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Porto Alegre, 01 de agosto de 2018                                              Ano 12 - N° 2.790

Entressafra e resquício de greve fazem preço do leite ter forte alta

A entressafra do leite no Sudeste e Centro-Oeste do país, o ritmo mais fraco da captação de matéria-prima no Sul e os resquícios da paralisação dos caminhoneiros nos últimos dias de maio fizeram os preços ao produtor registrar forte alta, mais uma vez, em julho. Levantamento da Scot Consultoria mostra que no mês passado, os produtores receberam, em média, R$ 1,230 pelo litro do leite entregue em junho. O valor é 5,6% superior ao do pagamento anterior. Em junho, quando os efeitos da paralisação dos caminhoneiros foram mais sentidos, a alta já havia sido significativa, de 4,3%. A pesquisa de preços da Scot é realizada com agentes (como cooperativas e laticínios) em 18 Estados brasileiros. 

Segundo Rafael Ribeiro, analista da Scot, o ritmo de captação de leite no Sul do país está abaixo do esperado para esta época do ano. A razão é o tempo mais seco e os custos de produção maiores em decorrência da alta do milho. O Índice Scot de Captação de Leite mostra que em julho o volume de coletado no Rio Grande do Sul subiu 2% em relação a junho. Os dados são parciais, mas indicam um ritmo de captação bem inferior ao de julho de 2017, quando subiram 5,7% sobre o mês anterior. Na média nacional, houve queda na captação da matéria-prima na mesma comparação, de 1,3%, em função da entressafra no Sudeste e Centro-Oeste. Enquanto os preços de leite cru ao produtor seguiram firmes em julho, a cotação do longa vida no atacado recuou na segunda quinzena do mês, refletindo a demanda desaquecida e a dificuldade das indústrias de repassarem a alta.

 

Conforme o levantamento da Scot, a média na primeira quinzena de julho foi de R$ 3,16 por litro no atacado paulista. Na segunda quinzena, o preço caiu para R$ 3,12. No varejo, saiu de R$ 3,72 por litro para R$ 3,85 na mesma comparação. A expectativa, segundo Ribeiro, é que os preços ao produtor sigam em alta no curto prazo - embora num ritmo mais fraco -, especialmente nos Estados que estão no período de entressafra. 'Pesquisa da Scot sobre os preços do leite nos 18 Estados do país indica que 59% dos entrevistados esperam alta nos preços ao produtor em agosto, 38% acreditam em estabilidade e 3% em queda. (Valor Econômico) 

 

 

Temer critica proposta de rotulagem de alimentos e marca reunião com indústria

Rotulagem de alimentos - Em encontro com empresários ontem em São Paulo, o presidente Michel Temer manifestou contrariedade com uma proposta de rotular alimentos industrializados como forma de alertar para alta concentração de açúcar, sódio ou gorduras saturadas.

Ao participar de um almoço na Fiesp, Temer ouviu críticas a essa iniciativa feitas por Wilson Mello, presidente do conselho da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação. Melo disse em discurso que a ideia de colocar triângulos nas embalagens associaria os produtos a um perigo à saúde.

Temer, em sua fala, convocou o empresário para uma reunião na próxima quarta-feira (1º) em Brasília e pediu cautela nessa discussão.

"É importantíssimo. Essa coisa do triângulo, que você [Melo] mencionou, que é sinal de perigo, se não tomar cuidado daqui a pouco bota tarja preta no alimento. Vai prejudicar o setor."

A proposta da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é incluir nas embalagens uma advertência sobre a presença de alto teor de açúcar, gorduras saturadas e sódio. Um grupo de trabalho da agência constatou que o consumidor tem dificuldades para entender informações hoje presentes nos rótulos.

A proposta é inspirada em normas estabelecidas em outros países, como o Chile, que tornou obrigatórios, por exemplo, octógonos pretos informando o alto teor açúcar nas embalagens.

Mello havia dito em seu discurso que essa iniciativa pode causar desemprego na indústria da alimentação, "que é responsável por 10% do PIB brasileiro".

"Tudo passa por uma escolha que Vossa Excelência [Temer] tomará, que é a escolha do novo presidente da Anvisa. Isso acontecerá nos próximos meses. Nosso único pedido é que seja alguém que continue dialogando com a indústria", disse Mello. 

O representante do setor classificou a iniciativa como desproporcional e disse que detratores "criminalizam" essa indústria. (Bem Paraná)

Indústria prevê perdas com novos rótulos

A mudança no modelo de rotulagem de alimentos industrializados pode gerar um impacto negativo na economia de R$ 30 bilhões a R$ 98,8 bilhões por ano, segundo estudo realizado a pedido de fabricantes do setor. O levantamento foi feito pela GO Associados e encomendado pela Rede Rotulagem, formada por 22 entidades da área de alimentos e bebidas e encabeçada pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia atualmente duas propostas de rotulagem. Uma foi desenvolvida por um grupo que reúne o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Universidade Federal do Paraná e outras 19 entidades. Esse grupo propõe a adoção, na parte frontal da embalagem, de triângulos pretos, advertindo o consumidor sobre o excesso de ingredientes que podem fazer mal à saúde, como açúcar, sódio e gorduras.

 

As indústrias, por sua vez, propõem a inclusão, na parte frontal das embalagens, de um semáforo destacando informações sobre o volume de açúcar, gorduras saturadas e sódio. A quantidade pode ser classificada como "alta" (em vermelho), "média" (amarelo) ou "baixa" (verde). De acordo com o estudo da GO Associados, o modelo de rotulagem por semáforo pode gerar um impacto negativo na economia entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões. Já o modelo de advertência, sugerido pelo Idec, causaria a perda de quase R$ 100 bilhões.

Wilson Mello, presidente do conselho da Abia, considera que o modelo de advertência, com triângulos em preto, assustam o consumidor, que acaba deixando de comprar os produtos. Como consequência, o consumo de alimentos industrializados pode apresentar uma queda de 10,34%, gerando impacto negativo na indústria de R$ 24,4 bilhões. Segundo o estudo, o modelo de rotulagem proposto pelo Idec também causaria perda de R$ 32,4 bilhões no setor de serviços, devido à menor produção de insumos e à queda do consumo das famílias.

O setor agropecuário teria uma queda de R$ 13,6 bilhões. O estudo da GO indica ainda que a redução no consumo de alimentos, por causa da rotulagem de advertência, pode gerar uma perda de 1,9 milhão de empregos, reduzindo a massa salarial no país em R$ 14,4 bilhões. Do total de cortes de emprego, 808 mil vagas seriam na agropecuária, 723 mil no setor de serviços e 364 mil na indústria - sendo 163 mil apenas na indústria de alimentos e bebidas. O impacto negativo no setor industrial (excluindo as indústrias de alimentos e bebidas) seria de R$ 28,4 bilhões. E a arrecadação de tributos teria uma redução de R$ 8,9 bilhões por ano.

"A decisão sobre a rotulagem de alimentos não deve ter como premissa principal o aspecto econômico. Mas, considerando que os dois modelos de rotulagem apresentam as mesmas informações para o consumidor, acredito que o impacto econômico deva ser levado em conta", afirma Mello. O executivo acrescentou que a estimativa de perdas apresentada no estudo é conservadora. "No Chile, quando foi adotada a rotulagem de advertência, o consumo de alimentos chegou a cair 16%", diz. Mello vai se reunir hoje com o presidente da República, Michel Temer, para falar sobre o tema.

O modelo sugerido pelo Idec foi recomendado pela Anvisa para adoção no país, em relatório preliminar sobre o assunto divulgado em maio. No documento, a Anvisa ponderou que esse modelo é adotado de forma crescente no mercado internacional e ajudou a reduzir o consumo de produtos com níveis altos de açúcar, sódio ou gorduras. Já o modelo defendido pela indústria não trouxe impactos relevantes no consumo de alimentos com altos níveis de açúcares, gorduras e sódio, nos países onde foi implantado, segundo o órgão.

O relatório da Anvisa levou as indústrias a mudarem seu modelo, aumentando o tamanho das letras e números e incluindo a classificação alta, média ou baixa. As indústrias também encomendaram o estudo de possíveis perdas econômicas, para tentar reverter a avaliação do órgão sobre o modelo de semáforo. Para Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec, a rotulagem por semáforo confunde-se com as cores das embalagens e não geram entendimento para o consumidor sobre o risco de consumir o alimento.

"No Canadá, onde foi adotado o modelo de advertência, como o sugerido pelo Idec, a economia de gastos com saúde mais do que compensou eventuais perdas da indústria de alimentos", afirma. A nutricionista também considera "superestimado" o valor das perdas potenciais anunciadas pelas indústrias. A Anvisa discute com representantes do setor privado novas regras para a rotulagem de alimentos industrializados desde 2014. A intenção do órgão é incluir nas embalagens informações sobre a presença de altos teores de açúcares, sódio e gorduras saturadas para estimular a adoção de dietas mais saudáveis.

A discussão já passou por várias fases. Entre junho e julho, a Anvisa realizou uma tomada pública de subsídios para discutir o tema. A Anvisa recebeu pouco mais de 3 mil sugestões de consumidores e especialistas. O órgão informou que o próximo passo será a consolidação desses dados para a formulação do texto final sobre a rotulagem. "Se for necessário, o texto será reformulado e poderá passar por uma audiência pública", informa a Anvisa. Em seguida, o documento será encaminhado para deliberação da diretoria colegiada da Anvisa. Segundo o órgão, não há prazo definido para esse processo. Mas as entidades que debatem sobre o tema estimam que as nova regras de rotulagem de alimentos serão definidas até o fim deste ano, para que o novo modelo entre em vigor a partir de 2019. (As informações são do jornal Valor Econômico)

 

RS recebe lote nesta semana
O Rio Grande do Sul deve receber ainda esta semana um novo lote de tuberculina, antígeno utilizado para o teste de tuberculose bovina. Com isso, está mantida a exigência de exame negativo para a doença para a Expointer. O anúncio foi feito ontem, após reunião entre representantes do Ministério da Agricultura (Mapa), Secretaria da Agricultura e entidades do setor produtivo. Segundo o superintendente do Mapa no Rio Grande do Sul, Bernardo Todeschini, o lote da substância já foi liberado pelo Lanagro e deve chegar ao Estado nos próximos dias. (Correio do Povo)

Porto Alegre, 31 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.789

Languiru impulsiona vendas com embalagens contendo código QR

O laticínio brasileiro Languiru impulsionou as vendas por meio de embalagens contendo código QR da SIG. Eles foram usados em todas as embalagens de leite da marca, incluindo o leite achocolatado (Chocolan), com mais de 12.000 códigos gerados a cada hora, conectando o consumidor com os dados do produto via smartphone.

Crescimento de 6%
A Languiru é uma das maiores companhias de lácteos do Rio Grande do Sul e a embalagem foi testada no sul do Brasil, levando a um crescimento de 6% nas vendas.

"Os códigos QR em nossas embalagens significam que os consumidores podem rastrear o produto desde o início do processo até a prateleira", afirmou Euclides Andrade, diretor gerente da Cooperativa Languiru. "Também nos beneficiamos do monitoramento detalhado do desempenho da cadeia de ponta a ponta, o que nos permite melhorar as operações e a logística", completou.

Brindes 
Os consumidores disseram que foi fácil baixar o aplicativo Languiru, desenvolvido pela SIG, e gostaram que o leite vinha da região. As crianças adoraram as almofadas de emoji que puderam ser resgatadas com cupons e as levaram para a escola a fim mostrá-las aos amigos e professores. Os que compraram maior volume de leite, ganharam mais do que almofadas e puderam concorrer a prêmios que incluíam bicicletas, smartphones e vales de compras.

De acordo com a SIG, 94% dos participantes eram usuários de telefones Android e 6% usuários de iPhone, com 71% dos que usaram o código sendo mulheres, incluindo 56% na faixa etária de 19-30 anos e 35% na faixa etária de 31 a 60 anos.

Siemens
A Languiru planeja usar o Connected Pack integrado, projetado pela SIG e pela Siemens, para dessa forma coletar dados de qualidade do produto em todas as etapas de sua jornada, armazenando as informações em um banco de dados. "Qualidade do início ao fim", foi o slogan usado pela companhia para envolver seus consumidores e agora a empresa vai buscar usar o código QR em seus outros produtos.
Outra vantagem da tecnologia é que ela está vinculada diretamente às linhas de produção da Languiru maximizando a eficiência da fábrica, isso, por meio de uma ferramenta de inteligência da informação conhecida como Power BI. Dirceu Bayer, presidente da Cooperativa Languiru, disse que a tecnologia abriu novas oportunidades para promoções sob medida com seus parceiros varejistas.

"A promoção do sorteio "Comprou, mirou, ganhou", atendeu plenamente às expectativas e melhorou nosso relacionamento com nossos clientes. Através do uso desta tecnologia, podemos aprender mais sobre nossos consumidores, fornecendo informações valiosas para nossas equipes comerciais e de marketing", concluiu Bayer. (As informações são do portal Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 
Uruguai - preço do leite ao produtor aumentou 1,4% em pesos e caiu 1,2% em dólar
Preços/Uruguai - Em junho o preço médio do leite pago ao produtor foi de 10,39 pesos por litro, o que significa aumento de 1,4% m relação a maio, informou o Instituto Nacional do Leite (Inale). No entanto, em dólares, o preço ao produtor foi de US$ 0,33, registrando queda de 1,2% em relação ao mês anterior. A estimativa é de que preço de referência para o leite com 3,89% de matéria gorda e 3,47% de proteína, tenha o valor de 141,2 pesos por 100 quilos de sólidos, 2% a mais que a remuneração de maio. Em junho de 2018 o preço médio ao produtor aumentou 2,5% em pesos, em relação ao mesmo mês do ano anterior, no entanto, foi 7,2% menor que a apuração em dólar no mesmo mês. Poder de compra caiu em relação a dezembro de 2017 O Inale informou que o poder de compra dos produtores, em pesos, caiu 1,9% na comparação entre julho de 2018 e dezembro de 2017; que o preço do leite em pesos cresceu 10,4% na mesma comparação; e que os custos de produção, também em pesos, subiu 12,6% entre junho de 2018 e dezembro de 2017. (El Observador - Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 

Subsídio de US$ 12 bilhões da USDA é bem recebido pela indústria de lácteos

No dia 24 de julho, o Secretário da Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, anunciou a implementação de um programa de mitigação tarifária em resposta às tarifas de retaliação que tiveram impactos generalizados na agricultura. Os produtos lácteos têm sido alvo de importantes parceiros comerciais como o México e a China na guerra comercial em curso. A Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF) estima que as tarifas custarão aos produtores de leite US$ 1,8 bilhão até o final de 2018.

"Apreciamos que o presidente está cumprindo sua promessa de que os produtores dos EUA não suportarão o peso das perdas econômicas geradas pelos atuais conflitos comerciais", disse Jim Mulhern, presidente e CEO da NMPF. "O anúncio reflete os pedidos que a nossa organização fez para que o USDA aliviasse parte da dor financeira que os produtores de leite estão sentindo devido à perda de oportunidades de exportação".

A medida foi importante para os produtores de leite, porque aproximadamente um dia de produção de leite a cada semana vai para o exterior, disse Michael Dykes, presidente e CEO da International Dairy Foods Association (IDFA).

"À medida que o governo avança uma agenda comercial proativa e agressiva, as tarifas retaliatórias de outros países, especialmente da China, têm impactado as exportações de produtos lácteos. A IDFA vê esse alívio como uma ponte temporária destinada a aliviar algumas das dificuldades financeiras enfrentadas pelo setor agrícola, incluindo os lácteos, enquanto a administração trabalha para solidificar múltiplos acordos comerciais internacionais", diz Dykes.

Antes do anúncio desta semana, uma carta foi enviada pela FarmFirst Dairy Cooperative e por outros membros da Midwest Dairy Coalition para Perdue em 13 de julho, solicitando que o USDA utilizasse sua autoridade para prestar assistência aos produtores de leite.

"As exportações de produtos e ingredientes lácteos beneficiaram muito os produtores nos últimos anos e estão se tornando uma parte mais significativa do preço que recebem pelo leite. Eles não devem suportar o impacto desta guerra comercial", disse Jeff Lyon, Gerente Geral da FarmFirst Dairy Cooperative. "Agradecemos a resposta imediata que o USDA está dando em relação a esse problema e agradecemos às nossas organizações parceiras do setor em ecoar nossas preocupações ao Secretário Perdue, ao USDA e à administração Trump".

Detalhes sobre o programa de US$ 12 bilhões ainda estão sendo reunidos, mas mais informações devem estar disponíveis mais perto do Dia do Trabalho, quando o USDA planeja implementar o programa completamente. (As informações são do Farm Journal & MILK Magazine, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Preço avança 14% em julho
O preço líquido recebido pelos produtores pelo litro de leite atingiu R$ 1,4781 em julho, um recorde para o mês, de acordo com o Cepea/Esalq/USP. O valor, que corresponde à média do que é praticado em sete estados brasileiros, inclusive o Rio Grande do Sul, representa uma alta de 14% em relação a junho. Pela análise do Cepea, o aquecimento do preço se deu em razão da paralisação dos caminhoneiros e à tentativa do setor em normalizar suas atividades depois da greve. Desabastecidos, os laticínios acirraram a competição para a compra de leite no campo, com o objetivo de recompor estoques. (Correio do Povo)

Porto Alegre, 30 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.788

LEITE/CEPEA: Preço sobe em julho pelo 6º mês seguido e atinge recorde real para o período

Preço Cepea - O preço do leite recebido por produtores subiu em julho pelo sexto mês consecutivo e atingiu recorde real para o mês, de acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Já quando considerados todos os meses da série histórica, a média de julho é a maior desde outubro de 2016, também em termos reais (valores foram deflacionados pelo IPCA de jun/18). 

O valor líquido recebido em julho (referente à captação de junho) fechou a R$ 1,4781/litro na "Média Brasil" (inclui BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS e não contém frete e impostos), aumento de 14% em relação ao mês anterior. Desde o início do ano, a alta acumulada real é de expressivos 44%. Na comparação com julho/17, houve elevação de 15%, em termos reais. A média deste mês está abaixo da de outubro/16, quando foi de R$ 1,4817/litro.

A expressiva alta em julho esteve atrelada à paralisação dos caminhoneiros, ocorrida no final de maio, e à tentativa do setor em normalizar suas atividades no pós-greve. Desabastecidos, os laticínios acirraram a competição para a compra de leite no campo no correr de junho, com o objetivo de recompor estoques. Além disso, o avanço da entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste e o "atraso" das pastagens de inverno no Sul do País seguiram limitando a captação em junho, influenciando a formação dos preços ao produtor em julho.

A valorização da matéria-prima também se refletiu em aumento das cotações dos derivados lácteos em junho. No entanto, em julho, o movimento altista não se sustentou. No acumulado da primeira quinzena de julho, o preço do UHT (leite longa vida) caiu 1,32% e, na segunda metade do mês (dados até 27/07), 9,4%, indicando a dificuldade do consumidor em absorver novas altas. Para agentes do setor, a queda dos preços reflete um novo equilíbrio do mercado, com a normalização dos estoques e com as cotações retornando a patamares condizentes com a demanda - ainda fragilizada por conta da estagnação econômica. 

Neste momento, é importante ficar atento aos preços do leite spot. Durante a primeira quinzena de julho, os valores em Minas Gerais subiram 28,1% em relação ao mês anterior, mas, na segunda metade do mês, houve queda de 6,6%, o que mostra que empresas têm tido dificuldades em manter o ritmo de valorização do leite no campo. 

O QUE ESPERAR PARA AGOSTO? - De acordo com agentes do setor, a oferta deve seguir limitada, fundamentados no clima adverso e no encarecimento dos grãos, o que deve impedir a mudança de tendência no mercado. Assim, a maioria dos colaboradores entrevistados pelo Cepea acredita em uma nova alta para o próximo mês. No entanto, uma parte dos colaboradores acredita em estabilidade nos valores em agosto, devido a dificuldades de consumidores em absorver novas valorizações dos lácteos. (Cepea)
 
Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de junho/18)
 
 
Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em JULHO/18 referentes ao leite entregue em JUNHO/18
 
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%.
 
Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na "média Brasil" - RJ, MS, ES e CE
 
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%.

 

Mapa completou 158 anos neste sábado

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), responsável pela gestão das políticas públicas de estímulo à agropecuária, pelo fomento do agronegócio e pela regulação e normatização de serviços vinculados ao setor, completou 158 anos neste sábado (28). Sua origem remonta ao tempo do Império, tendo sido criado pelo imperador Dom Pedro II, em 28 de julho de 1860, pelo decreto nº 1.067, ainda como Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.

Em 1892, com a proclamação da República e a secretaria transformada em Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, os assuntos de agricultura passaram a ser tratados por diretoria dessa pasta. E, em 1909, as atividades foram incorporadas ao, então criado, Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio".

Em 2017, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 96,01 bilhões, registrando crescimento de 13% em relação a 2016. No período, o setor foi responsável por 44,1% do total das vendas externas do Brasil. Com o crescimento do valor exportado sobre o das importações, o saldo da balança do setor foi superavitário em US$ 81,86 bilhões, ante os US$ 71,31 bilhões do ano anterior. Foi o segundo maior saldo da balança do agronegócio da história, inferior apenas ao registrado em 2013 (R$ 82,91 bilhões).

O agronegócio no país compreende desde o pequeno até o grande produtor, reunindo atividades de fornecimento de bens e serviços à agricultura, produção agropecuária, processamento, transformação e distribuição de produtos de origem agropecuária até o consumidor final.

Sob sua gestão se encontram aspectos mercadológico, tecnológico, científico, ambiental e organizacional do setor produtivo e também dos setores de abastecimento, armazenagem e transporte de produtos das safras agrícolas, além da gestão da política econômica e financeira do agro.

Com a integração do desenvolvimento sustentável e da competitividade, o Mapa visa à garantia da segurança alimentar da população e a produção de excedentes para exportação,

O ministério conta com quatro secretarias, 27 superintendências estaduais, unidades locais, rede de seis laboratórios, além de duas vinculadas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), que abrigam cerca de 11 mil servidores espalhados por todo o Brasil.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) são empresas públicas que atuam sob ingerência e coordenação do Mapa. Também são entes descentralizados do ministério, organizados sobre a forma de sociedades de economia mista, as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A (Ceasa/MG), a Companhia de Armazéns, Silos de Minas Gerais (Casemg), Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). O ministério coordena ações e políticas de 28 Câmaras Setoriais e 8 Câmaras Temáticas relacionadas aos diversos setores produtivos do agronegócio brasileiro. (As informações são do Mapa)

 

Regulação: Portal permite acompanhar temas para 2018 

Agenda Regulatória - A nova página de acompanhamento da Agenda Regulatória 2017-2020 (AR 2017-2020) permite que qualquer cidadão conheça as atividades regulatórias da Anvisa, o que envolve cada tema e saiba o que estará acontecendo ao longo do ano no processo de regulação. 

O conteúdo no portal da Anvisa foi remodelado e apresenta, de maneira simples e objetiva um descritivo sobre o tema que está sendo regulado, os problemas inicialmente identificados e, dentro de cada processo de regulação, exibe o cronograma previsto para 2018, com as etapas e as atividades relacionadas ao fluxo regulatório.

Acompanhamento
A lista de 126 temas da Agenda Regulatória (AR) para o quadriênio 2017-2020 foi aprovada pela Diretoria Colegiada da Anvisa e publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 6 de dezembro de 2017 (confira a publicação na íntegra ou a lista de temas em PDF). A inserção de um tema na AR é a primeira etapa do processo de regulação. Durante o processo é incentivada a participação colaborativa de toda a população e por isso é importante ter transparência e permitir o acompanhamento dos temas da Agenda. Para conferir as informações disponíveis, basta acessar no menu do portal da Anvisa na área de Regulamentação/Agenda Regulatória/ Acompanhamento dos temas (http://portal.anvisa.gov.br/2017-2020/temas) e, no painel exibido, escolher a área de atuação do seu interesse entre os 15 macrotemas da Agenda Regulatória da Agência. Nesta área é apresentada a lista de temas que serão regulados, informações descritivas de cada um e, em seguida, os processos regulatórios relacionados e o cronograma previsto de atividades para este ano. Para mais informações é possível acessar o arquivo com a ficha de planejamento completa sobre o tema. 

A cada atualização, o indicativo da versão da ficha também será alterado. O conteúdo de alguns temas ainda está sendo trabalhado pelas gerências da Anvisa e, assim que for finalizado, as fichas serão incorporadas ao Portal. O objetivo é ampliar o acompanhamento da Agenda com monitoramentos semestrais e assim garantir ainda mais transparência e informações ao público sobre os temas em andamento, já concluídos ou mesmo com indicativo para arquivamento. (Anvisa) 

Argentina - Os produtores insistem em um preço de referência para o leite 
Produção/AR - Estiveram reunidos em Buenos Aires com os ministros das seis províncias que concentram a produção de leite da Argentina. Os produtores precisam construir um horizonte para o setor que se encontra estagnado há vários anos. Na reunião com os ministros das províncias, os produtores de leite reivindicaram preço de referência para o leite cru, políticas bem definidas para o setor lácteo e o compromisso de que as obras de infraestruturas seriam realizadas pelas províncias para melhorar o acesso às fazendas e as estradas das distintas bacias leiteiras. Na reunião, que foi realizada na Província de Santa Fe em Buenos Aires, "foram reiteradas reivindicações que são feitas pelos produtores de leite, há anos, como contar com um mercado mais transparente, com preços de referência e que sejam pagos por sólidos e não por litro de leite, que é uma forma de reconhecer a qualidade", contou ao Clarín rural, Roberto Tion, o secretário de pecuária de Santa Fe. A maioria das reivindicações foi resumida no trabalho apresentando pela Confederação Rural Argentina (CRA), que também vê a necessidade de estabelecer um projeto base para o setor lácteo. "As província também se comprometeram a resolver problemas pontuais em estrada, vias e infraestrutura", assegurou Tion. De imediato, a principal reclamação é em relação ao preço do leite fluido. Os produtores estão recebendo entre 6,70 e 7,00 pesos por litro, e asseguram que precisam de mais de 8 pesos para "cobrir" os custos de produção e tornar o empreendimento viável. (agrositio - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

Porto Alegre, 27 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.787

MENOS PESSOAS EM UM CAMPO MAIS MECANIZADO

Pela primeira vez, um censo agropecuário indicou menos de um milhão de pessoas ocupadas em estabelecimentos agropecuários no Rio Grande do Sul. Em 11 anos, o meio rural gaúcho perdeu mais de 248 mil trabalhadores, cerca de 20% do total - possivelmente atraídos por oportunidades na cidade. Os números divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) retratam uma realidade cada vez mais visível no campo: a intensificação da atividade, com o uso crescente de máquinas e equipamentos, e a migração urbana.

- O investimento em tecnologia requer menos mão de obra. Outro fator que explica a redução da ocupação é o fenômeno migratório, com cada vez menos pessoas dispostas a ficar na zona rural - afirma Cláudio Sant'Anna, coordenador técnico do Censo Agropecuário 2017 no Estado.

Os dados da pesquisa mostram que a diminuição dos postos de trabalho foi impactada pelo avanço da mecanização e de tecnologias. O número de tratores aumentou quase 50% no Estado, chegando a 242 mil unidades em 2017. No país, a variação foi semelhante, chegando a marca de 1,2 milhão de unidades. Entre 2006 e 2017, para cada trator adquirido no Estado, três empregos foram eliminados.

- A concentração do número de propriedades, diante da dificuldade dos pequenos competirem, também favoreceu a mecanização e, consequentemente, a menor necessidade de pessoas no campo - acrescenta Nicole Rennó, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), que faz acompanhamento trimestral da ocupação no agronegócio. A pesquisadora pondera que a queda do número de trabalhadores é maior dentro da porteira do que fora dela - onde se configura o agronegócio. Nas agroindústrias e nos agrosserviços, a tendência de redução de trabalhadores é bem inferior.

- A indústria e os serviços não tiveram uma mudança estrutural na atividade que dispensasse a necessidade de mão de obra, ou seja, a modernização foi menor - destaca a pesquisadora. O avanço da mecanização pode ser relacionado, ainda, com o aumento da produtividade da agropecuária brasileira, que cresce a taxas superiores ao restante da economia. (Zero Hora /Valor econômico)

 
 
 
 

Consultas públicas tratam de segurança alimentar

Segurança alimentar - A Anvisa abre hoje (25/7) o prazo para contribuições para duas consultas públicas. Uma delas, a CP 541, é uma proposta de texto da futura Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) que irá firmar os critérios microbiológicos para alimentos. A outra, a CP 542, é a Instrução Normativa (IN) que trará a lista de critérios estabelecidos.

Os critérios microbiológicos das futuras RDC e IN são aqueles utilizados para validar as medidas de controle adotadas durante a preparação dos alimentos e para definir a aceitabilidade do processo de produção e a segurança do produto final para quem o consome. Critérios microbiológicos servem de parâmetro de aceitação do produto nas ações de fiscalização das vigilâncias sanitárias dos estados e dos municípios, que junto com a Anvisa compõem o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), ou para verificar se as medidas de controle adotadas pelas empresas da cadeia produtiva de alimentos são efetivas.

RDC
A futura RDC será voltada à segurança alimentar e a minimizar o impacto de potenciais perigos alimentares na saúde dos consumidores. A nova norma irá atualizar a RDC 12/2001, que hoje regulamenta esse tema. Ela indica os microrganismos que devem ser avaliados e os limites de aceitação por categorias de alimentos. O que se propõe agora é atualizar a RDC 12/2011 porque os critérios microbiológicos precisam ser revistos ou complementados periodicamente, para atender aos progressos da ciência e da tecnologia de alimentos, às alterações da ocorrência dos micro-organismos patogênicos, às evidências epidemiológicas e ao perfil demográfico dos consumidores, bem como aos resultados de avaliações de risco.

A proposta de revisão da RDC 12/2001 foi elaborada considerando os critérios microbiológicos atualmente estabelecidos por organismos internacionalmente reconhecidos, como as normas adotadas pela União Europeia, Codex Alimentarius e International Commission on Microbiological Specificaons for Foods (ICMSF). As propostas que estão em consulta pública, a CP 541 e CP 542, foram previamente discutidas com diversos segmentos da sociedade, por meio de reuniões técnicas. (Anvisa)

Greve dos caminhoneiros no Brasil prejudicou vendas da Nestlé

A greve dos caminhoneiros no Brasil, no fim de maio deste ano, contribuiu para prejudicar o desempenho das vendas da suíça Nestlé no primeiro semestre de 2018. A companhia informou, em balanço divulgado nesta quinta-feira, 26, que as vendas no Brasil recuaram para 1,72 bilhão de francos suíços entre janeiro e junho, queda de cerca de 15,7% na comparação com os 2,04 bilhões de francos suíços em igual período de 2017.

De acordo com a empresa, a América Latina apresentou crescimento orgânico positivo, mas desacelerou em comparação com o ano anterior. A greve no Brasil "interrompeu as operações e a distribuição e reduziu o crescimento na região em cerca de 80 pontos-base no segundo trimestre". Mesmo assim, com ajuda das demais regiões, a companhia teve crescimento orgânico de 1% na zona geral das Américas. Analistas esperavam queda de 0,5%.

A greve dos caminhoneiros parou o País no fim de maio, com os motoristas protestando contra o aumento nos preços do diesel e exigindo o fim da política de ajuste diário de preços dos combustíveis da Petrobras. Após a paralisação, o então presidente da estatal, Pedro Parente, pediu demissão.

A Nestlé registrou lucro líquido de 5,8 bilhões de francos suíços (US$ 5,84 bilhões) no primeiro semestre de 2018, uma avanço de 18% na comparação com o reportado em igual intervalo do ano passado, de 4,9 bilhões de francos suíços. O resultado foi influenciado principalmente pela receita com alienações, impostos mais baixos e melhor desempenho operacional. O lucro por ação no período subiu 21,4%, para 1,92 franco suíço.

O desempenho superou as estimativas de analistas, que apostavam na estabilidade das vendas no semestre na comparação com igual semestre do ano anterior. Após a divulgação, as ações da companhia chegaram a subir pouco mais de 1%.

As vendas no primeiro semestre foram de 43,92 bilhões de francos suíços, aumento orgânico de 2,8%. De acordo com o CEO da Nestlé, Mark Schneider, a estimativa é aumentar ainda mais o crescimento orgânico no segundo semestre. "Esperamos melhoria das margens com novos benefícios de nossos programas de eficiência e preços mais favoráveis para as commodities", disse. (As informações são do portal Exame)

Alimentação na América Latina: maior parte da população almoça e janta em casa
Os latino-americanos gastam 8% de seu tempo - pelo menos duas horas por dia - preparando refeições para si e suas famílias, com as pessoas passando mais tempo diante do fogão no Equador e na Bolívia. Os dados foram apurados pela Kantar Worldpanel. Segundo o levantamento, os consumidores da região fazem refeições em média 4 vezes ao dia, sendo o almoço a mais importante para 54% dos domicílios, seguido pelo café da manhã, que aparece com 36% no ranking de relevância. Em toda a América Latina, 10% das pessoas preparam refeições que são adaptadas para uma dieta especial - tais como sem glúten, baixo teor de sal ou dietas sem açúcar. Este valor é mais alto entre consumidores com 50 anos ou mais (15%). Reduzir a quantidade de gordura também é importante para a população da região, com 7% escolhendo as refeições porque são leves ou com pouca gordura. Por exemplo, na França comer menos carne e menos produtos animais ganhou popularidade, com pelo menos um membro em mais de um terço (34%) das famílias seguindo esta tendência. Os latino-americanos exigem produtos frescos. A primeira coisa que eles olham na etiqueta do produto é a data de validade: 59% verificam primeiro, enquanto 13% estão preocupados com a quantidade de açúcar, 11% com a quantidade de gordura e 11% com a quantidade de sal. Por causa da preocupação com a saúde, 30% dos consumidores latino-americanos mudaram seus hábitos alimentares no ano passado. Eles aumentaram o consumo de frutas e vegetais e reduziram o sal (20%), açúcar, frituras e carne vermelha, sendo que 5% parou de comprar refrigerantes e 4% parou de beber álcool. Enquanto 7% dos lares reduziram a quantidade de produtos lácteos em sua dieta, 4% aumentaram para tirar partido dos benefícios de uma dieta rica em cálcio. (As informações são da Kantar Worldpanel)

Porto Alegre, 26 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.786

Receita das maiores de lácteos do mundo subiu 7,2% em 2017

O faturamento combinado das 20 maiores empresas de lácteos do mundo avançou 7,2% em dólar no último ano, segundo o levantamento "Global Dairy Top 20", divulgado ontem pelo banco holandês Rabobank. O estudo mostrou ainda uma mudança no segundo lugar da lista das 20 maiores do segmento, que passou a ser ocupado pela francesa Lactalis. Além disso, de acordo com o Rabobank, as operações de fusões e aquisições em lácteos no mundo cresceram de forma expressiva em 2017. O primeiro lugar no ranking do Rabobank continua com a suíça Nestlé, que teve receita de US$ 24,2 bilhões em 2017. Mas a segunda na lista passou a ser a Lactalis, com faturamento de US$ 19,9 bilhões. 

 

A empresa tomou o posto da também francesa Danone, que fechou o ano passado com receita de US$ 17,6 bilhões. O levantamento ressalta que a apesar de a Nestlé seguir "reinando" no ranking, a diferença entre ela e a número dois se estreitou. A Lactalis subiu para o segundo lugar impulsionada pelas aquisições dos negócios de iogurte das americanas Stonyfield e Siggi. Já a Danone perdeu a posição depois de desinvestir na Stonyfield após a compra da fabricante de alimentos orgânicos WhiteWave, de reduzir sua fatia na Yakult e de vender participação na Al Safi Danone, joint venture na Arábia Saudita. Além disso, na Índia, a Danone decidiu focar em produtos de nutrição e vendeu sua fábrica de lácteos a um player local. A cooperativa Fonterra, da Nova Zelândia, subiu para o quinto lugar no ranking da "Global Dairy Top 20", ligeiramente à frente da holandesa FrieslandCampina, que caiu para a sexta colocação. A escandinava Arla Foods permaneceu em sétimo, apesar da aquisição da joint venture com a SanCor e da nova sociedade com a Indofood.

De acordo com levantamento, a recuperação dos preços dos lácteos em 2017 permitiu o crescimento do faturamento combinado das 20 maiores de lácteos no mundo. E as operações de fusões a aquisições no setor cresceram estimuladas pela disponibilidade de capital barato, como também ocorreu em outras áreas. Contudo, destaca o banco, os "meganegócios" concretizados em 2017 - Danone/WhiteWave e Saputo/Murray Goulburn - tiveram impacto limitado no ranking do "Global Dairy Top 20". Como resultado, afirma o relatório, não há novos entrantes na lista das 20 maiores de lácteos pelo segundo ano consecutivo, o que indica dificuldade de romper o limite de US$ 5 bilhões (valor do faturamento da vigésima colocada na lista). Houve 127 negócios de fusões e aquisições no setor de lácteos no mundo em 2017, conforme o levantamento, ante 81 transações em 2016. Até a metade deste ano, segundo o Rabobank, o número de negócios no segmento está em 62, com quase metade ocorrendo na Europa. 

Em 2017, diz o banco, o valor das transações ficou abaixo do ano anterior devido ao menor número de grandes operações. Além disso, alguns dos maiores negócios no setor não incluíram empresas que fazem parte do Global Dairy Top 20, como a aquisição da brasileira Vigor pela mexicana Lala. A aquisição da Itambé pela Lactalis, que está entre as maiores, está sub judice. O banco prevê que nas próximas décadas o mercado global de lácteos vai crescer ao menos 30% em volume e valor, como resultado do crescimento populacional, do aumento da renda e da urbanização. A avaliação é que o crescimento orgânico e as aquisições vão direcionar esse avanço. (Valor Econômico)

 
Escassez deixa defesa sanitária preocupada

A escassez da tuberculina, substância utilizada no diagnóstico de tuberculose bovina, tem causado apreensão no setor de defesa sanitária. Uma das alternativas para a continuidade dos testes é a adoção de importações emergenciais, o que vem sendo discutido pelo segmento junto ao Ministério da Agricultura. Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nesta modalidade, as aquisições para situações ligadas à exportação foram liberadas. As demais estão em estudo. O cenário preocupa tanto pelo combate à enfermidade quanto pela proximidade da Expointer, já que os animais devem obrigatoriamente apresentar exame negativo para a doença para participar da exposição, que começa daqui a um mês. O problema no abastecimento deve-se a uma demanda superior à oferta no país, segundo o superintendente do Mapa/RS, Bernardo Todeschini. Além disso, a produção da substância no país não teve nenhum incremento. 

Há apenas um laboratório produzindo o material, o Instituto Biológico de São Paulo, que prioriza o atendimento daquele estado. A expectativa é de que uma nova empresa, de origem argentina, comece a operar no país em setembro. "Isso deve começar a colocar tuberculina no mercado a partir de janeiro", aponta Todeschini. Com relação às importações emergenciais, o superintendente ressalta ser necessário que empresas com a intenção de executar a operação procurem o Mapa para manifestar interesse. O diretor de Defesa Agropecuária da Secretaria Estadual da Agricultura, Antonio Carlos de Quadros Ferreira Neto, destacou a necessidade de que o assunto seja solucionado o quanto antes, mas ressaltou que a intenção é trabalhar em conjunto com a Superintendência do Mapa no Rio Grande do Sul. (Correio do Povo)
 
 

Agroindústrias investem em caminhões

Alvo de duras críticas de produtores, agroindústrias e tradings, a tabela de preços mínimos de fretes rodoviários que aguarda sanção do presidente Michel Temer, estimula um número cada vez maior de projetos que preveem a criação ou o reforço de frotas próprias de caminhões para o escoamento das safras. Para cargas a granel como soja e milho, os valores de fretes para longas distâncias até agora propostos representam, em média, altas de cerca de 30% a 50% em relação aos que vinham sendo praticados, de acordo com estimativas. Maior exportadora de soja brasileira, a americana Cargill, que desde a primeira versão da tabela de fretes, usada por Brasília para encerrar definitivamente a recente greve dos caminhoneiros, posicionou-se veementemente contra o tabelamento, voltou a sinalizar que poderá investir em uma frota própria para entrar em operação já nesta safra 2018/19. "Com o tabelamento, indústrias e exportadores terão que repensar a forma como irão operar no Brasil", disse, em comunicado, Paulo Sousa, diretor de grãos e processamento da companhia para a América Latina. Segundo ele, a intervenção do governo no mercado de fretes cria "uma ruptura no funcionamento natural da cadeia de suprimentos e desequilibra os contratos, a ponto de comprometer a confiança na expansão sustentável do agronegócio", além de abrir caminho "para oportunistas trabalharem na informalidade". 

Nesse contexto, a Cargill reforçou que analisa para a safra 2018/19 adquirir frota própria de caminhões e contratar motoristas. A paranaense Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina e outra grande exportadora de grãos, tem sobre a mesa um projeto até mais avançado. O grupo, com sede no município de Campo Mourão, acaba de fechar a aquisição de 152 novos caminhões, que já havia sido aprovada para renovar sua frota própria de 280 veículos. Mas a Coamo só decidirá se de fato seguirá o roteiro previsto e venderá um número semelhante ao total adquirido, que estará à disposição até janeiro, depois que uma tabela definitiva de fretes entrar em vigor. Além dos caminhões próprios, a Coamo opera uma "frota dedicada" de cerca de 600 veículos que pertencem a transportadoras. 

A cooperativa, que movimenta mais de 10 milhões de toneladas de cargas a granel anualmente, também contrata junto a transportadoras serviços para agilizar o escoamento em picos de colheita e, eventualmente, recorre a fretes no mercado spot. A frota própria, composta basicamente por bitrens de sete eixos, responde por 15% da movimentação total de cargas a granel do grupo. Segundo Airton Galinari, superintendente de logística e operações da Coamo, os últimos valores apresentados pelo governo para os fretes chegam a representar aumentos de 80% a 100% em relação aos custos da frota própria - que normalmente opera em curtas distâncias, nas rotas que chegam às cerca de 60 lojas de insumos, peças e maquinários da cooperativa no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul - e de 50% na comparação com os custos da "frota dedicada" de 600 caminhões. Maior empresa de proteínas animais do país, a JBS também está se mexendo por causa do encarecimento dos fretes rodoviários. A companhia acaba de fechar a aquisição de 360 caminhões e estuda ampliar essas compras caso os fretes não sejam revistos, disse uma fonte próxima à empresa de carnes. A frota própria da JBS - que, procurada, preferiu não comentar o assunto - representa mais ou menos um terço do número total de caminhões utilizados em suas operações. Fontes do setor de agronegócios consultadas pela reportagem nos últimos dias afirmaram que é difícil encontrar produtores ou empresas que não estejam avaliando contar com transporte próprio para amenizar a alta dos fretes. Exemplo desse movimento são os laticínios, que reclamam do grande peso dos custos com transporte em suas contas.

 "O setor do leite trabalha exclusivamente com transporte rodoviário e não tem alternativa. Dessa forma, o impacto será mais expressivo no produto", afirmou Alexandre Guerra, presidente do Sindilat, que representa os laticínios gaúchos e defende a livre negociação dos fretes. "Não existe espaço para a adoção de tabelas de valores mínimos. Esse custo quem vai pagar é o consumidor", acrescentou ele em comunicado. O Sindilat confirmou que, para driblar a alta nos custos, algumas empresas do segmento estudam absorver a atividade de transporte ou pelo menos parte dela - alguns laticínios já são responsáveis pela captação do leite nas fazendas produtoras. Para o dirigente, o risco é que o encarecimento do frete leve à revisão de rotas de coleta de leite, o que poderia até acarretar abandono de áreas de pouco volume de produção da matéria-prima. Outra que se debruça sobre a equação dos custos de transporte é a Copersucar, maior comercializadora de açúcar e etanol do país. "Achamos que a chance do tabelamento dar certo é nenhuma. Mas, no limite, faríamos frotas próprias", afirmou Paulo Roberto de Souza, presidente da companhia, ao Valor. Segundo ele, a Copersucar é menos atingida pela medida porque 60% de sua movimentação já se dá por meio de ferrovias. Mas o restante é movimentado em rodovias e justificaria uma frota própria. (Valor Econômico)  

 

Safrinha prejudicada no PR
A estiagem provocou quebra de 22,7% na produção da segunda safra de milho no Paraná. A previsão para a colheita caiu de 12 milhões para 9,2 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. Mesmo assim não haverá escassez no país, que deve produzir quase 83 milhões de toneladas para um consumo próximo de 60 milhões de toneladas, segundo a Conab. O diretor executivo da Facoagro, Sérgio Feltraco, diz que a quebra paranaense tem influência para o comprador de milho, que paga mais pelo grão dependendo da distância e das condições mercadológicas específicas do lugar onde vai buscá-lo. (Correio do Povo)

Porto Alegre, 25 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.785

Conexão Ciência apresenta os avanços do setor lácteo no Brasil

Avanços do setor lácteo - A produção brasileira de leite deve crescer de 2 a 2,5% em 2018, de acordo com estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O avanço do setor lácteo nas últimas décadas no Brasil é o tema do programa Conexão Ciência, que vai ao ar nesta terça-feira (24) às 19h15 na TV NBR, do governo federal.

O entrevistado, Pedro Arcuri, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), fala sobre a busca constante pela melhoria da qualidade do leite, que integra os setores públicos e privados no desenvolvimento de ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Ao longo de mais de quatro décadas, a Embrapa em parceria com outras instituições públicas como universidades, empresas estaduais e instituições privadas como empresas comerciais, instituições de ensino privado, órgãos de representação, entre outras, têm investido na entrega de soluções tecnológicas que vêm contribuindo para o melhor desempenho da cadeia produtiva de leite e lácteos. A visão do setor é tornar o Brasil um exportador global significativo de leite e produtos lácteos de valor agregado.

Entre os resultados obtidos em prol do setor produtivo, Arcuri destaca o Programa de Melhoramento Genético Animal para quatro das mais importantes raças leiteiras, Gir Leiteiro, Girolando, Holandesa e Guzerá; o controle estratégico de carrapatos de bovinos; o desenvolvimento de técnicas de reprodução e multiplicação de bovinos zebuínos leiteiros; e a geração das variedades melhoradas de capim-elefante (BRS Capiaçu e Kurumi) e capim-azevem (Ponteio e Integração).

Durante a entrevista, o chefe de P&D da Embrapa Gado de Leite fala também sobre as ferramentas para a gestão de propriedades leiteiras, entre as quais ressalta o Gisleite, sistema para o gerenciamento do desempenho produtivo dos animais e da propriedade de um modo geral, e o GEPleite - ferramenta informatizada para a gestão econômico-financeira da propriedade leiteira, desenvolvida em parceria com a Cooperativa Santa Clara do Rio Grande do Sul.

"Ideas for Milk": modelo para outras cadeias produtivas
Outra inovação em prol da pecuária leiteira é o evento "Ideas for Milk - desafios de startups", promovido pela Embrapa Gado de Leite desde 2016. Essa iniciativa aproxima empresas pequenas e criativas, chamadas de startups, com as indústrias tradicionais, fornecedores de ferramentas digitais e investidores interessados em ideias inovadoras, que possam virar produtos comerciais. "Trata-se de um ecossistema de inovação para a cadeia do leite, que tem resultado em parcerias e soluções digitais para a produção de leite com mais qualidade, além de processamento e distribuição de leite e lácteos com valores desejados pelos consumidores", explica o pesquisador. A iniciativa está sendo usada como modelo para outras cadeias produtivas, como a do café, por exemplo.

Agricultura 4.0: a pecuária leiteira na era digital
Arcuri destaca também a chamada Agricultura 4.0, que a cada ano tem ganhado mais espaço na agropecuária brasileira, do pequeno ao grande produtor, e gerado um grande impacto na produtividade, assegurando o equilíbrio nas três vertentes da sustentabilidade - social, econômica e ambiental. Segundo ele, a agricultura digital, voltada ao uso de grandes volumes de dados, automação e robótica, aprendizado de máquinas, precisão na aplicação de insumos, também está associada ao conceito do ecossistema de inovação. "A Embrapa Gado de Leite está utilizando parte das suas instalações físicas em áreas de teste de tecnologias digitais, para aumentar a produtividade e facilitar as atividades dos produtores rurais, tanto em esforço físico quanto em acesso a informações para tomar decisões com maior chance de acertos. Para isso, estamos permanentemente buscando novos parceiros para unirem as suas competências às da Embrapa, em todos os níveis", finaliza.

O Conexão Ciência é produzido em parceria pela Embrapa e a NBR e vai ao ar todas às terças-feiras na TV do Governo Federal, às 19h15. O programa também pode ser assistido pelo canal da NBR no Youtube. Saiba como sintonizar a NBR na página da EBC Serviços na internet. Assista aqui aos programas anteriores. (Página Rural)

 
 

Espanha - A possibilidade de vender leite cru desperta interesse dos pecuaristas

Leite cru/Espanha - A União dos Pequenos Agricultores e Pecuaristas (UPA) se posicionou a favor da venda direta de leite cru por parte das explorações pecuárias espanholas. A recente aprovação de um decreto que regula esta prática na Cataluña despertou o interesse de todo o setor e também certas dúvidas por parte dos consumidores. 

"Os pecuaristas podem gerenciar, sem nenhum problema, um produto sobre o qual existe um interesse crescente", afirmou Román Santalla, secretário da UPA. A regulamentação na Cataluña se faz "urgente", e na sua opinião, a aprovação de uma norma nacional que deixe claro o procedimento dos produtore e "dê garantias" aos consumidores.

Os produtores de leite vêm na venda do leite cru uma oportunidade para diversificar suas explorações e obter um preço justo pelo leite de primeira qualidade. As condições sanitárias das propriedades espanholas são excelentes, acima da média europeia, assegurando, diz a UPA, um leite cru que pode ser vendido sem problema e ser consumido sem medo, levando em conta sempre que é preciso ferver o leite e conservá-lo corretamente - um máximo de 72 horas depois da ordenha - para eliminar possíveis microrganismos.

"Os consumidores sabem que precisam lavar as verduras, cozinham bem a carne ou congelam o pescado para que seu consumo seja perfeitamente seguro. É possível e justo que o leite cru tenha um espaço no mercado espanhol, não vemos nenhum problema nisso", destacou Santalla.

A norma deve ser rigorosa no que se refere aos requisitos sanitários das fazendas que queiram comercializar o leite cru. "O objetivo principal é que os consumidores possam dispor de um produto saboroso, com grande potencial gastronômico e com todas as garantias sanitárias", afirma a UPA, concluindo: "É possível, justo e necessário regulamentar a venda direta de leite cru". (Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

UE - Pequenas reduções na produção de leite podem ter grande efeito no preço

Leite/UE - Faz dois anos, em 18 de julho de 2016, o Comissário Europeu de Agricultura, Phil Hogan, anunciou um programa de redução voluntária de produção de leite na União Europeia (UE). Um estudo realizado pela A.Fink-Kebler y A.Trouvé analisou o programa e chegou às seguintes conclusões:

- O programa voluntário de redução da produção foi um grande êxito, já que com uma pequena redução na produção, conseguiu um grande efeito direto nos preços;

- Os preços aumentaram de 25,68 centavos/quilo, em julho de 2016 para 34,16 centavos/quilo em julho de 2017;
- O programa revê uma alta participação de pecuaristas: 48.200 produtores de leite de 27 Estados Membros da UE participaram (aproximadamente 3% das fazendas leiteiras européias);
- O volume reduzido foi de 833.551 toneladas (aproximadamente 2% do volume de leite do mesmo período no ano anterior);
- Os 4 maiores países produtores de leite mostraram a maior participação no programa: Alemanha (232.300 toneladas), França (152.732 toneladas) e o Reino Unido (90.814 toneladas). No conjunto, os três países representam 57% do volume total de redução. A Holanda reduziu em 56.117 toneladas;
- A Irlanda teve o maior percentual de fazendas participantes (21%) e o volume de redução (4%).

O programa voluntário de redução do volume de leite da UE foi realizado entre outubro de 2016 e janeiro de 2017. Os pecuaristas tiveram a oportunidade de reduzir voluntariamente a produção em troca de uma compensação (14 centavos/quilo de leite reduzido em comparação com o mesmo período de 3 meses do ano anterior). (Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

EUA - O que as indústrias de leite vegetal não querem divulgar

Sem Lactose/EUA - Impulsionados pela inovação "leite sem lactose", a indústria de laticínios está desafiando o domínio dos leites vegetais, com as vendas de "leite sem lactose" nos Estaods Unidos (EUA) estarem perto de alcançar - e talvez mesmo ultrapassar - as vendas de leite de amêndoa. Em 2017, as vendas do leite sem lactose cresceram duas vezes mais rápido do que os leites vegetais (7%). O leite de amêndoa, que tem 75% do segmento de leite vegetais, cresceu 9,3%. Mas, as vendas de leite sem lactose cresceram 13% - quase o dobro da taxa de crescimento dos leites vegetais. Mantendo o crescimento atual, as vendas de leite sem lactose serão iguais às do leite de amêndoa em 2020.

Quatro elementos garantem o sucesso do leite sem lactose:

1 - Produto inovador

2 - Marketing

3 - Versatilidade

4 - Vantagem natural

Produto inovador
Fairlife é a marca de maior crescimento do leite sem lactose, 52%, em 2017, é a número um do segmento. Produzido por ultrafiltração, a marca oferece:

Maior teor de proteína (13 gr por 240ml contra 8 gr para o leite comum).
Sem Lactose.
Metade do açúcar do leite normal (6 gr, contra 12 gr).

A Fairlife foi lançada em 2015. Em 2017 suas vendas chegaram a US$ 228 milhões, apesar de vender a um preço 100% maior que o do leite normal, e ser de 50 a 60% mais cara que marcas de leite vegetal. Seu sucesso vem ajudando a impulsionar o crescimento do segmento sem lactose nos EUA. Mas mesmo a líder do mercado sem lactose, Hood Dairy Lactaid, está bem. As vendas da Hood Lactaid cresceram 4,9% em 2017, atingindo US$ 575 milhões.

Marketing
As indústria de laticínios estão trabalhando melhor no marketing para seus produtos sem lactose, chamando a atenção de pessoas que gostam da nutrição e o sabor proporcionados pelos lácteos. As indústrias de leite sem lactose estão criando uma plataforma mais ampla para o consumo de leite, exatamente momento em que a geração Millennial está sendo atraída para o leite integral, incluindo: Proteínas e Gorduras saudáveis. Nos rótulos surgem ingredientes naturais e "limpos".

Em grande parte, os Millennials estão impulsionando o aumento do interesse por leites sem lactose, especialmente para seus pais, que entendem ser o leite nutritivo e quererem que seus filhos tenham o sabor e a nutrição de lácteos autênticos. Eles também procuram evitar os incômodos estomacais que podem criar o leite integral, e então procuram os lácteos sem lactose.

Versatilidade
O leite de vaca tem a vantagem da versatilidade e pode ser usado em bebidas e na cozinha em uma ampla gama de receitas, bem mais fácil que os leites vegetais.

Vantagem Natural
A longa lista de ingredientes de leites sem lactose é muito maior em comparação com as de leites vegetais, que sempre são consideradas, para muitas pessoas, como produtos super processados e não muito natural. O leite é um ingrediente com a presença natural de suas vitaminas e minerais. O leite vegetal é adicionado de vitaminas e minerais, para ter de 10 a 15 ingredientes. Também qual seria o benefício de um produto "vegetal", que possui, apenas de 6 a 10% de ingredientes originais?

Quanto ao benefício digestivo - o maior impulsionador do crescimento de mercado de leite vegetal é o consumidor que acredita que o leite de vaca causa inchaço ou outro desconforto digestivo - o leite sem lactose oferece o mesmo benefício, retirando a vantagem competitiva dos leites vegetais. Entre um leite sem lactose e saboroso, mais e mais consumidores estão dispostos a escolher a nutrição natural do leite. O leite sem lactose está para o leite vegetal, assim como a manteiga está para a margarina - um é natural e o outro processado. E já se sabe o final dessa história. (Dairy Industries - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
 


FRIO AQUECE CONSUMO DE LEITE
O frio das últimas semanas aqueceu o consumo de leite no Rio Grande do Sul, ajudando a elevar o valor de referência pago ao produtor. O preço do litro projetado pelo Conselho Estadual do Leite (Conseleite) para julho no Estado é de R$ 1,3080, aumento de 5,9% em relação ao consolidado no mês passado. Segundo o professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Eduardo Finamore, a alta no valor do alimento acompanha a tendência nacional e os dados ainda carregam reflexo da greve dos caminhoneiros que interrompeu a coleta em diversas praças do país. Além disso, as pastagens de inverno estão atrasadas em relação a 2017, o que impacta na captação. (Zero Hora) 

 

Porto Alegre, 24 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.784

Alta do frete preocupa laticínios gaúchos 
Os laticínios gaúchos estão preocupados com o reflexo que a nova tabela de frete trará ao preço do leite ao consumidor e seu impacto sobre a inflação no Brasil. O assunto foi alvo de reunião de indústrias associadas ao Sindilat na tarde desta terça-feira (24/7), em Porto Alegre (RS). Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a tabela ora divulgada mexe sensivelmente nos custos da produção e distribuição do leite no Rio Grande do Sul, com elevação que oscila entre 20% e 100% no preço do frete de acordo com a região do Estado. "O setor do leite trabalha exclusivamente com transporte rodoviário e não tem alternativa. Desta forma, o impacto será mais expressivo no produto", pontua. O dirigente defende a livre negociação entre os players do mercado brasileiro. "Não existe hoje espaço para a adoção de tabelas de valores mínimos. Este custo quem irá pagar é o consumidor", ressaltou.  A expectativa, alerta ele, é que o Supremo Tribunal Federal (STF) declare a medida inconstitucional.
 
Para driblar a elevação nos custos de frete, algumas empresas do setor estudam absorver a atividade de transporte ou, ao menos, parte dela. O grande dilema está na distribuição do produto acabado, uma vez que exige maior capilaridade. "A captação do leite no campo já é realizada por algumas empresas", informa. O risco, alerta o presidente do Sindilat, é que o encarecimento do frete acabe resultando na revisão de algumas rotas de coleta de leite o que, em último caso, acarretaria em abandono de áreas de pouco volume. "A indústria não quer excluir nenhum produtor, mas a elevação do frete pode tornar algumas operações inviáveis tanto no que se refere à captação quanto à comercialização", completou Guerra. 

Além disso, o dirigente ainda prevê o efeito cascata da alta do frente nos insumos do setor lácteo. "Temos que pensar que o frente da madeira, do papel, das embalagens e insumos também sofrerá impacto, o que cria efeito cascata sobre a  indústria e no produto que chega ao consumidor". (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Foto: Carolina Jardine

Chuva e pastagens freiam captação, e leite passa de R$ 1,30

O frio severo das últimas semanas contribuiu para um maior consumo do leite no Rio Grande do Sul e, consequentemente, para a elevação do valor de referência auferido pelo Conseleite. Segundo dados divulgados na manhã desta terça-feira (24/07), na sede do Sindilat em Porto Alegre (RS), o valor de referência do litro projetado para julho é de R$ 1,3080, 5,9% acima do resultado consolidado de junho, que fechou em R$ 1,2350. O levantamento considera apenas os dez primeiros dias do mês. Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, a tendência é uma realidade nacional, e os dados ainda carregam reflexo da greve dos caminhoneiros que interrompeu coleta e abastecimento em diversas praças do país no final de maio. "O frio está ajudando o produtor neste momento", pontuou o presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, lembrando que a questão cambial também conteve as importações de leite.
 
O vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, pontuou que os números do Conseleite refletem a lei da oferta de da procura. Ele explica que as pastagens de inverno em 2018 estão mais atrasadas do que em 2017, o que vem freando o aumento da captação típico desta época. "A produção não está crescendo tanto quanto se esperava. Além disso, as chuvas alagaram algumas áreas e prejudicaram o pastejo, impactando na produção dos animais", avaliou. 
 
De acordo com dados do Conseleite, no mês de julho, o queijo prato liderou a alta com reajuste de 24,79%, seguindo do UHT (7,12%). Finamore ainda pontuou que, considerando a correção inflacionária pelo IPCA, o preço de referência real do leite no Rio Grande do Sul está no maior nível desde 2013. "Isso nos mostra que a atividade está trazendo remuneração ao produtor, mas é claro que a viabilidade de cada propriedade depende sempre do grau de investimento de cada tambo", ressaltou Finamore, citando que os cálculos do Conseleite consideram custos como insumos e depreciação de maquinário, por exemplo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Foto: Carolina Jardine
 

O promissor mercado de lácteos na América Latina

A América Latina é um dos mercados globais que mais cresce para lácteos, com vendas de US$ 430 bilhões em 2017, enquanto as vendas na Europa caem, segundo a Cargill. Na convenção do Institute of Food Technologists em Chicago na semana passada, a Cargill revelou uma pesquisa global recente que fornece insights do consumidor sobre textura, rótulos limpos e redução de açúcar em produtos lácteos. A equipe pesquisou 13 países e mais de 5.200 compradores de alimentos com foco em iogurte, leite aromatizado, sorvete e laticínios.

Eles descobriram que as atitudes globais em relação aos lácteos estão mudando. O consumidor médio se preocupa principalmente com hormônios, alergênicos e a percepção de insalubridade de um produto, enquanto tanto o valor nutricional quanto o rótulo são tendências que impulsionam o consumo de produtos lácteos.

Produtos lácteos de rótulo limpo estão em ascensão, mais procurados na China e na Indonésia. O Reino Unido, a Alemanha e o Japão ainda não têm um mercado predominante de produtos lácteos de rótulo limpo, enquanto os setores dos EUA e da América Latina estão crescendo. De acordo com Mark Fahlin, desenvolvedor de negócios da Cargill, a indústria de lácteos está vendo um declínio geral devido ao  menor consumo de leite fluido no século XXI.

As marcas estão tentando combater o número estagnado de leite fluido desenvolvendo produtos como "leite ultrafiltrado" e bebidas lácteas funcionais. Os EUA e a Europa registraram aumentos de três dígitos nas vendas alternativas de leite à base de vegetais nos últimos 15 anos, embora a Europa ainda fique um pouco atrás dos EUA na demanda de consumo e na inovação de produtos na categoria. A Cargill vê espaço para um crescimento iminente no mercado de produtos alternativos aos lácteos da Europa.

A América Latina tornou-se um dos mercados de produtos lácteos que mais cresce no mundo e registrou US$ 430 bilhões em vendas em 2017, embora a região gaste menos da metade do que a América do Norte e a Europa gastam em suas indústrias de laticínios.

A maioria dos consumidores da América Latina está escolhendo produtos lácteos devido aos benefícios para a saúde óssea, e mais da metade dos entrevistados preferiu o sabor dos produtos lácteos de verdade às alternativas lácteas. Em toda parte, os consumidores de alimentos e bebidas estão cada vez mais sensíveis e conscientes dos rótulos, embora nem todas as categorias sejam criadas iguais. Guloseimas e lanches ganham alguma liberdade por parte dos compradores, mas categorias de alta prioridade, como produtos para crianças e laticínios, chamam a atenção para o rótulo.

"Há apenas algo inerentemente saudável sobre os produtos lácteos e as expectativas dos consumidores. É bem próximo ao leite materno em termos de um dos primeiros alimentos que uma criança consome", disse Fahlin. (As informações são do DairyReporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


LEITE/CEPEA: Baixo consumo pressiona cotações do UHT e muçarela
Leite UHT - O baixo consumo de leite UHT e queijo muçarela, devido às férias escolares, e a demanda desaquecida de ambos os produtos no início de julho, por causa de seus preços elevados nesse período, pressionaram as cotações. Segundo levantamento do Cepea, entre 16 e 20 de julho, o UHT se desvalorizou 3,46% frente à semana anterior, fechando com média de R$ 3,1954/litro. Quanto ao queijo muçarela, a queda foi de 1,45%, com preço médio de R$ 19,79/kg no mesmo período de comparação. Para as próximas semanas, agentes do setor consultados pelo Cepea esperam que as cotações se estabilizem. (Cepea)

 

 

 

Porto Alegre, 23 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.783

Exportações norte-americanas de lácteos em números
 

Lácteos/EUA - Com o destaque internacional sendo dado às políticas comerciais, e com o México e a China impondo tarifas alfandegárias aos produtos lácteos norte-americanos, é um bom momento para olhar o setor lácteo norte-americano em números. O infográfico é um retrato instantâneo do setor, e mostra que os lácteos criam empregos, e as exportações criam mais ainda. Como?

As exportações expandem a pegada econômica dos lácteos, proporcionando mais empregos em mais lugares. As exportações impulsionam economias rurais, suburbanas e urbanas, criando, ao mesmo tempo, receita tributária adicional para o bem comum. (Medium - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
 

Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da América do Sul - Relatório 29 de 20/07/2018 

Leite/América do Sul - O clima em grande parte da América do Sul está proporcionando conforto animal para as vacas, e a produção de leite está subindo. No entanto, a desvalorização das moedas nacionais, o aumento dos custos operacionais e os baixos preços continuam a desafiar os produtores da região.  De acordo com informações oficiais do Ministério da Agricultura da Argentina, a produção de leite no primeiro semestre de 2018 subiu 7,3% em relação ao mesmo período de 2017. Os agricultores ainda tentam se recuperar da desvalorização do peso argentino. Além disso, os custos operacionais e o aumento no preço dos grãos estão reduzindo as margens, e o preço do leite ao produtor equivale a valores pagos anos atrás. De janeiro a maio, as vendas de queijo no mercado doméstico subiram 9% e as exportações cresceram 25% em volume. A indústria diz que isso poderá melhorar o fluxo de caixa para os produtos, mas, levará algum tempo para que a situação do produtor volte ao equilíbrio.

O bom clima e as pastagens de qualidade estão ajudando a produção de leite do Uruguai crescer. As indústrias não relatam dificuldades para obtenç2ão do leite necessário. De acordo com o site CLAL, de janeiro a maio a captação de leite no Uruguai subiu 6,5% em 2018, em comparação com o mesmo período de 2017. No mesmo período a captação de leite no Chile aumentou 5,8%, mas, os preços estão 59,1% menores.

No maior mercado consumidor da região, o Brasil, a produção de leite também está aumentando. No entanto, analistas do setor relatam vendas fracas no varejo, e apesar da previsão de aumento no consumo da maioria dos produtos lácteos, os preços do leite no mercado spot tiveram queda acentuada nas últimas semanas. De acordo com a Eucolait, as importações brasileiras de leite em pó integral e leite em pó desnatado, de janeiro a junho, caíram 47,7% e 20,2%, respectivamente. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

Carf aceita excluir ICMS do PIS e da Cofins 

Duas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) determinaram a exclusão do ICMS do cálculo do PIS e da Cofins. Para tributaristas, ambos os acórdãos, de diferentes turmas, indicam que o tribunal administrativo, finalmente, começou a aplicar o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). Em março do ano passado, o Pleno do Supremo decidiu retirar o imposto estadual da base de cálculo das contribuições, com efeito de repercussão geral. Contudo, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) propôs recurso (embargos de declaração) que ainda não foi analisado pelos ministros.

Turmas do próprio Supremo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tribunais regionais federais já aplicaram a decisão do Pleno. Nasceram até mesmo teses paralelas e já há decisões da primeira e segunda instâncias da Justiça, por exemplo, determinando também a retirada do ISS do cálculo das contribuições. Mas o Carf era resistente à tese, segundo advogados. Uma dessas decisões contrárias à exclusão do ICMS foi proferida em julho do ano passado (processo nº 10980.900996/ 2011-83) sob o argumento de que a falta de publicação do acórdão do STF impedia sua aplicação.
Para o tributarista Fabio Calcini, do Brasil Salomão & Matthes Advocacia, parece que agora ganha força no Carf o entendimento de que a tese do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins está consolidada. "Será bom para haver harmonia no sistema, o que confere celeridade e segurança 

Jurídica", diz. Segundo Calcini, outros contribuintes podem usar as decisões como precedente. "Mas com certeza a PGFN vai recorrer." As duas decisões favoráveis às empresas são deste ano. Uma delas, da 1ª Turma da 3ª Seção, por voto de desempate, favorece uma empresa de materiais de construção (processo nº 10935.906300/201259). "Não se pode negar o posicionamento da mais alta Corte da Justiça brasileira, que expressamente definiu, em caráter de repercussão geral, que o ICMS não integra a base de cálculo tanto do PIS como da Cofins", votou o relator Cássio Schappo. A outra decisão é da 1ª Turma da 2ª Câmara da mesma Seção. Unânime, beneficia uma agroindústria (10530.004513/200811). Segundo o voto vencedor, do conselheiro Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, "um órgão administrativo de julgamento não aplicar o decidido em sede de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal, quando até mesmo o Superior Tribunal de Justiça já não mais aplica o seu entendimento em sentido diverso, é verdadeira afronta ao julgado pela mais alta Corte do país". 

O Carf demorou para aplicar a decisão do Supremo, na opinião do advogado Marco Behrndt, do Machado Meyer Advogados. "Estávamos aguardando por esse posicionamento do Carf, ainda que pendente o julgamento dos embargos de declaração da PGFN", diz. O tributarista lembra que, pelas novas regras do Código de Processo Civil (CPC), esses embargos não têm o poder de suspender os efeitos da decisão já proferida até seu julgamento. "A eficácia da decisão é imediata. A exigência do trânsito em julgado [quando não cabe mais recurso] não encontra guarida no CPC." Após eventual recurso da PGFN contra as decisões do Carf, a Câmara Superior analisará a questão. Para Ana Paula Lui, do Mattos Filho Advogados, a procuradoria alegará que o artigo 62 do regimento interno do Carf exige decisão em repercussão geral e "definitiva" do STF. Procurada, a PGFN preferiu não se manifestar. "Enquanto isso, todos os contribuintes autuados por retirar o imposto do cálculo ou que tiveram pedidos de restituição do ICMS negados podem usar o precedente", diz Ana. "Isso também vale para as autuações aplicadas para cobrar PIS e Cofins [em outras discussões] após o julgamento do Supremo." (Valor Econômico)

Encontro de Jovens da Santa Clara reúne 300 participantes em Paraí 

Motivados para debater o mercado lácteo, cooperativismo, futuro da produção leiteira, sucessão familiar e a transformação digital, cerca de 300 pessoas estiveram presentes no 3º Encontro de Jovens Santa Clara. O evento ocorreu na quinta-feira, 19 de julho, em Paraí. Na abertura do encontro, o presidente da Cooperativa, Rogerio Bruno Sauthier, deu as boas-vindas aos participantes. "Esse é um momento que a Cooperativa oportuniza para o jovem trocar informações e aprender. A produção leiteira é rentável e alguém terá que produzir alimentos no futuro", ressaltou. Após, o diretor Administrativo e Financeiro da Cooperativa, Alexandre Guerra, apresentou dados referentes ao avanço da Santa Clara nos últimos anos e as metas para 2018.

Entre os temas abordados esteve a "Transformação Digital do Agronegócio Familiar" com a consultora de Marketing Digital Martha Gabriel. Segundo ela, as tecnologias contribuem de diversas maneiras nas tarefas diárias e estão em constante evolução e é preciso acompanhá-las. "É preciso mudar o tempo todo para que se tenha sucesso, pois quando realmente necessitar pode não dar mais tempo", ponderou. A palestrante falou ainda sobre as megatendências: mobiles, data economy (economia de dados), real time (tempo real), social e sustentabilidade.

Palestras
O papel do Cooperativismo esteve presente na fala do presidente da Ocergs, Vergílio Perius: "Os produtores de leite são privilegiados em ser sócios de Cooperativa pela importância que o Cooperativismo possui em regiões que estão inseridos, pois tudo que gera riqueza fica no Estado, na propriedade e na família". 

Com o objetivo de mostrar aos jovens a viabilidade da produção leiteira, o chefe geral da Embrapa, Dr. Paulo do Carmo destacou que "o Brasil tem consumidores e quem se dedica à atividade conseguirá agregar renda. A tendência é que o consumo do leite aumente no futuro".

As tendências de equipamentos e importância dos jovens no cenário do agronegócio e agricultura familiar foram destacadas pela médica veterinária Adriana Thiessen. Para ela, a disponibilidade de terra, a abundância de água e as tecnologias de ponta e o clima são pontos que favorecem a produção agrícola. O 3º Encontro de Jovens contou ainda com o relato dos associados Arialdo Bristot, de Paraí, e Maicon Cecconello, de Sertão. (Assessoria de Comunicação Santa Clara)


Crédito: Estefania V. Linhares/Cooperativa Santa Clara


MAPA Leite: Instrutor faz visitas na região das Missões para sugerir adequações
Mapa Leite - Depois de identificar as principais deficiências dos produtores rurais participantes do programa MAPA Leite, propriedades rurais da Região das Missões estão sendo visitados por um instrutor do SENAR-RS, que, de forma pontual, abordará possíveis melhorias na área de nutrição para bovinos de leite. A cada dia, uma propriedade será visitada e os produtores das áreas vizinhas podem acompanhar as atividades e usar as informações para fazer as adequações em suas propriedades. A próxima rodada acontece de 16 a 20 de julho, começando pelo município de Chapada. O Mapa Leite, fruto de uma parceria entre o Ministério da Agricultura e o SENAR, visa fornecer Assistência Técnica e Gerencial, além da capacitação para produção, transporte e beneficiamento de leite seguro e de qualidade. Cada propriedade cadastrada recebe metodologia específica, através de profissionais com formação em ciências agrárias de nível técnico e superior em Agronomia, Medicina Veterinária ou Zootecnia, capacitados e habilitados pela instituição. No Rio Grande do Sul, 1057 propriedades estão sendo atendidas pelo programa. (Senar/RS)

 

Porto Alegre, 20 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.782

SEM NOVA TABELA
 
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não vai publicar hoje nova tabela com preços mínimos para o frete. Esta era a previsão a partir da medida provisória aprovada no Congresso sobre o tema, mas falta a sanção presidencial. A autarquia segue até 3 de agosto com uma tomada de informações aberta para receber contribuições para a formulação da política. Com isso, segue valendo a primeira polêmica tabela, diz a ANTT. A agência recebeu ontem entidades do agronegócio para tratar do tema. (Zero Hora)

Preço do leite sobe 15,6% em junho e situação só deve mudar a partir de setembro

Preço do leite - A queda na produção de leite com a entressafra fez o preço do produto disparar para o consumidor. Além disso, o analista Alexandre Monteiro, de uma cooperativa no Paraná, lembra que os pecuaristas tiveram que descartar muito leite durante a greve dos caminhoneiros. E isso agravou os efeitos sobre os preços.

Em junho, o leite subiu em média 15,6% no país. A maior alta ocorreu em Belo Horizonte (23,5%). Em São Paulo, o aumento foi de 17,64%. No acumulado do ano, o produto está 28,15% mais caro no país, com destaque para Curitiba (38,55%), Belo Horizonte (37,50%) e São Paulo (36,35%). Monteiro ressalta que a situação só deverá mudar a partir de setembro. "Ali para meados de setembro e outubro, quando a gente começa a ter as chuvas de volta, começa a ter a recomposição da pastagem e, consequentemente, você tem uma produção melhor e volume de leite maior", disse à Rádio Bandeirantes.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, depois das intensas altas no atacado em junho, o ritmo de aumento diminuiu na primeira metade de julho. A elevação foi de 0,7%, frente à quinzena anterior. Já no varejo os preços subiram 2,2% no período. O litro do leite está cotado, em média, em R$ 3,16 no atacado e R$ 3,72 no varejo em São Paulo. Apesar da maior concorrência pelo leite cru com a entressafra nas regiões central e sudeste do país, segundo a consultoria, a demanda interna continua enfraquecida, o que tem limitado as altas de preços dos lácteos. A expectativa para a segunda quinzena é de manutenção das cotações. (Metro Jornal)
 
Com nova alta em junho, custo fecha 1º sem com elevação de quase 6%

Custo de produção - O custo de produção da pecuária leiteira subiu novamente em junho, sendo a sexta elevação consecutiva em 2018. Na "média Brasil" (BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS), o Custo Operacional Efetivo (COE), que representa os desembolsos correntes da propriedade, apresentou elevação de 1,44% no mês, acumulando aumento de 5,63% no primeiro semestre de 2018.  A alta do COE foi influenciada pela valorização nos grupos de concentrado, suplementação mineral e de adubos e corretivos. Juntos, eles representam quase metade dos custos anuais da atividade leiteira na "média Brasil". Em junho, o concentrado se valorizou 2,55%, os suplementos minerais subiram 2,57% e os adubos e corretivos, 6,31%. Os aumentos no mês estão atrelados ao encarecimento dos fretes e à desvalorização do Real frente ao dólar.

Para o concentrado, que representa de 25% a 40% do COE, o aumento de 3,3% em junho no preço do leite pago ao produtor favoreceu a relação de troca para o produtor. Em maio de 2018, eram necessários 29,7 litros de leite para comprar uma saca de 60 quilos de milho; já em junho foram necessários 28,4 litros. Trata-se de uma melhora pontual, uma vez que, no mesmo mês de 2017, eram necessários apenas 18,9 litros de leite para se adquirir uma saca de milho. Por outro lado, a relação de troca com o calcário, principal insumo para reformas e formações de pastagens e capineiras nas fazendas, piorou. Em junho/18, foram necessários 270 litros de leite para se adquirir uma tonelada de calcário, alta de 8% frente ao mesmo período do ano passado, quando eram necessários 250 litros para comprar a mesma quantidade do insumo. (Cepea)

EUA - Longo período de preços baixos

Leite/EUA - Apesar dos baixos preços do leite que forçam alguns produtores de leite a economizar cada centavo e outros a venderem o rebanho, Bryan Matthews continua otimista. "Na minha idade eu tenho que ser", diz o produtor de leite de 35 anos. Em todo o país, os produtores de leite estão lutando para sobreviver. O principal culpado: o longo período de preços baixos. A última vez que os preços estiveram fortes foi em 2014. Analistas atribuem  o problema a um grande desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Existe muito leite pelo mundo, causando uma queda de preços, que prejudica o agricultor, porque não está mais barato produzir.

Existem outros fatores também. A população está bebendo menos leite, particularmente alternando com alternativas ao leite como as bebidas de soja e amêndoa que inundam o mercado. Sem falar das tarifas que é outro potencial desafio a ser enfrentado pelo setor. "É uma questão de tempo", diz Cynthia Martel, extensionista de uma cooperativa do Condado de Franklin, especializada em lácteos. "Poderão eles esperar um ano? Terão dinheiro suficiente para o fluxo de caixa enquanto os preços do leite voltem a subir?" O Condado de Franklin é um dos grandes produtores do estado, mas, os fazendeiros enfrentam as mesmas dificuldades. O condado não foi poupado e muitas fazendas foram perdidas este ano. Existem 40 fazendas que são apenas sobreviventes no condado, hoje.

 Matthews, que ajuda seu pai em uma fazenda em Callaway, espera conseguir superar o momento. A fazenda está na família desde 1919. Seu bisavô morreu três anos depois de comprá-la. Se sua bisavó, mãe viúva e sozinha conseguiu aguentar durante a Depressão, ele também deverá ser capaz de passar por isso.

"Pessoas antes de você tiveram momentos difíceis e passaram por eles", disse Matthews.

O produtor de leite diz que não se imagina fazendo outra coisa. Matthews estudou economia agrícola na Universidade de Clemson mas, percebeu que não tinha como trabalhar com números em um escritório fechado. Preferiu ficar ao ar livre, na fazenda.

"A produção de leite está em meu sangue", disse Matthews.

A renda do agricultor depende do preço do leite. E existem variáveis complexas ao nível federal e estadual para definir o preço do leite.

"Os fazendeiros não têm controle sobre o seu leite", diz Martel. "Eles não podem negociar. Não é assim que funciona". Elaine Lidholm, diretora de comunicação do Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor, descreve o preço do leite como sendo "um dos procedimentos mais complicados de toda a agricultura".

A flutuação nos preços do leite não é incomum. O fato dos preços ficarem sob pressão por um longo tempo, não é exceção. Historicamente, diz Martel, era para os preços terem se recuperado até agora. Nos últimos anos, os preços do leite tornaram-se extremamente voláteis, disse Eric Paulson, diretor executivo da Associação dos Produtores de Leite do Estado da Virgínia. Isso é comprado em 2018.

"Obviamente que estamos vendo os preços muito deprimidos em 2018, diz Paulson. Muitas pessoas conhecem quanto ganharão em um ano, eles têm um salário fixo, observa Paulson. Esse não é o caso dos produtores de leite. O leite sai da fazenda, e o produtor descobre quanto ganhou no mês seguinte.

Sendo o leite um produto perecível, ele diz, o produtor não pode estocar e esperar pelo retorno do preço como ocorre com outras culturas. Apesar das fazendas estarem fechado, Lidholm diz que a produção de leite do estado permanece relativamente inalterada. Isso, frequentemente ocorre, porque quando alguém sai da atividade, suas vacas vão para outras fazendas maiores.

Os preços do leite caíram para os valores da década de 1980, disse Matthews, mas os custos de insumos são os mesmo de 2018.

"Para cobrir as despesas, o agricultor norte-americano - isso vale para o produtor de carne, grãos, e leite - temos que produzir mais!, disse ele. "E as leis da economia dizem que quando produz mais, você colocará mais produto no mercado, e mais produtos no mercado sem aumento de demanda, os preços caem".

Na década de 1970, Mattews disse que a fazenda de sua família ordenhava entre 90 e 100 vacas. Hoje são 155. Embora o rebanho tenha aumentado drasticamente, o número de empregados não aumentou. São apenas, Mattews, seu pai, e outros dois. Todos só precisam fazer mais. "É estressante quando você trabalha o dia todo e vai para casa e começa a pagar suas contas e não há dinheiro suficiente para isso", disse Matthews. "Não importa o quanto você trabalhe, quanto tempo você coloca nele, você não será mais pago". Enquanto isso, Cline Brubaker, outro produtor de leite de Callaway está permitindo que seu rebanho diminua gradualmente. Ele tinha 90 vacas no ano passado, mas, agora reduziu para 30. Ele tentou vender as vacas remanescentes mas, não teve sucesso. Aos 74 anos, Brubaker está de olho na aposentadoria. Tenta encorajar as novas gerações a entrar na pecuária de leite. Não há necessidade de um grande rebanho. Brubaker disse que os baixos preços do leite estão afetando durante os produtores. No momento, ele ganha menos de 100 pounds do que ele ganhava nos anos oitenta. Hoje é mais caro produzir. "Isso está fazendo com que os agricultores como digam, é hora de sair".

Brubaker disse que seu veterinário estava lamentando a quantidade de clientes perdidos ultimamente. E o produtor de leite diz que seus registros explicam facilmente a razão. Os pagamentos ao veterinário não param de aumentar desde 2006. Mas, o crédito do leite - como mostrou Brubaker - hoje é menor em relação ao valor de doze anos atrás. Ele disse ao veterinário que mais clientes serão perdidos. Mesmo aqueles que optam por deixar a atividade enfrentam desafios. Como os preços do leite são baixos, poucos podem comprar o gado à venda. O resultado é que muitas vacas boas vão para o abate. Perguntado quanto tempo ele é produtor de leite, Brubaker diz: "Toda a minha vida". Ele comprou a fazenda Blackwater Valley de seus pais em 1967. A Blackwater Valley está na lista das fazendas centenários, e reconhecida como em operação por pelo menos 100 anos. Ele fica triste ao pensar que essa história poderá chegar ao fim. "Você se apega emocionalmente a isso", diz Brubaker.

Fazem mais de dois anos desde que Debbie e Mike Brubaker desistiram da produção de leite. Mas, Debbie Brubaker ainda se emociona ao falar sobre isso. Por anos, a vida de Debbie Brubaker e seu marido, um fazendo de terceira geração, girava em torno do leite. Mike cuidava da parte operação e Debbie da contabilidade. Ambos participaram do Conselho da Indústria. Quando eles encerraram as vendas em janeiro de 2016, eles também deixaram para trás a comunidade. Debbie Brubaker disse que foi mais difícil do que perder um emprego: eles perderam um estilo de vida. "Sua paixão e todo o resto não desapareceram", disse ela. Ao analisar as suas finanças, Debbie Brubaker chegou à conclusão que deveria escolher entre aumentar o rebanho ou cortar as despesas. Nenhuma das duas opções eram possíveis. A fazenda já havia reduzido o rebanho e dispensado um empregado contrato, e não havia mais despesas a serem cortadas. Então  entregaram o restante do gado para uma empresa de leilões liquidar o plantel. O valor obtido com a venda foi menor do que a avaliação de anos anteriores, mas, ainda foi um bom negócio. Conta que foi difícil para o marido se separar das vacas. "Ele conhecia cada uma delas". Mantiveram a fazenda onde plantam soja e milho. E, substituíram o gado de leite por gado de corte, embora tenham um rebanho de apenas 28 cabeças, conta Debbie Brubaker.

O filho do casal, que era um adolescente quando encerraram a produção de leite, demonstrou interesse em manter viva a tradição da família. Mas, seus pais não tinham certeza de que deveria incentivá-lo. "Com a indústria de laticínios e a luta que tivemos, odeio confessar, mas, não o encorajamos a fazer isso", disse Debbie Brubaker. Ela não sabe como os produtores de leite estão conseguindo sobreviver agora. São anos de recessão. "Nosso coração permanece com os produtores que ainda lutam", completa Debbie Brubaker.

A Associação dos Produtores de Leite do Estado da Virgínia que defende seus membros, principalmente em nível estadual, propõe iniciativas como aumentar as doações de leite para bancos de alimentos, disse o diretor executivo, Paulson. É um produto muito procurado, mas, difícil de transportar. Bancos de alimentos podem ser um novo destino para o leite. E, como é perecível, precisa encontrar uso rapidamente. No entanto, o esforço está em fase inicial, completa Paulson. A associação também está trabalhando para diversificar o processamento de leite no estado. Em 2017, 86% do leite produzido na Virgínia era consumido como leite fluido. Em outros locais, o percentual às vezes é menor do que 25%. Nova Iorque é iogurte, Wisconsin queijo, mas na Virgina é leite fluido. Talvez isso possa mudar. Paulson tem esperança de ver a Virgínia produzindo produtos lácteos cuja demanda esteja crescendo. "Temos um excelente produto. Estamos apenas tentando descobrir como conseguir que as indústrias cheguem até nós", disse ele. (Dairy Herd - Tradução livre: Terra Vivaq)


Mulheres ativas no agronegócio
Muitas mulheres do Vale do Taquari que trabalham no campo são empreendedoras, buscam renda extra fora da propriedade e transitam entre a área rural e a cidade com facilidade. A conclusão é de uma pesquisa divulgada ontem pela Faculdade La Salle Estrela. Das entrevistadas, 44,5% trabalham "dentro da porteira"; 38,9% também têm atividades "antes da porteira", oferecendo suprimentos e serviços às propriedades; e 16,7% atuam "depois da porteira", em negócios ligados ao transporte, armazenamento, industrialização e comércio da produção. (Correio do Povo) 

 

Porto Alegre, 19 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.781

Reunião do Conagro discute regras de rotulagem nutricional

A 7ª reunião do Conselho da Agroindústria (Conagro) da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), realizada nesta terça-feira (17/07), na Fiergs, debateu o possível impacto das mudanças na rotulagem nutricional de alimentos sobre o setor. As novas regras para embalagens, ainda em discussão na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são criticadas pela indústria alimentícia, que defende um modelo próprio com informações mais completas sobre a composição dos produtos.

No dia 21 de maio, a Anvisa aprovou um relatório preliminar para que sejam incluídos nos rótulos dos alimentos alertas sobre altos teores de açúcar, gordura e sódio. Dessa forma, as embalagens apresentariam um símbolo de advertência quando o produto tivesse excesso de um desses componentes. A agência, então, abriu um período de consulta pública sobre o tema, que se encerra em 20 de julho. "A Anvisa está adotando um modelo que já foi usado em outros países, com prejuízos para o setor produtivo, e que não traz informações suficientes ao consumidor, contribuindo para assustá-lo e 'demonizar' os produtos", avalia o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que participou da reunião.  

Como alternativa, a indústria propõe a adoção de um semáforo nutricional nos rótulos, que indicaria altos, médios ou baixos teores por meio das cores vermelha, amarela e verde com maior destaque. Esse modelo é adotado no Reino Unido, na Coreia do Sul e no Equador Sri, por exemplo, e está sendo discutido na Argentina, no Uruguai e no Paraguai, explica Darlan. "O descontentamento do setor, manifestado pelas entidades empresariais no processo de consulta pública, é com o fato de modelo defendido pela Anvisa vir a ser adotado sem uma discussão maior", diz o secretário executivo do Sindilat.

O dirigente cita os dados de uma pesquisa do IBOPE encomendada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios brasileiros no final de 2017. De acordo com o levantamento, 67% das pessoas preferem o semáforo nutricional; 89% dos entrevistados afirmaram que o semáforo cumpre os requisitos para auxiliar escolhas mais saudáveis e nutritivas; 64% apontaram o semáforo como o modelo mais útil para controlar o consumo diário de calorias, açúcares e gorduras saturadas e sódio, e 66% o consideraram o modelo que mais facilita a comparação entre produtos. "A pesquisa comprova a preferência pelo semáforo, mas não foi sequer considerada pela Anvisa", critica Darlan.

Segundo o dirigente, a reunião do Conagro reforçou o posicionamento do setor no sentido de que a rotulagem nutricional é importante para que os consumidores tenham informações padronizadas, claras e completas sobre os produtos e façam escolhas baseadas nas recomendações nutricionais e nas suas necessidades de saúde. "A discussão sobre rotulagem de alimentos é essencial, e o processo regulatório deve ser realizado respeitando todas as etapas necessárias para que o novo modelo beneficie toda a sociedade", afirma o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que também participou da reunião. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Tania C. Sette 

Conseleite SC 

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 19 de Julho de 2018 na cidade de Florianópolis, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Junho de 2018 e a projeção dos preços de referência para o mês de Julho de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.

 

O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Faesc)

 
 

RS: programa auxilia bovinocultores de leite a aumentar produtividade

Lançado em maio do ano passado, o Programa de Inclusão Social e Produtiva da Propriedade Familiar, idealizado pela cooperativa Languiru, Emater/RS-Ascar e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, tem auxiliado os bovinocultores de leite da região a aumentarem a produtividade. O projeto, que busca a continuidade das pequenas propriedades rurais, em especial as que têm o leite como matriz produtiva, visa a fomentar a Assistência Técnica e Extensão Rural e Social e a estimular os agricultores para a importância de se investir em outros cultivos. O projeto atende cerca de 100 agricultores de 18 municípios doa vales do Caí, Taquari e Rio Pardo, sendo voltado especialmente para bovinocultores que convivem com dificuldades para a produção de volumes de leite que compensem a captação de matéria-prima pela indústria, com uma escala que lhes garanta permanência no mercado. "A intenção é evitar que os produtores deixem a atividade", comenta o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli. "Por isso que o programa é voltado a agricultores que trabalham com capacidade máxima de produção de 300 litros de leite ao dia", completa.

É justamente este o caso do bovinocultor Valdírio Eberhardt, da localidade de Santa Manoela, em Paverama. Com 13 vacas em lactação, que dão 250 litros de leite por dia, o agricultor celebra os números, que evoluíram cerca de 30%, se comparado com 2017. Ao lado da esposa Roseli, Valdírio atribui o crescimento a uma atenção maior atenção a questões de higiene na hora da ordenha, à dieta das vacas leiteiras e também à genética do rebanho. "São aprendizados que recebemos em cursos e reuniões e que, por mais que pareçam simples, são bastante significativos", analisa. Situação semelhante vive o produtor Edo Jung, da localidade de Linha Roncador, em Colinas. Com oito vacas em lactação, que rendem 75 litros de leite por dia, ele quase não acredita que esteve em vias de encerrar a atividade leiteira. "Foi o incentivo da Emater que fez com que percebesse a importância dessa renda mensal", avalia Jung, que também é ovinocultor. Com os "pés no chão", como ele mesmo define, o produtor estuda a possibilidade de aumentar o seu plantel e fazer pequenos investimentos. "A gente percebe que há mercado para quem investe no leite", afirma.

Tanto Jung quanto Eberhardt também celebram o fato de terem um rebanho com alta sanidade e com baixos níveis de Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Bacteriana Total (CBT), o que rende a eles alguns "valiosos centavos" de bônus, como eles mesmos definem, pagos no final do mês pela Languiru. A qualidade do leite está diretamente relacionada aos cuidados com a higiene e ao aprendizado e a troca de experiências, fomentados por meio de cursos, palestras, seminários e dias de campo, promovidos não apenas por meio desta, mas também de outras políticas públicas. Ambos agricultores eram integrantes da Chamada Pública do Leite, operacionalizada pela Emater/RS-Ascar durante três anos (e finalizada em 2017) e que também buscou estimular a atividade. Da mesma forma, Jung e Eberhardt também receberam recursos para investimentos em áreas com pastagens permanentes e em salas de ordenha, por meio do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper). "São valores que, para os agricultores, podem representar a diferença no que diz respeito à continuidade na atividade", pondera Brandoli. 

 
O Programa de Inclusão Social e Produtiva, que tem o apoio das prefeituras dos municípios envolvidos e do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa), segue neste ano com outras ações que buscam a sustentabilidade da propriedade, que incentiva os agricultores para a produção de outros cultivos que possam ser comprados pela Languiru. Em breve, uma reunião em Colinas deverá definir a aquisição de excedentes de hortaliças e frutas dos produtores que integram a política pública. Para Jung, que possui uma horta completa em casa, essa pode ser mais uma oportunidade de renda futura. (As informações são do portal Emater-RS)
 
 

Pós-treino: leite achocolatado melhora a recuperação muscular

Quer ter energia para um treino cansativo ou se recuperar de um? Esqueça bebidas esportivas. Um novo estudo indica que a simples mistura de leite com achocolatado pode ser tão boa quanto - e até melhor - para a recuperação muscular demandada pela atividade física. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico European Journal of Clinical Nutrition, a combinação fornece nutrientes essenciais para a recuperação pós-exercício, como carboidratos, proteínas, gorduras, água e eletrólitos. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade Shahid Sadoughi, no Irã, analisaram doze estudos prévios sobre como o leite com achocolatado influencia vários marcadores de recuperação de exercícios, em comparação com uma bebida placebo ou uma bebida esportiva.

Cerca de 150 participantes consumiram a mistura ou alguma outra bebida - incluindo as esportivas - enquanto ou após completarem alguma atividade física, como correr ou andar de bicicleta. Entre os marcadores verificados estavam tempo de exaustão, frequência cardíaca, nível de ácido láctico e cansaço. Os resultados mostraram que, em geral, aqueles que tomaram o leite achocolatado demoraram mais para chegar à exaustão durante o exercício e melhorou a percepção de esforço, a frequência cardíaca e nível de ácido láctico no sangue. Esses benefícios foram iguais ou superiores ao das outras bebidas analisadas, incluindo bebidas esportivas. Apesar disso, ainda são necessárias mais pesquisas para compreender melhor a atuação da bebida no organismo.

"A mensagem para levar para casa é que o leite com chocolate é uma opção de baixo custo e deliciosa para a recuperação e fornece efeitos similares ou superiores em comparação com bebidas comerciais", disse Amin Salehi-Abargouei, principal autor do estudo.

Além do leite com chocolate, smoothies e cereais com leite ou sopa também podem fornecer os nutrientes necessários para a alimentação pós-treino. Beber muita água também é essencial para substituir os fluidos perdidos através do suor.

Chocolate amargo
Outro estudo publicado em 2015 no periódico The Journal of the International Society of Sports Nutrition  mostrou que o chocolate amargo também pode influenciar o desempenho durante treinamento físico. Ao longo do estudo, pesquisadores da Universidade Kingston, no Reino Unido, avaliaram dois grupos de ciclistas: os que consumiam chocolate amargo e os que comiam chocolate branco. Depois de 2 semanas ingerindo cerca de 42 gramas diários de chocolate, os participantes passaram por uma série de exercícios de ciclismo, incluindo exercícios moderados e testes de tempo, que avaliaram os batimentos cardíacos e os níveis de consumo de oxigênio dos ciclistas. Para confirmar os resultados, os voluntários fizeram uma pausa de uma semana, antes de trocar de grupo e repetir a orientação de consumo de chocolate por duas semanas. Aqueles que consumiram chocolate amargo usavam menos oxigênio quando pedalavam em ritmo moderado e pedalaram mais no teste de tempo de dois minutos. "O chocolate amargo aumenta o óxido nítrico, que é o principal mecanismo que acreditamos estar por trás desses resultados. Descobrimos que as pessoas podem efetivamente se exercitar por mais tempo depois de comer chocolate amargo", disse Rishikesh Kankesh Patel, principal autor do estudo, ao site especializado Medical News Today. (As informações são do portal Veja)

Altas no preço do leite longa vida podem se repetir no próximo mês?
As fortes altas no preço do leite longa vida no atacado, provocadas principalmente pelo efeito da greve dos caminhoneiros, desaceleraram em julho. Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria, fala um pouco mais sobre as expectativas para o próximo mês e como o produtor de leite é afetado por essa alta. Assista a reportagem na íntegra. (Canal Rural)