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27/12/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 27 de dezembro de 2022                                                  Ano 16 - N° 3.809


Pequena propriedade de jovem casal de pedras altas vira caso de sucesso estadual na produção leiteira

A manhã do sábado (17) foi de emoção para o jovem casal Gean e Alice Bellini – ele com 30 anos e ela com 27, moradores do assentamento Lago Azul, localizado a cerca de 40km da sede de Pedras Altas.

Ambos foram pegos de surpresa, quando receberam das mãos dos representantes na região da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), o troféu de 1º lugar como caso de sucesso entre todos os produtores de leite conveniados com a cooperativa no RS.

Quando se fala em surpresa, é isso mesmo, porque o casal não sabia que havia sido escolhido entre outras 20 regiões do Estado. A divulgação ocorreu no encontro anual realizado na quinta-feira (15), na sede da CCGL, em Cruz Alta, quando o zootecnista e assistente técnico de campo da CCGL para a região, Thiago Pereira Vieira, apresentou o caso de Gean e Alice. “Num ano muito difícil e desafiador para a produção leiteira, com muita seca no início do ano e um inverno rigoroso e chuvoso, terminarmos assim com esse prêmio, é muito gratificante”, assinala Thiago.

Para despistar e manter a surpresa, Gean e Alice foram convidados para uma ‘reunião’ na casa do pai dele, o ex-prefeito de Pedras Altas, Jair Bellini, no mesmo assentamento. A suposta reunião era com o atual prefeito do município, Volnei Oliveira, que também foi ‘cúmplice’ na surpresa e estava presente no momento da revelação, assim como a reportagem do TP.

SUCESSO – O casal começou com a produção leiteira em 2014, porém somente na primavera de 2018, o tambo passou a ser o primeiro gerenciado pelo sistema de assistência técnica da CCGL. Pouco antes, a Associação Municipal dos Produtores de Leite de Pedras Altas (Amplepa), da qual Gean é assistente técnico e tesoureiro, havia fechado contrato com a cooperativa para recolher a produção do município, dentro da parceria CCGL, Cooperativa Mista Aceguá Ltda (Camal) e Cooperativa Agropecuária Júlio de Castilhos (Cootrijuc).

Conforme explicou o assistente Thiago, logo após o primeiro planejamento forrageiro que fizeram, já em 2019, os resultados começaram a aparecer. “Um caso de sucesso é todo aquele em que os resultados, em qualquer segmento de atuação, são acima da média. E esta é a situação do Gean e da Alice”, comemora ele, lembrando que o sonho da Alice, em 2018, era a aquisição de uma máquina de lavar e hoje eles já adquiriram com a produção, além da máquina, um veículo de passeio, entre outras conquistas a mais do que o melhoramento das condições de produção.

De 2014 até 2022, o tambo do casal teve crescimento de 254% em quantidade de leite produzido e somente de 2018 até agora – após a assistência da CCGL, a produção cresceu 153%. A média de produção de litros de leite diários por vaca vem crescendo ano a ano, com 26 litros em 2020, 27,3 litros em 2021 e fechou em novembro de 2022 com média de 28,7 litros por animal. Além disso, dentro dos padrões das novas instruções normativas, implantadas a partir de 2018, o casal alcançou, segundo Thiago, médias anuais relevantes, como 18 mil de contagem bacteriana total (CBT) e 292 mil de contagem de células somáticas (CCS). “Lutamos para ter muitos Geans e Alices na região”, disse.

O casal produz num lote de assentamento com apenas 20 hectares. São 18 vacas em lactação e a atividade leiteira é o carro-chefe da propriedade. A produção diária em média é de 500 litros. “Passamos muitas dificuldades para chegarmos hoje e receber esse prêmio. Eu sempre gostei de tirar leite e como é bom ser reconhecido naquilo que se tem gosto em fazer. Espero que mais produtores possam confiar na assistência como confiei, pois seguindo as orientações o resultado vem”, destaca Jean, lembrando que tudo gira em torno da alimentação dos animais. “A qualidade do leite entra pela boca da vaca. Sem pastagem e silagem em abundância não se resultados”, alerta.

Emocionada, Alice assinalou que a existência da Amplepa é o grande incentivo, lembrando que a produção leiteira é penosa, quando se enfrenta o inverno do pampa e os calorões do verão. “Por isso também minha gratidão à família, que sempre nos incentivou a jamais desistir. Estamos muitos felizes”, agradeceu.

Ainda em tom de agradecimento, Gean lembrou do veterinário Toni Machado, que, conforme ele, foi fundamental no início da sua caminhada como produtor de leite.

AMPLEPA – Com 49 produtores sob sua responsabilidade, entre eles o casal premiado, a Associação Municipal dos Produtores de Leite de Pedras Altas (Amplepa), também é um caso de sucesso. Criada há mais de 20 anos, a entidade é que possibilita todo o suporte e também a superação dos obstáculos e dificuldades que a atividade impõe.

Presente no ato da entrega da premiação ao casal, o atual presidente, Leomir Savoldi, salientou o orgulho da associação pelo alcance da honraria. “Isso é a soma das parcerias que estabelecemos, o que reflete diretamente na qualidade do leite”, assinala, não deixando de citar o presidente anterior a ele, Evaldo Deoscar, que segundo Leomir foi fundamental na parceria com a CCGL/Camal/Cootrijuc.

Figura fundamental na cadeia produtiva, o associado da Amplepa e responsável pelo transporte diário da produção da associação, Ricardo Salvoldi, o Ricardinho, recordou os momentos de severas dificuldades para a retirada da produção das propriedades, enfrentando condições adversas e muito caminhão estragado. “Hoje seguimos com dificuldades, mas numa realidade bem melhor”, aponta.

PREFEITURA – A Prefeitura de Pedras Altas é também uma grande parceira da produção leiteira. Somente em 2022, conforme dados do termo de colaboração firmado com a Amplepa, além de diversos maquinários transferidos, como tratores, reboques, plantadeiras, ensiladeiras, entre outros, há um repasse mensal em dinheiro de R$ 33 mil, que somados aos equipamentos chega a um desembolso de mais de R$ 1,5 milhão no ano. Para 2023, haverá um incremento R$ 5 mil, passando o repasse mensal para R$ 38 mil.

TP POSTO DE LEITE – O posto de leite da CCGL/Camal/Cootrijuc, localizado em Aceguá, conforme o supervisor de produção Júlio Lemos, que também é vereador na cidade, recebe diariamente no forte da primavera, 102 mil litros, perfazendo mais de 3 milhões de litros por mês. Essa produção vem de oito municípios: Bagé, Hulha Negra, Candiota, Pedras Altas, Chuí, Santa Vitória do Palmar, Cerrito e São Lourenço do Sul. De Aceguá ela é transportada para Cruz Alta, na sede da CCGL, onde é processada.

Para Julio, o prêmio do casal representa uma superação, pois está se falando de pequenos produtores, oriundos de um assentamento. “Muitas vezes se olha apenas para os grandes. Isso é a prova que quando se tem a orientação correta e ela é seguida, os resultados aparecem, independente do tamanho da propriedade”, destacou. (Edairy)


A seca continua sendo uma preocupação na América do Sul

Leite/América do Sul – A seca continua sendo uma preocupação na América do Sul, principalmente no que se refere ao crescimento das culturas anuais, bem como a produção de leite no curto prazo. 

As pastagens estão se deteriorando. Continuam chegando relatos do Uruguai e da Argentina sobre os efeitos do fenômeno La Niña na região. Grandes áreas permaneceram quentes e secas durante a maior parte do ano. Outras áreas da América do Sul, ao contrário, relatam chuvas excessivas e inundações. As expectativas em relação à produção de leite no primeiro trimestre de 2023 são variadas. Mas, de um modo geral, as perspectivas são de queda na comparação anual. Os custos operacionais nas fazendas flutuaram este ano, e com poucas possibilidades de melhoria do clima de imediato, a previsão é de que os custos de ração e fertilizantes permanecerão estáveis e muito provavelmente aumentem em 2023.O comércio de leite em pó vem caindo de outubro para cá. O Brasil compensou o afastamento de três grandes parceiros comerciais da região, Argélia, China e Rússia, cujas compras diminuíram por diversos motivos. Contatos brasileiros dizem que as compras aumentaram por necessidade, devido às incertezas econômicas. Os vizinhos da América do Sul possuem grandes disponibilidades de queijo e leite em pó. (Fonte: Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

Clima volta a afetar produção de grãos no Rio Grande do Sul

Estimativas para a colheita de milho de verão no Estado já diminuíram

O fenômeno La Niña, que pela terceira safra seguida influencia o regime de chuvas no Sul do Brasil, já trouxe o primeiro impacto negativo para a safra de grãos no Rio Grande do Sul neste ciclo 2022/23. Com os problemas, a consultoria StoneX reduziu para 4,5 milhões de toneladas sua estimativa de colheita de milho no verão no Estado, ante as 5,4 milhões projetados no início do mês.

Em agosto, a projeção da Emater-RS apontava para uma colheita de milho verão de 6,1 milhões de toneladas, ante 2,9 milhões na safra 2021/22, que foi castigada pela seca.

“A irregularidade das chuvas no Estado durante a segunda quinzena de novembro e ao longo das primeiras semanas de dezembro, momento crucial para a determinação do potencial produtivo, acabou acarretando em perdas de produtividade”, avaliou a StoneX, em boletim.

Para a soja, que está em fase final de plantio, a consultoria disse que o clima adverso ainda não trouxe riscos de queda de rendimento das lavouras. A Emater gaúcha espera uma colheita de 20,5 milhões de toneladas, ante as 9,1 milhões da prejudicada temporada 2021/22.

Ainda segundo a empresa, a ocorrência de chuvas ideais ainda poderá amenizar a situação das lavouras milho, mas novas perdas não estão descartadas. “Precisamos de chuvas regulares em janeiro e fevereiro. Não adianta chover 100 milímetros em um dia e não cair água nos próximos 30 dias. O cenário ideal seria um volume de precipitações de 20 milímetrosdiário, mas como estamos em época de La Niña, a irregularidade das chuvas deve prevalecer”. reforçou João Pedro Lopes, analista de inteligência de mercado da StoneX.

Segundo o diretor técnico da Emater-RS, Alencar Rugeri, com exceção do nordeste do Estado, todas as demais áreas sofrem com a irregularidade das chuvas. Rugeri afirma que há relatos  relatos de perdas em pequenas áreas, e pondera que ainda é cedo para revisar as estimativas sobre a produção gaúcha. (Valor Econômico)


Jogo Rápido 

SONDAGEM FGV: Sobe confiança do consumidor 
A confiança do consumidor subiu 2,7 pontos em dezembro ante novembro após dois recuos seguidos, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 88 pontos. Em médias móveis trimestrais o resultado caiu 0,3 ponto. “A melhora da confiança reflete um aumento do otimismo em relação aos próximos meses, principalmente das famílias de menor poder aquisitivo, que vêm se mantendo mais endividadas e sofrendo mais com os efeitos da inflação e taxa de juros elevada. As avaliações sobre o momento ainda se mantêm estáveis, mas com piora na percepção sobre o mercado de trabalho, o que gera cautela na intenção de compra”, avaliou a coordenadora de Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Viviane Seda Bittencourt. Em dezembro, o Índice de Situação Atual subiu 0,1 ponto, para 70,9 pontos. O Índice de Expectativas avançou 4,3 pontos, para 100,3. “O ano fecha com saldo positivo e zera as perdas acumuladas nos últimos dois anos, mas é necessário um grande caminho para que a confiança volte a superar o nível neutro, estimulando o consumo”, concluiu a coordenadora. (Correio do Povo)


 
 
 

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