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24/10/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 24 de outubro de 2023                                                   Ano 17 - N° 4.010


Nota de Conjuntura – Mercado de Leite e Derivados

Leite e Derivados - Outubro trouxe mais um confronto armamentista, capaz de impactar o mundo todo. O conflito entre Israel e a Palestina não diz respeito diretamente ao mercado de leite e derivados. Mas, traz incerteza para a economia mundial. Ainda é cedo para ter clareza se haverá envolvimento de outras nações do oriente médio, a ponto de elevar o preço do petróleo, que está em US$ 90,00 o barril. Caso isso ocorra, o mundo poderá se ver em ambiente de recessão econômica, com uma nova onda de inflação mundial trazida por este produto que ainda é, de longe, a base da economia mundial.Neste momento, as autoridades econômicas dos países da Europa e Estados Unidos convivem com taxas de inflação elevadas, motivadas pela expansão de gastos no período pandêmico, e adotam a receita clássica de taxas de juros em ascensão, o que inibe investimentos produtivos e consumo, desaquecendo a demanda. Se uma nova onda inflacionária vier, trazida por preços de petróleo elevadas, a recessão mundial, que já estava se desenhando, certamente virá mais rapidamente.No Brasil, a economia apresenta resultados favoráveis, com o nível de desemprego menor desde 2014 e com a perspectiva de que o PIB cresça em torno de 3,0% em 2023, e com os agentes econômicos revendo suas previsões para cima, a cada mês. Também a inflação, medida pelo IPCA, tem apresentado quedas anuais a cada mês, sinalizando que o ano fechará com taxas próximas, porém superiores à meta estabelecida pela Autoridade Monetária. O câmbio tem oscilado em torno de R$5,00 na paridade com o Dólar e a balança comercial sinaliza que 2023 terá superávit recorde.

Num cenário de queda de juros, como vem ocorrendo no Brasil, uma possível elevação do preço do petróleo poderá desfazer as perspectivas favoráveis para este último trimestre do ano, que já sinaliza que não fechará com equilíbrio fiscal. Neste caso, a queda de juros deverá ser interrompida.

Em meio a este quadro de incerteza, o mercado mundial de lácteos começa a esboçar uma fraca reação, revertendo a tendência de queda de preços. Manteiga e Leite em pó integral e desnatado tiveram elevação de preços no último GDT. Mas, abaixo dos preços históricos antes da pandemia. Já os Queijos estão com preços elevados e com viés de baixa. No mercado interno de lácteos o quadro continua em situação aguda para os produtores, com preços bastante deprimidos. As importações apresentaram queda em setembro e poderão cair em outubro. O Governo Federal anunciou medidas fiscalizatórias quanto aos produtos importados e redução de renúncia fiscal para laticínios que importem produtos lácteos.

Mas, o fato é que a Argentina vive um momento de imensa desvalorização cambial, trazendo competitividade inatingível para os lácteos nacionais. Este cenário não deverá mudar até que ocorram eleições presidenciais, previstas para este mês de outubro, em ambiente de extremo fervor emocional.

Por outro lado, tem ocorrido estabilidade de preços nas principais commodities (soja e milho), contribuindo para que os custos de produção se mantenham bem comportados nos últimos meses, embora em patamares elevados. O problema de margem do produtor vem pela pressão baixista de preços recebidos e não propriamente pelos custos dos insumos. Daí, toda a mobilização intensa que o setor vive, focado na busca da redução das importações. Leite em pó, UHT e Muçarela esboçaram reação de preços no atacado na primeira quinzena, mas sem o vigor para mostrar reversão de expectativa. (Fonte: CILeite/Embrapa)


Crédito de carbono: o que é e qual sua relevância para o setor lácteo

Cada dia mais as técnicas agrícolas sustentáveis têm tomado conta das produções agropecuárias país afora. Adaptar manejos, trazer novas tecnologias capazes de diminuir as emissões de gases de efeito estufa e otimizar recursos na propriedade em prol do aumento da eficiência, vem sendo a nova realidade da produção leiteira.  Muitas dessas práticas não só são boas para o planeta, mas também aumentam a eficiência do sistema produtivo. Além disso, apesar de ser algo incipiente, os produtores que utilizarem práticas que reduzam a pegada de carbono poderão eventualmente ter receitas adicionais pela venda desses créditos no mercado.  É isso mesmo: no futuro, é provável que fazendas leiteiras vendam créditos de carbono, além de leite, oferecendo também oportunidades para os laticínios. 

Uma startup criada nos Estados Unidos é uma das pioneiras nesse mercado. A Athian, incubada pela Elanco e depois investida por empresas como a DSM e a cooperativa de produtores California Dairies, pretende oferecer uma plataforma para que produtores possam comercializar seus créditos de carbono.

O CEO e fundador da empresa, Paul Myer, estará presente no Dairy Vision 2023 e apresentará o “case” da Athian, falando sobre o tema “Créditos de carbono podem ser um negócio relevante para o setor?”, durante o segundo dia (08/11) do Dairy Vision 2023.  

Crédito de carbono e o setor lácteo  

A aplicação de créditos de carbono no setor lácteo, assim como em outros setores, requer um processo de redução das emissões de gases de efeito estufa e a obtenção de créditos para as emissões evitadas.  

Algumas maneiras de como isso pode ser aplicado no setor lácteo são: 

Eficiência na produção: Melhorar a eficiência das operações leiteiras, como a gestão do rebanho, a nutrição dos animais e a gestão dos resíduos, pode reduzir as emissões de metano e dióxido de carbono. 

Energias renováveis: Usar fontes de energia renovável, como energia solar ou eólica, nas instalações de produção leiteira pode reduzir as emissões de dióxido de carbono provenientes da eletricidade. 

Manejo sustentável da terra: Práticas de manejo sustentável da terra, como o reflorestamento e a conservação do solo, podem ajudar a absorver dióxido de carbono da atmosfera. 

Tecnologias de digestão anaeróbia: A digestão anaeróbia de resíduos orgânicos, como esterco de gado, pode reduzir as emissões de metano, enquanto a produção de biogás pode fornecer uma fonte de energia renovável. 

Mudança na dieta dos animais: A formulação de dietas para reduzir a produção de metano entérico dos animais pode ser eficaz na redução das emissões. 

Sequestro de carbono: A implementação de práticas de sequestro de carbono, como o plantio de árvores ou a restauração de pastagens degradadas, pode compensar as emissões do setor lácteo. 

Depois de implementar medidas que fazem sentido para cada propriedade, as fazendas leiteiras podem quantificar a redução das emissões de GEE e solicitar créditos de carbono por meio de programas de certificação ou regulamentação específicos. Os créditos podem ser vendidos no mercado de carbono para outras empresas que buscam compensar suas emissões. Isso não apenas gera uma receita adicional para as fazendas leiteiras, mas também ajuda a reduzir as emissões globais de GEE. 

Um estudo da consultoria McKinsey & Company divulgado em 2022 indica estimativas de que o Brasil concentra 15% do potencial global de captura de carbono por meios naturais, e que o mercado global de créditos de carbono deve evoluir, até 2030, do patamar atual de US$ 1 bilhão para US$ 50 bilhões.  

É importante destacar que os créditos de carbono no setor lácteo envolvem mudanças e alguns desafios, incluindo a medição precisa das emissões e a conformidade com os regulamentos locais e internacionais. Ter a assistência de especialistas em sustentabilidade e consultores ambientais pode ser um diferencial para facilitar a participação no mercado de carbono.  

É válido destacar que de 30 de novembro a 12 de dezembro, acontece a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP28. A conferência trata de acordos internacionais voltados à preservação do meio ambiente e mudanças climáticas, onde ações são debatidas em busca de mitigar os problemas causados pelas emissões. O mercado de créditos de carbono será um dos temas que permeiam as discussões da COP28. Eventos desse porte ressaltam a importância do assunto que será debatido no Dairy Vision.  

Antecipe-se às tendências e adeque-se a uma produção sustentável e amiga do meio ambiente. Dias 07 e 08 de novembro, A Expo Dom Pedro, em Campinas/SP, será palco do melhor evento do leite mundial. Associados do SINDILAT/RS, têm desconto na inscrição. (Milkpoint)

Uruguai – Sinais animadores para os castigados produtores de leite

Bons sinais – Depois do desânimo gerado com a queda do preço do leite anunciada pela Conaprole, em agosto, dois meses depois as perspectivas são melhores, e existem esperanças no horizonte.

Néstor Cabrera, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Leite (ANPL), informou a El Observador que na próxima semana haverá uma reunião entre entidades que representam os produtores e a diretoria da cooperativa e o tema central será o preço do leite.

Lembrou que depois da forte queda de agosto, retroativa ao leite captado desde o início do mês – foi uma baixa de 20% -, o panorama começou a melhorar e a possibilidade de uma nova queda está afastada. O preço do leite em setembro foi mantido e agora existe a expectativa de melhora, ainda que não se possa anunciar quais serão os novos valores.

“A diretoria da Conaprole sempre transfere para o preço, quando há melhora dos negócios”, disse Cabrera.

Anuga

Também outro sinal positivo, com base em declarações do gerente geral da Conaprole, Gabriel Valdés, depois de participar da recente feira de alimentos de Anuga, em Colonia, na Alemanha, é que estão sendo visualizadas melhores perspectivas para os negócios no mercado internacional de lácteos.

A tendência (de baixa dos preços internacionais) está sendo revertida. Estamos um pouco mais confiantes sobre as expectativas de curto prazo. A cooperativa seguirá trabalhando para melhorar o preço”, declarou Valdés ao site Tardaguila.uy.

“Tomara que as distintas indústrias, o mais rápido possível, possam aproveitar este novo cenário e que ele seja refletido em melhores preços”, disse Cabrera.

Nesta primavera isso seria ideal, não somente porque é um momento do ano de alta produção do leite, mas porque os produtores têm compromissos a cumprir no curto prazo, como resultado dos esforços em investimentos realizados para suportar da melhor forma possível a última seca.

O que aconteceu na Fonterra

As referências de preços médios para os lácteos no mercado internacional estão se recuperando, com mais uma importante alta no dia 17 de outubro, na segunda licitação de outubro.

Houve aumento nos valores médios de todos os produtos lácteos, com destaque para o leite em pó integral (WMP), o produto mais exportado pelo Uruguai, em volume, que subiu 4,2% e foi negociado a US$ 3.069 a tonelada.

Fonte: El Observador  – Tradução livre: www.terraviva.com.br 


Jogo Rápido

ACABANDO: Prazo para a declaração anual de rebanho no RS acaba na próxima semana
Declaração deve ser feita para todas as espécies, incluindo bovinos, aves e suínos, abelhas e peixes. O prazo para a declaração de rebanho junto às inspetorias veterinárias ou pela internet através do Produtor Online está chegando ao fim. A prática é uma obrigação do produtor e, caso não seja realizada, poderá provocar o bloqueio da propriedade para a emissão e recebimento de Guias de Trânsito Animal (GTA). O prazo, aberto desde junho, se encerra no próximo dia 31 de outubro. As localidades de Bagé (RS) e Alegrete (RS) são as que têm o menor percentual de declaração até agora. A fiscal estadual agropecuária Flávia Borges Fortes, do Departamento de Controle e Informações Sanitárias, alerta que o cumprimento desta demanda é atividade exclusiva do produtor e complementar às ações do Serviço Veterinário Oficial. (SEAPDR)


 

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