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09/05/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 09 de maio de 2022                                                           Ano 16 - N° 3.656


Cresce captação de leite durante entressafra
 
Sindilat-RS projeta que alta deve amortecer impacto da estiagem na crescente elevação nos custos com alimentação animal
 
A melhora no clima, com o retorno da chuva após a prolongada estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul no verão, e a recuperação dos preços pagos pela indústria aos pecuaristas nos últimos meses tiveram um efeito positivo na produção leiteira. Segundo o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, as empresas captaram em abril a média de 9,9 milhões de litros de leite por dia, superando a captação média de 9,5 milhões de litros do mesmo mês do ano passado, que é o patamar esperado para o período de entressafra na Região Sul.
 
Palharini explica que abril e maio são meses marcados por menor disponibilidade de pastagens, o que eleva os custos da alimentação dos animais, mas a produção vem conseguindo reduzir o impacto desses fatores. “Normalmente, a partir de outubro, temos uma queda de 5% a 8% (na captação) a cada mês, mas em abril essa queda foi menor”, observa. “Não tivemos geada e, em fevereiro, o produtor já tinha uma sinalização de melhora nos preços.”
 
No Rio Grande do Sul, o preço de referência para o litro de leite entregue em abril e pago aos produtores em maio foi projetado em R$ 2,4007 pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado (Conseleite-RS), um avanço de 10,84% em relação ao valor estimado em março. “A gente espera estabilidade no preço, para não haver desestímulo ao produtor”, ressalta Palharini, lembrando que os pecuaristas ainda administram os prejuízos sofridos com a estiagem.
 
Em abril, o leite integral aumentou 13,46% em Porto Alegre na comparação com março, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nos supermercados gaúchos, as vendas de leite caíram 5% em volume nos últimos dois meses, de acordo com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). “Por ser um item de primeira necessidade, o consumidor não abre mão de adquirir este produto. Acaba adequando suas compras e reduzindo outras categorias”, afirma o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo. (Correio do Povo)

BRASIL: MELHORANDO A TENDÊNCIA EM RENTABILIDADE E PREÇO PARA O PRODUTOR DE LEITE

O preço do leite coletado em março e pago em abril foi liberado pelo Cepea-Esalq/USP. O valor teve um aumento significativo de R$ 0,21 em relação ao mês anterior, chegando a R$ 2,4269/litro (US$/litro 0,48) nos estados que compõem o "Brasil Médio" do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), do Esalq/USP.

Este aumento no preço do leite para o produtor é um reflexo da queda na produção no campo, uma conseqüência dos altos custos de produção e da baixa estação do ano ligada à menor disponibilidade de pastagens.



O Índice de Consumo de Laticínios da Cepea (ICAP-L) caiu 0,5% de fevereiro a março e agora caiu 4,5% desde março de 2021.

O aumento dos preços dos insumos de produção tem corroído as margens dos produtores de leite, limitando os investimentos na atividade e reduzindo o potencial de fornecimento. De acordo com a pesquisa Cepea, o Custo Operacional Eficaz (EOC) da produção leiteira aumentou em 4,07% no primeiro trimestre de 2022.

Diante da forte queda na produção de leite, os preços dos produtos lácteos sofreram aumentos sucessivos nestes meses iniciais de 2022. Desta forma, o leite também foi valorizado como matéria-prima. No mercado à vista (leite comercializado entre indústrias), de acordo com uma pesquisa da MilkPoint Mercado, o preço do leite aumentou a cada quinzena dos primeiros 3 meses do ano. Este cenário de aumento dos preços impulsionou o aumento dos preços do leite no produtor em abril.

Com o aumento do preço recebido pelo leite e uma queda nos preços dos grãos (entre o final de março e meados de abril), houve um aumento no indicador RMCR em abril, após um período muito ruim de janeiro a março deste ano.

Para os próximos pagamentos, a tendência é para um cenário de alta do preço do leite pago ao produtor, devido à persistência da menor disponibilidade de leite. (Fonte: OCLA baseado no MilkPoint).

 








Setor leiteiro emprega cerca de 4 milhões de pessoas

Com mais de 34 bilhões de litros por ano, a produção leiteira do Brasil alcança hoje 98% dos seus municípios, e dentro deste percentual, a predominância é de pequenas e médias propriedades

Quando alguém diz que a “nossa riqueza está no campo”, isso não é de forma alguma uma força de expressão, mas a pura realidade. Para se ter uma ideia, em 2021 o agro brasileiro, segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), somou uma receita recorde de US$ 120,6 bilhões, crescimento de 19,7% em relação ao ano anterior. Também em 2021, o setor abriu mais de 150 mil novas vagas de emprego,de acordo com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 2020, as atividades no campo já empregavam, direta e indiretamente, cerca de 9 milhões de trabalhadores.
 
Por isso, nesse Dia do Campo, celebrado em 10 de maio, o nosso agronegócio tem alguns títulos a comemorar como: o terceiro maior produtor de carne do planeta (englobando rebanhos bovinos, suínos), terceiro maior produtor de leite do mundo e quarto maior produtor mundial de grãos. Entre os diversos segmentos que integram a nossa agropecuária, a produção leiteira está sem dúvida entre as mais relevantes para nossa economia. Assim como a carne e a soja, commodities as quais também somos grandes produtores mundiais, o leite é um alimento de grande impacto mundial: estima-se que 600 milhões de pessoas vivam da produção de produtos lácteos.

Com mais de 34 bilhões de litros por ano, a produção leiteira do Brasil alcança hoje 98% dos seus municípios, e dentro deste percentual, a predominância é de pequenas e médias propriedades. A extensa cadeia produtiva do leite emprega atualmente, tanto no campo quanto na cidade, cerca de 4 milhões de pessoas. “O leite tem em nossa economia um impacto muito grande, porque ele gera empregos e renda, não só lá na ponta do produtor, mas ao longo de toda a sua cadeia, seja na indústria, com o processamento do produto e fabricação de derivados; no transporte, com a distribuição para todo país de um item essencial na mesa dos brasileiros; ou no ramo de serviços de alimentação, em restaurantes, padarias e confeitarias. Enfim, o caminho do leite é longo, felizmente”, destaca André Luiz Rodrigues Junqueira, presidente do Grupo Marajoara, indústria de laticínios que fica em Hidrolândia, interior de Goiás.

Dificuldades e resiliência
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o país conta atualmente com mais de 1 milhão de propriedades produtoras de leite. Produtores como Deusimar Vieira, que herdou do pai e do avô o gosto pela pecuária leiteira. Ele é dono de uma propriedade rural de dez alqueires na cidade Pontalina, também no interior de Goiás, onde cuida de cerca de 80 cabeças de gado e produz mais de 1.200 litros por dia. No ramo leiteiro há mais de 20 anos, o produtor rural conta que já viveu muitas fases difíceis e boas no mercado, mas atualmente ele diz que o setor passa por um daqueles momentos complicados. 

Apesar de ser o leite um alimento que integra uma extensa cadeia produtiva, Deusimar revela que muitos têm deixado o ramo devido à baixa lucratividade e altos custos de insumos, como ração, energia e fertilizantes. Mas apesar dessas dificuldades, Deusimar, resiliente como a grande maioria das pessoas do campo, entende que o leite é um produto que nunca sairá do mercado e que se o momento está ruim, pode também rapidamente melhorar. “No mercado leiteiro é assim, cheio de altos e baixos. É importante persistir e se atualizar para melhorar”, diz o produtor.  (Agrolink)

Jogo Rápido 

Governo estuda ‘alívio’ no frete para caminhoneiro 
O governo federal estuda mudanças nas regras de compensação do preço dos combustíveis em contratos de afretamento de transporte rodoviário. O modelo, defendido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, foi discutido nesta última semana em reunião na Casa Civil com o Ministério de Minas e Energia. A intenção do Executivo é aproximar o modelo brasileiro do americano, garantindo o preço do frete para o caminhoneiro pelo preço final, quando da entrega da mercadoria. Seria uma tentativa de reduzir o risco para o caminhoneiro autônomo. Uma fonte que participa das negociações explica que atualmente o caminhoneiro estabelece um determinado valor, mas, com a variação do combustível, quando a entrega chega ao destino, o preço do combustível está mais alto. Assim, o caminhoneiro tem prejuízo porque durante a viagem pagou mais. A medida seria uma maneira de o preço final proteger o caminhoneiro para não sofrer volatilidade. Dados da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) indicam que há cinco anos o Brasil tinha 919 mil transportadores autônomos. Em 2021, após a alta no preço dos combustíveis, a agência estima 696 mil. O projeto é “bem visto” pela área econômica por não ter impacto fiscal e também porque já seria uma mudança na relação privada. No governo, a pressão por subsídios foi renovada, mas o espaço no teto de gastos é zero. (Correio do Povo)

 
 
 
 
 
 

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