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31/01/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 31 de janeiro de 2023                                                        Ano 17 - N° 3.833


Rebanho leiteiro do Reino Unido perde terreno em produtividade

A produtividade na fazenda leiteira padrão do Reino Unido caiu na última década. Enquanto isso, os rebanhos em outros países produtores de leite tiveram produtividade estável ou crescente, de acordo com dados da Rede Internacional de Comparação Agrícola (IFCN).

Produtividade é o valor gerado por produção em relação aos insumos necessários para a produção – é uma medida de eficiência. Olhando para a produtividade como pence por litro (ppl) de produção com relação aos insumos para um rebanho típico de 160 vacas no Noroeste da Inglaterra, mostra uma tendência de queda na última década. O Reino Unido não está sozinho nisso, com dados mostrando uma fazenda típica do norte da Alemanha passando por uma crise semelhante.

No entanto, fazendas em outros lugares estão vendo crescimento de produtividade. Isso inclui rebanhos em países exportadores de lácteos há muito estabelecidos, como Dinamarca e Bélgica, bem como exportadores em crescimento, como Espanha, Polônia e Bielorrússia.

Comparações internacionais de produtividade como essa geralmente levantam dois comentários, o primeiro sendo que a produtividade do Reino Unido era maior no começo, então alguns outros países estão simplesmente alcançando a produtividade britânica. Isso pode ser parcialmente verdade, mas os dados sugerem que as fazendas em alguns desses países já ultrapassaram o Reino Unido em termos de eficiência.

Uma segunda pergunta frequente é: dado que muito leite britânico é vendido no Reino Unido, por que isso importaria para os produtores daqui? O impacto direto é que uma produtividade mais baixa significa lucros menores porque os rebanhos usam mais insumos para produzir menos.

O impacto indireto é que as importações e exportações expõem o Reino Unido aos preços globais de lácteos, de modo que os rebanhos do Reino Unido estão operando no mesmo mercado que os rebanhos da Polônia, Espanha e qualquer outro país exportador de lácteos. A produtividade mais fraca torna difícil produzir a um preço competitivo e ainda obter lucro, deixando os produtos lácteos do Reino Unido vulneráveis a serem prejudicados por países com produção mais eficiente.

Com os altos preços atuais de insumos, as fazendas podem lutar para melhorar a produtividade no futuro imediato, pelo menos em termos de produção versus insumos. Mas insumos caros levam o foco à eficiência e as fazendas irão considerar cuidadosamente se o resultado vale o insumo. A chave é manter esse foco renovado na eficiência caso as coisas melhorem, levando a melhores lucros, produtividade e competitividade no futuro. (As informações são do Agriculture and Horticulture Development Board, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)


Espanha – O censo bovino mostra redução de 8,2% de animais em cinco anos

A pecuária leiteira atravessa uma crise estrutural sem precedentes. O censo de vacas leiteiras aponta queda vertiginosa de animais entre janeiro de 2018 e janeiro de 2023. Redução de 70.443 cabeças, ou seja, 8,2% a menos.

 

O número de novilhas, por outro lado, começou lenta recuperação em 2021, ainda assim tem 8.266 cabeças a menos em relação a 2018, ou -3%.  

As fazendas leiteiras do país enfrentam uma das maiores crises de preços. A elevação dos custos fez com que o setor passasse a produzir com prejuízo, e abastecer os frigoríficos vendendo suas vacas para carne – que ao contrário do leite – teve elevação considerável de preços.
                       

Êxodo
Esta dramática situação se traduziu no fechamento de fazendas leiteiras. Um quarto dos produtores de leite abandonaram a atividade e o número deles caiu 10.717, 3.722 produtores menos (-26%). 

À produção abaixo dos custos se somam às rigorosas leis sanitárias e ambientais.  

A redução do tamanho das fazendas é uma lei quase anedótica, pois o novo regulamento não somente intervém limitando o número de cabeças a 725 animais, mas também em aspectos como saneamento, tamanho e equipamentos, energia ou, as novas limitações em matéria sanitária como a eliminação do uso de antibióticos.

Soberania alimentar
Este insuportável nível de pressão provocou o desaparecimento de boa parte do rebanho, o fechamento de fazendas leiteiras e queda da produção, o que coloca em risco a segurança e soberania alimentar dos consumidores.

As medidas adotadas pela administração não somente elevarão o preço final nas prateleiras do varejo mas, provocarão o desabastecimento no médio prazo. (Fonte: Agaprol – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

China – Depois de 6 anos consecutivos de crescimento, as importações de lácteos recuam em 2022

As importações chinesas de lácteos cresceram consecutivamente desde 2015, mas essa trajetória foi interrompida em 2022. No ano passado, as compras do gigante asiático caíram 16,5% para 3.505 milhões de toneladas.

Em dólares a queda foi de apenas 0,2%, totalizando US$ 15.021 milhões.

As compras de leite em pó integral – principal produto de exportação do Uruguai e o mais importado pela China – recuaram para 701.383 toneladas, 17% menos do que as 849.247 toneladas alcançadas em 2021.

Os únicos produtos que registraram elevação interanual foram: fórmulas infantis, manteiga, queijo azul e outros lácteos.
                    
O Uruguai se consolidou como o segundo principal fornecedor de leite em pó integral para a China, exportando 30.325 toneladas. Este lugar no pódio foi mantido apesar da queda de 19% registrada frente às 37.551 toneladas enviadas em 2021, de acordo com os dados divulgados pelo site CLAL e publicados pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA).

A Nova Zelândia foi o principal fornecedor com ampla margem, 617.725 toneladas, com 88% de participação do mercado.

Os números de dezembro mostraram novas quedas para a maioria dos produtos, salvo para leite em pó e soro de leite. O volume total de produtos lácteos importados pela China teve queda de 7,4% no último mês do ano.

“Estas baixas nas compras da China, em princípio, podem ser atribuídas à maior produção local de leite, os altos estoques ainda existentes construídos com as elevadas compras de 2021, às dificuldades logísticas que implicaram o fechamento de algumas cidades diante de novos surtos de Covid, efeitos colaterais da Guerra na Ucrânia e o processo inflacionário que vem ocorrendo em todas as economias mundiais”, destacou a análise do OCLA. (Fonte: Blasina y Asociados – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido 

Novos fiscais são nomeados no RS 
O governo do Estado publicou, no Diário Oficial do Estado de domingo, a nomeação de mais 71 novos fiscais estaduais agropecuários, sendo 60 médicos veterinários e 11 engenheiros agrônomos. O concurso público foi realizado no início de 2022, e até então, 31 aprovados haviam sido chamados, em julho do ano passado. A Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro) destaca que mesmo com a chegada dos novos, o déficit de engenheiros agrônomos é de, no mínimo, 20 servidores, para atuarem na fiscalização, vigilância, inspeção e monitoramento em todo o Estado. (Correio do Povo)


 
 
 

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