Pular para o conteúdo

27/09/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 27 de setembro de 2022                                                   Ano 16 - N° 3.750


UM NOVO OLHAR: O AGRO DE TRANSFORMAÇÃO
 
Muito se fala do agronegócio como pilar da economia brasileira. Certo, mas onde está a indústria que transforma os grãos em produtos de valor agregado, que gera impostos, renda e milhares de empregos aqui?
 
As indústrias do agro nunca foram preocupação dos governos. Quando se fala em agronegócio, a referência é a produção de grãos, commodities que geram riquezas no Exterior e depois são importadas como produtos industrializados.
 
Necessitamos de uma política que beneficie a indústria local e de um estoque regulador de matéria-prima, principalmente milho e soja.Também é lamentável a perda de competitividade da indústria gaúcha - Estados vizinhos "invadem" o RS com seus produtos. É necessário revermos questões tributárias.
 
A cadeia leiteira, por exemplo, depara-se com cenário desanimador a partir das importações de leite em pó e derivados por parte dos grandes players. O déficit nessa balança comercial é de 58,3 mil toneladas de leite e derivados de janeiro a agosto de 2022, conforme dados do Sindilat/RS. Não seria o momento de sobretaxar as importações acima dos 4%, que não são suficientes para frear ou, ao menos, reduzir as importações?
 
Além disso, no momento de seca, o governo retira incentivos fiscais como créditos presumidos na ordem de 5% ao ano a partir de 2022. A compra de milho, ainda, e de embalagens para a indústria de laticínios, oriundas de outros Estados, prejudica tributariamente a cooperativa, impossibilitando a utilização do crédito presumido de ICMS na sua totalidade e elevando o custo com logística.
 
Saudade do tempo em que o governo trazia milho de outros Estados para atender à agricultura familiar com estruturas da Cesa. Saudade também da época em que existiam recursos subsidiados a taxas mais módicas para investimentos.
 
O cenário negativo afeta todos nós. Já não basta mais uma gestão eficiente, pois nos deparamos com problemas crônicos que requerem medidas urgentes para salvar empregos, gerar renda e impostos tão necessários. (Dirceu Bayer - Presidente da Cooperativa Languiru/Zero Hora)


USDA mostra alta no número de vacas e na produção de leite nos EUA

O relatório de Produção de Leite de agosto do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) destacou o crescimento positivo que se desdobrou na indústria no mês passado. O último relatório do USDA descreve que a produção de leite dos EUA aumentou modestos 1,6% em relação a agosto de 2021. Mesmo assim, o número de vacas diminuiu 11.000 cabeças em relação ao ano anterior, mas aumentou 8.000 cabeças em julho de 2022.
 
Os seis principais estados para a produção de leite documentaram resultados mistos.

Conforme documentado no relatório, o Texas liderou o crescimento ano a ano, com um aumento de 30.000 cabeças em relação a agosto de 2021. Dakota do Sul continua seu movimento positivo de crescimento de vacas, com um aumento de 22.000 cabeças.
 
Iowa e Geórgia também tiveram aumentos, de 13.000 e 11.000 cabeças, respectivamente. Os estados que apresentaram a maior tendência de queda no número de vacas são Novo México e Michigan, com queda de 24.000 e 15.000 cabeças, respectivamente.
 
Phil Plourd, chefe de inteligência de mercado da Ever.Ag, disse que os números certamente superaram suas expectativas. “Mas estávamos comparando com um desempenho relativamente fraco no ano passado”, explica Plourd. “Por exemplo, o número de vacas caiu 45.000 cabeças entre julho e agosto do ano passado, o que explica como fechamos a diferença ano a ano para apenas 11.000 cabeças em agosto.”
 
Plourd diz que há uma boa chance de vermos os números de vacas ultrapassarem os números do ano anterior quando o próximo relatório do USDA sair, porque no ano passado perdemos outras 33.000 vacas de agosto a setembro.
 
“Acho que também é justo dizer que a Califórnia apresentou um clima favorável durante a maior parte de agosto, o que não aconteceu no ano passado”, disse ele. “O inverso foi verdadeiro em Wisconsin, onde as coisas ficaram um pouco quentes no mês passado.”
 
Ao todo, Plourd diz que os números tiveram uma inclinação decididamente de baixa. “Achamos que veremos um crescimento decente em setembro, mas não esperamos grandes aumentos tão cedo”, diz ele.
 
Com a produção de leite melhorada por vaca, o resumo da produção de leite de agosto mostrou que a produção mensal nos EUA e nos principais estados leiteiros aumentaram em 15,4 quilos por vaca com relação ao ano anterior. (As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)


Evolução do mercado lácteo global em setembro de 2022

 
O mercado lácteo mundial continua evidenciando um conjunto de diversas condições que impulsionam uma desconexão nos valores dos produtos.
 
Se bem que a oferta de leite e produtos básicos esteja escassa na União Europeia (UE) continuará exercendo uma forte influência. Uma demanda mais débil nos Estados Unidos da América (EUA) manterá os preços do queijo e das proteínas sob pressão. Por outro lado, a demanda significativamente mais fraca da China e parte da Ásia continua debilitando os preços do leite em pó na Oceania.
 
A lenta recuperação da demanda de importações chinesas devido às restrições estabelecidas para controle do COVID continua influenciado de forma significativa os preços do leite em pó desnatado (SMP) e do leite em pó integral (WMP). Os indicadores do mercado chinês ainda não mostram uma reversão significativa desta situação, apesar dos preços do leite em pó terem voltado a um nível mais atrativo. Os próximos eventos do GlobalDairyTrade (GDT) mostrarão sinais importantes.
 
As perspectivas dos lado da demanda também são desafiadoras, já que a inflação dos alimentos continua na maioria das regiões em desenvolvimento, impulsionada pelos efeitos do fluxo elevado dos preços dos cereais e da energia.
 
UE
As perspectivas da UE continuam sendo as mais incertas. A captação de leite tem sido resistente, ajudadas pelos elevados preços aos produtores e devem persistir pelo resto do ano. Sem dúvida, a pouca umidade do solo é um grande risco para os cultivos e as pastagens em algumas regiões, enquanto que as incertezas do impacto do racionamento de gás acordado pela UE para secagem de leite em pó ameaçam ainda mais a produção de SMP e manteiga.
 
EUA
Os fundamentos do mercado estadunidense continuam sendo mais fracos com a desaceleração da demanda de queijo. Ainda que se espere crescimento da oferta de leite nos próximos meses, isso deverá superar a forte redução do número de vacas no terceiro trimestre de 2021. A expectativa é de que os preços mais baixos para o leite e os elevados custos dos insumos mantenham as margens dos produtores muito baixas e haverá maior pressão até o segundo semestre de 2022.
 
Nova Zelândia
O clima úmido vem diminuindo no início da temporada 2022-23 na Nova Zelândia. Os preços recordes esperados para o leite não impulsionarão uma produção de leite maior, já que os custos dos insumos e a escassez de mão de obra limitam a recuperação.  A fraca demanda da China e Sri Lanka deixa muita incerteza em relação ao WMP e pode proporcionar certa pressão para alterar o mix de produtos a favor do SMP e da manteiga. O ambiente continuará sendo incerto e pode ainda ser influenciado por outros fatores de curto prazo. (Fonte: DiarioLechero – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido 

Emater participa de qualificação 
A Emater/RS-Ascar foi a única instituição de assistência técnica e extensão rural do Brasil com representante selecionado para participar do programa mundial de intercâmbio promovido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês. O indicado pela Emater/RS para o curso, que terminou ontem, foi o gerente adjunto da Gerência de Planejamento e também gerente regional de Santa Maria, Guilherme Passamani. A qualificação visa aprimorar os levantamentos de safras e informações agrícolas, padronizar as metodologias e conhecer os sistemas de levantamento americano. (Correio do Povo)


 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *