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18/01/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 18 de janeiro de 2024                                                        Ano 18 - N° 4.068


UE é solicitada a concluir as negociações comerciais do Mercosul

Um total de 23 entidades comerciais solicitou a rápida aprovação do acordo de livre comércio UE-Mercosul, que facilitará a exportação de produtos agroalimentares da UE, incluindo os principais produtos lácteos, para a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e vice-versa.

De vinhos a queijos, muitos produtos agroalimentares europeus atualmente enfrentam tarifas elevadas quando exportados para países do Mercosul, o que faz com que os produtores da UE e do Mercosul percam oportunidades comerciais. O acordo, cujos termos foram acordados em 2019, ainda não foi ratificado, no entanto, depois que uma resistência de sindicatos, ONGs e grupos ambientais fez com que o Parlamento Europeu fizesse uma "pausa" na aprovação final, em vez de aprovar uma resolução de que o TLC "não pode ser ratificado como está".

Mais recentemente, em dezembro de 2023, foi preparado o cenário para que a UE e os quatro países do Mercosul assinassem o TLC no Rio de Janeiro, mas o presidente francês Emmanuel Macron declarou que o acordo não oferecia salvaguardas ambientais suficientes, especificamente em relação ao desmatamento e à sustentabilidade.

O acordo gerou polêmica ao longo dos anos, inclusive por parte do Ombudsman Europeu, que criticou a Comissão por não ter concluído uma avaliação de sustentabilidade.

As eurodeputadas verdes Saskia Bricmont e Anna Cavezzini escreveram recentemente um artigo de opinião sobre por que o acordo seria "um retrocesso para as pessoas e o planeta", explicando que o acordo "aumentaria o desmatamento e a destruição de alguns dos ecossistemas mais singulares e cruciais do nosso planeta, como a Amazônia".

As oportunidades de comércio para os exportadores da UE e do Mercosul são significativas, pois isso levaria à liberalização do mercado para muitos dos principais produtos agroalimentares da UE. O comércio de bebidas alcoólicas, por exemplo, gera 180 milhões de euros (US$ 195 milhões) por meio do comércio existente, mas os produtos estão sujeitos a tarifas de 20 a 35%. Se o TLC entrar em vigor, produtos como azeite de oliva, vinho e chocolates serão isentos de cotas e tarifas.

Os produtores de lácteos europeus que exportam queijo, leite em pó e fórmulas infantis - que atualmente enfrentam tarifas de 28% para queijo e leite em pó e 18% para fórmulas - estarão sujeitos a cotas de direito zero, o que facilitaria significativamente o comércio com os quatro membros do Mercosul.

A carta aberta, endereçada aos presidentes do Parlamento Europeu, do Conselho Europeu e da Comissão Europeia e assinada por entidades como The European Dairy Association, spiritsEUROPE, CAOBISCO e 19, afirma que o acordo reduziria a burocracia e abriria o mercado do Mercosul, com mais de 270 milhões de consumidores, aos produtores da UE.

"É importante reconhecer as enormes oportunidades que o acordo oferece, o que ajudará a manter uma forte estrutura industrial na UE, inclusive nas áreas rurais, e, assim, salvaguardar os empregos e o bem-estar de milhões de cidadãos europeus", diz a carta.

"Dado que a UE não possui reservas substanciais de matérias-primas essenciais necessárias para a transição verde e digital e o fato de que uma proporção substancial do crescimento global deverá vir de fora da UE na próxima década, nossas indústrias precisam de mercados de exportação abertos para vender bens e serviços europeus e adquirir matérias-primas a preços competitivos. O acordo é, portanto, um imperativo econômico, social e geopolítico."

Os signatários acrescentam que o acordo oferece "um incentivo muito forte e as ferramentas certas para a colaboração, a fim de manter as promessas de desenvolvimento sustentável da região, incluindo a interrupção do desmatamento ilegal" e pedem aos líderes políticos que ratifiquem o TLC "sem mais demora".

As organizações comerciais que apoiam a rápida ratificação também destacam a importância geopolítica do acordo, que muitos analistas acreditam que poderia ajudar a promover laços ainda mais estreitos entre as empresas sul-americanas e a China, o maior parceiro comercial do Mercosul.

"A entrada em vigor do acordo UE-Mercosul impulsionará a integração de nossas economias e ajudará a diversificar nossas cadeias de valor, tanto para importações quanto para exportações", explica a carta.

"Isso é fundamental para a competitividade de nossos setores voltados para a exportação, que criam dezenas de milhões de empregos na Europa e fornecem uma contribuição essencial para a prosperidade e os padrões de vida dos cidadãos europeus. Também ajuda a promover a autonomia estratégica aberta da UE em tempos de crescentes preocupações com a segurança econômica, por meio de parcerias com países que pensam da mesma forma."
 
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


Presidente da Fedeleche: "Queremos aumentar a produção de leite no Chile"

O presidente da Federação Nacional de Produtores de Leite do Chile (Fedeleche), Marcos Winkler, analisou as condições para a produção leiteira no país, assegurando que "um ano de grandes incertezas chegou ao fim, desde questões climáticas, com setores com muita chuva e outros com muito pouca, e o mesmo no caso das temperaturas".

O líder se referiu ao fato de que, embora tenha havido fortes chuvas no verão passado, as baixas temperaturas não permitiram um bom crescimento do pasto para alimentar o gado na parte sul do país.

"De Temuco para o sul, há a maior concentração de animais, com um sistema de pastagem. Portanto, eles são muito dependentes do clima. O início do inverno foi muito bom. Depois, houve chuvas importantes que permitiram que o crescimento do pasto fosse interessante, mas depois fez muito frio. O crescimento que deveria ter ocorrido em outubro não aconteceu e não tivemos o pico da primavera", explicou ele.

Com relação ao relacionamento com o setor de processamento de leite, que é o ponto de destino da produção nos campos, Winkler observou que alguns mantiveram seus preços, enquanto outros diminuíram seu padrão de pagamento aos produtores.

Ele também destacou que, sem os incentivos necessários, "claramente os laticínios estão fechando, os produtores estão diminuindo e temos menos produção".

Apesar de tudo, o representante do sindicato disse que "queremos que a produção de leite no Chile aumente, por isso precisamos de condições para mais produção e para que novas pessoas entrem nesse negócio".

Sustentabilidade

Por outro lado, o representante do sindicato garantiu que "estamos trabalhando arduamente na sustentabilidade de nossos rebanhos. Há pessoas no mundo que acreditam que as vacas produzem gases de efeito estufa, mas nós podemos mitigar o carbono e o metano".

Nesse contexto, ele disse que, em termos de sustentabilidade, "as fazendas têm uma consciência social, gerando bons empregos, com salários adequados. O campo tem que ser rentável, que é o que todos nós estamos tentando implementar e mostrar ao mundo".

Pelo mesmo motivo, o presidente da Fedeleche ressaltou que "estamos trabalhando constantemente para demonstrar que o leite é necessário para a nutrição de crianças, jovens e adultos. Como no mundo há campanhas contra o leite, temos que usar a ciência para demonstrar que ele é bom".

Além disso, Marcos Winkler destacou que "na pandemia, todos nós nos fechamos, o que levou a um aumento no consumo de alguns produtos lácteos, o que, juntamente com os recalls e bônus, permitiu que se comprasse mais".

"Infelizmente, o fluxo de caixa acabou, os projetos e o dinheiro diminuíram, diminuindo o consumo de laticínios", disse o presidente da Fedeleche.

Nesse contexto, ele garantiu que atualmente estão trabalhando em uma nova campanha para promover o consumo de leite e seus derivados.

"Nosso foco é o consumidor final e que ele saiba que o leite é chileno. É por isso que estamos trabalhando arduamente na Lei de Rotulagem para que eles saibam que o produto é do país". Nesse contexto, o líder sindical pediu aos consumidores que escolham esses produtos "de qualidade premium em nível global e sustentável".

As informações são do La Tribuna, adaptadas pela equipe MilkPoint.

AR – A produção de leite caiu em 2023. Quais as estimativas para 2024?

Produção/AR – A produção argentina de leite em 2023 alcançou 11.326,6 milhões de litros, o que representou queda de 2% em relação a 2022, devido aos efeitos da seca, das distorções e dos aumentos de custos verificados durante o ano passado, disse o Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA).

Para 2024, a entidade projeta uma nova queda, neste caso de 2,8%, com o volume ficando ligeiramente acima de 11 bilhões de litros.

As causas da queda na produção de leite na Argentina

Segundo o trabalho do OCLA, a seca que afetou o país durante 2022 e boa parte do ano passado, junto com o aumento generalizado dos custos de produção explicam a baixa.

“2023 começou com uma seca generalizada em todas as regiões e que se manteve até o final do ano. Isto gerou falta de pastagens e forrageiras tanto em quantidade como em qualidade e teve que recorrer à compra de alimentos fora dos estabelecimentos”, diz o relatório do OCLA.

Assim, “as diferentes versões do dólar soja produziram elevações de preços dos concentrados e do arrendamento de terras. O forte processo inflacionário e a desvalorização cambial se uniram aos aspectos anteriores, potencializando de forma extraordinária os custos de produção, que não foram compensados no aumento do preço do leite ao produtor”.

Não obstante este panorama, “a produção teve uma leve queda, que analisada por estrato produtivo mostra que as unidades produtivas maiores sustentaram a produção durante todo o ano, acima da produção do ano anterior”.



Jogo Rápido

INDÚSTRIA DE ALIMENTOS BATE RECORDES E SE TORNA MAIOR GERADORA DE EMPREGOS FORMAIS E DIRETOS
O Brasil se tornou o maior exportador mundial de alimentos industrializados do mundo, em volume, com 72,1 milhões de toneladas, e ultrapassou os Estados Unidos, conforme apontam dados apurados pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). O que representa um crescimento de 11,4% em relação a 2022 e de 51,8% em relação a 2019. Além disso, o segmento gera cerca de 2 milhões de empregos formais e diretos e mais 10 milhões na cadeia produtiva. Os principais destaques, em valor, foram as proteínas animais (US$ 23,6 bilhões), açúcares (US$ 16 bilhões), farelos de soja (US$ 12,6 bilhões), óleos e gorduras (US$ 3,6 bilhões), preparados de vegetais e sucos (US$ 2,9 bilhões). Para a deputada federal Bia Kicis (PL-DF), cabe aos parlamentares trabalhar para que o setor permaneça em condições de colaborar com o país e atuar em pleno desenvolvimento. Bia também reforça a importância que o segmento da indústria fornece à segurança alimentar mundial. “A segurança alimentar é um dos principais focos da indústria de alimentos e bebidas. A nós, Parlamentares, cabe a missão de trabalhar para que o setor permaneça viável, com medidas para evitar a perda de postos de trabalho e de produtividade”, disse ela. De acordo com João Dornellas, presidente da ABIA, o Brasil vem se sobressaindo desde o início da pandemia como fornecedor global de alimentos. “Vários países tomaram a decisão de não exportar ou de fazer estoque, e isso foi agravado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. O Brasil tem uma indústria de alimentos muito forte também, com tecnologia e capacidade de investimento. Continuamos expandindo e atendendo às demandas dos mercados interno e externo”, ressalta Dornellas. Apesar dos números satisfatórios, Dornellas destaca que ainda existe um desafio importante para o segmento. Para ele, esclarecer sobre uma classificação de alimentos equivocada que vem sendo utilizada no Brasil é uma prioridade. A indústria de alimentos brasileira processa 58% do valor da produção de alimentos do campo brasileiro e, em 2022, o faturamento alcançou R$ 1,075 trilhão, o que correspondeu a uma correlação de 10,8% com o PIB do País, quando foram produzidas mais de 250 milhões de toneladas de alimentos, das mais diversas categorias. (Edairy News)


 
 

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