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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 20 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.395


GDT 380: Após fortes altas, preços do leilão internacional passam por ajustes

Leilão GDT tem recuo de preços e volume negociado atinge menor nível em 12 anos; impacto é sentido nos contratos futuros.

No 380º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira (20), os preços da maioria dos produtos lácteos apresentaram leve retração, após fortes altas registradas na sessão anterior. O preço médio para os produtos negociados no evento fechou em USD 4.589/tonelada, enquanto o GDT Price Index, que representa a média ponderada dos itens comercializados, variou -0,9%.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT


O leite em pó integral (LPI) registrou uma leve queda de 1% no preço, encerrando a sessão a USD 4.332 por tonelada. Apesar do recuo, o preço do produto mantém-se em níveis elevados, semelhantes aos observados nos três últimos leilões.

Gráfico 2. Preço médio LPI

A lactose apresentou a maior retração percentual do leilão, com queda de 13,2%, após ter liderado as altas no evento anterior com valorização de 16,8%. Nesta edição, o produto fechou cotado a USD 1.398 por tonelada. Conforme comentado na edição anterior do GDT, a guerra tarifária entre China e Estados Unidos vinha impactando os preços do produto. No entanto, com o recente acordo entre as duas nações, o mercado reagiu e os preços retornaram a patamares semelhantes aos observados anteriormente ao conflito. 

De modo geral, a maioria dos produtos sofreu uma correção após as fortes altas do último evento. Contudo, a muçarela e a gordura anidra do leite se destacaram ao registrarem valorizações, com altas de 0,7% e 0,9%, respectivamente.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 20/05/2025.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Volume negociado continua em queda

O volume negociado no leilão continuou caindo, de forma mais expressiva. No total, foram comercializadas 15.194 toneladas, o que representa uma redução de 9,1% em relação ao evento anterior. Esse é o menor volume negociado no leilão desde abril de 2013. Dessa forma, a retração do volume também contribuiu para a variação negativa do GDT Price Index, que representa a média ponderada dos produtos.

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros

Os contratos futuros de leite em pó integral na Bolsa da Nova Zelândia (NZX Futures) registraram preços firmes para os próximos três meses em comparação com as projeções feitas no início de maio. No entanto, a expectativa para o restante do ano aponta para uma queda mais acentuada nos preços futuros no comparativo mensal.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Embora a demanda por lácteos continue resiliente, a volatilidade do dólar e as tarifas comerciais têm impactado o cenário internacional do leite.

Apesar disso, os preços internacionais (incluindo da Argentina e Uruguai, nosso principais fornecedores) seguem firmes e em patamares superiores aos observados nos últimos anos. Além disso, a taxa de câmbio real vs dólar segue operando em níveis elevados, acima dos R$5,60, mantendo o custo do produto importado mais caro para os compradores brasileiros. (Milkpoint)


Produtores de leite de Muliterno colhem resultados das políticas públicas estaduais e municipais

A atividade leiteira é de grande importância para o município de Muliterno. Com uma produção anual que gira em torno de 6.500.000 litros, garante renda para cerca de 60 famílias de produtores rurais. Após ter passado por períodos de dificuldades, hoje os agricultores comemoram os bons tempos da atividade, além disso, os incentivos recebidos no último semestre colaboram com este sucesso.

Em uma ação conjunta entre a Emater/RS-Ascar, responsável pelos projetos técnicos, e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) foram buscados recursos do Programa Estadual de Sementes e Mudas Forrageiras, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), para aquisição de sementes de cultivares forrageiras de inverno com alta capacidade de produção e baixo custo ao produtor, visto que o programa estadual subsidia 50% do custo de aquisição das sementes. Dessa forma, o agricultor sente-se mais seguro para investir e pode adquirir sementes de alta qualidade.

Outra iniciativa, dessa vez do poder público municipal, teve ampla adesão dos produtores, foi o incentivo à produção de silagem. A Prefeitura de Muliterno coloca um valor de R$ 600,00 por hectare de forragem colhida podendo beneficiar até 10 hectares/família/ano.

"Estas iniciativas somadas vêm dando a oportunidade aos produtores de leite de permanecer na atividade com ânimo e persistência para seguir produzindo cada dia mais", avalia o extensionista da Emater/RS-Ascar, Roniel Motta. Ele destaca a importância dessas políticas públicas. "É bom para a agricultura familiar e também para nós que trabalhamos com Extensão Rural, pois desta forma os resultados acontecem mais rápido e garante que o agricultor possa continuar produzindo e agregando renda na pequena propriedade", explica.

O produtor Elio Francisco Longaretti está muito satisfeito com o apoio recebido e considera de grande importância. Segundo ele, já estava disposto a vender os animais e desistir da atividade, mas com os incentivos recebidos, está motivado a continuar produzindo. Ele relata que está sempre disposto a seguir a orientação técnica prestada pela Emater/RS-Ascar na sua propriedade.

Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar - Regional de Passo Fundo

Divulgada a programação da 3ª Jornada Técnica da RTC

As principais pautas da atualidade do agronegócio nacional estarão em destaque durante a 3ª Jornada Técnica da Rede Técnica Cooperativa (RTC), que acontecerá de 28 e 30 de maio, no hotel Wish Serrano, em Gramado (RS). Inteligência artificial, mudanças climáticas e gestão estarão no centro dos debates da Jornada que terá como tema: O futuro do agro já chegou. Vamos juntos?

Com a palestra “Quando a inteligência artificial encontra a inteligência humana”, o professor Gil Giardelli trará um dos temas mais debatidos da modernidade e abrirá o segundo dia do evento, em 29 de maio. No campo da administração, destaque para a palestra “Gestão eficiente e inteligente em propriedades de Leite” que será ministrada pelo zootecnista Christiano Nascif, diretor na empresa Labor Rural e coordenador de Negócios e Empreendedorismo no Instituto CNA.  

Entre os palestrantes, também está o médico-veterinário, Luís Gustavo Ribeiro, professor da Universidade de Copenhagen e pesquisador nas áreas de nutrição animal, pecuária de precisão e sistemas regenerativos, que trará o painel “Leite do futuro para os consumidores do futuro”. O cientista político, Fernando Schüler, professor do Insper (SP), falará sobre o “Cenário político e econômico: Uma visão nacional e global”, palestra que abrirá o evento, no dia 28. 

Já o ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, embaixador especial da Food and Agriculture Organization (FAO) e ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), falará sobre “Cooperativismo para o desenvolvimento do Agronegócio”. A palestra de Rodrigues encerrará o evento, no dia 30 de maio. Uma das falas mais esperadas é a do Nobel da Paz (2007) e Nobel em Alimentação (2020), Rattan Lal, que fará uma participação online no evento com “Uma mensagem para as cooperativas e produtores do RS”.  

A grade completa dos palestrantes e a programação podem ser acessadas no site jornada.rtc.coop.br. As inscrições podem ser feitas acessando o link jornada.rtc.coop.br/app/jornada-rtc-2024/inscricao.  

A 3ª Jornada Técnica é uma realização da RTC e CCGL e conta com o patrocínio do terminal portuário Termasa. O evento é apoiado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro/RS), pelo Sistema Ocergs-Sescoop/RS e pela plataforma SmartCoop.

Sobre a RTC
A Rede Técnica Cooperativa (RTC) é uma iniciativa que reúne as áreas técnicas de 30 cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul. O objetivo é difundir a pesquisa e conhecimento de forma integrada, além de promover a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e economicamente viáveis às cooperativas e aos seus produtores.

 Confira a programação completa

 28/05 – Quarta-feira
 19h - Abertura Oficial
 19h30min - Cenário político e econômico: Uma visão nacional e global
 Palestrante: Fernando Schüler
 20h30min - Coquetel
29/05 – Quinta-feira
Manhã
 8h - Quando a inteligência artificial encontra a inteligência humana
 Palestrante: Gil Giardelli
 9h - Leite do futuro para os consumidores do futuro
 Palestrante: Luiz Gustavo Ribeiro
 9h40min - Q&A
 10h – Break
 10h40min - Gestão eficiente e inteligente em propriedades de Leite
 Palestrante: Christiano Nascif
 11h20min - Gargalos na gestão em propriedades de Grãos no RS
 Palestrante: Antonio da Luz
 11h50min - Q&A
 12h - Almoço
Tarde
 13h45min - Mudanças climáticas: Cenários futuros e efeitos sobre a Agricultura
 Palestrante: Marcos Kazmierczak
 14h30min - O ZARC frente ao cenário de mudanças climáticas
 Palestrante: Eduardo Monteiro
 15h - Credito Rural: cenário atual e desafios futuros
 Palestrante: Claudio Filgueras
 15h30min - Q&A
 15h50min - Uma mensagem para as cooperativas e produtores do RS
 Palestrante: Rattan Lal
 16h - Break
 16h30min - Transformando dados em Produtividade: O segredo dos recordistas mundiais de soja e milho. Paletrante: Randy Siever
 Novas descobertas sobre a nutrição de plantas
 Palestrante: Marcos Loman
 17h30min - Uso de biológicos na Agricultura: Resultados atuais e Tendências futuras
 Palestrante: Roberto Lanna
 18h10min - Q&A
 18h30min - Encerramento
 30/05 – Sexta-feira
Manhã
 8h - SMARTCOOP Lançamento Smartcoop
 8h10min - Descomoditização no Agro. Palestrante: Maurício Schneider
 8h45min - Gestão e profissionalização: Uma visão de futuro para o sistema cooperativo            Palestrante: Mateus Cônsoli
 9h20min - Rastreabilidade em produtos Agro: A visão da SLC agrícola
 Palestrante: Aurélio Pavinato
 10h - PREMIAÇÃO - Entrega do troféu "O semeador"
 10h15min - COOPERATIVISMO para o desenvolvimento do Agronegócio
 Palestrante: Roberto Rodrigues
 11h - Q&A
 11h20min - Encerramento  


Jogo Rápido
Cepea: Depois de altas consecutivas no 1° trimestre, preços sinalizam queda em abril
Pelo terceiro mês consecutivo, o preço do leite captado em março fechou em alta de 1,3%, chegando a R$ 2,8241/litro na “Média Brasil”, evidenciando uma desaceleração no ritmo de avanço. Em um ano (março/25 em relação a março/24), o aumento é de 15%, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). A valorização se deve à maior competição pela compra de matéria-prima. Para abril, pesquisas ainda em andamento do Cepea apontam possibilidade de queda nos valores pagos ao produtor, considerando-se a “Média Brasil”, tendo em vista que a demanda na ponta final da cadeia está enfraquecida. Levantamento do Cepea em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) mostra que, em abril, os preços médios dos derivados lácteos negociados entre indústrias e atacado paulista apresentaram variações distintas frente ao mês anterior. Enquanto o leite UHT registrou leve queda de 0,79%, com média de R$ 4,43/litro, e o queijo muçarela recuou 2,77%, a R$ 32,63/kg, o leite em pó fracionado (400g) se valorizou 2,38%, alcançando R$ 32,39/kg. Na comparação anual, o UHT teve baixa de 0,57%, ao passo que as cotações da muçarela e do leite em pó avançaram respectivos 7,41% e 10,22%, em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de março). As exportações brasileiras de lácteos registraram baixa relevante de 41,05% entre março e abril, depois de três meses seguidos de altas. Frente a abril de 2024, a queda foi de 22,49%. Quanto às importações, os recuos foram de 11,6% no comparativo mensal e de 16,87% no anual. Os dados são da Secex e foram analisados e compilados pelo Cepea. Os custos de produção da pecuária leiteira subiram em abril pelo quarto mês consecutivo. Cálculos do Cepea mostram que o Custo Operacional Efetivo (COE) avançou 0,28% em relação a março/25, considerando-se a “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). A alta nos custos está atrelada principalmente à valorização de insumos voltados à nutrição do rebanho. (CEPEA)


 
 
 

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Porto Alegre, 19 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.394


CCGL investe na inovação agropecuária

Com 25 cooperativas associadas, mais de 170 mil produtores integrados e um faturamento que ultrapassou os R$ 2 bilhões em 2024, a CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda) se consolida como uma das maiores forças do cooperativismo agroindustrial do Sul do Brasil. Fundada em 1976, a cooperativa atua em diversas frentes — da industrialização do leite e operação logística portuária à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias aplicadas no campo, por meio da Rede Técnica Cooperativa (RTC).

À frente dessa engrenagem está Caio Vianna, engenheiro agrônomo, produtor rural, presidente da CCGL e da Cotrijuc, e referência em gestão cooperativa e agroindustrial no Brasil. Vianna tem conduzido a central em uma trajetória de modernização, crescimento sustentável e posicionamento estratégico dentro e fora do País. Ele é também um dos principais articuladores da 3ª Jornada Técnica da RTC, que acontece de 28 a 30 de maio, em Gramado (RS), e traz como tema "O futuro do agro já chegou. Vamos juntos?". O evento reunirá nomes como o Prêmio Nobel da Paz Rattan Lal e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, para discutir inovação, sustentabilidade e produtividade com foco na força transformadora do cooperativismo.

Empresas & Negócios - Quantos cooperados fazem parte atualmente da CCGL e em quantos municípios a cooperativa está presente?

Caio Vianna - A CCGL completa meio século de história em 2026. São 25 cooperativas singulares associadas e mais de 170 mil produtores integrados, distribuídos em praticamente todas as regiões produtoras do Rio Grande do Sul. Nossa base é ampla e diversificada, o que fortalece o modelo de intercooperação. Ao longo das últimas décadas, a CCGL ampliou sua atuação, passando da industrialização de leite para a operação portuária — com os terminais Termasa e Tergrasa — e o desenvolvimento tecnológico por meio da RTC, com sede em Cruz Alta (RS). Essa estrutura permite atender de forma descentralizada e eficaz as demandas dos produtores em campo, conectando pesquisa, assistência técnica e gestão.

E&N - Qual foi o faturamento da cooperativa em 2024 e quais são as projeções para 2025?

Vianna - Alcançamos, em 2024, o maior faturamento da nossa história: uma receita bruta superior a R$ 2 bilhões. Esse resultado expressivo reflete uma gestão profissional, com foco em excelência e compromisso com o cooperado. Tivemos também recorde na distribuição de dividendos: foram R$ 14,4 milhões em 2024, referentes ao exercício anterior, e agora, em 2025, esse valor dobrou, chegando a R$ 28 milhões. Isso representa mais que números — é o retorno direto para quem está na base, incentivando novos investimentos e reforçando o vínculo entre a produção e a cooperativa. Nossa expectativa para 2025 é manter esse crescimento sustentável, com base na eficiência operacional e no fortalecimento das cadeias produtivas.

E&N - A CCGL tem planos de expansão? Há novos investimentos em infraestrutura, tecnologia ou ampliação da base de cooperados?

Vianna - Sim, e com intensidade. Entendemos que para seguir competitivo é preciso inovar continuamente. Um dos projetos mais relevantes é o SmartCoop, plataforma desenvolvida pela FecoAgro/RS, que revoluciona o acompanhamento técnico das lavouras. Ela reúne dados agronômicos, clima, manejo e gestão em tempo real, integrando cooperativas, técnicos e produtores. No campo da infraestrutura, estamos investindo R$ 550 milhões na reconstrução do terminal Termasa, no Porto de Rio Grande, que sofreu grandes danos nas enchentes de 2024. A planta de leite em Cruz Alta, com capacidade para processar 3,4 milhões de litros por dia, é uma das mais modernas da América Latina e ainda tem margem para crescimento. Também estamos expandindo nossa presença internacional, com exportações para América Latina, África e Ásia — e a China entrou recentemente nesse mapa.

E&N - A CCGL vem promovendo um projeto para reforçar o sentimento de pertencimento dos cooperados. Como essa estratégia tem impactado o engajamento e os resultados da cooperativa?

Vianna - Em abril de 2025, lançamos o projeto "Aqui, o produtor é dono", uma websérie que apresenta histórias reais dos nossos cooperados. A proposta é valorizar quem faz o dia a dia da cooperativa, mostrar que, de fato, são os produtores que movem essa engrenagem. O engajamento nas redes tem sido muito positivo, mas, mais do que visibilidade, isso fortalece a identidade e o pertencimento. O produtor que se sente dono participa mais, compartilha decisões e investe com mais segurança. Essa relação de confiança e transparência é a base do nosso modelo de gestão.

E&N - Como a CCGL avalia o atual cenário do cooperativismo agropecuário no Rio Grande do Sul e no Brasil?

Vianna - O Rio Grande do Sul é o berço do cooperativismo brasileiro e isso nos dá uma responsabilidade histórica. Apesar dos desafios recentes, especialmente climáticos, o modelo cooperativista tem mostrado resiliência e capacidade de adaptação. A CCGL é um exemplo disso: nos reinventamos, incorporamos tecnologia, aumentamos a eficiência e continuamos entregando valor ao produtor. O cooperativismo é, antes de tudo, um modelo de desenvolvimento coletivo. E isso tem muito valor num cenário que exige sustentabilidade, inclusão e inovação.

E&N - Na prática, o que muda para um produtor ao se tornar um cooperado? Quais são os principais benefícios?

Vianna - A principal mudança é sair do isolamento. O cooperado tem acesso a assistência técnica, tecnologia de ponta, crédito, comercialização estruturada e, sobretudo, à força do coletivo. No caso do leite, isso é ainda mais visível: os preços pagos são justos e transparentes, baseados em parâmetros técnicos e de mercado. E o resultado da operação retorna para ele, como sócio. Além disso, ele participa das decisões. Isso dá previsibilidade, reduz riscos e cria um ambiente mais saudável para investir e crescer.

E&N - O modelo cooperativo segue sendo competitivo frente a outros modelos de negócio no agro?

Vianna - Sem dúvida. Hoje, as cooperativas são administradas com o mesmo nível de profissionalismo das grandes empresas privadas, mas com uma grande diferença: o foco está no associado. A governança é sólida, os resultados são compartilhados e a visão de longo prazo é parte da cultura. Além disso, o modelo tem como base a educação, a inovação e o desenvolvimento local. Isso torna o cooperativismo não só competitivo, mas estratégico para o futuro do agro.

E&N - A Jornada Técnica da RTC deveria ter ocorrido em 2023, mas foi adiada pela enchente. Como a CCGL lidou com os impactos daquele evento?

Vianna - Foi uma decisão difícil, mas necessária. A Jornada já estava com as inscrições quase esgotadas quando o Estado foi duramente atingido pelas enchentes. Cancelamos imediatamente, em solidariedade aos produtores e comunidades afetadas. Assumimos o compromisso de atuar na linha de frente do apoio humanitário, com doações de leite em pó, água potável, mantimentos e logística para atender as regiões isoladas. E mesmo em áreas com acesso comprometido, mantivemos a coleta de leite — porque o compromisso com o produtor é diário. Essa resposta rápida só foi possível porque temos uma base cooperativa forte e organizada.

E&N - O evento traz nomes de peso como o Prêmio Nobel da Paz Rattan Lal e o ex-ministro Roberto Rodrigues. O que a CCGL busca ao trazer esse tipo de debate ao setor agropecuário?

Vianna - A Jornada Técnica da RTC é muito mais que um encontro técnico. É um espaço de provocação e construção de futuro. Trazer nomes como Rattan Lal, referência mundial em solos e sustentabilidade, e Roberto Rodrigues, um ícone do agro brasileiro, mostra que queremos pensar o agro além da porteira. Nossa intenção é conectar os produtores com as grandes tendências globais — agricultura regenerativa, inovação digital, segurança alimentar. O cooperativismo tem um papel-chave nisso. É com conhecimento, cooperação e visão de longo prazo que vamos garantir um futuro sustentável para o campo e para a sociedade. (Jornal do Comércio)


Santa Clara cresce com a diversificação de negócios

Uma forma de queijo de 15 quilos e uma manteiga de dois quilos foram o resultado do processamento de 152,8 litros de leite recebidos de 32 produtores no primeiro dia de funcionamento, em 1912, da atual Cooperativa Santa Clara, com sede em Carlos Barbosa. Dentre os 32 fundadores, 18 tinham sobrenomes italianos. Um ano antes, 17 agricultores haviam criado a Latteria Santa Chiara para onde destinavam as sobras de leite da produção própria. "Este grupo proveniente da Itália já conhecia o cooperativismo e a importância do trabalho integrado. Isto foi essencial para o êxito do negócio", destaca Alexandre Guerra, diretor administrativo e financeiro.

Denominada inicialmente como Cooperativa de Laticínios União Colonial, a Santa Clara, que ganhou este nome em 1977, tem 4,8 mil famílias associadas. Nas três plantas industriais a capacidade de processamento anual é de 25 milhões de litros de leite, coletados em 153 municípios gaúchos. A operação, com unidades em Carlos Barbosa, Casca e Getúlio Vargas, responde por 53% do faturamento. Ainda tem dois frigoríficos de suínos, cozinha industrial, 30 unidades varejistas, dentre supermercados e lojas agropecuárias, duas fábricas de rações e sete centrais de distribuição em vários estados. No total, são 73 unidades de negócios e 2.679 funcionários.

Foto: Cooperativa Santa Clara/Divulgação/JC

A partir de 1975, na busca pela diversificação e ampliação de áreas de atuação, a Santa Clara iniciou um processo de incorporação de outras cooperativas. As primeiras, com foco em leite e trigo, eram de Carlos Barbosa. As seguintes estavam localizadas em Veranópolis, Cotiporã, Paraí, Casca e São Vendelino.

O mais recente movimento envolveu a compra de frigorífico em Vila Lângaro, com capacidade para o abate de 600 suínos por dia. Com a aquisição, a Santa Clara amplia a presença no setor, somando dois frigoríficos e sete suinoculturas: uma em Carlos Barbosa, uma no Alto Jacuí e cinco no Alto Uruguai. De acordo com Guerra, a cooperativa tem como regra em seu planejamento estratégico investir em torno de R$ 30 milhões anuais, sendo dois terços próprios, em melhorias de processos produtivos, varejo, ampliação, modernização e desenvolvimento de novos produtos.

A região Sul e os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso são os principais mercados consumidores dos produtos da Santa Clara, que têm no varejo, compreendendo supermercados, padarias e outros, o principal canal de venda. Hotéis, restaurantes e lojas especializadas também são abastecidos. No total, são mais de 22 mil clientes ativos.

O portfólio tem mais de quase 400 produtos entre laticínios, frigorífico, doces e sucos, dos quais em torno de 50 tipos de queijos. Guerra recorda que, em 1909, o imigrante e associado Fausto Breda voltou à Itália para aprender a fazer queijo. De lá trouxe a receita para um queijo colonial, ainda parte do portfólio atual.

Guerra salienta que a Santa Clara é a mais antiga cooperativa do segmento lácteo em atividades no Brasil e a segunda maior em captação de leite no estado. Como ações pioneiras no setor e no mercado cita a técnica de adoção da inseminação artificial, pagamento do leite pela qualidade e não só pelo volume, certificação ISO 9000, elaboração do primeiro queijo com microrganismos probióticos e o uso de ordenha automatizada por um associado seu.

A cooperativa tem trabalhado a responsabilidade social por meio do projeto social Plantando o Bem, com palestras, peças teatrais, encontros e concursos em escolas sobre ecologia, sustentabilidade e alimentação saudável, além de colaborar com o Banco de Alimentos de Porto Alegre. Em termos ambientais tem como meta reduzir em 30% a emissão dos gases estufa até 2030, além de investir em energia fotovoltaica. Uniformes de trabalhadores recolhidos após determinado tempo de uso são transformados em cobertores e doados a entidades assistenciais. (Jornal do Comércio)

Milk Pro Future

Uma viagem imersiva ao futuro do leite, com inovação, sustentabilidade e propósito.. Tudo isso presente em cada estação dessa jornada transformadora que foi o Milk Pro Summit

Nos dias 15 e 16 de maio eu e pouco mais de 400 jovens — de todas as idades — deixamos o presente para viver uma experiência inédita: fomos visitar o futuro. Ou melhor, alguns futuros prováveis.

Laura Gastaldi, Torsten Hemme, Valter Galan e Rafael Junqueira nos receberam na primeira estação do futuro. Disseram que o mundo do leite brasileiro mudou. Lá no futuro, há menos empresas, menos produtores, mas mais produção. Isso aconteceu por meio de duas palavrinhas: eficiência e produtividade. A produção por hectare, por mão de obra e por vaca aumentou. E, mais que isso, nos tornamos mais competitivos também pela forma como enfrentamos os desafios ambientais, sociais e de governança.

Mas como chegamos a esse novo patamar? As respostas estavam nos futuros prováveis que visitaríamos em cada estação da viagem...

Na estação seguinte, conhecemos a vaca do futuro. Francisco Rodriguez nos apresentou a vaca tropical: uma versão geneticamente evoluída, com menor impacto ambiental. Rogério Carvalho Souza mostrou como intervir no segundo cérebro da vaca, o rúmen, para reduzir seu impacto e aumentar sua produtividade. E também como os sensores ajudarão cada vez mais a entender o comportamento e as reações desse ser complexo e inteligente que tanto amamos.

Nosso querido brasileiro que vive na Argentina, Cristian Chiavassa, nos ensinou a conversar com o ChatGPT e outras IAs, para que elas nos respondam realmente o que queremos saber. E colocou em xeque a forma atual de aprender. Precisamos saber um pouco sobre tudo, como hoje? Ou devemos descobrir o necessário conforme a necessidade de conhecimento surge?

Na estação seguinte, paramos para conhecer a fazenda do futuro. Marcos Epp demonstrou que buscar eficiência e produtividade dá retorno — com resultados que até a turma da Faria Lima precisa conhecer. José Garcia Pretto nos mostrou que a ordenhadeira do futuro pensa, sente e interage com a vaca, com o leite e com o produtor.

Maria Antonieta Guazelli e Ad van Velde — híbridos de produtores e líderes setoriais do futuro — mostraram que tudo o que vimos sobre a vaca e a fazenda do futuro era verdade. Mas era apenas a materialização do que já havia acontecido fora da porteira. O produtor do futuro cuida de seu negócio, mas também interage com outros produtores, participa da formulação de políticas públicas, da criação de leis e das regras do mercado. Ele se organiza institucionalmente. Afinal, o leite do futuro continua sendo um assunto de Estado. E, para atuar, é preciso cooperação. No futuro, uma andorinha ainda não faz verão... Lembrei-me desse ditado antigo — e ainda tão atual.

Na estação seguinte Diana Jank encontrou um jeito de tornar fácil o difícil. Fez como nossas mães e avós: contou historinhas simples, encantadoras, e nos guiou por diversos lugares do mundo do futuro, com paisagens lindas, vacas e pessoas felizes. Tudo natural, embalado em marcas.

Sim, as marcas do futuro não são mais produtos a serem comprados. São entidades com identidade! Cada uma tem sua trajetória, personalidade e propósito. Não são apenas consumidas — criam vínculos emocionais. Afinal, como já cantavam os Titãs há quarenta anos: "A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte... a gente quer a vida!"

Depois, nos levaram a uma sala de cinema. Opa! A viagem no tempo incluiu um momento de diversão?

Visitamos um mundo sem vacas. Um mundo imaginário, não natural. Um mundo impossível. Afinal, Noé, em sua sabedoria, colocou vacas na Arca diante do dilúvio iminente.

Como Diana, o filme também contou historinhas — muitas! Com visões diferentes sobre esse ser mais parecido conosco do que imaginamos. Um ser sociável, que elege líderes, que é sensível e tem humor, que se comunica, reage ao que vive, sente amor e ódio, busca prazer e... pensa! Um ser que leva nove meses para se formar no ventre da mãe. Um ser complexo, que produz um alimento também complexo: o leite — sinônimo de vida.

O filme mostrou o valor da vaca para a vida humana, inclusive entre tribos primitivas que vivem hoje como há quatro mil anos. Visitamos o passado remoto e o presente, em diferentes regiões do mundo, compreendendo o que é esse ser em cada tempo e lugar. Também conhecemos a legítima visão vegana — sem filtros ou rancores. Jovens que cresceram com fraldas descartáveis, não recicláveis, mas são honestos e verdadeiros no que acreditam, baseando-se nas histórias que ouvem.

O filme também trouxe ciência. E aprendemos a fazer contas. Vaca é mesmo um animal de baixa conversão alimentar? Descobri que não. Saí convencido: o mundo precisa mais de vacas do que de humanos. Melhor, então, que estejamos juntos.

Fora da sala, além da Diana, estavam Michelle Michael e Brandon Whitworth — os produtores do filme. Uma raridade ouvir os criadores falando sobre a criatura. Fizeram um filme para quem não conhece vacas. Afinal, elas não estão em zoológicos nem safáris... O mundo urbano não sabe o que é uma vaca. E lá também estava Bruno Girão, talvez o executivo do setor lácteo que mais busca novas experiências em outros mundos terrenos.
Lembro bem quando, em 2016, no Interleite, lançamos o Ideas For Milk. Um silêncio geral. Senti que não me comuniquei bem. Ninguém entendeu. Eis que Bruno, da plateia, pede um microfone indisponível para dizer o quanto aquilo era importante. Foi o primeiro a entender o que viria com o Ideas For Milk. E ontem, contou como os veganos tentaram impedir a participação do IFC como sócio. Sem mágoas, sem rancores. Com reflexão.

Na estação seguinte, vimos soluções possíveis para as dores atuais. A primeira, da gestão, foi tratada por Alexandre Pedroso: como transformar a infinidade de dados gerados pelas fazendas em valor para a tomada de decisão? A segunda, sobre o mercado de carbono, foi abordada por Martha Baker e Laurent Micol: como alcançar o leite net zero e gerar receita com serviços ambientais?

A terceira dor: a desorganização das relações na frágil cadeia produtiva, foi tratada por Marcelo Carvalho. E a quarta: o capital escasso e caro — problema crescente numa atividade cada vez mais intensiva — foi debatida por Jacques Gontijo e Henrique Americano. Para mostrar que todas essas dores têm remédio, veio Diogo Vriesman, produtor do futuro, contar sua história vivida com a simplicidade dos sábios.

Durante a viagem no tempo, tivemos duas companhias inspiradoras. Uma foi Tamara Klink — que eu não conhecia, mas da qual virei fã instantâneo. Quero saber tudo o que pensa e faz. Eu, que me achava especialista em estratégia, agora a sigo. A outra foi Miguel Cavalcanti, que falou de gente, gente, gente. Conheci um novo Miguel. Em tempos de economia circular, encontrei um Miguel reciclado, regenerado — um Miguel do futuro. Quero me regenerar também, Miguel! Quero estar com você no futuro!

Ao longo dos meus quase 63 anos, vivi apenas três experiências que me fizeram não querer voltar para casa: Bonito (MS), Barcelona e... a viagem futurista do Milk Pro Summit. Saí de lá impactado. Queria escrever uma crônica. Não consegui — ficou um diário de bordo. Sem contar as conversas nos intervalos com os passageiros. Cada uma, uma aula. Falei pouco para aprender muito. E ainda não sei bem o que aprendi.

Mas ficou na mente a frase arrebatadora da jovem-madura Diana: “Se pensarmos apenas em mercado de nicho, orgânico, regenerativo e com alto valor agregado, a gente não alimenta o mundo. Mas, se pensarmos apenas em eficiência, não alimentamos a alma.”
Parabéns, Marcelo, pela coragem de ser disruptivo. Parabéns a esse time jovem e competente do MilkPoint. Parabéns às empresas que apostaram nesse projeto único: Alltech, De Laval, MSD, Alvoar, Italac, Lactalis, Piracanjuba, Porto Alegre e Verde Campo. Parabéns à Frísia, à Abraleite, ao Sindilat/RS e ao Sindileite/SP.

Agora que conhecemos os futuros prováveis, cada viajante está comprometido em ajudar a construí-los, com as lições que trouxe da viagem. O tempo dirá se seremos bem-sucedidos. (Paulo do Carmo Martins para Milkpoint)


Jogo Rápido
FENASUL EXPOLEITE:  Evento atraiu 150 mil visitantes
A edição 2025 da Fenasul Expoleite foi encerrada ontem, em Esteio, sob o brilho dos campeões da pista do Parque de Exposições Assis Brasil, mas também com dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais. A mais recente está relacionada à confirmação de foco de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro. A ocorrência da patologia acarretou a retirada antecipada, por medida de segurança sanitária, das aves ornamentais que participavam do evento. A ausência, entretanto, não reduziu o entusiasmo dos visitantes com a feira de outono, que atraiu, de acordo com os organizadores, 150 mil visitantes nos cinco dias de realização. Representando o governo do Estado, o secretário adjunto da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Márcio Madalena, afirmou que a Fenasul Expoleite se consolida como o grande evento agropecuário do primeiro semestre no Rio Grande do Sul. (Correio do Povo)


 
 
 

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Porto Alegre, 16 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.393


Sindilat/RS transforma produção do concurso leiteiro em gesto solidário

O tradicional banho de leite, além de celebrar os vencedores do Concurso Leiteiro na Fenasul Expoleite 2025, também foi marcado por um gesto de solidariedade. O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) destinou 1.020 litros de leite — volume equivalente à produção registrada durante o concurso — para a Prefeitura Municipal de Esteio, que fará a distribuição entre entidades de assistência social do município.

“Com este gesto, reafirmamos o compromisso da indústria láctea gaúcha com a retomada da produção neste período desafiador, reforçando nossa responsabilidade social e o papel do setor na reconstrução da economia local”, destacou o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portella. O dirigente participou da cerimônia ao lado dos produtores premiados, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

Foto: Isabele Klein
Texto: Jardine Comunicação


Milk Pro Summit: o futuro da pecuária leiteira 

Mais de 430 pessoas — entre os maiores produtores do país, líderes do agro e especialistas internacionais — estiveram reunidas nos dias 15 e 16 de maio no Resort Bourbon, em Atibaia (SP), para a primeira edição do Milk Pro Summit.

No primeiro dia, logo pela manhã, o evento deixou claro por que já é considerado o novo centro da inovação e eficiência leiteira. O Painel 1 reuniu gigantes do setor para discutir as tendências que estão moldando o mercado global: Torsten Hemme, referência mundial em lácteos, Alejandro Galetto, especialista em economia agrária, Laura Gastaldi, com longa trajetória no INTA argentino, Valter Galan, diretor da MilkPoint Ventures, e Rafael Junqueira, diretor da Lactalis Brasil & Uruguai, trouxeram dados estratégicos sobre as principais transformações da cadeia láctea

A manhã ainda contou com uma participação virtual de Tamara Klink — navegadora, escritora e Forbes Under 30 — que falou sobre coragem, propósito e reinvenção diante de desafios.

Durante os intervalos e nos momentos de interação ainda aconteceram conexões estratégicas, troca de experiências e insights valiosos entre os principais nomes do setor
À tarde, os Painéis 2 e 3 assumem o palco, com foco na inovação, digitalização e inteligência artificial aplicada à produção leiteira e na visão afiada de três produtores globais que transformaram gestão, estratégia e mentalidade em resultados de alto impacto.

O Milk Pro Summit já se firma como um dos principais fóruns estratégicos do leite no Brasil, onde tecnologia, inovação, gestão e liderança se encontram com as experiências reais de quem está na linha de frente da produção em um ambiente de networking intenso. (Milkpoint editado pelo Sindilat)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1867 de 15 de maio de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

As chuvas do período devem melhorar significativamente a produção de leite, considerando a evolução no desenvolvimento das pastagens de aveia e azevém já estabelecidas em razão do restabelecimento da umidade no solo e da possibilidade de aplicação de fertilizantes. Além disso, há expectativa de retomada da semeadura das pastagens de inverno, que estavam atrasadas devido à estiagem.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a reserva de silagem dos produtores que investiram mais em volumoso foi severamente comprometida pela escassez de chuvas no primeiro trimestre do ano, gerando maior dependência de suplementação com ração. 

Na de Caxias do Sul, a condição corporal dos bovinos leiteiros se manteve satisfatória, sem restrições alimentares significativas durante o período. 

Na de Frederico Westphalen, o retorno das chuvas e as temperaturas mais amenas estimularam o rebrote e o desenvolvimento das forrageiras, além de proporcionar melhor conforto térmico aos animais. 

Na de Ijuí, a produção de leite se mantém estável, e já há sinais de aumento no volume ordenhado. A sanidade dos rebanhos é considerada adequada. Há baixa incidência de carrapatos. 

Na de Passo Fundo, a produção leiteira está estável, assim como o escore corporal dos animais.

Na de Porto Alegre, segue o controle de carrapatos. Continuam as infestações de bernes e moscas. Os agricultores estão em fase de realização da declaração anual do rebanho aos órgãos oficiais. 

Na de Santa Maria, o tempo mais ameno tem beneficiado o conforto térmico dos animais. Entretanto, há pouca disponibilidade de pastagem em decorrência da escassez de chuvas durante o outono, mas essa situação começa a se reverter com as precipitações mais intensas do período. 

Já na de Santa Rosa, observa-se uma tendência de aumento na produção de leite em relação à semana anterior. As condições climáticas elevaram o conforto dos animais, incentivando o consumo de alimentos conservados e resultando em maior produção diária nas propriedades. 

Por fim, na de Soledade, os rebanhos leiteiros continuam sendo alimentados com ração e alto volume de silagem, além de outros volumosos, buscando garantir uma dieta equilibrada para a manutenção da produtividade. (Emater adaptado pelo Sindilat)

 

Jogo Rápido
Impacto do pasto na qualidade do leite em tempos de seca
Uma pesquisa publicada na edição de maio de 2025 do Journal of Dairy Science revela os impactos da crise climática na produção de leite e queijo, e aponta estratégias eficazes para reduzir esses efeitos. O estudo, liderado por Matthieu Bouchon e desenvolvido por pesquisadores do INRAE, da Universidade Clermont Auvergne, da AgroParisTech e da Universidade Claude Bernard Lyon 1, analisou como a escassez de pastagem durante as secas de verão — cada vez mais frequentes — afeta o desempenho dos animais e a qualidade dos produtos lácteos. O experimento foi realizado na região do Maciço Central, na França, uma área semi-montanhosa frequentemente afetada por estiagens. Ao longo de 19 semanas, os pesquisadores acompanharam 40 vacas leiteiras das raças Prim’Holstein e Montbéliarde, divididas em quatro grupos com dietas distintas: dois com alimentação baseada principalmente em pasto e dois com silagem de milho, sendo que metade de cada sistema passou por uma simulação de escassez de forragem, como ocorre em períodos de seca severa. Os resultados mostram que reduzir parcialmente o pasto no sistema tradicional de pastagens não compromete a produção de leite, melhora a eficiência alimentar e reduz a emissão de metano por litro de leite. Além disso, o leite e o queijo produzidos nesse sistema apresentaram melhor qualidade sensorial: queijos mais amarelos, macios e com sabor mais pronunciado — características valorizadas pelo consumidor. Já a retirada completa do pasto no sistema baseado em milho manteve a produção de leite, mas reduziu a eficiência alimentar e piorou a qualidade do queijo, que ficou mais pálido, menos saboroso e com menor presença de microrganismos benéficos. Os autores concluem que, frente à intensificação das mudanças climáticas, é essencial adotar estratégias de adaptação nos sistemas de produção leiteira. Manter o acesso ao pasto, mesmo que parcial, mostrou-se crucial para preservar a qualidade do leite e do queijo, além de contribuir para um sistema mais eficiente e ambientalmente sustentável. Complementar a alimentação de vacas com forragens conservadas, sem abandonar totalmente o pasto, pode ser a chave para enfrentar os desafios climáticos que já impactam o campo. As informações são do Journal of Dairy Science, traduzidas pela equipe MilkPoint


 
 
 

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Porto Alegre, 15 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.392


Sindilat/RS acompanha o MilkPro Summit 2025 no debate de inovações para o setor lácteo

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) acompanha o MilkPro Summit 2025, um dos principais eventos da cadeia láctea nacional, com a participação do secretário-executivo, Darlan Palharini. 


Créditos da imagem: Darlan Palharini

A programação do MilkPro Summit 2025 está distribuída em seis painéis temáticos com assuntos estratégicos para o setor, como as tendências globais de produção e consumo de leite, a aplicação da inovação, digitalização e inteligência artificial na pecuária leiteira, estratégias de negócios e liderança, além de temas essenciais como a comunicação com o consumidor e a visão de mercado de produtores globais. 

“É fundamental que o Rio Grande do Sul esteja presente nesses espaços de diálogo e construção de conhecimento, reforçando nosso compromisso com a inovação e o fortalecimento da cadeia leiteira gaúcha”, destaca Darlan Palharini. O encontro acontece nos dias 15 e 16 de maio, no Bourbon Resort, em Atibaia (SP), reunindo especialistas e investidores no debate do futuro da produção leiteira no Brasil e no mundo.

Mediante uma parceria, associados do Sindilat/RS garantiram condição especial para participar do evento que, além dos painéis temáticos, proporciona oportunidades de networking e troca de experiências.

Informações: Sindilat/RS e Milkpoint


Concurso Leiteiro na Fenasul Expoleite valoriza trabalho do criador

A Fenasul Expoleite 2025 contará novamente com uma das suas maiores atrações, que é o Concurso Leiteiro, etapa obrigatória do Circuito Exceleite. De hoje (14/05) a domingo (18/05), o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, deverá receber cerca de 150 exemplares da raça holandesa. A feira mantém o foco no setor leiteiro, com julgamentos de alta qualidade e concursos que valorizam o trabalho dos criadores. A programação também conta com outras atividades como palestras voltadas à formação de jovens e profissionais técnicos agropecuários e a presença da agricultura familiar, oferecendo produtos locais diretamente ao consumidor.

O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, destaca que o Concurso Leiteiro é um dos momentos mais importantes do evento juntamente com o julgamento morfológico da raça. As vacas campeãs, tanto na categoria Jovem quanto na Adulta, serão as que produzirão mais leite. A raça holandesa estará sujeita a cinco ordenhas, com intervalo de 8 horas, as duas maiores marcas serão descartadas. Os animais serão classificados pela ordem de maior soma do peso das ordenhas válidas.

Tang coloca que a feira acontece quando o clima está um pouco mais ameno e passa a ficar mais interessante para as vacas altamente produtivas. “Por isso esperamos realmente cifras interessantes de leite produzido e um bom número de vacas participantes. E com a Fenasul Expoleite como etapa obrigatória do nosso Exceleite, estamos com uma boa expectativa e convidamos a todos a estarem no Parque de Esteio em maio”, finaliza.

O tradicional banho de leite da raça holandesa ocorre amanhã (15/05), a partir das 17h.
 
A Fenasul Expoleite é uma promoção da Gadolando e da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), com co-promoção da Prefeitura Municipal de Esteio, Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Fetag), e apoio de outras entidades. (SEAPI)

Grupo Piracanjuba apresenta collab entre Piracanjuba e Milky Moo na Apas Show 2025

Bebidas com 15g de proteínas, nos sabores mais vendidos da marca de milkshake, além da versão Pirakids sabor Chicletin, são algumas das inovações apresentadas no evento. Lista de lançamentos inclui a linha Zquad, voltada ao público a partir dos 10 anos, novos produtos Piracanjuba e Emana, além do redesign visual de LeitBom.

O Grupo Piracanjuba apresenta uma série de novidades na Apas Show 2025. Exemplos são as bebidas com 15g de proteínas nos sabores Pandora e Mimosa, e a versão Pirakids Chicletin, desenvolvidas a partir de uma collab entre Piracanjuba e Milky Moo.

Na lista de destaques também está a primeira linha com 10g de proteínas criada especialmente para o público a partir dos 10 anos, a Zquad, nas opções Berry Beat, Choco Loud e Vita Hit, além do Leite UHT Semidesnatado Piracanjuba+Protein Zero Lactose, com 10g de proteína por porção; o sabor Caramel Coffee, de Emana Protein, com 23g de proteínas; o novo posicionamento e redesign visual de LeitBom e o lançamento de uma categoria premium de lácteos: Piracanjuba Seleção.

As novidades estarão à mostra no estande do Grupo, com possibilidade de degustação durante os quatro dias do evento, que ocorre de 12 a 15 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). No espaço, além dos lançamentos e principais destaques de cada marca da companhia, os visitantes poderão conhecer detalhes da história da Piracanjuba, que completa 70 anos em 28 de julho deste ano. A celebração das sete décadas também inspirou o conceito do ambiente.

“Nosso estande foi projetado para além de ressaltar as conquistas até aqui, evidenciar nosso olhar para o futuro, apresentando inovações tanto em produtos da Piracanjuba, quanto de outras marcas da empresa”, destaca a diretora de Marketing do Grupo Piracanjuba, Lisiane Campos.

Essa é a 17ª participação da companhia na Apas, evento considerado o maior de alimentos e bebidas das Américas. “Mais que uma excelente vitrine para apresentar as novidades em produtos e marcas, a feira oferece uma oportunidade estratégica para ampliarmos o relacionamento com parceiros de todo o país, com a proximidade, o cuidado e o afeto que nos são característicos. Entendemos que reforçar esses laços são essenciais para nossa estratégia de criar o futuro da alimentação todos os dias”, ressalta Lisiane.

Os visitantes que comparecerem ao estande também poderão conferir toda a linha de refrigerados Piracanjuba, bem como o portfólio completo LeitBom, dos leites UHT Ninho e Molico, e a linha Almond Breeze, com bebidas vegetais e creme vegetal. “Todo o mix de produtos do Grupo Piracanjuba, que é composto por mais de 200 opções, estará exposto para que o público possa conhecer, degustar e se surpreender ainda mais com a nossa qualidade e diversidade”, finaliza a diretora.

Novidades Piracanjuba

Piracanjuba + Milky Moo: bebida com 15g de proteínas

Desenvolvida em parceira com a Milky Moo, empresa criada há cinco anos e que já possui 642 lojas de milkshakes no Brasil, a nova bebida proteica traz os dois sabores campeões de venda da marca, Pandora (chocolate com avelã e brigadeiro branco) e Mimosa (brigadeiro branco com morango), numa versão pronta para beber, com 15g de proteínas, sem açúcar adicionado, zero lactose, em embalagem de 250 ml, prática para ser consumida em qualquer ocasião.

Piracanjuba Pirakids + Milky Moo Chicletin

Primeira collab de Pirakids, também com a Milky Moo, a bebida com sabor Chicletin – um dos mais queridos da marca - é voltada para o público infantil, com idade a partir dos 5 anos. Está disponível em embalagem de 200 ml.

Piracanjuba Zquad - 10g de proteínas
Bebida pronta para beber, pensada especialmente para atender o público a partir dos 10 anos, que está em desenvolvimento e em constante movimento. A novidade marca a entrada da Piracanjuba nesse segmento e está disponível em três versões: Berry Beat, Choco Loud e Vita Hit, todos com 10g de proteína por porção, em embalagem prática de 250 ml, formulados para atender quem busca energia para viver tudo.

Piracanjuba + Protein Zero Lactose, leite UHT Semidesnatado - 10g de proteínas
Leite semidesnatado, zero lactose, com 10g de proteínas. A novidade oferece 50% a mais de proteína e 33% mais cálcio que a versão tradicional. É uma opção prática para pessoas com intolerância à lactose, que buscam maior aporte proteico nas refeições do dia a dia.

Piracanjuba Seleção
Piracanjuba Seleção é uma linha premium, composta, inicialmente, por Queijo Parmesão com 12 meses de maturação, Creme de Leite Gourmet, Creme de Leite Bate Chantilly, Manteiga com Flor de Sal, Queijo Reino e Queijo Parmesão Cilindro. Cada produto foi cuidadosamente escolhido para oferecer a mais alta qualidade da marca.

Piracanjuba Parmesão
Todo o sabor do Queijo Parmesão Piracanjuba que já era disponibilizado na versão fracionada, agora disponível em embalagem termoformada, mais atraente e prática para o consumidor.

Lançamento Emana
Emana Caramel Coffee 23g de proteínas
Com o sabor Caramel Coffee, a nova bebida proteica da Emana, marca de suplementos e bem-estar do Grupo Piracanjuba, oferece 23g de proteína por porção. O produto é zero lactose, adoçado com stevia e está disponível em embalagem de 250ml.

Novidade LeitBom
Novo posicionamento e redesign visual
LeitBom apresenta em primeira mão na Apas o novo propósito “O bom de todo dia” e seu redesign visual, que poderá ser visto nas peças de comunicação e embalagens do portfólio. A evolução visa agregar mais valor à marca e reflete a relação de proximidade com os consumidores de várias regiões do país. No centro do reposicionamento está a essência da LeitBom, como ser presente na rotina, conectar sabor e afeto, ser acessível, constante e estar sempre à mesa. (PIRACANJUBA)


Jogo Rápido
Impacto do pasto na qualidade do leite em tempos de seca
Uma pesquisa publicada na edição de maio de 2025 do Journal of Dairy Science revela os impactos da crise climática na produção de leite e queijo, e aponta estratégias eficazes para reduzir esses efeitos. O estudo, liderado por Matthieu Bouchon e desenvolvido por pesquisadores do INRAE, da Universidade Clermont Auvergne, da AgroParisTech e da Universidade Claude Bernard Lyon 1, analisou como a escassez de pastagem durante as secas de verão — cada vez mais frequentes — afeta o desempenho dos animais e a qualidade dos produtos lácteos. O experimento foi realizado na região do Maciço Central, na França, uma área semi-montanhosa frequentemente afetada por estiagens. Ao longo de 19 semanas, os pesquisadores acompanharam 40 vacas leiteiras das raças Prim’Holstein e Montbéliarde, divididas em quatro grupos com dietas distintas: dois com alimentação baseada principalmente em pasto e dois com silagem de milho, sendo que metade de cada sistema passou por uma simulação de escassez de forragem, como ocorre em períodos de seca severa. Os resultados mostram que reduzir parcialmente o pasto no sistema tradicional de pastagens não compromete a produção de leite, melhora a eficiência alimentar e reduz a emissão de metano por litro de leite. Além disso, o leite e o queijo produzidos nesse sistema apresentaram melhor qualidade sensorial: queijos mais amarelos, macios e com sabor mais pronunciado — características valorizadas pelo consumidor. Já a retirada completa do pasto no sistema baseado em milho manteve a produção de leite, mas reduziu a eficiência alimentar e piorou a qualidade do queijo, que ficou mais pálido, menos saboroso e com menor presença de microrganismos benéficos. Os autores concluem que, frente à intensificação das mudanças climáticas, é essencial adotar estratégias de adaptação nos sistemas de produção leiteira. Manter o acesso ao pasto, mesmo que parcial, mostrou-se crucial para preservar a qualidade do leite e do queijo, além de contribuir para um sistema mais eficiente e ambientalmente sustentável. Complementar a alimentação de vacas com forragens conservadas, sem abandonar totalmente o pasto, pode ser a chave para enfrentar os desafios climáticos que já impactam o campo. As informações são do Journal of Dairy Science, traduzidas pela equipe MilkPoint


 
 
 

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Porto Alegre, 14 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.391


Dados preliminares do IBGE indicam crescimento da captação de leite no primeiro trimestre

Captação formal de leite no Brasil tem alta de 4,3% na média diária frente a 2024, segundo dados preliminares do IBGE. Confira!

Segundo dados preliminares da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, a captação formal de leite no Brasil totalizou 6,48 bilhões de litros no primeiro trimestre de 2025. O volume representa um crescimento de 4,3% na captação média diária em relação ao mesmo período de 2024.

Vale destacar que 2024 foi ano bissexto, o que significa que fevereiro teve um dia a mais. Com isso, ao considerarmos o volume total captado, o aumento em relação ao primeiro trimestre de 2024 foi de 3,1%.

Esse é o maior volume registrado para um primeiro trimestre nos últimos quatro anos. Na série histórica iniciada em 1997, o total captado no 1º trimestre de 2025 ficou abaixo apenas do registrado no mesmo período de 2021.

Desempenho mensal

Tabela 1. Captação total mensal de leite no Brasil (Prévia)

Tabela 2. Captação média diária de leite no Brasil (Prévia)

Fonte: IBGE - elaborado pelo MilkPoint Mercado

A continuidade do crescimento na captação de leite reflete uma conjuntura mais favorável para o produtor brasileiro, com melhora significativa da rentabilidade nos últimos trimestres. O indicador Receita Menos Custo da Alimentação (RMCA), por exemplo, alcançou seus maiores patamares no segundo semestre de 2024 e, até o momento, segue acima da média histórica.

Gráfico 2. Receita Menos Custo da Alimentação (RMCA)

Dados deflacionados pelo IGP-DI

Fonte: MilkPoint Mercado, a partir de dados do CEPEA e da SEAB/PR

Com a rentabilidade ainda em níveis positivos no início de 2025, a expectativa é que a produção brasileira de leite permaneça em trajetória de crescimento em relação a 2024.

(Observação: os dados apresentados referem-se à prévia divulgada pelo IBGE. A publicação definitiva, prevista para o próximo mês, poderá sofrer revisões.)

MILKPOINT


Embrapa lança curso online e gratuito "Produção de Leite de Qualidade na Agricultura Familiar"

Essa capacitação tem como objetivo capacitar técnicos de extensão rural e assistência técnica para oferecerem um atendimento mais eficiente e eficaz aos produtores familiares de leite. Com isso, os produtores poderão adotar tecnologias específicas às suas realidades locais, promovendo o aumento da produtividade agropecuária, a proteção ambiental, a melhoria das condições de trabalho e aumento da renda obtida pela sua propriedade.

Essa capacitação é resultado de uma parceria entre a Embrapa e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

Atenção: Você terá acesso ao curso por 60 dias a partir da data de inscrição.

Mais informações: cnpgl.ead@embrapa.br

Informações gerais:
Espera-se que ao final do curso os participantes sejam capazes de:

● Reconhecer a importância econômica e social da atividade leiteira, bem como iniciar essa atividade e identificar os principais fatores que interferem na produção de leite

● Identificar o diagnóstico e planejamento da propriedade leiteira e identificar os registros importantes para o gerenciamento técnico e econômico e identificar o mercado e venda do leite

● Definir a seleção de raças leiteiras, cruzamentos adequados ao Semiárido, critérios na compra de animais, melhoramento genético e escolha de touros para acasalamento

● Escolher as forrageiras para pastejo e corte, preparo do solo, controle de plantas daninhas, plantio e manejo de pastagens, além de silagem de milho, sorgo e BRS Capiaçu

● Preparar o alimento concentrado, incluir opções de volumosos e concentrados para o Semiárido, considerando a qualidade e quantidade de água. 

● Ajustar a dieta dos animais por categoria, e saber usar concentrados prontos e/ou misturados na propriedade, bem como utilizar milho reidratado

● Identificar as principais doenças, saber como prevenir, identificar e controlá-las. Usar sempre um calendário de vacinação, bem como colher carrapato para teste de sensibilidade no seu controle e controlar as doenças parasitárias

● Aplicar as técnicas de reprodução, seja monta natural, inseminação artificial, além de métodos como IATF, transferência de embriões (TE) e fertilização in vitro (FIV), de acordo com a condição corporal do animal, para ajudar no manejo reprodutivo ficando atentos às principais doenças da reprodução

● Usar as diversas práticas, que podem auxiliar no manejo geral da propriedade leiteira

● Identificar na produção de leite os principais pontos que levam ao aumento de renda na propriedade familiar

Para ser considerado concluinte e emitir um certificado, é preciso obter 60% dos pontos no conjunto de atividades obrigatórias preencher a avaliação de satisfação e enquete inicial.

Informações gerais
● Módulo 1 - Dos primeiros passos à gestão eficiente na atividade leiteira
● Módulo 2 - Raças, cruzamentos e genética
● Módulo 3 - Características e recomendações de forrageiras para corte e pastejo
● Módulo 4 - Implantação, manejo e recuperação de pastagens
● Módulo 5 - Alimentação de bovinos de leite
● Módulo 6 - Sanidade animal e qualidade do leite
● Módulo 7 - Reprodução, cria de bezerras e boas práticas ambientais
● Materiais Complementares

● Encerramento

Investimento: Gratuito

Carga Horária: 30Horas

Público-alvo: Agentes e técnicos da Assistência Técnicos Extensão Rural que trabalham na agricultura familiar.

Tipo de capacitação: Com tutoria

Período de inscrição: Oferta contínua

Período de realização: 60 dias a contar da data de inscrição.

Unidade Gestora: Embrapa Gado de Leite

Unidades Parceiras: Embrapa Semiárido

Terra Viva
 

Grupo Piracanjuba anuncia 1ª fábrica no Nordeste, com aquisição da Natulact

Unidade está localizada em Sergipe e tem foco na produção de queijos e derivados

Goiânia, 14 de maio de 2025 - O Grupo Piracanjuba anuncia a aquisição da Santa Barbara Indústria e Comércio de Bens e Laticínios Ltda (Natulact), indústria de queijos e derivados, com mais de 30 anos de fundação, situada no município de Nossa Senhora da Glória, no Estado de Sergipe. Com a transação, a companhia goiana terá sua primeira unidade fabril na Região Nordeste, ampliando para oito o número de indústrias hoje em operação. As outras sete estão localizadas no Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. 

A aquisição da Natulact foi motivada pelo interesse do Grupo em ampliar sua cobertura de atuação nacional. Pesaram na decisão fatores como a sinergia entre as empresas e a posição geográfica estratégica da indústria, que está localizada em uma das maiores bacias leiteiras do Nordeste. 

“Será a primeira fábrica do Grupo Piracanjuba no Nordeste, reforçando a expansão da companhia na região, pois nos tornaremos mais competitivos”, destaca o presidente do Grupo Piracanjuba, Luiz Claudio Lorenzo. 

A Natulact está instalada a cerca de 115 quilômetros da capital Aracaju, em um município com pouco mais de 41,2 mil habitantes, segundo Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No portfólio da marca estão queijos dos tipos muçarela, coalho, prato, minas frescal, além de manteiga, requeijão e soro de leite em pó. 

O foco inicial do Grupo será a manutenção da linha de queijos existentes, mantendo os demais itens. “Para o futuro, a expectativa é ampliar continuamente o portfólio e a capacidade produtiva da planta”, informa o presidente da companhia. 

Transição

O contrato de aquisição da Natulact prevê a totalidade de controle da indústria para o Grupo Piracanjuba. “De imediato, a produção começa com a marca Natulact e, gradualmente, passará a ser aplicada a marca Piracanjuba”, explica Luiz Claudio. 

A transação ainda irá passar pelas aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O objetivo é manter todos os empregos diretos gerados pela fábrica, hoje em torno de 260, a maioria em funções fabris, além dos fornecedores de leite, que serão visitados um a um.  

“Nosso intuito é que essa transição ocorra da forma mais harmônica possível para todos os colaboradores, fornecedores e comunidade. Queremos apresentar com detalhes as razões que fazem o Grupo Piracanjuba ter como propósito o cuidado que alimenta a vida, evidenciando o quão importante para nós é nutrir relações com as pessoas, a começar pelo nosso time de colaboradores e produtores de leite. Tudo isso, respeitando as especificidades locais. Estamos certos de que teremos muito a contribuir e aprender nesse processo, dando continuidade ao trabalho da Santa Barbara em prol do desenvolvimento socioeconômico e da cadeia láctea de Sergipe”, complementa o presidente. (Piracanjuba)

Jogo Rápido
Argentina: exportações de lácteos caem e consumo interno segue fraco
A evolução das exportações de lácteos na Argentina mostra de forma clara que eliminar impostos sobre exportações não é suficiente para impulsionar as vendas externas de qualquer produto. De acordo com dados divulgados pelo OCLA (Observatório da Cadeia Láctea Argentina), em março houve uma queda de 16,% no volume exportado e de 17,% no faturamento, aprofundando a retração registrada no primeiro trimestre do ano: queda de 8,5% na quantidade embarcada e de 7,6% na receita em dólares.A queda nas exportações em março ocorreu mesmo com o preço médio de exportação, em pesos, sendo 25,7% maior que em março de 2024. No entanto, esse aumento ficou bem abaixo da inflação de custos no setor. No mesmo período, o IPC Lácteos (preço ao consumidor) subiu 43,3%, o IPIM Lácteos (preço ao produtor) aumentou 49,5% e o preço médio pago aos produtores (SIGLeA) teve alta de 36,6%. Isso mostra que o setor exportador foi o que menos conseguiu repassar aumentos — reflexo da forte desvalorização cambial em termos reais. Em 2024, o setor lácteo argentino se beneficiou de um valor do dólar que permitia competir no mercado global e obter lucro com exportações. Mas esse cenário começou a se perder a partir do meio do ano passado. Desde o final do governo de Alberto Fernández, o setor deixou de pagar retenciones (impostos sobre exportações) para colocar seus produtos no mercado mundial. Isso foi impulsionado por medidas que melhorava o câmbio para exportação. Depois veio a desvalorização do peso no início da gestão de Javier Milei, o que impulsionou temporariamente as exportações, que chegaram a representar 34% da oferta total de leite em fevereiro. No entanto, com o passar dos meses, a inflação superou com folga a desvalorização, e assim como ocorreu em outros setores agropecuários — como a carne bovina —, o setor lácteo perdeu competitividade no mercado internacional. O OCLA explicou que, até novembro de 2023, as exportações de lácteos representavam 20% da produção total da Argentina. Com o impulso cambial, esse índice subiu para 33,2% em janeiro de 2024 e alcançou 38,6% em fevereiro. No entanto, a partir de março começou a cair: 29,4% em março, 22,0% em maio, 19,7% em junho, 19% em agosto e novas quedas em dezembro. Entre janeiro e março de 2025, as exportações até se mantiveram em um patamar elevado comparado à média histórica, mas ficaram abaixo dos níveis registrados no mesmo período de 2024. A esses problemas se soma a dificuldade de vender no mercado interno. Apesar do discurso do governo argentino de que eliminou os “piores impostos”, a inflação continua alta e os salários seguem perdendo poder de compra. “De 70% a 80% da produção precisa ser colocada no mercado interno, mas o poder aquisitivo está bastante deteriorado pela inflação, o que gerou uma queda de mais de 19% no consumo doméstico total nos três primeiros meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior”, alertou o OCLA. As informações são do Bichos de Campo, traduzidas pela equipe MilkPoint