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06/04/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de abril de 2022                                                           Ano 16 - N° 3.633


Espanha: dispara abate de vacas que produzem menos de 30 litros/dia
 
A crise das matérias-primas agrícolas, agravada pela invasão da Ucrânia, atinge em cheio a indústria leiteira, que está iniciando o abate de vacas com produção abaixo de 30 litros/dia porque não é rentável mantê-las, dado que se paga um litro de leite entre 0,39 e 0,42 centavos quando o quilo de milho custa entre 0,40 e 0,42 ou o quilo de soja em torno de 0,60, sendo ambos elementos essenciais para a alimentação do gado.
 
José Barrau, proprietário da Quesería Villa Corona, empresa localizada em El Burgo de Ebro (Zaragoza), disse à Efe que esta circunstância está obrigando muitos fazendeiros a começarem a abater vacas produtivas com menos de trinta litros de leite por dia. Manter essas cabeças não cobre os custos e geram prejuízos, garante o produtor.
 
A crise das matérias-primas agrícolas, agravada pela invasão da Ucrânia, atinge em cheio a indústria leiteira, que está iniciando o abate de vacas com produção abaixo de 30 litros/dia porque não é rentável mantê-las, dado que se paga um litro de leite entre 0,39 e 0,42 centavos quando o quilo de milho custa entre 0,40 e 0,42 ou o quilo de soja em torno de 0,60, sendo ambos elementos essenciais para a alimentação do gado.
 
José Barrau, proprietário da Quesería Villa Corona, empresa localizada em El Burgo de Ebro (Zaragoza), disse à Efe que esta circunstância está obrigando muitos fazendeiros a começarem a abater vacas produtivas com menos de trinta litros de leite por dia. Manter essas cabeças não cobre os custos e geram prejuízos, garante o produtor. 
 
Se uma fazenda de gado leiteiro tem 1.200 cabeças, como Barrau mantém em suas duas fazendas (uma em Monzón e outra em Sangarrén, em Huesca), 600 delas são produtivas, mas todas comem. 
 
E assim, quando o percentual normal de abate em uma fazenda é de 15 ou 20% do gado, muitas fazendas já estão atingindo, diz Barrau, 30 ou 40% de abate de vacas produtivas; "E porque os frigoríficos não aceitam mais, porque o preço da carne subiu", diz.
 
A guerra trouxe consigo os grandes especuladores. As empresas especializadas em compras futuras de cereais estão até recomprando o que já haviam vendido e há grandes países exportadores, como a Argentina, que estão mantendo sua produção, mas também os menores, como Sérvia ou Montenegro. E enquanto isso, explica Barrau, na União Européia não há milho ou soja suficiente para vacas, nem para porcos ou bezerros.
 
Além disso, este problema é agravado pelo fato de que os cultivos na Espanha estão sujeitos a grandes tensões, como o aumento do preço dos fertilizantes, que triplicou no caso da ureia, por exemplo, passando de 300 euros para 1000/hectare e que também não é produzida no país, ou a de água, que dobrou a conta dos irrigantes. Isso sem contar o preço da energia necessária para irrigação, diz ele.
 
No caso dele, o preço da ração do gado se soma ao aumento contínuo do preço de materiais como plástico ou papelão que ele precisa para embalar seus produtos, que, desde a pandemia de covid aumentou 70%, ou ao custo do gás óleo de suas caldeiras.
 
Essas despesas foram repassadas para o preço dos produtos que chegam às lojas e supermercados, mas o aumento "já ficou ultrapassado" devido ao custo de seus queijos, iogurtes, coalhadas e suas caixas de leite. 
 
“Isso não tem nada a ver com nenhuma outra crise, nunca vivi uma como essa”, lamenta Barrau, cuja força de trabalho foi reduzida para vinte pessoas na queijaria durante a pandemia, quando normalmente são 25. Ele analisa que na origem de alguns desses problemas está a "dependência tão desenfreada" de matérias-primas do exterior e prevê que os alimentos continuarão a subir de preço.
 
Perante esta situação, Barrau não tem outra alternativa senão "cuidar do produto e dos clientes" e olhar atentamente para custos e despesas, diz com a firme determinação de "adaptar-se" e "continuar a trabalhar", como têm feito desde 1986.
 
As informações são do Portalechero, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint

Novo Ministro da Agricultura Marcos Montes se posiciona a respeito da diminuição da alíquota de importação de produtos da cesta básica
 
Alíquota de importação - Em entrevista à Band News, o novo Ministro da Agricultura Marcos Montes, discorreu sobre a diminuição da alíquota de importação dos produtos da cesta básica, incluindo o queijo mussarela, se posicionando contrário à redução a zero desta alíquota por se tratar de uma medida que produz pouco efeito sobre a inflação.
 
Na entrevista, o ministro se manifesta particularmente contrário a esta redução. “Estamos retroalimentando a inflação. Quando começamos a dar descontinuidade aos nossos produtos e a nossa cadeia, estamos ao mesmo tempo alimentando outro tipo de inflação”, afirma o ministro.
 
De acordo com Marcos Montes essa medida deveria ser repensada pela economia para fazer um balanço dos impactos que representa na inflação versus o que representa nas cadeias produtivas, principalmente do pequeno produtor.
 
O leite é um produto extremamente social, de grande importância socioeconômica. Para o ministro, o efeito é muito pequeno sobre a inflação. “No caso dos produtores de leite, que impactam pouquíssimo na inflação, está prejudicando toda uma cadeia de mais de um bilhão de pessoas envolvidas, então eu acho que tem que ser repensada”, diz Marcos Montes. >> Acesse aqui a entrevista completa do Ministro Marcos Montes à Band News 
 
Elaboração Terra Viva com informações da Band News





Argentina: mercado externo já absorve 30% do leite do país
 
As exportações de lácteos do mês de janeiro caíram 19% em volume (toneladas de produtos), mas permaneceram praticamente inalteradas em termos de receita em milhões de dólares (-0,6%), em função do nível dos preços internacionais.
 
Segundo dados oficiais do INDEC, em janeiro foram embarcadas 36.378 toneladas de produtos, resultando em um total de 136,1 milhões de dólares. De acordo com a análise do Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA), foram processados 270 milhões de litros equivalentes para o mercado externo.
 
No entanto, o que cresceu sensivelmente em relação à média de 2021 é o percentual que esse volume representa no total da produção nacional de leite. De acordo com esse número, era de 29,2% em janeiro e, considerando os dados preliminares do primeiro bimestre, continua aumentando para 29,6% do total.
 
A análise
De acordo com os números finais das exportações até janeiro de 2022 com dados da Direção Nacional de Laticínios, esses 29,2% destinados ao mercado externo (superior à média de 24-5% média anual) podem ser explicados pela sazonalidade da produção primária (pico baixo) e o mercado interno fraco, resultado do fenômeno inflacionário.
 
Além disso, há também um fator de contexto que tem a ver com os impedimentos que existem atualmente para alcançar a logística em tempo hábil, como resultado da baixa disponibilidade global de contêineres, que estão gerando estoques e postergando embarques, que são enviados com atraso.
 
Os dados das exportações de lácteos acumulados até o mês de fevereiro de 2022, segundo dados provisórios do INDEC, indicam que nos dois primeiros meses seriam 70.700 toneladas no valor de 256 milhões de dólares.
 
Desse total exportado até agora, 49,8% foram leite em pó, 18,6% queijo em seus diferentes formatos e 20% doce de leite, manteiga, óleo de manteiga e soro de leite. Ressalta-se que os 11% restantes correspondem à categoria “confidencial”, que supostamente são os itens lactose, caseína e iogurte, que não estão detalhados nas informações oficiais abrangidas pela “Lei do Sigilo Estatístico” para as empresas fornecedoras.
 
Variações
A OCLA considera que a variação entre os meses das exportações foi de -5,5% em volume e -11,5% em valor (fev/22 vs. jan/22); e a variação interanual foi de +27,2% em volume e +43,8% em valor (fev/22 vs fev/21).
 
Como pode ser visto no gráfico abaixo, "as exportações no início de 2022 são consideravelmente inferiores às de 2021, mas cabe esclarecer que as exportações em janeiro de 2021 foram muito altas, pois acumularam exportações não realizadas para o Brasil em dezembro de 2020, quando havia dificuldades de entrada devido a questões burocráticas no país de destino. E em fevereiro há uma situação inversa, exportações normais em fevereiro de 2022 em comparação com as baixas exportações em fevereiro de 2021 devido aos altos volumes do mês anterior.”
 
Entretanto, “as exportações de janeiro e fevereiro de 2022 têm sido feitas maioritariamente com mercadorias que estavam em estoque devido à sua acumulação por causa das dificuldades ocorridas durante 2021 (principalmente baixa disponibilidade de contêineres em particular e de logística em geral)".
 
Em litros equivalentes de leite, as exportações representaram nos dois primeiros meses de 2022, 29,6% da produção total, "embora com uma participação muito elevada em valores históricos, foram inferiores às do ano anterior que participaram em 31,0%, em virtude do que foi mencionado acima”, analisa a OCLA.
 
O preço argentino
Ainda distante da referência mundial que a Fonterra vem estabelecendo por meio do Global Dairy Trade (GDT), "o preço médio de exportação negociado por tonelada foi de US$ 3.626 para o bimestre, o que implica um aumento de 18,2% em relação aos primeiros dois meses de 2021. Como se vê, longe dos US$ 4.600/t que os mercados europeu e asiático estão pagando pelo leite da Oceania.
 
No entanto, "no caso particular da categoria Leite em Pó, o preço médio foi de US$ 3.495/tn, 15,9% acima do mesmo período do ano anterior", o que é um valor mais do que atrativo para continuar aproveitando na medida do possível, tendo em conta o desequilíbrio existente com a demanda interna.
 
Destinos
Segundo dados do DNL, o destino das exportações para este primeiro bimestre foi o seguinte: 33% para a Argélia, 18% para a Rússia, 15% para o Brasil, 5% para o Chile, 4% para os EUA, 4% para a China e os restantes 21% para outros mais de 10 destinos.
 
Vale ressaltar um fato que não é menor em relação à Rússia, segundo ou terceiro mercado mais importante (dependendo do produto) para o nosso país: esses números ainda não incluem os dados de março, onde os embarques foram reduzidos a zero, como consequência do confronto militar com a Ucrânia e dos bloqueios comerciais que estão ocorrendo na zona de conflito. Conforme confirmado pelo Centro da Indústria Leiteira, “no momento, nenhuma empresa exportadora argentina está enviando seus produtos para a Rússia”.
 
As informações são do Diario La Opinión, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint. 

Jogo Rápido 

Avaliação do comportamento de compra - Produto lácteo de baixo carbono
 Este questionário está sendo realizado para um Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que visa entender a intenção de compra de um “produto lácteo de baixo carbono” através do método de Teoria do Comportamento Planejado (TCP). Um "produto lácteo de baixo carbono" é aquele produzido, preferencialmente, com práticas que minimizam a emissão de gases de efeito estufa como a manutenção da cobertura vegetal na propriedade, a ênfase na alimentação a pasto e o uso de aditivos alimentares redutores de emissão de metano pela ruminação do rebanho, o uso de energias renováveis, a seleção de animais de alta capacidade produtiva e o tratamento dos dejetos animais, entre outros. Conforme código de ética em pesquisa, o sigilo e a confidencialidade de todas as informações coletadas nesse questionário são garantidos, sendo utilizadas somente para o estudo. Sua participação é anônima e voluntária. Qualquer dúvida ou informação entre em contato pelo e-mail juliasurdo@gmail.com. Acesse E RESPONDA o questionário clicando aqui. As respostas serão recebidas até 08 de abril (Julia Surdo via Google Docs)

 

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