante supera os 10 quilos, observa o executivo. Ele nota ainda que a maior parte do consumo no Brasil está focada em queijos básicos, como mozzarella em peça, queijo prato e requeijão. A Lactalis, no entanto, está focada em queijos finos, de maior valor. "Queremos desenvolver essas categorias [queijos finos] aqui no Brasil", afirma. Conforme os dados da Abiq, a mozzarella representa cerca de 30% da produção total de queijos no Brasil. Já os queijos finos têm uma fatia bem menor, de 6,5%. Levantamento da Eumonitor mostra que as vendas de queijos no varejo nacional em 2015 somaram R$ 19,406 bilhões. (Valor Econômico)
 

Lactalis já briga pela liderança em queijos

Desde que chegou ao Brasil em agosto de 2013, a francesa Lactalis deu sinais claros de que tinha grandes ambições para o mercado de queijos do país. Quase três anos depois, a companhia ¬ fundada em 1933 em Laval, na França, como uma pequena fábrica de queijos artesanais ¬ dá passos importantes para buscar se consolidar como líder no segmento no Brasil. A empresa, que em 2013 comprou a Balkis e no ano seguinte os ativos de lácteos da BRF e fábricas da LBR, iniciou no país a produção de mozzarella fresca com a marca Galbani, tradicional na Itália e em outros países europeus. Além disso, está começando a fabricar queijos mozzarella e prato, em peça, com a reconhecida marca francesa Président em unidades brasileiras. Embora o mercado para a mozzarella fresca seja mais restrito, o início da produção das duas marcas internacionais no Brasil é o sinal mais visível da importância que o país tem na estratégia da companhia francesa, maior produtora de queijos do mundo, com faturamento global de € 16,5 bilhões em 2015. A mozzarela fresca está sendo produzida na fábrica da Lactalis em Santo Antônio do Aracanguá (SP). Já os queijos mozzarela e prato, em peça com a marca Président, são fabricados nas plantas de Ijuí e Três de Maio, ambas no Rio Grande do Sul, e também na unidade paulista. 

O CEO da Lactalis do Brasil, o polonês Marek Warzywoda, é econômico nas informações sobre as novas linhas de produção no país, mas não esconde o entusiasmo com o potencial de crescimento no mercado brasileiro de queijos. "O grupo tem uma ambição gigante (...) de ser o número um em queijo no Brasil. É exatamente o que o grupo está fazendo no mundo todo", afirmou em entrevista ao Valor. Segundo ele, para garantir essa posição no país, a Lactalis prevê investimentos por um período de cinco anos. O montante do aporte, porém, o executivo não revela. Para produzir a mozzarella fresca Galbani no Brasil, a Lactalis reorganizou a fábrica de Santo Antônio do Aracanguá, onde foram instalados equipamentos importados da Itália. Warzywoda diz que o plano do grupo francês é seguir no Brasil a mesma estratégia introduzida em outros países em que a empresa está. A Lactalis adquiriu a Galbani, líder em queijos na Itália em 2006. Hoje, o grupo francês tem 20 fábricas no mundo produzindo itens da marca italiana. "A estratégia é ter uma produção local, fabricar aqui uma parte de portfólio Galbani, de produtos frescos, e ao mesmo tempo importar outros queijos da marca produzidos na Itália, como o grana padano", explica. A crise no Brasil não amedronta a Lactalis. De acordo com Warzywoda, o interesse pela mozzarella fresca cresce no mundo todo, independentemente da situação macroeconômica. "Temos certeza de que existe um mercado para esse produto. O que está em análise é como esse mercado vai se desenvolver. Sabemos que temos grande oportunidade com esse tipo de queijo, mas temos de analisar a velocidade de desenvolvimento dessa categoria aqui no Brasil". Numa primeira etapa, a capacidade de produção de mozzarella fresca com a marca italiana no Brasil será de 300 a 400 toneladas para um período de 12 meses. Mas o executivo avalia que haverá espaço para volumes maiores e diz que a empresa tem flexibilidade para produzir mais se houver demanda. 

O produto será vendido no varejo e no food service. Inicialmente, será distribuído no Estado de São Paulo, mas o plano é ter distribuição nacional. Sobre a produção de mozzarella e queijo prato com a marca Président no país, o CEO da Lactalis do Brasil, novamente, revela pouco. Foram necessários investimentos em equipamentos nas unidades e feitas adaptações em linhas já existentes, diz. O alto consumo do mozzarella no país surpreende Warzywoda, que admite que a capacidade de produção desse item é elevada. "Temos possibilidade de produzir em três fabricas, mas flexibilidade para nos adaptarmos à demanda". Segundo ele, os dois produtos se enquadram na categoria commodities e serão comercializados no varejo, em peça para fatiamento ou já fatiados, em todo o país. Os queijos finos da marca Président, como brie, camembert, continuarão a ser importados da França. A visão da Lactalis, afirma Warzywoda, é que "para ser número 1 no mercado de queijo local, é preciso ter a possibilidade de produzir marcas locais mas também internacionais nesse mercado". Ademais, é preciso "aproveitar a oportunidade de usar matéria¬prima local, para ter competitividade", acrescenta. De fato, a decisão de passar a produzir queijos mozzarella e prato com a marca Président no Brasil era uma passo natural para a Lactalis. Isso porque, ao adquirir os ativos de lácteos da BRF, foi acordado que a francesa usaria a marca Sadia para esses queijos por um período determinado. Quando essa transição acabar, a marca Sadia não será mais utilizada pela Lactalis em seus queijos. No setor, a estimativa é de que a Lactalis já seja a líder em volume no mercado de queijos do Brasil. Em valor, porém, a empresa fica atrás da Bongrain, que produz queijos com a marca Polenghi, e é controlada pela também francesa Savencia Fromage & Dairy. De acordo com a Euromonitor, a Bongrain teve uma participação de 10,5% do valor das vendas de queijos no varejo em 2015, que somou R$ 19,406 bilhões. A Lactalis ficou com 8,2% desse total. O Laticínios Tirolez foi o terceiro, com 4,9%. 

O valor não considera vendas no food service. Segunda maior na captação de leite no país, a Lactalis produz queijos em cinco de suas 17 fábricas de lácteos no Brasil e tem duas marcas locais para esse produtos, Balkis, focada em São Paulo, e Boa Nata, com presença em Minas Gerais e Rio de Janeiro, principalmente. No mundo, a francesa, que é dona da Parmalat, tem mais de 200 unidades de produção em 42 países, e captou 15,6 bilhões de litros de leite em 2015. (Valor Econômico)

 
Seapi inaugura laboratório

A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) inaugurou ontem seu novo Laboratório de Triagem, com capacidade de armazenamento de até 100 mil amostras de material biológico veterinário para análises de sanidade animal. Segundo o secretário Ernani Polo, o empreendimento tornou-se possível graças à parceria com o Fundesa, que participou da reforma da estrutura com R$ 55 mil. "Vamos receber, conferir e encaminhar todas as amostras que necessitem de análise, aprimorando nosso serviço na área sanitária", afirmou o secretário, que anunciou a disponibilização de um veículo exclusivo e equipado para o transporte desses materiais. O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da secretaria, Marcelo Göcks, comemora a inauguração do laboratório, cujas funções já vinham sendo feitas pela seção, mas sem as condições adequadas. As amostras coletadas eram armazenadas em geladeiras distribuídas nas salas do próprio departamento. "Agora teremos tecnologia de resfriamento em local próprio e oito servidores habilitados a conferir essas amostras e enviá-las para os laborató- rios de análises ou rejeitá-las, no caso de estarem impróprias, e exigirem novas coletas", explica. Para o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, a participação do fundo é o reconhecimento da necessidade de qualificação da defesa sanitária. "A iniciativa privada tem interesse em contribuir para melhorar este processo", afirmou. (Correio do Povo)

 
 
Lableite Acreditado
A Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, obteve no final de maio a acreditação pelo Inmetro de seu Laboratório de Qualidade do Leite (Lableite). Fundado em 2005, o centro qualifica por mês até 10 mil amostras de leite produzido n a região. " A acreditação dá visibilidade ao laboratório e eleva seu padrão de confiabilidade", diz a coordenadora, Maria Edi Ribeiro. (Correio do Povo)

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