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Porto Alegre, 13 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.480

 

Captação das grandes cai; Lactalis mais perto da Nestlé

O declínio da produção de leite no país no ano passado, que gerou períodos de forte disputa pela matéria-prima no mercado, fez recuar a captação de leite das 15 maiores empresas de lácteos do Brasil em 2016. De acordo com o ranking da Leite Brasil associação que reúne produtores , as 15 maiores empresas de lácteos captaram juntas 9,667 bilhões de litros de leite em 2016, uma retração de 1,9% sobre o ano anterior. Os primeiros lugares no ranking se mantiveram em 2016, mas a pesquisa mostrou que a francesa Lactalis ficou bem mais perto da suíça Nestlé, a maior em captação de leite no Brasil. O levantamento revelou ainda uma queda expressiva no número de produtores que entregaram leite a essas 15 empresas no ano passado  de 8,2%, para 56.452 fornecedores, num reflexo, em parte, da saída de pecuaristas de pequeno porte da atividade e da decisão de empresas de concentrarem as compras dos maiores e mais produtivos. Num ambiente de menor oferta de matéria-prima  conforme o IBGE, o recuo da produção de leite foi de 3,7% , a ociosidade das empresas de lácteos no país aumentou em 2016. Segundo o ranking, considerando a estimativa de capacidade total instalada dessas empresas, a ociosidade ficou em 40% em 2016  havia sido de 38% no ano precedente. 

 

Das 15 empresas do ranking, 10 registraram queda na captação de leite enquanto cinco ampliaram a recepção do produto para processamento. Para Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, o recuo na compra pelos maiores laticínios reflete tanto a restrição de matéria-prima quanto a da demanda por lácteos. Segundo ele, a estimativa é que o consumo per capita de lácteos no país esteja próximo de 170 litros, abaixo dos 180 litros de 2015. "O desemprego e a falta de dinheiro afetam a capacidade de consumo", lamenta Rubez. Primeira no ranking, a Nestlé viu sua captação cair 4,4% no ano passado, para 1,690 bilhão de litros. Em nota, a empresa diz que "esse movimento se explica pelo cenário mais difícil da economia em 2016 aliado à menor produção de leite no Brasil". Sobre a redução do número de produtores que forneceram à empresa, afirma que "muitos produtores estão deixando a atividade leiteira no Brasil. Em contrapartida, houve um aumento na produtividade dos produtores que permanecem no setor". Bem mais próxima da Nestlé no ranking de 2016 que no levantamento anterior, a francesa Lactalis ampliou a captação em quase 2%  para 1,622 bilhão de litros, embora o número de produtores que entregam diretamente à empresa tenha caído. "Adquirimos conforme a necessidade que tínhamos em função da posição de mercado", afirma Guilherme Portella, diretor de relações institucionais da companhia no Brasil. 

 
Segundo ele, 2016 foi um "ano bom" para o leite longa vida. Diante das margens melhores do produto e para atender a demanda, a empresa ampliou as compras de leite no spot (negociação entre empresas) de cooperativas no Rio Grande do Sul. Portella diz que a aproximação da Nestlé no ranking reflete a meta da companhia francesa de "ser líder no Brasil, na captação de leite e na produção de lácteos". Das mudanças mais significativas no ranking, duas se destacaram. A Vigor, controlada pela J&F, caiu da oitava para a 11ª posição na lista ao reduzir a captação de leite em 24,1% em 2016, para 311,3 milhões de litros. Em nota, a empresa afirma "que seus números estão diretamente ligados ao comportamento do mercado no ano passado. Fatores como redução das exportações, diminuição da demanda interna e uma menor oferta de leite cru no mercado brasileiro contribuíram para este cenário". Já o Laticínios Jussara subiu no ranking, exatamente para oitavo lugar antes ocupado pela Vigor. A empresa, com sede em Patrocínio Paulista (SP), ocupava o décimo posto no ranking da Leite Brasil no ano de 2015. A Jussara captou 377,521 milhões em 2016, alta de 2,8% sobre o ano anterior. O número de produtores que forneceu diretamente ao laticínio também caiu. "Compensamos a queda da compra de produtores adquirindo leite no spot", afirma Laércio Barbosa, diretor da Jussara. Em tempos de escassez de oferta, os preços no spot são mais altos, mas Barbosa observa que em 2016 o custo de captação do leite cresceu num momento em que o longa vida estava valorizado. Isso permitiu margens favoráveis. "Foi positivo porque crescemos num ano que as vendas [de longa vida] ficaram praticamente estagnadas", avalia. (Valor Econômico)
 
 
Itambé prevê elevar receita em até 15% 
A Itambé, controlada pela Vigor e pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR), tem vivido mudanças importantes recentemente. Após a saída do CEO Alexandre Almeida da empresa de lácteos, o ex-diretor comercial Antonio Magela assumiu interinamente o cargo. Na CCPR, Jacques Gontijo, que presidia a central, foi substituído na última eleição, em março, por Marcelo Candiotto, que chefiava a Cooperativa Regional de Produtores Rurais de Sete Lagoas (Coopersete), uma das filiadas à CCPR. Na Itambé há cerca de 30 anos, Gontijo era presidente da empresa quando 50% de seu capital foi vendido à Vigor, controlada pela J&F, há quatro anos. Não há sinais, contudo, de que essas mudanças recentes na direção devam afetar a estratégia de crescimento da Itambé no médio prazo. Se em 2016 o foco foi a melhoria de margem por meio da aposta em produtos de maior valor agregado, como refrigerados, neste ano a receita é a mesma. No ano que passou, a empresa elevou o faturamento em 9%, para R$ 3,19 bilhões e aumentou seu resultado líquido em 62% sobre o ano anterior, segundo Ricardo Cotta, diretor de relações institucionais e novos negócios da Itambé, sem divulgar o número final. 

Esse desempenho foi possível, afirma, porque a empresa priorizou produtos com maior margem, como iogurtes, e diminuiu a produção de itens como leite condensado e leite em pó, que têm margens baixas e demandam grandes volumes de matéria-prima. Um efeito disso foi que a empresa reduziu em 5,5% sua captação de leite no país em 2016, que ficou em 1,104 bilhão de litros (ver abaixo). "Em 2015, tivemos uma exportação significativa de leite em pó para a Venezuela, e isso não ocorreu no ano passado", acrescenta, para justificar a menor produção do item. Ao concentrar esforços nos produtos de maior valor, a Itambé conseguiu crescer no mercado nacional de iogurte num ano em que houve queda nas vendas como um todo. 

Citando dados Nielsen, Cotta afirma que as vendas da companhia cresceram 5% em valor em 2016 ao passo que o mercado teve retração de 15%. Uma explicação para o desempenho é a diversificação regional. "Buscamos crescer em áreas onde tínhamos pouca presença", observa o executivo. O resultado foi um avanço de 50% nas vendas de iogurte no Estado de São Paulo e de 75% no Nordeste. Ao mesmo tempo, segundo ele, a empresa se blindou em Minas Gerais, onde tem uma fatia de 25% do mercado de iogurtes. Também contribuíram para o desempenho da Itambé em 2016 o avanço da linha de produtos sem lactose, o investimento em novos canais do food service e na comercialização de itens como misturas lácteas para os setores de panificação e sorveterias. Após o crescimento em 2016, o primeiro trimestre deste ano também foi positivo, segundo Cotta. "O foco continua sendo melhorar o resultado líquido", diz, acrescentando que a previsão é elevar o faturamento em 10% a 15% em 2017. Mais uma vez os novos canais de venda, os refrigerados e os leites especiais serão as prioridades da companhia. Dentro do segmento de leites especiais, a empresa vai ampliar a linha de lácteos com mais proteínas, lançada em 2016. No ano passado, a Itambé investiu R$ 50 milhões em Capex, para ampliação e modernização de linhas. Para este ano, segundo o executivo, a previsão é de aporte também na casa dos R$ 50 milhões, sendo a maior parte disso na linha ampliada de lácteos com maior teor de proteína.(Valor Econômico) 

Valor da produção agropecuária deve alcançar R$ 550 bi

Alavancado pelo bom desempenho das safras de soja e milho, o valor bruto da produção (VBP) agropecuária do país caminha para se recuperar do tombo de 2016, quando adversidades climáticas prejudicaram a colheita desses grãos e de diversas outras culturas, e bater um novo recorde histórico neste ano. Segundo levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Agricultura, o VBP do setor deverá somar R$ 550,4 bilhões em 2017, R$ 2,5 bilhões a mais que o projetado em fevereiro e montante 4,2% - ou R$ 22,1 bilhões - superior ao calculado para 2016. 

 

Para os 21 produtos agrícolas que fazem parte da pesquisa, o ministério passou a prever um VBP de R$ 370,9 bilhões, R$ 3,8 bilhões acima da previsão do mês passado. Se confirmado, esse total representará um aumento de 7,8%, ou R$ 26,7 bilhões, em relação a 2016. Para o VBP dos cinco principais produtos da pecuária brasileira, entretanto, a estimativa do ministério caiu para R$ 179,5 bilhões, ante os R$ 180,8 bilhões estimados em março e os R$ 184,1 bilhões de 2016. Entre todos os produtos que compõem o levantamento, a soja é o carro-chefe, com VBP agora projetado em R$ 127,3 bilhões, incremento de 9,6% sobre 2016. Mas o grande destaque continua a ser a recuperação do milho depois das perdas observadas no ano passado. Para o cereal, o ministério elevou sua previsão de VBP em 2017 para R$ 58,1 bilhões, 39,7% mais que em 2016. Entre a soja e o milho estão os bovinos, com VBP que passou a ser estimado em R$ 71,5 bilhões, em queda de 2,2% na comparação com o ano passado. Na sequência vem a cana-de-açúcar (R$ 54,3 bilhões, alta de 2%) e o frango (R$ 48,9 bilhões, baixa de 11,3%). Enquanto a cana continua a se recuperar de uma crise que marcou boa parte desta década, bovinos e frango sentem a pressão, sobretudo, de um mercado doméstico ainda retraído para as carnes. (Valor Econômico)

Índices IFCN do preço do leite e custos de produção - março/2017

Índices IFCN - A relação entre os Índices IFCN do preço do leite/custo da ração, no mês de março de 2017 ficou em 1,63, caindo ligeiramente em relação ao mês anterior. A queda de 4% no índice do preço do leite foi acompanhada pela redução de 3% nos custos dos insumos para ração, mantendo a rentabilidade do produtor praticamente estável nos últimos 7 meses. A variação entre o maior e o menor índice de rentabilidade, em 2016, foi de 85%. De setembro de 2016 a março de 2017, a variação é de 5%. O índice do preço do leite de março de 2017 é 59% maior que o índice apurado em março de 2016. Já o índice do custo dos alimentos apresentou aumento de apenas 9%. Isto representa o ganho que o produtor vem tendo nos últimos meses. Nos últimos dois anos, a diferença entre o maior índice de preço do leite (37,20), ocorrida em fevereiro de 2017, e o menor valor apurado em maio de 2016 (22,10) é de 68%. Enquanto isso, a variação do custo da alimentação no mesmo período, foi de 30%. Pelas previsões da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), este ano os estoques de cereais estarão confortáveis, não havendo nenhuma previsão de pressão extra sobre o custo da alimentação animal. Portanto, para manter o mercado de laticínios longe da volatilidade que perdurou até oito meses atrás, é preciso focar na produção de leite. 

Qualquer desequilíbrio do lado da oferta implicará em pressões sobre os preços. Esta preocupação foi demonstrada no último relatório do Rabobank, que prevê maior produção na Europa, uma vez que os produtores querem aproveitar os bons preços. O mesmo poderá ocorrer na Nova Zelândia, onde o clima melhorou nos últimos dois meses, e, embora o início da temporada tenha encontrado uma primavera adversa, os produtores querem aproveitar o tempo propício para compensar a perda inicial, inclusive postergando ao máximo o encerramento do ano produtivo que ocorre no final de maio. 
  
- O Índice IFCN dos preços do leite, é uma combinação dos preços médios de uma cesta de commodities lácteas negociadas no mercado mundial. Representa o quanto uma indústria poderia, teoricamente, remunerar seus produtores, se os produtos lácteos fossem vendidos com as cotações vigentes no período.
O indicador IFCN é elaborado da seguinte forma: 1 - Leite em pó desnatado & Manteiga (35%); 2 - Queijos e Soros de leite (45%); e 3 - Leite em pó integral (20%).

- O Índice IFCN dos custos da alimentação representa o nível dos preços no mercado mundial de insumos para ração, farelo de soja e milho.

A relação entre o preço do leite e a cotação da ração, indica a rentabilidade. De uma forma simplificada, mostra quantos quilos de ração o produtor pode comprar com a venda de um quilo de leite. A relação leite/ração maior que 1,5 é considerada favorável. Se o aumento da produção se dá via utilização de concentrados, e a razão continua subindo, o sistema é recomendável.
Por outro lado, se a razão for caindo em direção a 1, ou menos, o concentrado pode significar aumento do prejuízo. (IFCN - Elaboração: Terra Viva)

 

 

Registro ou alteração de produtos devem ser feitos digitalmente a partir de maio
A Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) informa que o encaminhamento de documentação relativa ao registro ou alteração de produtos e rótulos através de formulário em papel deve ser feito até o dia 30 de abril. Após essa data, só serão aceitos procedimentos via sistema informatizado. No entanto, documentos que já iniciaram sua tramitação em papel poderão ainda ser concluídos por esse meio. Mais informações: http://www.agricultura.rs.gov.br/rotulos Telefone: 3288.6231 (SEAPI)
 

 

Porto Alegre, 12 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.479

 

Secretário da Agricultura ressalta importância da atividade leiteira em evento Federasul


Crédito da foto: Itamar Aguiar

A pujança do setor agropecuário, que representa 41% do PIB gaúcho, foi exaltada pelo secretário da Agricultura, Ernani Polo, nesta quarta-feira (12/4) durante a reunião-almoço Tá na Mesa, realizada semanalmente pela Federasul, em Porto Alegre. Polo destacou a complexidade da produção de leite no Estado, onde mais de 100 mil famílias atuam na atividade. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, prestigiou o evento, que inúmeras vezes abordou a importância social da atividade leiteira e a necessidade de políticas públicas para o setor. 

"É uma atividade de alto risco", comentou Polo, reconhecendo que é preciso tornar o setor mais competitivo e ressaltando a importância dos incentivos fiscais. O secretário disse que o governo está desenvolvendo uma política de Estado para estimular a agregação de valor do leite e de outros produtos agropecuários. "Precisamos abrir novos mercados", disse, citando como exemplo o setor lácteo, que precisa escoar 60% da produção para fora do Rio Grande do Sul. 

Durante o Tá na Mesa, Polo ainda fez um balanço dos principais programas de governo, entre eles o Agro+ RS, lançado no final de 2016. Para a iniciativa, foram consultadas 38 entidades do setor que apresentaram 226 demandas. Até o momento, 43 demandas já foram resolvidas e as demais estão em análise. O secretário ressaltou ainda outras iniciativas como a Lei do Leite e o programa Conservar para Produzir Melhor, voltado à recuperação do solo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
 
Conaprole tem expectativas de negócios com Argentina e Brasil

O setor de lácteos está em melhores condições de alcançar uma defesa do preço do leite ao produtor, embora dependa muito dos valores internacionais, disse o novo presidente da Associação Nacional de Produtores de Leite (ANPL), Wilson Cabrera depois de tomar posse. "Temos a expectativa de que haverá uma demanda por lácteos bastante firme do Brasil e da Argentina, onde a Conaprole está trabalhando duro nessa direção".

Ex-diretor da Conaprole até o último mês de fevereiro, ele comentou que em uma recente visita ao Brasil observou que o leite é notoriamente escasso, enquanto que a cooperativa trabalha muito bem para promover uma linha forte de colocação na Argentina.

Em seu discurso de posse, Cabrera explicou que no setor de lácteos se observa uma recuperação da atividade econômica, embora com altos e baixos, e isso ajudará a gestão da nova liderança da ANPL que enfrentará uma situação melhor do que teve de superar a liderança anterior, conduzida por Rodolfo Braga.

Ele disse que um dos objetivos será o de defender a margem do preço do leite recebido pelos produtores e ressaltou que é um trabalho sindical de defesa e que deve ser feito entre todos os sindicatos, inclusive, aparando as arestas se elas existirem para alcançar melhores resultados.

Cabrera lembrou que tem a mesma visão positiva que quando iniciou o mandato de quatro anos como presidente em 2003, depois que países enfrentaram a crise da febre aftosa em 2001 e a subsequente crise financeira de 2002.

Cabrera previu a continuação e o apoio a um trabalho feito por todas as associações empresariais para tentar melhorar a competitividade do país, porque, por exemplo, não é viável o preço dos combustíveis no país. Ele também se referiu ao custo da energia, o qual impacta sobre o trabalho do produtor.

Além disso, o gerente geral do Instituto Nacional do Leite (INALE), Gabriel Bagnato, considerou que as margens alcançadas pelas fazendas leiteiras hoje, com um preço por litro de leite de US $ 0,34 a US $ 0,35 - e um custo de produção de US $ 0,30 por litro - está demonstrando que as empresas têm rentabilidade positiva.

Também ele comentou sobre o aspecto positivo que é a consolidação do mercado de lácteos, que, por exemplo, no leite em pó integral, evoluiu para US $ 3.000 por tonelada. Apesar de não alcançar os valores necessários para confirmar uma recuperação, são bastante diferentes daqueles que foram registrados no auge da crise do leite, diz Bagnato. (El Observador, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

POSTOS CRIADOS

O agronegócio gaúcho foi o que mais criou vagas de empregos nos primeiros dois meses do ano em todo o país. Foram 12.551 postos de trabalho no bimestre (veja quadro), segundo levantamento da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Apesar da liderança, o saldo ainda é inferior ao do mesmo período de 2016. É o reflexo de alguns setores, com desempenho menos favorável em 2017.

- As lavouras permanentes e a fabricação de produtos de fumo tiveram saldo positivo, mas menor do que no ano passado. Os que mais impactaram negativamente foram os segmentos de conservas e de produção de sementes e mudas - explica Rodrigo Feix, coordenador do núcleo de estudos do agronegócio da FEE.

Acompanhando a sazonalidade da produção de verão, fevereiro foi o segundo mês consecutivo de saldo positivo, com a criação de 6.547 empregos. A influência vem das vagas abertas para o trabalho na safra. É o caso dos trabalhadores contratados para a colheita da maçã, por exemplo - as lavouras permanentes tiveram saldo de 913 postos, as temporárias, de 657.

- Nos quatro primeiros meses do ano, há um componente sazonal dos ciclos das culturas de verão - confirma Feix.

Outro destaque positivo em fevereiro foi o setor de máquinas agrícolas, que já aparece entre os com maior criação de vagas (foram 365 empregos formais). Os números do mês também mostraram o impacto negativo, no setor de abates, do fechamento do frigorífico da Marfrig, em Alegrete. (Zero Hora)

Recuperação na Nova Zelândia pode reduzir aumento do preço do leite

Os preços mundiais dos produtos lácteos vão estabilizar-se este ano, à medida que a crescente produção da Nova Zelândia "freia" o aumento, disse o Rabobank. Mas a forte demanda da China manterá os mercados equilibrados, enquanto as tensões com o México ameaçam diminuir o crescimento da produção e das exportações dos EUA.

O Rabobank previu que os preços do leite em pó integral na Oceania caíram para US$ 2.900 por tonelada em abril a junho deste ano, subindo para US $ 3.200 a tonelada no período de outubro a novembro, de uma média de US$ 3.190 nos primeiros três meses do ano. Os preços do leite em pó desnatado na Oceania permaneceram em seus níveis atuais, média de US $ 2.000 por tonelada, no período de outubro a dezembro.

Produção de leite na Nova Zelândia
A estabilização dos preços vem à medida que a queda recente na produção diminui. "Será, no entanto, na segunda metade de 2017 antes de finalmente vermos o crescimento da produção mundial de leite e qualquer aumento no excedente de exportação", disse o Rabobank. Na Nova Zelândia, o principal exportador do mundo, o Rabobank observou que "a confiança do produtor para esta temporada está marcadamente maior do que no mesmo período da estação anterior".

A Fonterra, a principal cooperativa de lácteos do país, previu que os preços para a atual estação de 2016-17 será de NZ$ 6 (US$ 4,16) por quilo de sólidos de leite (equivalente a NZ$ 0,50 [US$ 0,34] por quilo de leite), um aumento de 54% ao ano. E a produção da Nova Zelândia surpreendeu. "Apesar do mau início do volume de produção desta estação, os fluxos de leite surpreenderam com um forte retorno: a produção de leite está apenas 3% menor que na estação passada", disse o Rabobank, citando as boas condições climáticas desde o final de 2016.

"A alimentação animal está abundante e acessível, e há uma expectativa geral de que os produtores estarão procurando compensar a produção perdida no começo da estação, por causa da previsão favorável do preço do leite". Consequentemente, esperamos que os níveis de produção da Nova Zelândia em toda a estação terminem apenas 2% menor que na estação anterior". 

Recuperação na produção da EU
As perspectivas de produção na Europa também estão subindo, graças aos preços ao produtor de 33,7 euros (US$ 35,67) por 100kg. O Rabobank observa que os preços ao produtor estão em níveis "não vistos desde novembro de 2014", "Com os preços dos insumos subindo apenas modestamente, a maioria dos produtores europeus voltou para uma posição de caixa positivo, e agora esperamos que a produção europeia aumente à medida que a nova temporada se aproxima do pico de produção". O Rabobank previu uma produção acumulada para o primeiro semestre de 2017 1% menor que no ano anterior.

Tensões no México
E a produção nos EUA também está reduzindo a diferença na última estação, mês a mês. A indústria de lácteos dos EUA permaneceu firme nos últimos 12 meses, à medida que a maior parte do setor leiteiro enfrentou importantes desafios.

Mas as perspectivas de exportação são desafiadas pela recente evolução política. "Impulsionado por fatores políticos e econômicos, o México tem procurado diferenciar as importações dos EUA, o que resultou em um aumento das exportações da UE para o México de 10% nos três meses até janeiro."

"O risco de os EUA perderem mais participação no México e os compradores da TPP (Parceria Trans-Pacífico) poderia causar problemas para os produtores de leite dos EUA, criando uma pressão de queda sobre os preços dos produtos norte-americanos. Além disso, muitos produtores de leite dos EUA dependem muito do trabalho de imigrantes. As mudanças na política de imigração sugeridas pela atual administração, se executadas, criarão uma grande lacuna na oferta de mão de obra disponível para os produtores de leite em todo o país". A previsão de crescimento médio do Rabobank para os EUA ao longo de 2017 passou para pouco mais de 1%, em comparação com 1,6% do ano passado.

Demanda chinesa cresce fortemente
Mas o mercado será mantido em equilíbrio pelo aumento da demanda da China, maior mercado de importação do mundo. "Com dados de produção oficiais piores do que o esperado para 2016, reduzimos nossa previsão de produção". O crescimento da produção para 2017 é agora previsto em 1,7%. "Com nossas previsões revisadas para produção e consumo, mantemos nossa previsão de crescimento de importações em leite fluido equivalente em 2017 em 20% com relação ao ano anterior".

Em 11/04/17 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,69443 
1,43968 Dólar Neozelandês = US$ 1

1 Euro = US$ 1,05861 
0,94452 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com) (As informações são do Agrimoney, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Exportações brasileiras de lácteos - março de 2017
Exportações brasileiras - As divisas geradas com as exportações brasileiras de produtos lácteos-NCM 04 no mês de março de 2017 representaram pouco mais de 21% dos valores gastos com as importações. No entanto, houve aumento em algumas categorias, com destaque para o leite condensado que quase dobrou em volume. Como os preços de exportação dos leites concentrados subiram 43%, o faturamento com leite condensado quase triplicou em relação ao mesmo mês de 2016. No acumulado do ano, o valor com esse produto subiu 106%, embora, o faturamento com a categoria NCM 0402 tenha caído 8,15%, mesmo com elevação de 2,12% no embarque de volumes. Houve melhorada considerável nas cotações dos queijos, e por isso, o percentual de embarques em volume subiu 66,49%, enquanto o faturamento com as exportações NCM 0406 subiu 111%.  (MDIC/Terra Viva)

 

Porto Alegre, 11 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.478

 

Aliança Láctea solicitará dados nacionais sobre a qualidade do leite ao Mapa

Lideranças e integrantes da Aliança Láctea Sul Brasileira reuniram-se nesta segunda-feira (10/4), em Florianópolis (SC), para tratar das demandas e gargalos do setor. Durante o encontro, ficou definido que a entidade irá solicitar ao Ministério da Agricultura (Mapa) um relatório com dados sobre o desempenho das indústrias no que diz respeito ao atendimento dos parâmetros de qualidade previstos na Instrução Normativa (IN) 62, de 2011.

"Queremos saber se a qualidade da matéria-prima melhorou", disse o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que participou da reunião. A ideia, explica Palharini, é saber que estados e regiões do país já avançaram na redução dos níveis de Contagem Bacteriana Total (CBT) e a Contagem de Células Somáticas (CCS), por exemplo, para caso seja necessário voltar a discutir a regulamentação, que prevê novo escalonamento dos parâmetros a partir de 2018.

Durante a reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, também foi abordada a necessidade de avançar na equivalência dos sistemas de inspeção estadual no Rio Grande do Sul, já que Paraná e Santa Catarina estão enviando projetos de lei referentes a esta assunto à Assembleia Legislativa dos seus estados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Sindilat pede renovação de decreto para industrialização de soro de leite e derivados

O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) solicitou nesta terça-feira (11/4), em reunião com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, em Porto Alegre (RS), a renovação do decreto que concedeu crédito para a industrialização de soro de leite, a fim de alavancar o desenvolvimento do setor. O pedido é para que o Estado retorne ao status tributário anterior, de concessão de crédito presumido sobre a saída de soro e derivados, independentemente da origem, tendo em vista que não há soro suficiente para abastecer as empresas gaúchas. O decreto entrou em vigor em 2012, mas venceu no final de 2016. O governo deve dar uma posição em relação ao pedido até a próxima segunda-feira (17/4).

De acordo com o presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, a renovação do decreto vai restabelecer a competitividade da indústria gaúcha. "Temos um setor que representa 13% da produção nacional e temos que ter tributação que dê isonomia com os outros estados", afirmou, referindo-se à outros estados da Federação, que possuem melhores condições tributárias. "Isso é fundamental pela importância do soro, não só para as indústrias que possuem secagem, mas para todas as queijarias que têm que dar um destino para ele".

O secretário executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, destacou que o decreto foi criado para agregar valor ao produto, já que foi registrado aumento no faturamento de soro e derivados até o último ano. "Para termos uma ideia, o crescimento do ICMS recolhido a partir da edição do decreto  em 2012 foi incrementado em mais de 219% até ano passado", ponderou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Crédito da foto: Jézica Bruno
 
 
ENTIDADES PARCEIRAS DIVIDIDAS PELO FUNRURAL

Além da preocupação dos produtores com possível passivo, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar constitucional a cobrança do Funrural (percentual recolhido sobre a comercialização), dividiu entidades parceiras. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apoiou a decisão. O mesmo não pode ser dito de sindicatos rurais e federações da agricultura do país, entre as quais a do Rio Grande do Sul.

- Estamos em terrenos opostos. Isso está criando um desgaste entre o produtor e o sistema - afirma Gedeão Pereira, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).

A entidade se mostra preocupada com a possibilidade de que a cobrança seja retroativa, o que considera indevido. Isso porque, nos últimos cinco anos, muitos produtores haviam obtido liminares para suspender o recolhimento do tributo. A própria Farsul tem ação contra o Funrural.

- Não reconhecemos a dívida porque estávamos protegidos pela Justiça. Começa a se trabalhar daqui para frente - completa Gedeão.

O atrito criado com as posições antagônicas é tamanho que há sindicatos do Brasil Central que estão pedindo a cabeça do atual presidente da CNA, João Martins. A situação também abriu brecha para a senadora Kátia Abreu, (PMDB-TO), presidente licenciada da entidade, se manifestar contra a cobrança. Talvez tentando se reaproximar - foi preterida ao apoiar Dilma Rousseff no impeachment.

Para tentar apagar o incêndio criado com a situação, uma reunião foi marcada para a próxima semana. Resta saber se haverá água suficiente para acalmar os ânimos. (Zero Hora)

 
 
ABLV conta com novo Conselho Deliberativo

Desde 01 de abril, a ABLV - Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida conta com um novo Conselho Deliberativo, que tem como presidente o Sr. Laércio Barbosa, da Usina de Laticínios Jussara Ltda. Para a Vice-Presidência foram eleitos os Srs. Cláudio Teixeira - Goias Minas Indústria de Laticínios Ltda. e Cesar Helou - Laticínios Bela Vista Ltda.
 

O novo Conselho Deliberativo da ABLV ficou assim constituído:
Presidente - Laércio Barbosa
1º Vice-Presidente - Cláudio Teixeira
2º Vice-Presidente - Cesar Helou
Os mandatos do Presidente e Vice-Presidentes compreenderão o período: 01/04/2017 a 31/03/2019.
Conselheiros
Edmilton Aguiar Lemos - Castrolanda Cooperativa Agroindustrial Ltda.
Guilherme Portella dos Santos - Lactalis do Brasil Ltda.
Kléber José Cabrini - ZD Alimentos S/A
Mário David de Lima - Danone Ltda.
João Bosco Ferreira - Cooperativa Central Mineira de Laticínios Ltda.
Maurício Cardoso Franco - Nova Mix Industrial e Comercial de Alimentos Ltda.
Pedro Carvalho Ribeiro - Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda.
Vitor Bruno Machado Girão - CBL Alimentos S/A
Os mandatos dos Conselheiros compreenderão o período: 01/04/2017 a 31/03/2021.  (Assessoria de Imprensa ABLV)
 

 
Mercosul e UE querem acordo comercial anunciado em dezembro
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Marcos Pereira, afirmou ontem que Mercosul e União Europeia (UE) querem que o acordo comercial entre as duas partes seja anunciado em dezembro. Segundo ele, há uma maior disposição dos europeus em acelerar as negociações, em razão da saída do Reino Unido da UE e a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA. "Vamos envidar todos os esforços para que em dezembro possamos anunciar o acordo fechado, pelo menos no nível político, os tópicos macro, para que no ano que vem os técnicos façam a finalização técnica e efetivamente possamos assinar até fim do ano que vem", declarou o ministro, afirmando que o prazo de dezembro foi combinado com a comissária de comércio da UE, Cecilia Malmstrom, e demais membros do Mercosul. O principal impasse, armou Pereira, está ligado a um pedido do governo brasileiro para que se aumente a cota para carne bovina e etanol. "A França e a Irlanda são muito resistentes", disse. (Jornal do Comércio) 
 
 

 

Porto Alegre, 10 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.477

 

Produção de derivados lácteos marca Simpósio na cidade de Três de Maio (RS)

Competitividade do mercado, produção de novos derivados e perfil do consumidor foram os assuntos que pautaram a mesa redonda "Inovações e legislação de produtos lácteos", que ocorreu na última sexta-feira (07/4), durante o 2º Simpósio Estadual de Derivados Lácteos, no município de Três de Maio (RS). Promovido pelo curso de Tecnologia em Laticínios da Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM), o debate teve a participação do secretário executivo do Sindicato das Indústrias dos Laticínios (Sindilat/RS), Darlan Palharini.

Palharini falou sobre a exportação de leite gaúcho, atividade que deve ter uma política industrial de incentivo no Estado. "Temos padrão para competir no mercado interno e também devemos fazer frente ao mercado internacional", afirmou. Ele destacou, ainda, os desafios de conhecer e traçar o perfil dos consumidores de lácteos, assim como seus hábitos de consumo, a fim de criar e oferecer novos produtos. "É uma grande questão que a indústria e a cadeia do leite têm para poder criar novas linhas", conclui.

Frisando a necessidade de inovação, a doutora em Ciência Animal e professora do SETREM, Vanessa Gass da Silveira, coordenadora do evento, pontuou o andamento das leis vigentes no país. "A legislação brasileira é um pouco atrasada, o que impede a criação de novos produtos", disse, destacando a necessidade da criação de debates sobre o assunto. Vanessa evidenciou que o diferencial do evento foi o enfoque dado aos derivados lácteos. "Não há como fazer um bom derivado sem um bom leite", afirma. Além disso, a produção de queijo artesanal e leite orgânico também foram discutidos.

O 2º Simpósio Estadual de Derivados Lácteos, realizado de 6 a 7 de abril, contou com cerca de 300 participantes, entre produtores, técnicos, professores, acadêmicos e representantes de indústrias e agroindústrias que acompanharam as palestras e workshops. Também participaram da mesa redonda representantes do Instituto Senai, da Secretaria da Agricultura e UFSM. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Conseleite/MS 

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 07 de abril de 2017, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de março de 2017 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de abril de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul)

  
 
 
Portaria vai detalhar regras

O secretário executivo do Ministério da Agricultura (Mapa), Eumar Novacki, disse ontem, em Porto Alegre, que a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, demonstrou que "não há mais lugar no mercado para aqueles que querem burlar a legislação". Convidado pela Famurs para participar do Seminário dos Secretários Municipais de Agricultura, Novacki falou sobre o impacto da investigação no mercado nacional de carnes e ouviu reivindicações dos participantes do evento. Um dos motivos para a convicção de que o cerco a eventuais irregularidades tornou-se eficiente é a modernização do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal(Riispoa), com normas que entraram em vigor em 29 de março e aumentam as penalidades, estabelecendo inclusive a perda da inscrição no Serviço de Inspeção Federal (SIF) para empresas que cometerem três irregularidades gravíssimas em um ano. Em complemento à modernização do Riispoa, o Mapa deve publicar, nesta segunda-feira, uma portaria que estabelece os sistemas de controles internos da pasta. 

O objetivo é estimular as empresas do setor a também contarem com o mecanismo, estabelecendo regras claras de relações com o fiscal agropecuário. "Há procedimentos que queremos deixar transparentes, colocando o que pode e o que não pode", destacou, referindo-se inclusive apresentes de final de ano que as empresas enviam aos fiscais. Novacki afirmou, ainda, que os últimos acontecimentos não alteram o planejamento para a retirada da vacinação contra a febre aftosa. No entanto, ressalvou que a prioridade é obter o certificado de país livre da doença com vacinação, já que ainda há três estados que não são considerados zonas livres : Acre, Amazonas e Roraima. A previsão é de que esta etapa esteja superada até abril de 2018. Porém, não há prazo para dar início à retirada da vacina. "Precisamos fazer isso sem atropelos", salientou. (Correio do Povo)

 

Mudança na lei trabalhista
As mudanças nas relações de trabalho deverão ter um impacto direto no planejamento das empresas brasileiras. Para entender e aprofundar ideias sobreo que pode mudar na legislação, as federações das indústrias do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná promovem o 1˚ Fórum Sul Brasileiro de Relações do Trabalho, no dia 17 de abril, na sede da Fiergs, em Porto Alegre. O encontro, que terá a presença do Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira de Oliveira, deverá ser marcado pela assinatura da Carta de Porto Alegre. No documento, os presidentes das federações e o presidente da Confederação Nacional da Indústria(CNI), Robson Braga de Andrade, apresentam as expectativas sobre as alterações nas leis trabalhistas. Participam juízes do trabalho, senadores, deputados federais e empresários. Na programação estão previstos dois grandes painéis: "As Relações de Trabalho e os Caminhos Rumo à Empregabilidade"; "O Papel do Congresso Nacional na Modernização Trabalhista". O evento será realizado no próximo dia 17, no Salão de Convenções da Fiergs (avenida Assis Brasil, 8787, no bairro Sarandi), das 8h às 13h.As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por meio do endereço https://forumrt.eventize.com.br/index.php?inscricao. (Correio do Povo) 
 
 

 

Porto Alegre, 07 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.476

 

 Importações acumuladas ainda são 55% maiores que em 2016

Nos três primeiros meses do ano as importações de lácteos somaram cerca de 404 milhões de litros de leite equivalente, cerca de 55% a mais do que no mesmo período de 2016; no mesmo período, as exportações, medidas em equivalente-leite, tiveram um aumento bastante modesto, de 2,6%, em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Apesar de tudo, o ritmo dos importados parece começar a cair, com o saldo da balança comercial apresentando a terceira queda consecutiva do ano. Em março, em termos de volume, o déficit foi de 10,5 mil toneladas, valor 16% menor em relação ao de fevereiro. Já em termos de valores, o déficit foi de 38,5 milhões de dólares, apenas 1% menor em relação ao último mês.

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto. Fonte: MDIC. 

Neste mês, o volume importado caiu 5% em relação a fevereiro, totalizando 15,8 mil toneladas. Em termos de valores, a queda foi de 3% e o total foi de US$51,9 milhões.  A redução foi observada, principalmente, no volume de leite em pó integral e desnatado. O total das importações do produto em pó integral foi de 7,5 mil toneladas, enquanto que o do pó desnatado foi de 2,6 mil toneladas. Estes valores são 23% e 4% menores que o volume adquirido em fevereiro, respectivamente. 

Vale ressaltar que a menor produção nos principais países fornecedores do Brasil, a Argentina e o Uruguai, impactou na queda do volume adquirido de leites em pó. Do produto argentino o montante importado foi 16% menor e as importações a partir do Uruguai foram 26% menores. 

Em relação às exportações, as movimentações foram positivas. Em março, o volume exportado foi 29% maior em relação a fevereiro, totalizando 5,2 mil toneladas. Por outro lado, o valor pago mostrou queda, de 8%, totalizando US$ 13,4 milhões.

Avaliando as importações em equivalente-leite, o volume importado acumulou 117,8 milhões de litros, valor 12% menor em relação ao mês passado. Já comparado com o mesmo período do ano anterior, março de 2016, as importações apresentam uma queda maior, de 15%. As exportações, por sua vez, totalizaram um volume em equivalente-leite de 27,9 milhões de litros, que foi 8% maior em relação a fevereiro. Mas, quando comparado com março de 2016, esse volume é 86% superior.

O saldo na balança comercial de lácteos em equivalente-leite também apresentou queda no mês de março. O déficit foi cerca de 90 milhões de litros, 16% menor que o mês anterior e 27% menor que o mesmo período de 2016. Estes dados podem ser verificados no gráfico 1 a seguir:

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial de lácteos em equivalente-leite (milhões de litros/mês). (MilkPoint)

 
 
Diretor do Mapa é eleito presidente de comissão de luta contra aftosa na América Latina

A erradicação da febre aftosa do continente americano é o tema central da 44ª Reunião Ordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), que começou nesta quinta (6) e termina hoje (7), em Pirenópolis (GO). No primeiro dia do encontro, o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, foi eleito presidente da Cosalfa para o período 2017-2018. O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, representou o ministro Blairo Maggi na abertura do evento. Em seu discurso, Rangel destacou o trabalho de mais de 40 anos da comissão no combate à aftosa na região.

Os participantes do evento estão analisando a situação do Programa Hemisférico de Erradicação da Febra Aftosa (PHEFA) e os desafios da próxima etapa, a partir do Plano de Ação 2011-2020. Eles vão propor ações voltadas ao projeto de criação de um Banco Regional de Antígenos/Vacinas da Cosalfa (Banvaco), ao manejo das cepas de febre aftosa de fora da região e à necessidade de manter o sorotipo C nos programas de vacinação sistemática. O financiamento das atividades contra a doença, a fim de obter o status de zona livre sem vacinação, também está em discussão. Segundo Guilherme Marques, é preciso criar e manter condições sustentáveis para garantir o status do Brasil livre da febre aftosa sem vacinação. Para tanto, ressaltou, é necessário implementar uma séria de ações. Entre elas, a melhoria do sistema de segurança, com resposta mais rápida de todo serviço veterinário, diagnóstico de forma ágil e a reação do sistema com vista a debelar rapidamente eventuais focos.

A manutenção do status de livre de aftosa, acrescentou Guilherme Marques, também exige o incremento de barreiras primárias para evitar os riscos externos de introdução da doença. Entre eles, o bioterrorismo, que não pode ser desconsiderado nos países da América do Sul, tendo em vista o patrimônio pecuário da região e seu papel fundamental no fornecimento de alimentos para o mundo. O encontro reúne 26 representantes dos 13 países que compõe a Cosalfa: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai. A reunião da Cosalfa é promovida pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), com apoio do governo do Brasil, por intermédio do Mapa, e do governo de Goiás. (As informações são do Mapa)

Criadores usam cevada na ração de vacas leiteiras para reduzir custos
 

A cervejinha gelada apreciada pelos brasileiros ajudou produtores de leite a economizar em 2016, quando muitos pensaram em abandonar a atividade por não conseguirem bancar os custos de produção. O resíduo da cevada, matéria-prima das cervejarias, volta para o campo na forma de um ingrediente eficiente e barato para integrar a ração das vacas leiteiras. Na ponta do lápis, no ano passado, o subproduto se mostrou vantajoso, pois aliviou o bolso do produtor, que estava pagando caro pelos cereais. Os estudos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) mostram que os preços dos concentrados, que representam 40% do custo de produção da pecuária leiteira, subiram 13,8% de janeiro a novembro do ano passado, impulsionados pela alta das cotações dos grãos, principalmente do milho. Para quem não lembra, o cereal bateu recordes de preços, forçando os pecuaristas a buscar alternativas mais baratas.

A Fazenda Real, que fica em Cabrália Paulista (SP), encontrou uma solução misturando o resíduo de cervejaria na ração. O gerente da propriedade, Laurival Santos Freitas, afirma que os custos foram reduzidos em 25%. "É o que tem segurado a dieta dos animais", explica. O preço compensou: o funcionário da fazenda afirma que, no final do ano passado, comprou a tonelada da cevada úmida por, em média, R$ 120, sem frete. Já a tonelada de farelo de milho custava em torno de R$ 750 e a de soja R$ 1.350. Outro ponto importante é que a fazenda consegue ensilar 2.000 toneladas de cevada, o que garante preços ainda mais baratos e o abastecimento o ano todo, mesmo em épocas quando o brasileiro bebe menos cerveja, como no inverno.

Além disso, houve incremento na produção e Laurival atribui o resultado à cevada. Cada uma das 450 vacas da fazenda está dando cerca de 5 litros de leite a mais na comparação com o ano passado. Juntas, fizeram a captação saltar de cerca de 7.500 para 10.600 litros por dia. "Se tiramos a cevada bruscamente, elas ficam estressadas e 'protestam' dando menos leite, algo em torno de 10% a menos logo no dia seguinte", diz Laurival. Ele explica que essa reação acontece porque os animais realmente adoram a "cerveja sólida". Isso porque ela vem um pouco úmida, o que facilita a digestão de outros farelos mais secos, além de deixar o resíduo mais gostoso. Mas não pense que elas ficam bêbadas: o líquido não é fermentado, logo, não é alcoólico. Elas só ficam mais gordinhas, iguais aos beberrões humanos, pois acabam comendo mais a ração.

A sobra do processo industrial da bebida também é boa fonte de energia, podendo representar até um terço da mistura, sem perder a qualidade e produtividade do leite, já que tem de 30% a 40% de matéria seca. Tem ainda um excelente aproveitamento em termos de fermentação ruminal, o que garante energia aos bovinos através de seus ácidos graxos voláteis. O resíduo garante também uma fermentação mais estável, mantendo o pH ruminal em níveis mais favoráveis para o bom funcionamento da digestão bovina. É rico em proteína bruta não degradável no rúmen, com cerca de 55% da composição, aumentando a eficiência da alimentação. O zootecnista Sérgio Roberto, que atende clientes da Cevatrans, empresa que comercializa o resíduo, diz que o uso do produto é muito oportuno, uma vez que nos primeiros 70 dias do pós-parto a exigência desse tipo de proteína aumenta em até 45%. Por isso, melhora o desempenho produtivo nesse período.

Balanço energético
E mais importante: ajuda ainda a controlar o desafio do balanço energético negativo que a vaca estará enfrentando nesse período, explica o zootecnista Sérgio Roberto. Entretanto, há um limite para incorporar a cevada à ração, pois ela não substitui totalmente os grãos, só reduz sua dependência. "A cevada não pode substituir 100% da base concentrada da dieta de vacas leiteiras, principalmente de alta produção, por conta de seu alto teor de fibras. Se tirar os grãos, há deficiência energética", explica Sérgio.

Se para os grandes a cevada já ajuda a continuar na pecuária leiteira, para os pequenos produtores a cevada significa resistência. O pequeno produtor João Bueno, de Natividade da Serra (SP), só não desistiu de produzir leite por causa da cevada. "Se não fosse isso, não teria condições de continuar. Com o milho custando mais de R$ 60 a saca aqui na região, eu ia desistir. Tenho de fazer conta de tudo, para tirar algum lucro. Se não faço isso, por ser pequeno produtor, eu deixo a atividade", diz João. Por pouco, suas 15 vacas girolando não foram para o brejo. "A seca foi muito brava em 2016. O pasto não vingou e, para minhas 'bichinhas' não morrerem, incrementei a dieta delas com cevada, que é bem mais barata que o milho e ainda ajuda a aumentar a quantidade de leite", explica.

Ele também investiu no silo, com capacidade de 50 toneladas, para não correr mais riscos de ficar sem o subproduto. Mas em 2016 ele não teve dificuldades em comprar a cevada. "Acho que os gringos que vieram para as Olimpíadas ajudaram a beber a cerveja aqui no Brasil", brinca. Apesar das vantagens de adotar a cevada na alimentação bovina, o subproduto não vale para todo mundo. Certamente, o primeiro ponto é o preço. É preciso que seja mais barato que os produtos tradicionais, como os farelos de soja e milho, e também que outros subprodutos, como a polpa cítrica e o caroço de algodão. Outro ponto é observar o retorno do animal quanto à produtividade de leite. Se baixar a quantidade de litros, é preciso fazer a conta para checar se a redução dos custos compensa. A logística é um fator importante a ser considerado, visto que o frete precisa compensar a escolha. Por isso, o ideal é que as fazendas estejam localizadas, em média, até 200 quilômetros de uma fábrica de cerveja. (Revista Globo Rural)

Unilever anuncia reestruturação e saída do negócio de margarinas
 
A gigante anglo-holandesa de bens de consumo Unilever anunciou nesta quinta-feira (6) planos para sair da divisão de margarinas, combinar duas de suas principais unidades de negócio e impulsionar os retornos para os acionistas com um maior dividendo e um programa de recompra de ações. As medidas são resultado de uma revisão estratégica e surgem num momento em que o presidente Paul Polman tenta acalmar os investidores, depois de rejeitar uma oferta de aquisição de US$ 143 bilhões feita pela rival Kraft Heinz. A empresa, que inclui as marcas Hellmann's e Dove, disse que o futuro do negócio de margarinas - onde é dona das marcas Becel e Flora, entre outras - está agora "fora do grupo" e será vendido ou separado das operações principais. Os analistas estimam que a unidade pode valer entre 7 bilhões de euros e 8 bilhões de euros. Apesar do crescimento lento, a unidade não é apenas mais um negócio para a Unilever. A empresa foi formada em 1929 por meio de uma fusão entre a fabricante de sabão britânica Lever Brothers e a empresa holandesa de margarinas Unie, fundada em 1872. 

 
A Unilever anunciou também que vai combinar as unidades dos alimentos e de bebidas, com o objetivo de impulsionar o crescimento e reduzir custos. No geral, a companhia disse que as várias iniciativas permitirão reduzir os custos de 4 bilhões de euros a 6 bilhões de euros. A empresa também anunciou que pretende recomprar até 5 bilhões de euros em ações este ano e que vai aumentar os dividendos em 12%. A última recompra de ações da Unilever ocorreu em 2007. Seu último dividendo especial foi em 1999. O objetivo da companhia, após a reestruturação, é atingir uma margem operacional de 20% em 2020, em comparação com 16,4% em 2016. A empresa tem lutado para crescer volumes nos últimos trimestres, contando com aumentos de preços para aumentar a receita, algo que Polman considera insustentável. Nas bolsas, a cotação da Unilever recuou nos meses anteriores à abordagem da Kraft, por conta de um crescimento mais lento das vendas em 2016, afetada por problemas em grandes mercados como a Índia e o Brasil. As ações da companhia sobem 1,15% em Londres na manhã desta quinta-feira, para 39,85 libras. (Valor Econômico)
 

 
Megafusões de empresas de pesquisas agrícolas preocupam Blairo Maggi
Os governos deveriam intervir nas megafusões de empresas de pesquisas agrícolas, a fim de garantir mais opções na área de tecnologia voltadas para o setor, alertou o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), ao participar do Fórum Mundial de Agricultura, em Buenos Aires. "As grandes fusões podem deixar o produtor rural dependente de poucas empresas, sem concorrência. Isso pode provocar mais custos para a produção de alimentos. " Nos últimos 40 anos, destacou o ministro, o Brasil passou de importador de alimentos para um dos maiores exportadores do mundo, graças aos investimentos em pesquisa e em inovação. Ao enfatizar que a opção do país é pela sustentabilidade, Maggi apresentou números da Embrapa Imagem mostrando que 61% do território brasileiro estão preservados. "Embora tenhamos o maior rebanho comercial do mundo, com 220 milhões de cabeças, a pecuária ocupa apenas 19% do território, e a agricultura, cerca de 8%", ressaltou Maggi. Além do representante do governo brasileiro, o evento em Buenos Aires, na quarta-feira (5), contou com a participação de ministros da Agricultura da Colômbia e do México. (As informações são do Mapa)
 

 

Porto Alegre, 06 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.475

 

  Cooperativa Piá elegeu sua nova diretoria

Com a presença recorde de 1.321 associados, a Cooperativa Piá elegeu sexta-feira (31) a sua nova diretoria, conselho de administração e conselho fiscal.  Para a diretoria foram eleitos Jeferson Smaniotto (Presidente), Darcísio Braun (Vice-Presidente) e Rogério Klering (secretário). 

O conselho de administração será composto por: Antônio Normelio Lauer, Fabricio Perin Dalagnol, Inácio Zeno Franzen, Ari Arsenio Boelter, Remidio Frank, Fabio Wobeto, Liceo Hoff e Luiz Carlos Weber. Os suplentes são Gerson Neumann, Eloir Paulo Costa e Jonas Gottschalk. O conselho fiscal será composto por Maicon Weber, Algemiro Kasper, Luciano Reichert, tendo como suplentes Geraldo Dapper, Vera Zimmer e Ronaldo Espig.

Antes da eleição dos novos dirigentes, os associados da Piá aprovaram a prestação de contas relativas a 2016. A cooperativa teve receitas de R$ 708,7 milhões, um aumento de 5,27% em relação aos R$ 673,3 milhões obtidos em 2015. O resultado foi de R$ 22,2 milhões negativos, motivado pelos investimentos na nova fábrica de iogurtes, inaugurada em março, e que teve sua capacidade de produção triplicada. (Assessoria de Imprensa Piá)
 
 
 
Milhares de produtoras de laticínios britânicas podem fechar devido à dívidas

Várias empresas de laticínios podem ser forçadas a fechar no Reino Unido neste ano devido à queda nos preços do leite e ao aumento da dívida que atinge um nível de crise para os fazendeiros em todo o país. A National Farmers Union (NFU) disse que muitos produtores de laticínios estão sem fôlego, operando com perda e não conseguem mais receber financiamento dos bancos. "Estamos ansiosos para sair da indústria até o final deste ano quando muitos fazendeiros usarão suas economias", disse o presidente da organização Rob Harrison, que também gerencia sua própria fazenda de laticínios, que teve uma perda de US$ 150 mil na receita em 2016.

Atualmente, existem em torno de 10,5 mil produtoras de laticínios em toda a Inglaterra, Escócia e no País de Gales. Segundo matéria da Nutrition Savvies, há 10 anos, esse número era mais próximo de 21 mil. O Conselho de Desenvolvimento Agrícola e Hortícola (AHDB) acrescentou que as explorações de laticínio britânicas que não estão com um contrato alinhado têm enfrentado perdas e faz uma avaliação sombria sobre o número de empresas que permanecerão em operação nos próximos meses. A Royal Association of Dairy Farmers diz que cinco fazendas têm fechado a cada semana e essa taxa pode aumentar. O analista da indústria Ian Potter da Ian Potter Associates prevê que pode haver menos de cinco mil produtoras de laticínios no Reino Unido em 10 anos. (Fonte:24Brasil/Guialat)

FUNDO DE INOVAÇÃO DO BNDES INVESTE EM STARTUP VOLTADA AO GADO LEITEIRO

O Fundo Criatec 3, fundo de fomento à inovação do país criado pelo BNDES, anunciou hoje sua primeira investida em uma startup do segmento de pecuária de precisão. A Chip Inside, do Rio Grande do Sul, receberá R$ 2 milhões de investimentos. Localizada em Santa Maria, a startup nasceu em 2010 dentro da Universidade Federal da cidade, a UFSM. Especializada no monitoramento em tempo real e com alta precisão do comportamento e do ciclo reprodutivo do gado de leite, tem como principal diferencial uma solução de coleta de dados que permite a detecção dos níveis de ruminação, atividade e ociosidade do animal.

Segundo a Inseed investimentos, que faz a gestão do Criatec 3, o monitoramento de saúde e reprodução de bovinos ocorre por uma coleira colocada no animal, que monitora 24 horas por dia o nível de ruminação, atividade e ócio. Além disso, o sistema possui um conjunto de antenas e um software de gestão, monitoramento e diagnóstico. Através dele o produtor consegue monitorar o status de saúde dos seus animais, recebendo no seu celular diariamente se existe algum animal alterado que deve ser observado ou examinado. É possível ainda efetuar o diagnóstico precoce de doenças que estão em estágio incipiente.

O mercado alvo da Chip Inside são propriedades de produção intensiva com um rebanho em lactação de 30 a 400 animais. Para os CEOs da startup, Leonardo Guedes e Thiago Martins, a entrada do Criatec irá contribuir para grande alavancada da empresa. "Hoje a empresa monitora cerca de 1,5 mil animais. Com o aporte a expectativa é que a empresa chegue 8 mil animais em 2017", diz Martins. A empresa espera chegar a 100 mil animais monitorados até 2021. (As informações são do jornal Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint)

CNA PROPÕE REFINANCIAR DÍVIDA DOS PRODUTORES COM O FUNRURAL

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, pediu nesta terça (4) ao governo federal a criação de um Programa Especial de Recuperação Fiscal (REFIS) para os produtores em débito com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). João Martins se reuniu, no Palácio do Planalto, com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Moreira Franco, para discutir a questão.

A CNA defende "como medida de justiça social e econômica para o setor agropecuário, que há anos contribui para o crescimento do país", a renegociação de valores decorrentes das ações ajuizadas por produtores questionando a constitucionalidade do Funrural. Nos últimos anos, uma parcela dos produtores deixou de depositar em juízo porque obteve decisões favoráveis na Justiça quando questionava a constitucionalidade da contribuição.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na semana passada, pela constitucionalidade do Funrural recolhido pelo empregador rural pessoa física.  "A proposta da CNA é a de que o passivo seja refinanciado sem juros e sem correção. O que não se pode, de uma hora para outra, é estrangular a produção agrícola brasileira que vai muito bem", afirmou João Martins. O presidente da CNA disse ainda que os produtores afetados pela decisão do STF "podem ter certeza" de que a entidade está em busca da melhor solução possível.

O ministro Moreira Franco afirmou entender perfeitamente a reivindicação da CNA, "de permitir o pagamento parcelado do tributo". "A CNA pede, com muita Justiça, o que já foi feito no passado quando, em um caso semelhante, foi dada pelo governo a possibilidade do pagamento parcelado", disse o ministro.

Para Moreira Franco, existe "grande possibilidade" da CNA, em conjunto com o Ministério da Fazenda, "encontrar uma solução que dê segurança, dê estabilidade ao setor agropecuário que é fundamental para a economia brasileira".

Durante o encontro ficou decidido que a proposta será avaliada em conjunto pela Confederação e pelo Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida. (As informações são da Assessoria de Comunicação CNA)
 

 
Mais uma alta dos preços dos lácteos no atacado
No mercado atacadista de lácteos, considerando a média de todos os produtos pesquisados pela Scot Consultoria, os preços subiram 0,9% na segunda quinzena de março, em relação à primeira metade do mês. A maior concorrência pela matéria-prima (leite cru), com a produção em queda no país, dá sustentação aos preços no atacado, mas do lado da demanda, o cenário é ruim, com dificuldades de escoamento na ponta final da cadeia. Existe pressão de baixa por parte do varejo e redes atacadistas com relação às cotações dos produtos lácteos. O preço do leite longa vida andou praticamente de lado nas últimas semanas, corroborando com o cenário de dificuldade de escoamento do produto. De qualquer maneira, para o curto prazo, a produção de leite em queda é um fator de sustentação das cotações. (Agrolink)
 

 

Porto Alegre, 05 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.474

 

  Fenasul terá Festival Gastronômico de lácteos

A Fenasul 2017 trará novidades aos gaúchos. A exposição, que ocorre anualmente em Esteio, contará com Festival Gastronômico de produtos lácteos, uma promoção do governo do Estado em parceira com o Sindilat e outras entidades ligadas ao segmento. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (5/4) pelo secretário da Agricultura, Ernani Polo, em apresentação do novo conceito da feira, na Casa da Ocergs no Parque de Exposições Assis Brasil. A ideia é transformar o evento em uma "miniexpointer" com atrações especiais ao público da cidade. "Além de destacar a produção, pretendemos saudar os derivados. Atrair consumidores do entorno de Porto Alegre para promover e conhecer esses produtos. Mais do que promover a produção, queremos estimular o consumo", frisou Polo.

A ideia foi encampada pelos laticínios gaúchos. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ressaltou que será um momento especial para as empresas apresentarem a qualidade dos lácteos produzidos no Rio Grande do Sul, e para os consumidores conhecerem mais sobre eles. "Este é o primeiro evento em Esteio, mas a ideia é construir uma tradição. É hora de o consumidor da região Metropolitana aproveitar e experimentar", salientou, lembrando que a meta é fomentar o consumo de queijos.

A mudança no conceito da mostra deve marcar os 40 anos da Expoleite e a 13ª edição da Fenasul. Na programação, também terá destaque a confecção do maior arroz de leite do Brasil, que será elaborado com 1,3 mil litros de leite e 180 quilos de arroz, entre outros ingredientes, e distribuído ao público presente. A exposição ainda terá feira de artesanato e de produtos da agroindústria familiar. "Esse é um setor que, mesmo estando sempre abaixo de mau tempo, segue respondendo. Vamos trazer o público urbano para que ele entenda nosso dia a dia e nossas dificuldades", pontuou o diretor de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong.

Quem for à Fenasul também poderá conferir o 2º Rodeio de Esteio e provas de diferentes raças. Além da mostra de gado leiteiro, a feira integrará a Expovinos e provas do cavalos árabe e cavalo crioulo.

A programação do Sindilat na Fenasul ainda inclui palestras técnicas sobre sanidade na produção leiteira, como os cuidados contra tuberculose e brucelose. Segundo Guerra, as ações contarão com apresentação teatral para ajudar a atrair o público infantil ao parque. "Junto, o setor pode dar saltos maiores e ser sempre mais produtivo", ressaltou.

A Fenasul será de 24 e 28 de maio, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). A realização é da Secretaria da Agricultura e Gadolando com apoio Sindilat, Farsul, Apil, Ocergs, Fetag, Febrac, ABCCC e Federação Gaúcha de Laço. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Foto: Carolina Jardine
 

 
Aslore vai capacitar cooperativas de reciclagem

A diretoria da Associação de Logística Reversa de Embalagens (Aslore) reuniu-se na tarde desta terça-feira (4/4), na Fiergs, em Porto Alegre, para apresentar a prestação de contas do ano passado e tratar dos projetos previstos para 2017. Ficou definido que parte do orçamento deste ano será destinado à ações educativas, envolvendo indústrias, prefeituras e escolas, que abordem a importância da separação de resíduos. Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que é diretor do Conselho Administrativo da Aslore e esteve presente no encontro, também foi decidido que o recurso disponível será revertido para trabalhos junto às cooperativas que atuam com reciclagem.

"O objetivo é melhorar a capacitação profissional e a estrutura física das cooperativas de catadores", relatou Guerra. Das indústrias ligadas ao Sindilat, sete fazem parte da Aslore: CCGL, Languiru, Laticínios Bio, Piá, Rasip, Santa Clara e Santa Mônica. O dirigente chama a atenção para a importância dos laticínios participarem de iniciativas com esta. "Além de atender a legislação, tem a questão da responsabilidade ambiental que as empresas precisam ter", disse. Guerra destaca, ainda, que as indústrias que querem exportar "precisam ser sustentáveis", lembrando das exigências do mercado internacional. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Exportações norte-americanas de lácteos em números

Exportações/EUA - O mundo precisa do leite da América, e a economia norte-americana precisa do mundo. A demanda pela rica proteína do leite está crescendo. Consequentemente, as exportações norte-americanas de lácteos, quadruplicaram desde o ano 2.000, chegando a US$ 4,9 bilhões em 2016. Nossos cinco maiores mercados são: México (US$ 1,2 bilhões); Sudeste Asiático (US$ 671 milhões); Canadá (US$ 632 milhões); China (US$ 384 milhões); e América do Sul (US$ 280 milhões).

  

Fontes: U.S. Departamento de Agricultura (USDA); U.S. Departamento de Comércio; U.S. Conselho de Exportação de Lácteos (USDEC); Federação dos Produtores de leite (NMPF); dados de 2016; indústria de laticínios, dados de 2015. Empregos e impactos econômicos estimados para as exportações de 2016 usando fórmulas do Escritório de Análises Econômicas. Detalhes sobre a produção regional. (Usdec - Tradução livre: Terra Viva)

 

 
MAGGI CRITICA BUROCRACIA E MOROSIDADE EM NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS NA AMÉRICA DO SUL
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, criticou nesta terça-feira, dia 4, a burocracia e a morosidade das negociações de comércio entre os países da América do Sul. Ele participa de reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), que se realiza em Buenos Aires, Argentina, nesta terça-feira e na quarta. O CAS é um conselho de ministros de Agricultura para discutir não só o comércio, mas questões como biotecnologia, sanidade animal e vegetal, entre outros temas voltados ao agronegócio. Na avaliação do ministro, se não houver vontade política para decidir as questões pendentes que existem entre os países da região, vão se passar mais 10 anos de reuniões e nada será solucionado. Ele afirmou que os países precisam ser mais transparentes e diretos em suas negociações para que as parcerias sejam definidas. "Temos tantos assuntos pendentes e as coisas não avançam, se não houver vontade política", disse. Maggi relatou que, para resolver todas as pendências, precisaria de pelo menos três dias com o ministro da Argentina, mais dois com o ministro do Uruguai, assim por diante. Ele citou, como exemplo, questões pendentes de carnes e mandarinas (frutas cítricas) entre Argentina e Brasil. Ele disse que os técnicos vão sempre criar barreiras para proteger os produtores locais. "O Uruguai não aceita que o Brasil venda iogurte para lá porque não temos como comprovar que ali só tem leite brasileiro", lamentou. "Se quisermos avançar, vamos ter de ser claros e transparentes", concluiu. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)
 
 

 

Porto Alegre, 04 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.473

 

  Programa de auxílio às indústrias pautará reunião de associados do Sindilat

O Programa Brasil Mais Produtivo, iniciativa do Governo Federal para aumentar a produtividade em setores de indústrias brasileiras, será um dos assuntos discutidos na próxima reunião de associados do Sindicato da Indústria dos Laticínios (Sindilat/RS). Previsto para acontecer no dia 18 de abril, às 13h30min, na sede do Sindicato, o encontro contará com a presença do gerente de operações Wanderlei Zamberlam e da coordenadora técnica Maria Julia Ledur Alles, ambos do Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, que apresentarão os benefícios e as possibilidades de acesso das indústrias lácteas ao programa, além de esclarecer dúvidas dos associados. 

O Programa Brasil Mais Produtivo trata-se de uma consultoria cujo objetivo é aumentar em pelo menos 20% a produtividade das pequenas e médias indústrias participantes, conforme adianta Zamberlam. "É uma forma de otimizar os processos de fabricação e de produzir de maneira mais eficiente", afirma. Ele ressalta que o investimento pode dar um bom retorno às indústrias e a curto prazo. "Já tivemos casos de setores de empresas que aumentaram em 80%". 

Segundo dados do Instituto SENAI, o programa tem duração de 120 horas executadas dentro da empresa, ao longo de três meses, com o custo de R$ 18 mil. Deste valor, a empresa paga R$ 3 mil, e o restante é subsidiado pelos parceiros do programa (APEX, ABDI e SENAI). A iniciativa é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e executado pelo SENAI em todo o Brasil. Ao todo, cinco setores industriais são abrangidos: alimentos, metalmecânico, moveleiro e vestuário e calçados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
GDT: Leve alta nos preços do leite em pó integral; Desnatado estável

Os preços médios dos lácteos comercializados no primeiro leilão GDT do mês de abril registraram alta de 1,6% e média final de US$3.005/tonelada. Para o leite em pó integral foi observada alta de 2,4% e preço médio de US$2.924/ton; os preços do leite em pó desnatado registraram leve variação negativa (-0,8%), fechando, em média, a US$1.913/tonelada. Também houve queda nos preços da manteiga (-1,6%) e do queijo cheddar (-4,4%), que apresentaram médias finais de US$4.751/tonelada e US$3.288/tonelada, respectivamente. (Fonte: GDT)


 

RS: renda e tecnologia animam jovens a permanecerem no campo, diz pesquisa

Uma pesquisa encomendada pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) ao Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS) revela que a condição financeira das famílias produtores de tabaco na região é um dos fatores que estão fazendo com que mais de 70% dos jovens construam seus projetos de vida na atividade rural.

A renda auferida, 73% superior à do trabalhador brasileiro (de R$ 1.926,73 enquanto que a média nacional é de R$ 1.113,00), é apenas um dos diferenciais do levantamento realizado no segundo semestre de 2016, que ainda pontuou que a tecnologia e a mecanização das atividades agrícolas também contribuem para esse desejo. Como a maioria das propriedades possui veículos - 8,6% das propriedades têm automóvel e 61,7% têm motocicletas - há uma maior facilidade para o deslocamento para estudos e lazer.

Ainda segundo o sindicato, a conectividade também já é uma realidade nas propriedades rurais: 48% contam com acesso à internet e 94% têm telefone celular. Outros dados são de que 80% das casas dos produtores de tabaco têm três ou mais dormitórios, 96% têm lavadoras de roupas e 99% tem TV em cores, sendo que 85,5% têm antena parabólica e 18% sinal fechado. E a modernização das lidas rurais se revela no fato de que 72% dos produtores têm trator e 13%, microtrator. 

"Verificamos um bom acesso a itens relacionados às condições de conforto, higiene e saúde, respaldado por um bom nível de renda. Os produtores de tabaco têm bom acesso às informações e também a condições satisfatórias para atualização e desenvolvimento da sua atividade. Eles também fazem uma boa avaliação de suas próprias condições de vida, ou seja, em geral mostram-se satisfeitos e realizados", disse o coordenador da pesquisa, professor Luiz Slongo.

Segundo o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, apesar do cenário positivo, é preciso que o governo fique atento a alguns problemas de infraestrutura que acabam influenciando na decisão do jovem de sair do campo. "Rodovias de acesso que permitam o escoamento da produção, serviços de saúde e de educação qualificados, acesso à energia trifásica, ou pelo menos bifásica, e à internet são alguns dos quesitos que precisam melhorar pelo que vimos no resultado da pesquisa", alerta Schünke. 

A pesquisa foi feita em um universo reduzido dos produtores de tabaco do Rio Grande do Sul e pode ser conferida na integra no site do Sinditabaco. (Canal Rural)

LEITE/CEPEA: BAIXA DEMANDA DIFICULTA REPASSE DA MAIOR VALORIZAÇÃO NO CAMPO

O avanço da entressafra elevou, pelo segundo mês consecutivo, o preço do leite recebido por produtores (que é referente ao produto entregue em fevereiro). A demanda enfraquecida, no entanto, limitou a alta no valor, que foi de apenas 1,4%, ou de 1,7 centavo/litro, considerando-se a "média Brasil" (GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA), que é calculada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. 

Em março, o preço médio líquido (sem frete e impostos) foi de R$ 1,2326/litro, 13,4% superior ao de março/16, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IPCA fevereiro/17). O preço bruto médio do leite (considerando-se frete e impostos) foi de R$ 1,3405/litro, alta de 1,4% frente a fevereiro/17 e de 12,6% em relação a março/16, em termos reais.

Segundo pesquisadores do Cepea, a captação de leite continuou em baixa em todos os estados acompanhados. De janeiro para fevereiro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) diminuiu 3,1%, sendo o terceiro mês consecutivo de queda. Minas Gerais e Santa Catarina tiveram as baixas mais significativas no período, de 5,05% e de 3,98%, respectivamente. A menor produção no campo acirrou a competição entre indústrias e laticínios para compra de matéria-prima em algumas regiões, o que influenciou a alta dos preços ao produtor. 

No geral, o desafio do setor se concentra no menor poder de compra de consumidores. De acordo com pesquisadores do Cepea, mesmo com o fim das férias escolares, a demanda não tem aumentado conforme as expectativas de agentes. Além disso, com a matéria-prima se valorizando no campo, o repasse desse aumento ao consumidor dificulta as vendas. Assim, os estoques de alguns derivados, como os queijos, têm aumentado.

No mercado atacadista do estado de São Paulo, agentes de mercado sinalizaram preocupações em relação ao aumento dos estoques de queijo muçarela, mas a ligeira melhora nas vendas deste derivado no final do mês elevou as expectativas de aumento de preços em abril. Os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados em março foram de R$ 2,59/litro e de R$ 15,16/kg, respectivamente, aumentos de 4,8% e 1,9% em relação a fevereiro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Para abril, representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea apontam novo aumento nos preços do leite recebidos pelo produtor; porém, as possibilidades de estabilidade no curto e médio prazos ganham força, devido à demanda enfraquecida. A maioria dos agentes entrevistados (63,2%), que representa 39,8% do leite amostrado, indica novas altas nos preços. Outros 34,2%, que representam 60,2% do volume amostrado, já acreditam em estabilidade. Apenas 2,6% dos colaboradores acreditam em possível queda nas cotações. (As informações são do Cepea-Esalq/USP)
 

 
ICPLeite/Embrapa
Pelo segundo mês consecutivo produzir leite ficou mais barato. O custo de produção de leite em fevereiro recuou -0,49%, em relação aos custos apurados para janeiro de 2017. Quando ocorre uma variação nos custos como o apresentado, configura-se um quadro conjuntural de deflação, ou seja, o inverso da inflação. Este resultado tem por base o Índice de Custos de Produção de Leite - ICPLeite/Embrapa, calculado pela Embrapa Gado de Leite. O principal motivo para esta retração nos custos se deu pela queda de preços na ração para vaca e nos farelos de soja, milho, trigo e algodão. Isto fez com que o grupo Concentrado tivesse queda de -4,00% no mês. O grupo Reprodução também apresentou queda de -0,07% nos custos. Os grupos Mão de obra e Sanidade não apresentaram variação de custos este mês. Os grupos Qualidade do leite e Sal mineral apresentaram variações positivas de 8,34% e 5,83%, mas seu peso relativo no cálculo de custos é baixo, o que não impactou o resultado final. Já Energia e combustível variou 0,61%. (Embrapa)
 

 

Porto Alegre, 03 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.472

 

 Sindilat participa de mesa redonda do 2º Simpósio Estadual de Derivados Lácteos

Com o intuito de despertar o empreendedorismo, discutir processos de industrialização de produtos lácteos e a legislação para o controle da qualidade, o curso superior de Tecnologia em Laticínios da SETREM - Sociedade Educacional Três de Maio promove, nos dias 6 e 7 de abril, o 2º Simpósio Estadual de Derivados Lácteos. O encontro, que ocorrerá no campus da instituição de ensino, em Três de Maio, irá oferecer palestras, workshops e debates com profissionais renomados da área. Representante do Sindilat participará de mesa redonda sobre "Inovações e legislação de produtos lácteos". 

O simpósio é voltado a acadêmicos dos cursos de Tecnologia em Laticínios, Tecnologia em Alimentos, Engenharia de Alimentos, Nutrição e áreas afins. O objetivo do evento, que prevê atividades simultâneas, é discutir processos de industrialização de produtos lácteos, inovações do setor, marketing, qualidade dos produtos, novas legislações e realidade do mercado atual. Produtores rurais, profissionais de indústrias e agroindústrias laticinistas e interessados também poderão participar.

Para participar dos workshops, é necessário se inscrever antecipadamente pelo link www.setrem.com.br. No site estarão disponíveis todas as informações sobre o simpósio, como regulamentos, instruções aos visitantes, contatos e informações sobre o evento anterior.

Programação 2º Simpósio Estadual de Derivados Lácteos:

Quinta-feira 6/04
8h - Workshop "Tecnologia de produção de queijo Mussarela", com Jansen Torres e Rodrigo Magalhães (DSM) - 8 horas de duração
8h - Workshop "Boas Práticas de Fabricação e Boas Práticas de Laboratório", com Maíra Magalhães (Cap-Lab) - 4 horas de duração
13h30min - Workshop sobre "Qualidade do leite e LINA - desafios do sistema de produção", com Maira Balbinotti Zanela (Embrapa Clima Temperado) - 4 horas de duração
19h30min - A abertura oficial e palestra "Ações da Embrapa para a cadeia produtiva do leite" com Maira Balbinotti Zanela
21h - Visita à sessão de pôsteres 
21h30min - Palestra "Tendências globais em produtos lácteos fermentados: o desafio da redução de açúcar", com Rodrigo Magalhães.

Sexta-feira 7/04
13h30min - Workshop "Iogurte grego", com Neila Richards(UFSM) - 4h de duração
13h30min - Workshop "Lei Estadual do Leite", com Danilo Cavalcanti Gomes (SEAPI-RS) - 4h de duração
13h30min - Workshop "Desenvolvimento e Inovação - conceito e tendências globais & novas regulamentações aplicadas aos produtos lácteos", com Geórgia Alvares de Castro Fernandes (Viva Nutrição) - 4h de duração
16h30min - Workshop "Novos conceitos regulatórios", com Geórgia Alvares de Castro Fernandes - 4h de duração
19h30min - Mesa redonda "Inovações e legislação de produtos lácteos", com Danilo Cavalcanti Gomes, Geórgia Alvares de Castro Fernandes, Neila Richards, representante do Sindilat e convidados. 
(Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Alemanha procura mudar as relações de fornecimento do leite
O Bundeskartellamt da Alemanha publicou um relatório provisório sobre o seu procedimento administrativo referente às condições de fornecimento de leite cru. No relatório, a autoridade governamental apresenta os resultados das suas investigações até agora e oferece propostas iniciais para formas alternativas e mais pró-competitivas de estruturar as relações de fornecimento entre os produtores de leite e as indústrias de lácteos. Os interessados no setor agora têm a oportunidade de fazer comentários.

Andreas Mundt, presidente do Bundeskartellamt, disse que suas investigações mostram que os contratos entre produtores de leite e indústrias de lácteos na Alemanha têm longos períodos de aviso e duração. Além disso, os produtores na Alemanha são geralmente obrigados a fornecer o leite que eles produzem exclusivamente para seus laticínios respectivos, com praticamente nenhuma possibilidade de mudar para outra companhia de lácteos.

"Este é um problema para os produtores e dificulta possíveis recém-chegados no setor de lácteos ou de laticínios que desejam estender suas atividades. Outra prática generalizada é que o preço do leite cru é estabelecido somente após a entrega e é baseado em preços de referência e sistemas de informação de mercado. Agora queremos intensificar as discussões com o setor sobre possíveis alternativas pró-competitivas". 

Desde abril de 2016, o Bundeskartellamt conduziu um processo relativo às condições para o fornecimento de leite cru produzido convencionalmente. Em particular, a combinação da duração do contrato e da obrigação de fornecimento exclusivo, do esquema de fixação de preços e de determinados sistemas de informação de mercado, são considerados problemáticos.

O Bundeskartellamt questionou 89 laticínios privados e cooperativos, que em 2015 adquiriram aproximadamente 30,9 milhões de toneladas de leite cru. Isto equivale a cerca de 98% do volume total de fornecimento de leite. As investigações da autoridade revelaram que, em 2015, 97,8% do volume de leite cru coberto pelas investigações foi vendido sob reserva de obrigações de fornecimento exclusivo. Além disso, os contratos para mais de metade do volume de fornecimento de leite cru só podem ser rescindidos com pelo menos dois anos de antecedência.

O período real de notificação pode ser consideravelmente mais longo, uma vez que os contratos relativos a 87,5% do volume total de fornecimento de leite só podem ser rescindidos uma vez por ano. Todos estes fatores causam uma estagnação na atividade do mercado, como expresso por uma taxa de mudança baixa. Por exemplo, a taxa de mudança em 2015 apenas respondeu por 1,0% do volume total de leite cru.

No relatório, o Bundeskartellamt oferece propostas para formas alternativas de estruturar as relações de fornecimento, por exemplo, períodos curtos de notificação, relaxando a ligação entre a relação de fornecimento e a adesão à cooperativa, estabelecendo preços antes da entrega e concordando com os volumes de fornecimento estabelecidos.

Em 2016, o Bundeskartellamt deu início a um processo administrativo para analisar as condições estabelecidas pelos lacticínios para o fornecimento de leite cru. Em um caso de teste, ele está examinando as condições de fornecimento estabelecidas pela grande empresa do norte da Alemanha, DMK (Deutsches Milchkontor GmbH) e sua empresa matriz, Deutsches Milchkontor eG.

No entanto, isso pode ser estendido para cobrir outras companhias de lácteos à medida que seja considerado necessário. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
 
Bloco Europeu quer exportar produtos lácteos para o país
A União Europeia (UE) está usando a crise gerada pela Operação Carne Fraca para tentar arrancar rapidamente do Brasil melhor acesso às suas exportações de produtos agroalimentares, apurou o Valor. Documento da UE aos 28 Estados¬membros para o debate sobre a "fraude da carne no Brasil" no comitê de ministros europeus de Agricultura, que acontece nesta segunda¬feira, faz um claro vínculo entre as duas questões, e eleva a pressão sobre o governo brasileiro para abrir o mercado.

No documento, a União Europeia relata que o comissário de saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, na visita que fez ao Brasil, na semana passada, pediu informações adicionais sobre os controles sanitários e concordou com um novo encontro técnico nos próximos dias para receber mais informações sobre as investigações da Carne Fraca. O documento sublinha que o comissário "aproveitou a oportunidade para destacar a forte insatisfação dos Estadomembros com as dificuldades no acesso ao mercado para exportações europeias de produtos agroalimentares ao Brasil, que contrasta com a abordagem transparente e construtiva em relação ao Brasil, inclusive na atual situação". A UE avisa que, dependendo dos controles reforçados, da evolução da situação e das respostas das autoridades brasileiras a demandas de medidas corretivas, a Comissão Europeia e os 28 Estados¬membros vão decidir se novas medidas serão necessárias em relação à importação da carne brasileira. A comissão vai também enviar auditores ao Brasil o mais rápido possível, provavelmente não antes de meados de maio. 

O Ministério da Agricultura registrou em comunicado que os técnicos da União Europeia, na visita a Brasília, além de discutirem controle e auditoria sobre a carne, apresentaram uma agenda comercial, que inclui a visita de técnicos brasileiros a empresas do bloco que desejam exportar para o Brasil. A UE quer exportar sobretudo produtos lácteos ao Brasil, além de embutidos, carne suína processada, frutas processadas e outros alimentos com valor agregado, que precisam passar por análise de risco. Para uma fonte do Ministério da Agricultura, os europeus vêm aproveitando o momento de fragilidade do Brasil, em meio a uma crise que questiona a qualidade da carne brasileira, para tentar avançar com sua pauta de exportações. Esse vínculo "é inadequado e uma espécie de ameaça"', reage uma importante fonte diplomática, em Brasília, considerando que a questão da carne tem em princípio que ser resolvida por mérito sanitário e científico. Desde 2003, a União Europeia reclama de barreiras do Brasil contra 65 produtos agrícolas do bloco. Alguns produtos foram liberados, mas a montanha de pedidos europeus continua. 

A UE quer que todos os 28 Estados¬-membros sejam tratados como um território único para os exames sanitários e fitossanitários. E isso dificulta decisões pelas autoridades brasileiras, para quem, às vezes, é melhor autorizar produto de um país e não de outro, já que a situação sanitária não é igual em todos os países europeus. Além disso, cada país da UE tem diferentes produtos prioritários na lista de pendências, e cada um quer ser o primeiro a ter seu exportador atendido. Do lado brasileiro, há o problema de falta de recursos para examinar os pedidos rapidamente. Na reunião de hoje entre os ministros de agricultura do bloco, em Luxemburgo, a fraude da carne no Brasil será o último item da agenda. A França quer a suspensão de todas as importações de carnes brasileiras, enquanto Portugal defende que nenhuma restrição adicional seja aplicada. Os outros países navegam entre os dois, segundo uma fonte. (Valor Econômico) 

 

 
USDA estima estoque de milho nos EUA em 1º de março em 8,616 bi de bushels
Os estoques de milho dos Estados Unidos alcançavam 8,616 bilhões de bushels (218,85 milhões de toneladas) no dia 1º de março de 2017, um aumento de 10% ante os 7,822 bilhões de bushels (198,68 milhões de t) apurados em igual data do ano passado. Os números foram divulgados na última sexta-feira, 31, no relatório trimestral de estoques do Departamento de Agricultura do país (USDA). bO resultado é 30,4% menor do que os 12,386 bilhões de bushels (314,6 milhões de t) verificados no dia 1º de dezembro de 2016. O volume ficou pouco acima da média das expectativas de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, de 8,551 bilhões de bushels (217,2 milhões de t). (As informações são do jornal O Estado de São Paulo e Dow Jones Newswires)
 

 

Porto Alegre, 31 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.471

 

Sindilat participa de reunião com Senai sobre tecnologias voltadas à indústria

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, esteve presente em encontro técnico com o Instituto Senai de Tecnologia de Alimentos e Bebidas, nesta quinta-feira (30/03). Na ocasião, foram apresentadas soluções em tecnologias que são ofertadas para a indústria de alimentos e como elas podem ser aplicadas na qualificação dos produtos de origem animal. Para Palharini, a iniciativa poderia prever programas voltados ao setor lácteo como forma de incentivar os laticínios no aperfeiçoamento de seus processos. O encontro foi organizado pelo Conselho da Agroindústria da Fiergs e também contou com a presença de representantes da Secretaria de Agricultura, Famurs, Asgav, Sips e Sicadergs.

O programa Brasil Mais Produtivo foi o destaque da apresentação. A iniciativa consiste em fornecer consultoria para empresas industriais de pequeno e médio porte em todo o Brasil, com objetivo de aumentar em pelo menos 20% a produtividade. Cada projeto é subsidiado pelo Governo Federal em R$ 15 mil e as empresas devem desembolsar R$ 3 mil. O programa é coordenado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e executado em parceria com o Senai, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Pecuaristas produzem leite com ecologia

A preocupação da população em ter a alimentação cada vez mais saudável tem provocado modificações que vão da indústria ao campo. Atentos à necessidade suprir a demanda dos consumidores, os produtores têm procurado se adaptar. A produção leiteira não foge a essa regra. Pensando nesse nicho de mercado, produtores familiares de Periquito, no Vale do Rio Doce, começarão a produzir leite agroecológico - ou orgânico -, sem fertilizantes químicos e agrotóxicos na plantação que serve de alimento ao gado. A expectativa dos envolvidos com o projeto é dobrar a produção de leite nas propriedades que estão inseridas do experimento inicial.

Além da não utilização de agrotóxicos, o gado também passará a ser tratado com uso de medicamentos homeopáticos. A metodologia adotada pela Acoal (Associação de Cooperação Agrícola do Assentamento Liberdade), onde está sendo feito o experimento, é conhecida por Pastoreio Racional Voisin (PRV). Inicialmente, a entidade pretende estruturar quatro propriedades que serão usadas como modelo. Ao todo, 33 associados participam do projeto, que já conseguiu recursos de R$ 178 mil da Fundação Banco do Brasil. No entanto, a produção do leite agroecológico exige mudanças profundas na forma de pensar a produção. A técnica PRV, por exemplo, divide a área de pastagens em pequenas partes que vão sendo revezadas pelo gado para evitar o desgaste do terreno. Essa medida também permite que o gado tenha alimento todo o tempo, mas sem prejudicar o crescimento da grama e, assim, evitando que o produtor recorra a outro tipo de alimentação. E mais: ainda é possível que os animais tenham o cardápio, digamos assim, mais variado com a diversificação de vegetais. Isso traz ganho de nutrição e saúde.
 
Se para os animais é bom, para os produtores também há ganhos, já que a expectativa é de que haja redução de 70% nos custos com remédios e ração. A intenção é que a alimentação seja toda natural. A secretária-geral da Acoal, Vânia Maria de Oliveira, espera que o volume de produção tenha um salto com esse novo manejo. "As técnicas vão trazer melhor condição de produzir o leite e mais economia. Estamos trabalhando com a meta de quase dobrar a produção em dois anos, que em janeiro foi de 30 mil litros", disse.  Apesar disso, o assessor técnico da Secretaria de Agricultura do estado, Feliciano Oliveira, chama a atenção para os cuidados que envolvem todas as etapas da produção. Ele conta que é necessário que o produtor se assegure, mesmo diante de eventuais dificuldades. Ele cita como exemplo a eventualidade de alguma doença afetar o rebanho. "O produtor, mesmo em casos mais sérios como uma mastite (processo inflamatório que atinge a glândula mamária das vacas), não pode usar remédios que são comumente utilizados. Ele deve sempre optar pelo tratamento homeopático. Caso contrário, o produto dele perde essa característica de orgânico", conta.
 
O assessor técnico ressalta que o planejamento é necessário para garantir que a produção consiga ser escoada. "É importante que tudo seja muito bem pensado e que exista um planejamento de médio e longo prazo. O modo de produção exige, inclusive, que tenham alguma marca sinalizando interesse, e a coleta, por exemplo, deve ser feita de outra forma, com outros cuidados". A atenção dos consumidores à necessidade de alimentos mais saudáveis já tem provocado mudanças na forma de produção. De acordo com Feliciano Oliveira, mesmo as propriedades não dedicadas à produção agroecológica já têm adotado técnicas mais saudáveis, digamos assim. "A cada dia, mais os consumidores estão preocupados com a qualidade do leite. Existe atualmente uma vigilância maior em termos de orientação, em termos de medicação em animais que estejam em produção", afirmou.
 
Essa situação é confirmada pelo pecuarista Eduardo Furbino, de 69 anos, que tem uma propriedade em Açucena, Vale do Rio Doce. De acordo com Furbino, mesmo sem estar oficialmente dentro do meio de produção agroecológico, tanto ele quanto outros produtores de leite da região têm se preocupado em ter a produção mais criteriosa quanto ao manejo mais sadio. "A gente sempre opta por tratamento com medicamentos homeopáticos. Temos muito cuidado com o uso de antibióticos. Se for inevitável, a vaca fica de quarentena para não contaminar o leite", afirmou. O produtor conta, contudo, que os produtores não estão adaptados para atender a todas as exigências. "Para ser totalmente dentro desse tipo de produção agroecológica a gente tem que mudar toda a produção. A gente já usa alimentação mais natural, sempre com pastagem, o que já deixa nosso leite mais saudável", revela.
 
RANKING 
 Minas Gerais é o estado com a maior produção de leite do país. Sozinho, responde por 26,1% de todo o leite brasileiro. Em 2015, foram produzidos 9,1 milhões de litros. O Paraná, que está na segunda posição, tem 13,3% de participação no mercado com a produção medida de 4,6 milhões de litros da bebida. Ainda sobre Minas Gerais, a expectativa dos técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura é de que a produção em 2017 seja de 9,5 milhões de litros. O Sul de Minas é a maior região produtora do estado, respondendo por 17,1%. Na segunda colocação está a Região Central (15,9%), seguida bem de perto pelo Alto Paranaíba (15,7%). Na sequência vêm o Centro-Oeste de Minas, que responde por 11%, e o Triângulo, com 10,6%. Especificamente sobre o leite agroecológico ou orgânico não há dados sobre a produção no estado. Enquanto isso...

...PIB de R$ 204,4 bi em Minas Gerais
O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio mineiro fechou 2016 com alta de 8,2% em relação a 2015, alcançando o valor bruto de R$ 204,43 bilhões (a preços de dezembro). O estado respondeu por 13,8% do PIB do agronegócio brasileiro. Os dados fazem parte do levantamento elaborado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, e foi analisado pela seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais) em parceria com a Faemg e o Senar/MG. O PIB do agronegócio mineiro representa a soma das riquezas do setor de quatro grupos: produção básica (setor primário), que respondeu por 37,8% do montante; setor de serviços (30,8%), indústria (25,7%), e de insumos (5,7%). Em relação ao segmento primário, a agricultura teve um peso maior na composição do PIB mineiro. Do valor total obtido estima-se que R$ 113,30 bilhões (55,4%) sejam resultantes desse segmento e 44,6% obtidos pela pecuária, somando R$ 91,13 bilhões. Na avaliação do secretário de Agricultura, Pedro Leitão, o agronegócio contribuiu para que a retração da economia não fosse ainda maior. "O PIB nacional apresentou recuo de 3,6%, além da queda no nível de emprego e, mais uma vez, o campo assume a sua responsabilidade na geração de emprego e renda do país." (Agrolink) 

Por que a filantropia da Emater importa

- Foi a Emater que colocou uma profissão na minha vida. Ela é tudo para o pequeno agricultor.

Foi com esse depoimento, do produtor Antonio Carlotto, de São José do Sul, que se dimensionou o caráter social do trabalho desenvolvido pela Emater no Estado na cerimônia formal em que se confirmou a validação do certificado de entidade beneficente de assistência social por mais três anos. O ato, realizado ontem no Palácio Piratini, e que contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, foi mera formalidade - o governo federal já havia garantido a renovação da filantropia, como havia adiantado a coluna.

Mas são histórias como a de Carlotto que reforçam o motivo pelo qual a Emater precisa manter a filantropia. Ele era diarista e procurou a instituição porque estava em dificuldades financeiras. Os técnicos apresentaram a ele um projeto de produção de orgânicos. O trabalho, iniciado em 2013, hoje está rendendo frutos. Além do morango, que é o carro-chefe, o agricultor produz também verduras e legumes vendidos em diferentes canais: para a merenda escolar, na vizinhança e em feiras. No ano passado, 222 mil famílias foram amparadas pela Emater em 493 municípios em que está presente.

- O certificado representa a força de trabalho mantida. Se precisássemos começar a pagar os tributos, teríamos de reduzir o quadro de pessoal - afirma Clair Kuhn, presidente da Emater.

O benefício isenta a necessidade da contribuição patronal que, se tivesse de ser desembolsada, representaria, no caso da Emater, cerca de R$ 40 milhões ao ano. Daqui a três anos, o certificado precisará ser renovado novamente. Decreto de maio de 2014, determina prazo de três anos para entidades que tenham receita bruta anual superior a R$ 1 milhão. Para aquelas com renda igual ou inferior a R$ 1 milhão, o período é maior, de cinco anos.

- A Emater presta um serviço imensurável. Tem importância, é um trabalho social porque tira as pessoas da pobreza - garante Terra.

Segundo o ministro, houve um avanço na criação de um conceito de assistência social no campo a partir do caso gaúcho, que poderá ser aplicado para órgãos de outros Estados. (Zero Hora) 

Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 13/2017

Leite/América do Sul - Na Argentina, as condições favoráveis de seca prevaleceram em bacias leiteiras, como na província de Buenos, Córdoba, e Santa Fe. O clima ensolarado de outono nas áreas acima beneficiou o crescimento do milho e da soja no final da estação, ajudando a aliviar a umidade de muitas fazendas leiteiras.  Assim, em contraste com as semanas anteriores, a produção de leite melhorou. Com uma das principais cooperativas de laticínios fechando algumas fábricas por problemas financeiros, existe incertezas em relação ao futuro da indústria de laticínios da Argentina. No momento, o volume de leite é suficiente para o processamento de queijos, mas, não é adequando para a produção de leite em pó. A demanda por produtos à base de cremes como manteiga, doce de leite e leite condensado está melhorando com a aproximação dos feriados de outono. No entanto, a oferta de cremes está sazonalmente fraca. Assim, as bonificações para a matéria gorda permanecem elevadas. De acordo com as últimas informações do Ministério da Agricultura, em 2016, a produção de leite na Argentina totalizou 9.895 milhões de litros, 1.418 milhões de litros menos em relação ao ano anterior, ou -13%. No Uruguai a produção de leite melhorou ligeiramente, já que as temperaturas neste início de outono estão ficando mais confortáveis para o rebanho leiteiro. O percentual de matéria gorda e proteína permanece estável. A demanda de cremes para manteiga e produção de doce de leite continua forte, e o mercado em alta. De acordo com o Instituto Nacional do Leite (INALE), em fevereiro o volume de leite enviado das fazendas para as fábricas atingiu 112,3 milhões de litros, 23,5% menos que no mês anterior, e 2,3% menor que um ano atrás. 

No acumulado do ano, janeiro e fevereiro, os embarques de lácteos totalizaram 259,3 milhões de litros, queda de 1,8% em relação ao mesmo período de 2016. No Brasil, a produção de leite está muito variável, dependendo da região e condições meteorológicas mistas, em todo o país. Em algumas bacias leiteiras a produtividade animal permanece baixa diante dos efeitos prolongados da seca, que diminuem a qualidade e disponibilidade dos pastos, e plantas forrageiras. De um modo geral, a oferta de leite está bem abaixo das necessidades das indústrias. Os pedidos de leite fluido/UHT dos diversos segmentos do mercado, privado ou público, continuam fortes. Os fabricantes de queijos continuam relatando redução da produção, e elevados estoques. Consequentemente, a oferta de soro de leite é baixa, mas, a demanda é estável. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

 

 

Cobrança é legal, diz STF
Em decisão tomada ontem, por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a validade da cobrança da contribuição ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) sobre a receita bruta da produção dos empregadores rurais. Parte do valor arrecadado com o Funrural é usada pelo governo para financiar os benefícios previdenciários dos trabalhadores rurais, como auxílio doença e aposentadoria. O Supremo julgou um recurso do governo federal contra decisão proferida pela Justiça Federal, que considerou a cobrança ilegal. A controvérsia foi provocada por uma lei que entrou em vigor em 2001. O texto trouxe nova regulamentação para a contribuição ao fundo e reproduziu trechos de normas semelhantes, que foram declaradas inconstitucionais pelo Supremo. No entendimento dos ministros que formaram a maioria, houve uma emenda constitucional posterior ao julgamento que autorizou a cobrança. A decisão terá impacto em 15 mil processos que estavam suspensos em todo o Judiciário e aguardavam a manifestação da Corte. (Correio do Povo)