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30/05/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 30 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.913


Cleber Souza assume Mapa/RS com foco no fim  da crise das agroindústrias

O engenheiro agrônomo José Cleber Dias de Souza assumiu, na manhã desta segunda-feira (29/5), a Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Rio Grande do Sul. Um de seus objetivos à frente da pasta é reforçar políticas que já estão em execução e discutir inflexões para tornar cada vez mais sustentável a cadeia produtiva. A cerimônia de posse reuniu diversas autoridades no auditório do Mapa. O superintendente ressaltou, ainda, que pretende debater com representantes do setor e do Estado a crise entre as agroindústrias a fim de identificar ações que possam contribuir para evitar maiores impactos ao segmento. "Atualmente, estamos discutindo com a Superintendência de Brasília para afinar qual será a nossa ação e, a partir disso, dialogar com os órgãos do estado e as representações das cadeias para estabelecer um plano de ação", reforça Souza.  Ele acrescentou que se registrou uma exclusão bastante significativa de produtores de leite do setor, o que acarreta reflexos sociais e econômicos. “É um processo que entendemos que devemos agir para evitar que continue". O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, destaca a importância de se levar o debate sobre a atual situação do setor adiante. "O novo superintendente, assim como as gestões anteriores, seguirá dando atenção necessária ao setor lácteo" reitera, Palharini. (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)

Nota de Conjuntura - Mercado de Leite e Derivados - Maio de 2023

A produção de leite nos principais países exportadores teve crescimento fraco no início de 2023. Em que pese o pouco crescimento da oferta, os preços dos láteos estão em queda desde março de 2022. No leilão GDT de 02 de maio, comparado com o de março/22, a manteiga foi negociada a US$4.947, redução de 43,2%, o queijo a US$4.561, redução de 40,2% e o leite em pó integral a US$ 3.230, queda de 47,3%. Esse movimento baixista reflete a fraca demanda chinesa, com queda acentuadas das importações em 2022 e início de 20023. Além disso, elevada inflação, aumento das taxas de juros e baixo crescimento do PIB tem prejudicado a demanda global. A previsão do Banco Mundial para o crescimento do PIB global em 2023 é da ordem de 1.7%, sendo puxado, principalmente, pelo crescimento dos países da Ásia.

Para o Brasil, em 2023, é projetado pelo Banco Central um crescimento do PIB de 1%, o USDA prevê 0,9% e o FMI 0,8%. A taxa de desemprego registrou pequena piora no primeiro trimestre do ano, subindo para 8,8% e a inflação, segundo o relatório FOCUS do Banco Central, pode superar 6,0%. Esta expectativa do mercado, dá ânimo à manutenção da taxa Selic em 13,25% ao ano. Um dado preocupante é a elevada inadimplência das famílias, mais de 43% das pessoas adultas no Brasil estão inadimplentes. Esses fatores inibem o consumo e põe pressão baixista nos preços do mercado de lácteos, que são bastante sensíveis a variação de renda. Por fim, a taxa de câmbio tem oscilado ao redor dos R$5,00, com projeções de R$5,20 para final de 2023 e R$5,25 para dezembro de 2024.

Com um Real mais valorizado, preços de lácteos decrescente no mercado internacional e um produto lácteos importado mais barato que o equivalente brasileiro, a tendência é que as importações de leite e derivados sigam mais elevadas. De janeiro a abril desse ano, as importações cresceram 210% e as exportações decresceram 57%. No período, foram internalizados 620 milhões de litros equivalente leite. Essas importações parecem atípicas ao representarem mais do dobro da média dos últimos cinco anos (2017 a 2021). 

No mercado doméstico os preços dos lácteos continuam pressionando a inflação. Enquanto o IPCA acumulado em 12 meses até abril/23 está em 4,18%, 

alimentos e bebidas fecharam em 5,87% e leite e derivados atingiu 14,69%. Isto é devido ao aumento dos preços dos lácteos iniciados em dezembro de 2022 e que, mesmo tendo perdido força, ainda segue bem acima da inflação geral e da de alimentos e bebidas. Contudo, é relevante destacar que o spread do preço dos diferentes produtos lácteos no atacado, em relação ao preço pago aos produtores de leite, está abaixo do spread dos últimos sete anos (2016 a 2023), o que implica em margens industriais relativamente mais apertadas para os laticínios.

Pelo lado dos produtores, o índice de relação de troca entre o preço recebido pelo leite e o preço pago pelos insumos está acima da média dos últimos 7 anos (2016 a 2023). Isto indica que as margens da produção de leite estão melhores e tendem a incentivar o aumento de produção. Por enquanto, a retomada da oferta ainda não ocorreu e os dados preliminares de captação de leite do primeiro trimestre divulgados pelo IBGE indicaram queda de 1,48% em relação ao mesmo período do ano passado.

O cenário para a cadeia de lácteos se mostra bastante desafiador, diante de um quadro de elevada importação, baixas margens para os laticínios, baixo consumo esperado e elevação sazonal da oferta a partir de julho. Isso pode levar a um ajuste negativo nos preços em toda a cadeia produtiva, dificultando a gestão e rentabilidade em produtores e laticínios menos estruturados, dando sequência ao processo de consolidação setorial. 

FONTE:

Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 09 de maio de 2023.

Autores*: José Luiz Bellini Leite, Alziro Vasconcelos Carvalho, Glauco Rodrigues Carvalho, Kennya Beatriz Siqueira,  Lorildo Aldo Stock, Luiz Antonio Aguiar de Oliveira, Manuela Sampaio Lana, Marcos Cicarini Hott, Samuel José de Magalhães Oliveira, Paulo do Carmo Martins. *Pesquisadores e Analistas da Embrapa Gado de Leite

 

NZ – O aperto continua
 
Preços/NZ – Embora a queda do preço do leite ao produtor não tenha sido propriamente uma surpresa, a redução das previsões para a próxima temporada é.
 
Foi dito aos produtores que o retorno da China ao mercado acabaria com todos os problemas de preços Talvez seja um pouco exagerado, mas este tem sido um quadro pintado por bancos e outros analistas.
 
A previsão dos preços agora está chegando, perigosamente, perto do ponto de equilíbrio para muitos agricultores, que mesmo sem investir no aumento da produção, têm poucos recursos para reduzir os gastos.
 
Dado que a oferta global de leite tem um grande impacto no preço assim como a demanda, talvez devamos dar uma olhada para os principais concorrentes do mercado global, como União Europeia (UE) e Estados Unidos da América (EUA). A situação geral na UE é similar ao que ocorre aqui. Até abril a renda para o produtor proporcionava margens positivas em relação aos custos e até então, a produção foi incentivada. No entanto, como aqui, o preço ao produtor vem caindo sistematicamente, junto com a queda das cotações de produtos agrícolas e uma vez atingido o ponto de equilíbrio, os pecuaristas podem começar um massivo movimento de descarte de vacas.
 
O ponto inicial nos EUA está um pouco atrasado em relação à UE no que se refere à lucratividade e muitos agricultores se aproximam do ponto de equilíbrio, quando então poderão iniciar o abate de vacas.
 
Em ambos os casos a produção futura será menor. Atribuiu-se, pelo menos em parte, que a queda dos preços dos lácteos foi decorrente da “mudança de hábitos” dos compradores. Não somente eles procuram pagar menos, mas também reduziram os estoques. Alguns comentaristas da UE estimam que os preços estão no nível mais baixo agora e a recuperação poderá vir de uma forma razoavelmente rápida.
 
Claro, tudo isso é especulação e a única coisa sobre a qual todos estão de acordo é que ainda existe um grau elevado de incertezas tanto do lado da oferta como da demanda. Levando em consideração as últimas previsões da Fonterra, não existe qualquer dúvida de que essa incerteza ocupou um lugar importante dentro da avaliação da cooperativa. Mas ela será menos danosa se aumentar o preço ao produtor para a próxima estação do que reduzi-lo mais ainda.
 

 
O gráfico mostra a volatilidade no decorrer do tempo entre as principais regiões exportadoras e embora a oferta de leite venha crescendo no início deste ano em relação a 2022, as análises não indicam que possa haver elevados níveis de oferta como em 2021, mas muito provavelmente, queda similar à do ano anterior no decorrer da temporada. Com o crescimento da oferta apenas em torno de 1%, pelo menos até fevereiro, parece que ela está em equilíbrio com a demanda. Entretanto, com os resultados estáveis a negativos registrados no último leilão do GlobalDairyTrade (GDT) e a oferta da UE próxima do pico e que depois voltará a cair, não parece muito certo que haja elevação da produção no curto prazo. (Fonte: interest.co.nz – Tradução livre: www.terraviva.com.br) 


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