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Porto Alegre, 05 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.873

Importações voltam a crescer!
 

Na última terça-feira (04/12/2018) a Secex divulgou os dados de comércio internacional de lácteos no Brasil. Em novembro, o Brasil importou 148,9 milhões de litros em equivalente leite, 4,3% a menos em relação aos 155,6 milhões importados em outubro, mas, ainda assim, quase o dobro (+94,3%) na comparação com novembro de 2017. Enquanto isso, as exportações tiveram leve aumento mensal, ficando em 11,5 milhões de litros em equivalente leite, contra 9,3 milhões em outubro, o que reduziu um pouco nosso déficit comercial lácteo em 8,9 milhões de litros, como mostra o gráfico 1. No entanto, comparado ao saldo da balança no mesmo mês de 2017, estamos numa situação pior, com saldo de -137 milhões de litros contra -47 milhões de litros no ano passado.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
Na comparação anual (janeiro-novembro), em 2018 o volume de lácteos importado ainda é 7,5% inferior a 2017. Entretanto, isso ainda ocorre por conta do 1º semestre "fraco", uma vez que, considerando apenas o 2º semestre (julho-novembro), as importações brasileiras foram 38% maiores de que em 2017 (621 milhões de litros vs. 449 milhões no ano passado). Observe o gráfico 2.

Gráfico 2. Importações brasileiras em equivalente leite - 2017 vs. 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
Este forte crescimento nas importações lácteas do segundo semestre é basicamente pautado pelo aumento na compra de leite em pó dos nossos vizinhos Argentina e Uruguai (especialmente do primeiro). Entre julho e novembro, o Brasil importou 52,3 mil toneladas de leite em pó (desnatado e integral), 58,7% a mais do que no mesmo período de 2017. Deste volume, 60,8% foram originados na Argentina e 33,8% vieram do Uruguai (uma alteração no "mix" de origem em relação a 2017, quando 44,6% do volume importado foi argentino e 46% uruguaio). Observe a evolução mensal no gráfico 3.

Gráfico 3. Importação brasileira de leite em pó e participações da Argentina e Uruguai. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
Em novembro, o Brasil importou 8,5 mil toneladas de leite em pó integral, a um preço médio de US$ 2.872/tonelada, equivalente a R$ 10.875/tonelada - a cotação média para o leite em pó industrial no mercado brasileiro no mês de novembro de 2018 foi de R$ 13.237/tonelada segundo levantamento semanal do MilkPoint Mercado. Apesar de ser um preço 3,4% mais baixo do que em outubro (-US$ 100/tonelada), Vale destacar também o incremento nas importações de gorduras. Em novembro foram 676,8 toneladas entre manteiga e butter oil, contra 481,6 toneladas em outubro. No acumulado de 2018 (janeiro-novembro), as importações são 12,9% mais altas contra 2017, muito por conta das desvalorizações internacionais e dos preços elevados da gorduras lácteas no mercado interno. Por fim, a tabela 1 mostra um detalhamento da balança comercial em novembro por produto transacionado, bem como seus preços de importação/exportação.

Tabela 1. Balança comercial láctea em novembro de 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 

 

Itamaraty deve reforçar foco agrícola

Sob apelos do setor produtivo, o futuro chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, tem sinalizado que deverá criar um departamento exclusivo no Itamaraty para tratar de negociações e acordos comerciais de interesse do agronegócio. Na segunda-feira, em reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a deputada Tereza Cristina (DEM-MS), indicada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Agricultura, confirmou a notícia a empresários e dirigentes de entidades setoriais. "É uma forma de demonstrar que o Itamaraty, neste governo, vai dar atenção especial para o agronegócio", disse Tereza ao Valor. A iniciativa de Araújo partiu de uma queixa do setor de que o Itamaraty não tem priorizado o agronegócio nas pautas de comércio exterior, até por hoje contar com uma estrutura menor para tal. A missão do Brasil de melhorar sua imagem perante países importadores de produtos agropecuários - sobretudo carnes, que enfrentam embargos em países como Rússia, Estados Unidos e China - também reacende, segundo fontes, a necessidade de uma área específica voltada para a agenda internacional do setor. (Valor Econômico) 

Santa Clara adere ao Aprendiz Cooperativo do Campo

Pensando em oportunizar espaços de aprendizado para os jovens e estimulá-los a dar continuidade à atividade leiteira, a Cooperativa Santa Clara adere ao Programa Aprendiz Cooperativo do Campo. A primeira turma é composta por cinco alunos e é formada por filhos de associados da região do Alto Jacuí. As aulas iniciaram no início deste mês.

O programa tem por objetivo incentivar a permanência dos jovens no campo, além de promover a sucessão familiar profissionalizada, o empreendedorismo cooperativo, profissionalizar a gestão de pequenas e médias propriedades rurais e proporcionar às cooperativas agropecuárias o incremento do quadro social.

Durante 17 meses eles irão participar de aulas práticas e teóricas, sendo divididas em duas semanas cada, com foco na atividade rural. A proposta é que os participantes não percam o vínculo com o campo e nem fiquem distante da família.

Para participar do programa os alunos devem ter entre 14 e 24 anos e possuírem carteira de trabalho. A iniciativa é desenvolvida através de uma parceria da Cooperativa com o Sescoop/RS.

Desde o mês de novembro, a rotina de cinco jovens será um pouco diferente do que estão habituados. Iasmin Eduarda Schwaab, Silvana Eduarda Lubnow, Morgana Oliveira da Silva, Naiane Dierings e Diego dos Santos irão organizar o seu tempo entre a propriedade, a escola e a frequência no programa Aprendiz Cooperativo do Campo.

O grupo irá frequentar aulas teóricas e práticas, de acordo com o cronograma. Os encontros práticos terão como laboratório as propriedade rurais modelo, o tambo familiar, a estrutura da Cooperativa, dias de campo, feiras e visitas técnicas.

Novas perspectivas
É de conhecimento geral que a perspectiva de continuidade da agricultura familiar depende de uma série de fatores, e isso não é diferente para os jovens. O incentivo de inscrever-se no Aprendiz Cooperativo Campo veio dos pais de Morgana Oliveira da Silva, 15 anos. "Na época deles não tiveram essa possibilidade, por isso me apoiaram para participar. Além disso, é uma forma de aprendizado que vai auxiliar no meu futuro", comenta a estudante do 9º ano do Ensino Fundamental. A adolescente auxilia os pais, Helena e Valdomiro Ferreira da Silva, na propriedade que conta com dez vacas, localizada no município de Selbach.

Dar sequência à atividade leiteira é o desejo de Silvana Eduarda Lubnow, 16 anos. Ela é uma das jovens que aderiram ao projeto. Desde pequena, a estudante do 1º ano do Ensino Médio ajuda os pais, Neocilda e Nilton Lubnow, no tambo, localizado em Selbach. "A expectativa é que o aprendizado contribua no trabalho em casa. Hoje temos 12 vacas", afirma. Para ela, o programa é uma forma de incentivar a sucessão familiar. (Sistema Ocergs-Sescoop/RS) 

Novas regras para leite cru preocupam setor produtivo
Os novos regulamentos técnicos divulgados pelo Ministério da Agricultura para leite cru refrigerado e leite pasteurizado vão provocar mudanças no sistema produtivo atual, tanto para o produtor quanto para as indústrias. O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, fala sobre o que está preocupando o produtor. Assista a reportagem na íntegra (Canal Rural)
 

 

Porto Alegre, 04 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.872

GDT
 
Os produtores de leite da Nova Zelândia contam com esse resultado para projetarem sua renda. Até aqui não houve qualquer ganho nas cotações dos lácteos na temporada 2018/19. O principal produto negociado na plataforma, o leite em pó integral (WMP) perdeu 12% de seu valor desde o primeiro leilão de agosto de 2018, até o último leilão de novembro de 2018. Faltando pouco mais de 20 dias para encerrar o ano a interrupção das quedas é uma esperança de que o preço do leite ao produtor não seja tão forte. (GDT/Terra Viva)
 
 
 

Saiba por que o preço do leite está caindo e veja dicas de receitas para aproveitar o alimento

Preço do leite - Se o fim de ano é sinônimo de despesas extras, a boa notícia é que pelo menos um item básico da alimentação está com o preço em queda. Parceiro do café ou do achocolatado no café da manhã e de variadas receitas de doce, o leite longa vida está mais barato na prateleira.

Levantamento da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) mostra que, depois de custar R$ 3,26 (preço médio) em julho, o valor médio do litro chegou a R$ 2,93 na terceira semana de novembro, um recuo de 10,1%. O relatório do Instituto de Estudos e Pesquisas Econômicas da UFRGS (IEPE-UFRGS) também mostra praticamente a mesma redução em período semelhante: 10,4% de julho a outubro (os dados de novembro só são disponibilizados em dezembro).

O motivo da queda nos preços é o aumento da oferta do produto no mercado brasileiro. O excesso de produção em Minas Gerais, principal Estado leiteiro do país, ajudou a derrubar o valor nas gôndolas.

- As interferências do clima aumentaram a produção e houve necessidade de baixar os preços em função do excesso. Leite é perecível: ou vende ou joga fora - destaca o presidente da Agas, Antônio Longo.

Economia na prática

Na prática, essa redução pode representar uma economia de cerca de R$ 20 por mês, em uma família de quatro pessoas, considerando o consumo de dois litros diário.

- Em famílias com crianças em idade escolar, o consumo médio é de dois a dois litros e meio por dia. Em casas com crianças menores, o consumo aumenta - indica a nutricionista Cláudia Marchese Strey.

Além da folga no orçamento familiar, a baixa do preço também dá uma mãozinha para os comerciantes, principalmente aqueles que usam o leite como insumo para outras preparações, como Luís Fernando de Oliveira, proprietário de uma padaria no bairro Menino Deus, em Porto Alegre.

- Tudo vem aumentando, a luz, a farinha... A baixa no leite está dando uma ajuda. A gente trabalha muito com o leite longa vida na produção de doces, salgados, tudo praticamente usa leite - comenta.

Redução não deve impactar nos derivados

A expectativa tanto da indústria quanto dos supermercadistas é de que os preços se mantenham no mesmo patamar nos meses de verão enquanto a produção estiver alta e o consumo menor. Bom para o consumidor e para parte do comércio. Contudo, os valores mais baixos podem não chegar até o outono.

- Não é salutar ficar nesse patamar de preço, há necessidade de valor superior em função de custos do produtor e da indústria. O leite é um dos itens com menor margem no supermercado - avalia Longo.

Ainda que a matéria-prima esteja mais em conta, os derivados não devem sofrer grandes alterações, estima secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini. Queijo, leite em pó, nata e manteiga devem manter-se na mesma faixa de preço.

- O custo da manteiga e da nata não caem porque são a gordura, como se fosse a "picanha" do gado: é pequena e o mercado absorve todo o consumo - diz o secretário.

Por que sobe tanto?

Os períodos de safra e entressafra têm grande impacto sobre o valor final do produto, como explica Palharini.

- Normalmente, se compararmos com anos anteriores, a lógica acontece nesse mesmo período. Na safra, o preço cai e, na entressafra, sobe. O produto falta em todo o Brasil e não compensa trazer de fora para fazer a manutenção do mercado - diz.

Em geral, o período intermediário entre uma safra e outra se estende de maio a setembro, no entanto, isso também depende das variações climáticas.

Dá para estocar?
Para uma vida útil adequada, ele deve ser transportado e conservado em temperatura ambiente, em lugar arejado e sem umidade. Normalmente, após aberto, o leite deve ser conservado sob refrigeração em até 48 horas, ou conforme orientações do fabricante, presente na embalagem. Na prateleira do mercado, a vida útil do produto é de quatro meses. (Diário Gaúcho)

 

Rede Leite avalia resultados de 15 anos de atividade e prospecta futuro

Em um momento de desafios para a atividade leiteira gaúcha, integrantes da Rede Leite reuniram-se nesta quinta-feira (29), em Ijuí (RS), para debater seus principais resultados e avanços, assim como as perspectivas para o futuro do trabalho, que completou 15 anos em 2018. A 4ª edição do Fórum da Rede Leite foi realizada no campus da Universidade Regional do Noroeste do RS (Unijuí) e contou com a participação de cerca de 150 pessoas, entre produtores rurais, pesquisadores, técnicos da assistência técnica e extensão rural, professores e estudantes. Durante o Fórum, uma série de exposições apresentou como a integração organizada entre as instituições e os produtores pode gerar ganhos para todos. No âmbito institucional, por exemplo, o avanço do conhecimento é facilmente percebido com a diversificação e fortalecimento da pesquisa científica, qualificação da assistência técnica e extensão rural e incremento da produção e formação acadêmica. Tudo isso tendo sempre como foco de trabalho e estudo os diversos aspectos que envolvem a atividade leiteira.

Mas o resultado mais vultoso e pragmático é visto, sem dúvidas, no campo, com famílias produzindo mais leite e com melhor qualidade. E se isso poderia ser o suficiente para muitos grupos organizados, para a Rede Leite é apenas uma das partes importantes. Temas como qualidade de vida, melhoria do ambiente, diversificação produtiva, saúde do trabalhador e sucessão rural, por exemplo, são tratados como fundamentais e são tão caros quanto a produtividade do sistema.

"Abrindo as porteiras para essas pesquisas, os maiores lucradores somos nós produtores. O conhecimento que chegou na nossa propriedade nos ajuda a ter mais renda, nos facilita muito o trabalho no campo, melhora o rebanho, a qualidade do leite", destacou a produtora Renita Cavalini, durante a apresentação do primeiro painel do evento intitulado "Como a Rede Leite fortalece o trabalho dos agricultores, dos extensionistas, dos professores e dos pesquisadores".

O relato da produtora Renita é reforçado com a constatação de que aspectos cruciais para todo o sistema produtivo funcionar em harmonia avançaram muito nas propriedades integrantes da Rede Leite ao longo dos 15 anos de trabalho. Passo importante para dar conta de abranger tantos assuntos do cotidiano rural foi a criação de Grupos de Trabalho (GT), que funcionam como guarda-chuva de grandes temas, mas que ainda assim conseguem perceber as especificidades de cada realidade. A diversificação forrageira, melhoria das condições de oferta de água e melhoria das pastagens e da fertilidade do solo são pautas constantemente abordadas com os produtores através dos GTs das áreas de forrageiras e ambiental. O GT de qualidade do leite e sanidade animal, por outro lado, levanta temas como contagem de células somáticas (CCS) e contagem bacteriana total (CBT), higiene da ordenha e doenças reprodutivas, entre outros. O grupo Econômico e Fora da Porteira apresenta novas possibilidades para a organização da propriedade e acesso aos mercados.

Mas como já dito, os assuntos técnico-econômicos são parte de um trabalho que sempre tenta olhar o todo. O GT Social, nesse sentido, dá conta de abordar assuntos que muitas vezes são esquecidos no meio rural. "Quando pensamos em um trabalho com produtores logo se imagina o uso de disciplinas como agronomia ou medicina veterinária. No caso do Grupo de Trabalho Social da Rede Leite, muitas vezes englobamos disciplinas da área da saúde, como enfermagem, nutrição, fisioterapia, biomedicina, entre outros", destacou a professora da Unicruz, Rosane Félix, durante a apresentação do segundo painel do evento, intitulado "Impactos positivos gerados na Agricultura Familiar: perspectiva social; ambiental e de alimentação animal; qualidade do leite e sanidade animal; econômica e de mercado". Exemplo claro disso foi o trabalho que envolveu 124 produtores, 42 extensionistas e 91 estudantes em dez municípios do Noroeste Colonial e Alto Jacuí, e que tratou de avaliar como estava a postura dos produtores antes, durante e após a ordenha, com a posterior indicação de alongamentos e práticas físicas para auxiliar no trabalho diário dos agricultores.

Desafios
Nos últimos três anos, o número de produtores de leite reduziu cerca de 20% no Rio Grande do Sul. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, que abrange 44 municípios dos Coredes Celeiro, Noroeste Colonial e Alto Jacuí e onde está situada maior parte do trabalho da Rede também houve diminuição. Em 2015, havia nessa região 13.659 produtores vendendo leite para a indústria. Em 2018, o número caiu para 10.029 produtores. A produção, no entanto, não sofreu grandes oscilações no período, devendo fechar o ano em aproximadamente 787 milhões de litros, contra 800 milhões de litros produzidos no ano de 2015. Com o cenário se postam também os desafios para o setor e para a Rede. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar e coordenador do Comitê Gestor da Rede Leite, João Schommer, surgem novas provocações e a Rede deve encontrar soluções criativas e inovadoras. "Uma das questões que se levantou para enfrentar esses desafios é a diferenciação desse produto, agregar valor, de forma a manter esses produtores na atividade. Temos um grupo qualificado, com instituições com grande potencial", ressaltou.

"Considero que houve avanços significativos em diversos aspectos relativos à produção de leite e ao processo de gestão conduzido pelos agricultores familiares. Avanços que foram sistematizados pela equipe da Rede Leite e socializados nesse Fórum. Mas sabemos que novos desafios já estão postos, destacando-se a oportunidade de agregar valor em função da qualidade do leite e das possibilidades de transformar em outros produtos diferenciados com potencial de inserção em mercados específicos. Outro aspecto que motiva preocupação da Rede Leite é a saída de milhares de famílias da atividade leiteira, e as consequências desse processo", destacou o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Gustavo Silva.

O professor do Departamento de Estudos Agrários da Unijuí (DEAG) e integrante da Rede, Roberto Carbonera, também comentou sobre o futuro da Rede. "Já estamos trabalhando na renovação do convênio entre as instituições parceiras. Além disso, foi tratado de perspectivas de Projetos entre essas Instituições, para alavancar recursos e desenvolver projetos na região", observa. O produtor do município de Nova Ramada, Neri Foguesatto, integrante da Rede Leite desde o início, observa que o grupo deve cada vez mais se fortalecer, com a participação ativa das instituições e dos produtores. "O programa é um incentivo para nós produtores, e cada vez temos de participar mais, para trocar conhecimentos, construir ideias. A gente vai buscando informações e vai melhorando a administração de toda a propriedade, com resultados excelentes não só na renda como na qualidade de vida da família", disse.

Abertura do evento
Durante a abertura do evento, a reitora da Unijuí, Cátia Maria Nehring, destacou a importância da Rede para o universo acadêmico-científico e para os produtores da região, todos envolvidos em um ambiente de discussão e proposição sobre desenvolvimento sustentável. "Envolver diferentes sujeitos, a partir do pensamento que podemos fazer pesquisa e extensão com quem efetivamente está no campo, os agricultores, que estão fazendo a atividade principal", destacou. O prefeito de Ijuí, Valdir Heck, também reforçou a relevância dos trabalhos desenvolvidos pela Rede para que os produtores se mantenham na atividade. "Vamos seguir trabalhando pesquisa e desenvolvimento para abastecer nossas indústrias através da produção. Esse é nosso desafio, cada vez com mais leite de qualidade e renda para o produtor", disse.

Compuseram a mesa de abertura de evento, também, o chefe-adjunto de Administração da Embrapa Pecuária Sul, Daniel Montardo, a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado Lígia Pegoraro, a reitora da Unicruz, Patrícia Bianchi, o gerente regional de Ijuí da Emater/RS-Ascar, Carlos Alberto Turra, o pró-reitor de Extensão da UFSM, Rudiney Pereira, o representante da Agel, Carlos Denis de Lima, o representante da Cooperfamiliar, Valmor Machado Soares e o representante do Instituto Federal Farroupilha Campus Santo Augusto, Francisco Flores. (Embrapa Gado de Leite) 

 

Setor vê alta de preços e de captação

Lácteos - Diante da perspectiva de aquecimento da economia e queda dos custos de produção, o mercado espera um 2019 mais positivo para produtores e indústria de laticínios, estimam especialistas.

"O ano de 2019 parece promissor", disse o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, durante o evento Ideas for Milk, ocorrido na sexta-feira (30).

Ele destaca que o valor pago ao produtor está muito ligado à renda da população e que a perspectiva nesse sentido é de melhora. O preço médio pago ao produtor deve encerrar este ano entre R$ 1,20 e R$ 1,25 o litro, em média, em um período marcado por oscilações.
"Acredito que esse patamar deve se elevar no ano que vem, especialmente de maio a setembro", ponderou, referindo-se ao período de entressafra na produção.

Do ponto de vista de custos - que neste ano foram elevados pelo câmbio e transporte -, ele projeta uma manutenção nos patamares atuais e uma oferta de milho maior.

Martins destaca, ainda, que 2018 foi um ano atípico. "Começamos o ano muito bem, mas tivemos a greve dos caminhoneiros que gerou um impacto profundo na receita tanto para produtor, que continuou produzindo e não pode entregar, quanto para a indústria, que não pode receber o leite", pondera.

Captação
O gerente nacional de leite e ingredientes lácteos da Danone, Bernardo Araujo, projeta um 2019 mais otimista. "Esperamos que no ano que vem haja uma expansão e a volta do consumo de produtos de maior valor agregado. Se isso se concretizar, a captação deverá crescer", projeta.

No ano passado, a captação de leite no Brasil somou 33,5 bilhões de litros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2018, a perspectiva dos especialistas é de que esse volume se mantenha. Para o diretor de marketing ruminantes da DSM, Juliano Acedo, o cenário é otimista, com aumento de demanda e recuperação de preço ao produtor, o que deve estimular a busca por insumos para a pecuária leiteira no ano que vem.

"Estamos animados. Esperamos um crescimento de 10% nas vendas do segmento em 2019. Para este ano, projetamos um número muito parecido com o de 2017." ( DCI)
 
No Radar
Diante da informação de que a de vacinação contra a febre aftosa foi ampliada pela falta de doses, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal emitiu comunicado em que afirma que "foram produzidas e colocadas à disposição do mercado vacinas contra aftosa em volume suficiente". E diz ter "estoque emergencial superior a 5 milhões de doses". (Zero Hora)

 

 

Porto Alegre, 03 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.871

Conhecidas as três agtechs vencedoras da competição Ideas for Milk

O Sindilat foi um dos patrocinadores e avaliadores dos sete projetos de inovação finalistas do Ideas for Milk, evento que reuniu no Espaço Cubo, em São Paulo, empreendedores à frente de suas agtechs. O desafio das startups voltado à busca de soluções para o setor lácteo é realizado pela Embrapa Gado de Leite e começou em Juiz de Fora (MG) com diversas palestras e maratonas de aprendizado sobre a cadeia do leite.

O projeto que conquistou o primeiro lugar no Desafio das Startups foi o do jovem empreendedor e zootecnista Cristian Martins. À frente da OnFarm, de Pirassununga (SP), desenvolveu um kit de tecnologia para identificar as principais bactérias causadoras da mastite, doença que afeta cerca de 10% da população de vacas em período de lactação. A agtech, lançada há apenas 3 meses durante o Interlete (Uberaba/MG), apresentou as ferramentas que permitem a detecção da doença na própria fazenda e com diagnóstico em 24 horas: o SmartKit, com todos os materiais necessários para a aplicação dos testes; o SmartLab, uma espécie de cabine portátil; e o OnFarmApp, aplicativo de gestão que controla todas as etapas da análise. De acordo com o sócio-fundador da OnFarm, a solução está sendo aplicada em diversas fazendas atualmente.

A 2ª colocação no Desafio das Startups foi conquistada pela gaúcha Cowmed (Santa Maria/RS), que idealizou uma coleira com chip capaz de medir os principais parâmetros comportamentais dos animais (tempo de ruminação ou ócio, de forma individual e coletivamente). Os dados são enviados para um servidor virtual e capturados pelo sistema de Inteligência Artificial denominado VIC. A ferramenta analisa os animais e faz alertas aos produtores sobre períodos importantes, como cio, melhor momento para a inseminação, doenças e outras alterações no rebanho. De acordo com o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que acompanhou as avaliações in loco, a inovação apresentada pela Cowmed se mostra viável. "A solução pode ser aplicada de imediato nas propriedades", pontuou Palharini. O sócio-fundador da agtech, Leonardo Guedes, que participou pela segunda vez do desafio, afirma que a competição focada em pecuária de precisão deixou sua contribuição para a inovação nacional no setor leiteiro.

A Z2S Sistemas Automáticos, pré-incubada da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade de Passo Fundo (UPF), tirou o 3º lugar na competição, apresentando um sistema automático de limpeza de ordenhadeiras canalizadas. A solução possui três sistemas que podem ser usados individualmente ou integrados. Com alguns toques, a limpeza é realizada de forma automática e inclui controle e monitoramento de temperatura e dosagem dos produtos químicos. A invenção do engenheiro eletricista e eletrônico Elias Sgarbossa nasceu de uma demanda pessoal: vindo de família com propriedade leiteira, sempre percebeu o tempo gasto no processo de limpeza dos equipamentos. Foi quando decidiu levar o 'problema' para o curso de conclusão da Faculdade de Engenharia Elétrica da UPF. "A solução reduz consideravelmente a Contagem de Bacteriana Total do leite, algo que pode ser visualizado nas análises do leite cru antes e pós uso do sistema, ficando somente dúvidas em relação ao investimento necessário, já que é possível alcançar os índices apresentados com as boas práticas de produção", explica Darlan Palharini, lembrando que o sistema fará com que o produtor possa dedicar mais tempo para outras atividades na propriedade rural. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Foto: Angela Balen
 
 
 
Mudanças provocam apreensão 

As novas regras para produção e padrão de qualidade do leite cru foram publicadas na sexta- feira, no Diário Oficial da União, pelo Ministério da Agricultura (Mapa). As instruções normativas (INs) 76, 77 e 78 entram em vigor em 180 dias. Alguns itens não contemplaram pleitos das entidades, que puderam fazer sugestões ao Mapa enquanto as minutas ficaram em consulta pública, entre abril e junho deste ano. Há receio de que parte dos produtores não consiga se adequar no prazo estabelecido. Uma das alterações fixadas na IN 77, que revogou a IN 62, de 2011, refere-se à temperatura do leite cru refrigerado no ato de sua recepção pelo estabelecimento, que passou de 10 graus Celsius para 7. A indústria tinha reivindicado que a temperatura ficasse em 9 graus, mas isso será admitido apenas excepcionalmente. "Entendemos que a exigência dos 7 graus, em termos de qualidade, será positiva, mas isso exigirá mudanças profundas no campo e em todo o sistema de coleta do leite", avalia a veterinária e consultora em Qualidade do Sindilat, Letícia Vieira. Para ela, os laticínios terão que reformular rotas e talvez investir em mais caminhões, para fazer com que o leite chegue mais rapidamente à indústria.

 Isso sugere que poderá haver exclusão de produtores que residem distante dos laticínios e dos que ainda utilizam sistemas antigos de resfriamento. A professora de Medicina Veterinária da Unijuí Denize Fraga comenta que as publicações geraram apreensão no Noroeste gaúcho. "Muitos produtores vão ter que comprar novos resfriadores, mas isso não se resolve do dia para a noite e exige investimentos", observa. Outra regra que causou estranheza entre os laticínios é a que estabeleceu que o leite cru refrigerado deve apresentar limite máximo para Contagem Padrão em Placas de até 900 mil unidades formadoras de colônia por mililitro antes do processamento. "Esse padrão, para a indústria, ainda é desconhecido", diz Letícia, ao informar que o Sindilat já iniciou uma pesquisa para avaliar se este padrão é compatível com a realidade, já que o controle não era rotina na indústria. Em relação à qualidade do leite cru refrigerado foi mantida a contagem bacteriana máxima de 300 mil unidades por ml e 500 mil células somáticas por ml. O Mapa, por sua vez, alega que as novas normas permitirão "avanço significativo nos índices de qualidade, aumento da produtividade leiteira, oferta de alimentos mais seguros à população e queda de barreiras comerciais para exportação". (Correio do Povo) 

 

Tabela do frete

O futuro ministro de Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro, Tarcísio Freitas, disse ontem que "nesse momento, é importante" manter a tabela de preço mínimo do frete rodoviário. Segundo ele, o frete mínimo é importante "para prestigiar essa categoria que é tão importante para nós e, a partir daí, vamos começar a trabalhar outras pautas", disse Freitas. Ele acrescentou que a "solução definitiva" para a categoria virá "com crescimento econômico e a geração de demanda", quando haverá "um novo reequilíbrio do mercado". Freitas falou após solenidade do Programa de Parcerias de Investimentos. (Valor Econômico)

No radar
Pecuaristas do Estado com bovinos e bubalinos de até 24 meses ganharam mais tempo para imunizar os animais. Na sexta-feira, o Ministério da Agricultura confirmou a prorrogação até o dia 10. A ampliação se deu por conta da falta de doses nas revendas credenciadas. As agropecuárias do Estado montaram lista de produtores que ainda precisam fazer a imunização para adquirir somente a quantidade solicitada (informações no site agricultura.rs.gov.br/aftosa). (Zero Hora)


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Porto Alegre, 30 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.870

DOU: Instruções Normativas aprovam Regulamentos para Qualidade do Leite

Foram publicadas no Diário Oficial da União de hoje, 30 de novembro, as seguintes Instruções Normativas sobre a qualidade do leite:

- IN 76/2018: aprova os Regulamentos Técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A. Confira a publicação completa.

- IN 77/2018: estabelece os critérios e procedimentos para a produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recepção do leite cru em estabelecimentos registrados no serviço de inspeção oficial. Confira a publicação completa. (MilkPoint)
 
 
Alemanha - O que se passa no setor leiteiro?

Custos/UE - Estudos realizados de 2013 a 2018 mostram os custos reais dos últimos cinco anos. Então é uma boa pergunta: o que se passa verdadeiramente dentro do setor lácteo? Comecemos com alguns números: 32,58 e 34,68 centavos/quilo. Esse é o valor médio dos preços do leite na Bélgica e na Alemanha nos últimos cinco anos.

O que pode ser deduzido da situação do setor lácteo? Pouca coisa. É preciso acrescentar os custos nesse mesmo período. Na Bélgica, eles chegam à média de 44,58 centavos/kg, e na Alemanha 43,15 centavos/kg de leite produzido. Conclusão: com um déficit médio de 12 centavos na Bélgica e de 8,50 centavos/kg de leite na Alemanha, não é de se admirar que a renda das pessoas que trabalham na produção de leite seja inferior à média da população. Devemos este panorama preciso da situação a uma série de estudos do BAL (Departamento de Sociologia Agrícola e Economia Rural da Alemanha) iniciados cinco anos atrás. Graças a esses cálculos realistas na Alemanha, desde 2013 tem sido possível determinar claramente a situação real das propriedades leiteiras alemãs. Dois outros países, a França e a Holanda também foram incluídos nos estudos no mesmo ano. Depois vieram Bélgica, Luxemburgo e Dinamarca, ficando os estudos do BAL disponíveis para seis países produtores de leite.

Porque os estudos são tão especiais?
Eles são:
Regulares e atuais: revisados e atualizados a cada ano, e às vezes a cada trimestre.
Precisão: o valor do tempo de trabalho destinado à produção de leite está incluído nos custos, levando em consideração a função e a qualificação dos trabalhadores. Isso parece óbvio, mas frequentemente esses dados são omitidos dos cálculos.

Representatividade: os estudos utilizam parâmetros reconhecidos pela Rede Contábil de Informações Agrícolas (RICA) da União Europeia (UE), e se baseiam em um banco de dados europeu muito abrangente.

 Comparáveis: Graças ao banco de dados comum da UE, é possível comparar os cálculos nos diferentes países.

O que significam esses estudos para os produtores de leite europeus?
Eles tornam possível confrontar os líderes políticos sobre a situação atual e mostrar que as condições do setor lácteo são de déficit estrutural. Representantes das marcas Leite a Preço Justo utilizam esses números nas negociações com os supermercados para determinar o preço do litro de leite. A vice-presidente da EMB - Entidade que representa o setor lácteo europeu - Sieta van Keimpema, avalia que esses cálculos podem desempenhar um papel importante nas discussões: "eles permitem conduzir debates públicos. Mas, também servem de alerta para nós, os produtores de leite. Nós vemos o verdadeiro valor do nosso trabalho e dos nossos animais. E, para sermos honestos, esses números mostram a dolorosa realidade e quão mal pagos somos. Isto tem consequências para o futuro da agricultura. Apenas 6% dos produtores da UE e 1,68% dos holandeses têm menos de 35 anos de idade. Na faixa etária de 35 a 44 anos, esse número é de apenas 15%".

Segundo a Drª Karin Jürgens, pesquisadora da BAL, o balanço dos custos de produção e do preço do leite em todos os países estudados mostra o dilema: "Durante anos, os produtores de leite tiveram que viver com os preços do leite que não atendiam os requisitos atuais de desenvolvimento e suas qualificações profissionais."  

Deve mudar. Essa situação deficitária poderia ser mitigada por meio de um instrumento que protegeria o setor de laticínios das crises. Os produtores de leite da EMB defendem a implementação do Programa de Responsabilidade do Mercado (MRP). Sieta van Keimpema acrescenta: "Queremos participar construtivamente na melhoria da situação do mercado de leite. É por isso que apresentamos esses estudos de custo para mostrar exatamente qual é a situação do setor. Adicionamos o MRP para indicar o que pode ser feito para eliminar crises". (EMB - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Neozelandeses criam centro de treinamento em produção de leite em Anápolis

Centro de treinamento - A Nova Zelândia é um dos líderes do agronegócio no mundo e tem o desafio crescente de produzir alimentos de qualidade para a população em rápida expansão. Na primeira semana de dezembro a embaixada neozelandesa inaugura um Centro de Treinamento em Produção de Leite, em Anápolis, na Kiwi Pecuária.

A propriedade é uma fazenda modelo, que segue a produção de leite a pasto igual ao da Nova Zelândia, só que adaptada as condições climáticas do cerrado.

45 técnicos de campo do Senar Goiás, que atendem principalmente o pequeno e médio produtor, através do Programa Senar Mais, vão passar pelo treinamento feito por especialistas neozelandeses. O país da Oceania tem métodos de trabalho com pastagem, ordenha e saúde animal que são referências globais. O primeiro modulo de treinamento acontece entre o os dias 03 e 08 de dezembro. A parte prática de demonstração das técnicas será na quinta-feira, dia 06/12. Nesse dia o trabalho vai ser acompanhado também pelo embaixador da Nova Zelândia no Brasil, Chris Langley.(Faeg)

LEITE/CEPEA: "Média Brasil" recua 8 centavos/litro

Preço Cepea - Seguindo o movimento de desvalorização iniciado em setembro, os preços do leite no campo registraram novas quedas em novembro. De acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a "Média Brasil" líquida de novembro (referente à captação de outubro) chegou a R$ 1,3624/litro, diminuição de oito centavos ou de 5,4% em relação ao mês anterior. Esse foi o recuo mais intenso desde outubro do ano passado, quando a queda chegou a 7,7%, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IPCA de outubro/18).

A diminuição dos preços esteve atrelada à maior captação em outubro, favorecida pelo retorno das chuvas e pela consequente melhora das pastagens - principalmente no Sudeste e Centro-Oeste. A demanda retraída, no entanto, segue influenciando com força os valores no campo. Há alguns meses, observa-se um consumo enfraquecido de lácteos, associado à lenta recuperação econômica. Por conta da necessidade de realizar promoções para garantir liquidez, houve redução nos valores negociados para todos os derivados acompanhados na pesquisa quinzenal do Cepea.

O mercado de leite UHT é muito importante para a formação do preço ao produtor - nota-se que as cotações praticadas para o derivado num mês influenciam as negociações no campo no mês seguinte. Por isso, as variações dos preços ao produtor em novembro estão relacionadas ao desempenho das vendas do UHT em outubro. Vale lembrar que, de setembro para outubro, o preço médio do UHT recebido pela indústria no estado de São Paulo recuou 4,6% (quase 12 centavos), chegando a R$ 2,49/litro, segundo pesquisa diária do Cepea realizada com o apoio da OCB.

As perspectivas para os próximos meses são de continuidade no movimento de queda dos preços ao produtor, mas com maior intensidade. Além da progressiva elevação da captação (que sazonalmente atinge pico em dezembro), as negociações de UHT no correr de novembro foram pressionadas pelos canais de distribuição. A queda acumulada neste mês (até o dia 28) chegou a 12,7%, o que pode resultar em diminuição de mais de 35 centavos na média mensal do UHT (que, por enquanto, está em R$ 2,12/litro). Essa desvalorização deve intensificar o recuo do preço do leite ao produtor de dezembro (referente à captação de novembro).

Colaboradores consultados pelo Cepea informam que os estoques de UHT estão normalizados e que o consumo, na ponta final da cadeia, não está menor do que no mesmo período do ano passado. Essas observações abrem espaço para argumentar que a expressiva queda do UHT em novembro também ocorre por conta de especulação dos agentes. Para os atacados e varejos, promoções do UHT chamam a atenção e atraem os consumidores - vale lembrar que, neste ano, a greve dos caminhoneiros causou desabastecimento e elevou os preços do derivado em 20,2% entre junho e julho. O UHT é o lácteo mais consumido do Brasil e, por isso, é um item estratégico para os canais de distribuição. Nesse momento, fica evidente que não é apenas um possível enfraquecimento da demanda por lácteos que tem levado à queda nos preços do UHT, mas também a desaceleração do consumo em geral e a tentativa dos canais de distribuição de aquecer a demanda via redução de preços de itens importantes da cesta de alimentação do brasileiro. (Cepea)

 
 
 
 Santa Clara lança leite pasteurizado integral homogeneizado na versão garrafa
A Cooperativa Santa Clara apresenta mais uma novidade para os consumidores. Chega ao mercado a nova embalagem do Leite Pasteurizado Integral Homogeneizado - Leite C. Agora o produto pode ser encontrado em garrafa de 1 litro, mais prática para o dia a dia. O leite é integral, fresco e possui 3% de gordura, o que garante cremosidade para preparações e receitas. Também pode ser encontrado na versão saquinho, já tradicional no mercado. Além do Leite Pasteurizado Integral 3% (tipo C), a linha de leites frescos Santa Clara é composta por Leite Pasteurizado Integral Homogeneizado 3,3% de gordura (tipo B) e Leite Light Form (Pasteurizado Semidesnatado), todos disponíveis em garrafa ou saquinho com 1 litro. Os leites pasteurizados Santa Clara tem seu frescor em virtude da coleta diária em propriedades associadas próximas à Usina de Beneficiamento e o envase ainda cedo pela manhã, chegando no ponto de venda no mesmo dia. O processo rigoroso de qualidade resulta em uma validade de 8 dias para todas as versões. Os leites frescos Santa Clara estão disponíveis nos mercados do Rio Grande do Sul. (As informações são da Assessoria de Imprensa Santa Clara)
 

 

Porto Alegre, 29 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.869

Empresa lança aplicativo de pesagem do gado por meio de fotografia

A Agroninja Beefie desenvolveu um aplicativo de smartphone que possibilita ao produtor determinar o peso do gado com até 95% de precisão apenas tirando uma foto. A tecnologia da startup húngara chegou ao mercado no verão e está se expandindo globalmente.

A equipe Beefie realizou mais de 5.000 testes de pesagem de gado com seu aplicativo, e concluiu uma taxa de precisão de 95%, como já dito. Depois de estrear em alguns mercados durante o verão, ele agora está se expandindo para a Grécia, Alemanha, França, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Brasil e EUA.

A tecnologia pretende ser uma solução para o procedimento arriscado, caro e difícil de pesar gado", explicou a empresa. "Métodos típicos são estressantes e, ocasionalmente, prejudiciais para os criadores de gado e seus rebanhos, e o aplicativo elimina esse estresse, mantendo todos os dados em um smartphone. Os produtores precisam apenas fotografar cada animal individualmente. Os resultados são entregues em menos de meio minuto sem tocar no animal ou fazer qualquer preparação especial", completou. 

"As fotografias podem ser tiradas de 2 a 6 metros de distância com sistemas Android 5.1 e Android padrão", disse Beefie. O aplicativo leva em consideração fatores como raça, sexo, idade e aparência geral do animal, criando um número de identificação individual. Funciona mesmo quando o animal está em movimento ou parcialmente obscurecido. Além disso, o Beefie fornece instruções para uma melhor captura das imagens. "Dez fotos serão tiradas e o aplicativo lhe dará a escolha de selecionar a foto certa para a medição", explicou a companhia. Gergely Boromisza, co-fundador da Beefie, disse que depois de muitos testes, toda a equipe está confiante satisfazer a demanda de centenas, se não de milhares de produtores. O Beefie atualmente roda em dispositivos Android 5.0 ou mais recentes com suporte para câmera e OTG. Confira o vídeo que explica tudo sobre essa inovação no campo!  (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint) 

 

Preço garantido da FrieslandCampina - dezembro de 2018

FrieslandCampina - O preço garantido do leite cru da FrieslandCampina para o mês de dezembro de 2018 é de € 37,25/100 kg de leite, [R$ 1,72/litro]. Foi mantido estável em relação ao mês anterior. O preço dos produtos lácteos básicos está apresentando, atualmente, teve leve tendência de queda. O preço garantido incluiu uma correção de € 0,73 em decorrência de valores subestimados nos últimos meses.

 

O preço garantido pela FrieslandCampina para o leite orgânico em dezembro de 2018, assim como o leite convencional, foi mantido o mesmo em relação ao mês anterior, € 47,00 por 100 quilos, [R$ 2,17/litro]. O preço garantido do leite orgânico tem mantido relativa estabilidade. A variação em real foi decorrente de movimentos cambiais. 


 
O preço garantido é aplicado a 100 quilos de leite que contenha 3,47% de proteína, 4,41% de matéria gorda e 4,51% de lactose, sem o imposto de valor agregado (IVA). O preço é garantido a produtores que entreguem acima de 800.000 quilos de leite por ano. Até 2016 o volume era de 600.000 quilos. A alteração do volume base de bonificação e o esquema da sazonalidade foi, então, descontinuado, iniciando novos parâmetros em 2017. (FrieslandCampina - Tradução livre: Terra Viva)

Prêmio SomosCoop - Programa de Inclusão Social e Produtiva da Languiru é referência nacional em fidelização de associados

Cooperativa teutoniense é a única representante do Rio Grande do Sul premiada pela Organização das Cooperativas do Brasil. As cooperativas brasileiras estão dando um "show" na execução de ações voltadas para o desenvolvimento social, tendo em vista um modelo econômico mais justo e sustentável. Esse panorama foi celebrado na noite de 30 de outubro, quando foram anunciadas as vencedoras do 11º Prêmio SomosCoop - Melhores do Ano, uma iniciativa da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). A solenidade ocorreu em Brasília e foi prestigiada por lideranças cooperativistas, autoridades políticas e parceiros do sistema. A Cooperativa Languiru foi uma das organizações premiadas com seu Programa de Inclusão Social e Produtiva no Campo. A cooperativa teve papel de destaque na premiação, conquistando o 1º lugar na categoria "Fidelização". O troféu e certificado foram recebidos pelo presidente Dirceu Bayer, que esteve acompanhado do diretor-administrativo, Euclides Andrade. A Languiru foi a única representante gaúcha consagrada com o prêmio. Na solenidade, também ocorreu o lançamento nacional do selo SomosCoop, que poderá ser utilizado na identificação de produtos e serviços de cooperativas.
 
Paixão por cooperativismo
Em seu pronunciamento no evento de premiação, Bayer mencionou a diversificação das atividades e a agregação de valor à matéria-prima como aspectos que contribuem para o êxito da Languiru. Também destacou o expressivo percentual de pessoas ligadas ao cooperativismo na área de atuação da Languiru.  "É o reconhecimento de um trabalho que, ao invés de excluir, busca a inclusão social e produtiva. Somos apaixonados por esse sistema, tanto que nossos associados possuem vínculo muito forte com a Languiru", salientou.

 
Bayer (2º esquerda p/ direita) e Andrade (2º direita p/ esquerda) participaram da solenidade de premiação na capital federal (Foto: Guilherme Kardel)
 
Cooperativas estão construindo um país melhor
O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, agradeceu o esforço e apoio das unidades estaduais do sistema cooperativo brasileiro na tarefa de enviar os projetos à Brasília. "Toda cooperativa desse país merece esse prêmio, em virtude do que vem fazendo nos seus respectivos estados. O nosso movimento transforma a realidade das comunidades e das regiões onde estamos inseridos. Tenho certeza que estamos construindo um Brasil muito melhor, cada um do seu jeito", afirmou.

Foram reconhecidos 21 projetos. Ao todo, a comissão avaliadora analisou 437 iniciativas de 267 cooperativas de estados como Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina.
Além da categoria Fidelização, outras modalidades premiadas foram Comunicação e Difusão do Cooperativismo; Cooperativa Cidadã; Cooperjovem; Desenvolvimento Sustentável; Intercooperação; Inovação e Tecnologia. Em cada uma delas, foram laureadas três cooperativas.
 
Inclusão Social e Produtiva no Campo
Oferecer novas perspectivas no agronegócio para reintegrar ou disponibilizar suporte àquele produtor de leite que esteja enfrentando dificuldades em função de seu reduzido volume produtivo na pequena propriedade. Esse é o foco principal do Programa de Inclusão Social e Produtiva no Campo, lançado oficialmente em maio de 2017. Idealizado pela Cooperativa Languiru, conta com o apoio e o envolvimento da Emater/RS-Ascar; do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Teutônia e Westfália; das Secretarias Municipais da Agricultura de Teutônia, Westfália e Estrela; do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA); do Centro Regional de Treinamento de Agricultores (CERTA); da Fundação Agrícola Teutônia (FAT); e da Sicredi Ouro Branco.

Além do trabalho de assistência técnica aos associados para o incremento e qualidade na produção leiteira, a iniciativa também estimula a diversificação com integrações, o cultivo de milho e a produção de hortifrutigranjeiros, essas duas últimas, novas alternativas produtivas para as pequenas propriedades da agricultura familiar na área de atuação da Languiru. A partir do novo programa e como um de seus desdobramentos, a Languiru também viabilizou o Cartão Verde, modalidade de associação oferecida aos produtores rurais com cultivo de milho, possibilitando inúmeros benefícios ao agricultor como integrante do quadro social. O documento vem se somar ao tradicional Cartão Azul, fornecido aos produtores da cadeia leiteira e integrados de aves e suínos.

Considerando todo esse contexto, o Prêmio SomosCoop - Melhores do Ano na categoria Fidelização é o reconhecimento nacional de uma iniciativa de efetiva inclusão social e produtiva no campo. A premiação leva em consideração o trabalho de cooperativas brasileiras que melhoraram seu atendimento, disponibilizaram mais benefícios aos seus cooperados, alcançando com isso a satisfação dos mesmos e melhorando os índices de fidelização.
 
Prêmio SomosCoop
A cada dois anos, um seleto grupo de cooperativas recebe do Sistema OCB o título de "Cooperativa do Ano", reconhecimento à criatividade, à visão e aos resultados obtidos por elas ao longo do biênio. A partir de 2016, a premiação passou a se chamar Prêmio SomosCoop - Melhores do Ano, marca que reforça o orgulho cooperativista e uma forma de reconhecimento público das boas práticas de cooperativas com benefícios comprovados aos seus cooperados e à comunidade onde estão inseridas. O prêmio visa reconhecer o mérito de projetos capazes de gerar ou influenciar mudanças positivas no ambiente de atuação das cooperativas. A iniciativa é da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop). (Assessoria de Imprensa Languiru)

 
SC - Secretaria da Agricultura inaugura Centro de Referência Tecnológica do Leite em Campos Novos

Centro Tecnológico do Leite - Santa Catarina terá um Centro de Referência Tecnológica do Leite. Nesta quarta-feira (28), a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) inauguraram a estrutura que atuará na capacitação de profissionais na área de bovinocultura de leite. O evento aconteceu junto ao Dia de Campo na Estação Experimental da Epagri de Campos Novos. A inauguração  contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies. O Centro de Referência Tecnológica do Leite (CRT) é fruto de um convênio entre a Epagri e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Leite em Santa Catarina
O leite já é a atividade agropecuária com o maior crescimento em Santa Catarina. Envolvendo 45 mil produtores em todo o estado, a produção girou em torno de 3,4 bilhões de litros em 2017 - um incremento de 8% em relação a ano anterior. Os números consolidaram o estado como o quarto maior produtor de leite do país. Os três estados do Sul produziram 12,8 bilhões de litros de leite em 2017 - 38% do total produzido no país. E as expectativas são de que até 2020 a região produza mais da metade de todo leite brasileiro. A região formada pelo Sudoeste do Paraná, Oeste Catarinense e Noroeste do Rio Grande do Sul pode ser chamada de a "Nova Meca" do leite no Brasil já que apresenta o maior crescimento na produção e é também onde as indústrias de lacticínios têm feito os maiores investimentos nos últimos 10 anos. (Governo de SC)
 
 
 Leite: Aumento na oferta provoca queda no valor do litro de leite no RS 
 

 

Porto Alegre, 28 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.868

Longa vida ao leite, que está mais barato

RECUO NO VALOR do alimento é resultado de aumento da produção e representa um alívio para famílias e para o comércio. 

 

Se fim de ano é sinônimo de despesas extras, a boa notícia é que pelo menos um item básico da alimentação está com o preço em queda. Parceiro do achocolatado no café da manhã e de variadas receitas de doces, o leite longa vida está mais barato na prateleira.

Levantamento da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) mostra que, depois de custar R$ 3,26 (preço médio) em julho, o valor médio do litro chegou a R$ 2,93 na terceira semana de novembro, um recuo de 10,1%. O relatório do Instituto de Estudos e Pesquisas Econômicas da UFRGS (IEPE-UFRGS) também mostra praticamente a mesma redução em período semelhante: 10,4% de julho a outubro (os dados de novembro só são disponibilizados em dezembro).

O motivo da queda nos preços é o aumento da oferta do produto no mercado brasileiro. O excesso de produção em Minas Gerais, principal Estado leiteiro do país, ajudou a derrubar o valor nas gôndolas.

- As interferências do clima aumentaram a produção e houve necessidade de baixar os preços em função do excesso. Leite é perecível: ou vende ou joga fora - destaca o presidente da Agas, Antônio Longo.

Na prática, essa redução pode representar uma economia de cerca de R$ 20 por mês, em uma família de quatro pessoas, considerando consumo diário de dois litros.

- Em famílias com crianças em idade escolar, o consumo médio é de dois litros a dois litros e meio por dia. Em casas com crianças menores, esse consumo aumenta - indica a nutricionista Cláudia Marchese Strey.

Além da folga no orçamento familiar, a baixa do preço também dá uma mãozinha para os comerciantes, principalmente aqueles que usam o leite como insumo para outras preparações. É o caso de Luís Fernando de Oliveira, proprietário de uma padaria no bairro Menino Deus, em Porto Alegre:

- Tudo vem aumentando, a luz, a farinha... A baixa no leite está dando uma ajuda. A gente trabalha muito com o leite longa vida na produção de doces e salgados. Tudo, praticamente, usa leite.

A expectativa tanto da indústria quanto dos supermercadistas é de que os preços se mantenham no mesmo patamar nos meses de verão enquanto a produção estiver alta e o consumo menor. Bom para o consumidor e para parte do comércio. Contudo, os valores mais baixos podem não chegar até o outono.

- Não é salutar ficar nesse patamar de preço, há necessidade de valor superior em função de custos do produtor e da indústria. O leite é um dos itens com menor margem no supermercado - avalia Antônio Longo, da Agas. (Zero Hora)

 

Europa: com queda na produção de leite, países acreditam em efeito positivo no mercado

Os produtores de leite em toda a Europa tiveram uma produção menor durante o outono e o início do inverno - o que eles acreditam que causará um efeito positivo nos mercados. O presidente nacional dos Produtores Rurais Irlandeses, Tom Phelan, também acredita na ideia e comentou sobre isso na conferência sobre leite na Bélgica.

Em conversa após a reunião do COPA Milk Group em Bruxelas, Phelan disse que os produtores no continente relataram uma queda nas tendências de produção devido à seca, escassez de forragem e preços mais baixos, e que a maioria dos produtores presentes na reunião previu os preços do leite estáveis ou mais firmes no final do ano. Assim, ele espera que as cooperativas irlandesas acompanhem essa tendência. "Na reunião, nossos colegas representantes de produtores europeus nos disseram que, na França, a seca e os preços decepcionantes do leite fizeram a produção de leite cair 4% em setembro e 5% em outubro", disse Phelan.

Vários outros países também foram atingidos por uma desaceleração na produção, informou Phelan. "A produção de leite holandesa caiu 2,5% devido às restrições de fosfatos, mas também a uma escassez de forragens relacionadas à seca de 10% a 20%", observou ele, acrescentando que, na Alemanha, "produtores de leite esperam que a produção em 2018 caia 1,45% em relação a 2017".

Para ele, a consequência será que muitos produtores de leite em toda a Europa terão dificuldade em sustentar a produção em face da escassez de forragem e das rações caras. "Isso significa volumes mais baixos para os próximos meses e a escassez sempre aumenta os preços", concluiu.

Outros países atingidos por um abrandamento da produção incluem a Áustria, a Itália e a Finlândia - o último perdeu boa parte da sua pastagem durante o período de seca de verão em todo o continente. Os únicos locais que tiveram um nível estável de oferta ao longo do ano foram a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, enquanto a Polônia conseguiu aumentar a produção.

Phelan afirmou que a queda geral na produção e a consequente demanda significam que as cooperativas devem ter confiança para, pelo menos, manter seus preços. "Neste contexto, as cooperativas podem, e devem, comprometer-se a manter seus preços do leite pelo menos até o final do ano", concluiu o presidente. (As informações são do AgriLand, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Tetra Pak inicia operação de 1ª planta piloto da empresa na América Latina

Centro de inovação - A Tetra Pak iniciou as operações de uma planta para testes de novos produtos. Parte de um investimento de R$ 40 milhões em um centro de inovação ao cliente, esta é a primeira instalação do tipo da empresa na América Latina.

"Trata-se de uma mini fábrica para testes de novos produtos. Todos os nossos clientes têm acesso e há requisição principalmente por empresas do Brasil e da América do Sul", explica a diretora de serviços de marketing da Tetra Pak para as Américas, Julia Sotera.

A estrutura integra o centro de inovação ao cliente da empresa, localizado em Monte Mor (SP) e é voltada para lácteos (leites e achocolatados), bebidas geladas (sucos, águas de coco e bebidas saborizadas) e alimentos preparados. "Algumas empresas procuram testar novos ingredientes ou uma nova fornecedora de matéria-prima", aponta Julia. De acordo com a executiva, a instalação traz a vantagem operacional de evitar que a empresa do cliente interrompa sua linha de produção para testar um produto ainda em desenvolvimento. "Assim, é possível produzir resultados próximos à realidade, mas com custos reduzidos", esclarece.

A Tetra Pak estima que a planta suporta cerca de 900 amostras por teste, o equivalente a cerca de 250 litros por tanque de armazenamento. "A ideia é que seja um intermediário entre a produção comercial e a escala de laboratório", conta Julia.

O centro de inovação ao cliente é o 4º da companhia no mundo e integra uma estratégia global para auxiliar a indústria a idealizar, desenvolver e testar novos produtos. "Os equipamentos são configurados de acordo com as demandas locais. Também oferecemos treinamento para as equipes de clientes."

Além do centro de inovação ao cliente, a Tetra Pak possui duas fábricas no Brasil: uma em Monte Mor e outra em Ponta Grossa (PR) A operação no País é a segunda maior da companhia, ficando atrás apenas da China.

Reciclagem
Julia afirma que a Tetra Pak procura oferecer aos seus clientes a possibilidade de integrar a cadeia recicladora, oferecendo embalagens com maior valor agregado. "Faz parte da inovação interna da empresa e convidamos nosso cliente a fazer parte."

Ela acredita que atualmente há uma demanda maior em razão de legislações ambientais mais restritivas. A empresa atua no desenvolvimento do mercado de papel reciclado e de telhas ecológicas, e recentemente começou a trabalhar com o segmento de produtos fabricados à base de plástico, buscando substituir as matérias-primas convencionais por plástico-alumínio reciclados. "Trabalhamos para garantir que a embalagem pós-consumo seja vista como fonte de recursos e não como resíduo. Isso é essencial para que novos processos produtivos sejam estabelecidos e, assim, mantenham a circularidade das matérias-primas", informa a diretora de meio ambiente da Tetra Pak, Valéria Michel.

Atualmente, diversas iniciativas de banir o plástico da composição de embalagens e utensílios têm ocorrido no País. Em julho deste ano, o Rio de Janeiro tornou-se a primeira cidade brasileira a proibir o uso de canudos de plástico em estabelecimentos comerciais.

No Senado, tramita o Projeto de lei 263/2018, que bane a fabricação, importação, distribuição e venda de sacolas plásticas para envase e transporte de mercadorias e consumo de alimentos. Um exemplo de mudança na indústria provocada pela preocupação ambiental são empresas de refrigerantes voltando a usar garrafas de vidro, em substituição ao pet. Além do apelo ambiental, o uso do vidro representaria redução de custos, pela reutilização do vasilhame. (DCI)

Nove meses sem rentabilidade
Preço/AR - Segundo boletim elaborado pelo Instituto Nacional Tecnologia Agropecuária (INTA), o custo de produção de leite foi de 8,72 pesos em outubro de 2018, e o preço médio recebido pelo produtor argentino, segundo a Agroindústria, foi de 8,42 pesos. Segundo o Instituto de Economia do INTA e os dados publicados pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), o resultado médio ponderado da produção de leite foi -0,6%, e é o nono mês seguido no vermelho. "Supondo uma taxa de rentabilidade exigida para remunerar o capital de 5%, deveria gerar um faturamento líquido de 11.103 pesos/hectare/ano (148.047 pesos mensais sobre a área padrão considerada), que dividido pelos 7.576 litros de leite médio produzido, deveria resultar em um ganho líquido de 1,47 pesos por litro de leite", analisou a OCLA. Portanto, o preço de equilíbrio deveria ser de 10,19 pesos por litros de leite (8,72 pesos do custo + 1,47 de remuneração do capital", o que chegaria a US$ 0,28/litro. (Infortambo - Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

 

Porto Alegre, 27 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.867

Sindilat anuncia vencedores do Prêmio Destaques 2018
 

Consolidado na agenda de premiações do agronegócio gaúcho, o 'Prêmio Destaques 2018' promovido pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) divulgou nesta xxx, a relação dos vencedores desta edição. A distinção consagra as personalidades que mais se destacaram no setor ao longo do ano.  São pessoas reconhecidas pela atuação em prol do desenvolvimento do agronegócio gaúcho e brasileiro nas seguintes categorias: Agronegócio Nacional; Agronegócio Estadual; Liderança Política; Personalidade; Servidor Público; Setor Público; Inovação; Pesquisa; Responsabilidade Social e Industrial.

Para o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, os nomes escolhidos representam com maestria o setor do agronegócio brasileiro "É um reconhecimento para os profissionais e empresas da área que, através do seu campo de atuação, fomentam iniciativas para ampliar o desenvolvimento do campo", ressalta. Os vencedores serão premiados durante evento de fim de ano do Sindilat, no dia 12 de dezembro, no Hotel Plaza São Rafael em Porto Alegre (RS).
 
Confira a lista dos Destaques 2018:
 
Agronegócio Nacional
Luiz Carlos Heinze
 
Agronegócio Estadual
Antonio Cettolin
 
Liderança Política
Onix Lorenzoni
 
Personalidade
Roberto Tavares
 
Servidor Público
Karla Pivato 
 
Setor Público
Bernardo Todeschini (Ministério da Agricultura)
 
Inovação
Lactalis
 
Pesquisa
Tetra Pak
 
Responsabilidade Social  
Colégio Teutônia
  
Industrial
Rasip (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Conseleite/MS
 

Preço/MS - A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 23 de novembro de 2018, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de outubro de 2018 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de novembro de 2018.

A diretoria informa que neste mês de novembro houve atualização dos parâmetros para o cálculo dos valores de referência para a matéria-prima leite e alteração no formato da resolução, que a partir de agora contempla apenas valores de referência para o leite padrão. Outros valores de referência podem ser visualizados por meio de simulador, disponível no portal do Sistema (Famasul)

 
 

Entrada do leite uruguaio via Mercosul precisa ser revista, diz Tereza Cristina

Em entrevista exclusiva à Globo Rural, na última sexta-feira (23/11), a futura ministra da Agricultura, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), voltou a dizer que o Mercosul tem que ser revisto, mas não significa que precisa acabar. Para ela, que preside a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a entrada do leite em pó do Uruguai no Brasil é um tema que precisa ser melhor tratado no bloco. Tereza Cristina reconhece que não são apenas as regras do Mercosul que influenciam o mercado brasileiro e que há outras questões a serem discutidas. Mas pontua que a oscilação no preço do produto afeta os produtores brasileiros, na grande maioria pequenos.
 
"Quando o produtor vai melhorando o preço do leite, entra o leite em pó, derruba o preço e aí o produtor [brasileiro] vende suas vacas. Enfim, é um círculo muito danoso para essa cadeia produtiva de lácteos. Eu não sou favorável à acabar o Mercosul não, mas eu acho que tem que sentar à uma mesa e ter essa discussão", disse ela.
 
A futura ministra da Agricultura lembrou que, na bancada ruralista, o deputado Alceu Moreira, que deve substituí-la na liderança da FPA, há um grupo para discutir questões relativas ao Mercosul. Para Tereza Cristina, esse debate não deve envolver só o agronegócio, mas ele é necessário.
 
"Não pode ter a visão só de um setor, uma visão setorial porque uma coisa leva à outra e são vários produtos ligados à agropecuária, mas nós temos que rever. Talvez até fortalecer o Mercosul, mas nós temos que colocar os problemas de cada lado. Hoje nós temos o problema muito sério do leite. O arroz praticamente acabou no Rio Grande do Sul. O arroz é parte dessa pauta de diálogo e de uma revisão do Mercosul", afirmou. (As informações são da Revista Globo Rural)

 
Paraná fechará divisa para ter novo status sanitário
O Paraná vai fazer o fechamento sanitário de divisas territoriais, principalmente com Mato Grosso do Sul, para se tornar em 2021 área livre de febre aftosa sem vacinação. A ideia já foi incorporada pelo governador eleito Ratinho Júnior (PSD), que deseja encerrar a imunização obrigatória de bovinos no primeiro semestre de 2019. "O Paraná recebe muitos bois de Mato Grosso do Sul para engorda antes do abate, então vamos criar barreiras para impedir esse trânsito, pois não poderemos ter animais vacinados no Estado", reforça. Após deixar de vacinar, os paranaenses terão de buscar o reconhecimento do novo status sanitário pelo Ministério da Agricultura e, em seguida, pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)

 

 

 

Porto Alegre, 26 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.866

Por mais Ivânias no campo gaúcho

Um tanto quanto tímida e com resumo de sua fala à mão, a produtora de leite Ivânia Binda (foto abaixo), de Fagundes Varela, na Serra, conquistou o público do 7º Fórum Itinerante do Leite, em Teutônia, Vale do Taquari. Ela era "a prova viva" da experiência, desenvolvida com a Emater, que tem o objetivo de usar a gestão como ferramenta de garantia de renda.

Quem acompanha o setor de leite sabe que a atividade é marcada pela sazonalidade. Anualmente, seguindo o ciclo da produção, os preços pagos ao produtor oscilam muito. O problema é que, às vezes, se somam a essa tradicional variação outros fatores. Agora, por exemplo, o valor pago por litro deveria estar estabilizado. Mas segue caindo. O percentual de recuo é de 5,44%, segundo o Conseleite. Há relatos, no entanto, de reduções maiores.

A crise do setor nos últimos anos levou cerca de 20 mil famílias a abandonar a atividade no Rio Grande do Sul, segundo levantamento da Emater. Ainda assim, outras 65 mil permanecem na atividade. E precisam encontrar um meio de garantir renda.

Dona Ivânia está nesse contingente. Sem cerimônias, reconheceu que ela e a família não faziam "nenhuma conta" até serem abordados pelo agrônomo Leandro Ebert, da Emater.

- Na primeira vez que fizemos, nos apavoramos - confidenciou a produtora no fórum.

Ao ganhar a confiança dessa e das outras famílias que integram a ação, Ebert plantou a semente do conhecimento. Usou a tecnologia - um aplicativo - para ajudar os produtores a terem consciência da importância de ter a atividade sob controle.

A produtora contou do estranhamento quando ganhou um smartphone:

- O que é que eu vou fazer com isso?

Ivânia poderia ter se intimidado e parado por aí. Decidiu, no entanto, que precisava vencer aquela barreira. E "fuçando" no celular, vai aos poucos, domando a tecnologia, transformando-a em aliada.

Os resultados já aparecem na propriedade das 15 famílias do GT do Leite. A receita mensal, menos despesa com ração, quase duplicou de abril a setembro.

A maior conquista de Ivânia está em não se intimidar. Ela poderia recuar e ficar só reclamando das dificuldades - que existem. Decidiu ir além. E vem fazendo a diferença na vida da família e da atividade. (Zero Hora) 

Campo Futuro mostra pecuária leiteira competitiva em relação a outras atividades

Custos leite - Em contrapartida ao estigma da baixa remuneração da pecuária leiteira, análise realizada pelo Projeto Campo Futuro mostra que a atividade pode ser competitiva em relação a outras, como pecuária de corte, cana de açúcar, soja e mandioca, e superar os valores oferecidos pelo arrendamento.

A premissa para que esse cenário ocorra é que o produtor invista em gestão e em ganhos de produtividade, por meio de nutrição adequada e mão de obra qualificada, para atingir eficiência produtiva e econômica. Em 2018, o Projeto Campo Futuro visitou 16 regiões nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Na maioria dessas localidades, foi relatado o abandono da atividade leiteira em função da baixa remuneração. Com base nesse cenário, a equipe de Custo de Produção do Cepea realizou uma análise comparativa de competitividade entre a pecuária de leite e outras atividades apontadas como possibilidade de arrendamento nas regiões visitadas pelo Projeto Campo Futuro. Dentre as 16 propriedades típicas levantadas, 9 apresentaram margem bruta por hectare superior ao valor recebido pelo arrendamento mais comum da região, foram elas: Pompéu (MG), Uberlândia (MG), Cascavel (PR), Castro (PR), Chopinzinho (PR), Umuarama (PR), Cruz Alta (RS), Pelotas (RS) e Três de Maio (RS) - Figura 1. Analisando o estado de Minas Gerais, que registra grande heterogeneidade nos sistemas de produção, duas das cinco propriedades típicas se mostram competitivas, ou seja, a margem bruta por hectare superou o valor de arrendamento. Nestas propriedades, os diferenciais foram o uso de uma estratégia nutricional adequada, que atende às exigências do rebanho e permite a expressão do potencial produtivo dos animais, e a presença de mão de obra qualificada e especializada na atividade.

 

Os bons desempenhos produtivo e econômico das propriedades competitivas, por sua vez, se refletem nos indicadores de participação dos custos com alimentação do rebanho e mão de obra contratada (terceirizada ou com carteira assinada) em relação à receita da atividade. Esses dois itens representavam, respectivamente, 50,8% e 13,6% da receita. Tais valores convergem com os indicadores tidos como ideais para propriedades economicamente equilibradas: os custos com alimentação do rebanho equivalendo a 50% da receita e os com mão de obra, entre 10% e 15% da receita. Quanto à eficiência produtiva, as regiões competitivas se destacam. Nesses locais, a produção de leite por lactação foi 31% maior em comparação aos números obtidos nas regiões não competitivas; a produção por hectare foi 92% superior e a produção por colaborador, 39% maior (Figura 2). Os números de produtividade evidenciam que a melhor eficiência produtiva torna as propriedades competitivas na medida em que permite diluição dos custos fixos da produção e retornos atrativos a investimentos na atividade. (Cepea)

 
 

Produtores gaúchos pedem antecipação da retirada da vacina contra febre aftosa

Pecuaristas do Rio Grande do Sul pediram ao secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, a antecipação da retirada da vacina contra a febre aftosa do rebanho gaúcho. O secretário explicou que o Mapa está tratando do assunto, mas que o estado ainda precisa fazer uma série de procedimentos até chegar a fase de auditoria que precede a retirada da vacina.

Novacki foi recebido na Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), pelo diretor administrativo da federação Francisco Schardong e por entidades ligadas ao setor de Proteína animal, onde foram discutidos temas do segmento como sanidade animal e comércio internacional, além da febre aftosa.

O secretário executivo também esteve reunido com representantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetag), onde relatou o estágio de desenvolvimento dos principais programas do Mapa para o setor.

No Palácio Piratini, sede do executivo gaúcho, Novacki foi recebido pelo governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, e pelo vice-governador, José Paulo Cairoli, onde destacou a relevância e o dinamismo da agropecuária gaúcha. (As informações são do Mapa.)

 

LEITE | ESTUDO REFORÇA COMPETITIVIDADE DA PECUÁRIA LEITEIRA

Em contrapartida ao estigma da baixa remuneração da pecuária leiteira, análise realizada pelo Projeto Campo Futuro, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq USP) mostra que a atividade pode ser competitiva em relação a outras, como pecuária de corte, cana de açúcar, soja e mandioca, e superar os valores oferecidos pelo arrendamento. A premissa para que esse cenário ocorra é que o produtor invista em gestão e em ganhos de produtividade, por meio de nutrição adequada e mão de obra qualificada, para atingir eficiência produtiva e econômica.

Em 2018, o Projeto Campo Futuro visitou 16 regiões nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Na maioria dessas localidades, foi relatado o abandono da atividade leiteira em função da baixa remuneração. Com base nesse cenário, a equipe de Custo de Produção do Cepea realizou uma análise comparativa de competitividade entre a pecuária de leite e outras atividades apontadas como possibilidade de arrendamento nas regiões visitadas pelo Projeto Campo Futuro.

Dentre as 16 propriedades típicas levantadas, 9 apresentaram margem bruta por hectare superior ao valor recebido pelo arrendamento mais comum da região, foram elas: Pompéu (MG), Uberlândia (MG), Cascavel (PR), Castro (PR), Chopinzinho (PR), Umuarama (PR), Cruz Alta (RS), Pelotas (RS) e Três de Maio (RS).

Analisando o estado de Minas Gerais, que registra grande heterogeneidade nos sistemas de produção, duas das cinco propriedades típicas se mostram competitivas, ou seja, a margem bruta por hectare superou o valor de arrendamento. Nestas propriedades, os diferenciais foram o uso de uma estratégia nutricional adequada, que atende às exigências do rebanho e permite a expressão do potencial produtivo dos animais, e a presença de mão de obra qualificada e especializada na atividade.

Os bons desempenhos produtivo e econômico das propriedades competitivas, por sua vez, se refletem nos indicadores de participação dos custos com alimentação do rebanho e mão de obra contratada (terceirizada ou com carteira assinada) em relação à receita da atividade. Esses dois itens representavam, respectivamente, 50,8% e 13,6% da receita. Tais valores convergem com os indicadores tidos como ideais para propriedades economicamente equilibradas: os custos com alimentação do rebanho equivalendo a 50% da receita e os com mão de obra, entre 10% e 15% da receita.

Quanto à eficiência produtiva, as regiões competitivas se destacam. Nesses locais, a produção de leite por lactação foi 31% maior em comparação aos números obtidos nas regiões não competitivas; a produção por hectare foi 92% superior e a produção por colaborador, 39% maior. Os números de produtividade evidenciam que a melhor eficiência produtiva torna as propriedades competitivas na medida em que permite diluição dos custos fixos da produção e retornos atrativos a investimentos na atividade. (Fonte Portal DBO) 

Lácteos: demanda continua robusta e preços estão em queda, diz ANZ
A demanda por commodities lácteas continua robusta, e os preços em queda são, principalmente, uma consequência do aumento da produção global de leite, segundo nota da ANZ Research. "A oferta mundial de leite tem sido reforçada este ano pelo crescimento constante da produção nos Estados Unidos e na Europa, combinado com excelentes condições de crescimento na Nova Zelândia." No entanto, a instituição observa que, embora o excedente de leite tenha pressionado os preços, ele está sendo absorvido pelo mercado, e os estoques globais estão começando a ser utilizados. "Em algum momento durante os próximos meses, os mercados devem recuar em favor dos fornecedores." (As informações são do Dow Jones Newswires, publicadas no Estadão)
 
 

 

 

Porto Alegre, 23 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.865

Conseleite SC 
 
A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 22 de Novembro de 2018 na cidade de Chapecó, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Outubro de 2018 e a projeção dos preços de referência para o mês de Novembro de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (FAESC)
 
 
 
LEITE EM METRO
 
Leticia Szczesy / Jardine Comunicação
 

Não basta produzir leite. É preciso saber apreciar o alimento. Com essa máxima, o 7º Fórum Itinerante do Leite substituiu o tradicional chope e realizou a competição do leite em metro. Josué Teston acabou levando a melhor. O competidor, que trabalha na Fundação Agrícola de Teutônia, contou o segredo para vencer a competição:

- A calma. Na primeira vez, foi rápido demais, daí derramou.

A prova foi um momento de descontração do evento que reuniu cerca de 600 pessoas no Ginásio da Sociedade Esportiva e Recreativa Gaúcho, em Teutônia. Assuntos como gestão, tecnologia, sanidade e rentabilidade estiveram em foco nas palestras e nas quatro oficinas.

A preocupação com a queda nos preços pagos ao produtor também ficou evidenciada na rodada de debates. Mas as alternativas para driblar a sazonalidade existem. Para comprovar que a proposta desenvolvida em Fagundes Varela, na Serra, onde um aplicativo tem ajudado na gestão das propriedades, deu certo, a produtora Ivânia Linda foi chamada a dar um depoimento:

- A gente não tem de pensar só em quantidade e, sim, em qualidade. E planejar. Temos de evoluir com o uso da tecnologia. (Zero Hora)

Estado oferece parcelamento e desconto em dívidas de ICMS

Diante do acúmulo de contas no fim de ano, o governo do Estado decidiu recorrer novamente à renegociação de dívidas de ICMS. Com o Programa Especial de Quitação e Parcelamento (Refaz) lançado ontem, o Piratini espera arrecadar R$ 500 milhões ainda em 2018.

Mesmo se cumprido, o montante será insuficiente para saldar os compromissos financeiros. O valor equivale a um terço da folha de pagamento do funcionalismo - somente para quitar os salários de outubro, o governo ainda precisa de R$ 300 milhões.

Publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) ontem, o Refaz já está valendo. O maior desconto será para as empresas que paguem seus débitos até 26 de dezembro. Para as companhias enquadradas no Simples Nacional, o abatimento será de 40% nos juros e de 100% nas multas. Para as demais, a dedução nos juros também será de 40%. Porém, a redução nas multas ficará entre 50% e 85% - quanto menor o número de parcelas, maior o desconto.

Podem aderir ao programa os devedores de ICMS com vencimento até 30 de abril deste ano. De acordo com a Receita estadual, as dívidas de empresas em atividade são de R$ 21,91 bilhões. Fica de fora quem ingressou no programa de troca de débitos por precatórios (Compensa-RS). (Zero Hora) 

 

Evento tem data marcada

A Associação de Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Federação Brasileira das Associações 
de Criadores de Animais de Raça (Febrac) decidiram, em reunião realizada ontem, que a próxima Expoleite/Fenasul ocorrerá de 15 a 19 de maio de 2019, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O presidente da Gadolando, Marcos Tang, disse que os criadores possuem identificação com a exposição. "É uma feira de outono mais curta e se consegue trazer os animais em maior número", destacou. 

Para o presidente da Febrac, Leonardo Lamachia, a feira é de grande importância para todos os criadores de gado leiteiro. "Vamos fazer uma feira envolvendo outras raças de equinos e bovinos. A definição da data com esta antecedência vai nos proporcionar a mobilizar o maior número de associações possível", observou. Entre as atividades que deverão ser confirmadas na Expoleite/Fenasul estão a Feira de Terneiros da Farsul e uma Classificatória Aberta ao Freio de Ouro, no Complexo do Cavalo Crioulo. (Correio do Povo)

Nova invenção promete detectar doenças em rebanho por meio de sensor

Pesquisadores irlandeses desenvolveram um novo sensor de testes em animais que pode detectar doenças em bovinos e permitir que pecuaristas e veterinários isolem um animal afetado antes que a infecção possa se espalhar para o resto do rebanho. Segundo artigo publicado no site Ireland Farmer, o sensor é do tamanho de uma moeda e pode ser preenchido com vários soros de detecção de doenças que podem  ser diagnosticadas no local uma infecção. A velocidade do sensor poderia acabar com o tempo de espera de uma semana entre o diagnóstico por um veterinário de um problema na fazenda e a obtenção dos resultados dos testes dos laboratórios.  A tecnologia portátil "transformará veterinários em laboratórios ambulantes", de acordo com o químico analítico líder do projeto, Alan O'Riordan.

O cientista disse à publicação que o desenvolvimento era parte da iniciativa geral de "digitalizar a agricultura" e reduzir drasticamente os tempos de resposta a problemas de doenças na fazenda. O sensor foi usado com sucesso para detectar condições como diarreia viral bovina e Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR) e está sendo testado para verificação de fasciolose.

Na pesquisa secundária, o dispositivo foi usado para testar fungos e bactérias em cevada e sementes de batata. Há esperanças de que ele possa eventualmente ser usado para identificar a poluição em cursos de água. O sensor já foi patenteado na Irlanda, Europa e Estados Unidos, e O'Riordan espera que o produto seja lançado no mercado até o final de 2019.

"Até agora, o sensor mostrou resultados bem-sucedidos na detecção de doenças em bovinos, principalmente no setor lácteo, e acelerou a maneira como lidamos com esses surtos de infecção", disse. Embora o programa de testes tenha sido principalmente em rebanhos leiteiros, o dispositivo pode ser usado para identificar todos os tipos de doenças e infecções com bovinos em geral e com ovelhas. (Canal Rural)

ANTT atualiza tabela do frete
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União (DOU) os novos preços para o frete, com redução que varia de 1,2% a 5,32%. A alteração ocorreu por conta do disposto que instituiu a política nacional de pisos mínimos para o transporte rodoviário de cargas. A lei determina que a tabela seja reajustada sempre que preço do óleo diesel tenha oscilação superior a 10%. De acordo com os novos valores, o preço mínimo do frete para carga geral caiu de R$ 2,16 para R$ 2,11 até cem quilômetros, considerando um caminhão com três eixos. A mudança se deu por causa de variação no preço do óleo diesel no fim de outubro. Ontem, 75 entidades enviaram ao presidente eleito Jair Bolsonaro carta aberta contra o tabelamento, instaurado pelo governo de Michel Temer após a paralisação dos caminhoneiros em maio. Segundo elas, a medida pode trazer de volta "fantasma" do tabelamento, usado na década de 1980. (Zero Hora)

 

 

Porto Alegre, 21 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.863

Conseleite PR
 
A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 20 de novembro de 2018 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em outubro de 2018 e a projeção dos valores de referência para o mês de novembro de 2018, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. (Faep)
 

Maior oferta e demanda enfraquecida pressionam cotações

Derivados lácteos - A oferta ainda elevada da matéria-prima e a fraca demanda por derivados lácteos mantiveram a pressão sobre os valores pelo terceiro mês consecutivo no atacado do estado de São Paulo. A média de preço do leite UHT em outubro foi de R$ 2,4746/litro, 5,03% abaixo da de setembro/18, mas 17,07% superior à de outubro/17.

Colaboradores do Cepea relataram que as chuvas elevaram a oferta de leite, resultando na queda dos preços e na desaceleração da produção de alguns laticínios para evitar o crescimento de estoque. Em relação ao queijo muçarela, a média fechou em R$ 18,33/kg em outubro, aumento de 0,50% na comparação com setembro/18 e de 24,84% frente a outubro/17. Para novembro, as expectativas ainda são de preços enfraquecidos. Com base nas duas primeiras semanas do mês, os preços do leite UHT diminuíram 12% na comparação com outubro/18, fechando em R$ 2,1910/ litros. Para o queijo muçarela, a redução foi de 2,5% na mesma comparação, fechando em R$ 17,95/kg. Essa pesquisa diária de preços tem o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). (Cepea)

 
 

Alta nas importações aumenta o déficit da balança comercial

Importação de lácteos - Após dois meses consecutivos em queda, as importações brasileiras de leite em equivalente leite aumentaram 64,8% de setembro para outubro, somando 154 milhões de litros e gerando receita de US$ 57 milhões, conforme dados da Secex.

Frente ao mesmo período de 2017, as compras externas de produtos lácteos cresceram 114,2%. O principal derivado lácteo importado foi o leite em pó, totalizando 127 milhões de litros em equivalente leite. A Argentina liderou as vendas ao Brasil, com 76 milhões de litros em equivalente leite e participação de 60% no total importado pelo País. O preço médio do leite em pó importado da Argentina em outubro foi de US$ 2,82/kg, estável frente ao de setembro. No Brasil, o valor médio do leite em pó, calculado pelo Cepea, ficou em US$ 4,67/kg em outubro. Já o preço médio do produto brasileiro exportado foi de US$ 3,95/kg, valores superiores aos pagos pela Argentina. Apesar do recuo de 12,8% frente ao volume adquirido em setembro, o queijo foi o segundo produto mais importado pelo Brasil em outubro, somando 25 mil litros em equivalente leite. A participação do queijo nas aquisições totais de derivados em outubro foi de 16,2%. A Argentina também foi a principal vendedora do produto, com participação de 68,6% nas importações brasileiras, que somaram 17 milhões de litros em equivalente leite. As exportações brasileiras de leite em equivalente leite, por sua vez, recuaram 48,7% em relação ao mês de setembro, registrando 5 milhões de litros em volume e US$ 4 milhões em receita. Em relação a outubro de 2017, os embarques de produtos lácteos diminuíram 27,8%. O queijo continua sendo o derivado mais exportado pelo Brasil, com 48,7% de participação no total das vendas ao mercado externo, o que corresponde a 2 milhões de litros em equivalente leite. 

A Rússia ocupa o primeiro lugar nas compras do queijo brasileiro, com participação de 28,2% no total, ou 703 mil litros em equivalente lente. O segundo derivado brasileiro mais demandado pelo mercado internacional foi o leite condensado, com 33% de participação no total exportado pelo País em outubro, ou 1 milhão de litros em equivalente leite. Assim, o déficit da balança comercial aumentou 55% de setembro para outubro, fechando com saldo negativo de US$ 53,5 milhões. Em volume, o déficit foi de 149 milhões de litros em equivalente leite em outubro, 78,2% maior que o de setembro. (Cepea) 
 

 

NZ: preços ao produtor devem cair mais, dizem analistas

A cooperativa neozelandesa Fonterra está prevendo um preço final do leite ao produtor entre NZ$ 6,25 (US$ 4,27) e NZ$ 6,50 (US$ 4,44) por quilo de sólidos do leite, o que equivale a NZ$ 0,52 (US$ 0,35) a NZ$ 0,54 (US$ 0,37) por quilo de leite, quando a estação terminar no ano que vem. Isso é uma redução com relação às previsões anteriores, disse Mark Lister, que dirige a pesquisa privada para a Craigs Investment Partners. Ele disse que há uma pressão crescente sobre o setor, principalmente devido aos preços mais baixos dos produtos lácteos em todo o mundo. "Já vimos derrapagens nos resultados do leilão global de lácteos. Isso se deve em parte à maior oferta de produtos lácteos provenientes de muitas partes do mundo. Em segundo lugar, o dólar da Nova Zelândia está muito forte".

Os números colocam o dólar neozelandês mais baixo do que no início do ano, mas ainda assim 4 centavos acima do nível do início de outubro, quando medidos em relação ao dólar norte-americano. Esse dólar mais alto encareceu as exportações da Nova Zelândia. Lister explicou que esses dois fatores tornariam mais difícil para a Fonterra sustentar suas últimas previsões. Embora não tenha declarado uma previsão formal, para ele uma previsão de NZ$ 6 (US$ 4,10) por quilo de sólidos do leite [NZ$ 0,50 (US$ 0,34) por quilo de leite] seria um número mais realista. "Isso pode ser menor do que as pessoas esperam nos últimos seis meses, mas ainda não é tão ruim em relação à história."

Outro analista, Mark Brunel, da OMF, fez uma previsão ainda mais baixa de NZ$ 5,80 (US$ 3,96) por quilo de sólidos do leite [NZ$ 0,48 (US$ 0,32) por quilo de leite]. Ele observou que o volume de produção mundial pressionaria os preços para baixo, com a produção da indústria da Nova Zelândia subindo 6% e a produção americana 1% no ano. (As informações são da Radio New Zealand, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Alta do dólar encarece adubo e eleva custos em outubro
Custo de produção - As valorizações de 6,46% dos adubos e corretivos e também de 3,3% dos combustíveis em outubro elevaram os custos de produção da pecuária leiteira no mês. Na "média Brasil" (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), o Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os gastos correntes das propriedades, registrou alta de 0,82% em outubro. No acumulado de 2018, os custos já subiram 8,66%, muito próximo ao IGP-DI que, de janeiro a outubro, subiu 8,82%. Entre os estados acompanhados pelo Cepea, a maior alta no COE em outubro, de 1,5%, foi observada em Minas Gerais, seguido por São Paulo e Rio Grande do Sul, com elevações de 0,82% e de 0,66%, respectivamente. Goiás foi o único estado que teve recuo no COE no mês, de 0,93% - neste caso, a baixa esteve atrelada à desvalorização de 2,9% do concentrado. As altas nos preços dos adubos e corretivos, por sua vez, se devem à valorização do dólar em setembro - vale lembrar que esses insumos têm parte da matéria-prima importada. Em outubro, o dólar teve média de R$ 3,76, mas, em setembro, atingiu R$ 4,11, devido ao período eleitoral brasileiro. Quanto ao combustível, a Petrobras subiu em 2,8% o preço do diesel em outubro - contexto que também elevou os valores dos fretes. ALIMENTAÇÃO - A alta desses grupos de insumos impacta diretamente nos custos com a implantação e reforma de pastagens e também nos gastos envolvendo o cultivo das lavouras de milho para silagem, que será fornecida em 2019. Nesse cenário de custos de alimentação mais elevados, cabe ao produtor se planejar. Por enquanto, em outubro, o concentrado permaneceu praticamente estável (ligeira alta de 0,13%) na "média Brasil". (Cepea)