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30/03/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 30 de março de 2023                                                         Ano 17 - N° 3.871


Brasil aumenta concentração, mas mantém volume de captação de leite

Apesar de ter uma das maiores margens no preço pago pelo leite na América Latina, o Brasil segue com o volume de captação estagnado assim como seus vizinhos do Mercosul. Levantamento da Embrapa Gado de Leite apresentado em reunião da Aliança Láctea e debatido pelas indústrias gaúchas nessa terça-feira (28/03) indica que o preço por litro no Brasil em 2022 é de US$ 0,56, bem acima do valor praticado no Uruguai (US$ 0,42), Argentina (US$ 0,37) e Chile (US$ 0,44). 

 

Apesar dos altos custos de insumos no país, o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Lorildo Stock indica que os dados confirmam que o leite é uma atividade rentável quando praticado em escala. “Pode estar ruim para alguns, mas não para todos. O que vemos é uma tendência de concentração mundial da produção e isso acontece no Brasil também. Verifica-se um aumento de escala nas grandes propriedades, uma maior produção por animal, o que compensa o abandono de produtores da atividade. Por outro lado, a produção não reage”, explica, lembrando que a situação no Sul é um pouco mais favorável do que nas demais regiões do Brasil. 

Dados da Embrapa sinalizam para concentração da atividade em propriedade com maior escala e redução de rebanho. Atualmente, 2% dos estabelecimentos em operação no Brasil produzem 30% de todo leite captado. E essa transformação avança com aumento médio de 1% da produção das fazendas em operação, que, em 2021, atingiu 31 litros/fazenda/dia. A produção por vaca vem aumentando ao longo do tempo. Em 2015, a produtividade média era de 1.615 litros por vaca ano, valor que atingiu 2.181 litros em 2021. 

As transformações do setor lácteo, alega o pesquisador, são reflexo de um envelhecimento na gestão e da falta de sucessão. Quando os filhos resolvem ficar na atividade, justifica ele, geralmente o fazem com incremento de tecnologia e nos processos produtivos que ajudam no ganho de escala e tecnificação. Um relato que corrobora essa informação é o investimento no campo, alerta o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Dados da Emater indicam avanço do uso de robotização na ordenha nos municípios do RS. Em 2019, havia registro de apenas quatro unidades em operação no Estado, número que saltou para 110 em 2021. Atualmente, completa Palharini, estima-se 300 unidades em operação nos tambos gaúchos, o que deve se apresentar no próximo Relatório Socioeconômico da Cadeia do Leite da Emater/RS, que deve ser lançado ainda este ano. 

Durante a reunião de associados, que foi conduzida pelo presidente do Sindilat, Guilherme Portella, ainda se tratou de encaminhamentos referentes aprovação do treinamento continuado que será realizado com a Universidade de Passo Fundo – UPF. A formação em qualidade do leite, em seu primeiro módulo, será voltada para a etapa de laboratoristas, o que foi muito bem recebido pelos associados. (Assessoria de imprensa Sindilat)


Conseleite/PR divulga projeção dos valores do leite entregue em março

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 28 de Março de 2023 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Fevereiro de 2023 e a projeção dos valores de referência para o mês de Março de 2023, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana.

Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Março de 2023 é de R$ 4,3573/litro.

Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no endereço eletrônico.

As informações são da FAEP.

Argentina: estimativa da produção de leite em 2023 é revisada

O ano de 2022 finalizou com uma produção de 11.557,4 milhões de litros de leite, o que implica um crescimento relativo a 2021 de 0,04%. Recordamos que nossa projeção para 2022 (com dados de 20 indústrias), publicada em 28/01/22 apresentou um crescimento interanual de 0,59%.

Como dados adicionais, refira-se que a produção medida em sólidos totais (gordura + proteína), teve um crescimento homólogo de 1,7% visto que os sólidos passaram de 7,05% em 2021 para 7,17% em 2022.

No final do ano passado procedemos a um novo levantamento com dados fornecidos pelas indústrias, neste caso para o ano de 2023, obtendo um valor estimado de 11.472,7 milhões de litros, ou seja, uma redução de 0,73% em relação ao ano de 2022. Devido ao aprofundamento da seca e às complicações económicas, decidimos fazer uma revisão desses dados para termos uma visão geral da situação, e daí surgem os dados que apresentamos a seguir.

Critério Metodológico - Cerca de 30 indústrias foram solicitadas a nos fornecer sua estimativa de produção de 2023 em relação a 2022 (já considerando os dados reais de janeiro e fevereiro). Os dados fornecidos correspondem à variação interanual em um laticínio constante para cada mês de 2023 em relação ao mesmo mês do ano anterior e a variação anual total.

Cada uma das variações é ponderada de acordo com a participação de cada indústria na arrecadação nacional de leite que temos disponível no Ranking Industrial elaborado pela OCLA. Somam-se os pesos mensais de cada indústria e aplicam-se à produção real de cada mês e ao total do ano anterior, neste caso 2022, para obter os litros de produção estimados para cada mês de 2023 e o total.

Esta estimativa resulta da informação fornecida por cerca de 15 laticínios que recebem e processam cerca de 50% do leite da Argentina, sem nenhuma outra intervenção da OCLA sobre esses números.

Reafirma-se que esta estimativa apenas tenta dar uma perspectiva para o ano de 2023, com base nos dados disponíveis à data da sua realização. As condições de alta volatilidade e incerteza que certamente caracterizam o ano corrente podem gerar diferenças importantes com relação aos números projetados, que avaliamos à medida que ocorrerem.

Por fim, com base no Balanço Lácteo do Ano de 2022, na estimativa de produção para 2023 e considerando um aumento do consumo total devido ao crescimento natural da população, pudemos constatar que o abastecimento interno está absolutamente garantido com estes números e haveria uma queda no volume exportado da ordem de 20%, se mantivermos os mesmos níveis de estoques do ano passado do que se 50% fossem consumidos, poderíamos equalizar os volumes exportados em 2022.

As informações são da OCLA, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint. 


Jogo Rápido 

EUA: produção de leite e número de vacas aumentam
 O relatório de produção de leite do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) de fevereiro de 2023 mostrou um aumento de 0,8% na produção de leite com relação ao ano anterior, com um total de 8 bilhões de quilos de leite. Cinco dos seis principais estados registraram crescimento da produção, exceto a Califórnia, que diminuiu. Também seguindo o exemplo, o número de vacas nos EUA registrou crescimento, 37.000 cabeças acima de fevereiro passado e 12.000 vacas adicionais em relação ao mês passado. De fato, cinco dos seis principais estados apresentaram crescimento positivo, exceto Wisconsin, que perdeu 3.000 vacas. Dan Basse, presidente da AgResources Company, disse ao público do PDPW na semana passada em sua reunião de negócios em Wisconsin Dells, Wisconsin, que a razão para um declínio no número de vacas no estado de Wisconsin decorre principalmente de pressões ambientais. Esses seis estados com maior número de vacas dos EUA respondem por mais da metade da produção total dos EUA. A produção por vaca nos EUA foi em média de 3 quilos a mais do que em fevereiro de 2022. Phil Plourd, presidente da Ever.Ag, disse que os ventos favoráveis da lucratividade geralmente forte em 2022, continuam impulsionando um crescimento modesto no tamanho do rebanho nacional, bem como na produção de leite. “Isso pode continuar por um tempo, mas vemos ventos contrários no horizonte à medida que os preços mais baixos do leite reduzem as margens”, disse ele. “Duvidamos que a produção de leite seja robusta quando o quarto trimestre chegar.” Tanner Ehmke, do Co-Bank, disse que a nova capacidade de processamento de queijo que está entrando em operação no Texas Panhandle também adiciona um fator favorável ao crescimento do rebanho em estados como Texas e Idaho. O direcionador por trás disso é a disponibilidade de ração. “As áreas de crescimento do rebanho, como Texas e Idaho, vão continuar crescendo”, afirma. As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.

 
 
 

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