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18/01/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 18 de janeiro de 2023                                                        Ano 17 - N° 3.823


Preços cautelosos no segundo GDT de 2023

GDT – O GDT 324 realizado nesta terça-feira apresentou um resultado quase estável, (-0,1%) em relação ao evento anterior. 

E neste início de ano todas as commodities lácteas estão com as cotações inferiores às do ano passado nesta mesma época.

O Índice GDT caiu 24% em relação ao de um ano atrás.

O Cheddar, que teve o melhor desempenho no evento, (+4%), permanece com uma cotação acima dos valores históricos, mesmo que ele esteja 12% abaixo do valor de um ano atrás.   

O leite em pó integral (WMP) foi o outro produto a obter uma cotação superior ao GDT 323. Mesmo assim, ficou 11% abaixo dos contratos firmados no segundo evento de janeiro de 2022. Já o leite em pó desnatado (SMP) continuou perdendo força. Apesar de, percentualmente não ter ocorrido uma queda acentuada (-0,3%), a commodity perdeu 28% de seu valor em comparação com o segundo evento de 2022.     

Ao contrário do GDT 323, as manteigas registraram perdas pequenas, AMF (-0,9%) e Butter (-0,6%). Isto, no entanto, não impediu que elas perdessem mais de 20% em relação ao valor que tinham um ano antes, o que em dólares representa -US$ 1.322 e -US$ 1.709, respectivamente no preço da tonelada de produto.

Os preços futuros de todas as commodities mostraram estabilidade no evento 324, indicando ligeira recuperação no final do primeiro semestre.  (Fonte: globaldairytrade/ www.terraviva.com.br)


A seca na Argentina afeta mais de metade do território e são esperados milhões em perdas

A Argentina enfrenta uma das piores secas da sua história: quase 55% do território do país é afetado pela falta de chuva ou em condições de stress hídrico, segundo um relatório do Sistema de Informação sobre a Seca para a América do Sul (Sissa). As consequências economicas começam a fazer-se sentir em várias culturas, mas o foco está na soja, a principal exportação do país.

"A colheita de 2022/23 está nas condições mais secas dos últimos 60 anos ou mais", explica um relatório da Bolsa de Rosário, que estima que na chamada zona central, a mais produtiva, há 45% menos soja. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires, entretanto, estima um impacto total de até 1,8% no produto interno bruto e uma perda de exportações de até 14,115  bilhões de dólares.

"A situação atual é caótica e muito crítica, e a perspectiva a que assistimos também não é encorajadora, mas indica que temos de começar a analisar estratégias para podermos lidar com uma catástrofe em termos de agricultura e pecuária", diz Jorge Gvozdenovich, agronomo do Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola (INTA).

O efeito de La Niña
A falta de chuva fez-se sentir durante anos, coincidindo com um acontecimento excepcional marcado pela Organização Meteorológica Mundial: o episódio "triplo" de La Niña, que se estendeu por três anos consecutivos e que até agora só ocorreu em três ocasiões desde 1950.

"A continuidade das condições de escassez de água de 2020 até à data, e o seu impacto nas reservas de água na região dos Pampas permitem-nos definir, sem exagero, a campanha 2022/23 como a mais seca em mais de sessenta anos", diz José Luis Aiello, PhD em Ciências Meteorológicas e consultor Alfredo Elorriaga no Guia Estratégico para a Agricultura da Bolsa de Rosário.

A economia da Argentina deverá crescer 0,1% em 2023.

Segundo o Serviço Meteorológico Argentino, "o Inverno de 2022 foi 33,3% mais seco do que o normal, tornando-o o 7º mais seco desde 1961 e o 5º consecutivo para registar um deficit pluviométrico".

Mas a falta de chuva estendeu-se à Primavera do sul, entre Setembro e Dezembro, que são meses-chave para a plantação e continua até ao Verão. "Janeiro está previsto para se tornar uma continuação de Dezembro. Há uma coincidência quase perfeita entre as condições negativas da dinâmica regional e a persistente restrição das chuvas imposta pela terceira Niña consecutiva. Sem dúvida, a forte presença desta força negativa durante os últimos três anos marca um ponto de sem precedentes quando se fala de seca na Argentina", acrescentam Aiello e Elorriaga.

Culturas afetadas
A seca afeta principalmente a área mais produtiva da Argentina em termos de agronegócio: a região de Pampa, a Mesopotâmia, e a parte norte-central do país.

Até agora, o trigo é a cultura mais afetada pela seca, que tem acompanhado todo o seu ciclo de produção e já concluiu a sua colheita.

"Viemos de uma colheita recorde de 22 milhões de toneladas; hoje estamos de 13,4 milhões de toneladas. Aí já temos uma perda significativa. Isto é estimado, dependendo das avaliações, mas é de cerca de 2,5 mil bilhões de dólares. E obviamente o volume de soja e milho não vai ser o mesmo da época passada", explica Juan José Bahillo, Secretário da Agricultura, Pecuária e Pescas da Argentina.

Um relatório da Bolsa de Rosário afirma que "25% da colheita de soja argentina já foi perdida em plena estação mais seca em mais de 60 anos", e acrescenta que: "Dos 49 milhões de toneladas que foram projetadas num cenário normal há um mês, o tempo ajustou a primeira estimativa de soja em 37 milhões de toneladas, pelo que 12 milhões de toneladas da semente oleaginosa já são consideradas perdidas, e estima-se que será a terceira pior colheita na Argentina nos últimos 15 anos".

Também advertem que "devido à falta de água, 1,1 milhões de hectares não puderam ser semeados". É a primeira vez em 15 anos que um tal nível de hectares foi afetado.

Com o milho, as projeções da Bolsa de Cereais de Buenos Aires falam de uma redução na produção entre 11% e 25%, dependendo do que acontece com o clima.

As culturas não são as únicas afetadas. Na produção leiteira, há sérias dificuldades em obter alimentos para as vacas porque a pastagem não cresceu e os grãos são escassos, o que leva a custos mais elevados.

"Torna a nossa dieta mais cara porque temos de comprar o resto da ração. Não temos pastagem há quase três meses e também as reservas, que é o que estamos a tentar alcançar hoje, estão perto dos 20% do que teríamos de alcançar, o que significa que isso nos afetará durante um ano. Isto leva a um ciclo que se perde e a um ciclo que, além disso, vamos ter comida de má qualidade e muito cara", explica Laurentino López Candiotti, um produtor de da província de Entre Ríos.

A isto junta-se outro problema: conseguir água para manter os seus animais vivos.

Os números de perdas

O ministro da economia argentino, Sergio Massa, estima que as perdas do país devido à seca poderão ser da ordem dos 2,3 a 2,9  bilhões de dólares, segundo uma entrevista ao jornal Perfil, embora sustente que "o que perdemos em termos de volume, podemos recuperar em termos de preço".

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires é menos otimista. Embora este ano esperassem um produto agroindustrial bruto equivalente a 49,094 bilhões de dólares, as suas projeções sugerem dois cenários possíveis: uma diminuição de 21% no melhor cenário, totalizando 42,136 bilhões de dólares. Mas na pior das hipóteses, este corte poderia estender-se até 30% e atingir apenas 37.418 bilhões de dólares. Assim, 6,958 bilhões poderiam ser perdidos no primeiro cenário e 11,676 bilhões no segundo, respectivamente.

Continuando com estes dois cenários, salientam que as receitas fiscais "também sofreriam quedas significativas". Os produtores agroindustriais contribuiriam 18% menos para o tesouro no primeiro cenário e 27% menos no segundo, em comparação com o ano passado.

Finalmente, a seca terá um efeito direto sobre as exportações. Embora a Bolsa de Cereais de Buenos Aires já estivesse a contemplar uma queda de 6% nas exportações para a época 21/22, a produção mais baixa nos cenários A ou B poderia levar a quedas de 21% ou 33%, afetando a disponibilidade de moeda estrangeira em 9.226 bilhões de dólares e 14.115 bilhões de dólares, respectivamente.

Apesar da perspectiva sombria, ainda existem algumas variáveis que poderiam amortecer a queda. Os números utilizados para as projeções "correspondem a valores acumulados, ou seja, são resultados economicos, não financeiros". Por este motivo, salientam que, "na prática, podem existir fatores que modificam a dinâmica das receitas e dos rendimentos em moeda estrangeira, como aconteceu, por exemplo, em 2022 com o Programa de Aumento das Exportações (ou dólar de soja)", que estipulou uma taxa de dólar mais elevada para as exportações agrícolas.

A outra variável é a que foi levantada pelo Ministro Massa: que, dada a falta de culturas, o seu preço aumentará e poderão reduzir as perdas.

Mas para além de todos os cenários, variáveis possíveis, todos esperam a mesma coisa: que volte a chover. (CNN Espanha - Traduzido via DeepL por Sindilat/RS)

Nova regra fiscal será apresentada até abril

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que vai apresentar proposta de um novo arcabouço fiscal para o país, no máximo, até abril.

Ele indicou que a reforma tributária será fatiada: no primeiro semestre, o governo deve enviar proposta para alterar a cobrança de impostos sobre o consumo. Já as alterações no modelo de tributação sobre a renda vão ficar para o segundo semestre. Haddad falou com jornalistas em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

A reforma tributária vem sendo defendida por toda a equipe econômica como a principal aposta do governo neste início de mandato. A ideia é criar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que reuniria em um só cinco ou seis tributos cobrados atualmente.

O objetivo é, segundo Haddad, fazer "algo estrutural", o que inclui a aprovação da reforma tributária e a revisão do arcabouço fiscal do Brasil. Para o ministro, o fiscal é "pressuposto do desenvolvimento", mas não é um "fim em si mesmo":

- O fiscal é uma parte da lição de casa, mas não é a agenda econômica completa se você for pensar em desenvolvimento. (Zero Hora)


Jogo Rápido 

Benefícios para todas as idades!
Estudo publicado no Journal of Nutrition investigou a relação da ingestão de produtos lácteos com a densidade mineral óssea em adolescentes pós-púberes. Os resultados foram incríveis: O grupo que ingeriu ≥ 4 porções diárias de lácteos apresentou aumento na densidade mineral óssea, em comparação aos demais grupos. Isso significou que o consumo de lácteos agrega benefícios à saúde óssea e regula as concentração de cálcio ingerida. Fonte: Evaluation of Increasing Dairy Intake on Bone Density in Postpubertal Youth: A Randomized Controlled Trial Using Motivational Interviewing. J Nutr., V. 152, P. 1031–1041, 2022. (Via Beba Mais Leite)


 
 
 

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