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Porto Alegre, 27 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.488

 

Laticínios esclarecem dúvidas sobre Programa Mais Leite Saudável 
 
Indústrias do setor lácteo esclareceram suas dúvidas referente ao Programa Mais Leite Saudável, criado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), em reunião nessa quinta-feira (27/4). O encontro, promovido pelo Mapa, Sindicato das Indústrias dos Laticínios do RS (Sindilat) e com o apoio do Fundesa, foi realizado no auditório da superintendência do Mapa, em Porto Alegre (RS). O fiscal federal agropecuário Roberto Lucena e o auditor fiscal federal Bruno Leite, representando o ministério, divulgaram os últimos relatórios da iniciativa e apresentaram as etapas obrigatórias para a execução dos projetos. 
 
O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ressaltou a importância do controle sanitário das propriedades rurais e das indústrias. "Se quisermos transformar nosso Estado em exportador, temos que estar com a sanidade controlada", disse Guerra, lembrando que todos os associados são motivados a investir partes dos seus recursos contra brucelose e tuberculose. O secretário-executivo do sindicato, Darlan Palharini, destacou a relevância do programa. "Deve ser levado a sério, pois melhora a qualidade dos produtos e amplifica a competitividade da indústria no estado", concluiu.
 
Conforme apontou Lucena, o encontro é propício, já que o programa completou um ano de andamento. "Entendemos que esse é a hora de trabalhar a qualificação e aprimoramento de projetos para potencializar resultados", afirma. Em um ano, só no RS, já foram movimentados mais de R$ 32,6 milhões, com 51 projetos apresentados e 20 mil produtores impactados direta e indiretamente pela iniciativa. Uma das preocupações, agora, é angariar mais indústrias para participar do programa. 
 
Outro ponto destacado por Lucena é a necessidade de cumprimento do prazo para os ajustes nos projetos das indústrias.  Os laticínios devem encaminhar o projeto ao Mapa, que protocola a documentação e concede habilitações provisórias às empresas, verifica possíveis irregularidades nas solicitações e publica um parecer técnico no Diário Oficial da União (DOU), do Mapa. Diante disso, há 30 dias para realizar mudanças apontadas no relatório e enviar para a publicação no DOU da Receita Federal, que concede a habilitação definitiva para o andamento do projeto.
 
As questões referentes à coordenação de boas práticas e bem-estar animal envolvidas foram explicadas pelo auditor Bruno Leite. Ele frisou que a assistência técnica deve ser direcionada, principalmente, aos produtores que não têm esse benefício, e complementar aqueles que já são assistidos em outras áreas de atuação, como a sanidade animal e o melhoramento genético. Outro ponto levantado é a comunicação entre os laticínios e o Ministério, que deve ser constante e antecipada. "Se uma propriedade notar que um antígeno vai faltar, deve nos notificar antes desse problema ocorrer, e não depois", exemplificou. 
 
Dúvidas sobre os recursos financeiros, tributos e prazos foram esclarecidos ao final da reunião com empresas presentes. O advogado Eduardo Plastina, que presta assistência jurídica aos associados em nome do Sindilat, também ajudou nos esclarecimentos sobre legislação. Na ocasião, uma reunião foi pré-agendada para tratar sobre o novo Regulamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Riispoa), na próxima quarta-feira (3/5), também no auditório do Mapa. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Foto: Vitórya da Cruz
 

 
Alteração de créditos no radar da indústria do RS

A preocupação de empresas do agronegócio do Rio Grande do Sul com a possibilidade da redução de créditos presumidos teve alívio de um lado, mas não de outro. Nesta semana, deputados estaduais aprovaram a retirada do regime de urgência do projeto de lei 214 (prevê a diminuição em até 30% do benefício fiscal). Ou seja, não tranca mais a pauta. Na prática, ganha-se tempo para voltar a apreciar o tema.

Por outro lado, a proposta de lei complementar 343, que tramita na esfera federal, instituindo o regime de recuperação fiscal dos Estados e cobrando como contrapartida redução de 10% de créditos fiscais, segue tramitando no Congresso.

- A retirada de urgência do PL 214 fica sem efeito perante o 343. Mas não existe espaço para a indústria de leite ter redução de crédito presumido. Até porque o Estado vem perdendo a capacidade competitiva - argumenta Alexandre Guerra, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat-RS).

O dirigente lembra que a participação gaúcha vem encolhendo no cenário nacional. O Estado deixou de ser o segundo maior produtor de leite, posição agora do Paraná.

Os paranaenses também são apontados como um dos principais concorrentes na produção de suínos e de aves. Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips), lembra que eles têm "um tratamento diferenciado em tributos".

- Não entendemos o crédito presumido como um benefício. É uma equalização da carga tributária com outros Estados. É a recomposição, de forma precária, da isonomia de impostos - completa Kerber.

Da mesma forma, as empresas de aves manifestam inquietação com o tema.

- A redução dos benefícios aumenta a carga tributária. E tira a nossa competitividade. Os setores estão se movimentando para que isso não aconteça - afirma José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). (Zero Hora)

 
Consumidores asiáticos compreendem cada vez mais os benefícios das proteínas

O entendimento do consumidor sobre os benefícios nutricionais da proteína está crescendo na Ásia, de acordo com a pesquisa da NZMP, a marca de ingredientes da Fonterra, da Nova Zelândia. A NZMP realizou pesquisas comparativas em cinco mercados: Indonésia, China, Japão, Reino Unido e EUA. "Queríamos entender como podemos operar neste mercado altamente fragmentado que a proteína está entrando", disse Roshena de Leon, gerente global de insights da NZMP.

Consumo de proteínas - Ásia 
Ela apresentou as principais descobertas da pesquisa da NZMP no recente evento da indústria, Protein Now, que a empresa realizou em Cingapura. Dos cinco mercados pesquisados, a Indonésia registrou o maior nível de conscientização sobre proteínas, com 91%, seguida por Reino Unido, com 87%, Japão, com 85%, Estados Unidos, com 84% e China, com 75%.

De Leon atribuiu a alta conscientização sobre proteína da Indonésia aos programas de nutrição do governo, que destacam a importância da proteína para a saúde. Ela ressaltou que 47% dos entrevistados entendiam a importância da proteína na manutenção do bem-estar corporal.

Na China, por outro lado, embora a proteína seja considerada positiva, ao lado de vitaminas e minerais, os participantes do estudo apresentaram visões fragmentadas sobre como ela beneficiava a saúde geral. Por exemplo, 20% disseram que a proteína deu energia e resistência ao corpo, enquanto 14% disseram que a proteína era boa para manter o bem-estar corporal. Outras percepções da proteína incluíram tornar os corpos mais fortes (13%), os bons nutrientes que oferece (11%) e impulsionar o sistema imune (9%).

No Japão, no Reino Unido e nos EUA, a proteína está fortemente ligada à nutrição esportiva, e os consumidores a percebem como um nutriente crucial para fortalecer os músculos. Por último, o estudo constatou que a maioria dos consumidores de todos os cinco mercados acreditava que a melhor fonte de proteína é oriunda de animais - seja por meio de carne, lácteos ou ovos.

"A robustez da proteína animal atrai consumidores", disse de Leon. A textura e o sabor da proteína animal também foram preferidos. A demanda asiática por produtos de proteína também deverá aumentar 11% até 2021. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
  

 
FUNRURAL - Frente prepara ação política
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) anunciou ontem que vai utilizar todos os instrumentos legais, constitucionais e políticos para resolver a questão das dívidas passadas e também o futuro do Funrural, que teve a constitucionalidade de sua cobrança reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em março. Em nota divulgada à imprensa, a entidade revelou que está articulando uma ação política que pode se encaminhar para a apresentação de um projeto de lei que trate do assunto. "Lembramos que o próprio relatório da Reforma Previdenciária já extingue o Funrural, ao que somos favoráveis", destaca um dos trechos do texto. (Correio do Povo)
 

 

Porto Alegre, 26 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.487

 

  Cartilha vai informar sobre procedimentos de sanidade e manuseio de produtos
 
Entidades ligada à proteína animal e varejistas se reuniram na tarde de terça-feira (25/4), em Porto Alegre (RS), para reformular cartilha apresentada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) com perguntas e respostas sobre os procedimentos de sanidade e de manuseio de produtos de origem animal, sobretudo em fiambrerias e açougues. A ideia do documento é auxiliar os interessados sobre as mudanças estabelecidas pela Portaria nº 146, sancionada em março deste ano no Rio Grande do Sul, que estabelece os requisitos e exigências para o funcionamento, fiscalização e controle dos estabelecimentos.
 
O setor lácteo já está se adequando às mudanças previstas pela Portaria e pelo Decreto nº 53.304, que prevê que supermercados e açougues devem adotar sistema de controle de identificação de origem e de procedimentos operacionais padrões, conforme afirma o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. "O fracionamento é muito importante para a indústria, porque agrega valor ao produto, mas é necessário que os consumidores saibam a marca, o que ajuda também na fidelização dos clientes com as empresas", salienta, destacando a importância de se apontar a marca e o lote de produção no rótulo dos produtos à granel. 

Após a sua conclusão, a cartilha será encaminhada à Secretaria Estadual de Saúde e ao Ministério Público. Para uniformizar os procedimentos também nas vigilâncias municipais, a Agas, que organizou o encontro, irá entregar o documento à Secretaria de Agricultura, que será responsável por distribuir para as prefeituras. Estiveram presentes também na reunião representantes do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul ( Sips), do Sindicato da Industria de Carnes e Derivados (Sicadergs) e da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Crédito: Laura Berrutti
   
 
Deputados aprovam reajuste de 6,48% para o piso regional

Depois de mais de duas horas de discussões sobre o índice de reajuste, os deputados estaduais aprovaram ontem, por 46 votos a favor e dois contrários, o reajuste do piso regional. Votaram contra Marcel Van Hattem (PP) e João Reinelli (PV). O aumento será de 6,48%, como proposto no texto enviado pelo governo. Os novos valores das cinco faixas passam a variar de R$ 1.175,15 a R$ 1.489,24 assim que o projeto for sancionado pelo governador José Ivo Sartori. Como a data- base do piso é 1º de fevereiro, empregadores deverão pagar as diferenças mensais aos trabalhadores na próxima folha salarial.

- É um índice que, imaginamos, manterá o poder aquisitivo dos trabalhadores sem retirar a capacidade de pagamento dos empresários - disse o líder do Executivo na Assembleia, Gabriel Souza (PMDB). O piso regional é referência para cerca de 1,3 milhão de trabalhadores informais ou que pertencem a categorias não contempladas em acordos coletivos ou convenções.

Na última semana, o temor de não conseguir derrubar uma emenda que elevava o reajuste para 8% fez com que parlamentares da base aliada interrompessem a sessão para que a votação fosse adiada. A justificativa dos deputados ligados a sindicatos para a proposta foi oferecer a inflação acumulada em 2017, calculada em 1,5%. Ontem, o quadro foi diferente e a modificação no texto original foi derrotada.

O percentual definido pelo Executivo em 6,48%, igual percentual aplicado sobre o salário mínimo nacional, baseado na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor ( INPC) do ano passado, desagradou aos principais grupos envolvidos na negociação.

Empresários, que são contrários ao piso, não apresentaram proposta de aumento. Presente à votação, o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Claudio Bier, voltou a defender a extinção do piso. As centrais sindicais pediram 10,45%. Um grupo de sindicalistas esteve presente nas galerias, com faixas e bandeiras, para pressionar os deputados. (Zero Hora)

Mercado lácteo

De acordo com o Centre National Interprofessionnel de l'Economie Laitière (CNIEL), a demanda por produtos lácteos deverá crescer sensivelmente em muitos países do mundo. Mesmo na França, o mercado poderá aumentar de 5 a 10% nos próximos dez anos, ainda que os franceses continuarem a beber menos leite. 

O mercado mundial de produtos lácteos corre o risco de cair nos próximos dez anos, acompanhando o mercado francês de leite de consumo? "Não", respondem os analistas do setor da Federação das Indústrias de Laticínios. É certo que o mercado de leite de consumo na França vem sofrendo erosão constante. E a tendência deverá perdurar. Daqui a 2027, os franceses deverão beber cada vez menos o leite fluido e o mercado deverá cair mais de 10%. Mas, sempre na França, o mercado mais global dos lácteos, com destaque para os queijos, a manteiga e diversos produtos industriais, deverá crescer de 5 a 10%. No mundo, o crescimento da demanda por produtos láteos será desigual. Com o crescimento da população e, sobretudo, o aumento do nível de vida, a China deverá observar sua demanda por produtos lácteos aumentar em mais de 10% nos próximos dez anos. O Império do Meio demandará, sobretudo, produtos de qualidade, muito específicos, como os leites infantis, produzidos, principalmente, pela Sodiaal em Carhaix ou pela Cooperativa Maîtres Laitiers de Cotentin na nova fábrica de Carentan. Além da China, a demanda canadense e sul africana deverá também crescer sensivelmente.

 
O consumo de produtos lácteos em outros países também deverá aumentar. O CNIEL prevê crescimento de a 1 a 5% nos Estados Unidos, na Argentina, ou na Austrália. A evolução será maior, de 5 a 10% no Chile, no México, e, sobretudo, na Índia. (Web-agri - Tradução Livre: Terra Viva)

 
SP: setor laticinista aumenta exportações em 12,7% no primeiro trimestre de 2017, diz Viva Lácteos

Mesmo com a balança comercial com um saldo negativo de US$ 125,3 milhões, os sinais dos primeiros meses de 2017 mostram um aumento das exportações e a continuidade da redução das importações. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as exportações de lácteos no primeiro trimestre deste ano mostram um desempenho 12,7% melhor que o mesmo período de 2016. Os embarques totalizaram US$ 38,9 milhões, enquanto que de janeiro a março do ano passado foram US$ 34,6 milhões.

Nos três primeiros meses de 2016, os 10 principais compradores foram responsáveis por 86% do total embarcado. Já neste ano, os top 10 respondem por 76%. A Venezuela continua sendo o principal destino, contudo sua participação caiu de 55% do total para 21%.

Outra mudança substancial diz respeito ao principal produto comercializado no mercado externo. Para o período analisado em 2016, embarcou-se mais leite em pó integral (54%), ao passo que neste ano foi o leite condensado (43%). À exceção do grupo do soro, todos os demais têm um desempenho melhor em 2017 em relação ao ano passado, com destaque para os queijos e o leite modificado. Por sinal, o bom desempenho dos queijos, quando comparado aos demais lácteos, já é observado desde o ano passado. Não por acaso, os principais destinos dos queijos brasileiros foram Rússia (US$ 1.125 mil), Chile (US$ 856,4 mil), Argentina (US$ 825,3 mil) e Taiwan (US$ 587,0 mil), correspondendo a 78% do total.

"A diversificação de mercados e produtos exportados são metas do setor que deverão ser fortalecidas nos próximos anos. Esperamos que o avanço do projeto Apex neste contexto contribua para este incremento", destaca Marcelo Martins, diretor executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).

Importações
Do lado das importações, mesmo havendo um aumento em relação ao início do ano passado, a tendência de queda, observada desde o final de 2016, persiste. Em março as compras no mercado externo somaram quase US$ 52 milhões, enquanto em fevereiro foram US$ 53,5 milhões, e janeiro US$ 58,8 milhões.

No acumulado do ano já são US$ 164 milhões, sendo 68% deste valor proveniente da compra de leite em pó, US$ 111,8 milhões, correspondentes a 35,4 mil toneladas. Somente dos países do Mercosul foram 32,1 mil toneladas, sendo 12,9 mil toneladas da Argentina, 18,8 mil toneladas do Uruguai e 400 toneladas do Paraguai. Outro grupo de produtos que contribuiu com grande parte das importações foi o de queijos. Nos primeiros meses deste ano foram US$ 33,6 milhões, correspondentes a 7,9 mil toneladas. (Viva Lácteos) 

 

 

Exportações/AR
As exportações da Argentina tiveram crescimento de 2,3% em março, na comparação com igual mês de 2016, enquanto as importações registraram avanço bem maior na mesma comparação, de 16,4%. As exportações argentinas ficaram em US$ 4,527 bilhões em março e as importações, em US$ 5,468 bilhões, o que resultou em um déficit comercial de US$ 941 milhões para o país.O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) informou que o aumento do déficit em março é resultado principalmente da queda das exportações de produtos primários, principalmente cereais, e do forte aumento das importações de materiais de transporte, principalmente equipamentos de transporte industrial e veículos automotores de passageiros.Os principais sócios comerciais da Argentina em março foram Brasil, China e Estados Unidos, nesta ordem. As exportações argentinas ao Brasil ficaram em US$ 798 milhões e as importações do País ficaram em US$ 1,557 bilhão. A Argentina teve, portanto, um déficit comercial com o Brasil de US$ 759 milhões no mês analisado, segundo o Indec. (Estadão)
 

 

Porto Alegre, 25 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.486

 

Falta de gordura afeta produção de manteiga

É visível nas prateleiras refrigeradas dos supermercados. Nos últimos meses, os tabletes e potes de manteiga que disputam espaço com as margarinas se tornaram artigo de luxo. Não só porque estão bem mais caros, mas também porque estão mais difíceis de encontrar. A menor oferta do produto pode ser explicada por um conjunto de fatores, mas o mais importante deles é a falta de matéria gorda no país para a fabricação de manteiga, segundo indústrias e analistas do setor de lácteos. Nesse cenário, os preços da manteiga negociada entre empresas subiram 27% (já em valores deflacionados) em 12 meses. No varejo, a alta foi de 19% no período (ver infográfico). A matéria-prima para a produção da manteiga é a gordura do leite. Quando o leite é retirado da vaca tem, em geral, um teor de 3,5% de gordura. A produção de leite desnatado gera um excedente de gordura, que é usado para a fabricação de manteiga, creme de leite, requeijão e cream cheese. Mesmo a produção de leite longa vida integral gera gordura, uma vez que há uma padronização do produto, que fica com teor de gordura de 3%, explica Valter Galan, especialista da MilkPoint, consultoria especializada no mercado de lácteos. 

 
 
No entanto, o país produz volumes pequenos de leite desnatado. "Aqui no Brasil, 75% do leite [longa vida] consumido é integral", observa Guilherme Portella, diretor de relações institucionais da Lactalis no Brasil. No país, a empresa francesa fabrica manteiga com as marcas Batavo e Elegê. Como a produção de leite desnatado é pequena, a oferta de matéria gorda para fabricação de manteiga e outros itens é restrita. Ademais, o país está produzindo menos leite em pó desnatado, que é uma "grande fonte de gordura", observa Ricardo Cotta, diretor de relações institucionais e novos negócios da Itambé. Gustavo Beduschi, assessor técnico da Viva Lácteos, que reúne empresas do setor, afirma que há uma disputa por matéria gorda pelas indústrias de laticínios para a produção dos diferentes itens, mas a oferta de gordura não cresceu, daí o atual quadro. O fato de a produção de leite ter caído nos dois últimos anos no país também pode ter agravado a situação. "Há uma demanda por matéria gorda muito maior do que se consegue suprir", diz. O aumento da demanda por manteiga também é uma das razões apontadas por analistas e indústrias para a oferta mais restrita. De acordo com Galan, assim como na Europa e nos EUA, nos últimos três anos, tem havido no Brasil uma migração das gorduras vegetais para as gorduras lácteas. Isso decorre da mudança de percepção em relação aos efeitos da manteiga para a saúde. "A demanda é maior porque a ideia de que a manteiga faria mal à saúde está sendo desmistificada", observa Cotta, da Itambé. "Até uns três anos atrás, a manteiga era vilã. Mas houve uma mudança no padrão de consumo", concorda Portella, da Lactalis. Dados da empresa de pesquisa de mercado Kantar WorldPanel mostram que em 2016, o consumo de manteiga cresceu 1%, para 29.978 toneladas, um mercado de R$ 721,581 milhões. 
 
A pesquisa da Kantar é realizada numa amostra de 11.300 domicílios, que representam um universo de 52 milhões de lares, responsáveis por 91% do potencial de consumo do país. Entre 2015 e 2014, o consumo de manteiga já havia subido 5,4%. Danielle Rossi, gerente de contas da Kantar Worldpanel, afirma que o crescimento "mais tímido" do consumo do que o visto em anos anteriores ¬ quando mudou a percepção sobre o efeito da manteiga para a saúde ¬ é um reflexo da recessão no país, que leva consumidores a migrarem para produtos de menor valor. No caso da manteiga, o principal substituto é a margarina. Dados da consultoria Euromonitor, referentes a vendas de manteiga no varejo no país, mostram um volume de 77,7 mil toneladas em 2016, pouco abaixo das 77,9 mil toneladas de 2015. Tanto Itambé quanto Lactalis informam que poderiam estar produzindo mais manteiga do que o fazem atualmente se houvesse matéria¬prima porque há demanda, apesar dos preços mais altos. "O que produzimos, estamos vendendo", afirma Cotta. Guilherme Portella, da Lactalis, diz que a empresa chegou a produzir mais leite em pó desnatado para poder gerar matéria gorda para a produção de manteiga. "Temos mais demanda do que conseguimos produzir", acrescenta o executivo. Beduschi e Galan lembram que a recessão também levou a uma redução do consumo fora de casa, o que acabou estimulando muitas pessoas a cozinharem, demandando mais manteiga. Outro sinal de que a oferta doméstica de manteiga é restrita é o aumento das importações do produto. No primeiro trimestre deste ano, as compras no exterior somaram 1.500 toneladas, 68% acima das 890 toneladas de igual período de 2016, de acordo com dados da Secex compilados pela MilkPoint. Como observa Laércio Barbosa, diretor do Laticínios Jussara, a falta de matéria¬prima para produção de manteiga não se restringe ao Brasil. "Está faltando no mundo", afirma. Segundo ele, estimativas indicam que os estoques de leite em pó desnatado estão mais altos na Europa e nos EUA ¬ assim, os países estão produzindo menos, o que leva à falta de matéria gorda (Valor Econômico)
   
 
Importações de lácteos perdem fôlego, mas déficit na balança do país persiste

O Brasil encerrou março com um déficit de US$ 38,5 milhões na balança comercial de lácteos. O valor ainda é expressivo, mas vem caindo desde o início do ano. Em março, as importações custaram US$ 51,979 milhões (alta de 21,2%) e as exportações renderam US$ 13,432 milhões (aumento de 149%), conforme dados da Secex, compilados pela Viva Lácteos, que representa empresas do setor. Em volume, houve uma queda de 7,3% nas importações em março na comparação com igual mês de 2016, para 15,719 mil toneladas. Já as exportações subiram 86,8%, para 5,192 mil toneladas. "As importações estão caindo há cinco meses", observa Gustavo Beduschi, assessor técnico da Viva Lácteos. Em novembro de 2016, custaram US$ 62,4 milhões e em dezembro ficaram em US$ 61,8 milhões. (ver gráfico) Para ele, uma das razões para essa queda das compras é a valorização, ainda que pequena, dos preços internacionais dos lácteos. Afora isso, a produção de leite também começa a reagir no mercado brasileiro, afirma. 

 
No primeiro trimestre do ano, o Brasil importou 51, 287 mil toneladas de lácteos, um aumento de 54,2% sobre igual período de 2016. Os gastos com as compras de lácteos no exterior subiram 91% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para US$ 164,310 milhões. No mesmo período, as exportações de lácteos totalizaram 13,367 mil toneladas, com alta de 12,8% sobre os três primeiros meses de 2016. A receita com as vendas externas teve aumento semelhante, de 12,6%, para US$ 38,963 milhões. Um destaque nas exportações em março, segundo Beduschi, foram os queijos. 

As vendas cresceram 66,5%, para 342,6 toneladas. A receita com os embarques de queijo subiu 111,8%, para US$ 1,660 milhões. Ainda que os volumes de queijo exportados sejam pequenos são importantes porque fazem parte da estratégia de diversificação das exportações pelo setor, que ainda dependem bastante dos embarques de leite em pó e condensado. Os exportadores também tentam diversificar os destinos para reduzir a "venezuelodependência", que é verdade, diminuiu em decorrência da crise no país vizinho. Em 2015, as importações do país absorviam 75% das exportações brasileiras de lácteos em valor. No ano passado, essa participação caiu para 48%, segundo Beduschi. No primeiro trimestre deste ano, ficou em 21%. De acordo com o assessor técnico da Viva Lácteos, o Brasil tem conseguido ampliar suas exportações para países árabes e também na América Latina. (Valor Econômico)

 
México

Em meio às incertezas do futuro do NAFTA com o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, prometendo encerrar a parceria comercial, o México procura diversificar seus parceiros. O professor de economia agrícola da Escola de Economia e Administração Aplicada da Cornell University, Andrew M. Novakovic, PhD, disse ao DairyReporter que o México procurar parcerias fora dos EUA não é um movimento surpreendente. "O mais assustador é que com a retórica econômica e de imigração, o México explora fornecedores alternativos para todos os produtos, e os lácteos são muito importantes pra nós", disse Novakovic. Desde que o NAFTA foi criado, em 1994, as exportações de lácteos dos EUA para o México mais que quadruplicaram, chegando a 1,2 bilhões de dólares, fazendo com que o mercado mexicano seja o número 1. 

No último ano, as exportações para o México foram quase um quarto de todos os lácteos exportados pelos EUA, de acordo com o USDEC. "Muitas pessoas dirão que o México procura diversificar suas fontes de suprimento mesmo que nada tenha mudado ainda, porque eles estão preocupados com a retórica e não querem ser pegos de surpresa", acrescentou. "De certa forma os danos já começaram a ocorrer". No último mês, Os líderes do setor de laticínios dos EUA foram à Cidade do México para reafirmarem a importância de manutenção da parceria comercial, e ao mesmo tempo recomendaram cautela em relação a novos acordos comerciais com outras nações. "Eu acredito que o México precisa ser cuidadoso ao abrir seu mercado para outros fornecedores de lácteos que estejam mais interessados em vendas no mercado spot do que parcerias de longo prazo", disse o presidente do USDEC, Tom Vilsack, durante o Fórum Nacional de Lácteos realizado na cidade do México.
 
A Argentina será o próximo parceiro comercial 
No entanto, o México estará finalizando um tratado comercial com a Argentina até o final do ano, disse o Ministro de Comércio Exterior, Juan Carlos Baker, em entrevista à Reuters. O Presidente da Argentina, Mauricio Macri, também prometeu abrir a economia e o comércio de seu país para o México, até o final de 2017. "Existe grande potencial lá", disse Baker. "A Argentina poderá exportar em condições atrativas para o México". Baker falou à Reuters México que seu país não voltaria a pagar impostos de exportações se os EUA restringirem suas vendas. (Dairy Reporter - Tradução Livre: Terra Viva)

 

Preço ao produtor, em março, foi o mais alto em três anos
Preços/Uruguai - O preço médio do leite que receberam os produtores no mês de março foi o mais alto dos últimos três anos. Segundo o Instituto Nacional do Leite (INALE), o valor estimado foi de 9,91 pesos, [R$ 1,10/litro], sendo o maior valor desde julho de 2014, quando o preço médio foi de 10,08 pesos. O dado representa um aumento mensal de 3%, considerando que em fevereiro, o preço médio do litro foi de 9,58 pesos, [R$ 1,06/litro]. Comparando com março de 2016, o preço foi reajustado em 26%, quando o valor pago foi de 7,86 pesos. Em dólares, o preço do litro de leite ao produtor em março atingiu US$ 0,35, [R$ 1,10/litro], e neste caso, é o maior valor médio desde março de 2015. A diferença é muito grande quando se compara com março de 2016. Naquele mês, o valor do litro de leite, era de US$ 0,24. A elevação anual alcançou 43%. Na comparação em dólares é importante levar em consideração a variação cambial no período. Em março, o valor médio do dólar foi de 28,42 pesos, sofrendo uma queda de 11% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o valor foi de 31,16 pesos.  (El Observador - Tradução Livre: Terra Viva)
 
 

 

Porto Alegre, 24 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.485

 

   Importações/China 

As importações de produtos lácteos pela China continuarão subindo nos próximos 10 anos, embora em um ritmo mais lento. Este ano, a expectativa é de que serão compradas 14,2 milhões de toneladas, aumento de 11% em relação ao último ano, de acordo com o relatório, Perspectivas Agrícolas da China (2017-26), que foi elaborado pelo Ministério da Agricultura. Impulsionadas por fatores diversos, como o crescimento da demanda e os elevados custos da produção doméstica, as importações de lácteos devem superar 19 milhões de toneladas em 2026, um aumento de 50% em relação a 2016, diz o relatório. Na década passada, as importações cresceram 14% anual, em média. A produção doméstica deve atingir 44,7 milhões de toneladas em 2026, crescendo 19% em relação a 2016, prevê o relatório. 

A demanda por leite em pó e leite fluido na China - produção doméstica e no exterior - deverá dar um salto diante da expectativa no aumento do número de nascimentos que virá em decorrência da política do segundo filho, e o crescimento da população com mais de 60 anos. A demanda por leite em pó importado pode aumentar em taxas menores porque o governo chinês está incentivando a recuperação da indústria de laticínios doméstica, diz o relatório. A previsão é de que haja aumento constante na produção de outros produtos agrícolas na China nos próximos anos, incluindo trigo, legumes, frutas, e produtos aquáticos. A importação de leite em pó ocupava um terço do mercado da China em 2007, mas, atingiu 60% em 2012, de acordo com o relatório. 

As autoridades tomaram muitas medidas para restabelecer a confiança no mercado doméstico de leite, depois do escândalo da melamina adicionada às fórmulas infantis, que causaram a morte de pelos menos seis crianças, e intoxicaram seriamente outras 300.000, em 2008. A Lei de Segurança Alimentar foi revisada em 2015, passando a exigir inspeção dos lotes de alimentos para bebês, antes de serem comercializados. No ano passado o Departamento de Fiscalização de Alimentos e Drogas da China inspecionou 2.532 lotes de fórmulas para bebês, e apenas 1,3% ficaram fora dos padrões estabelecidos, disse Bi Jingquan, chefe da Administração de Alimentos e Medicamentos da China, em fevereiro. (The Dairy Site - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 
 
Produção de leite
A produção brasileira de leite mais que dobrou nas últimas duas décadas, ao saltar de 15,7 bilhões de litros em 1994, para 35 bilhões, em 2014, conforme dados mais recentes da Pesquisa Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho da produção nacional de leite, ainda assim, fica bem aquém em comparação à média mundial: 1,6 mil litros contra 3,5 mil litros por vaca ao ano. Nos Estados Unidos, de acordo com o Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), algumas fêmeas bovinas alcançam uma média anual de 10,4 mil litros.

Conforme Renata Magalhães Schneider Simone, analista de Inteligência do SIS/Sebrae, em entrevista à equipe SNA/RJ, essa discrepância se deve a fatores relacionados ao clima e às raças mais produtivas, mas principalmente à alimentação. "A quantidade de leite produzido por vaca está diretamente relacionada com as condições as quais o animal está submetido, ou seja, fatores como a alimentação, clima ou até mesmo a tecnologia no manejo influenciam a produtividade", comenta a especialista.

Diretor da Sociedade Nacional de Agricultura e representante da SNA na Câmara Setorial do Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Alberto Figueiredo ressalta que a "maior parte do rebanho bovino nacional não tem especialização genética para produção de leite". "Também não são observados os requisitos mínimos de conforto animal e alimentação adequada, sendo essas as principais causas da baixa produtividade média". Segundo Figueiredo, que também é secretário Municipal de Agricultura de Resende (RJ), "pelo fato de essas tecnologias exigirem maior comprometimento financeiro por parte do produtor, aumentam os riscos de insucesso, se não forem observados conceitos técnicos indispensáveis, o que leva uma grande maioria de produtores a submeter seus rebanhos a condições inadequadas de alimentação, trazendo, como consequência, a redução da produção média". A analista de Inteligência do SIS/Sebrae reforça que o "Brasil é um país extenso, com regiões bastantes distintas uma das outras". "Por conta disso, alguns Estados possuem características mais ou menos propícias à produção de leite", comenta Renata.

Ela cita que no Sul do país, por exemplo, estão os maiores produtores de leite, "provavelmente pelo fato de lá existir um clima mais adequado para a atividade". "Já na região Sudeste, principalmente acima do Estado de São Paulo, o animal sofre um estresse térmico que prejudica a produção de leite." A analista comenta que também "é importante ressaltar que a média brasileira de produção de leite considera produtores rurais que não investem o suficiente na modernidade do campo e, consequentemente, possuem baixo nível técnico e controle de custos, logo, possuem baixa produtividade". Conforme Renata, "mesmo  com condições climáticas atípicas, é possível aumentar a produção de leite investindo na alimentação do animal, fornecendo uma nutrição específica, de acordo com a fase em que ele se encontra".

DIETAS
A alimentação bovina representa o maior custo da produção leiteira e, por isso, o desenvolvimento de dietas adequadas é primordial para que os pecuaristas reduzam esses custos e possam ampliar suas margens de lucros. Esse é o foco do relatório "Dieta para bovinos leiteiros: a importância da alimentação" do SIS/Sebrae, que ainda apresenta fatores que impactam na dieta, tecnologias e cases de sucesso para orientar produtores rurais. Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 1,3 milhão de pecuaristas de leite, atuando em fazendas que, por sua vez, são responsáveis pela ordenha de 23 milhões de vacas. Para a formulação de rações para as vacas leiteiras, o país utiliza o modelo do National Research Council (NRC), com foco na melhoria da eficiência alimentar, por meio da avaliação da dieta dos bovinos.

"Em 2001, o Conselho Nacional de Pesquisas (dos EUA) apresentou um estudo, com informações suficientes para gerar cálculos de exigência nutricional e de avaliação de alimentos, além de um software que permite formular rações baseadas nesses cálculos", conta Renata. Segundo a analista de Inteligência do SIS/Sebrae, por causa da simplicidade e praticidade, esse modelo é o mais utilizado no mundo para formular rações para vacas leiteiras: "Ele é referência no Brasil e, inclusive, outros softwares foram criados baseados nos cálculos do modelo NRC - 2001". "O modelo NRC é o mais utilizado no mundo, mas com o avanço da tecnologia existem diversos outros modelos no mercado, que podem ser tão bons quanto ele. O indicado é avaliar, testar e analisar quais opções atendem melhor à necessidade do negócio", diz Renata. A analista acrescenta que "alguns modelos são mais complexos e exigem mais informações do usuário, enquanto outros são mais simples e fáceis de utilizar, e isso deve ser levado em consideração na avaliação".

MODELO NRC
Diretor da SNA, Alberto Figueiredo explica que "o NRC é um compêndio de acreditação mundial, que registra as necessidades nutricionais dos animais em cada fase da vida e em cada condição de produção". "A maioria dos formuladores de ração adota esses dados para o cálculo das necessidades nutricionais dos animais. No entanto, na hora de escolher as opções de ingredientes, a serem utilizados para a dieta, são usadas informações de pesquisas nacionais, sendo que alguns produtores já utilizam a análise laboratorial dos vegetais e grãos da própria propriedade, com o objetivo de fazer com que esse cálculo fique o mais próximo possível da realidade", relata Figueiredo.

Por conta de exaustivas pesquisas, continua o diretor da SNA, "o NRC apresenta as necessidades nutricionais absolutamente confiáveis e confirmadas nas pesquisas nacionais". "A diferença dos níveis de produção de leite entre outros países e o Brasil está mais relacionada ao custo da terra, que é maior lá fora, portanto, precisa ter maior produtividade para que o negócio seja econômico, menor contingente de pessoas envolvidas com as atividades produtivas, necessitando ter maior produtividade por homem ocupado, além dos programas de subsídios ainda presentes em parte dos países que estimulam o processo produtivo", cita Figueiredo.

TECNOLOGIAS
Algumas tecnologias associadas à atividade leiteira podem contribuir para o aumento da produção, como softwares de gestão de rebanhos. "Sem sombra de dúvida, o controle sobre os resultados, tanto de índices de produtividade quanto, principalmente, de custos, é fundamental para o constante aprimoramento do processo produtivo. Nesse caso, os softwares existentes no mercado, e/ou produzidos nas próprias propriedades, com base em planilhas simples, são fundamentais, uma vez que o número de dados a ser considerado dificulta esse controle por métodos manuais", salienta o diretor da SNA.

Segundo Figueiredo, que apresenta ampla experiência como pecuarista, "o problema é que a maioria dos produtores sequer anota as informações diárias, chegando ao ponto de não saber a data prevista para o parto ou a necessidade de encerramento de lactação". "As cinco prioridades para o aumento da produção de leite são: 1. alimentação adequada; 2. alimentação adequada; 3. alimentação adequada; 4. alimentação adequada; 5. alimentação adequada. Depois que se consegue esse parâmetro, pode-se pensar em conforto animal e em genética, para melhorar as condições de produção dos animais", sentencia.

NANOTECNOLOGIA E APPS
Conforme a analista de Inteligência do SIS/Sebrae a utilização de tecnologias mais avançadas na pecuária veio para ficar. "A nanotecnologia, por exemplo, pode ser utilizada para enfrentar diversos desafios na atividade leiteira, como na identificação de doenças, por meio de nanossensores capazes de permitir mais acurácia nos diagnósticos laboratoriais; e no tratamento contra a mastite, inflamação que pode reduzir a qualidade e a produção de leite, por meio de nanocápsulas que direcionam o antibiótico no interior da glândula mamária", informa Renata Magalhães. Segundo a analista, os aplicativos rurais também auxiliam - e muito - a atividade, podendo ser utilizados para monitorar animais, gerenciar rebanhos, avaliar a qualidade do leite, avaliar a produtividade individual do animal, controlar a vacinação, analisar os dados da saúde, gerenciar custos e lucros, entre outros.

"A tecnologia também está presente na inovação de técnicas, máquinas e equipamentos utilizados na atividade." De acordo com o SIS/Sebrae, são diversas as tecnologias associadas à atividade leiteira que podem contribuir para o aumento da produção. 
* Software de gestão de rebanhos: existem softwares no mercado que contribuem para que o produtor obtenha informações sobre rendimento e desempenho técnico. Esses softwares emitem relatórios e fornecem estatísticas para melhor gerenciamento.
* Software de formulação de dietas: existem programas que formulam dietas, concentrados e suplementos para vacas leiteiras. Alguns, inclusive, oferecem a opção de desenvolver dietas tropicalizadas.
* Novos equipamentos: são diversos os equipamentos necessários para a manutenção e melhoria da atividade leiteira. Por exemplo, cocho, bebedouro, equipamento para mistura do alimento, dentre outros. (SNA)

Custos/Alemanha 

De acordo com o último estudo elaborado pelo Departamento Alemão para Agricultura e Sociologia Rural, em janeiro de 2017, o preço médio do leite ao produtor de 33,76 centavos de euros por quilo de leite cobre apenas 77% dos custos de produção (43,74 centavos). O estudo, em parceria com o Comitê Europeu de Laticínios (EMB) e do Comitê do Leite da Alemanha (MEG), calculou os custos correntes da produção de leite a partir de dados da produção da União Europeia (UE) e publicados em uma base trimestral. Considerando que a situação dos custos na Alemanha alterou apenas ligeiramente nos últimos meses, e os preços em toda a UE aumentaram ligeiramente, "o programa voluntário de redução da oferta de leite da UE reduziu o crescimento do leite excedente, interrompendo a tendência de queda dos preços", disse Romuald Schaber, presidente da EMB. Por exemplo, quando os preços do leite na Alemanha ainda estavam abaixo de 25 centavos, em julho do ano passado, a situação em outros países era muito mais dramática. Em julho de 2016, os preços na Lituânia ficaram abaixo de 17 centavos e em torno de 22 centavos na Bélgica. Mas, é pouco provável que a recuperação atual, de 30 e 34 centavos, respectivamente, no início de 2017 graças à redução voluntária de produção que ocorreu no último trimestre de 2016, se mantenha por muito tempo. 

Sinais de queda prolongada já estão sendo observados, embora novos aumentos de preços sejam essenciais. De acordo com Schaber, "é importante que se estabeleça, rapidamente, normas na UE que permitam aos agricultores produzirem com responsabilidade". Sem isto, a situação crítica fará com que os produtores tenham que intensificar a produção, prejudicando todo o mercado. A EMB solicita ao Comissário Europeu, Phil Hogan, e aos Ministros da Agricultura dos países membros, que introduzam instrumentos de crise do mercado do leite, com base no Programa de Responsabilidade do Mercado (MRP). Schaber disse: "nos últimos anos os agricultores e as autoridades perceberam que um mercado com leite excedente é extremamente prejudicial para muitas áreas". Com um instrumento de crise, que libera, automaticamente, medidas estabilizadoras, como restrição voluntária de produção em momentos de turbulências no mercado, a UE pode finalmente lidar com as crises crônicas do mercado de leite. (The Dairy Site - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 
 

 
Alta do preço do leite no mercado spot em abril
 No mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as indústrias, os preços subiram na primeira quinzena de abril. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, os negócios ocorreram, em média, em R$1,579 por litro, posto na plataforma. Os maiores valores chegaram a R$1,60 por litro. Houve alta de 3,4% na comparação com a quinzena anterior. Em Minas Gerais e em Goiás, os preços médios ficaram em R$1,575 e R$1,415 por litro, respectivamente. A produção nacional em queda aumenta a concorrência por matéria-prima pelos laticínios. Em curto e médio prazos, a expectativa é de alta do leite no mercado spot. Porém, os incrementos deverão ser menores na comparação com as quinzenas anteriores. Algumas indústrias já falam em manutenção das cotações no mercado spot. Apesar da produção caindo, alguns fatores chamam a atenção e podem limitar as altas também para o produtor em curto e médio prazos. São eles: as importações em alta, a produção aumentando no Sul do país a partir de abril/maio e a demanda interna patinando. (Fonte: Scot Consultoria)
 
 

 

Porto Alegre, 20 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.484

 

   Mapa vai esclarecer dúvidas sobre o novo Riispoa no Sindilat

Com o objetivo de esclarecer as mudanças trazidas pelo novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), o Sindicato das Indústrias dos Laticínios do RS (Sindilat) promove, no dia 3/5, uma reunião com o chefe do Serviço de Inspeção Federal da superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul (Mapa/RS), Leonardo Isolan. O encontro ocorre às 10h, na sede do sindicato.   

A iniciativa tem a intenção de harmonizar com as indústrias o entendimento sobre a nova legislação. "É importante que a autoridade máxima do Mapa faça uma explanação sobre as principais mudanças que dizem respeito à rotina dos laticínios", avalia o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.

Segundo o chefe do Serviço de Inspeção Federal da superintendência do Mapa/RS, Leonardo Isolan, o novo Riispoa aborda conceitos atuais nas áreas de segurança sanitária, bem-estar animal e implantação de novas tecnologias e equipamentos. "Há novidades de interesse direto dos fiscalizadores e fiscalizados", relata o técnico, que irá esclarecer dúvidas dos laticínios sobre as novas regras em vigor. De acordo com Isolan, a nova legislação "traz uma definição mais clara do que é alimento impróprio para o consumo", reforçando a segurança alimentar. 

Uma das dúvidas é sobre como e onde será feito o transvase, prática que antes não era permitida e agora com o novo Riispoa fica autorizada nos caminhões modelo "romeu e julieta". Outro esclarecimento que se faz necessário é sobre o destino que pode ser dado à matéria-prima que apresenta variações características do clima e tipo de alimentação dos animais. Agora, essas diferenças regionais dos padrões do leite são reconhecidas pelo novo Riispoa. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Conseleite/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 20 de Abril de 2017 na cidade de Florianópolis, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Março de 2017 e a projeção dos preços de referência para o mês de Abril de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (FAESC)

 
 
Produção/EUA 

A Lei de Defesa da Indústria Agropecuária de 2017 (Dairy Act - Leite do Leite), propõe reforma na nova política de imigração para o setor lácteo. A proposta foi apresentada ao Congresso, e tem por objetivo de garantir que os produtores de leite dos Estados Unidos (EUA) tenham uma fonte confiável de mão-de-obra.

A nova legislação permite que os produtores de leite utilizem melhor o programa de visto de trabalho (H-2A), que anteriormente não podia ser usado, por não abranger o ano todo. "O setor lácteo fornece produtos para o mercado o ano inteiro, não apenas em uma estação. Os produtores de leite e os trabalhadores de laticínios merecem mais atenção neste programa de trabalho, e meu projeto de leite faz exatamente isto", disse Sean Duffy, representante do setor lácteo no Congresso. De acordo com a American Dairy Coalition (ADC), os produtores de leite estão esperando para utilizar a categoria de vistos H-2A para empregar legalmente trabalhadores imigrantes para ocupar funções importantes realizadas também por trabalhadores domésticos. O ADC disse que o visto H-2A é uma ferramenta vital para fornecer o trabalho durante todo o ano para operações leiteiras. No entanto, o presidente da NMPF, Jim Mulhern, disse no mês passado, que a abordagem para lidar com as necessidades dos produtores de leite não deve ser "centrada na reforma H-2A", e requer "outra abordagem".

O trabalho é sempre um assunto em pauta
A questão do trabalho de imigrantes tem sido uma preocupação constante para o setor lácteo dos EUA, pois 51% dos trabalhadores da indústria de laticínios são estrangeiros. No entanto, as pequenas explorações leiteiras se pronunciaram contra as mudanças na legislação de imigração, porque isso só beneficiaria "mega laticínios". O aumento do trabalho de imigrantes causou oferta excessiva de leite, tornando impossível para pequenos laticínios independentes competirem no mercado.

"Temos excesso de leite neste país que é agravado pelas fábricas de laticínios que utilizam de uma força de trabalho ilegal", comentou um pequeno produtor de leite. "Estou cansado de ouvir que grandes laticínios vão fechar sem o trabalho ilegal. Qualquer modelo de negócio que dependa de trabalho ilegal é um modelo de negócio falho, que deve mesmo enfrentar sua liquidação". (Dairy Reporter - Tradução livre: Terra Viva)

 
 
URUGUAI: EXPORTAÇÕES DE LÁCTEOS AUMENTAM 41% NO PRIMEIRO TRIMESTRE; BRASIL LIDERA AQUISIÇÕES

O ano de 2017 começou com melhores perspectivas para o setor leiteiro do Uruguai, principalmente para a exportação de produtos no mercado internacional. A recuperação dos preços e um maior volume de exportação marcaram a tendência no início do ano.

Durante o primeiro trimestre (janeiro-março), o Uruguai exportou US$ 147,48 milhões em produtos lácteos. Isto significou um aumento de 41% com relação aos mesmos meses de 2016, segundo o Instituto Nacional do Leite (INALE).

O gerente geral do INALE, Gabriel Bagnato, disse que esses são dados "muito positivos" e se devem a uma "recuperação interessante" dos valores e volumes exportados. Eles também geram "boas perspectivas".

O valor das exportações de leite em pó integral, no período acima mencionado, foi de US$ 83,59 milhões, um aumento de 40%; o do leite em pó desnatado foi de US$ 12,08 milhões (+76%); queijos, US$ 31,49 milhões (+28%); e manteiga, US$ 12,35 milhões (+47%).

Esta mudança "encorajadora" é principalmente devido aos preços obtidos pelos produtos nos últimos meses, que se comparado com ao início de 2016, são muito superiores. No primeiro trimestre, o leite em pó integral ficou em US$ 3.393 por tonelada, um aumento de 38% em relação ao valor nos mesmos três meses do ano anterior. O leite em pó desnatado ficou em US$ 2.797 por tonelada (+17%); o dos queijos ficou em US$ 4.000 por tonelada (+23%) e o de manteiga ficou em US$ 4.502 por tonelada (+48%).

Em volume, foram exportadas 25.312 toneladas de leite em pó integral, 1% a mais do que 2016. Além disso, 4.171 toneladas de leite em pó desnatado (+50%), 8.161 toneladas de queijos (+4%) e de 2.796 toneladas de manteiga (+0%).

Bagnato disse que o Uruguai, apesar de ter uma diversidade de cerca de 70 destinos, aproximadamente, concentrou seus envios nos países do Mercosul. Ele comentou que o Brasil lidera as importações, ficando com 50% das exportações uruguaias. Além disso, outras alternativas, como a Rússia, Argélia, China, México, Cuba e Venezuela também aparecem.

A China aumentou as compras de produtos lácteos, exceto de manteiga por seu alto valor, nos dois primeiros meses do ano. O país volta a mostrar uma reativação para os produtos lácteos que seria muito benéfica para a produção uruguaia.

Entraram no mercado chinês 4% mais toneladas de leite em pó integral, por um valor 20% maior em relação aos dois primeiros meses de 2016. Os volumes e os preços do leite em pó desnatado também aumentaram, em 4% e 15%, respectivamente; e os de queijos aumentaram 14% e 2% respectivamente. No entanto, as vendas de manteiga aumentaram 29% em valor neste período, mas tiveram queda de 22% em volume. (As informações são do El País Digital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

 
Produção/NZ 
Um outro ciclone inundou a maior parte do país, e a chuva que veio em seguida foi bem recebida em North Canterbury, onde os agricultores acreditam que o fim de três anos de seca está chegando ao fim. Pastagens e culturas de invernos reagem rapidamente, mas, será necessário um período de sol antes das frias temperaturas de inverno. Nas áreas mais afetadas com a umidade na Ilha Norte, algumas decisões tiveram que ser tomadas. Entre elas secar antecipadamente as vacas, e liberar o rebanho para as pastagens, a fim de efetuar reparos na infraestrutura. As vacas de descarte estão sendo vendidas, e as indústrias reajustam os cronogramas dimuinuindo o tempo de trabalho. Procuram garantir o lucro, depois de uma temporada direcionada para as compras. Em um mercado volátil, a umidade da última semana veio acompanhada pelo temor de queda na produção, e a negociação de produtos lácteos no mercado futuro atingiu o nível recorde de NZ$ 20 bilhões. Isto foi um bom prenúncio para o leilão de lácteos desta semana. Efetivamente, na madrugada, foi confirmado um sólido aumento, de 3,1%, no globaldairytrade, o terceiro consecutivo. E, o mais importante foi que o leite em pó integral (WMP) se aproximou novamente de US$ 3.000/tonelada. O Rabobank observa sinais positivos para o próximo ano, prevendo lento crescimento da produção global de leite, mas, aumento das importações chinesas, proporcionando pagamento de NZ$ 6,25/kgMS na temporada 2017/18. A Fonterra relatou que seu braço australiano agora está contribuindo positivamente para o resultado geral, depois de muitos anos de resultados decepcionantes. (interest.co.nz - Tradução livre: Terra Viva)
 

 

Porto Alegre, 19 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.483

 

   Sindilat e Mapa apresentam resultados do Programa Mais Leite Saudável

Para esclarecer dúvidas e apresentar os relatórios do Programa Mais Leite Saudável, tanto por parte do Ministério da Agricultura (Mapa) quanto das indústrias de laticínios, uma reunião será realizada na quinta-feira (27/04), às 10h, no auditório da superintendência do Mapa no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. O encontro conta com o apoio do Sindicato das Indústrias dos Laticínios do RS (Sindilat), que convidará empresas do setor a participarem do encontro para relatar os resultados já obtidos com o programa. 

A iniciativa já beneficiou mais de 16 mil produtores. Até o momento, foram realizados testes de tuberculose e brucelose em animais de 3 mil propriedades, conforme adianta o auditor fiscal federal agropecuário do Mapa, Roberto Lucena. No total, já foram investidos R$ 30 milhões, recurso advindo de crédito de Pis/Cofins, em 50 projetos que envolvem ações para os produtores rurais em três áreas: melhoria da qualidade do leite, melhoramento genético e educação sanitária.

Lucena chama a atenção para a boa disponibilidade de recursos a serem investidos por meio do programa. Neste sentido, o técnico destaca que o momento de instabilidade econômica contrasta com as oportunidades oferecidas pelo projeto. "O que entendemos, no meio da crise, é que temos recursos volumosos para investimento no produtor rural e no fomento à qualidade do leite", conclui, ressaltando a importância do engajamento das indústrias na iniciativa. 

O secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, destaca a importância das ações que podem ser viabilizadas pelo programa.

O Programa Mais Leite Saudável trata dos créditos presumidos do Pis/Cofins para as empresas lácteas e cooperativas. Conforme o decreto n. 8.533 do Diário Oficial da União, a lei 13.137/2015 prevê a concessão de crédito presumido de 50% para os laticínios que apresentarem propostas de melhoria da qualidade do leite com investimento de 5% do benefício. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Disparada nas importações 

O Brasil importou, de janeiro a março deste ano, 50,8 mil toneladas de produtos lácteos, um incremento de 57,6% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, quando o volume que entrou no País foi de 32,2 mil toneladas. Os principais produtos importados no período, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foram o leite em pó integral e desnatado, queijos e soro de leite. Como as exportações, no trimestre, foram de 13,2 mil toneladas, o saldo negativo foi de 37,6 mil toneladas. Há pelo menos três anos o país registra um movimento crescente de importações de lácteos, com volume de 109 mil toneladas em 2014, 134,8 mil toneladas em 2015 e 241 mil toneladas em 2016, quando o saldo negativo foi de 185 mil toneladas. Para o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat/RS), Darlan Palharini, o preço competitivo de outros países é uma das explicações. Dados do MDIC apontam que, em janeiro, a cotação do quilo do leite em pó integral estava a 11,91 dólares na exportação e 3,19 dólares na importação. 

Em fevereiro, o quilo de leite desnatado foi vendido ao exterior por 5,60 dólares e importado a 2,72 dólares. Na opinião de Palharini, a baixa competitividade dos produtos brasileiros é reflexo do chamado Custo Brasil. "Os tributos, a infraestrutura precária das estradas, tudo contribui para que o nosso produto fique mais caro. Este é o grande desafio que temos para fazer frente às importações", afirma. Preocupados com a situação, produtores e entidades ligadas ao setor pediram ao Ministério da Agricultura, em dezembro, que reavaliasse as regras para a compra de países do Mercosul. "O ministro Blairo Maggi até tentou negociações com o Uruguai, mas eles foram irredutíveis, não aceitaram imposição de cotas", lembra Palharini. O assessor de Política Agrícola da Fetag, Márcio Langer, diz que não vê justificativa, atualmente, para que as importações continuem no mesmo ritmo. "No ano passado havia uma escassez na produção nacional e se importou mais para haver um equilíbrio entre a oferta e a demanda", lembra. "Mas as importações continuam elevadas demais." (Correio do Povo)

 
 
Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 15/2017

Leite/América do Sul - A produção de leite na fazenda está mista na Argentina, em decorrência das condições climáticas variáveis através do país nas últimas duas semanas. Nas Províncias de Buenos Aires e Córdoba fortes chuvas inundaram diversas regiões prejudicando a produção de leite e causando problemas com o transporte.  Por outro lado, em importantes bacias leiteiras, como Entre Rios, o clima seco melhorou a produtividade animal. De um modo geral a captação de leite está adequada às necessidades da indústria. No entanto, o fornecimento de matéria gorda permanece baixo diante de um mercado com aumento da demanda.

Para elevar a oferta de manteiga, muitos processadores intensificam a produção de leite em pó desnatado. As bonificações para a matéria gorda do leite continuam altas, o que faz aumentar o custo operacional de muitas fábricas de queijo, ao ponto, de afetar a demanda doméstica do produto. No Uruguai a produção de leite encontra-se estável, dentro da tendência sazonal, e a captação adequada às necessidades das indústrias. Houve queda na demanda por leite fluido/UHT por parte das instituições de ensino, diante dos feriados de Páscoa, quando os estabelecimentos estiveram fechados. A encomenda de leite fluido para supermercados e restaurantes estão normais. A concorrência por matéria gorda entre as indústrias é intensa, diante da oferta apertada.

No Brasil as chuvas sazonais foram favoráveis à segunda safra de milho e algodão nas principais bacias leiteiras do Brasil Central e Nordeste, encerrando várias semanas de seca. Contudo, a produção de leite caiu, como é normal acontecer nesta época do ano. Com isto a redução da oferta o preço do leite ao produtor é pressionado para cima. A demanda por leite fluido/UHT de vários canais está fraca. O maior custo do leite cru reflete no aumento nos preços do queijo, prejudicando as vendas, e elevando os estoques. De acordo com o Centro de Estudos em Economia Aplicada (CEPEA), o Índice de Captação de Leite (ICALP-L/Cepea), em fevereiro, no Brasil foi de 176 pontos, apresentando queda de 3,1% em relação ao mês anterior e 0,7% quando comparado com um ano atrás. Este índice tem o objetivo de monitorar a captação de leite pela indústria. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

 

 

Cooperativa Languiru corrige capital social de seus associados em 12% ao ano

Durante assembleia, realizada no dia 31 de março, a Cooperativa Languiru apresentou o novo modelo de capitalização do seu associado em relação à correção do capital social. Na oportunidade o presidente Dirceu Bayer e a contadora Carla Gregory detalharam o processo, que corrige as quotas-partes dos associados da Languiru em 12% ao ano, o que representa, hoje, aproximadamente R$ 6 milhões do capital social. Como consta na Lei 5.764/71, que define a política nacional de cooperativismo, a quota-parte é uma quantia em dinheiro que os associados depositam no momento em que ingressam no quadro social de uma cooperativa. Na Languiru, por exemplo, o estatuto social prevê que, ao ser admitido, cada associado deverá subscrever, no mínimo, cem quotas-partes, cada uma delas com valor equivalente a um litro de leite do preço base pago ao produtor no mês de seu ingresso ao quadro social.  O somatório das quotas-partes dos associados compõe o capital social de uma cooperativa, recurso que contribui para o suporte de desenvolvimento da instituição. Em outras palavras, é o capital social que dá ao associado a sua participação na entidade cooperativa que integra, o que lhe permite usufruir dos produtos e serviços oferecidos pela organização cooperativa, com direitos e deveres. O incremento do capital social de uma cooperativa ocorre pela adesão de novos associados e, neste caso da Languiru a partir da última assembleia, com o novo modelo de capitalização e correção das quotas-partes de seus associados.

Valorização do associado
A grave crise econômica e política brasileira, aliada ao aumento dos custos de produção, afeta a imensa maioria das empresas instaladas no Brasil, e nisso também se enquadram as cooperativas, especialmente as do agronegócio e do ramo de produção. Nesse contexto, a Languiru também sentiu os reflexos e, principalmente nos anos de 2015 e 2016, enfrentou dificuldades financeiras. "Em termos econômicos, nossos balanços estão muito bons, em termos financeiros, nem tanto. O ano de 2016 ainda foi melhor que o ano de 2015, ao contrário do que muitos diziam. Felizmente, cumprimos nossas obrigações e, para o ano de 2017, já existem sinais de melhora na economia, especialmente no segmento do agronegócio. Entendemos que este será um ano bom para o setor", avalia Bayer. Na assembleia, o presidente reforçou a importância do novo modelo de capitalização em relação à correção do capital social dos associados. "Se por um lado não houve a possibilidade de distribuição de sobras, considerando que não houve sobras no ato cooperativo, por outro lado estamos implementando a correção do capital social de cada associado em 12% ao ano", explica. Bayer avalia que em 61 anos de existência da cooperativa, nunca ocorreu essa correção do capital, juros sobre capital próprio. "A correção foi maior do que a própria poupança. É algo inédito e, no global da Languiru, isso representa R$ 6 milhões de correção do capital social da cooperativa", enaltece, mencionando que essa remuneração segue o padrão adotado por outras cooperativas, especialmente de crédito. Para ele, a iniciativa se trata de "uma forma de reconhecimento ao associado, que sempre esteve ao lado da sua cooperativa, com a valorização da sua conta capital, o que possibilita à Languiru o acesso à recursos financeiros no longo prazo". Inclusive, extrato das quotas-partes de cada associado está sendo disponibilizado pela Languiru, em documento entregue junto às contas de leite do produtor, e dúvidas podem ser esclarecidas junto ao Departamento Técnico da cooperativa. "Esse extrato deve ser usado pelos produtores na declaração do Imposto de Renda, com valores já pagos pela Languiru e a serem restituídos pelos associados", acrescenta o presidente.

Retorno
Em 2016 a Languiru desenvolveu programa de subscrição de quotas-partes junto ao seu quadro social, iniciativa que contribui para o desempenho econômico da Languiru e acesso ao crédito de longo prazo junto aos entes financeiros. Nesse momento, com a correção do capital em 12% ao ano, Bayer usa exemplo de associado que participou do procedimento no último exercício. "Para quem assinou quotas-partes de R$ 40 mil, por exemplo, terá na sua conta capital a correção de 12% sobre este valor do qual são avalistas de empréstimo financeiro, com valor pago até o presente momento e com bens em garantia de propriedade da Languiru, preservando o nosso produtor. A partir desse novo modelo, o associado é valorizado financeiramente na sua conta capital" exemplifica. Bayer justifica a implantação do novo modelo considerando que atualmente o capital social da cooperativa está em cerca de R$ 52 milhões, dos quais R$ 50 milhões são dos produtores de leite e dos integrados de aves e suínos que assinaram quotas-partes. "Se não adotássemos esse modelo, em oito anos teríamos apenas R$ 2 milhões como capital social da Languiru, o que é muito pouco e preocupante. Dessa forma como está sendo contabilizado, a Languiru preserva esse total de R$ 52 milhões. " Ele ainda destaca que a medida também busca incrementar o número de associados produtores ativos da Languiru. "É um movimento muito forte por novos associados. Estamos contentes em poder compartilhar isso com os associados produtores, uma forma de reconhecimento ao esforço e dedicação à Languiru", conclui Bayer, agradecendo o apoio e motivação de associados e colaboradores. Nesse mesmo contexto de ampliação do quadro social, o presidente também cita a criação do Cartão Verde, para produtores de milho, e o projeto de inclusão social e produtiva, idealizado pela Cooperativa Languiru, com apoio e envolvimento da Emater, de Sindicatos de Trabalhadores Rurais, de Secretarias Municipais da Agricultura de Teutônia, Estrela e Westfália, do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) e da Sicredi Ouro Branco. (Assessoria de Imprensa Languiru)

 

 
Fonterra quer vender mussarela para o Brasil
A gigante de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, deverá entrar para o mercado de mussarela no Brasil com  a marca Quick Frozen (IQK). O gerente de serviços de alimentos da empresa, o brasileiro Hugo Melo, diz que o potencial do mercado é enorme, já que o produto economizará o tempo dos pizzaiolos, dinheiro, custos de mão de obra e reduzirá o desperdício. Para atender a esse projeto, a Fonterra anunciou que está construindo uma nova fábrica, que permitirá que a empresa dobre a capacidade de produção de mussarela. Ela será inaugurada em setembro de 2018. Uma vez concluída, a fábrica de Clandeboye da Fonterra passará a ser a maior produtora de mussarela natural do Hemisfério Sul e aposta nos brasileiros como consumidores. (Revista Balde Branco)
 

 

Porto Alegre, 18 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.482

 

  Preço do leite tem leve recuperação

O valor de referência do leite indica leve elevação para este mês de abril. Segundo dados divulgados pelo Conseleite em reunião nesta terça-feira (18/4), na sede da Fecoagro, em Porto Alegre, o litro está previsto em R$ 1,0411, 0,76% acima do resultado final de março (R$ 1,0332). Segundo o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, isso indica estabilidade dos preços no Rio Grande Sul. "Os números mostram que o valor médio dos produtos está cima do obtido em 2016, mas o mercado trabalha com um cenário de estabilidade", pontuou o dirigente, que também é presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS).

Ele indicou que já há sinais de melhora no consumo das famílias em relação aos primeiros meses ano, o que permite sinalizar manutenção do leite em patamares mais elevados. Além disso, o cenário evidencia a tradicional redução de produção na estressafra, uma vez que abril é a época de menor captação do ano. Guerra ainda argumentou que algumas empresas de fora do Rio Grande do Sul têm vindo buscar leite no Estado e acabam pagando mais pelo litro para abrir mercado.

Durante reunião, as lideranças do setor laticinista ainda criticaram a elevação das importações de produtos lácteos pelo Brasil. Guerra pontuou que, apesar de o setor pleitear freio para as aquisições de leite por parte do governo federal, é preciso ser mais competitivo. "Há a questão do Custo-Brasil, mas as empresas brasileiras precisam ser mais eficientes", argumentou, lembrando que a questão cambial também vem favorecendo as importações. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Foto: Carolina Jardine
 
 
Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 18 de Abril de 2017 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Março de 2017 e a projeção dos valores de referência para o mês de Abril 2017, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada "Leite Padrão", se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas /ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Abril de 2017 é de R$ 2,3485/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)
 
 
Sindilat pedirá ao Mapa esclarecimentos sobre o novo Riispoa

O novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) foi um dos temas da reunião dos associados ao Sindilat, realizada na tarde desta terça-feira (18/4), em Porto Alegre. A ideia é agendar uma reunião com técnicos do Ministério da Agricultura (Mapa) para sanar as principais dúvidas dos laticínios.

"Estamos chamando o Mapa para uma reunião específica para tratar do novo Riispoa, onde poderemos esclarecer pontos controversos e fazer o entendimento das novas regras", comenta o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.

Para o vice-presidente da entidade, Guilherme Portella, a nova legislação trouxe modificações importantes para o setor lácteo. Uma das mudanças é que não há mais a padronização do tamanho, formato e peso dos queijos, regra que permite à indústria inovar mais. O dirigente também destacou a regionalização dos padrões do leite produzido em diferentes locais, que permitirá ao Rio Grande do Sul fazer estudo que poderá demonstrar que a variação dos parâmetros ocorre devido à mudança de clima e pastagem, por exemplo.

A temperatura de conservação do leite cru, que reduziu de 5 para 4 graus no trajeto do posto de resfriamento até a indústria, é uma das alterações apresentadas pelo novo Riispoa. 
 
Senai apresenta Programa Brasil Mais Produtivo
Durante a reunião dos associados, representantes do Instituto de Tecnologia Senai - Alimentos e Bebidas apresentaram algumas iniciativas, entre elas o Programa Brasil Mais Produtivo, que tem como objetivo contribuir para que as indústrias se desenvolvam por meio de consultoria. As ações incluem avaliação dos desperdícios e dos estoques, estudo dos gargalos, balanceamento da produção, otimização dos recursos e uso racional da mão de obra. 

"O objetivo é ter aumento de pelo menos 20% na produtividade por meio de ações que não demandam investimentos em infraestrutura", relata Lisiane Rodrigues, consultora do Programa Brasil Mais Produtivo. O projeto é uma iniciativa do governo federal. O diagnóstico dos processos da empresa é feito gratuitamente pelo Senai.

O PAS Leite - Programa Alimento Seguro também foi abordado durante a apresentação. Desde 2014, o Senai já formou 2427 transportadores e 174 técnicos multiplicadores de boas práticas nas indústrias. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
 
Sindilat participa de fórum sobre relações do trabalho na Fiergs

Considerada uma das principais pautas que tramitam no Legislativo, a Reforma Trabalhista foi tema do 1º Fórum Sul Brasileiro de Relações do Trabalho, na manhã desta segunda-feira (17/04), na Fiergs, em Porto Alegre. Para os representantes das indústrias, as mudanças previstas pelo Projeto de Lei (PL) 6.787/2016 deverão ter impacto direto no planejamento das empresas brasileiras. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que esteve presente no debate, acredita que a reforma irá assegurar garantias às indústrias, sem tirar os direitos dos trabalhadores. "A reforma irá ampliar a segurança jurídica das empresas", opina.

Na ocasião, também foi discutido que, para aprimorar a competitividade e aumentar as vagas de emprego, é necessário que as empresas debatam as necessidades de cada setor com o Legislativo. Durante o fórum, os presidentes das Federações das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), de Santa Catarina (Fiesc) e do Paraná (Fiep) assinaram documento para reforçar a posição dos empresários a respeito do que está sendo proposto pelo governo como reforma de leis trabalhistas. A Carta de Porto Alegre foi entregue pessoalmente ao presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. No texto, está descrita como urgente "a modernização das leis e regramentos que impedem a manutenção e a geração de empregos formais na economia nacional". 

O 1º Fórum Sul Brasileiro de Relações do Trabalho reuniu juízes do trabalho, senadores, deputados federais e empresários para debater as mudanças nas relações de trabalho previstas pela Reforma Trabalhista. (Assessoria de Imprensa Sindilat, com informações da Fiergs)

 
 
Fotos: Dudu Leal 
 
 
Leilão GDT: preços internacionais apresentam aumento

O segundo leilão GDT de abril, divulgado nessa terça-feira (18/04), apresentou novo movimento de alta. O preço médio dos lácteos fechou em US$3.139/tonelada, valor 3,1% superior em comparação ao anterior.

Dentre os principais produtos comercializados, todos apresentaram alta. Para o preço do leite em pó integral, a alta foi de 3,5%, com média de US$2.998/tonelada. Já para o leite em pó desnatado, que ficou relativamente estável no último leilão, o aumento observado foi de 7,1%, chegando a US$2.044/tonelada. 

A manteiga e o queijo cheddar também acompanharam o movimento de alta, com variações positivas de 2,9% e 6%, respectivamente, fechando a US$4.892/tonelada e US$3.462/tonelada. As cotações futuras do leite em pó integral indicam que a tendência de alta deve permanecer até setembro de 2017. (Milkpoint/GDT)

 

 
Custos de produção 
Em fevereiro, os custos de produção da pecuária leiteira caíram, seguindo o movimento de desvalorização do concentrado. Já o preço do leite pago ao produtor, que acumulava cinco meses de queda após o recorde alcançado em agosto/16, teve sua primeira recuperação no ano.  Como resultado, o poder de compra do pecuarista aumentou. O custo operacional efetivo (COE), que considera os gastos correntes da propriedade na "média Brasil" (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), caiu 0,43% e o custo operacional total (COT), que engloba pró-labore e depreciações, 0,36% em fevereiro, em relação ao mês anterior. A pressão nos custos veio principalmente do grupo de concentrados, que se desvalorizou 0,9% de janeiro para fevereiro, refletindo especialmente a baixa do milho. A queda só não foi maior devido à valorização do grupo de forrageiras anuais (insumos + mão de obra contratada), de 1,7%, e dos materiais de ordenha, de 1,3%. (Cepea)
 

 

Porto Alegre, 17 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.481

 

POR POLÍTICAS INTELIGENTES

A produção primária brasileira vive um momento ímpar. Se deum lado o agronegócio está prestes a colher a maior safra de sua história, de outro há segmentos produtivos operando com margens extremamente apertadas. É o caso das indústrias gaúchas de leite e derivados, que vêm enfrentando um contexto complexo de lucratividade reduzida, freio do consumo e competição ferrenha no campo pelos tambos mais produtivos. A situação é crítica, reportam os executivos das companhias. Muito porque a guerra fiscal entre estados cria desequilíbrios comerciais. Outro agravante é a importação de lácteos, cujos custos acabam
sendo menores do que os dos produtos locais. O setor produtivo precisa de ações efetivas que garantam sua competitividade frente ao leite importado e aquele processado em outras regiões onde a logística não impõe ônus tão pesado às contas. Precisamos de políticas públicas inteligentes que fomentem a produção de leite no campo. Um dos assuntos em negociação junto ao governo gaúcho nas últimas semanas é a renovação do decreto que concedeu crédito para a industrialização de soro de leite, medida que venceu no final de 2016. O benefício ajudará a fomentar um novo tipo de atividade produtiva nas empresas, movimentando outras áreas. Uma ação que o setor julga acertada e que deve trazer novos empregos e desenvolvimento ao Rio Grande do Sul. 

Em contrapartida, os laticínios temem a aprovação do PLP 343, que trata da prorrogação da dívida dos estados. A medida, que está sendo negociada em Brasília, prevê cortes de 20% ao ano nos incentivos fiscais. Sem eles, as indústrias hoje situadas em solo gaúcho serão obrigadas a rever todos os seus projetos, muitos deles relacionados a centenas de municípios espalhados pelas mais diferentes regiões desse Rio Grande. Não há dúvida de que o caminho do desenvolvimento econômico do Brasil e a retomada do Rio Grande do Sul virão pela mão do agronegócio. O que precisa ser dito é que esse crescimento só será viável se o setor público estiver ao lado do produtor. Em âmbito estadual, há bons exemplos em curso: a Lei do Leite, o programa Agro+ e os investimentos conjuntos em sanidade e ações de fomento ao setor leiteiro.

Em âmbito federal, temos convicção que muito já se fez, como o Programa Mais Leite Saudável, que prevê investimento de parte dos créditos de Pis/Cofin sem assistência técnica. Mas ainda há mais a ser planejado. Mudanças nas relações comerciais no Mercosul e um freio às importações desregradas são essenciais para equilibrar o mercado. Revisar os padrões da normativa que regula a contagem de células somáticas e bacteriana no leite também é um pontoa ser trabalhado. Não podemos editar normas e engessar o setor produtivo em compromissos que não condizem com a realidade do campo. Devemos planejar o futuro de olho no hoje, no que é possível e eficiente. Enfim, políticas públicas precisam considerar interesse social. E não há como pensar em sociedade sem renda, assim como não existe justiça social sem desenvolvimento. (Por Alexandre Guerra /Correio do Povo)

 
Produtores de leite receberam mais de R$ 1 milhão em indenização do Fundesa

No primeiro trimestre de 2017, 109 produtores de gado leiteiro foram indenizados pelo Fundo de Desenvolvimento e Defesa do Saneamento Animal do Rio Grande do Sul (Fundesa), totalizando R$ 1.017.565,73. Neste período, foram descartados 752 animais. O principal motivo é a ocorrência de tuberculose. 

"No caso da brucelose, a incidência é pequena e eventual em razão de que a vacinação é obrigatória. É um compromisso compulsório dos produtores", avalia o presidente do Fundesa, Rogerio Kerber. O dirigente destaca que a indenização por ocorrência de brucelose não é obrigatória mas que o Fundesa considera a iniciativa um estímulo para que os produtores façam o controle da doença para que a erradicação ocorra em um futuro próximo.

"As indenizações do Fundesa são importantes para a melhoria dos rebanhos e para que possamos ter acesso a mercados internacionais", avalia o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.

O dados foram apresentados na tarde desta segunda-feira (17/04), em reunião ocorrida na sede do Sindicato das Indústrias de Produtores de Suínos (Sips), em Porto Alegre. Durante o primeiro trimestre de 2017, o Fundesa superou R$ 70 milhões em recursos arrecadados para a carne bovina, suína, aves e de leite. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito foto: vwalakte/iStock
 
 
Lei divide opiniões no campo

Sancionada parcialmente pelo presidente Michel Temer no final de março, a Lei da Terceirização (13.429/2017) divide opiniões nomeio rural. Com a regulamentação, as empresas poderão contratar trabalhadores terceirizados para exercerem cargos na atividade-fim. O texto provoca impacto no campo, em especial na contratação de safristas. Para o presidente da Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais do Rio Grande do Sul (Fetar), Nelson Wild, a lei é nociva e fragiliza a situação dos trabalhadores, favorecendo o empregador. "Os avanços que o trabalhador rural obteve em convenções coletivas negociadas por suas entidades de representação vão ser precarizados, desde o salário até questões relacionadas à segurança do trabalho.

Como saber se trabalhadores terceirizados terão equipamentos de proteção, por exemplo?", questiona Wild. A Fetar contabiliza 190 mil trabalhadores rurais formalizados no Rio Grande do Sul, 60% dos quais exercendo suas funções com carteira assinada. O diretor jurídico da Farsul, Nestor Hein, acredita que a lei pode beneficiar atividades como a dos safristas, esquiladores e alambradores, mas defende que ela necessita de regulamentação mais clara e menos beligerante que o texto aprovado. "A lei é necessária, mas acabou sendo aprovada em condições em que ninguém tem muita simpatia por ela." Hein lembra, no entanto, que por mais que o regramento revise as relações de trabalho, uma questão básica não deve mudar: a da relação de confiança do produtor com aqueles trabalhadores que o acompanham durante todo o ano nas atividades fundamentais da propriedade.

Do ponto de vista de contratação de mão de obra temporária, a lei surge como uma saída para normatizar um território onde as relações são confusas. O presidente da Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã
(Agapomi), Eliseu Zardo, afirma que o setor, a cada safra, contrata pelo menos 10 mil trabalhadores
temporários, utilizando empreiteiras no recrutamento, mas fazendo o contrato por carteira assinada de cada um dos trabalhadores. "Isto dá um trabalho muito grande, que será facilitado pela s empresas d e terceirização que vão arcar com as tarefas burocráticas e cálculo de encargos. Neste ponto, a lei vai facilitar", pondera Zardo. Outra atividade com grande contratação de safristas é a cultura do tabaco. No Estado, as lavouras mobilizam 76 mil famílias. O índice de mão de obra contratada a cada safra é de 8%. O diretor secretário da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Romeu Schneider, acredita que a lei é um paliativo para corrigir um problema histórico do setor agrícola. "A contratação sazonal precisa ser disciplinada por uma futura reforma trabalhista. A lei ajuda, mas não resolve", conclui o dirigente. (Correio do Povo)

 
 
Pesquisa: redução no consumo de lácteos prejudica a saúde dos ossos no fim da vida

O afastamento dos produtos lácteos tradicionais deixa milhões de pessoas sem cálcio suficiente e pode afetar a saúde óssea do consumidor na vida adulta, alertou uma instituição de caridade do Reino Unido. Uma pesquisa da Sociedade Nacional de Osteoporose descobriu que quase um quinto dos consumidores com menos de 25 anos tinha procurado reduzir a quantidade de produtos lácteos em suas dietas. Isso se soma a pesquisas recentes da Food Standards Agency, que descobriu que quase um quinto dos jovens de 16 a 24 anos alegava ser intolerante ao leite de vaca e aos produtos lácteos, apesar de menos de um quarto desses terem tido sua intolerância diagnosticada por um médico. Uma queda no consumo de lácteos poderia deixar os consumidores mais vulneráveis a quebras e fraturas, disse a instituição.

consumo de lácteos - osteoporose 
A professora Susan Lanham-New, chefe de ciências nutricionais da Universidade de Surrey e consultora clínica da Sociedade Nacional de Osteoporose, disse ao programa BBC Today que estava preocupada com o fato de que os consumidores jovens estavam sendo influenciados a evitar lácteos sem substituir importantes nutrientes em suas dietas.

"Acredito que a pesquisa que da Sociedade Nacional de Osteoporose apoia os achados da Pesquisa Nacional de Dieta e Nutrição, que é uma pesquisa governamental e que analisa as dietas. Esta última apontou que quase 20% das meninas têm ingestão de cálcio bem abaixo de 400mg por dia, o que significa uma ingestão muito baixa de cálcio". 

Análise: por que os consumidores estão se afastando dos produtos lácteos?
Este alerta da Sociedade Nacional de Osteoporose aponta que os consumidores mais jovens estão correndo maior risco de comprometer a sua saúde óssea no futuro. O afastamento dos produtos lácteos tem sido motivado pelo aumento da popularidade e pela disponibilidade de leites alternativos como leite de amêndoa e leite de coco. Também é possível que influenciadores de mídia social tiveram participação nisso, com a sociedade advertindo que os consumidores jovens são propensos aderir a modas alimentares não saudáveis. A especialista em saúde, Liz Earle, que lidera uma campanha para aumentar a conscientização sobre os riscos das dietas de moda, disse que havia menos pressão sobre a alimentação nas gerações anteriores. "Quando eu estava crescendo, minhas refeições não eram fotografadas e compartilhadas nas mídias sociais. A pressão que as mulheres jovens estão sofrendo para se adequar ao que seus ídolos no Instagram estão comendo está realmente alta".

No caso dos produtos lácteos, as consequências são também significativas. A falta de cálcio na vida mais cedo aumenta os riscos de os consumidores se tornarem mais propensos a rupturas e fraturas, com Lanham-New alertando que isso poderia tornar-se apenas um modo de vida. Além do cálcio, um copo de leite também oferece uma boa fonte de proteína, potássio, magnésio e vitamina B12, o que poderia ajudar a combater o aparecimento da demência.

"A dieta no início da idade adulta é muito importante. No momento em que chegarmos aos nossos 20 anos, é tarde demais para reverter os danos causados pela má alimentação e deficiências nutricionais; a oportunidade de construir ossos fortes passou". 

"Sem medidas urgentes para incentivar os jovens adultos a incorporar todos os grupos alimentares em suas dietas e evitar regimes particulares de 'consumo limpo', estamos diante de um futuro no qual a fratura de ossos será rotineira". 

"Sabemos que a osteoporose é uma condição dolorosa e debilitante e os adultos jovens têm apenas uma chance de construir ossos fortes e reduzir o risco de desenvolverem graves problemas na vida adulta". Um porta-voz da Fundação Britânica de Nutrição salientou que não foi a falta de produtos lácteos que levou à má saúde dos ossos, mas sim uma falha em substituí-los com fontes alternativas de cálcio, como vegetais em folhas e peixe com ossos comestíveis.

"Embora não seja necessariamente perigoso, para cortar leite de sua dieta é importante garantir que você obtenha cálcio suficiente de outras fontes. Os lácteos tendem a dar a maior contribuição para a nossa ingestão de cálcio e, assim, precisam ser substituídos por outras fontes, como pão, cereais, conservas de peixe, nozes, sementes e vegetais verdes folhosos, bem como a escolha de leites alternativos que sejam fortificadas com cálcio". 

Rick Miller, porta-voz da Associação Dietética Britânica e gerente de nutrição da The a2 Milk Company, afirmou: "Há um nível assustador de mal-entendidos em torno dos lácteos como dietas do tipo 'consumo limpo', liderada por celebridades, e modismos de se evitar alimentos. Isso vem aumentando em popularidade e, como resultado, nossos adolescentes estão potencialmente enfrentando uma crise futura de saúde". 

"As alternativas ao leite e as bebidas à base de plantas, como os leites de soja, amêndoa, aveia e arroz, não são naturalmente ricas em nutrientes e têm de ser enriquecidas com vitaminas, minerais e proteínas artificiais que são muitas vezes menos bem absorvidas do que as encontradas naturalmente no leite de vaca". 

No leite A2, a proteína beta-caseína A2 é isolada e a proteína A1, que às vezes leva a uma reação ruim dos consumidores, é removida.

"O verdadeiro leite de vaca realmente é a solução", continuou Miller. "É incrivelmente nutritivo e uma fonte vital de cálcio - apenas um único copo fornece mais de um terço das nossas necessidades de cálcio e a nossa necessidade completa de vitamina B12, além de ser uma fonte de proteínas facilmente absorvida. Várias opções estão sendo lançadas no mercado, como por exemplo, o leite A2, que tem todas as vantagens nutricionais e pode ser a solução para aqueles que têm problemas ao digerir o leite comum". (As informações são do FoodBev.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Exportação registra alta
As exportações de sêmen bovino cresceram 33,1% no ano passado na comparação com 2015, com um total de 296,3 mil doses. No entanto, segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), as vendas internas recuaram 7%. Para o presidente da Asbia, Sérgio Saud, a alta da exportação mostra que o mercado externo continua interessado na genética bovina brasileira. Já a queda no mercado interno é atribuída aos estoques grandes em muitas propriedades e à seca em algumas regiões do país. No Rio Grande do Sul,o índice de vacas leiteiras inseminadas passou de 35%, sobretudo da raça Holandês. No gado de corte, o índice é de pouco mais de 10%, principalmente da raça Angus. Saud diz que a expectativa para 2017 em relação ao mercado interno é animadora, uma vez que no segundo semestre de 2016 já houve reação. (Correio do Povo)
 

 

Porto Alegre, 13 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.480

 

Captação das grandes cai; Lactalis mais perto da Nestlé

O declínio da produção de leite no país no ano passado, que gerou períodos de forte disputa pela matéria-prima no mercado, fez recuar a captação de leite das 15 maiores empresas de lácteos do Brasil em 2016. De acordo com o ranking da Leite Brasil associação que reúne produtores , as 15 maiores empresas de lácteos captaram juntas 9,667 bilhões de litros de leite em 2016, uma retração de 1,9% sobre o ano anterior. Os primeiros lugares no ranking se mantiveram em 2016, mas a pesquisa mostrou que a francesa Lactalis ficou bem mais perto da suíça Nestlé, a maior em captação de leite no Brasil. O levantamento revelou ainda uma queda expressiva no número de produtores que entregaram leite a essas 15 empresas no ano passado  de 8,2%, para 56.452 fornecedores, num reflexo, em parte, da saída de pecuaristas de pequeno porte da atividade e da decisão de empresas de concentrarem as compras dos maiores e mais produtivos. Num ambiente de menor oferta de matéria-prima  conforme o IBGE, o recuo da produção de leite foi de 3,7% , a ociosidade das empresas de lácteos no país aumentou em 2016. Segundo o ranking, considerando a estimativa de capacidade total instalada dessas empresas, a ociosidade ficou em 40% em 2016  havia sido de 38% no ano precedente. 

 

Das 15 empresas do ranking, 10 registraram queda na captação de leite enquanto cinco ampliaram a recepção do produto para processamento. Para Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, o recuo na compra pelos maiores laticínios reflete tanto a restrição de matéria-prima quanto a da demanda por lácteos. Segundo ele, a estimativa é que o consumo per capita de lácteos no país esteja próximo de 170 litros, abaixo dos 180 litros de 2015. "O desemprego e a falta de dinheiro afetam a capacidade de consumo", lamenta Rubez. Primeira no ranking, a Nestlé viu sua captação cair 4,4% no ano passado, para 1,690 bilhão de litros. Em nota, a empresa diz que "esse movimento se explica pelo cenário mais difícil da economia em 2016 aliado à menor produção de leite no Brasil". Sobre a redução do número de produtores que forneceram à empresa, afirma que "muitos produtores estão deixando a atividade leiteira no Brasil. Em contrapartida, houve um aumento na produtividade dos produtores que permanecem no setor". Bem mais próxima da Nestlé no ranking de 2016 que no levantamento anterior, a francesa Lactalis ampliou a captação em quase 2%  para 1,622 bilhão de litros, embora o número de produtores que entregam diretamente à empresa tenha caído. "Adquirimos conforme a necessidade que tínhamos em função da posição de mercado", afirma Guilherme Portella, diretor de relações institucionais da companhia no Brasil. 

 
Segundo ele, 2016 foi um "ano bom" para o leite longa vida. Diante das margens melhores do produto e para atender a demanda, a empresa ampliou as compras de leite no spot (negociação entre empresas) de cooperativas no Rio Grande do Sul. Portella diz que a aproximação da Nestlé no ranking reflete a meta da companhia francesa de "ser líder no Brasil, na captação de leite e na produção de lácteos". Das mudanças mais significativas no ranking, duas se destacaram. A Vigor, controlada pela J&F, caiu da oitava para a 11ª posição na lista ao reduzir a captação de leite em 24,1% em 2016, para 311,3 milhões de litros. Em nota, a empresa afirma "que seus números estão diretamente ligados ao comportamento do mercado no ano passado. Fatores como redução das exportações, diminuição da demanda interna e uma menor oferta de leite cru no mercado brasileiro contribuíram para este cenário". Já o Laticínios Jussara subiu no ranking, exatamente para oitavo lugar antes ocupado pela Vigor. A empresa, com sede em Patrocínio Paulista (SP), ocupava o décimo posto no ranking da Leite Brasil no ano de 2015. A Jussara captou 377,521 milhões em 2016, alta de 2,8% sobre o ano anterior. O número de produtores que forneceu diretamente ao laticínio também caiu. "Compensamos a queda da compra de produtores adquirindo leite no spot", afirma Laércio Barbosa, diretor da Jussara. Em tempos de escassez de oferta, os preços no spot são mais altos, mas Barbosa observa que em 2016 o custo de captação do leite cresceu num momento em que o longa vida estava valorizado. Isso permitiu margens favoráveis. "Foi positivo porque crescemos num ano que as vendas [de longa vida] ficaram praticamente estagnadas", avalia. (Valor Econômico)
 
 
Itambé prevê elevar receita em até 15% 
A Itambé, controlada pela Vigor e pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR), tem vivido mudanças importantes recentemente. Após a saída do CEO Alexandre Almeida da empresa de lácteos, o ex-diretor comercial Antonio Magela assumiu interinamente o cargo. Na CCPR, Jacques Gontijo, que presidia a central, foi substituído na última eleição, em março, por Marcelo Candiotto, que chefiava a Cooperativa Regional de Produtores Rurais de Sete Lagoas (Coopersete), uma das filiadas à CCPR. Na Itambé há cerca de 30 anos, Gontijo era presidente da empresa quando 50% de seu capital foi vendido à Vigor, controlada pela J&F, há quatro anos. Não há sinais, contudo, de que essas mudanças recentes na direção devam afetar a estratégia de crescimento da Itambé no médio prazo. Se em 2016 o foco foi a melhoria de margem por meio da aposta em produtos de maior valor agregado, como refrigerados, neste ano a receita é a mesma. No ano que passou, a empresa elevou o faturamento em 9%, para R$ 3,19 bilhões e aumentou seu resultado líquido em 62% sobre o ano anterior, segundo Ricardo Cotta, diretor de relações institucionais e novos negócios da Itambé, sem divulgar o número final. 

Esse desempenho foi possível, afirma, porque a empresa priorizou produtos com maior margem, como iogurtes, e diminuiu a produção de itens como leite condensado e leite em pó, que têm margens baixas e demandam grandes volumes de matéria-prima. Um efeito disso foi que a empresa reduziu em 5,5% sua captação de leite no país em 2016, que ficou em 1,104 bilhão de litros (ver abaixo). "Em 2015, tivemos uma exportação significativa de leite em pó para a Venezuela, e isso não ocorreu no ano passado", acrescenta, para justificar a menor produção do item. Ao concentrar esforços nos produtos de maior valor, a Itambé conseguiu crescer no mercado nacional de iogurte num ano em que houve queda nas vendas como um todo. 

Citando dados Nielsen, Cotta afirma que as vendas da companhia cresceram 5% em valor em 2016 ao passo que o mercado teve retração de 15%. Uma explicação para o desempenho é a diversificação regional. "Buscamos crescer em áreas onde tínhamos pouca presença", observa o executivo. O resultado foi um avanço de 50% nas vendas de iogurte no Estado de São Paulo e de 75% no Nordeste. Ao mesmo tempo, segundo ele, a empresa se blindou em Minas Gerais, onde tem uma fatia de 25% do mercado de iogurtes. Também contribuíram para o desempenho da Itambé em 2016 o avanço da linha de produtos sem lactose, o investimento em novos canais do food service e na comercialização de itens como misturas lácteas para os setores de panificação e sorveterias. Após o crescimento em 2016, o primeiro trimestre deste ano também foi positivo, segundo Cotta. "O foco continua sendo melhorar o resultado líquido", diz, acrescentando que a previsão é elevar o faturamento em 10% a 15% em 2017. Mais uma vez os novos canais de venda, os refrigerados e os leites especiais serão as prioridades da companhia. Dentro do segmento de leites especiais, a empresa vai ampliar a linha de lácteos com mais proteínas, lançada em 2016. No ano passado, a Itambé investiu R$ 50 milhões em Capex, para ampliação e modernização de linhas. Para este ano, segundo o executivo, a previsão é de aporte também na casa dos R$ 50 milhões, sendo a maior parte disso na linha ampliada de lácteos com maior teor de proteína.(Valor Econômico) 

Valor da produção agropecuária deve alcançar R$ 550 bi

Alavancado pelo bom desempenho das safras de soja e milho, o valor bruto da produção (VBP) agropecuária do país caminha para se recuperar do tombo de 2016, quando adversidades climáticas prejudicaram a colheita desses grãos e de diversas outras culturas, e bater um novo recorde histórico neste ano. Segundo levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Agricultura, o VBP do setor deverá somar R$ 550,4 bilhões em 2017, R$ 2,5 bilhões a mais que o projetado em fevereiro e montante 4,2% - ou R$ 22,1 bilhões - superior ao calculado para 2016. 

 

Para os 21 produtos agrícolas que fazem parte da pesquisa, o ministério passou a prever um VBP de R$ 370,9 bilhões, R$ 3,8 bilhões acima da previsão do mês passado. Se confirmado, esse total representará um aumento de 7,8%, ou R$ 26,7 bilhões, em relação a 2016. Para o VBP dos cinco principais produtos da pecuária brasileira, entretanto, a estimativa do ministério caiu para R$ 179,5 bilhões, ante os R$ 180,8 bilhões estimados em março e os R$ 184,1 bilhões de 2016. Entre todos os produtos que compõem o levantamento, a soja é o carro-chefe, com VBP agora projetado em R$ 127,3 bilhões, incremento de 9,6% sobre 2016. Mas o grande destaque continua a ser a recuperação do milho depois das perdas observadas no ano passado. Para o cereal, o ministério elevou sua previsão de VBP em 2017 para R$ 58,1 bilhões, 39,7% mais que em 2016. Entre a soja e o milho estão os bovinos, com VBP que passou a ser estimado em R$ 71,5 bilhões, em queda de 2,2% na comparação com o ano passado. Na sequência vem a cana-de-açúcar (R$ 54,3 bilhões, alta de 2%) e o frango (R$ 48,9 bilhões, baixa de 11,3%). Enquanto a cana continua a se recuperar de uma crise que marcou boa parte desta década, bovinos e frango sentem a pressão, sobretudo, de um mercado doméstico ainda retraído para as carnes. (Valor Econômico)

Índices IFCN do preço do leite e custos de produção - março/2017

Índices IFCN - A relação entre os Índices IFCN do preço do leite/custo da ração, no mês de março de 2017 ficou em 1,63, caindo ligeiramente em relação ao mês anterior. A queda de 4% no índice do preço do leite foi acompanhada pela redução de 3% nos custos dos insumos para ração, mantendo a rentabilidade do produtor praticamente estável nos últimos 7 meses. A variação entre o maior e o menor índice de rentabilidade, em 2016, foi de 85%. De setembro de 2016 a março de 2017, a variação é de 5%. O índice do preço do leite de março de 2017 é 59% maior que o índice apurado em março de 2016. Já o índice do custo dos alimentos apresentou aumento de apenas 9%. Isto representa o ganho que o produtor vem tendo nos últimos meses. Nos últimos dois anos, a diferença entre o maior índice de preço do leite (37,20), ocorrida em fevereiro de 2017, e o menor valor apurado em maio de 2016 (22,10) é de 68%. Enquanto isso, a variação do custo da alimentação no mesmo período, foi de 30%. Pelas previsões da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), este ano os estoques de cereais estarão confortáveis, não havendo nenhuma previsão de pressão extra sobre o custo da alimentação animal. Portanto, para manter o mercado de laticínios longe da volatilidade que perdurou até oito meses atrás, é preciso focar na produção de leite. 

Qualquer desequilíbrio do lado da oferta implicará em pressões sobre os preços. Esta preocupação foi demonstrada no último relatório do Rabobank, que prevê maior produção na Europa, uma vez que os produtores querem aproveitar os bons preços. O mesmo poderá ocorrer na Nova Zelândia, onde o clima melhorou nos últimos dois meses, e, embora o início da temporada tenha encontrado uma primavera adversa, os produtores querem aproveitar o tempo propício para compensar a perda inicial, inclusive postergando ao máximo o encerramento do ano produtivo que ocorre no final de maio. 
  
- O Índice IFCN dos preços do leite, é uma combinação dos preços médios de uma cesta de commodities lácteas negociadas no mercado mundial. Representa o quanto uma indústria poderia, teoricamente, remunerar seus produtores, se os produtos lácteos fossem vendidos com as cotações vigentes no período.
O indicador IFCN é elaborado da seguinte forma: 1 - Leite em pó desnatado & Manteiga (35%); 2 - Queijos e Soros de leite (45%); e 3 - Leite em pó integral (20%).

- O Índice IFCN dos custos da alimentação representa o nível dos preços no mercado mundial de insumos para ração, farelo de soja e milho.

A relação entre o preço do leite e a cotação da ração, indica a rentabilidade. De uma forma simplificada, mostra quantos quilos de ração o produtor pode comprar com a venda de um quilo de leite. A relação leite/ração maior que 1,5 é considerada favorável. Se o aumento da produção se dá via utilização de concentrados, e a razão continua subindo, o sistema é recomendável.
Por outro lado, se a razão for caindo em direção a 1, ou menos, o concentrado pode significar aumento do prejuízo. (IFCN - Elaboração: Terra Viva)

 

 

Registro ou alteração de produtos devem ser feitos digitalmente a partir de maio
A Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) informa que o encaminhamento de documentação relativa ao registro ou alteração de produtos e rótulos através de formulário em papel deve ser feito até o dia 30 de abril. Após essa data, só serão aceitos procedimentos via sistema informatizado. No entanto, documentos que já iniciaram sua tramitação em papel poderão ainda ser concluídos por esse meio. Mais informações: http://www.agricultura.rs.gov.br/rotulos Telefone: 3288.6231 (SEAPI)
 

 

Porto Alegre, 12 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.479

 

Secretário da Agricultura ressalta importância da atividade leiteira em evento Federasul


Crédito da foto: Itamar Aguiar

A pujança do setor agropecuário, que representa 41% do PIB gaúcho, foi exaltada pelo secretário da Agricultura, Ernani Polo, nesta quarta-feira (12/4) durante a reunião-almoço Tá na Mesa, realizada semanalmente pela Federasul, em Porto Alegre. Polo destacou a complexidade da produção de leite no Estado, onde mais de 100 mil famílias atuam na atividade. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, prestigiou o evento, que inúmeras vezes abordou a importância social da atividade leiteira e a necessidade de políticas públicas para o setor. 

"É uma atividade de alto risco", comentou Polo, reconhecendo que é preciso tornar o setor mais competitivo e ressaltando a importância dos incentivos fiscais. O secretário disse que o governo está desenvolvendo uma política de Estado para estimular a agregação de valor do leite e de outros produtos agropecuários. "Precisamos abrir novos mercados", disse, citando como exemplo o setor lácteo, que precisa escoar 60% da produção para fora do Rio Grande do Sul. 

Durante o Tá na Mesa, Polo ainda fez um balanço dos principais programas de governo, entre eles o Agro+ RS, lançado no final de 2016. Para a iniciativa, foram consultadas 38 entidades do setor que apresentaram 226 demandas. Até o momento, 43 demandas já foram resolvidas e as demais estão em análise. O secretário ressaltou ainda outras iniciativas como a Lei do Leite e o programa Conservar para Produzir Melhor, voltado à recuperação do solo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
 
Conaprole tem expectativas de negócios com Argentina e Brasil

O setor de lácteos está em melhores condições de alcançar uma defesa do preço do leite ao produtor, embora dependa muito dos valores internacionais, disse o novo presidente da Associação Nacional de Produtores de Leite (ANPL), Wilson Cabrera depois de tomar posse. "Temos a expectativa de que haverá uma demanda por lácteos bastante firme do Brasil e da Argentina, onde a Conaprole está trabalhando duro nessa direção".

Ex-diretor da Conaprole até o último mês de fevereiro, ele comentou que em uma recente visita ao Brasil observou que o leite é notoriamente escasso, enquanto que a cooperativa trabalha muito bem para promover uma linha forte de colocação na Argentina.

Em seu discurso de posse, Cabrera explicou que no setor de lácteos se observa uma recuperação da atividade econômica, embora com altos e baixos, e isso ajudará a gestão da nova liderança da ANPL que enfrentará uma situação melhor do que teve de superar a liderança anterior, conduzida por Rodolfo Braga.

Ele disse que um dos objetivos será o de defender a margem do preço do leite recebido pelos produtores e ressaltou que é um trabalho sindical de defesa e que deve ser feito entre todos os sindicatos, inclusive, aparando as arestas se elas existirem para alcançar melhores resultados.

Cabrera lembrou que tem a mesma visão positiva que quando iniciou o mandato de quatro anos como presidente em 2003, depois que países enfrentaram a crise da febre aftosa em 2001 e a subsequente crise financeira de 2002.

Cabrera previu a continuação e o apoio a um trabalho feito por todas as associações empresariais para tentar melhorar a competitividade do país, porque, por exemplo, não é viável o preço dos combustíveis no país. Ele também se referiu ao custo da energia, o qual impacta sobre o trabalho do produtor.

Além disso, o gerente geral do Instituto Nacional do Leite (INALE), Gabriel Bagnato, considerou que as margens alcançadas pelas fazendas leiteiras hoje, com um preço por litro de leite de US $ 0,34 a US $ 0,35 - e um custo de produção de US $ 0,30 por litro - está demonstrando que as empresas têm rentabilidade positiva.

Também ele comentou sobre o aspecto positivo que é a consolidação do mercado de lácteos, que, por exemplo, no leite em pó integral, evoluiu para US $ 3.000 por tonelada. Apesar de não alcançar os valores necessários para confirmar uma recuperação, são bastante diferentes daqueles que foram registrados no auge da crise do leite, diz Bagnato. (El Observador, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

POSTOS CRIADOS

O agronegócio gaúcho foi o que mais criou vagas de empregos nos primeiros dois meses do ano em todo o país. Foram 12.551 postos de trabalho no bimestre (veja quadro), segundo levantamento da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Apesar da liderança, o saldo ainda é inferior ao do mesmo período de 2016. É o reflexo de alguns setores, com desempenho menos favorável em 2017.

- As lavouras permanentes e a fabricação de produtos de fumo tiveram saldo positivo, mas menor do que no ano passado. Os que mais impactaram negativamente foram os segmentos de conservas e de produção de sementes e mudas - explica Rodrigo Feix, coordenador do núcleo de estudos do agronegócio da FEE.

Acompanhando a sazonalidade da produção de verão, fevereiro foi o segundo mês consecutivo de saldo positivo, com a criação de 6.547 empregos. A influência vem das vagas abertas para o trabalho na safra. É o caso dos trabalhadores contratados para a colheita da maçã, por exemplo - as lavouras permanentes tiveram saldo de 913 postos, as temporárias, de 657.

- Nos quatro primeiros meses do ano, há um componente sazonal dos ciclos das culturas de verão - confirma Feix.

Outro destaque positivo em fevereiro foi o setor de máquinas agrícolas, que já aparece entre os com maior criação de vagas (foram 365 empregos formais). Os números do mês também mostraram o impacto negativo, no setor de abates, do fechamento do frigorífico da Marfrig, em Alegrete. (Zero Hora)

Recuperação na Nova Zelândia pode reduzir aumento do preço do leite

Os preços mundiais dos produtos lácteos vão estabilizar-se este ano, à medida que a crescente produção da Nova Zelândia "freia" o aumento, disse o Rabobank. Mas a forte demanda da China manterá os mercados equilibrados, enquanto as tensões com o México ameaçam diminuir o crescimento da produção e das exportações dos EUA.

O Rabobank previu que os preços do leite em pó integral na Oceania caíram para US$ 2.900 por tonelada em abril a junho deste ano, subindo para US $ 3.200 a tonelada no período de outubro a novembro, de uma média de US$ 3.190 nos primeiros três meses do ano. Os preços do leite em pó desnatado na Oceania permaneceram em seus níveis atuais, média de US $ 2.000 por tonelada, no período de outubro a dezembro.

Produção de leite na Nova Zelândia
A estabilização dos preços vem à medida que a queda recente na produção diminui. "Será, no entanto, na segunda metade de 2017 antes de finalmente vermos o crescimento da produção mundial de leite e qualquer aumento no excedente de exportação", disse o Rabobank. Na Nova Zelândia, o principal exportador do mundo, o Rabobank observou que "a confiança do produtor para esta temporada está marcadamente maior do que no mesmo período da estação anterior".

A Fonterra, a principal cooperativa de lácteos do país, previu que os preços para a atual estação de 2016-17 será de NZ$ 6 (US$ 4,16) por quilo de sólidos de leite (equivalente a NZ$ 0,50 [US$ 0,34] por quilo de leite), um aumento de 54% ao ano. E a produção da Nova Zelândia surpreendeu. "Apesar do mau início do volume de produção desta estação, os fluxos de leite surpreenderam com um forte retorno: a produção de leite está apenas 3% menor que na estação passada", disse o Rabobank, citando as boas condições climáticas desde o final de 2016.

"A alimentação animal está abundante e acessível, e há uma expectativa geral de que os produtores estarão procurando compensar a produção perdida no começo da estação, por causa da previsão favorável do preço do leite". Consequentemente, esperamos que os níveis de produção da Nova Zelândia em toda a estação terminem apenas 2% menor que na estação anterior". 

Recuperação na produção da EU
As perspectivas de produção na Europa também estão subindo, graças aos preços ao produtor de 33,7 euros (US$ 35,67) por 100kg. O Rabobank observa que os preços ao produtor estão em níveis "não vistos desde novembro de 2014", "Com os preços dos insumos subindo apenas modestamente, a maioria dos produtores europeus voltou para uma posição de caixa positivo, e agora esperamos que a produção europeia aumente à medida que a nova temporada se aproxima do pico de produção". O Rabobank previu uma produção acumulada para o primeiro semestre de 2017 1% menor que no ano anterior.

Tensões no México
E a produção nos EUA também está reduzindo a diferença na última estação, mês a mês. A indústria de lácteos dos EUA permaneceu firme nos últimos 12 meses, à medida que a maior parte do setor leiteiro enfrentou importantes desafios.

Mas as perspectivas de exportação são desafiadas pela recente evolução política. "Impulsionado por fatores políticos e econômicos, o México tem procurado diferenciar as importações dos EUA, o que resultou em um aumento das exportações da UE para o México de 10% nos três meses até janeiro."

"O risco de os EUA perderem mais participação no México e os compradores da TPP (Parceria Trans-Pacífico) poderia causar problemas para os produtores de leite dos EUA, criando uma pressão de queda sobre os preços dos produtos norte-americanos. Além disso, muitos produtores de leite dos EUA dependem muito do trabalho de imigrantes. As mudanças na política de imigração sugeridas pela atual administração, se executadas, criarão uma grande lacuna na oferta de mão de obra disponível para os produtores de leite em todo o país". A previsão de crescimento médio do Rabobank para os EUA ao longo de 2017 passou para pouco mais de 1%, em comparação com 1,6% do ano passado.

Demanda chinesa cresce fortemente
Mas o mercado será mantido em equilíbrio pelo aumento da demanda da China, maior mercado de importação do mundo. "Com dados de produção oficiais piores do que o esperado para 2016, reduzimos nossa previsão de produção". O crescimento da produção para 2017 é agora previsto em 1,7%. "Com nossas previsões revisadas para produção e consumo, mantemos nossa previsão de crescimento de importações em leite fluido equivalente em 2017 em 20% com relação ao ano anterior".

Em 11/04/17 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,69443 
1,43968 Dólar Neozelandês = US$ 1

1 Euro = US$ 1,05861 
0,94452 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com) (As informações são do Agrimoney, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Exportações brasileiras de lácteos - março de 2017
Exportações brasileiras - As divisas geradas com as exportações brasileiras de produtos lácteos-NCM 04 no mês de março de 2017 representaram pouco mais de 21% dos valores gastos com as importações. No entanto, houve aumento em algumas categorias, com destaque para o leite condensado que quase dobrou em volume. Como os preços de exportação dos leites concentrados subiram 43%, o faturamento com leite condensado quase triplicou em relação ao mesmo mês de 2016. No acumulado do ano, o valor com esse produto subiu 106%, embora, o faturamento com a categoria NCM 0402 tenha caído 8,15%, mesmo com elevação de 2,12% no embarque de volumes. Houve melhorada considerável nas cotações dos queijos, e por isso, o percentual de embarques em volume subiu 66,49%, enquanto o faturamento com as exportações NCM 0406 subiu 111%.  (MDIC/Terra Viva)