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07/07/2017

 

Porto Alegre, 07 de julho de 2017                                              Ano 11- N° 2.536

 

Índice da FAO aponta alta dos alimentos

O índice de preços globais de alimentos da FAO, a agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, voltou a subir em junho e permaneceu no maior patamar dos últimos anos. Puxado por carnes, lácteos e cereais, o indicador alcançou 175,2 pontos, 1,4% mais que em maio e segundo maior resultado dos últimos 12 meses, abaixo apenas que o de fevereiro (175,5). Em 2016, a média foi de 161,5 pontos. Entre os grupos de produtos que compõem o índice o que registrou a maior valorização foi o dos lácteos. A alta em relação a maio foi de 8,3%, com destaque para a disparada da manteiga - em média, o produto subiu 14,1% e atingiu sua máxima histórica. O salto dos lácteos foi impulsionado pela redução da oferta de países exportadores, o que também influenciou valorizações de queijos e do leite em pó desnatado. 

No grupo dos cereais, a alta apurada pela FAO em junho foi de 4,2% em relação ao mês anterior, em larga medidas por causa do aumento do trigo, provocado por problemas nas lavouras dos Estados Unidos. Mas o arroz também teve alta expressiva, sustentada pela demanda firme no mercado internacional. Em contrapartida, o milho se manteve em baixa, pressionado pelas fartas colheitas na América do Sul, principalmente no Brasil. Já o indicador da FAO que mede especificamente as oscilações nos mercados de carnes fechou junho com variação positiva de 1,8% sobre maio, diretamente influenciada pela queda das exportações de carne bovina da Oceania e pela ainda "sólida" demanda global por carne suína. Do outro lado da balança, a carne de frango continuou em queda em razão de temores com a influenza aviária na Europa, na Ásia e na África. Nos grupos formados por açúcar e óleos vegetais, houve quedas em junho - de 13,4% de 3,9%, respectivamente. Nos dois casos, as ofertas globais são confortáveis. (Valor Econômico)

Produção global de leite volta à tendência de crescimento

Os produtores de leite da Oceania enfrentaram algumas condições desafiadoras nos últimos anos, mas, está ocorrendo uma recuperação e, juntamente com melhorias registradas na Europa também, o fornecimento global de leite voltou ao modo de crescimento.

O crescimento da produção de leite em todo o mundo em 2016 foi o mais baixo desde 1998, demonstrando o impacto sentido pela crise no setor de lácteos. Mas agora, a melhoria na situação dos mercados mundiais de produtos lácteos, abriu caminhos para o aumento nos preços do leite, elevando o teto de produção de leite na Oceania e na Europa.

A produção da Nova Zelândia terminou na última estação apenas 0,6% menor em relação ao ano anterior. O último trimestre da estação apresentou crescimento de 7% graças às condições favoráveis no final do verão e outono e colocou os produtores em uma boa posição para começar a nova estação. Com um aumento nos preços do leite previstos para esta estação, que começou em junho, o AgriHQ previu um aumento de 4% na produção de leite.

Susan Kilbsy, analista do AgriHQ, disse em termos percentuais que os aumentos provavelmente parecerão muito maiores do que isso durante os primeiros meses de produção. Os contratos extras de leite no inverno disponíveis este ano significarão mais leite coletado durante junho e julho, mas os volumes reais ainda serão baixos.

Apenas 1,7% da oferta anual de leite é tipicamente coletada durante junho e julho. As captações de leite em agosto, setembro e outubro, chegando ao pico da estação, também deverão ser muito superiores ao ano passado.

Os formadores de opinião do mercado também estão prevendo que os produtores de leite australianos poderão fazer um retorno na próxima temporada. A estação atual, que terminará no final de junho, deverá finalizar com queda de cerca de 8% com relação ao ano anterior - resultado de uma estação muito difícil com preços baixos do leite e condições climáticas adversas no início da temporada. 

Uma previsão melhor para o mercado global de lácteos e uma forte concorrência entre os processadores para garantir a oferta gerou previsões de maiores preços do leite para a próxima estação.

A Dairy Australia disse que isso, combinado com condições climáticas mais normais esperadas, levaria a uma recuperação lenta na próxima estação, aumentando 2-3%. No entanto, a entidade advertiu que a recuperação na Austrália provavelmente será limitada pelo impacto nas finanças devido ao tamanho dos rebanhos e à confiança nesta estação. A produção de leite na Europa deverá mostrar um crescimento de 0,6% este ano, mas o crescimento real a partir daqui será muito maior, compensando a contração de 2,1% do primeiro trimestre.

As ofertas mundiais de leite estavam em crescimento negativo entre junho de 2016 e fevereiro de 2017, mas temos observado um crescimento positivo desde então.

Não se deve esperar um salto brusco na produção, já que essas respostas não durarão por muito tempo, mas desta vez, um crescimento mais moderado da demanda manterá os preços dos produtos lácteos em cheque e colocará um teto sobre os preços do leite para limitar o aumento na produção. Também há menos capacidade de crescimento intenso devido a uma resposta da indústria a regulamentos ambientais. (O texto é de Steph Holloway, editora da Dairy Week, NZX Agri, traduzido pela Equipe MilkPoint)

Leite - A atividade econômica gera renda no campo e empregos na cidade. Município conta com indústria de laticínios que consome 50% dos 40 milhões de litros produzidos anualmente.

Localizado no Alto Uruguai o município de Chapada vem consolidando a sua bacia leiteira, como uma das mais fortes da região. Além de garantir renda no campo a atividade impulsiona o setor industrial e, por consequência, a geração de empregos na cidade. Quem fala sobre a importância da bacia leiteira para a economia do município, com cerca de 10 mil habitantes, é o técnico agrícola da Emater-RS, Adilson Wagner. De acordo com ele, hoje o setor conta com 537 produtores de leite, sendo a grande maioria donos de pequenas áreas de terra, que quando muito chegam nos 15 hectares. "O leite ganhou importância muito grande no campo. A atividade garante renda mensal ao trabalhador rural," disse Wagner.

Segundo o técnico da Emater-RS, no ano passado o município produziu 40,2 milhões de litros de leite, o que representou um faturamento bruto superior a R$ 50 milhões de reais. "O dado positivo, desta movimentação de dinheiro, é que todo ele acaba girando dentro do próprio município, pois os produtores utilizam esta fonte de renda mensal para compras de vestuário, medicamentos e alimentação no comércio local," comenta Wagner. A estimativa é que este ano a produção de leite seja igual, ou, um pouco acima da atingida em 2016. Como em outras atividades rurais a leiteira também encontra problema, na questão da sucessão. "Quando os donos de negócio atingem determinada idade e se aposentam, e não contam com sucessão familiar, a única alternativa é suspender a produção leiteira, mesmo sendo atividade lucrativa," comenta o técnico agrícola.

O bom momento da bacia leiteira vem refletindo diretamente na cidade. Conforme Wagner, uma indústria de laticínios investiu e hoje é responsável pelo processamento industrial da metade do leite produzido em Chapada. "Além da indústria, são outras oito pequenas empresas ligadas a coleta do leite, que estão atuando no município," completa Wagner. Também aponta o crescimento da atividade de agropecuárias, especializadas em alimentação e saúde do rebanho leiteiro, formado por mais de 8.500 animais. Para reforçar a importância do leite, o técnico agrícola lembra que diariamente saem das propriedades rurais 105 mil litros do produto, o que representa um movimento em moeda de R$ 130 mil, todos os dias. O plantel, formada por 75% de animais da raça holandesa, tem média individual de produção de 12 litros de leite diário. A maioria das propriedades rurais produz de 50 a 150 litros de leite/dia. Grandes produtores são apenas seis, com média diária de 1.000 a 2.500 litros de leite. Em média o litro do leite é comercializado a R$ 1,10 a R$ 1.40. (Diário da Manhã)

 

Produção/UE - 48.290 agricultores reduziram a produção de leite em 1,12 toneladas
A Comissão Europeia (CE) estabeleceu um plano de redução voluntária da produção de leite no final de 2016, para equilibrar o setor lácteo. Cerca de 48.290 pecuaristas partciparam do programa, reduzindo a produção de leite em 1,12 toneladas. Do orçamento original de 150 milhões de euros, cerca de 112 milhões foram utilizados para compensar os pecuaristas. O programa foi realizado entre o último trimestre de 2016 até janeiro de 2017. O objetivo era ajudar a amortizar os efeitos da crise do setor lácteo mediante a redução da quantidade de leite disponível no mercado e melhorar o preço ao produtor. Os pecuaristas foram compensados com 14 centavos por cada quilo de leite não produzido. Segundo a CE, o programa também contribuiu para o reequilíbrio eficaz do mercado lácteo da UE em seu conjunto, refletindo no aumento dos preços do leite na UE no último ano. O preço médio em abril de 2017 foi de 32,79 centavos/kg, um aumento de 21% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. (Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva)

 

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