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06/02/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de fevereiro de 2023                                                    Ano 17 - N° 3.835


Seca pressiona preço do leite, mas 2023 pode ser diferente

Com uma estiagem que ganha novos contornos a cada semana, mercado e consumidor ficam atentos à possibilidade de novos sobressaltos no preço do leite, a exemplo do que ocorreu no ano passado. Em função da seca e de outros fatores, a bebida sofreu altas históricas ao longo do ano, com o litro do leite batendo R$ 8 em alguns meses. Em 2023, apesar do quadro persistente, o setor acredita que as oscilações sejam menos intensas.

Secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini diz que, embora mais de 200 municípios já tenham decretado situação de emergência por conta da falta de chuva, o volume de leite recebido pelas indústrias do Estado se mantém dentro da média do ano passado. Os produtores que mais sofrem são os pequenos, que naturalmente produzem menor litragem.

- O setor lácteo tem uma particularidade de que um ano é diferente do outro. Em 2022, a cada quatro meses mudava totalmente o mercado de consumo e os preços. Esperamos pelo menos uma menor volatilidade em 2023 - diz Palharini.

Do lado do produtor, a pressão dos custos é a preocupação que se mantém. Com a qualidade dos grãos de silagem prejudicada, o produtor se vê obrigado a suplementar a ração para que os animais não passem fome. E isso tudo tem um preço, lembra o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang.

Na última semana, Tang percorreu propriedades de diversas regiões do Estado, principalmente no Noroeste, onde se concentra a maior parte da produção leiteira gaúcha, para ver de perto a situação dos produtores. Dentre os que plantam milho, a condição das lavouras é de plantas bastante prejudicadas. Muitos estão apostando no azevém e no trigo para a alimentação das vacas. O cereal de inverno, aliás, tem substituído o milho como alternativa.

- Os prejuízos provocados por uma estiagem infelizmente não se resolvem assim que começa a chover. Vi lavouras onde você precisa procurar a espiga e depois que achar uma espiga, tem que procurar se tem grão. Isso significa uma silagem de péssima qualidade que se precisa suplementar - relata o presidente da Gadolando, atentando para os custos.

Embora o preço de referência do leite venha mostrando tendência de queda (previsto para R$ 2,1592 o litro em janeiro, valor 1,9% menor que o consolidado em dezembro), Tang diz que os produtores têm sido informados sobre reajuste para cima no preço pago pela indústria.

- Isso vai nos ajudar. Hoje, o custo para produzir está perto de R$ 2,50 - diz o presidente, que não acredita em "exorbitâncias" de preço ao consumidor este ano.

Historicamente, o leite tende a estar mais barato nas gôndolas dos supermercados durante o verão. A partir de maio, o preço começa a subir com o aumento do consumo nos meses mais frios.

Para o secretário-executivo do Sindilat, o nível de consumo é outro ponto de atenção. As classes que mais consomem leite são as que mais têm problema de renda. A expectativa é de que o pagamento de auxílios sociais, como o Bolsa Família, melhore a demanda pela bebida nos próximos meses.

- Acredito que não se repetem os aumentos do ano passado, que foram pontuais e pegaram até o mercado de surpresa. Claro que vai ser quase impossível não haver algum repasse de valores, mas não naqueles patamares - projeta Palharini. (Zero Hora)


Avanço nos preços: falta de oferta ou excesso de demanda?

Vamos inicialmente à lei da oferta e da procura: se há excesso de um bem e/ou falta de demanda por este, o preço tende a diminuir. Caso exista falta de um bem e/ou muita procura pelo mesmo, o preço tende a subir.

Pois bem: o que estamos observando no setor lácteo neste início de 2023? Uma nova onda de avanço nos preços do leite e seus derivados... podemos concluir, então, que estamos diante da escassez do produto e/ou de muita procura por parte dos consumidores, certo?

Não exatamente! O avanço na rentabilidade da produção observado no segundo semestre de 2022, além da aceleração nos volumes importados — fator que deve permanecer presente nestes primeiros meses de 2023, visto a competitividade do produto estrangeiro neste momento —, nos sugerem aumento da disponibilidade de leite.

Seria o consumo, então, o fator predominante para o aumento dos preços dos lácteos nestas primeiras semanas de 2023? Mais do que isso, olhando para frente: com a manutenção da perspectiva de maior disponibilidade de leite, o consumo dará sustentação ao patamar mais elevado de preços? O que o consumidor deseja das categorias de lácteos hoje?

Estas são algumas das perguntas que serão respondidas na edição de março do Fórum MilkPoint Mercado, por Mário Ruggiero, diretor da Scanntech. Mário será o responsável pela palestra “Como começamos 2023 em relação ao consumo de lácteos?”, em nosso bloco sobre Cenários de Mercado.

A 14ª edição de nosso evento acontece no dia 22 de março, em Campinas. Caso não possa estar presente neste dia, não se preocupe: o evento será híbrido, podendo também ser acompanhado online. 

Em parceria com o portal de notícias Milkpoint, os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) terão direito a desconto na inscrição para participar do 14º Fórum MilkPoint Mercado. No primeiro lote, com vendas até 17 de fevereiro, o bônus é de 5% sobre R$ 600. Para os demais, será de 10%, sendo que o ingresso no segundo lote custa R$ 700 e no terceiro, R$ 800. INSCREVA-SE COM DESCONTO CLICANDO AQUI. (As informações são do Milkpoint e do Sindilat/RS) 

"Governo começou radicalizado, ideologizado (contra o agro)"

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), dona da maior bancada do Congresso, articula-se para anular série de mudanças promovidas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro mês de mandato. O novo presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), que assume o comando da frente hoje, para mandato de dois anos, diz que Lula deu início a um governo "radicalizado e ideologizado" contra o setor e que já tem emendas parlamentares prontas para derrubar atos do presidente que, segundo ele, "esvaziaram" o Ministério da Agricultura.

Quais serão suas primeiras medidas na FPA?
Vamos agir imediatamente para reverter atos do governo Lula, que promoveram o completo esvaziamento do Ministério da Agricultura. Tiraram o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural da pasta e transferiram para o Ministério do Meio Ambiente. O ministério também perdeu a Companhia Nacional de Abastecimento e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária para o Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar. Isso acabou com a possibilidade de planejamento de longo prazo. É um absurdo gigantesco.

Por quê?
Porque esses ministérios estão enviesados, ideologicamente, em vez de terem posição técnica. Para além da questão ideológica, essa nova composição da Esplanada é o que tem nos preocupado bastante, porque traz enfraquecimento claro e real ao Ministério da Agricultura. Por isso, já estamos tomando medidas.

Quais medidas?
Temos emendas parlamentares prontas para derrubar (decisões) que foram feitas por meio de medida provisória. E se algo foi feito por meio de decreto, vamos apresentar projeto de lei para derrubar.

Qual a avaliação sobre a atuação do ministro Carlos Favaro?
Vejo boa vontade do ministro, a quem tenho apreço e reconheço a capacidade, mas há uma questão ideológica no governo. Hoje, não consegue nem fazer o Plano Safra. A gente precisa garantir que o agro tenha o espaço de direito que representa, um ministério para tratar do setor que responde por um terço dos empregos e da renda. É um absurdo ter de lidar com um esvaziamento desses, perdendo funções para esse Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Por que isso é ruim?
Essa é uma das situações que geram mais preocupação, porque é uma pasta estritamente ideológica, criada com esse objetivo, e ninguém esconde isso. Basta ver quem é o ministro (Paulo Teixeira), um dos mais radicalizados do PT, que já deixou clara qual é sua intenção. Ele disse numa entrevista que a titulação dos assentamentos que fizemos nos últimos anos tem a validade de um papel de pão, que não tem valor jurídico. O que a gente vê, infelizmente, é a tentativa de desmontar o trabalho que foi feito no setor, mas alivia um pouco a situação o fato de Carlos Favaro conhecer o setor, legitimar as nossas demandas.

A bancada do agro será a principal oposição ao governo Lula no Congresso?
Vamos fazer oposição sempre que tiver algum prejuízo para o setor. É óbvio que não posso ser irresponsável e dizer que não iremos apoiar medidas positivas para o setor. Ideologicamente, 90% da bancada é contrária o governo.

Há sinais para isso?
O governo começou muito radicalizado, ideologizado. Tenho dito para as pessoas se acalmarem: o pessoal dos sindicatos rurais, as cooperativas, porque o jogo ainda não começou. Hoje, o governo está surfando sozinho, mas vejo, pelo perfil das bancadas que foram eleitas, tanto na Câmara quanto no Senado, que o governo não vai ter vida fácil.

O agro financiou os atos golpistas de 8 de janeiro?
Isso é guerra de narrativas, do mesmo jeito que, na campanha, fomos chamados de fascistas, de patinho feio, culpados de destruirmos tudo, de sermos o "lobo mau" da sociedade brasileira. O que aconteceu em Brasília não é a representação da direita brasileira. (Zero Hora) 


Jogo Rápido 

PREVISÃO METEOROLÓGICA (02 A 08 DE FEVEREIRO DE 2023)
De 6 a 8 de fevereiro, o tempo deve ser seco e firme em praticamente todo o Estado. Nesta segunda semana do mês, há pequena chance de chuvas rápidas apenas na costa por causa da circulação da brisa marítima. O boletim também aborda a situação das culturas de soja, milho, arroz, feijão e pastagens, além das criações de bovinos e ovinos. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)


 
 
 

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