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Porto Alegre, 15 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.087

 Audiência pública debate a produção de leite e seus gargalos no Rio Grande do Sul 

Audiência pública conjunta das Comissões de Segurança e Agricultura da Assembleia Legislativa reuniu grande número de lideranças e entidades representativas da cadeia láctea gaúcha para debater sobre as Instruções Normativas 76 e 77 e as política de preço do leite no Rio Grande do Sul.  A reunião foi presidida pelo deputado estadual Edegar Pretto (PT-RS) e parlamentares de diferentes bancadas.

O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, e o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, acompanharam a audiência pública que contou com representantes e produtores de 56 municípios gaúchos.  Segundo Guerra, uma das pautas mais combativas para a cadeia láctea é a guerra fiscal entre os estados, que retira competitividade do setor no Rio Grande do Sul. “Vemos o leite UHT produzido aqui no RS  chegar a outros estados e ter uma sobretaxa de 8% a 9% só por não ser produzido na região compradora”, afirmou o dirigente. 

Guerra ainda defendeu a união de todos os elos da cadeia produtiva para fazer frente ao cenário que está posto e avançar em temas que considera cruciais, como o maior investimento em infraestrutura de logística e maior disponibilidade de crédito para os produtores. “Não existe indústria sem produtor e produtor sem indústria”, disse. Guerra lembrou que as Instruções Normativas 76 e 77 do Ministério da Agricultura não vieram com o objetivo de excluir ninguém da atividade, pelo contrário. “Estamos focados em um trabalho de melhoria contínua da qualidade do nosso leite e incentivando a permanência de muitos na atividade”, afirmou. Prova disso foi o trabalho realizado, no primeiro semestre deste ano, pelo Sindilat, juntamente com o Mapa, SEAPDR, Fetag, Farsul, Emater, Apil e Famurs, com apoio de universidades e prefeituras. Foram nove encontros entre os meses de maio e julho com participação total de mais de 36 mil pessoas via comparecimento ou acompanhando  pelas redes sociais.

O chefe da divisão de Defesa Agropecuária do Mapa/RS, Leonardo Isolan, reforçou que as INs 76/77 não trouxeram novidades em termos de limites para adequação, mas que, apenas agora, vão enquadrar os produtores que não conseguirem produzir dentro do que já estava previsto desde 2014. “As INs vinham sendo estudadas há muito tempo, foram colocadas em consulta pública por 60 dias e receberam muitas sugestões”, reforçou. Segundo ele, desde a vigência das normas, em 30 de maio deste ano, o Mapa permanece a campo prestando orientações e ajudando produtores no que for necessário. “Ao contrário do que muitos pensam, as INS não tratam de exclusão e sim, de inclusão do produtor na atividade, pois, por meio de médias geométricas, ele consegue se adequar aos padrões exigidos pelas INs”, destacou Isolan. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Crédito: Letícia Prior Breda 

GDT


(Fonte: GDT, adaptado pelo Sindilat)


Parece só um freezer, mas é uma pequena revolução
 
Como muitos empreendedores, Lídia Linck Lagemann viu na solução de um problema uma chance de negócio. Desenvolveu, na empresa de refrigeração da família, um sistema de geradores para evitar que quedas de energia comprometam insumos usados por produtores rurais.

O que diferencia a história da empreendedora de 33 anos, formada em Veterinária, é que essa ideia foi além do campo. O sistema de emergência criado pela Biotecno também é usado em clínicas e postos de saúde para evitar danos a líquidos preciosos para a saúde humana, como vacinas, sangue e leite materno.

A empresa foi criada em 2001 por seu pai, e o ramo era o de manutenção de refrigeradores. O negócio mudou - ganhando um impulso - quando Lídia assumiu a administração, em 2011, e implantou um sistema desenvolvido após cinco anos de pesquisas. Era um projeto que ela trouxe quando ainda cursava Medicina Veterinária: uma bateria que armazena energia e entra em ação assim que há queda de energia. Os refrigeradores passaram a ser produzidos, saindo da linha de produção com o equipamento que permite ao freezer funcionar por até 72 horas sem luz. Logo ficou claro: além da agricultura, a área de saúde humana poderia se beneficiar.

O produto foi conquistando espaço por oferecer uma solução para o problema da falta de energia. Tomou grande proporção e hoje está presente em 26 Estados brasileiros, inclusive em alguns países da América Latina.

- Essa foi uma forma que a Biotecno fez de se colocar no lugar daquele usuário e pensar: o que poderíamos prover de solução para deixar a vida das pessoas mais fácil - descreve Lídia.

Os refrigeradores são desenvolvidos em uma das duas unidades da empresa em Santa Rosa. Depois, distribuídos pelo Brasil e para países como o Peru, onde são usados em centros de oncologia e dermatologia, bancos de leite e sangue e também na agricultura. São produzidos em média 150 equipamentos por mês. Quem adquire o produto tem ainda assistência técnica prestada remotamente desde Santa Rosa - para qualquer lugar onde o cliente estiver. Hoje, ter um sistema que evita a perda de vacinas pela falta de conservação quando há uma instabilidade na rede de energia elétrica é obrigatório, de acordo com resolução do Conselho dos Secretários de Saúde brasileiros.

Com mais demanda e busca até pela exportação, a Biotecno viu a necessidade de aumentar seu quadro de funcionários. De cinco colaboradores, subiu para 50 em apenas oito anos. Sem contar os representantes comerciais que estão distribuí¬dos por vários Estados. O coordenador de projetos da empresa, Luiz Mateus Schneider, acompanha essa evolução desde o começo e é um dos trabalhadores mais antigos a integrar a companhia.

- É gratificante saber que o equipamento atende a todas as expectativas e que algumas partes, como o sistema de emergência que a gente mesmo desenvolveu, é bastante útil - vibra.

Reconhecimento
A iniciativa angariou prêmios nacionais como o MPE Brasil - Sebrae, em 2013, quando a Biotecno superou outras 92 mil pequenas empresas listadas entre as concorrentes. O impacto do sistema de refrigeradores no mercado foi tamanho que, além de fortalecer o negócio da família Linck no noroeste gaúcho, movimentou a economia como um todo, gerando mais empregos, impostos e consumo.

Pensando no futuro, Lídia garante que as inovações da Biotecno não param por aí:

- Motivação é poder escrever a própria história e deixar um legado. E isso eu aprendi em casa. A inovação faz parte do DNA da empresa. Então tudo que nós fazemos hoje é sempre pensando em trazer algo novo e diferente, não o que já existe.

A série Te Mostra, Rio Grande é uma iniciativa do Grupo RBS para valorizar ainda mais a forte raiz empreendedora gaúcha. Os episódios são veiculados em vídeo durante o Jornal do Almoço, na RBS TV. No total, serão apresentadas 12 iniciativas de quem constrói e contribui para o empreendedorimo Estado. A série tem apoio do Governo do Estado do Rio Grande do Sul e da Assembleia Legislativa. (Zero Hora)
 
 

Cooperativa gaúcha consegue no STJ impedir cobrança da CPRB

A Fazenda Nacional conseguiu levar para o Supremo Tribunal Federal (STF) a discussão sobre o pagamento obrigatório da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), após recente derrota em julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foi distribuído ao ministro Celso de Mello recurso contra decisão que acatou a "teoria da coerência" - o contribuinte alegou aumento de carga tributária, apesar de a CPRB ter sido criada para desonerar as empresas. A decisão do STJ garantiu à Cooperativa Santa Clara, do Rio Grande do Sul, o direito ao recolhimento, no período em que a CPRB era imposta, de 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de salários. Para ela, em 24 meses, o pagamento sobre a receita bruta representaria prejuízo financeiro de mais de R$ 220 mil. A discussão é de interesse de todas as empresas prejudicadas com a mudança na forma de pagamento da contribuição previdenciária. Quanto maior a receita bruta e menor o número de funcionários, maior o impacto financeiro da CPRB. A contribuição foi instituída em 2011 pela política de desoneração da folha do programa Brasil Maior, na gestão da então presidente Dilma Rousseff (PT), para gerar emprego e incentivar a retomada de investimentos (Lei nº 12.546). Só após a entrada em vigor da Lei nº 13.161, de 2015, o recolhimento sobre a receita bruta tornou-se facultativo. Na prática, a decisão do STJ serve de precedente para todos os contribuintes com ação em andamento contra a CPRB, referente ao intervalo entre 2011 e 2015. Por conta da prescrição, porém, as empresas que ainda pensam em ajuizar processo poderiam apenas pedir a diferença entre a contribuição sobre a folha e a CPRB paga de outubro de 2014 a dezembro de 2015. A decisão foi dada pelo ministro Napoleão Nunes Maia Filho, da 1ª Turma do STJ (REsp nº 1553962). Ele manteve entendimento do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, no Sul do país, que aplicou a teoria da coerência. "O acórdão recorrido concluiu que a aplicação da nova sistemática implicou prejuízo financeiro à cooperativa ora recorrida, o que vai contra os objetivos da norma instituída pela Lei 12.546. Assim, para alterar tal conclusão seria necessário o revolvimento do suporte fático-probatório dos autos, o que é vedado em recurso especial", diz Napoleão.

Além da cooperativa, várias outras empresas prejudicadas pela mudança na forma de recolhimento foram à Justiça. "A 1ª Seção do TRF da 4ª Região já tinha definido que contribuinte prejudicado pela desoneração da folha tinha que ser ressarcido", afirma o advogado Rafael Nichele, representante da cooperativa (AC nº 5041401- 57.2015.4.04.7100). "Esperamos que o STF mantenha esse entendimento", acrescenta. Segundo o especialista em tributação, há violação do princípio constitucional da isonomia porque a mudança na forma de recolhimento da contribuição previdenciária beneficiou significativa parcela dos contribuintes. "Mas até 2015 causou severos prejuízos financeiros a alguns setores específicos com poucos funcionários, faturamento alto e variado mix de atividades oneradas e desoneradas", diz. Nichele espera que o Supremo, ao julgar o recurso da Fazenda Nacional (RE 1237377), aplique a teoria da coerência. Ele lembra do voto do ministro Celso de Mello, em medida cautelar (ADI 2010), a favor de se levar em consideração a finalidade e propósito do legislador para a tomada de decisão. A advogada Priscila Dalcomuni, do escritório Martinelli Advogados, afirma que a matéria afeta várias empresas prejudicadas com a desoneração da folha e destaca a teoria da coerência. "O STJ acatou uma interpretação teleológica, finalística, posto que o objetivo da CPRB era reduzir a tributação e não aumentar", diz. Não há no STJ ou no Supremo, acrescenta, outras decisões sobre o assunto. "A expectativa é de que o STF mantenha o entendimento do STJ. Nossos processos têm decisão favorável, mas ainda estão em segunda instância", afirma. As ações, segundo a advogada, são de empresas dos mais variados ramos. "Inclusive de cooperativas. Para elas, o impacto é de aproximadamente R$ 500 mil ao ano, desde 2012", diz. "Para empresas de tecnologia, por exemplo, com pouquíssimos empregados e receita altíssima, a migração também representou um grande prejuízo." Não há como escapar de autuação da Receita Federal. A partir de uma leitura literal da Lei 12.546, o órgão já manifestou entendimento no sentido de que o recolhimento era obrigatório até o dia 30 de novembro de 2015. O posicionamento

está na Solução de Consulta nº 125, de 2017, da Cordenação-Geral de Tributação (Cosit), que orienta os fiscais de todo o país. O posicionamento do Fisco é seguido pelo TRF da 3ª Região, sediado em São Paulo, segundo o advogado Rodrigo Caserta, do escritório BDE Advogados. Ele chama a atenção que, no STJ, outros três recursos (REsp 15984 92, REsp 1709820 e REsp 15996 49) sequer foram analisados pelos ministros. "Consideraram que as decisões, do TRF da 3ª Região e do TRF da 4ª Região, teriam sido proferidas com base em fundamentos constitucionais", diz. Assim, caberia ao Supremo julgar a questão. Procurada pelo Valor, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) não se manifestou. (Valor Econômico)

 
MP que extingue 10% do FGTS está pronta
O governo tem pronta uma medida provisória (MP) que acaba com o adicional de 10% na multa do FGTS, informou ontem o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues. A medida poderá abrir um espaço da ordem de R$ 6,1 bilhões no teto de gastos do ano que vem, dado que essa receita gera também uma despesa para o governo, o que, no “Novo Regime Fiscal”, ocupa o espaço de outros gastos. “É uma MP bem simples, que acaba com os 10%", disse o secretário. O adicional, na visão dele, já cumpriu sua função e hoje onera o empregador. “Traz um efeito não desejável no mercado de trabalho”, afirmou. “Estamos estudando a melhor forma de implementá-la. [Ela] É neutra do ponto de vista do resultado primário”, comentou. O governo prepara uma série de medidas destinadas a reduzir despesas e com isso abrir espaço sob o teto para os gastos de 2020. (Valor Econômico)

Porto Alegre, 14 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.086

   Leite/Europa

A produção de leite na Europa Ocidental continua o declínio sazonal, estando, agora, bem abaixo do pico da primavera. A boa notícia é que os dois maiores países produtores, Alemanha e França, na última semana, apresentaram resultados melhores do que o verificado no mesmo período do ano passado. Em um ano tão irregular, a expectativa é de que o último trimestre do ano consiga reverter as taxas de produção negativas apresentadas no primeiro semestre. A Comissão Europeia projeta crescimento de 0,5% no volume de leite da União Europeia em 2019, em relação ao ano passado. 

Recente incêndio em uma fábrica de produtos químicos na região da Normandia, França, provocou a suspensão da coleta de leite de várias fazendas, e está sendo avaliado o impacto que pode ter causado no abastecimento de água e na produção de alimentos da região.
 
 
 
A demanda por queijos para clientes europeus e exportação continua muito boa. Os estoques de queijos para cura estão abaixo do que é considerado um nível ideal, pois estão sendo utilizados para atender os contratos já firmados. Os fabricantes procuram manter os bons clientes na UE, e atender os crescentes pedidos de exportação.  

É importante manter a posição da Europa Ocidental como um exportador comprometido em cumprir contratos assinados. Pedidos para novas compras não estão sendo aceitos. O esforço dos fabricantes para cumprir as obrigações já assumidas, ajuda a manter os preços firmes.

No Leste Europeu, a Lituânia reduziu tanto o preço ao produtor inviabilizando a continuidade de algumas pequenas e médias fazendas leiteiras. A seca reduziu a disponibilidade de alimentos e o que existe é muito caro. Assim, muitos produtores venderam vacas para arrecadar dinheiro e também reduzir o custo com a compra de alimentos para os animais. Muitas vacas foram vendidas para produtores de leite poloneses, país onde registrou, recentemente, aumento consistente da produção de leite. O rebanho leiteiro da Polônia vem crescendo. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

Produção/AR 

Um boletim do Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA) destacou que nos últimos anos o processo de concentração da produção em unidades maiores é contínuo e ficou mais acelerado.
 
Segundo o OCLA, as fazendas que produzem menos de 2.000 litros diários de leite, que representam 50,7% das unidades produtivas, fornecem somente 16% do leite total, e no outro extremo, as fazendas com mais de 10.000 litros diários, que correspondem a apenas 4% das unidades produtoras, entregam 23,4% do leite.
 
 
 
As 410 fazendas do estrato de mais de 10.000 litros que produzem em média 17.747 litros diários, são responsáveis pela mesma quantidade de leite de 6.133 propriedades menores que produzem menos de 3.000 litros diários (2.829 menos de 1.000 litros; 2.389 entre 1.001 e 2.000 litros; e 915 entre 2.001 e 3.000 litros, diários).

Tamanho (litros de produção diária) não é sinônimo de produtividade e eficiência – lembra o boletim – mas, podemos observar que a escala de produção permitirá conseguir faturamento líquido total que atendam às necessidades empresariais.

“Uma fazenda com 1.500 litros diários, ou seja, 45.000 litros mensais, que tenha um faturamento líquido de 2 pesos por litro de leite, consegue uma renda mensal de 90.000 pesos mensais, valor similar ao salário bruto de um empregado semi-qualificado de uma indústria”, comparou o boletim. (Campo Litoral – Tradução livre: Terra Viva)

Exportações/UR 

O Brasil foi o principal comprador de lácteos do Uruguai em setembro, desbancando a Argélia que liderou a demanda em agosto. 

Os pedidos de exportação para o Brasil totalizaram 5.115 toneladas, representando 29% do total. Em valor foram US$ 14,5 milhões.

Em segundo lugar (subindo em relação ao ranking de agosto) ficou a Rússia, que comprou 3.364 toneladas por US$ 13,9 milhões.

A Argélia caiu para o terceiro lugar, com 2.025 toneladas de produtos a US$ 6,5 milhões.

No quarto posto ficou a China, comprando 1.520 toneladas de lácteos, que custaram US$ 4,6 milhões.

A Argélia continua na liderança no acumulado do ano
A Argélia mantém o posto principal na compra de lácteos uruguaios. No acumulado, de janeiro a setembro, receberam 24% das exportações do Uruguai, que somaram 39.269,6 toneladas, gerando US$ 123,3 milhões em divisas.

Em segundo lugar, muito perto, vem o Brasil que representa 23% de participação do mercado. Compraram 37.684 toneladas por US$ 111,5 milhões.

No terceiro lugar encontra-se a Rússia (12% de participação) com 20.200 toneladas ao custo de US$ 77,3 milhões. Depois vem Cuba com 9.347 toneladas, e gastos de US$ 28,7 milhões

A China fica em quinto lugar em volume com envio de 9.266 toneladas, no valor de US$ 22,6 milhões.

Em comparação com 2018, o destaque vai para o crescimento das compras pela Rússia. As exportações para esse destino subiram 79% em volume e 70% em valores. (ON24 – Tradução livre: Terra Viva)

 
 
Kantar: lácteos se destacam nas lancheiras das crianças
Segundo estudo da Kantar, cereais matinais, bebidas lácteas e iogurtes foram as categorias que mais se destacaram nas lancheiras entre julho de 2018 e junho de 2019, representando 24,5% de importância do consumo. A escolha está ligada à necessidade de saudabilidade em pelo menos 41% das ocasiões de compras feitas semanalmente para crianças de até 12 anos, e aumentou em comparação com o período de julho de 2017 a junho de 2018, quando representou 37%. A pesquisa foi feita nas regiões metropolitanas da Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Grande Fortaleza e Grande Curitiba, bem como nas cidades de Recife, Salvador e Porto Alegre. (As informações são da Kantar)

Porto Alegre, 11 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.085

   Projeto aprovado e que exige validade mínima adiciona restrições a importadores de leite em pó

Por unanimidade, na última quarta-feira (09) foi aprovada uma proposta que determina que importadores de alimentos disponibilizem no mercado apenas produtos que estejam com 70% do tempo de prateleira (intervalo entre a data de fabricação e a data de validade).

Em média o leite em pó desnatado tem prazo de validade de 3 anos e o integral de 1,5 ano. Ou seja, pelo projeto, esses produtos só poderiam ser comercializados no Brasil (internalizados) se tiverem prazo de validade de 2,1 anos, no caso do desnatado, e de pouco mais de um ano, no caso do integral.

A medida tem como objetivo trazer mais segurança alimentar a quem consome leite em pó, além de privilegiar a produção do alimento pelo mercado brasileiro. O PL 952/2019 passou pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) e segue para apreciação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

O autor da proposta, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, deputado Zé Mário (DEM-GO), explica que a exigência da validade mínima vai coibir possíveis práticas desleais por importadores que colocam o produto no mercado brasileiro próximo do vencimento com preços bem mais baixos.

“Vamos colocar regras claras na importação de leite em pó no Brasil. Muitos países têm altos estoques de leite em pó e esse produto, por estar por vencer, derruba os preços quase que praticando ´preço de banana’, como a gente diz no jargão popular”. Segundo Zé Mário, o leite em pó importado entra no mercado dessa forma fazendo com que muitas vezes os preços pagos ao leite nacional caiam de forma abrupta. 

De acordo com o projeto, o Poder Executivo deverá criar normas alfandegárias específicas para garantir a fiscalização e a inspeção dos produtos. (As informações são da FAEG - Federação de Agricultura do Estado de Goiás, resumidas pela Equipe MilkPoint)

Produtores de leite debatem sobre a adequação às INs em Nova Prata
 
Mais de mil pessoas, de diferentes municípios, entre produtores de leite, técnicos e entidades estiveram reunidos nas comunidades de Santa Líbera e Campestre, em Nova Prata (RS), afim de debater sobre novas alternativas e tecnologias para tornar a bovinocultura de leite mais rentável e sustentável. O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar, com o apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), nesta quarta-feira (09/10) das 8h30 às 17h, e contou diversas palestras.

Sobre a qualidade do leite, a Cooperativa Santa Clara, empresa associada ao Sindilat, citou a implementação das Normativas do Leite (INs) 76 e 77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que estão em vigor desde 30 de maio. As INs visam a melhora do produto, alterando a forma de produção, coleta e armazenagem do leite cru. De acordo com o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, iniciativas como essa aproximam o produtor da indústria. "É importante que a cadeia produtiva permaneça unida em busca da qualidade do leite, só assim conseguiremos estar aptos à exportação de lácteos", disse.

Para Tiago Frizzon, produtor de leite no município de Cotiporã, é preciso buscar tecnologias para incrementar a produção e conseguir manter-se na atividade. “A irrigação é algo cada vez mais importante. As estiagens estão tirando nosso potencial produtivo. Então é bom termos uma noção melhor disso, porque o custo benefício da irrigação é bom".

O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Nova Prata, João Carlos Reginato, salientou que os produtores não têm controle sobre o preço, mas, da porteira para dentro da propriedade, podem trabalhar para que os animais produzam e rendam mais. "Os produtores precisam se adequar às INs 76 e 77, que tratam da qualidade do leite e que não são excludentes, mas um exercício de proteção do consumidor", afirmou Reginato. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Rejane Paludo/Emater/RS-Ascar 

Leite/América do Sul 

De um modo geral, com a chegada da primavera, o nível de produção de leite nas fazendas continua aumentando nas principais bacias leiteiras da América do Sul. No Brasil, as chuvas estão melhorando a qualidade das pastagens nas principais regiões produtores de leite do país.

Enquanto a produção de leite melhora sazonalmente, os preços continuam elevados, principalmente em decorrência da agressiva concorrência por leite entre os diversos processadores.  

Embora o rendimento animal tenha melhorado nas últimas semanas, o volume de leite permanece bem abaixo do adequado para atender todas as indústrias e o mercado doméstico. A expectativa é de que durante a primavera a oferta de leite e creme atenda as necessidades dos processadores.

Na Argentina e no Uruguai, o clima tem sido mais seco do que o normal, o que vem limitando o desenvolvimento de pastagens e plantio de grãos. No entanto, a qualidade e a quantidade de forragens e grãos disponíveis, até o momento, estão adequadas para alimentar o rebanho leiteiro. Portanto, a produção de leite aumentou sazonalmente, mas, um pouco menos em comparação com 2018.  

Ao contrário do Brasil, na Argentina e no Uruguai o preço do leite ao produtor está mais baixo, e em alguns casos, está influenciando na ração fornecida aos animais. Ainda assim, o volume que chega às fábricas é suficiente para atender as necessidades de processamento. A maior parte do leite está sendo destinado ao engarrafamento de leite fluido/UHT, e produção de iogurte, manteiga, queijo e leite condensado. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

 
Supermercado online
Um novo estudo divulgado pela Kantar ajuda a confirmar que muitos dos estereótipos de gênero propagados por comunicações de diversas marcas estão equivocados: entre os e-shoppers, 47% dos homens fizeram compras de supermercado online, contra 39% das mulheres. Os dados são do eCommerce On, pesquisa realizada globalmente em 14 países, com 16 macrocategorias, analisando mais de 100 mil atos de compras e o comportamento de 27 mil compradores online. Ainda assim, muitas das propagandas de categorias relacionadas à ida ao supermercado são direcionadas ao gênero feminino. De acordo com o AdReaction – Getting Gender Right, outro levantamento realizado pela Kantar, em campanhas de produtos de limpeza da casa, por exemplo, as mulheres representam 89% do target das comunicações, 85% em alimentos e 76% em higiene pessoal. No entanto, 80% dos homens também são decisores dessas compras, junto com 91% das mulheres. Neste caso, a oportunidade é dupla: aumentar o número de mulheres que fazem esse tipo de compras online mostrando uma comunicação mais equilibrada e fugindo de imagens batidas em relação ao gênero feminino, e também entender as barreiras específicas a esse público. A análise realizada pela Kantar aponta que marcas que equilibram a atenção nos dois gêneros impulsionam um valor maior.  Entender os receios e necessidades de cada um dos gêneros no e-commerce também é muito importante. “As marcas precisam agir de forma diferente em cada caso, pois os compradores têm diferentes necessidades e motivações. O que significa entender o perfil de cada um deles e entregar soluções específicas”, afirma Luciana Piedemonte, diretora e líder de commerce da Kantar Brasil. “Temos que colocar o shopper e suas necessidades no centro da estratégia de e-commerce.” (Diário do Comércio/SP)

Porto Alegre, 10 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.084

   Consultas Públicas 

Foram publicadas ontem (09/10) no Diário Oficial da União as portarias que resolvem submeter à Consulta Pública, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, a proposta de Instrução Normativa, que estabelece o Regulamento Técnico sobre a identidade e requisitos mínimos de qualidade que deve atender o queijo provolone, a sobremesa láctea, a ricota e o queijo minas padrão.

O Projeto de Instrução Normativa encontra-se disponível na página eletrônica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: www.agricultura.gov.br.

O objetivo da presente Consulta Pública é permitir a ampla divulgação da proposta de Instrução Normativa, para receber sugestões ou comentários de órgãos, entidades ou pessoas interessadas. As sugestões deverão ser encaminhadas via Sistema de Monitoramento de Atos Normativos - SISMAN, da Secretaria de Defesa Agropecuária - SDA/MAPA, por meio do LINK: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/sisman/.

Acesse abaixo as portarias:
PORTARIA Nº 201, DE 4 DE OUTUBRO DE 2019 - Regulamento Técnico sobre a identidade e requisitos mínimos de qualidade que deve atender o queijo minas padrão.

PORTARIA Nº 202, DE 4 DE OUTUBRO DE 2019 - Regulamento Técnico sobre a identidade e requisitos mínimos de qualidade que deve atender o queijo provolone.

PORTARIA Nº 203, DE 4 DE OUTUBRO DE 2019 - Regulamento Técnico sobre a identidade e requisitos mínimos de qualidade que deve atender a sobremesa láctea.

PORTARIA Nº 204, DE 4 DE OUTUBRO DE 2019 - Regulamento Técnico sobre a identidade e requisitos mínimos de qualidade que deve atender a ricota.

(Diário Oficial da União - DOU)

Rabobank: tarifas dos EUA sobre produtos lácteos da UE terão forte impacto

Mary Ledman, estrategista global de laticínios no Rabobank, disse que as tarifas dos EUA sobre produtos lácteos da UE terão um grande impacto. No total, cerca de 107.000 toneladas de laticínios da UE se enquadram nos 65 códigos HTS, sujeitos a tarifas ad valorem adicionais de 25%, a partir de 18 de outubro.

"As importações totais de queijo dos EUA registraram quase 176.000 toneladas em 2018, com os queijos da UE representando 134.000 toneladas", disse Ledman. Os 58 códigos HTS para queijo sujeitos à tarifa adicional representam cerca de 55% (73.000 toneladas) das importações americanas em 2018. Ledman disse ainda que os queijos italianos são os mais vulneráveis, com quase 20.000 toneladas (cerca de 60%) de suas exportações para os EUA em 2018 cobertas pelos códigos HTS e sujeitas a tarifa adicional.

"A Irlanda também sentirá o peso das tarifas adicionais nas exportações de manteiga e queijo para os EUA", disse Ledman. As exportações combinadas de queijo irlandês (20%) e manteiga (80%) para em 2018 totalizaram mais de 35.000 toneladas, e agora estarão sujeitas à tarifa adicional. Até julho de 2019, as exportações irlandesas de manteiga e queijo estão mais de 30% maiores quando comparadas ao ano anterior, provavelmente em antecipação às possíveis tarifas mais altas.

"Quanto mais tempo as tarifas são impostas, maior a erosão do mercado", afirmou Ledman. "No curto prazo, menos de três meses, é esperado um impacto limitado no mercado. As importações de longo prazo e com preços mais altos enfrentarão maior concorrência dos fabricantes nacionais e globais de manteiga e queijo especiais".

Ledman acrescentou que uma sobretaxa de 25% sobre um produto já caro pode fazer com que os clientes escolham um queijo doméstico mais barato ou uma importação não pertencente à UE. Muitos queijos europeus importados são comercializados e distribuídos por empresas de alimentos especiais, que também têm queijos nacionais especializados em suas linhas de produtos.

"Como resultado, é provável que uma tarifa adicional de 25% sobre os queijos europeus reduza sua competitividade no mercado dos EUA, diminua a atividade promocional, incentive os consumidores dos EUA a explorar queijos especiais domésticos mais baratos e forneça uma vantagem competitiva para queijos especiais importados de fora da UE", disse Ledman.

"Coletivamente, os 28 países da UE não podem perder os EUA como um mercado para mais de 73.000 toneladas de queijo, especialmente com a incerteza de um Brexit forte, que colocaria em risco o mercado de queijo de 400.000 toneladas do Reino Unido", finalizou Ledman. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Argentina: Volta a subir o preço do leite em meio à queda do consumo

O leite, um produto chave na alimentação teve novo aumento de preço, que resultará em nova queda de consumo que, atualmente está em 176 litros por habitante/ano, 41 litros menos do que em 2015. 
 
Especialistas alertam que esse novo aumento de 10% sobre o valor do leite atingirá fortemente o consumo que já está em queda.

Segundo um levantamento feito pela Defesa de Usuários e Consumidores (DEUCO), o preço do leite integral e desnatado de La Sereníssima passou de AR$ 44,20/litro, [R$ 3,14/litro], em agosto deste ano, para AR$ 48,70/litro, [R$ 3,46/litro], neste mês. Ou seja, 10% mais caro. O leite integral enriquecido com ferro, pulou de AR$ 45,60 para AR$ 50; o leite integral com redução de lactose, de AR$ 46,60 para AR$ 51,30, e o leite UHT integral, ou desnatado saiu de AR$ 53/litro, para AR$ 58,20, [R$ 4,14/litro]. Todos com o mesmo percentual de aumento.

O levantamento da DEUCO, tomando como base os dados do Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA), diz que "o consumo de leite por habitante por ano é de 176 litros, ou seja, "menor do que os 217 litros por habitante/ano registrados em 2015, e o consumo de leite é o menor dos últimos 29 anos".

Com este novo aumento, os preços dos derivados acumulam alta de 42,9% entre maio e outubro deste ano. No período, 100 gramas de manteiga, passou de AR$ 49 para AR$ 67,50, [R$ 4,80], (+37,8%), enquanto que 200 gramas pulou de AR$ 83,70 para AR$ 116,40, [R$ 8,28], (39%).

Junto com estes produtos, também aumentaram os preços do doce de leite (400 gramas), passou de AR$ 71 para AR$ 95,40 (34%); creme de leite (200 ml) subiu de AR$ 58 para AR$ 77,50(33,5%); o queijo ralado aumentou 36,5%; a ricota (500 gramas) de AR$ 85 para AR$ 118,30 (39%); o leite em pó deslactosado, de AR$ 211 para AR$ 299,80 (42%); a manteiga light (200 gramas) de AR$ 119,40 para AR$ 166 (39%); o leite em pó (200 gramas), de AR$ 69,60 para AR$ 99,50 (42,9%); e o queijo ralado de AR$ 37,80 para AR$ 51,30 (35,7%).

Os queijos foram os produtos mais atingidos. Os preços subiram entre 10 e 15% dependendo do tipo, e em alguns casos, ultrapassou a barreira dos mil pesos.

Na lista divulgada pela DEUCO o quilo dos queijos mais caros registrados foram do provolone e do reggianito, passando de AR$ 824, em agosto deste ano, para AR$ 948, [R$ 67,45], agora, com 15% de incremento em ambos. O queijo sardo passou de AR$ 782 para AR$ 900 (15%); o queijo cremoso de AR$ 373 para AR$ 410 (10%); o port salut de AR$ 452 para AR$ 497; o pategras de AR$ 710 para AR$ 781 (10%); e o gouda de AR$ 600 para AR$ 659, [R$ 46,89], (10%).

Com base nos dados da OCLA, a entidade comunica que entre janeiro e julho deste ano a venda de produtos lácteos caiu 11,9% em comparação com o mesmo período de 2018. (Portalechero - Tradução livre: Terra Viva)

 
Foco na China
Com uma produção diversificada, a Cooperativa Languiru, com sede em Teutônia, no Vale do Taquari, sabe onde quer chegar em 2020. Com a perspectiva de concluir a duplicação do frigorífico de aves em março, busca acesso ao mercado chinês para o frango. "A China tem melhor remuneração, um adicional de 10%. Vamos nos habilitar para lá", explicou Dirceu Bayer, presidente da cooperativa. Ele foi um dos palestrantes do Tá Na Mesa, evento realizado na Federasul, ao lado de Antônio Luiz Bianchini e José Sozo. A duplicação da unidade de aves, localizada em Westfália, deve se concretizar em março do próximo ano e permitirá à Languiru duplicar a capacidade de abates diários, que hoje é de 110 mil animais. O investimento é de R$ 60 milhões e deve gerar 200 vagas extras, além das mil já existentes na planta. Com indústria de laticínios, frigorífico de suínos, fábrica de ração e supermercados entre suas atividades, a cooperativa deve fechar o ano com faturamento de R$ 1,5 bilhão. O mercado interno é o principal destino - exportações representam 10%. (Zero Hora)

Porto Alegre, 09 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.083

   Nielsen: 33% dos lares brasileiros são propensos a comprar produtos premium

Mais qualidade, performance superior e experiências diferenciadas. Esses são alguns dos atributos que poderiam fazer os produtos premium ganharem a atenção de um em cada três lares brasileiros, que se declararam propensos ao consumo de itens do segmento. O dado faz parte do estudo Valor Além do Preço, elaborado pela Nielsen, que mostra também que esses consumidores que tendem comprar a linha premium permeiam todas as classes sociais.

Este cenário se deve ao fato de as pessoas estarem buscando por produtos com atributos únicos. É importante explicar que ser premium vai além do preço. O estudo observa exatamente este ponto: o consumidor, apesar de atento ao custo, busca por produtos com melhor qualidade, performance superior e que traga vantagens realmente notáveis em relação aos demais disponíveis no mercado. Ou seja, temos gente disposta a desembolsar mais se o benefício justificar o investimento.

A avaliação positiva do segmento esbarra em uma questão estrutural do Brasil: a desigualdade. De acordo com a análise, para avançar por todas as classes sociais, os produtos premium atuam por meio de diferentes estratégias adotadas pelo mercado. Um exemplo disso são as embalagens menores, que consequentemente oferecem um desembolso mais acessível. Isso é fundamental quando o setor busca assertividade entre o mix de classes econômicas, levando em conta que para produtos mais caros é preciso planejar opções de acesso aos diferentes públicos.

 

Os brasileiros que se declararam altamente dispostos a pagar mais por um produto premium levam em consideração os seguintes atributos como fundamentais para a classificação neste segmento: alta qualidade (47%), função ou performance superior (46%), oferece um diferencial – algo que nenhum outro produto tem (41%), ingredientes 100% naturais ou orgânicos (36%), materiais sustentáveis (35%), socialmente responsáveis (31%) e de origem internacional (20%).

Realçamos que essa escolha também está diretamente relacionada com hábitos. Por exemplo, pessoas que compram por maior qualidade costumam procurar informações sobre a composição do produto, enquanto quem busca por itens sustentáveis está ligado a uma postura de responsabilidade ambiental. Além do mais, 78% dos consumidores propensos a premium compram seus produtos de preferência mesmo que não esteja em promoção.

A análise destaca que a possibilidade de consumo de produtos premium passa por todas as categorias. Os brasileiros apresentam um perfil bem diversificado, indicando que 33% estariam dispostos a pagar mais por lácteos, 29% por carnes e peixes desta área. Ou seja, há uma disposição dos consumidores em desembolsar mais por itens frescos e de qualidade. Nas demais categorias, os percentuais são semelhantes: cosmésticos (31%), capilar (28%), cuidado oral (27%), guloseimas (27%), cuidado corporal (26%), desodorante (26%), café/chá (25%) e suco de frutas (24%).

No recorte de contribuição para o crescimento de premium, verifica-se que as massas instantâneas, apesar de não serem classicamente vistas como premium, tiveram maior impacto na área (12,7%). Isso se explica devido ao fato de que o produto reforçou seus atributos e seguiu a tendência de que os consumidores valorizam uma experiência diferenciada. Na sequência vem os iogurtes (11,5%), seguidos por amaciantes (9,3) e sorvetes (7,1%). No caso de amaciantes e sorvetes, são duas categorias que apostam numa configuração diferente de embalagens para atingir diversos públicos.

Segundo o estudo, os lançamentos podem ajudar a alavancar o consumo de premium. Entre os líderes de crescimento de dez categorias deste segmento, 71% é atribuído a novos produtos frente a 22,6% devido à melhora na distribuição. Para os brasileiros, a comunicação clara sobre os benefícios e o bom posicionamento do produto dentro das lojas favorecem a conversão em venda (34%).

Dinâmica dos canais sob a ótica do consumidor
Na análise de comportamento dos lares, identificamos que, com penetração dos propensos a premium 12% acima da média, o Hiper é destaque para esse público, enquanto o canal Cash&Carry (Atacarejo) retrai e tem menor oferta de produtos como este apelo. Já o canal Farma é benchmark no segmento, reforçando a boa experiência do consumidor por meio de uma comunicação clara dos benefícios, com foco em execução no ponto de venda, e opções no mix que permitem o consumo premium nas categorias comercializadas.

O estudo indicou também que 43% dos lares com consumidores online é composto por um perfil mais exigente. Ao experimentarem um produto premium, 47% declarou usar pesquisas como influenciador de compra, 36% por recomendação e 33% devido à publicidade online.

Outro aspecto importante com relação aos canais de compra é que o consumidor premium, com gasto médio 20% mais alto, é estratégico para o e-commerce. Aos que que tendem a gastar com esses itens no digital, 73,4% se disseram impactados por anúncios online e 34,9% gostam de interagir com a marca por meio das redes sociais. (As informações são da Nielsen)

Metodologia de preços

Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) querem melhorar a sistemática de formação de preços do leite no Paraná. 
 
Nesse sentido, pretendem engajar um número maior de cooperativas do Estado na amostragem da pesquisa, conforme discutiram na quarta-feira os estudiosos do centro em reunião com representantes do setor, em Curitiba (PR).

De acordo com informações do Sistema Ocepar, atualmente, em todo o Brasil, os pesquisadores coletam dados de produtores que entregam leite em 55 indústrias e cooperativas. No Paraná, fazem parte da amostra três cooperativas e três empresas, que contribuem com cerca de 30% da produção estadual de leite.
 
A pesquisadora do Cepea, Natália Grigol, informou que o desafio é ampliar a base da pesquisa, que precisa receber os dados discriminados por produtor, conforme a exigência da metodologia. Desta forma, o Cepea terá mais qualidade nos cálculos, com menor assimetria das informações. “Como resultado, vamos gerar dados estratégicos para o setor e contribuir para o processo de coordenação do sistema agroindustrial do leite, que vem ganhando força ano a ano”, ressaltou Natália, no comunicado.
 
A nova metodologia para o cálculo do preço do leite ao produtor é desenvolvida com o apoio financeiro e parceria da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e da Viva Lácteos (Associação Brasileira de Laticínios). “Fazemos o acompanhamento do setor lácteo desde 1986, sendo o produto mais antigo monitorado pelo centro de pesquisas. A parceria com a OCB começou no início da década de 2000, evoluindo ano após ano. Em 2016, iniciamos a articulação para implantar a nova metodologia de coleta e cálculo de dados”, relatou Natália.

Participaram da reunião representantes das cooperativas Cativa, Coamig, Frimesa, Witmarsum, Unium (Castrolanda, Frísia e Capal), além do presidente executivo do Sindileite, Wilson Thiesen, do secretário do Conseleite, Guilherme Souza Dias, e dos analistas do Sistema OCB, Fernando Pinheiro, e da Ocepar, Alexandre Amorim Monteiro. (Dinheiro Rural)

 
Oficina vai colher sugestões para a primeira agenda regulatória da Secretaria de Defesa Agropecuária
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai realizar em novembro uma oficina para colher sugestões para a elaboração da primeira agenda regulatória da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). A ideia é ouvir os diferentes setores da sociedade que possam ajudar a identificar quais os temas que precisam ser priorizados no biênio 2020-2021. A oficina será realizada em Brasília, entre os dias 12 e 14 de novembro. Os interessados já podem fazer sua inscrição, gratuitamente, pelo formulário disponível na página do Mapa até o dia 18 de novembro. As vagas são limitadas. A agenda regulatória vai reunir o conjunto de temas estratégicos e prioritários passíveis de regulamentação ou aperfeiçoamento pela SDA. Segundo o coordenador de qualidade regulatória do Ministério, Carlos Fonseca, a agenda regulatória é uma ferramenta de planejamento na área normativa. “Busca fazer com que a sociedade seja envolvida no processo de construção normativa, sendo avisada previamente da lista de temas que vão ser priorizados em um determinado período de tempo”, diz. O instrumento já é utilizado pelas agências reguladoras, mas o Mapa deverá ser pioneiro no poder executivo a implementar essa medida. “No âmbito do Mapa, a SDA está sendo pioneira na implantação dessa iniciativa”, diz Fonseca. De acordo com o cronograma aprovado, a primeira agenda regulatória da SDA deve ser instituída por meio de portaria ministerial, em fevereiro de 2020. (As informações são do Mapa)

Porto Alegre, 08 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.082

   Audiência discutirá INs 76 e 77

O impacto das Instruções Normativas (INs) 76 e 77, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que estabeleceram padrões de qualidade e novas regras para produção, coleta e armazenagem do leite cru, será debatido em audiência pública na Assembleia Legislativa, neste mês. A data provável é 15 de outubro. Proposta pelos deputados estaduais Zé Nunes, Edegar Pretto, Jeferson Fernandes, Elton Weber e Edson Brum, a reunião pretende cobrar do governo federal soluções que atendam as reivindicações dos pequenos e médios produtores, como a possível anulação das normativas. 

Nunes explica que as novas exigências, em vigor desde 30 de maio, têm gerado apreensão, já que muitos agricultores familiares produtores de leite não terão como se enquadrar e, portanto, serão excluídos da atividade. Observa ainda que o preço pago pelo leite não permite ao produtor fazer os investimentos necessários na propriedade. Também critica o Estado. “Temos que fazer esta reflexão, porque até o momento se vê uma ausência grande do governo no sentido de apoiar esta cadeia e apresentar uma estratégia”, comenta o parlamentar. 

As INs definem critérios para obtenção de leite de qualidade e seguro que vão desde a organização da propriedade rural e das indústrias de beneficiamento até a mesa do consumidor. (Correio do Povo)

Unibom é nova associada do Sindilat

A Unibom é a mais nova associada do Sindilat. Com sede em Água Santa (RS), a empresa tem operações concentradas na captação de leite em 44 municípios gaúchos. A apresentação da política leiteira da empresa foi feita pelo gerente do setor Ideno Pietrobelli, durante a última reunião de associados do Sindilat, realizada no dia 24 de setembro. O empreendimento trabalha basicamente com pequenos e médios produtores, que entregam, em média, 220 litros de leite por dia, e possui uma captação média diária de 160 mil litros.

Além disso, a empresa também trabalha com entrega constante para os parceiros Tangará Foods, Shefa e Dielat e ainda destina 10% da produção para o mercado spot. “Trabalhamos com assistência técnica e visitas para, atualmente, 700 pequenos produtores, com o objetivo de aumentar cada vez mais a qualidade na captação. Nosso trabalho é com o produtor”, afirmou Pietrobelli.

Uma das novidades da Unibom é o investimento em novilhas da raça Jersey para elevar a quantidade de sólidos e com isso aumentar a rentabilidade de algumas pequenas propriedades. “O programa de fomento é um dos nossos carros-chefes. Contamos com uma equipe de médicos veterinários que avalia a condição dos produtores, do rebanho e se a raça é uma boa opção para a região onde está localizada a propriedade rural", explicou Pietrobelli. As ações de acompanhamento técnico da empresa complementam o que está preconizado no Plano de Qualificação de Fornecedores, instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Conforme a Instrução Normativa 77 de 26/11/2018, as indústrias devem oferecer assistência, melhorias e boas práticas junto aos seus produtores. Atualmente, das 700 propriedades com as quais a empresa compra o leite, cerca de 80% do rebanho é da raça Holandesa.

Para o gerente de política da companhia, a associação ao Sindilat faz parte de um plano estratégico de informação, comunicação e participação ativa no setor lácteo. “A nossa entrada como associado vem para reforçar esse trabalho. Contamos com uma bacia leiteira bem consolidada e precisamos saber das mudanças que acontecem no setor. Temos que andar juntos”, ressaltou.

Em 2019, a Unibom trabalha com a expectativa de conquistar um crescimento de 5% na captação de leite. Já para o próximo ano, a meta é aumentar mais 8%. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Crédito: Carolina Jardine

MP do Agro: um avanço necessário

Aguardada desde o lançamento do Plano Safra 2019/2020, em junho deste ano, a Medida Provisória (MP) do Agro traz as condições esperadas para potencializar o fomento privado do agronegócio brasileiro - agregando mais transparência e segurança jurídica para as operações. Embora não tragam soluções imediatas ao endividamento agrícola acumulado no passado, as medidas são fundamentais para moldar o futuro do financiamento agrícola no país, cada vez mais dependente de dinheiro privado.

As alterações previstas para os títulos de crédito do agronegócio, permitindo a sua emissão de forma escritural e mediante assinatura eletrônica, facilitarão o acesso ao mercado de capitais. Além disso, a utilização da variação cambial para Cédula do Produtor Rural (CPR), por exemplo, possibilitará a captação de recursos em moeda estrangeira para financiar o setor. Em tempos de limitação de recursos oficiais, a utilização de funding privado é muito dependente do capital internacional, que também aguardava medidas como essa para fomentar o agronegócio brasileiro.

Com o intuito de dar ainda mais segurança jurídica às operações e fortalecer as garantias para as operações lastreadas por títulos do agronegócio, a MP passa a permitir também que o produtor rural possa submeter o seu imóvel rural, ou parte dele, ao regime de Patrimônio de Afetação (separação patrimonial de bens para uma atividade específica). A possibilidade de negociar a Cédula Imobiliária Rural (CIR) no mercado de títulos de valores mobiliários é outro avanço, mesmo podendo ser emitida apenas em favor de instituições financeiras.

Outra novidade diz respeito às regras de subvenção econômica e equalização de taxas de juros, antes restrita a bancos oficiais federais e cooperativas de crédito e agora estendidas a todas as instituições financeiras que operem com crédito rural. Certamente um avanço para aumento da concorrência no setor. A criação do Fundo de Aval Fraterno (FAF), que possibilitará aos produtores rurais instituir garantia subsidiária por meio de um fundo comum para renegociação de dívidas com instituições financeiras, promete viabilizar muitas operações, embora ainda dependa de regulamentação.

As novidades chegam em boa hora, mas alguns pontos merecem ser melhor debatidos antes de serem transformados em lei no Congresso. A necessidade de criação da Cédula Imobiliária Rural para utilização do Patrimônio de Afetação é um deles. Além disso, incluir tradings, cerealistas e cooperativas como beneficiários diretos de tal instrumento é outro. Afinal de contas, boa parcela do financiamento privado aos produtores parte delas. Os primeiros passos para a modernização do crédito agrícola brasileiro foram dados, agora é uma questão de aperfeiçoamento dos instrumentos propostos. (Fernando Pellenz, Sócio de Souto, Correa, Cesa, Lummertz & Amaral Advogados, atua na área de agronegócios/Zero Hora)

Problemas na indústria chinesa de leite estimulam consumo de importados

Como mais crianças consomem mais produtos lácteos, famílias como a de Wanli e Jiang vêm demandando mais leite, em pó e líquido, assim como iogurtes. De acordo com o chefe da divisão de defesa agropecuária da superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Leonardo Isolan, que esteve na China em 2019 participando das negociações para a abertura do mercado para as indústrias brasileiras, em 2016 já havia nascido 1,4 milhão de crianças mais do que em 2015.

"De um a média de pouco mais de 15 milhões de nascimentos por ano entre 2010 e 2015, a China passou para 17 milhões em 2016", explica Isolan.

Com esse incremento, de acordo com Isolan, em 2020, quando o fim da lei do filho único completa cinco anos, o governo chinês calcula que a natalidade anual terá alcançado até 20 milhões de bebês anuais.

Isolan também ressalta que os chineses dão prioridade à compra de produtos lácteos importados. O país registra recorrentes problemas em fábricas do setor. As restrições começaram há cerca de 10 anos, principalmente, quando milhares de pessoas, especialmente crianças, foram internadas em hospitais intoxicadas após consumir derivados de leite. O problema voltou a ocorrer ao menos outras duas vezes, entre 2010 e 2018, reforçando o hábito de consumo de importados. Ao mesmo tempo que abre mercado aos produtos brasileiros, a competição, porém, é grande, especialmente de produtos fabricados em países da Europa, Nova Zelândia e Austrália, países com vendas já consolidas no mercado chinês.

"A vantagem é que o governo chinês vem valorizando novos fornecedores internacionais e o consumidor tem um comportamento favorável a testar novos importados, tem maior poder de renda e com uma população de classe média crescente", avalia Isolan. (Jornal do Comércio)

 
Governo dos EUA fará pagamentos de US$ 303 milhões para cobertura de margem dos produtores de leite
A Federação Nacional de Produtores de Leite dos EUA (NMPF) informou que o programa de cobertura de margem dos produtores de leite, Dairy Margin Coverage (DMC), pagará pouco menos de US$ 303 milhões em 2019 para 22.631 produtores de leite do país. Isto equivale a um pagamento médio de US$ 13.385 por fazenda registrada. A NMPF também observa que o antigo programa de proteção de margem pagaria apenas US$ 75.000 no total, ou cerca de US$ 3 por fazenda. O programa DMC aumentou a cobertura da margem para US$ 21 a cada 100 quilos e também incluiu os preços da alfafa de qualidade para produção de leite, em vez dos preços médios da alfafa. Combinados, isso resulta no aumento de pagamentos para US $ 302.906.825. Os produtores de leite de Wisconsin que se inscreveram no programa receberão, no total, quase US$ 68 milhões. Os da Califórnia, Minnesota e Nova York receberão mais de US $ 25 milhões e os da Pensilvânia receberão mais de US$ 22 milhões.  inscrição no programa 2020 começou nesta próxima segunda-feira, 7 de outubro. “Incentivamos os produtores que ainda não se inscreveram nos cinco anos de cobertura de margem de laticínios a renovar sua inscrição para 2020 e para os produtores que decidiram não participar do programa de 2019 para considerá-lo no futuro”, disse Jim Mulhern, presidente e CEO da NMPF. (As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Porto Alegre, 07 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.081

   Nova família chinesa favorece o mercado de lácteos do Brasil

A mudança na legislação chinesa que proibia famílias de ter dois filhos, que foi suspensa em 2015, ampliou o mercado de produtos lácteos no país, especialmente para os importados. A nova configuração da família chinesa, na qual cada dia se torna mais comum um casal e dois filhos, e não apenas um, o consumo de produtos lácteos, como leite em pó, cresce significativamente. E, com a importação de lácteos do Brasil aberta pela China neste ano, a indústria gaúcha também poderá ganhar com isso.

A Viva Lácteos, Associação Brasileira de Laticínios, estima que, após os processos de habilitação, o Brasil poderá exportar US$ 4,5 milhões em produtos lácteos para a China. E, de acordo com Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), apenas em leite em pó, o gigante asiático costuma importar, anualmente, 800 mil toneladas, o que equivale a 132% de toda a produção brasileira (600 mil toneladas).

Essa nova configuração da família chinesa tem como bom exemplo a médica Jiang Fang. Logo que a lei foi alterada, e como seu único filho já havia verbalizado que queria um irmão, a médica e o marido decidiram ter um segundo filho, ainda em 2016. Fang conta que ela própria sempre quis ter uma irmã e, por isso, decidiu ter mais um bebê e satisfazer o desejo do filho. "Eu via a relação da minha mãe com sua irmã e achava bonito. Sentia falta de alguém para compartilhar as coisas, conversar, dividir problemas", recorda a médica.

Sem o final da lei, caso tivesse dois filhos, Jiang terá de arcar com uma pesada multa e, com o trabalho para o governo, perderia o emprego. Além disso, conta a médica, ter um filho na China exige bastante recurso com itens como educação. A moradia também consome um boa parcela do salário, especialmente em Pequim. O valor de um apartamento de apenas 100 metros quadrados na capital chinesa, em área mais central, pode custar até 10 milhões de renminbis, o equivalente a US$ 1,4 milhão. "Com dois filhos deixamos de viver na mesma casa de meus pais e precisamos de uma residência própria. Isso também sempre pesou na decisão, até 2015, de que um filho era suficiente", explica Jiang.

Zhan Wanli, que trabalha na área de seguros, também decidiu ter um segundo filho após 2015. Na família sempre houve um consenso familiar de que ter dois filhos era melhor do que um, já que a convivência de dois filhos ajuda as crianças estabelecerem a noção de se ajudar e se cooperar. "Em algum sentido, também dá a noção de competição para os dois e acreditamos que isso tem que ser acostumado desde criança para serem mais preparados para entrar na sociedade", pondera Wanli. Assim como Jiang, Wanli diz que criar um filho aqui na China, especialmente nas cidades grandes como Beijing, é excessivamente caro. Isso porque é comum nas famílias fazer pesados investimentos em educação. Em total, custam 65 mil remninbis (cerca de R$ 43 mil) cada filho por ano, ocupando mais de 25% do salário.

O começo e o fim da lei do filho único
A China tem uma população gigantesca, de 1,3 bilhão de pessoas, atualmente, e, no início do século passado, isso foi motivo de preocupação com a segurança alimentar, por exemplo.

Com a adoção da lei do filho único, nos anos 1970, foi criada para reduzir o crescimento populacional. Ter dois filhos passou a ser permitido apenas para etnias minoritárias (na China existem mais de 50 etnias) e agricultores, que dependiam de mão de obra jovem para o trabalho. Fora desses grupos, quem tivesse o filho único sofria diferentes punições e restrições e severas multas. Com a redução populacional, porém, o governo passou a ver problemas para o futuro, tanto com mão de obra quanto para sustentar, com seu trabalho, o sistema de previdência social. Por isso a lei do filho único foi suspensa em 2015, de olho no futuro. (Jornal do Comércio)

Novas regras no leite aumentam qualidade

Pouco mais de quatro meses após entrarem em vigor no país, as instruções normativas (INs) que tratam da produção, conservação e recepção de leite nas indústrias provocam efeitos no campo. Segundo Milene Cristine Cé, auditora fiscal federal agropecuária do Ministério da Agricultura no Estado, são percebidas melhorias em relação à qualidade do produto que chega às indústrias.

A principal mudança trazida pelas INs é o estabelecimento de um limite da contagem bacteriana total (CBT) no recebimento do leite cru, na indústria. Pelas regras, o máximo permitido é de 900 mil unidades formadoras de colônia por mililitro (Ufc/ml).

- Essa medida é o coração das normas. E por mais que exija trabalho, é o mais fácil de corrigir, pois envolve apenas higiene - explica Milene.

Segundo a auditora fiscal agropecuária, as adaptações demandam trabalho conjunto entre produtores e assessoria técnica das indústrias:

- E a adequação não tem a ver com volume de produção. Não depende do tamanho do produtor rural.
Na próxima segunda-feira, dia 14, a comissão de política agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag) se reunirá com cooperativas gaúchas para analisar os quatro primeiros meses de vigência.

- Queremos fazer uma avaliação baseada em dados, em fatos reais - afirma Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag.

O que preocupa a entidade neste momento é a baixa capacidade de investimento do produtor por conta do preço pago pelo leite.

No dia 15 de outubro, os impactos das INs 76 e 77 e o baixo valor do produto no Estado serão tema de audiência pública no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Estado. (Zero Hora)


Inteligência artificial made in Rússia

Uma colheitadeira atravessa um campo de trigo de 120 hectares em movimentos precisos. Na cabine, o operador sequer toca no volante e cuida apenas do processo de colheita. Debaixo de um toldo, ao lado do campo, um equipamento no formato de maleta de mão funciona como o cérebro da máquina e a faz operar com precisão mesmo sem nenhuma ligação com a internet.

Guiado por câmeras de vídeo, o aparelho opera por meio de inteligência artificial sem demandar conexão à internet. O equipamento também é capaz de detectar alterações no relevo e obstáculos no campo como pedras, árvores ou animais, evitando acidentes. Batizado de C2A2 Agrodroid, o projeto foi criado pela Cognitive Technologies, empresa russa que desenvolve sistemas para veículos autônomos. A marca é um dos principais players desse segmento na Europa e agora mira o mercado brasileiro.

- Todos os obstáculos no campo podem ser detectados com o uso de apenas uma câmera. Nosso sistema não é cego - afirma a presidente da Cognitive Technologies, Olga Uskova.

SOLUÇÃO PARA ÁREAS OFF-LINE
A inovação surgiu da necessidade: com dimensão continental, a Rússia ainda tem baixa cobertura de internet em áreas rurais. A solução foi apostar em um modelo que dispensasse conexão por GSM - tecnologia usada em redes de celulares - ou via satélite. E é exatamente esse panorama de território de dimensão continental e cobertura GSM limitada que aproximam as realidades de Rússia e Brasil, na avaliação da presidente da Cognitive Technologies:

- São realidades parecidas. Com um mercado agrícola tão grande e intenso, o Brasil tem oportunidades de implementar tecnologias de inteligência artificial para aumentar a eficiência e a eficácia dos negócios no campo.

Os russos da Cognitive Technologies apostam justamente nesses diferenciais para competir com os veículos agrícolas autônomos no Brasil. Uma das gigantes do setor, a CNH Industrial - que detém as marcas Case e New Holland - apresentou um protótipo do veículo há dois anos.

Olga ainda vê como diferencial no mercado brasileiro a possibilidade de fazer o uso mais intensivo das máquinas. No Brasil, dependendo da cultura, pode-se chegar a até três colheitas por ano.

Já a Rússia tem nos invernos rigorosos um limitador: os agricultores fazem apenas uma colheita anual, sobretudo nas áreas mais frias como a Sibéria, onde as temperaturas podem chegar a -50°C no inverno.

A Cognitive Technologies negociou a instalação do sistema em 800 máquinas da empresa Rusagro, gigante da agricultura da Rússia, e também tem pré-contratos assinados com empresas do Brasil e Argentina. A solução custa em torno de US$ 6 mil (cerca de R$ 25 mil), o equivalente a 1,5% do preço total de uma colheitadeira.

Além de máquinas para o campo, a companhia também tem sistemas de condução autônomos para bondes urbanos, trens e carros convencionais. Mas, na América Latina, o mercado prioritário da empresa russa será o agrícola. (João Pedro Pitombo/Folhapress/Zero Hora)
 
14 e 15/10 - Workshop sobre alimentos
Estão abertas as inscrições para o I2º Workshop sobre Estratégias Alimentares e de Abastecimento, com o tema Consumo, Mercados e Ação Pública. O evento, com inscrições a partir de R$ 100, ocorrerá no Centro de Eventos da UFRGS, em Porto Alegre. Informações em ufrgs.br/weaa. (Zero Hora)

 

Porto Alegre, 04 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.080

   Decreto facilita abertura de novos mercados para produtos de origem animal

Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana amplia a possibilidade de novos mercados para produtos de origem animal, como queijos e embutidos, inspecionados por consórcios públicos. A nova norma, que entrará em vigor em 3 de fevereiro de 2020, permite a comercialização desses itens em qualquer um dos municípios que fazem parte da associação. Consórcios públicos são parcerias entre entes da federação — União, Estados, municípios — na prestação de serviços. Por exemplo, municípios com pouca capacidade financeira se associam para tocar determinado trabalho, diminuindo custos. 

Na prática, um produtor que tem selo do serviço de inspeção municipal concedido por um consórcio poderá vender seus itens para as demais cidades que fazem parte dessa parceria. A legislação atual prevê que esses produtos podem ser vendidos apenas no município de origem.

Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, entende que medida traz benefícios para as agroindústrias que tentam expandir seus negócios para outros consumidores:

— É uma questão importante que ajuda os municípios com maiores dificuldades. Isso também vai ajudar as agroindústrias na ponta a se desenvolver e buscar mercados com uma inspeção oficial.

O decreto também prevê que "caso o consórcio de municípios não adira ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA) no prazo de três anos, os serviços de inspeção dos Municípios consorciados terão validade apenas para o comércio realizado dentro de cada Município".

Silva entende que essa equivalência permitirá a entrada de produtos de agroindústrias em outros Estados, pois também abre espaço para adesão ao selo Arte. Regulamentado em julho deste ano, o selo arte permite o comércio em todo o país desde que o item passe por algum tipo de inspeção, seja municipal, estadual ou federal.  

O Ministério da Agricultura deve divulgar nos próximos meses as orientações sobre o cadastramento e demais procedimentos para aderir a esse sistema. (Zero Hora)

Leite/Espanha 

A captação de leite na Espanha, em agosto último, não só seguiu mantendo a tendência de alta iniciada em março, depois de seis meses de quedas contínuas, mas, também registrou um aumento significativo. 
 
O incremento foi de 2,5% em relação a agosto de 2018. Esse é o maior aumento percentual dos últimos 12 meses (o segundo maior foi em abril, 1,7%). Em agosto de 2019 foram captados 599.835,90 toneladas, de acordo com os dados do Fundo Espanhol de Garantia Rural (FEGA).
 
 

A captação de agosto alcançou um volume recorde para o mês, e foi bem mais elevada do que nas campanhas precedentes.

Em agosto 13.075 produtores entregaram leite, 4.782 menos que em janeiro. Quanto aos preços, em agosto subiu ligeiramente: 32,3 centavos de euros por litro, mais do que os 32 centavos pagos em julho. É, no entanto, o menor preço de todo o ano de 2019, ainda que esteja acima dos registrados no mesmo mês dos últimos quatro anos.(Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)


POF/IBGE: famílias com até 2 salários gastam 61% do orçamento com alimentos e habitação

As famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908) comprometem uma parte maior de seu orçamento com alimentação e habitação que aquelas com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850).

Somados, os dois grupos representam 61,2% das despesas das famílias com menores rendimentos, sendo 22% destinados à alimentação e 39,2% voltados à habitação. Entre aquelas com os rendimentos mais altos, a soma atinge 30,2%, sendo 7,6% com alimentação e 22,6% com habitação.

É o que mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgada hoje (04) pelo IBGE.

O gerente da pesquisa, André Martins, diz que “o entendimento do orçamento doméstico, no que se refere às despesas, muda de acordo com a classe de rendimento das famílias”.

É o caso da alimentação. Para as famílias que formam a classe de maiores rendimentos, as despesas com alimentação (R$ 2.061,34) são mais que o triplo do valor médio do total das famílias do país (R$ 658,23) e mais de seis vezes o valor da classe com rendimentos mais baixos (R$ 328,74).

Para André, quando se olha para despesas, como as de saúde (6,5%), a participação percentual é bastante parecida entre os dois extremos de rendimento, mas os valores em si são em níveis e tipos diferentes. “Nas famílias de maiores rendimentos, essas despesas vão para plano de saúde [2,9%]. Nas famílias com menores rendimentos, são despesas com remédios [4,2%]”, ressaltou.
 
 

Segundo a POF, alimentação, habitação e transporte comprometiam, em conjunto, 72,2% dos gastos das famílias brasileiras, no que refere ao total das despesas de consumo, ou seja, aquelas utilizadas para a aquisição de bens e serviços.

No caso da alimentação, a proporção nos gastos totais das famílias em situação rural (23,8%) superou a da urbana (16,9%), bem como as despesas com transporte (20% rural e 17,9% urbano). Educação (4,7%) foi o grupo que apresentou a diferença mais relevante entre as participações da situação de residência urbana (4,9%) e da rural (2,3%).

Brasileiros investem menos e pagam mais dívidas
A participação das despesas destinadas ao aumento do ativo, como aquisição e reforma de imóveis, foi de 4,1% em relação ao total das despesas. Esse grupo teve forte queda ao longo dos quase 30 anos que se passaram entre o Estudo Nacional de Despesa Familiar (Endef), com 16,5%, e a POF de 2003, com 4,8%. Para o período mais recente, o percentual vem apresentando menor variação, atingindo 5,8% em 2009 e 4,1% em 2018.

Já a diminuição do passivo, que inclui pagamentos de débitos, juros e seguros com empréstimos pessoais, apresentou menores variações na tendência histórica. Após uma manutenção na participação em 2003 (2%) e 2009 (2,1%), o percentual foi um pouco maior para 2018, chegando a 3,2%. Esse percentual está próximo do observado no Endef, quando representava 3,6% da despesa total.

Para o gerente da pesquisa, “quando se compara com o Endef, reparamos que a parcela destinada ao aumento do ativo era maior, quando comparada com a pesquisa de 2003. De 2009 a 2018, vimos um pequeno aumento com as despesas para pagamento de empréstimo”.

Como as despesas correntes comprometem 92,7% das despesas do domicílio, “sobra essa outra parcela para dividir entre investimentos e a diminuição do passivo”, concluiu André, lembrando que os gastos correntes incluem, além das despesas de consumo, impostos, contribuições trabalhistas, serviços bancários e pensões.

Brasileiro gasta, em média, R$ 4,6 mil por mês
A despesa total média mensal familiar no Brasil foi de R$ 4.649,03 em 2018, sendo 7,2% mais alta nas áreas urbanas (R$ 4.985,39) e 45,3% menor nas áreas rurais (R$ 2.543,15). Os maiores valores ocorreram nas regiões Centro-Oeste (R$ 5.762,12) e Sudeste (R$ 5.415,49). Norte (R$ 3.178.63) e Nordeste (R$ 3.166,07) ficaram abaixo da média.

André disse, ainda, que “essa pesquisa trabalha com despesas monetárias e não monetárias, que são as parcelas em que as famílias têm a aquisição de determinado produto, mas não precisaram desembolsar determinados valores para isso. E têm tido uma importância de cerca de 18% em relação às despesas totais”.

No Brasil, as despesas monetárias, realizadas mediante pagamento em dinheiro, cheque ou cartão de débito ou crédito, representam 81,9% do total. Já as despesas não monetárias representam 18,1%, aquelas provenientes de produção própria, retiradas do negócio, troca, doação e outras formas de obtenção que não envolveram pagamentos em dinheiro.
As despesas não monetárias têm uma participação maior nas áreas rurais (22,5% contra 17,7% nas áreas urbanas). A região Centro-Oeste mostrou o menor percentual (15,9%), enquanto o maior foi registrado no Norte (19%). (As informações são do IBGE)
 
Divergência
Estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil indicou que pecuária leiteira teve prejuízo de 11% no acumulado do ano. Levantamentos feitos pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, divulgados nesta quarta-feira, 2, apresentaram divergências em relação à lucratividade do setor leiteiro em 2019. Enquanto a CNA concluiu que no acumulado do ano houve prejuízo de 11% estimulado pelo aumento de custos, o Cepea apontou que a renda foi positiva puxada pelo aumento no preço pago pelo litro. Mas segundo análise Benedito Rosa, ex-secretário do Ministério da Agricultura e comentarista do Canal Rural, as pesquisas não possuem divergências e que os estudos só possuem  objetivos diferentes. “A pesquisa do Cepea se baseia em números dados por empresas e cooperativas. Eles somam todos os números e mostra uma média ponderada”, afirma. “Já a CNA buscou números de estados em que há produção menores, que refletem melhor a situação do pequeno produtor do Brasil. A federação mostra números mais ligados a realidade, que infelizmente não tende a melhorar”, afirma. (Canal Rural)

Porto Alegre, 03 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.079

   Importações disparam em setembro!

Segundo dados divulgados recentemente pelo MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), o volume de lácteos importado pelo Brasil em setembro subiu 26% em relação a agosto, fazendo com que a “balança comercial láctea” atingisse o mês de setembro com o maior déficit dos últimos três anos. Confira abaixo no gráfico 1:

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil em equivalente leite (milhões de litros); elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do COMEXSTAT.
 

O volume internalizado de leite em pó (produto responsável por 68% das importações), impulsionado por Argentina e Uruguai (ambos fornecedores de 83,5% das importações lácteas brasileiras de setembro), aumentou 11,8% em setembro em relação ao mês anterior e 7,4% em relação a set/18. No acumulado do ano, as importações dos leites em pó já são 8,2% maiores do que 2018.

Além disso, vale destacar as maiores vendas uruguaias frente às argentinas. No último mês, o Uruguai aumentou 54,8% as exportações ao Brasil, enquanto a Argentina 6,6%, isso, apesar da produção menor em ambos os países.

Gráfico 2. Principais derivados lácteos importados em setembro; elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do COMEXSTAT.
 

Com relação aos demais derivados, ainda que tenha havido queda no volume internalizado de soro de leite (-9%), em setembro, as importações do produto foram 36% maiores do que set/18. Por outro lado, o volume importado de queijos subiu 3% no mês, porém, sofreu queda de 28% na comparação anual. (Milkpoint Mercado)

Tabela 1. Balança comercial láctea em setembro de 2019; elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do COMEXSTAT.
 

Lácteos 

O mercado de lácteos permaneceu em queda na última semana de setembro. Segundo pesquisas do Cepea, as negociações entre laticínios e atacados estiveram enfraquecidas. 

Alguns laticínios, com estoques baixos, produziram de acordo com suas negociações, enquanto os atacados permanecem abastecidos. De 23 a 27 de setembro, o preço médio do leite UHT foi de R$ 2,4051/litro, queda de 1,77% frente à semana anterior. O queijo muçarela, por sua vez, teve baixa de 0,58%, com cotação média de R$ 16,7953/kg, no mesmo período. Participe da pesquisa do leite UHT e do queijo muçarela no atacado de São Paulo e receba informações exclusivas. (Cepea)

Empresas criam normas para controlar uso do WhatsApp

Empresas têm estabelecido regras para a participação de gestores e funcionários em grupos de trabalho no WhatsApp ou aplicativos similares. A principal preocupação das companhias é com processos trabalhistas, mas também com a possibilidade de vazamento de informações sigilosas e com a própria imagem. Empregadores já foram condenadas, por exemplo, a pagar danos morais a ex-funcionários pela cobrança de metas fora do expediente ou pela exposição a situações constrangedoras. Há ainda casos de trabalhadores demitidos por meio do aplicativo. A ideia é deixar claro quais são as responsabilidades dos funcionários e gestores no uso desses aplicativos e alertar que o empregador pode ter acesso às informações publicadas e tomar medidas por eventuais abusos. Segundo Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), as empresas tentam ter um controle maior e mitigar riscos de ações judiciais ou o uso indevido de informações das organizações. Os termos preveem, em geral, que a participação em grupos de WhatsApp é voluntária e que o empregado não tem obrigação de responder a mensagens durante a jornada, após o expediente ou durante as férias. Ainda estabelece que a empresa deve ser comunicada da criação de grupos para discutir assuntos profissionais. Alguns textos também informam que dados como custos, clientela, fornecedores, estratégias, sistemas e negócios da empresa são confidenciais. E se necessário, autorizam o acesso do empregador ao celular do funcionário.

Em alguns casos, estabelecem que se ocorrer a rescisão contratual o funcionário deve se retirar do grupo. Os termos assinados pelos empregados, juntamente com o código de conduta e ética, são usados para que se dê ciência ao tipo de comportamento esperado e medidas cabíveis em caso de descumprimento, segundo o advogado trabalhista Alexandre Almeida Cardoso, do TozziniFreire Advogados. Apesar de o tema ser importante, o advogado diz ser mais usual a política de monitoramento de e-mails. Mas o interesse, acrescenta, tem aumentado. “Alguns clientes acabam discutindo a questão do WhatsApp por sugestão nossa. Muitas vezes o tema não estava no radar”, afirma. Esses termos, em geral, são personalizados conforme as peculiaridades de cada companhia. O advogado Túlio Massoni, do Romar, Massoni e Lobo Advogados, também tem redigido termos semelhantes para grandes empresas preocupadas com o alcance das mensagens. “Tem que ficar esclarecido que se trata de uma ferramenta de trabalho para circular informações, sem obrigatoriedade de resposta, e não ordem de serviço.” Para ele, a comunicação deve ser respeitosa. “Os gestores não podem fazer represálias públicas, que gerem desconforto ao funcionário”, diz. Ele acrescenta ser importante oferecer treinamentos sobre a política de valores da empresa para prevenir assédio moral, discriminação, entre outras condutas.

Mesmo em grupos informais criados entre colegas, se houver qualquer tipo de reclamação sobre o conteúdo, a empresa, de acordo com Massoni, tem que tomar providências para zelar pelo ambiente de trabalho saudável. O principal objetivo desses termos, destaca Alexandre Cardoso, do TozziniFreire Advogados, tem sido regulamentar o acesso das empresas a aparelhos celulares, até mesmo pessoais, “sem que isso gere desconforto por parte do empregado com relação à privacidade”. É importante, diz, que as companhias possam monitorar o conteúdo das discussões por questões de segurança, sigilo, cumprimento de regras de compliance e de conduta, o que pode evitar ações judiciais. A cobrança de metas pelo WhatsApp fora do expediente, por exemplo, já rendeu pelo menos duas condenações no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os casos envolvem empresas de telefonia. Uma delas foi obrigada a indenizar em R$ 5 mil uma ex-funcionária (AIRR - 108 22- 50.2015.5.01.0008). 

Os ministros da 3ª Turma entenderam que houve a prática de abuso dos superiores, ao cobrarem metas durante o período de descanso, “de forma a causar dano à integridade física e psíquica”. O outro processo gerou condenação de R$ 3,5 mil. “Para que mandar mensagem fora do horário de trabalho? Isso invade a privacidade, a vida privada da pessoa, que têm outras coisas para fazer e vai ficar se preocupando com situações de trabalho fora do seu horário”, ressaltou o relator, ministro Alexandre Agra Belmonte em sua decisão (RR - 10377-55.2017.5.03.0186). Outra condenação foi por danos à imagem. Uma empresa de varejo alimentício foi obrigada a pagar R$ 3 mil de danos morais a um empregado que teve foto divulgada pelo superior hierárquico, sem autorização, em grupo de WhatsApp com outros empregados. A decisão é da juíza Lilian Piovesan Ponssoni, em atuação na 34ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Na foto, o trabalhador aparecia em frente à loja onde trabalhava, mexendo com o celular. No grupo, o chefe teria escrito, segundo o processo, que “aquilo não era exemplo de funcionário”. Para a magistrada, ficou clara a intenção do chefe de macular a imagem do trabalhador (processo nº 0011623-14.2017.5.03.0113).

Há ainda condenações por demissão por meio do aplicativo. Um caso envolve uma empresa do Distrito Federal, obrigada a pagar R$ 10 mil de danos morais porque um gestor demitiu uma instrumentadora cirúrgica pelo grupo. Segundo a juíza Maria Socorro de Souza Lobo, em exercício na 19ª Vara do Trabalho de Brasília, ficou clara a forma vexatória como o empregador expôs a rescisão contratual, submetendo a trabalhadora a constrangimento perante seus colegas (processo nº 0000999-33.2016.5.10.0019). Diante das condenações judiciais o advogado Marcos Alencar afirma que os empregadores precisam orientar seus gestores para que tenham cautela no uso das ferramentas digitais “que são imprescindíveis, mas que podem se tornar uma arma contra a organização empresarial”. Segundo ele, “a reputação de uma pessoa, seja ela empregado, cliente, fornecedor e da própria pessoa jurídica, podem ser abaladas significativamente por situações infelizes”. Apesar dos cuidados, Paulo Sardinha, presidente da ABRH, ressalta que as companhias correm o risco de não ter sucesso. “A empresa pode não ter culpa, mas mesmo assim a Justiça pode entender que é responsável pelo ocorrido”, diz. Segundo ele, o WhatsApp e o Skype, por exemplo, são ferramentas públicas. Por isso, as empresas não conseguem ter domínio sobre o conteúdo e, diante dessa realidade, algumas têm optado por aplicativos desenvolvidos para a comunicação interna, que permitem maior controle das informações. (Valor Econômico)

Seis atividades agrícolas acumularam prejuízos neste ano conforme estudo divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Criadores de aves tiveram a menor lucratividade (33%), seguidos por cafeicultores (28%), triticultores (15%), bovinos de leite (11%) e produtores de suínos e tilápias (4%). (Zero Hora)

Porto Alegre, 02 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.078

   Desenvolvimento do Setor Lácteo 

O desenvolvimento da pecuária de leite caminha igual foi nos países desenvolvidos, ainda que mais lento, mas se dá essencialmente por via de aumento da produção por vaca , diminuição do número de produtores se intensificando nos últimos anos.


 
Dados: IBGE - Pesquisa da Pecuária por Municípios. Elaboração Terra Viva

Está cada vez mais evidente que há necessidades de definição de política pública de assistência social e de manutenção do homem no campo, focando os micro produtores que somam quase um milhão. Por outro lado, é preciso intensificar as políticas do tipo " leite mais saudável" que já atinge hoje mais da metade dos produtores de leite que realmente necessitam dessa política público-privada de desenvolvimento equilibrado e calibrado de apoio. 

Esse segmento que vai de uma produção de 100 a 1.500 litros de leite dia responde satisfatoriamente aos estímulos e alcançam excelentes resultados de qualidade e produtividade, haja visto o resultado do programa "mais leite saudável do Mapa/setor lácteo", por excelência um modelo de política público-privado de sucesso.  

É necessário que na presente discussão tributária que se faz no congresso que sejam mantidas as condições atuais de financiamento desse programa " Mais Leite saudável". (Terra Viva)

Lácteos/Rabobank

Segundo o último relatório trimestral de lácteos do Rabobank, o mercado global deverá permanecer firme nos próximos seis meses, com perspectivas de crescimento da demanda o suficiente para absorver o aumento da produção de leite. Apesar do alto preço ao produtor, o relatório diz “os produtores de leite na maioria das regiões exportadoras estão lutando para transformar as boas condições do mercado em crescimento de produção”.
 
A produção dos BIG 7 (Estados Unidos, União Européia, Nova Zelândia, Austrália, Brasil, Argentina e Uruguai) tem a expectativa de crescer 0,4% no quarto trimestre e 0,8% no início de 2020. Várias restrições impediram o crescimento da oferta, segundo o relatório, como o verão queda na China e no norte da Europa, por exemplo.

Mas, são as restrições regionais do mercado, como aumento dos custos de produção, instabilidades locais, restrições na capacidade de produção e normas ambientais, que limitaram e continuarão limitando o aumento da produção ao nível das fazendas, o que manterá o mercado firme.  

Na Nova Zelândia, 2019/20 “começou bem” e pode ter um bom fluxo na primavera, garantindo a produção no primeira metade da temporada.

A analista do Rabobank, Emma Higgins disse que uma vez concluídas as parições na Nova Zelândia, os volumes aumentarão significativamente semana, após semana. “Um inverno ameno proporcionou condições quase perfeitas em muitas bacias leiteiras, antes mesmo do pico da primavera. As pastagens variam de boas a muito boas, proporcionando amplas reservas de alimento e antecipando o corte de silagem em grande parte da Ilha Norte, ajudando a manter baixos os custos da alimentação”, disse Higgins.

Higgins lembrou que as potenciais condições adversas do clima anunciadas pelo serviços de meteorologia NIWA para o final de setembro e início de outubro não ocorreram, levando o banco a projetar crescimento de 1% na produção de leite até 31 de maio de 2020.

“Essa é nossa expectativa, já que em bacias leiteiras importantes a volatilidade do clima na primavera poderá não ocorrer”, disse ela.

Com base nas projeções para as cotações internacionais das commodities lácteas no restante da temporada 2019/20, o Rabobank mantém a previsão de que o preço do leite ao produtor será de NZ$ 7,15/kgMS, [R$ 1,42/litro].

Riscos
No entanto os ventos econômicos trazem “alguns riscos”, alerta Higgins.

Do lado da demanda, o relatório mostrou uma notável desaceleração da atividade econômica global, com queda na confiança do consumidor e permanência das tensões comerciais, que continuam a ser um desafio para a logística dos exportadores de lácteos. A China registrou seu menor crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) em 20 anos, no segundo trimestre de 2019, quando comparado com o de 2018, e os mercados do Sudeste Asiático sentiram o impacto, diz o relatório.

Enquanto isso, desafio similar é verificado na União Europeia (UE), com a economia alemã registrando contração no segundo trimestre, na comparação anual, bem como um incerto Brexit.

Os Estados Unidos também mostram dados preocupantes, com inversão da curva de renda depois de dez anos, alimentando especulações sobre uma iminente recessão.

Os produtores de leite da Nova Zelândia também enfrentam o desafio de atender às novas regulamentações sobre a água, que foram anunciados pelo Governo, disse Higgins.

“Embora muitos dos detalhes e potenciais custos do novo regulamento não tenham ficado bem claros, a certeza é de que haverá mais custos para os agricultores a partir de 2020, como parte do programa de melhores formas de produção nas fazendas, novas práticas de gerenciamento das pastagens de inverno, exclusão de estoques e redução de perdas de nitrogênio”.

Perspectivas Global
O relatório diz que a demanda por lácteos continuará com a mesma expansão que está sendo verificada nos dois últimos anos, até meados de 2020. No entanto, a China pode ser a exceção, uma vez que as compras agressivas do primeiro semestre do ano, elevaram os estoques.

No geral, o relatório diz que o mercado global de lácteos parece pronto para continuar firme nesse final de 2019, até 2020.

A oferta pode se tornar mais apertada do que o previsto atualmente, “se os produtores tiverem mais restrições, e a demanda permanecer forte diante de problemas comerciais e desaceleração econômica global”, o que poderá levar a alguns aumentos de preços.

Mais no final de 2020, se houver oferta acima do crescimento da demanda, poderá haver alguma pressão negativa sobre os preços, afirmou o relatório. (NZ Herald – Tradução livre: Terra Viva)

 
Abraleite regulamenta leite a2
Após dois anos desde sua primeira manifestação e trabalho persistente na busca da regulamentação da rotulagem do leite a2, a Abraleite finalmente recebeu do Mapa a confirmação sobre a regulamentação da origem de vacas a2a2 nos rótulos de produtos lácteos. A associação esteve em reuniões e apresentou ofícios, documentos e pareceres para o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal/Secretaria de Defesa Agropecuária (Dipoa/SDA), no Mapa, e para Anvisa. Este tipo de leite existe comercialmente no exterior desde 2003 e o Brasil apenas agora reconheceu oficialmente a denominação de origem para vacas com caseína a2a2. Para essa inclusão, é fundamental a certificação do rebanho e industrialização do leite oriundo de vacas a2a2. Entretanto, a conquista não está completa. Ainda não é possível ser feita menção ao leite a2, ou mesmo explicar ao consumidor nos rótulos o que ele traz de diferenças. Em outros países esse foi um processo bastante simples, onde uma única frase resume o diferencial – “Easier on digestion”. A Abraleite, através de sua Comissão do Leite e Derivados A2, está solicitando ao Mapa tratamento jurídico e de entendimento equitativo ao leite sem lactose, já que as semelhanças são grandes. A regulamentação foi importante para classe produtora de leite, para a indústria láctea e para os consumidores de todo o país, mas a Abraleite continua empenhada em concluir a regulamentação de rotulagem para o leite a2 junto às autoridades do Mapa e Anvisa. (As informações são da Abraleite, adaptadas pela Equipe MilkPoint)