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21/12/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 21 de dezembro de 2022                                                  Ano 16 - N° 3.805


Verão começa nesta semana no Brasil, com impactos no início da safra 2022/2023

Na estação, as chuvas são mais frequentes em praticamente todo o país

O verão no Hemisfério Sul começa às 18h48 (horário de Brasília) de hoje (21/12) e termina no dia 20 de março de 2023 às 18h25. Devido às suas características climáticas, com grandes volumes de chuva, o verão no Brasil tem muita importância para atividades econômicas como a agropecuária, a geração de energia (por meio das hidrelétricas) e para a reposição hídrica e manutenção dos reservatórios de abastecimento de água em níveis satisfatórios.

O período reflete o aumento da temperatura em todo país em função da posição relativa da Terra em relação ao Sol mais ao sul, tornando os dias mais longos que as noites e com mudanças rápidas nas condições de tempo com condições favoráveis à chuva forte, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

No verão, as chuvas são frequentes em praticamente todo o país, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste, onde geralmente os totais de chuvas são inferiores a 400 milímetros (mm).

Impactos das chuvas no início da safra 2022/2023

No Matopiba, região que engloba áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a efetivação da previsão de chuvas acima da média na região nos próximos meses, com exceção de áreas do sul de Tocantins e oeste da Bahia, principalmente em janeiro de 2023, podem auxiliar na manutenção da umidade no solo e favorecer as culturas na região, como a soja, milho primeira safra e algodão.

No Brasil Central, o retorno gradual das chuvas, que foi observado nos últimos meses, contribuiu para um aumento dos níveis de água no solo e tem sido importante para o estabelecimento das culturas de verão no campo, como a soja, milho, feijão e algodão. No entanto, as chuvas irregulares previstas para os próximos meses, além de um possível veranico, ou seja, chuvas abaixo da média, principalmente no mês de janeiro de 2023 em áreas de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, podem impactar negativamente o armazenamento de água no solo e as culturas que se encontrarem em estágios fenológicos mais sensíveis.

Já na Região Sul, a redução das chuvas em grande parte da região influenciada principalmente pela persistência do fenômeno La Niña, em especial no Rio Grande do Sul, causou restrição hídrica nas fases iniciais dos cultivos de verão. Além disso, as chuvas previstas dentro ou abaixo da média podem reduzir os níveis de água no solo, principalmente em áreas do centro sul do Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, e impactar negativamente as culturas agrícolas que se encontrarem em estádios fenológicos mais sensíveis como a soja, milho primeira safra e feijão. (MAPA)


 

Lodo de tratamento de água pode regenerar solos

Pesquisa feita pela Embrapa Clima Temperado em parceria com a Corsan permite o uso deste resíduo para melhorar a qualidade de terrenos arenosos, com baixa retenção hídrica, tornandos mais férteis e menos suscetíveis à estiagem

Um estudo pioneiro no Brasil, coordenado por pesquisadores da Embrapa Clima Temperado, estabeleceu procedimentos para o emprego seguro do Lodo de Estações de Tratamento de Água (Leta) em solos agrícolas do Rio Grande do Sul. De acordo com os resultados divulgados, esse produto − que neste momento gera custos às companhias de saneamento pois tem de ser destinado a aterros sanitários − pode se tornar parte da cadeia de suprimentos agrícolas e beneficiar produtores, empresas de tratamento de água e o Estado.

Segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), financiadora da pesquisa, apenas as suas estações de tratamento de água geram 51 mil metros cúbicos de Letas anualmente, que representam custo extra à empresa. Dessa forma, a “Pesquisa e desenvolvimento do potencial do uso agrícola de lodos de estações de tratamento de água e de esgoto”, iniciada em 2015, buscou encontrar destinos mais eficiente e menos onerosos para essas substâncias, já tendo resultado em pelo menos duas experiências.

Ainda segundo Bamberg, coordenador da investigação, afirma que, em resumo, o processo realizado pelas Estações de Tratamento de Água (ETAs) para preparar a água bruta (normalmente proveniente de
rios e lagos) e depois entregá-la aos domicílios gera um produto conhecido como Leta (Lodo de Estação de Tratamento de Água). O pesquisador ressalta que os Letas não têm propriedade fertilizante, mas que tem outras características relevantes: podem condicionar solos muito arenosos e com baixa capacidade de retenção de hídrica, tornando-os mais agricultáveis e menos suscetíveis à estiagem e também podem ser usados como substrato para a germinação de plantas.

Ainda segundo Bamberg, a maior parte dos Letas é constituída por materiais inertes, principalmente, argila. Além disso, pode conter resíduos dos processos químicos utilizados para processar essa água. Então, para garantir o uso seguro deste material, a pesquisa também averiguou as quantidades confiáveis para uso destes químicos na agricultura e estabeleceu características rígidas que devem ser seguidas. Os apontamentos foram a base para a elaboração da Resolução Normativa nº 461/2022, do Conselho Estadual de Meio Ambiente (ConsemaRS).

O analista agropecuário de florestas da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e membro do Consema, Valdomiro Haas, afirma que o conselho chancelou a resolução porque
“não dava pra deixar passar essa oportunidade de permitir que tanto produtor, quanto a estação de tratamento de água e o Estado se beneficiem”. A resolução dá segurança jurídica para o uso deste tipo de produto, desde que seguindo os parâmetros nele presentes, em solos agrícolas do Rio Grande do Sul.

Adilson e Valdomiro imaginam que os Letas podem integrar o mercado agropecuário em um futuro próximo e possibilitar um destino mais eficiente e sustentável para o que hoje é considerado dejeto, onera o Estado ocupa espaço de outros resíduos em aterros. (Correio do Povo)

 

Leite/Europa

A produção de leite em muitos países da Europa Ocidental está no ponto mais baixo da temporada. Fontes da indústria de laticínios acreditam que os volumes tenderão a aumentar até o final do inverno.

Depois de um verão com produção abaixo das expectativas, a produção de leite voltou ao campo positivo na comparação interanual em alguns poucos países. De acordo com dados disponibilizados pelo site CLAL, as estatísticas provisórias sobre a captação de leite de vaca no mês de outubro de 2022 no Reino Unido (RU), indicam que o volume subiu 2,3% em relação a outubro de 2021. No acumulado do ano, até outubro de 2022, no entanto, houve queda de 1,1%. De acordo com a entidade britânica do setor rural, AHDB, as entregas conjuntas da Inglaterra, Escócia e País de Gales (Grã-Bretanha) subiram 3,8% na comparação com novembro de 2021.

Os analistas atribuem o crescimento da produção ao clima favorável de outono, que melhorou o desenvolvimento das pastagens e aumentou a produtividade animal. O elevado preço do leite fez com que os produtores mantivessem as vacas mais tempo em produção, postergando a secagem das vacas e fornecendo rações concentradas para otimizar a produção de leite.

Analistas projetam crescimento do leite em 2023.

Como a inflação de alimentos e bebidas não alcoólicas na Grã-Bretanha atingiu 14,6%, recente pesquisa forneceu dados sobre como novos aumentos de preços impactam nas compras de carne e laticínios pelos consumidores. O estudo dos dados feito pela AHDB desenvolveu um modelo para prever a perda potencial de compras com o aumento dos preços. Os resultados do estudo, divulgados recentemente, sugerem que o leite de vaca e o queijo são produtos básicos da alimentação e são os lácteos mais resilientes em relação a algumas outras categorias de lácteos.

No ano passado, o preço médio do leite de vaca aumentou 32% e o do queijo 14%. A aplicação do modelo desenvolvido sugere que um aumento médio adicional de 5% no preço do leite resultaria em perda de 8% de compradores. E um aumento médio de 5% no preço do queijo, faria com que 1% dos compradores de queijo deixassem de consumir o produto.

À medida que os consumidores tentam se ajustar aos novos preços, promoções podem ser uma ferramenta valiosa para ajudar a trazer os compradores de volta a algumas categorias de alimentos. A União Europeia (UE) concordou em limitar o preço do petróleo bruto russo embarcado fora da UE a US$ 60/barril e proibir o petróleo russo de entrar no bloco pelo mar. É a aplicação de mais pressão sobre a Rússia pela invasão da Ucrânia, que por sua vez critica o preço máximo, alegando que ainda é muito alto, e que proporciona boa margem para o petróleo russo.

Enquanto isso, no Leste Europeu, fontes da indústria de laticínios dizem que a produção de leite em agosto de 2022, na Ucrânia foi de aproximadamente 711.000 toneladas, contra as 845.000 toneladas produzidas em agosto de 2021. O conflito com a Rússia suspendeu as atividades normais de alguns setores, inclusive o de laticínios, e recentes ataques com mísseis deixaram várias fábricas sem energia. Como resultado, as instalações de processamento foram suspensas e o leite precisou ser transferido para outras fábricas. Se de um lado as indústrias procuram honrar o compromisso de manter a captação do leite dos produtores, de outro a demanda está limitada, e o preço do leite e produtos lácteos podem ser encontrados com valores de 20% a 40% menores do que os vendidos na UE. (Fonte: Usda – Tradução Livre: Terra Viva)


Jogo Rápido 

PL DO AUTOCONTROLE: Senado envia projeto à sanção

O projeto de lei N° 1293/2021, o PL do Autocontrole, foi aprovado ontem pelo plenário do Senado Federal e segue, agora, para sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro. A matéria propõe um sistema de autocontrole sanitário, com inspeções periódicas na cadeia produtiva agropecuária. Também introduz o Programa de Incentivo à Conformidade e o Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária. (Correio do Povo)


 
 
 

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