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Porto Alegre, 26 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.171

Argentina vive inferno cambial com 12 taxas diferentes do dólar  

Após breve período de normalidade, crise econômica fez com que os governos Macri e Fernández voltassem a criar taxas de câmbio diferentes. Isso gera custos e distroções na economia e inibe investimentos

Se você já se atrapalha com as duas taxas de câmbios existentes no Brasil, o dólar comercial e o dólar turismo, poderá imaginar o sofrimento dos argentinos. Após passar quatro anos com câmbio quase normal, a Argentina vive um novo “déjà vu” e voltou a ter um mercado confuso, com 12 taxas de câmbio. Restrições e impostos criaram quase uma cotação para cada segmento da economia. 

Na Argentina, além do câmbio oficial, do comercial e do paralelo, existem os seguintes tipos: “bolsa ou MEP”, “contado com liquidação ou CCL”, “nación”, “solidário ou turista”, “solidário com perdão”, “soja”, “milho”, “carne” e “vinho”. 
“Com tantos tipos de câmbio, é difícil ter um cálculo econômico, porque a gente tem uma cotação para a entrada de recursos e outra diferente para recursos que saem”, reclamou o diretor do Instituto de Estudos Econômicos e Negociações Internacionais da Sociedade Rural da Argentina (SRA), Ezequiel de Freijó. 
Essa situação disfuncional é recorrente na história do país, assim como as crises, mas com variações, conforme o governo. O único período mais longo em que não houve desdobramento cambial foi durante a conversibilidade, regime no qual um peso valia um dólar e que durou de 1991 a 2002. 
Nos governos de Néstor Kirchner [2003-2007] e Cristina Kirchner [2007-2015], a adoção de medidas de restrições, o chamado “cepo cambial”, reavivou a multiplicidade de câmbios que havia antes da conversibilidade. 
Com a chegada de Maurício Macri ao poder, o “cepo” foi liberado, e o mercado, normalizado. Contudo, após a derrota nas eleições de outubro, para conter a fuga de dólares e evitar o esvaziamento total das reservas do Banco Central, Macri limitou a compra de divisas a US$ 200 por pessoa ao mês e a remessa de divisas ao exterior. 
Para driblar as restrições, pessoas físicas e jurídicas passaram a recorrer a dois diferentes tipos de operações na Bolsa de Buenos Aires para obter divisas legalmente. 
Um deles é o “dólar bolsa” ou MEP, pelo qual se obtém dólares por meio da compra de um papel em pesos que é vendido, em seguida, em dólar. O outro é o “contado com liquidação” (CCL), que usa o mesmo mecanismo, mas faz uma triangulação com títulos no exterior, para enviar os dólares obtidos na operação para fora do país. 
“Sempre que há restrições, o mercado acha uma forma criativa de superá-las, mesmo pagando mais, porque ninguém quer ficar com pesos na mão num ambiente de alta inflação, rendimento de depósitos com taxas negativas e incertezas sobre o futuro de economia”, disse o diretor da consultoria Econviews, Miguel Kiguel. 
Sem entradas de divisas, ao assumir a Casa Rosada, em dezembro, o presidente Alberto Fernández manteve as restrições de Macri e criou impostos que somaram outros diferentes valores do dólar, conforme o setor. Ele taxou com 30%, sobre a cotação oficial, todas as compras de divisas para poupar e de passagens internacionais em moeda estrangeira e as operações com cartões de crédito no exterior 
Essa cotação ganhou o nome de “dólar turista ou solidário”, pelo nome da lei que a criou. A mesma taxação atingia as plataformas de serviços digitais, mas o governo recuou e a baixou de 30% para 8% e essa cotação ganhou o apelido de “dólar solidário com perdão”. 
O pacote incluiu o aumento de alíquotas das “retenções” (impostos cobrados das exportações do agronegócio) que já existiam (caso da soja e derivados) e voltou a aplicar sobre outros dos quais Macri havia retirado, como trigo e carne. Como cada produto tem uma alíquota diferente, esta se reflete na cotação na hora de exportar. 
O “dólar soja” é usado para as vendas de todo o complexo da oleaginosa: óleo, farelo e grão; o “dólar milho” aplica-se nas vendas desse cereal, além do trigo e do girassol; o “dólar carne” é utilizado para a exportação de todos os tipos de carnes, leite em pó, arroz, amendoim e lã; e, finalmente, o “dólar vinho” é a cotação para as vendas externas dessa bebida, além de frutas, açúcar e infusões. 

Para o analista de mercado Salvador Di Estefáno, esta multiplicidade é um grave erro. “Gera um cenário de confusão geral que atenta contra o investimento, provoca queda na produção e no PIB e fuga de capitais”, disse.

Esta distorção leva a que, por exemplo, os produtores de milho e trigo deixem esses cultivos e passem à soja, cujo custo de produção é menor. “Isso ocorreu em 2008 e 2015. Isso reduziu a produção de milho e trigo e não permitiu a rotação de cultivo nos campos, levando a uma piora dos solos.”

Para completar o combo de cotações, há ainda o “dólar nación” (nação), que é referência nas operações internas para negociar contratos, e o dólar paralelo, mais conhecido como “blue”, que é ilegal e muito procurado por quem tem dinheiro não declarado ou não usa operações do mercado financeiro.
Esse dólar é achado nas ruas portenhas, como Florida, Corrientes e outras, onde estão os doleiros clandestinos, chamados de “arbolitos” e que ficam em pé gritando “câmbio, câmbio”. Também é operado nas “cuevas” (cavernas), as toleradas casas de câmbio ilegais. (Valor Economico)
 
 

Técnica facilita adubação orgânica com dejetos de bovinos
Os dejetos da pecuária bovina têm grande potencial poluente e são um problema para os produtores. Em grande parte das propriedades terminam descartados diretamente no solo.

No entanto, esse resíduo – uma mistura de estrume, urina, restos de ração e água de limpeza proveniente, em sua maior parte, de salas de alimentação e ordenha – é rico em nitrogênio e fósforo, nutrientes que podem ser utilizados para a adubação de lavouras comerciais, explica a engenheira Graziela Barbosa, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater.

Foi pensando nessas duas características que a pesquisadora desenvolveu uma metodologia para estimar a quantidade de nitrogênio e fósforo dos dejetos líquidos de bovinos, visando o aproveitamento desse material como fertilizante orgânico, em vez do simples descarte no solo. “A ideia era criar uma técnica rápida e possível de ser feita no campo para o produtor usar o dejeto com critério agronômico”, ela conta.

O resultado é a publicação “Uso do dejeto líquido de bovino baseado nos teores de nitrogênio e fósforo”, que traz a metodologia passo a passo e foi apresentada neste mês em Cascavel, no Oeste, durante o Show Rural. Além de Graziela Barbosa, também figuram como autores da obra o pesquisador Mário Miyazawa, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater, e Danilo Bernardino Ruiz, doutorando em química na Universidade Estadual de Londrina (UEL). O material pode ser baixado aqui. 

Técnica
O cálculo do teor de nitrogênio e fósforo presente nos dejetos é feito com ajuda de um densímetro. Trata-se de um instrumento de laboratório parecido com aquele que se vê nas bombas dos postos de combustível, e que pode ser encontrado com facilidade no comércio, segundo a pesquisadora.

A partir da medida obtida no densímetro, o produtor consulta uma tabela para saber quanto há de nitrogênio e fósforo nos dejetos de sua propriedade. “Além de dar uma destinação adequada aos dejetos que gera na propriedade, o produtor diminui a quantidade desses nutrientes na adubação química e, com isso reduz o custo de produção da lavoura”, esclarece Graziela.

De acordo com ela, perto de 170 mil propriedades dedicadas à pecuária no Paraná podem aproveitar dejetos líquidos de bovinos na adubação de lavouras e, dessa forma, reduzir o risco de poluição do solo e dos rios.

Parceria
O desenvolvimento da tecnologia resulta de parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater, Itaipu Binacional e Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro), no âmbito do Projeto Ibitiba, um convênio de cooperação técnica entre as três entidades com o objetivo de promover e apoiar o desenvolvimento agrícola sustentável no Oeste do Paraná.  (Agronômico do Paraná)

Como estamos preparando o mercado para nossos sucessores?
Um dos temas mais debatidos no agronegócio é a sucessão rural.

 
Várias entidades estão preocupadas em encontrar maneiras do jovem permanecer no campo. Cursos, treinamentos e palestras são algumas iniciativas voltadas ao assunto. 
Todo este empenho tem tido um progresso significativo. 
Cada vez mais os pais vem preparando os filhos para dar continuidade ao negócio da família, bem como estão entendendo as necessidades dos jovens e o que é preciso fazer para que ele se mantenha no campo.  
O jovem também está procurando se capacitar para assumir a propriedade, está vendo vantagens em ficar na fazenda ao invés de ir para a cidade. 
Na pecuária de leite, a necessidade de sucessão preocupa todos os elos da cadeia. Todos querem que o jovem fique no campo para que tenhamos quem produza alimento no futuro. 
Até aqui muito bem.  
Mas quem vai comprar este alimento produzido? Quem vai consumir este leite e derivados?  
Precisamos, nós produtores e as entidades envolvidas com a cadeia do leite, preparar o mercado para nossos jovens. Precisamos conscientizar o consumidor e trazer para ele informações reais sobre nossos produtos. 
Um consumidor bem informado, consciente do que está consumindo, não vai acreditar em fake news e nem em falácias de artistas em redes sociais. 
Nosso trabalho tem que ser focado em trazer o consumidor para nosso lado. Não precisamos discutir, brigar e xingar, isso não muda a mentalidade de ninguém, muito pelo contrário, só pioram as coisas. 
Uma grande ferramenta, de alta velocidade, que temos em mãos são as redes sociais. Devemos usá-las para propagar as maravilhas do leite, as coisas boas do agro, o prazer, alegria e satisfação que sentimos em produzir alimentos. 
Não devemos implorar respeito e admiração, devemos mostrar motivos para que eles nos respeitem e nos admirem.  
Ninguém compra por pena, as pessoas compram aquilo que satisfaz suas necessidades. Tem que haver uma forma branda de mostrar que os alimentos produzidos por nós são seguros, de qualidade e que farão bem a saúde de quem consumir.
O dia em que conseguirmos um diálogo amigável com o consumidor, aproximando-o de nós, ganharemos a confiança dele e, assim, deixaremos um mercado promissor para nossos sucessores. (Milkpoint)

Estiagem/RS
Impactos da estiagem já são sentidos na indústria. A captação de leite também ficou abaixo do esperado.  Acesse ao vídeo (GloboPlay)
 

 

Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.170

Carlos Joel é empossado presidente da Fetag-RS para 2020/2024
Foto: Letícia Breda
 
O presidente reeleito da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, foi empossado nesta sexta-feira (21/02) para assumir a entidade na gestão 2020/2024. A cerimônia foi realizada na sede da federação, em Porto Alegre, e contou com a presença de autoridades políticas, como o governador Eduardo Leite, o secretário da Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Fernando Schwanke, o secretário da Agricultura do Estado, Covatti Filho, o senador Luis Carlos Heinze, o deputado federal Heitor Schuch, o deputado federal Jerônimo Goergen, o deputado estadual Elton Weber, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, entre outras. O Sindilat esteve representado pelo diretor tesoureiro, Jeferson Smaniotto e o pelo secretário-executivo, Darlan Palharini. Além disso, ainda estiveram presentes representantes das Cooperativa Piá e Languiru, agricultores gaúchos e jornalistas.
Durante seu discurso de posse, Silva destacou que os agricultores estão vivendo a década das Nações Unidas para a agricultura familiar, o que representa a importância e visibilidade que a categoria vem conquistando no mundo. “O Brasil e o mundo estão voltando sua atenção para o espaço dos agricultores familiares na sociedade”, afirmou. Para o presidente, o agricultor está produzindo cada vez mais, mas ainda existem problemas. “Precisamos de um olhar para o futuro”, reforçou. 
Para o Sindilat, a Fetag e o sindicato cultivam um importante relacionamento em prol da produção de leite, parceria que foi utilizada em diversos momentos da última gestão. “Acreditamos no trabalho do presidente reeleito Carlos Joel da Silva e estaremos ao lado da Fetag para seguir trilhando um caminho de crescimento em prol do agronegócio gaúcho”, destacou Smaniotto. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
Conseleite/SC
A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 21 de Fevereiro de 2020 na cidade de Chapecó, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Janeiro e a projeção dos valores de referência para o mês de Fevereiro de 2020. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.
 
VALORES DE REFERÊNCIA1 DA MATÉRIA-PRIMA (LEITE)
1 - Valor, em R$/litro, para o leite posto propriedade com Funrural incluso.
Períodos de apuração
Mês de Dezembro/2019: De 02/12/2019 a 29/12/2019
Mês de Janeiro/2020: De 30/12/2019 a 02/02/2020
Decêndio de Fevereiro/2020: De 03/02 a 16/02/2020
O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Conseleite/SC)
 
 
Consumo de lácteos reduz a apneia do sono
Os alimentos lácteos desempenham um papel importante na melhoria do sono. E agora, um relatório recente, publicado no Journal of Advances in Dairy Research, aponta que o leite e seus derivados podem reduzir a quantidade de interrupções respiratórias de uma pessoa durante o repouso, distúrbio conhecido como apneia do sono.
 
Nos Estados Unidos, entre 3% e 7% da população sofrem com a apneia do sono, que é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes tipo 2. Identificar quais alimentos tornam a apneia do sono melhor ou pior poderia ter efeitos positivos no desenvolvimento dessas doenças crônicas.
A dieta e o sono de mais de 100 pessoas foram estudados. Os especialistas realizaram a medição do número de interrupções respiratórias por hora, assim como os alimentos ingeridos pelo grupo analisado. Além de identificar os alimentos que estão associados à maior frequência de apneia durante o sono, os autores relataram que os participantes do estudo que consumiram duas porções de laticínios por dia apresentaram apneias menos severas. (Blog Nutron)
 
 
Santa Clara lança Queijo Cheddar inspirado na receita original inglesa
Para ampliar sua linha de produtos e oferecer ainda mais opções aos consumidores, a Cooperativa Santa Clara lança o Queijo Tipo Cheddar, produzido com base na receita genuína do produto, de origem inglesa. A novidade chega às gôndolas na versão cunha, com aproximadamente 180g, e em forma de cerca de 5kg, ambas com maturação de 120 dias. Com estes lançamentos, a Santa Clara soma 43 tipos de queijos em 80 apresentações diferentes. 
Entre as principais características do Queijo Cheddar Santa Clara está sua coloração alaranjada e sabor suave e marcante, além de sua consistência semidura, que ainda mantém o derretimento ideal para diversos preparos.
A variedade atende as necessidades do consumidor final e para uso food service, com duas opções de gramatura, e pode ser utilizada em diferentes pratos, como em molhos, hambúrgueres, sanduíches quentes, gratinados, além de tábuas de frios. Harmoniza perfeitamente com as cervejas Ipa e Pale Ale e vinhos mais frutados como Cabernet Sauvignon ou Porto Tawny 10 anos.  (Santa Clara)
Novo presidente da Conab
Guilherme Soria Bastos Filho é o novo diretor-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele assume a condução da estatal, no lugar de Newton Araújo Silva Júnior, que ficou no cargo durante um ano e foi exonerado a pedido. O comunicado foi publicado nesta quinta-feira (20), em resolução do Conselho de Administração da Conab (Consad). Desde fevereiro de 2019, Bastos havia ocupado o cargo de Diretor de Política Agrícola e Informações da empresa. Formado em agronomia pela Universidade Federal de Viçosa, Guilherme Bastos possui mestrado em agricultura com concentração em economia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq)/USP e mestrado em Agricultural Economics pela University of Maryland/EUA. Atuou como consultor de gestão e mercados agrícolas em empresas privadas e como especialista de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas, do Instituto Brasileiro de Economia e do Centro de Estudos Agrícolas (IBRE/CEA). Quem assume a Diretoria de Política Agrícola e Informações da Companhia é Bruno Scalon Cordeiro, atualmente diretor de Operações e Abastecimento do órgão, que acumula interinamente a vaga. (Conab)

 

Porto Alegre, 20 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.169

Caminhoneiros mantêm paralisação 
Gaúchos não devem aderir ao movimento nacional que aguarda votação do frete no Supremo 
A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) vai manter o chamado de paralisação nacional. "A orientação é que a categoria pare em casa, faça manutenção do veículo, pare em postos de gasolina com faixas de defesa da pauta e não crie bloqueios em rodovias", diz o presidente da Abrava, Wallace Landim, o Chorão. A mobilização deve ocorrer das 6h às 18h. A ideia inicial era permitir o acompanhamento da votação hoje no Supremo Tribunal Federal (STF), que julgaria três ações que contestam a constitucionalidade da política de tabelamento de frete rodoviário. A votação, porém, foi adiada para 10 de março. Apesar do adiamento, Chorão diz que a mobilização nacional pretende mostrar que os caminhoneiros estão atentos e organizados para defesa da constitucionalidade do piso mínimo. "Vamos mostrar que não vamos voltar atrás. Não vamos aceitar retrocesso. O piso foi um direito que conquistamos e queremos o cumprimento.” O sindicalista, que foi um dos principais representantes dos caminhoneiros na greve de 11 dias que parou o país em maio de 2018, considera que o movimento marcado para esta semana não vai ser semelhante e tão expressivo quanto o do passado. “A ideia é mostrar que estamos mobilizados mas, se depois, em março, tirarem nosso direito (de piso mínimo para o frete), sem dúvidas teremos de tomar medidas mais drásticas para mostrar a importância do setor”. 
Os caminhoneiros do Rio Grande do Sul não devem aderir à paralisação. Segundo André Costa, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do RS (Fecam), “no momento, não haverá movimentos bruscos, extremados ou em paralelo com outras categorias”. Costa também criticou a manifestação. “Transporte é assunto sério. Se a cada tropeço se fizer uma greve, é melhor então mudar de profissão.” Conforme o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) e presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ijuí, Carlos Alberto Ditti Dahmer, por enquanto não há bloqueios em rodovias, e sim, em trechos próximos e em postos. A edição de uma tabela de frete foi uma das principais concessões do governo Michel Temer para encerrar e greve nacional que provocou grave crise de desabastecimento em 2018. (Correio do Povo) 
 
CCGL promove VIII Tarde de Campo em Cruz Alta
A Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) realiza nesta quinta-feira (20/02), em Cruz Alta, a VIII Tarde de Campo, tradicional evento que reúne produtores de leite do Estado. Voltado exclusivamente aos produtores e técnicos das cooperativas associadas do grupo, o encontro busca apresentar as novas tecnologias e informações referentes à produção de leite. A programação deste ano está organizada em cinco estações com temas relacionados ao setor lácteo: ordenha robótica, silagem impactada pela seca, projeto de sincronização de partos e safrinha de pastagens de verão, sendo resultado da alta  tecnologia  e parceria da patrocinadora Syngenta. 

Segundo a coordenadora de Difusão e Tecnologia da CCGL, Letícia Signor, a expectativa é receber produtores de leite das mais diversas regiões do Estado, além de técnicos e gestores das áreas de leite das cooperativas singulares. “A tarde de campo proporcionará aos presentes informações sobre novas tecnologias que facilitam o trabalho e reduzem a mão de obra, garantindo mais comodidade e satisfação aos seus produtores”, destaca. O evento conta com apoio da Biscayart Forrajeras, Genex, Kersia e Speedrite. (Assessoria de imprensa Sindilat com informações da CCGL)

Conseleite/MG: preço projetado do leite padrão entregue em junho aumenta para R$ 1,32
O Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado de Minas Gerais (Conseleite MG) definiu um novo valor referência para o leite em Minas Gerais. O litro do leite padrão entregue em maio (a ser pago em junho) foi calculado em R$ 1,3088 e o valor projetado para o leite entregue em junho (a ser pago em julho) é de R$ 1,3203. 
 
A Conseleite diz ainda que oferece para o produtor, além do valor referência, sua plataforma digital que gera valores personalizados para cada agricultor, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e pelo volume de produção diário individual.Conforme a associação, o valor referência serve de parâmetro para as negociações de preços entre produtores e indústrias, sendo atualizado mensalmente. Porém, destaca que o preço real alcançado por produtor depende ainda de outros aspectos, como volume, qualidade da produção, sua fidelidade junto ao laticínio, além de outros adicionais. 

A associação lembra que os valores de referência referem-se ao “leite padrão”: 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas por ml, 100 mil ufc/ml e produção individual diária de até 160 litros/dia. (Conseleite/MG)

RS pedirá para deixar de vacinar, mas aval depende de melhorias
O Estado pedirá ao Ministério da Agricultura a retirada da vacina contra a febre aftosa. Mas a decisão será reavaliada em agosto, quando termina o prazo para que sejam feitos os ajustes apontados no relatório da auditoria realizada no Rio Grande do Sul. 
Ontem, técnicos da Secretaria da Agricultura e da superintendência regional do ministério apresentaram em detalhes as 18 condicionantes (veja na nota abaixo os principais pontos). E esclareceram dúvidas de representantes de sindicatos e de entidades do setor. 
Depois da avaliação técnica, Federação da Agricultura do RS (Farsul) e Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) realizaram assembleias para definir posição. Na hora da votação, no entanto, mudaram a pergunta. No lugar de é "contra ou a favor da retirada", o questionamento foi "apoia ou não o Estado para dar continuidade ao processo de evolução do status sanitário". Diante da nova abordagem, houve quem mudasse de posição. 
Em ambas entidades, a resposta foi favorável para que o governo siga adiante e tenha tempo de fazer as modificações necessárias. Na Farsul, foram 53 votos pelo apoio e 11 contra. Na Febrac, placar de 18 a 5. 
- Não significa uma aposta cega, existem condições. São alguns requisitos que deverão ser cumpridos até agosto. Aí teremos a batida final de martelo - pontua Gedeão Pereira, presidente da Farsul. 
Posição alinhada à da Febrac, que considera a sinalização um "voto de confiança". 
- Vai ajudar o governo a obter os meios necessários para atender às recomendações - acrescenta o presidente Leonardo Lamachia.
Ainda que a posição das entidades seja voltar a avaliar o tema mais adiante, o secretário Covatti Filho entende como positivo o apoio para seguir com o processo. 
- Toda obrigação agora fica com o Estado. A decisão foi tomada, mas será revista em agosto se não cumprirmos exigências - reconhece o titular. 
A antecipação da primeira etapa da vacinação para março teve papel fundamental. Fez o Estado ganhar tempo. A solicitação ao ministério para deixar de vacinar precisa ser feita em maio. O ônus de dar as garantias exigidas para o aval final é do Piratini. (Zero Hora)
No Radar
Nova Data deverá ser estipulada para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a ação sobre benefícios fiscais concedidos na venda de agrotóxicos no Brasil. Prevista na pauta de ontem, foi adiada em razão da posse de novos dirigentes do Tribunal Superior do Trabalho. (Zero Hora)
 

 

 

Porto Alegre, 19 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.168

 GDT: com queda de 2,9%, leilão tem segunda desvalorização consecutiva

O leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT) realizado nesta terça-feira, 18/02, apresentou sua segunda desvalorização consecutiva, com uma redução de 2,9% em relação ao evento anterior e um preço médio de US$3.176/ton. O volume negociado também foi menor neste evento: as 28,2 toneladas vendidas representam uma redução de 2,8% frente ao evento anterior. Este é o menor volume desde a segunda quinzena de julho de 2019, como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT x GDT Price Index.

Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade.

Com exceção dos queijos, que apresentaram uma variação positiva de 5,3% e preço médio de US$4.526/ton, todos os produtos negociados apresentaram desvalorização. A manteiga registrou um preço final de US$4.090/ton, 3,9% menor que o último evento. O preço da gordura anidra também fechou com desvalorização, 5,5% (preço médio de US$4.379/ton).

O destaque ficou por conta dos leites em pó integral e desnatado, que fecharam o evento com preço médio de US$2.966/ton e US$2.840/ton, respectivamente, ambos com 2,6% de desvalorização frente ao evento anterior. Os leites em pó representam 83% do volume total dos produtos negociados neste leilão.

Este foi o segundo evento GDT após a proliferação global do coronavírus, que tem afetado de maneira drástica a demanda global de commodities e alterado principalmente a dinâmica do mercado chinês, maior país importador de lácteos. Até a data deste evento, registram-se casos da doença em 27 países, além de 1.875 mortes confirmadas.

Apesar da temporária redução da demanda global causada pelo coronavírus, a seca que ocorre atualmente no norte da Nova Zelândia (gráfico 2), onde dois terços do leite do país é captado, afeta a oferta nacional e contribui para uma desaceleração da queda dos preços e redução dos volumes negociados.

Gráfico 2. Precipitação média na ilha norte da Nova Zelândia.

Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados Meteorological Service of New Zealand.

Ao analisar os contratos futuros do Leite em Pó Integral (LPI), é possível notar a tendência de relativa manutenção dos preços atuais para os próximos meses. Tanto o mercado futuro GDT quanto a bolsa da Nova Zelândia trabalham com patamares de preços parecidos, como mostra o Gráfico 3.

Gráfico 3. Evolução da quantidade negociada no leilão GDT.

Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade.

Conseleite Paraná

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 18 de Fevereiro de 2020 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Janeiro de 2020 e a projeção dos valores de referência para o mês de Fevereiro de 2020, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Fevereiro de 2020 é de R$ 2,3864/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br.

 
 
Conseleite Mato Grosso do Sul

 A diretoria do Conseleite – Mato Grosso do Sul atendendo os dispositivos do seu Estatuto, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de janeiro de 2020 e a projeção dos valores de referência para o leite a ser entregue no mês de fevereiro de 2020. 

Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. 

OBS: (1) Os valores de referência da tabela são para a matéria-prima leite “posto propriedade”, o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência está incluso Funrural de 1,5% a ser descontado do produtor rural.
(2) O valor de referência para o “Leite Padrão” corresponde ao valor da matéria-prima para um volume médio diário de até 100 litros por dia, com 3,00 a 3,5% de gordura, 2,90% a 3,30% de proteína, 200 a 400 mil c/ml de células somáticas e 150.001 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana.
(3) Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme parâmetros de qualidade e volume, o Conseleite Mato Grosso do Sul disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função do volume e de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. 

O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: sistemafamasul.com.br/conseleitems/
 
 
Intenção de consumo apresenta melhor nível dos últimos 5 anos
O indicador da intenção de consumo das famílias, apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), subiu 1,2% entre janeiro e fevereiro deste ano, passando a somar 99,3 pontos. É o maior patamar desde abril de 2015, quando o índice registrava 102,9 pontos. Na avaliação da entidade, o resultado positivo reflete sinais de melhora no mercado de trabalho. Com isso, a CNC não descarta rever para cima a expectativa de crescimento nas vendas do varejo ampliado – incluindo comercialização de automóveis e materiais de construção. O crescimento previsto para 2020 é de 5,3%, índice bem superior ao de 3,9% observado no ano passado. (Milkpoint)
 

 

Porto Alegre, 18 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.167

 Governo sinaliza apoio a investimentos e divulga crédito
 
  
Crédito: João Machado
 

Reunido com lideranças do setor lácteo na tarde desta terça-feira (18/2), na sede do Sindilat, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ruy Irigaray, informou que o governo do Estado está à disposição para negociar novos investimentos no Rio Grande do Sul. Disposto a atrair projetos no setor, ele garantiu que sua diretriz de valorizar os empresários locais e manter investimentos dentro do Estado, persistirá com seu sucessor, uma vez que deixa a pasta na sexta-feira para voltar à Assembleia Legislativa para atuar na articulação para as Eleições de 2020. “Nós temos que facilitar a vida de quem está empreendendo, de setores que geram emprego e valor agregado”, pontuou, ressaltando a proximidade da secretaria com as lideranças do setor lácteo e com o próprio Sindilat. O governo do Estado ainda não anunciou quem assumirá a Secretaria do Desenvolvimento do Econômico e Turismo.

Segundo Irigaray, é de suma importância manter a aproximação do governo com o setor produtivo. “As indústrias podem nos procurar porque podem contar comigo. Vou estar na linha de frente. Minha política quando assumi a secretaria sempre foi essa: valorizar quem está aqui. Temos DNA empreendedor, coisa que muito estado não tem. Vamos fechar a torneira e deixar de exportar empresa para outros estados”.  Ao lado do superintendente comercial do Badesul, Juliano Balestrin,  Irigaray apresentou novas linhas de crédito para oportunizar novos projetos e aquisição de máquinas importadas. 

Durante a reunião, que se estendeu pela tarde, os representantes do setor industrial ainda debateram a obrigatoriedade do CIOT, a pauta da reunião da Aliança Láctea a ser realizada no próximo dia 13 de março e detalhes sobre a consulta pública para RTIQ do soro do leite. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Com preços estáveis, setor lácteo espera retomada de consumo


Crédito: Carolina Jardine

O setor lácteo gaúcho espera que o reaquecimento de consumo e a reestabilização do mercado venham após o Carnaval e com a retomada do calendário escolar. A expectativa foi pontuada durante a manhã desta terça-feira (18/2) em reunião do Conseleite, realizada na sede da Fecoagro, em Porto Alegre, e coordenada pelo presidente Rodrigo Rizzo. O valor do leite projetado para o Rio Grande do Sul em fevereiro é de R$ 1,1464, 0,34% abaixo do consolidado de janeiro, que fechou em R$ 1,1503. Segundo o professor da UPF Marco Antônio Montoya a projeção para o ano é de dólar alto e isso deve favorecer a produção de leite em pó. “Esse produto deve agir como variável de estabilização de preços do mercado lácteo em 2020”, indicou.  Segundo o vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o Rio Grande do Sul está entrando no tradicional período de entressafra, quando a captação tem redução. “Como acontece normalmente nos meses de verão, o consumo também se retrai. Mas esperamos que, nas próximas semanas, tenhamos um reequilíbrio com a volta às aulas”.  Ele ainda indicou que 2020 também tem mudança com relação ao mercado externo, com a redução de 20,7% nas importações em janeiro em relação ao mesmo mês de 2019. 

Um alerta realizado durante a reunião do Conseleite foi sobre a qualidade da silagem produzida nesse verão, uma vez que as lavouras de milho plantadas com esse fim foram atingidas pela estiagem. “Isso pode trazer impacto na produção mais lá na frente”, alertou Guerra. Um agravante citado por Guerra que impacta diretamente nesse mercado é o fato de o leite ser um produto utilizado como atrativo para o consumidor por meio de promoções.  

Durante a reunião, o presidente do Conseleite conclamou que os pequenos laticínios também participem do levantamento que embasa a produção das estatísticas do Conseleite. O pedido foi feito diretamente ao novo presidente da Apil, Delcio Roque Giacomini, que ficou de levar o pleito a seus associados. (Assessoria de imprensa Sindilat)

 
 
 
 
 
GDT – Global Dairy Trade
Em mais um sinal das turbulências causadas pelo Coronavírus, as cotações das commodities lácteas no globalDairyTrade nº 254, desta terça-feira, 18 de fevereiro de 2020, tiveram quedas significativas, e o Índice GDT fechou em US$ 3.176, caindo -2,9% em relação ao evento anterior. É o menor valor do índice desde janeiro de 2019.
 
 
Os dois produtos mais negociados na plataforma, o leite em pó integral (WMP) e o leite em pó desnatado (SMP) tiveram o mesmo índice de queda, -2,6. 
No entanto, o SMP encerrou o leilão ainda com valor acima dos registrados nos meses de fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, quando estavam com as cotações deprimidas, pressionadas pelos elevados estoques de intervenção na União Europeia (UE).
Já o WMP fechou com o menor valor desde janeiro de 2019, e com perdas de 8,6% e 1,85%, em relação a fevereiro de 2018 e 2019, respectivamente. 
A queda mais acentuada foi verificada nas cotações da manteiga anidra (AMF) que fechou o GDT de hoje valendo 22% menos que sua cotação de um ano atrás, e com o preço 32% abaixo do registrado em fevereiro de 2018. (Global Dairy Trade)
 
 
 
Produtores de proteína animal debatem potencial em Casca
Representantes dos setores lácteo, avícola e suinícola reuniram-se para debater estratégias de expansão do consumo de proteína animal durante Simpósio do Agronegócio, na 5º edição da ExpoCasca. A exposição, realizada neste final de semana, contou com a presença do presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, que discursou sobre o cenário do leite no Rio Grande do Sul. Segundo ele, a meta é transformar o Brasil em um exportador de laticínios ao invés de importador. “O Sul do Brasil tem a condição e está se focando pra este fim, mas temos que ter todas as nossas ações focadas para melhorar a competitividade, assim podemos aproveitar os mercados que se abrem. Até lá necessitamos das reformas tributárias para minimizar os efeitos da guerra fiscal entre estados no Brasil, já que ainda somos dependentes do consumo interno e o RS é um dos Estados que necessita vender a outros estados da federação, pois consome só 40% do que produz.” concluiu durante sua palestra no sábado (15/2). Estiveram presentes também representantes da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação de Criadores de Suínos do RS (Acsurs), Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e a Emater. A ExpoCasca iniciou-se na sexta-feira (14/2) e seguiu até domingo (16/02) em solenidade no de Parque Municipal Arcido Perin. Entre as atrações do evento também tiveram destaque o 2º Fórum de Desenvolvimento Regional, rodada de negócios, shows e atrações infantis. Com o slogan “Unindo o Campo e a Cidade” o evento foi promovido pela Associação Comercial, Industrial, Serviços, Agropecuária e Cultural de Casca (ACIC) com apoio da Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores. (Assessoria de imprensa Sindilat)

 

 

Porto Alegre, 17 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.166

 RS: apesar da estiagem, preço do leite anima o produtor

Entra ano, sai ano e o preço do litro de leite segue em pauta. Em janeiro, o valor de referência do leite no Rio Grande do Sul subiu para R$ 1,1267, alta de 0,88% comparado com dezembro de 2019 (R$ 1,1169), conforme nota divulgada pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS). 

A alta no preço do litro de leite envolve vários fatores. “Com a diminuição da produção de leite do verão, por causa do calor e da estiagem, regionalmente as indústrias captaram menos leite, mas, além disso, houve uma diminuição de produtores e rebanho, isso ocasiona menor oferta de leite no mercado, com isso passou a ser mais valorizado”, explica o engenheiro agrícola Diego Barden dos Santos, da Emater/RS – Ascar. 
No ano de 2019 foi registrada uma diminuição de 6,24% na produção de leite do estado e também redução de 20,84% no número de vacas leiteiras em comparação a 2015, considerado o ano de maior produtividade no setor. Conforme o engenheiro, o Brasil e outros países produtores de leite também apresentaram uma diminuição na produção e número de produtores.
Em Venâncio Aires, Santos explica que a situação é contrária a do estado, pois a produção de leite aumentou em 2019. A Capital Nacional do Chimarrão tem 138 propriedades que produzem leite para a comercialização. Juntos eles produziram em torno de 9 milhões de litros de leite em 2019. Vale destacar que os índices são referentes ao leite cru, entregue para as indústrias e agroindústrias familiares. 
Produtor
Um dos produtores de leite do município é Elisandro da Costa da Silva, 31 anos, morador de Vila Estância Nova. Na propriedade, onde mora com a esposa e os pais, além do tabaco a família Silva registra uma produção média de 350 litros por dia.
Ele acentua que o valor do litro do leite pago está bom. “Tivemos um bom ano, 2019 foi melhor comparado com os últimos. Mas sentimos uma queda muito grande na produção”, comenta Silva. 
Um dos motivos elencados pelo produtor para a queda na produção é a estiagem. “O pasto, a pastagem, tudo afetou. A silagem está com uma qualidade muito baixa. Dos quatro hectares de milho plantados na safra, o que sobrou é palha. A expectativa é com o safrinha agora”, reforça. 
Apesar da estiagem, a expectativa é de um bom ano. “Se o clima colaborar, iremos recuperar o pasto e a produção ficará normalizada”, acrescenta Silva. Um dos diferencias elencados pelo produtor é o auxílio da Emater com a dieta das vacas. “Faz uns três anos que a Emater está fazendo a dieta das vacas aqui em casa. A gente percebeu uma grande diferença. O custo de produção continuou o mesmo e a produção aumentou”, conta Silva. 
Projeção
Para este ano a projeção conforme o engenheiro agrícola é boa. “O produtor que neste ano conseguir aliar a eficiência produtiva com a gestão de rebanho, vai ter bons resultados na atividade leiteira.” Entretanto, Santos frisa que podem haver dificuldades. “Uma das adversidades que iremos enfrentar é a possibilidade do preço dos insumos aumentar mais que o preço do produto. Esse seria um fator bem complicante”.
Schwendler: a voz dos produtores no Conseleite
Empossado no início deste ano, o Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS) definiu nova diretoria para os próximos dois anos. Venâncio Aires tem um produtor representando a categoria.
Lauri José Schwendler, 45 anos, é um dos conselheiros do Conseleite, como representante da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul). “A gente sempre ouvia falar da Conseleite, pesquisava o valor de referência no site deles, mas nunca imaginava fazer parte.” 
O venâncio-airense enfatiza que o importante de participar do Conseleite é a oportunidade de representar a classe dos produtores. “Não se discute só a questão do preço do leite, se discute o setor como um todo, alguns impostos e exigências impostas aos produtores.” 
Agora, a ideia de Schwendler é, junto do Sindicato Rural e da Emater, reunir representantes e produtores de leite do município e elencar algumas demandas. “Não quero ir lá levar as minhas demandas, mas sim representar toda essa cadeia. Por isso, vamos nos reunir e levar demandas de Venâncio Aires e região para serem discutidas no Conseleite”, antecipa o produtor. 
“Acho muito interessante participar do Conselho. São discussões que valem a pena. Mudou muito a forma como o produtor está sendo recebido. Precisa sempre ter o lado técnico e o lado do produtor, uma união que promete grandes discussões.” 
Entre as metas do produtor e dos outros representantes do setor está o recálculo do preço de custo da produção do leite. “O custo de produção está defasado, queremos um novo levantamento que considere os nossos custos, para assim, termos um preço de referência justo.” O produtor comenta que o preço do leite, pago pela indústria não está ruim, comparado com a mesma época em outros anos. Segundo Schwendler, o custo de produção é que está subindo muito. 
Entenda
O Conseleite é uma associação civil, regida por estatuto e regulamentos próprios, que reúne representantes de produtores rurais de leite do estado e de industrias de laticínios que processam a matéria-prima.
O principal objetivo do Conselho é a busca de soluções conjuntas pelos produtores rurais e indústrias para problemas comuns do setor lácteo. Além disso, a associação divulga o valor de referência de leite por mês. O presidente do atual mandato é Rodrigo Rizzo. (Folha do Mate)
 
Projeto concede desconto na conta de luz dos produtores de leite
O Projeto de Lei 6388/19 concede desconto de 30% nas tarifas de energia elétrica relativas ao consumo para produção, armazenagem e beneficiamento de leite in natura por produtores rurais e cooperativas. 
 

O texto, do deputado Adriano do Baldy (PP-GO), tramita na Câmara dos Deputados.

Com a proposta, Baldy espera dar “sustentabilidade econômica a uma atividade que garante a fixação no campo de milhões de famílias e é responsável por uma extensa cadeia produtiva de vital importância para a economia nacional”.
 
O parlamentar observa que a produção, a armazenagem e o beneficiamento do leite exigem cuidados especiais para garantir ao consumidor a qualidade dos produtos, principalmente no que diz respeito ao resfriamento. “A cadeia produtiva já observa integralmente os requisitos necessários, mas a energia elétrica requerida para manutenção das condições ideais tem um peso significativo nas planilhas de custos dos produtores e de suas cooperativas, que já trabalham com margens extremamente apertadas”, justifica.
 
O texto acrescenta a medida à Lei do Setor Elétrico (Lei 10.438/02). Conforme a proposta, o desconto será compensado com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético.
 
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Minas e Energia; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Câmara dos Deputados)

Leite/América do Sul
No final de 2019 e início de 2020, a região sudeste do Brasil sofreu um longo período de seca, o que reduziu o volume e a qualidade das forragens em muitas bacias leiteiras. Como resultado, a produção de leite de vaca caiu consideravelmente nesse período. 

Atualmente está havendo recuperação como consequência de chuvas esporádicas que estão beneficiando pastagens e as culturas emergentes de milho nas principais bacias leiteiras e regiões de plantios do sudeste brasileiro. Apesar dessa melhora de produção, o leite oferecido, até o momento, continua abaixo dos níveis verificados um ano antes. Recentemente foi intensificado o abate de vacas leiteiras diante do forte aumento no preço da carne, o que também é reportado como um fator de queda na produção de leite.

Diante desse desequilíbrio, está havendo intensa concorrência entre as indústrias, fazendo com que o preço do leite ao produtor fique em níveis elevados.

Na Argentina e Uruguai, o clima ameno favoreceu o desenvolvimento das culturas de milho e soja, e ajudou a aumentar a qualidade e o volume de forragens nas fazendas leiteiras. A produção de leite estabilizou, mas, a expectativa é de que melhore antes do final do outono. Os componentes do leite – matéria gorda e proteína – permanecem em baixos níveis, contribuído para elevar as bonificações das indústrias. De um modo geral a oferta de leite na Argentina e no Uruguai estão baixas, mas, permanecem adequadas para atender à maioria dos pedidos de leite UHT, queijo e iogurte. No entanto, a oferta de creme é muito limitada, enquanto a demanda de processadores de manteiga, sorvete e sorvete continuam firmes. Também, com a volta às aulas, os pedidos de leites embalados para atender as escolas se intensificam. (USDA) 

 
Leite/Oceania
A Austrália caminha para o final da temporada de leite, em junho. Os volumes são relativamente baixos dentro deste contexto. O governo alertou a população a respeito de possíveis tempestades e inundações em New South, neste final de semana. Isso é importante para apagar focos de incêndios remanescentes, e afastar as condições terríveis que predominaram nos últimos meses na Austrália. O final da temporada do leite na Austrália deve ser antecipado. O impacto dos incêndios está sendo contabilizado agora, e os produtores reduziram seus rebanhos por falta de alimentação. O rescaldo dos incêndios pode matar animais e destruir culturas. Os efeitos negativos serão sentidos ainda nos próximos meses, e ainda por algum tempo. Na maior parte da Nova Zelândia predomina seca, especialmente na Ilha Norte. Analista do setor lácteo acreditam que haverá impacto na oferta de leite em fevereiro, e provavelmente em março. Na Ilha Sul e Costa Oeste o problema é o oposto. Inundações recentes atingiram a região em consequência de fortes chuvas, abrangendo grandes bacias leiteiras. A expectativa, no entanto, é que a seca na Ilha Norte tenha maior impacto na produção de leite do que a unidade da Ilha Sul. Ainda assim as chuvas causaram enchentes, e relatórios registram mais de 100 fazendas de leite severamente afetadas pelas extensas inundações. Muitas delas debaixo d’água ou isoladas, com estradas interrompidas, o acesso cortado e em muitas, até falta de energia. O resultado é que muito do leite produzido terá que ser descartado.  (USDA)
 

 

 

Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.165

 Brasil e Argentina firmam entendimento para cooperação no setor agropecuário 
Os dois países aprovaram modelos de certificados para a exportação de produtos 

Representantes do Brasil e da Argentina firmaram nesta semana um entendimento para a diversificação da pauta agropecuária entre os dois países. Na reunião bilateral, realizada em Brasília, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) reiteraram a disposição de trabalhar conjuntamente de forma estreita e coordenada, tanto no âmbito bilateral quanto nos foros regionais e multilaterais.

Entre os temas acordados está a aprovação pela Argentina do modelo de Certificado Sanitário Internacional (SCI) para exportação de carne de rã do Brasil para o país vizinho. Também foi aprovado o modelo de Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) para a exportação de sêmen suíno do Brasil para a Argentina.

Por outro lado, o Brasil aprovou o modelo de CZI proposto pelos argentinos para a importação de bovinos reprodutores da Argentina. “Brasil e Argentina comprometem-se, no espírito de sua relação amistosa e prioritária no campo agrícola, a envidarem todos os esforços para que eventuais pendências sejam resolvidas com a máxima celeridade”, diz a ata da reunião, que tem 29 pontos. 

Os dois países acordaram que será enviada uma missão do Brasil para a Argentina até o dia 10 de julho para realizar auditorias de manutenção para carne bovina, lácteos e pescado. No mesmo prazo, a Argentina deverá enviar uma missão para o Brasil para auditar produtos cárneos bovinos e fazer visita in loco sobre compartimentação na área de aves e sobre escaravelho das colmeias. 

A reunião foi copresidida pelos secretários de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Ribeiro, e da Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, pelo lado brasileiro; e pelo presidente do Senasa, Carlos Alberto Paz, pelo lado argentino. Em janeiro, a ministra Tereza Cristina e o ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Luis Eugenio Basterra, se encontraram em Berlim, quando acertaram os principais pontos do entendimento.

"Acordamos colocar na mesa vários temas que há anos estavam na nossa pauta, mas que não destravavam. As equipes técnicas fizeram reuniões e avançamos muito nos temas de interesse dos dois países, inclusive na diversificação da nossa pauta", disse a ministra. (MAPA)

Receita Estadual inicia apuração assistida para simplificar obrigações dos contribuintes
A Receita Estadual, em parceria com a Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs), está iniciando um importante avanço rumo à simplificação no cumprimento das obrigações acessórias dos contribuintes. Trata-se do lançamento da Apuração Assistida, que visa calcular o ICMS mensal devido a partir das informações prestadas nos documentos fiscais eletrônicos. Em um primeiro momento, já estão disponíveis consultas ao resumo sumarizado das operações de saída dos contribuintes da categoria Geral registradas em Notas Fiscais de Consumidor Eletrônicas (NFC-e). 
Com o objetivo de entregar ao contribuinte a chamada Obrigação Fiscal Única, a Apuração Assistida irá sucessivamente incorporar outros documentos eletrônicos. Assim, a ideia é restringir gradualmente as obrigações acessórias dos contribuintes a apenas emitir o documento fiscal da operação ou prestação, deixando todo o resto para o fisco. Entre os benefícios esperados estão a melhoria do ambiente de negócios e a redução da burocracia e do custo tanto para os contribuintes quanto para o estado, aumentando também a segurança jurídica da relação. A medida é uma das 30 iniciativas previstas no Receita 2030, uma agenda propositiva que busca a modernização da administração tributária gaúcha. 

Em breve, além da consulta já disponibilizada, a Receita Estadual irá definir critérios para a dispensa da escrituração das NFC-e na Escrituração Fiscal Digital ICMS/IPI (EFD ICMS/IPI), obtendo resultados práticos de simplificação para os contribuintes. Os efeitos deverão ser mais revelantes do que a simples substituição da Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA) pela EFD ICMS/IPI, pois irão permitir a simplificação de todo o processo, com mais segurança jurídica para as partes e garantindo a conformidade na apuração do ICMS, a partir da manutenção de uma única fonte de informação. Nesse sentido, a Receita Estadual do Rio Grande do Sul é pioneira no País, visto que propôs nacionalmente a alteração do Ajuste SINIEF 02/2009, que trata da EFD ICMS/IPI, prevendo a possibilidade de dispensa da escrituração.
 
Como realizar a consulta: A consulta está disponível aos contribuintes do ICMS da categoria Geral na área logada do e-CAC. No local, é apresentado o resumo mensal das operações, no formato do Anexo V da GIA do RS e também dos seus Anexos V.A, V.B e V.C.
 
Receita 2030: A agenda Receita 2030 consiste em 30 iniciativas propostas pela Receita Estadual para modernizar a administração tributária gaúcha. Os principais focos são promover a transformação digital do fisco, a simplificação extrema das obrigações dos contribuintes, a melhoria do ambiente de negócios, o desenvolvimento econômico e a otimização das receitas estaduais. Uma das medidas estabelecidas é a Obrigação Fiscal Única. (Ascom Fazenda)
  

Fux atende governo e adia mais uma vez julgamento da tabela do frete
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, relator de três ações que questionam a constitucionalidade da tabela do frete, adiou o julgamento no plenário, previsto para a semana que vem, e marcou uma audiência de conciliação entre empresas e caminhoneiros para o dia 10 de março.

Fux atendeu nesta quinta-feira (13) a um pedido do advogado-geral da União, André Mendonça, que foi protocolado no STF nesta quarta (12). O julgamento não tem nova data. 
"O advogado-geral da União requer a designação de audiência, como última tentativa de buscar-se a conciliação no âmbito desta Suprema Corte, seguindo na linha das providências que já vem adotando esse ministro relator no sentido de priorizar '(...) as vias amigáveis de diálogo para a solução das questões sociais subjacentes ao julgamento da causa'", escreveu Mendonça. 
"Defiro o requerimento formulado pelo advogado-geral da União para retirar este feito e os conexos da pauta de julgamentos, bem como para designar audiência com as partes interessadas para o dia 10 de março de 2020, às 12h, no gabinete deste relator", decidiu Fux. 
É a segunda vez que o ministro adia o julgamento das ações. Elas chegaram a entrar na pauta do plenário do STF em setembro do ano passado e, na ocasião, também tiveram sua análise suspensa para se tentar uma conciliação entre as partes. 
Já foram realizadas uma audiência de conciliação, sem sucesso, e uma audiência pública no Supremo para debater o tema.
A tabela do frete, que instituiu preços mínimos para o transporte rodoviário de cargas, foi criada em 2018, no governo Michel Temer (MDB), como resposta a um pleito dos caminhoneiros que estavam em greve. 
As ADIs (ações diretas de inconstitucionalidade) contrárias à tabela foram ajuizadas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), pela ATR Brasil (Associação do Transporte Rodoviário de Carga do Brasil) e pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). 
A CNI pleiteava que o julgamento da semana que vem fosse mantido. O advogado Marcus Vinicius Furtado Coêlho, que representa a entidade, disse que "o tabelamento é uma intervenção do Estado na economia, uma prática que não se coaduna com a livre iniciativa, ferindo um princípio constitucional". 
Para o advogado, "outras medidas poderiam ser tomadas com mais eficiência, como isenção fiscal e incentivos ao setor de transporte". 
Em fevereiro de 2019, um órgão do Ministério da Economia do governo Jair Bolsonaro (sem partido) pediu ao Supremo para ignorar o posicionamento anterior do governo Temer sobre o movimento dos caminhoneiros. 
Temer havia afirmado ao tribunal que o movimento conspirou contra o bem-estar social, abusou do direito de greve, coagiu o governo federal, feriu a livre concorrência e institucionalizou um cartel (combinação de preços). 
Quando ainda era pré-candidato à Presidência, na época em que as estradas foram bloqueadas, Bolsonaro deu apoio aos caminhoneiros e prometeu revogar eventuais multas se fosse eleito. Depois, passou a criticar os bloqueios quando o efeito do desabastecimento em centros urbanos recrudesceu. 
Em abril de 2019, Bolsonaro interferiu na política de preço do diesel. Na ocasião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o presidente agiu ouvindo a voz das ruas.
"Uma greve [de caminhoneiros] traz problema de abastecimento, pode frear o Brasil todo, pode fazer o PIB cair mais 3%, 4%. Ele [Bolsonaro] demonstrou que está com o ouvido na pista, está ouvindo a turma, está ouvindo o barulho." (Zero Hora)
 
No Brasil, a receita da Nestlé cresceu 5,1% em 20
A receita da Nestlé no Brasil, seu quarto maior mercado no mundo, foi de R$ 14,5 bilhões no ano passado, segundo cálculos do Valor Data, que usou a taxa média de câmbio informada pela companhia em seu relatório financeiro divulgado hoje. Esse montante mostra um aumento de 5,1% em relação à receita registrada em 2018, quando a empresa faturou R$ 13,8 bilhões no mercado brasileiro. O resultado no país foi apoiado por fortes vendas de produtos lácteos, nutrição infantil e chocolate Kit Kat, informou a Nestlé. Em francos suíços, houve queda de 0,98% na receita do ano passado no Brasil, em relação a 2018. Globalmente, a Nestlé teve um crescimento de 1,2% em 2019, com faturamento de 92,5 bilhões de francos suíços. O lucro líquido aumentou 24,4%, para 12,6 bilhões de francos suíços. Este resultado teve o impacto positivo da venda da Nestlé Skin Health. O fluxo de caixa cresceu 10,9%, para 11,9 bilhões de francos suíços. A dívida líquida encolheu, de 30,3 bilhões de francos suíços em 2018 para 27,1 bilhões no ano passado. Sobre a epidemia provocada pelo Covid 19 no mercado da “Grande China”, o segundo maior da Nestlé, o CEO Mark Schneider disse que ainda é muito cedo para quantificar seu impacto financeiro. Afirmou que está reforçando as medidas de segurança para seus funcionários na China, epicentro da doença, e que trabalha para que seja mantido o abastecimento de produtos de nutrição e bebidas da Nestlé no país, em especial para os mais jovens e os mais idosos. (Valor Econômico)
 

 

Porto Alegre, 13 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.164

 Leite e deputados apresentam à ministra Tereza Cristina demandas do agronegócio para atenuar estiagem
 
Governador Leite, acompanhado do secretário Covatti Filho, detalhou para a ministra Tereza Cristina as perdas no campo
Foto: Rodger Timm / Palácio Piratini
 
O governador Eduardo Leite se reuniu, na tarde desta quarta-feira (12/2), em Brasília, com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Considerando que mais de cem municípios gaúchos foram afetados pela falta de chuva no Estado, Leite, ao lado do secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, e de deputados federais e estaduais gaúchos, expôs as principais demandas do setor. A ministra se comprometeu a avaliar o assunto.
 
Em janeiro, o governador recebeu um documento assinado pelas principais entidades do agronegócio no Rio Grande do Sul. Entre as dez demandas, as duas principais são a prorrogação, em pelo menos 120 dias, das dívidas dos produtores rurais que tenham origem no crédito rural e a prorrogação das parcelas de todos os contratos de investimentos, inclusive os do âmbito do PSI, que vencem em 2020, para um ano após a última parcela.
 
Depois de receber as demandas, o governador havia se comprometido a procurar o governo federal para tratar do assunto. Após a reunião, a ministra prometeu falar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para analisar o que é possível viabilizar aos municípios. O presidente da Assembleia, deputado Ernani Polo, participou na reunião no Ministério da Agricultura.
 
O boletim mais recente da Defesa Civil estadual aponta 115 municípios prejudicados pela falta de chuva no Estado. Desses, 107 decretaram situação de emergência, dos quais sete já foram reconhecidos e 13 foram homologados.
 
A Defesa Civil distribuiu reservatórios móveis para as comunidades mais afetadas pela estiagem. No total, 23 cidades já foram beneficiadas com o empréstimo de 36 unidades de viniliq pipa, com capacidade de 4,5 mil litros cada. De acordo com a previsão meteorológica, a estiagem deve se prolongar ao longo deste fevereiro, com retorno da chuva a partir de março.
 
Ministra prometeu falar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para ver o que é possível viabilizar aos municípios 
Foto: Rodger Timm / Palácio Piratini
 
Demandas do setor agropecuário:
1. Prorrogação de todas as dívidas dos produtores rurais que tenham origem no crédito rural pelo prazo de 120 dias, tempo que se entende hábil para busca de soluções definitivas para os prejuízos decorrentes da estiagem;
 
2. Prorrogação das parcelas de todos os contratos de investimentos, inclusive os do âmbito do PSI, vincendas em 2020, para um ano após a última parcela, que hoje consta nestes contratos;
 
3. Repactuar em até dez anos os valores do crédito agropecuário, mantendo os encargos contratuais;
 
4. Criar linhas de crédito, dentro do Manual do Crédito Rural, para as cooperativas, empresas e fornecedores, que permitam às mesmas repactuarem as dívidas dos produtores rurais atingidos pela estiagem;
 
5. Criação de uma linha de crédito emergencial para agricultores familiares com teto máximo de R$ 20 mil, com prazo de cinco anos, sem taxas de juros. O crédito tem por objetivo a manutenção do capital de giro, principalmente para aqueles produtores que utilizaram os recursos próprios ou, ainda, para aqueles que fazem a compra e negociação direta nas casas de insumos agropecuários;
 
6. Ampliação do zoneamento do plantio da soja para 31 de janeiro e do milho para 29 de fevereiro, com intuito de aumentar a janela de plantio, viabilizando o amparo do crédito oficial para o plantio mais tardio das culturas;
 
7. Aumento da cota em 50% por animal e 50% por limite de DAP do milho de balcão Conab, como forma de suplementação da dieta da pecuária e ampliação dos locais de distribuição;
 
8. Antecipação dos pedidos do Programa Troca-troca de forrageiras e, também, o aumento do valor por beneficiário de R$ 300 para R$ 500. O objetivo é antecipar o plantio e ampliar a disponibilidade das forrageiras de inverno para a pecuária;
 
9. Rebate ou prorrogação nos pagamentos do Programa Troca-troca, para amenizar o endividamento dos agricultores afetados pela estiagem;
 
10. Apoio estadual e federal de assistência social para agricultores familiares e trabalhadores de baixa renda não segurados, que não têm acesso ao crédito rural e que dependam exclusivamente da agricultura de subsistência.
 
Demandas assinadas pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro). (SEAPDR)
 
 
Após aprovação do Mapa, secretaria da Agricultura irá antecipar para março a vacinação contra aftosa
 
Secretário Covatti Filho e governador Leite entregaram reivindicações para a ministra Tereza Cristina em Brasília
Foto: Rodger Timm / Palácio Piratini
 
O Rio Grande do Sul vai antecipar a vacinação do rebanho bovino e bubalino contra a febre aftosa. O aval foi dado pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, durante reunião com o governador Eduardo Leite, o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, e parlamentares federais e estaduais, além de representantes do setor produtivo rural, na quarta-feira (12/2), em Brasília.
 
A antecipação faz parte da estratégia do Estado para ser declarado pelo Mapa como livre de aftosa sem vacinação, a fim de obter, num segundo momento, o reconhecimento internacional dessa condição pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
 
Conforme o secretário Covatti Filho, a vacinação do rebanho será feita na primeira quinzena de março – em outros anos ocorria em etapas em maio e novembro. “Também estamos fazendo uma série de seminários regionais em todo o Estado para expor aos produtores e entidades os resultados da auditoria que o Ministério da Agricultura fez na nossa defesa agropecuária. Em conjunto com as entidades da nossa agropecuária, vamos tomar a decisão se queremos ou não mudar o status sanitário do Estado”, afirmou o secretário.
 
Clique aqui para acessar o calendário dos seminários regionais. 
 
Conforme Covatti Filho, a definição do dia para o início da campanha contra aftosa no Estado depende da disponibilidade dos laboratórios que produzem a vacina. Durante a reunião, o governador também pediu apoio da ministra aos produtores atingidos pela seca iniciada no RS no final de 2019. Na audiência, Tereza Cristina recebeu a pauta de reivindicação do setor produtivo e dos municípios para atenuar os prejuízos provocados pela estiagem. (SEAPDR)
 
 
CNA: produtor pode contratar linha de crédito para quitar dívidas
 
A equalização dos juros para as operações previstas na Resolução 4.755/2019, do Conselho Monetário Nacional (CMN), permitirá que produtores rurais procurem o Banco do Brasil ou bancos operadores de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para solicitar a contratação de linha de crédito para quitar dívidas de operações de crédito rural contraídas até 28 de dezembro de 2017. A informação é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que destaca a publicação da medida na segunda-feira, 10, no Diário Oficial da União.
 
Fernanda Schwantes, assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), explica que embora a Resolução 4.755 tenha sido publicada em 2019, passou a valer somente agora com a autorização da equalização dos juros pelo Tesouro Nacional.
 
A Resolução 4.755/2019 traz as condições para produtores e cooperativas contratarem recursos novos nas instituições financeiras para liquidar integralmente passivos antigos. Esta modalidade de renegociação é chamada de composição de dívidas decorrentes de operações de crédito rural.
 
"Como o Tesouro ainda não havia autorizado essa renegociação porque uma parte dos juros é equalizada pelo Tesouro, as instituições financeiras, na prática, não conseguiam fazer a composição de dívidas para o produtor. Mas a partir de agora o produtor pode procurar o Banco do Brasil ou as instituições que operam com recursos do BNDES nas condições previstas na resolução", afirmou Fernanda.
 
Conforme a CNA, pela norma, o limite de crédito por produtor ou cooperativa é de R$ 3 milhões, com juros de 8% ao ano e prazo de reembolso de até 12 anos, com até 3 de carência. (Revista Globo Rural)
Sindilat participa de simpósio na 5ª ExpoCasca
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, vai participar da programação da 5ª ExpoCasca, no próximo sábado (15). Guerra é convidado para o Simpósio “As potencialidades da proteína gaúcha – mercado e tendências”, que acontece a partir das 14h no parque Municipal Arcido Perin, em Casca/RS. O convite foi feito pelo presidente da exposição, Gustavo Baccin, e pelo prefeito Domingos Kujawa. A 5ª edição da ExpoCasca acontece neste fim de semana, dias 14, 15 e 16 de fevereiro e tem como slogan ‘Unindo o campo e a cidade’, e promoção da ACIC - Associação Comercial, Industrial, Serviços, Agropecuária e Cultural de Casca com apoio da Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores. Entre as atrações estão mostra pecuária, parque infantil, praça de alimentação, apresentação de talentos, gastronomia típica, artesanato e agroindústria, além de shows. Durante o evento também será realizada uma rodada de negócios, o 2º Fórum de Desenvolvimento Regional e o Fórum do Agronegócio. A abertura oficial da Feira será na sexta-feira, dia 14 de fevereiro, às 17 horas. (Assessoria de imprensa Sindilat)

 

 
 

Porto Alegre, 12 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.163

Mapa abre consulta pública para criar regulamento técnico do soro de leite
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou na última quinta-feira (6) a Portaria 26 da Secretaria de Defesa Agropecuária, que abre consulta pública por 60 dias para criação do Regulamento Técnico sobre a identidade e requisitos mínimos de qualidade para o soro de leite e o soro de leite ácido, nas formas líquida, concentrada e em pó.

O soro de leite é o líquido residual obtido após a coagulação do leite na fabricação de queijos, caseína e outros produtos. Durante anos, o soro de leite foi considerado um subproduto, sendo descartado pelas indústrias de laticínios junto às águas residuais ou destinado à alimentação animal. No entanto, o descarte tornou-se indesejável, já que o produto possui grande potencial poluidor. 

Como se trata de um produto com elevado valor nutricional, o soro de leite tornou-se um produto valorizado pela indústria alimentícia e o estabelecimento de padrões de identidade e qualidade proporciona a padronização de sua fabricação, com respeito aos padrões microbiológicos e físico-químicos. Essa previsibilidade traz benefícios ao produtor, que vai saber exatamente os parâmetros que serão exigidos pela fiscalização, além de garantir a segurança alimentar ao consumidor. Também deverá agilizar os procedimentos administrativos para aprovação do produto junto ao Ministério. (Mapa)

PIB-Agro/CEPEA: Ramo pecuário cresce e mantém elevação do PIB
Segundo cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e com a Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz), o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 2,36% de janeiro a novembro de 2019. Em novembro, especificamente, a alta foi de 1,27%, o segundo mês consecutivo de elevação. Pesquisadores afirmam que a elevação no ano continua sendo sustentada pelo forte crescimento de 17,19% do ramo pecuário no acumulado de 2019 (de janeiro a novembro), visto que o ramo agrícola se manteve em queda, de 3,06%.  
 
O ramo pecuário continuou crescendo significativamente em todos os segmentos. Os principais motivos continuam sendo a ocorrência de casos de PSA (Peste Suína Africana) nos países asiáticos e a elevação das compras chinesas de carnes suína, bovina e de aves, que favorecem as exportações brasileiras. Ademais, especificamente em novembro, o aumento dos preços pecuários foi reforçado pela melhora sazonal da demanda interna. 
No ramo agrícola, mesmo com a melhora do PIB da agroindústria desde outubro, os resultados continuam pressionados pela forte queda dentro da porteira. Vale destacar que essa baixa não decorre de um desempenho pouco satisfatório dos agentes do agronegócio – em média, em 2019, espera-se expansão de 1,82% do volume produzido frente a 2018. No ano passado, o volume produzido já havia crescido 1%, depois de ter aumentado expressivos 14,1% em 2017.  A baixa no PIB do segmento na parcial de 2019 reflete, então, uma combinação de queda de preços com maiores custos de produção, que pressionam a renda. (Cepea)
 

Avaliando os atuais desafios das exportações de laticínios dos EUA para a China
Novo comportamento do consumidor, acordos comerciais prolongados e o disseminado coronavírus estão afetando a economia da China. Onde os lácteos dos EUA se encaixam neste cenário?

 
No fórum da Associação Internacional de Alimentos Lácteos (IDFA), na semana passada, o crescente e volátil mercado chinês foi um tema quente entre os líderes da indústria. Após o novo acordo de fase um entre a China e os EUA, os envolvidos na cadeia láctea estão examinando o que está por vir em 2020. 
De acordo com Mary Ledman, estrategista global do setor de lácteos do Rabobank, 2019 foi um ano de forte consumo de laticínios na China. Ela estima que a produção chinesa de leite tenha crescido entre 2% e 3% no ano passado, enquanto as importações de leite em pó integral e leite em pó desnatado crescem constantemente. 
Ledman prevê um grande estoque de produtos lácteos nos EUA em 2020. Isso retardará as exportações para a China, juntamente com outras 'disrupções' — o coronavírus mortal que lá se originou está afetando a economia do país em muitos níveis. 
As regras de isolamento em muitas partes da China fazem com que as pessoas fiquem confinadas em casa, com voos restritos e outros transportes e agendas de trabalho prejudicados. Antes do surto, Ledman e Rabobank fizeram previsões sobre o acordo comercial da primeira fase, que traria alguma estabilidade à economia chinesa. 
Houve uma desaceleração econômica geral na China durante a incerteza da guerra comercial, mas era esperado que o acordo de primeira fase revivesse as coisas. No acordo, a China se comprometeu a comprar US$ 200 bilhões em produtos agrícolas americanos, o que pode ser difícil enquanto o coronavírus está se espalhando. 
Mas Mekala Krishnan, membro sênior do McKinsey Global Institute, acredita que as lutas comerciais globais são um pouco mais profundas. Ela disse que a principal retórica tem sido sobre a tensão comercial entre EUA e China e o Brexit. Mas o que está sendo esquecido são as "mudanças estruturais mais longas que estão ocorrendo no mundo do comércio e da globalização". 
Krishnan observou que entre meados da década de 90 e meados da década de 2000, houve um aumento no comércio global. Mas, desde então, essa situação vem se revertendo e, na média, menos está sendo comercializado do que produzido nos países. 
A China é um grande motivo para essa reversão, disse Krishnan. A maior parte produzida no País não está sendo enviada para além das fronteiras, mas consumida internamente, levando à “ascensão do consumidor chinês.” No caso dos laticínios, Krishnan disse que isso significa que o consumidor chinês está se tornando mais importante e fazendo com que os lácteos dos EUA concorram com os produtores locais. 
"Como resultado, vimos empresas de diversos setores pensando nos consumidores de maneiras diferentes. Há uma onda de empresas globais pensando em como localizar suas ofertas, em como manter uma presença global, mas também em produtos e serviços personalizados para o público local”, disse Krishnan. 
Mais consumidores estão exigindo produtos específicos e é difícil encontrar um bom equilíbrio e alcançar isso no setor de lácteos. As cadeias de suprimentos também estão melhorando na China, buscando produtos e agregando valor, em vez de importar ingredientes, como laticínios, de outros países. 
Embora o PIB da China seja quase igual ao dos EUA, está crescendo muito mais rápido e tem recursos para sustentar a taxa de sucesso. Jovens entre 20 e 35 anos estão impulsionando esse crescimento. 
A população da geração Z da China nasceu durante o boom econômico do país e cada vez mais deseja características 'intangíveis' associados a um produto, ao tomar decisões de compra. Esse cenário atual exige uma a segmentação dos consumidores com mais cuidado do que nunca. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 
Perdas na safra de soja podem chegar a 6% da produção do Estado
A semana deve ser decisiva para a cultura da soja no Rio Grande do Sul. Com várias regiões produtoreas sem chuvas fortes há cerca de 20 dias, e com a oleaginosa em estágio crítico de desenvolvimento, a falta de precipicitações pode aumentar muito os prejuízos nas lavouras de soja. A Conab prevê uma perda de 5,9% na produção do Rio Grande do Sul (Jornal do Comércio)

 

Porto Alegre, 11 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.162

 Confiança no campo nunca foi tão grande
O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) voltou a aumentar no quarto trimestre do ano passado e alcançou um novo recorde.

Segundo levantamento recém-concluído, o indicador encerrou o período em 123,8 pontos, 8,8 pontos a mais que no terceiro trimestre. A escala do IC Agro vai de zero a 200, e 100 é o ponto neutro. O resultado é dimensionado a partir de 1,5 mil entrevistas (645 válidas) com agricultores e pecuaristas de todo o país. Cerca de 50 indústrias também são ouvidas.


 
Os números demonstram alinhamento entre as expectativas geradas e a agenda prioritária do Executivo e do Legislativo. Mesmo que as reformas não tenham avançado tanto quanto esperado, os principais indicadores econômicos mostravam ao fim do ano sinais de uma recuperação mais consistente”, dizem Fiesp e OCB.

Também no fim de 2019, destacam as entidades, houve alta de preços de commodities em meio à expectativa de arrefecimento das disputas comerciais entre EUA e China, o que colaborou para manter o otimismo do setor em alta.

Nesse contexto, o subíndice que mede a confiança dos produtores agropecuários, que colhem uma nova safra robusta de grãos e têm boas perspectivas para as vendas de carnes, subiu 16 pontos, para o recorde de 126,2 pontos, e o que capta as expectativas das agroindústrias avançou 3,5 pontos, para 122,2 pontos, também o melhor resultado. (Valor Econômico)

RS: Senar dá assistência técnica e gerencial gratuita a mais de 3 mil produtores
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) vai oferecer Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) gratuita a 3.210 produtores rurais do Rio Grande do Sul. O lançamento aconteceu na segunda (10), no Sindicato Rural de Camaquã, a 130 km de Porto Alegre.
 
Durante dois anos, os técnicos de campo farão visitas mensais às propriedades de bovinocultura de corte, na região de Camaquã; bovinocultura de leite, em Bento Gonçalves; ovinocultura de corte, em Pedras Altas, e agricultura anual (grãos), no município de Manoel Viana. 
O acompanhamento técnico ocorre com foco no diagnóstico produtivo individualizado, planejamento estratégico, adequação tecnológica, capacitação profissional e avaliação sistemática dos indicadores produtivos. 
Durante o evento de lançamento, o diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, destacou o envolvimento do Senar/RS em oferecer soluções ao agronegócio brasileiro. 
“As soluções apresentadas por nossa instituição beneficia os produtores rurais de todas as regiões brasileiras. O lançamento da Assistência Técnica e Gerencial do Senar no Rio Grande do Sul é mais uma demonstração de que o Senar, as administrações regionais e as federações estão atuando de maneira integrada”, destacou. 
O objetivo da ATeG do Senar é oferecer transferência de tecnologia e melhores práticas de gestão. “Isso vai garantir que os técnicos recomendem a tecnologia adequada para cada propriedade com o intuito de melhorar a renda do produtor, pois nem sempre a tecnologia mais avançada é a mais adequada para a propriedade”, disse Carrara. 
Em todas as regiões do Brasil, a ATeG do Senar já beneficiou mais de 116 mil propriedades rurais de 21 atividades agropecuárias com foco no aumento da produtividade, gerenciamento dos custos e melhoria de renda dos produtores rurais.
Segundo o presidente do Sistema Farsul/Senar-RS, Gedeão Pereira, a ATeG pode contribuir para aumentar a eficiência da agropecuária brasileira. 
“Há cerca de 40 anos, o Brasil era importador de alimentos. Hoje o cenário é bem diferente e somos um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. Portanto, a assistência técnica e gerencial oferece recursos para que o produtor saiba como aumentar a produtividade e gerenciar todas as atividades da propriedade”, afirmou. 
Segundo o superintendente do Senar/RS, Eduardo Condorelli, existe potencial para alcançar até 10 mil produtores rurais no Rio Grande do Sul ainda neste ano, incluindo novos segmentos produtivos. 
“A produção assistida vai ajudar o produtor a realizar o manejo de forma adequada por meio dos dados técnicos produtivos e econômicos da propriedade. Quando os ajustes no manejo não forem suficientes, os técnicos também farão a análise dos melhores investimentos e adequações tecnológicas para cada propriedade”, observou. 
Após o lançamento da ATeG, no Sindicato Rural de Camaquã, a comitiva seguiu para a Granja Cariola para a primeira visita da equipe do Senar. 
A propriedade tem área de 2 mil hectares e se dedica à produção de soja, arroz e pecuária de corte com 700 animais. O atendimento da ATeG será focado na bovinocultura de corte.  
“Possuímos alguns indicadores, mas falta saber, por exemplo, o valor do custo de quilo por terneiro. A gente vai aproveitar o conhecimento que o Senar oferece, por meio de seus técnicos, para ter maior renda na propriedade e ter o controle para cada atividade da propriedade”, destacou Celso Bartz, um dos proprietários da Granja Cariola. 
O evento de lançamento também contou com a presença de representantes do Conselho de Administração do Senar/RS; do secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, de representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG-RS) e de produtores rurais da região. (Senar/RS)
 
 
 
IFCN – Maiores empresas produtoras de leite do mundo
Top 10 IFCN – De acordo com a última pesquisa da International Farm Comparison Network (IFCN), A Arábia Saudita e a China possuem as maiores empresas produtoras de leite do mundo. 
A China ocupa cinco, das primeiras dez posições da lista, enquanto que as outras companhias estão localizadas na Arábia Saudita, Rússia e Estados Unidos. Essas 10 empresas, com várias fazendas de leite, juntas, produziram 1,1% do leite mundial em 2018. 
Almarai a maior “fazenda de leite” por volume: Almarai é da Arábia Saudita produz 1,37 milhões de toneladas de leite por ano. Esse volume é similar à produção de leite da Indonésia ou Noruega. A Almarai tem mais de 100.000 vacas leiteiras.
 
Modern Dairy detém a maior “fazenda de leite” por número de vacas: eA Modern Dairy está localizada na China, tem o maior rebanho leiteiro do mundo, com 134.315 vacas de leite. Ela registrou a produção de 1,28 milhões de toneladas de leite em 2018. Essa companhia gerencia seus rebanhos em 26 localidades espalhadas por sete províncias diferentes.
 
Almarai, Mengniu e Yili as três maiores produtoras de leite.
As fazendas chinesas são, em geral, subsidiárias de grandes indústrias de processamento ou possuem parcerias estratégicas com elas de forma a assegurar o suprimento de leite na cadeia e estabelecer sinergias entre ambos, produtores e processadores de leite. Com base nessa classificação, a IFCN classifica como as três maiores produtoras as companhias Almarai, Mengniu e Yili.
 
O modelo dos EUA é de propriedades familiares
As três fazendas norte-americanas foram desenvolvidas através de gerações a partir de uma única fazenda de leite. Atualmente elas têm um grande número de fazendas leiteiras e diferentes estados. Essas fazendas, em muitos casos, são administradas por diferentes membros da família.
 
EkoNiva a fazenda de leite que mais cresce no mundo
A Ekoniva é a maior produtora de leite na Europa e é a que tem o maior crescimento dentro desta lista. Eles esperam superar 1 milhão de toneladas de leite em 2020.
 
Grandes ou pequenas fazendas de leite: a rede IFCN de pesquisadores de sistemas de fazendas de leite em mais de 50 países mostra que grandes fazendas superam pequenas em vários aspectos de sustentabilidade (meio ambiente, social e econômicos), conforme o IFCN Dairy Report 2019.
 
Método: A pesquisa conduzida pela IFCN Dairy Research Network tem como objetivo entender melhor o mundo dos lácteos. Os dados são baseados em relatórios anuais, e informações públicas disponíveis e estimativas de analistas. A IFCN agradece qualquer feedback para melhorar essa análise. (FAO)
 
Uruguai – o faturamento com a exportação de lácteos cresceu em janeiro
Exportações/UR – As exportações uruguaias de lácteos no primeiro mês de 2020, geraram US$ 58,9 milhões em divisas, cifra que representa 15% de incremento em relação ao mesmo mês do ano anterior. O leite em pó integral, principal produto de exportação da cadeia láctea uruguaia, correspondeu a 13 mil toneladas, ao preço de US$ 41,2 milhões. O valor médio foi de US$ 3.179/tonelada. Segundo o Instituto Nacional do Leite (Inale) o faturamento subiu 27%, o volume 16%, e o preço do produto 10%. O leite em pó desnatado faturou US$ 3,5 milhões, embarcando 1,3 mil toneladas, e o preço médio foi de US$ 2.763/tonelada. Neste caso, os aumentos foram 36% em valor, 4% em volume e 30% em volume, quando comparados com janeiro de 2019. No caso dos queijos, a exportação apresentou faturamento de US$ 10 milhões com a venda de 2,6 mil toneladas, registrando um preço médio por tonelada de US$ 3.784. O faturamento subiu 21%, o volume 32% e o preço caiu 8%. Finalmente, para a manteiga, outro dos itens de destaque para exportação do Uruguai, geralmente para a Rússia, o principal mercado, foram enviadas 0,2 mil toneladas, ao preço médio de US$ 4.602 a tonelada. O faturamento caiu 83%, o volume 83% e o preço subiu 2%, segundo os dados do Inale. É uma boa notícia para o setor leiteiro, que ainda arrasta um endividamento importante, e muitas zonas passam por problemas climáticos (seca) e o preço do leite ao produtor não consegue fechar as contas, porque os custos subiram em dólares e continuam complicando a equação financeiras nas fazendas. (El País Rural)