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08/04/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 08 de abril de 2022                                                           Ano 16 - N° 3.635


Próximos dias terão muita umidade e chuva expressiva por todo o RS

Os próximos sete dias permanecerão com muita umidade e chuva expressiva no Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 14/2022, elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a Emater/RS-Ascar e o Irga.

Na sexta-feira (08/04), o deslocamento de uma área de baixa pressão vai provocar chuva em todo  o Estado, com possibilidade de temporais isolados. No sábado (09), o ingresso de ar seco manterá o tempo firme, com ligeira elevação das temperaturas. No decorrer do domingo (10), a aproximação de uma nova área de baixa pressão vai aumentar a nebulosidade e provocar pancadas de chuva na maioria das regiões.

Na segunda (11) e terça-feira (12), a propagação de uma frente fria provocará chuva em todo o Estado, com chance de temporais isolados, especialmente nos setores Oeste, Centro e Norte. Na quarta (13), ainda ocorrerão chuvas fracas e isoladas nas faixas Norte e Nordeste, porém no decorrer do dia, o ingresso de ar seco afastará a nebulosidade e provocará o declínio da temperatura.

Os totais esperados deverão oscilar entre 20 e 50 mm na maioria das regiões. Na Fronteira Oeste, Missões e Alto Uruguai, os volumes previstos variarão entre 80 e 100 mm, podendo exceder 125 mm em diversos municípios.

O Boletim Integrado Agrometeorológico 14/2022 pode ser acessado em: www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.  (SEAPDR)

Rebanho leiteiro manteve níveis de produção no RS

Mesmo com a redução das pastagens, devido ao período de vazio forrageiro. Com reservatórios e mananciais de água com maior volume, houve melhora importante na quantidade e na qualidade da água.

Os animais apresentam adequadas condições sanitárias, sendo que foram realizadas as vacinações obrigatórias e preventivas, bem como o controle de endo e de ectoparasitos. Em algumas regiões, os produtores seguem sendo orientados a vacinar contra raiva herbívora, conforme orientação das Inspetorias de Defesa Agropecuária. 

Na regional de Santa Rosa, os dados indicam um aumento significativo na produção leiteira, como reflexo do retorno da boa oferta de forragem após a ocorrência constante de chuva e da redução das temperaturas. Devido ainda aos efeitos da estiagem, os estoques de alimentos conservados terminaram ou estão baixos, necessitando que os produtores façam um adequado planejamento forrageiro e também da produção de silagem do milho safrinha e de espécies forrageiras de inverno.

Na regional de Frederico Westphalen, as temperaturas mais amenas proporcionaram mais conforto aos animais, principalmente as vacas leiteiras, levando ao aumento da produção de leite e melhorando o manejo dos animais.

Na regional de Pelotas, os produtores seguem colhendo as áreas destinadas à silagem, que têm apresentado baixa produtividade. Na de Erechim, a atividade leiteira do Alto Uruguai gaúcho segue com dificuldade. A margem de lucro por litro de leite está reduzida, especialmente devido aos altos preços dos concentrados, como ração comercial, milho, farelo de soja e mineras. Outro fator que está impactando negativamente o resultado econômico da bovinocultura de leite é a baixa qualidade da silagem de milho colhida na última safra, devido à forte estiagem que acometeu toda a região.

Na regional de Bagé, em Alegrete, produtores investem recursos na implantação das pastagens de inverno, visando eliminar o vazio forrageiro outonal. Em Itacurubi, ocorre gradativa recuperação do estado corporal das matrizes com retomada na produção de leite. (Emater/RS)
 
 
Balança comercial de lácteos: exportações perdem força

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (07/04) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de -52 milhões de litros em equivalente-leite no mês de março, uma diminuição de 32 milhões, ou aproximadamente 61,5% em comparação ao mês anterior.

Ao se comparar ao mesmo período do ano passado (mar/2021), o saldo foi menos negativo, sendo que o valor em equivalente-leite nesse período foi de -92 milhões de litros, representando um aumento de aproximadamente 78%.

Apesar do recuo, esse resultado é o menos negativo desde 2014 para o mês, quando teve um saldo de -1 milhões de litros, e após quatro meses consecutivos de aumentos, o saldo da balança voltou a diminuir. 

No mês de março as exportações tiveram um forte recuo de aproximadamente 65% em relação ao mês de fevereiro, com um decréscimo de -14,1 milhões de litros no volume exportado. Ao se comparar com 2021, as exportações também foram menores este ano, com um diminuição de -3,4 milhões de litros, representando um decréscimo de aproximadamente 31% no volume exportado. Após altas expressivas nos volumes de lácteos destinados às exportações, o cenário para o mês de março foi reverso, e ocorreram quedas consideráveis.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.



Do lado das importações, o cenário também foi reverso do que vinha ocorrendo. O mês de março apresentou um aumento de 41% nas importações em relação ao mês de fevereiro, com um acréscimo de 17,2 milhões de toneladas em equivalente-leite no volume de importações. Analisando o mesmo período do ano passado, nota-se uma diminuição expressiva entre os volumes importados; em março de 2021, 102,6 milhões de litros em equivalente-leite foram importados, já em 2022 esse valor teve um recuo de aproximadamente 42%, totalizando um decréscimo de -43,4 milhões de litros em equivalente-leite comparando-se os anos, o que pode ser observado no gráfico a seguir:

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.



Essa diminuição nos volumes exportados e aumento das importações acarretou em um saldo mais negativo da balança comercial de lácteos para o mês de março. Apesar desta dinâmica, o resultado é o menos negativo desde o ano de 2014 para o período. Quando comparado com o ano de 2021 mesmo com um menor volume destinado as exportações, uma diminuição expressiva nas importações acarretou em uma saldo mais favorável para o ano de 2022.

Este cenário é consequência do fim do ciclo de alto dos preços internacionais e da forte queda do dólar no período. Apesar disso, o cenário que estava vigente há alguns meses sofreu uma disrupção ao longo do mês. Conforme relatado na análise do último evento do Global Dairy Trade (GDT), “GDT: preços internacionais apresentam nova correção”, os preços internacionais do leilão sofreram recuo pela segunda quinzena consecutiva e os preços médios voltaram aos patamares abaixo dos U$ 5.000 /tonelada.

A queda do dólar também contribuiu para o cenário observado. Devido a políticas econômicas adotadas por parte do Brasil, e os preços das commodities operando em patamares elevados, a moeda norte-americana sofreu fortes variações negativas frente ao real nos últimos dias. Entre o período de 01/01 e 25/03, o real teve variação de +16,79%, configurando-se como a moeda que mais se valorizou no ano de 2022.

E por último, mas não menos importante, devido a oferta de leite no mercado interno comprometida, nas últimas semanas o cenário foi altista para a maioria dos derivados lácteos. Altas expressivas foram observadas no leite UHT, muçarela, e leite em pó. Este fato, associado ao dólar operando em baixa, muitas vezes pode tornar as negociações dos produtos no mercado interno mais atrativa em detrimento das exportações, o que pode ter levado ao menor volume destinado a essas negociações.

Todos esses fatores contribuíram para o processo disruptivo do cenário que estava vigente há alguns meses, e frearam bruscamente as exportações, com o produto nacional perdendo competitividade no mercado externo, e as importações começando a ganhar fôlego na concorrência do mercado interno.

Em relação aos produtos mais importantes da pauta importadora em março, temos o leite em pó integral, os queijos, o leite em pó desnatado e o soro de leite, que juntos representaram 90% do volume total importado. O leite em pó integral teve uma aumento de 19% em seu volume importado. Os produtos que tiveram maior variação com relação a importação foram o iogurte, a manteiga e o leite em pó desnatado com aumentos de 389%, 82% e 52%, respectivamente.

Os produtos que tiveram maior participação no volume total exportado foram o leite condensado, o creme de leite, o leite UHT, e os queijos, que juntos, representaram 83% da pauta exportadora. Produtos que apresentaram forte variação com relação ao mês de fevereiro foram o leite em pó integral, e o leite em pó desnatado, visto que ambos tiveram uma redução de aproximadamente 98% no volume destinado a exportação.

A tabela 1 mostra as principais movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de março deste ano.

Tabela 1. Balança comercial láctea em março de 2022. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.



O que podemos esperar para o próximo mês?

Conforme relatado, o cenário observado nos últimos meses começou a se alterar, e caso a dinâmica se sustente, poderá ser fortalecer nos próximos meses. Os preços internacionais parecem ter atingindo um “pico” após alcançarem seu maior valor médio da história, e a tendência, pelo menos a curto prazo, é o mercado apresentar correções, e os preços recuarem. Caso isso ocorra, fortalece o cenário observado e pode aumentar a competitividade dos produtos internacionais, estimulando as importações e desestimulando as exportações.

Outro ponto para ficar de olho é o conflito no Mar Negro, envolvendo a Ucrânia e a Rússia. Caso um cessar fogo ocorra, poderemos ver diversos mercados, dentre eles as commodities, como o petróleo, recuando, o que poderá impactar nos preços praticados no mercado lácteo internacional. Além disso, o fim do conflito pode contribuir para uma retorno a normalidade na questão da oferta e demanda mundial, pelo menos a médio e longo prazo, a depender dos estragos ocasionados pela guerra.

No mercado nacional temos a medida do governo de zerar os impostos para a muçarela importada, que, caso se mantenha, contribui como um estimulo as importações, principalmente do produto proveniente dos Estados Unidos. Com o fim da TEC, poderemos observar um aumento no volume de importações de muçarela, contribuindo para um saldo mais desfavorável da balança, além dos impactos negativos no mercado nacional de queijos. (Milkpoint)

Jogo Rápido 

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