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22/02/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 22 de fevereiro de 2022                                                   Ano 16 - N° 3.603


Fórum estadual do leite tratará os desafios e as oportunidades do setor lácteo na Expodireto
 
O 17º Fórum Estadual do Leite, que ocorrerá em 9 de março, dentro da programação da 22ª Expodireto Cotrijal, abordará desde questões técnicas do setor leiteiro, de como fazer a gestão da pecuária de leite para superar crises, até os debates em torno dos desafios do mercado de lácteos para 2022. O encontro é organizado pela Cotrijal e pela CCGL e conta com o apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat). O espaço, direcionado a produtores de leite, pesquisadores, lideranças do setor, tem o objetivo de ser um fomentador de políticas públicas para a atividade.
 
Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o evento é uma oportunidade de unir toda a cadeia do leite gaúcho para discutir os problemas que o setor enfrenta. “É um momento de discussão, de diálogo entre todos os setores e que eleva a competitividade e a qualidade do leite produzido no Rio Grande do Sul”, destaca. 
 
A programação do Fórum inicia-se às 9h, com a palestra ‘Como fazer a gestão da pecuária de leite superando crises’, sob o comando do médico veterinário Matheus Balduíno Moreira, de Belo Horizonte (MG). Na sequência, a partir das 10h, o professor e doutor Paulo do Carmo Martins, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), abordará os desafios e as oportunidades para o setor lácteo brasileiro. Depois, com previsão de início às 11h10min, o evento trará a palestra ‘Desafios do mercado de leite em 2022’, ministrada pelo engenheiro agrônomo e diretor-executivo da Viva Lácteos, de Brasília (DF), Gustavo Beduschi. Para encerrar os trabalhos da 17ª edição do Fórum os palestrantes e participantes farão um debate. 
 
A Expodireto Cotrijal, uma das maiores feiras de agronegócio da América Latina, será realizada de 7 a 11 de março, em Não-Me-Toque (RS). 


Projeto amplia acesso de produtores ao Programa de Venda em Balcão
 
O Programa de Venda em Balcão facilita o acesso de pequenos criadores de animais ao estoque público de milho
 
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto que inclui no rol de beneficiários do Programa de Venda em Balcão (ProVB) os pequenos criadores de animais que, mesmo não possuindo a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP-Pronaf) ativa, se enquadram nos critérios de renda bruta anual do Pronaf.
 
O texto é do deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) e altera a Lei 14.293/22, que trata das regras do ProVB.
 
Operacionalizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o programa facilita o acesso de pequenos criadores ao estoque público de milho. Atualmente, só podem acessar esse estoque os criadores que possuem a DAP-Pronaf ativa, documento que reconhece a condição de agricultor familiar.
 
Para Alberto Neto, essa exigência compromete o programa, “pois mais restringe que promove o acesso pelos pequenos produtores de animais aos estoques públicos de milho, em especial por aqueles que desenvolvem suas atividades em localidades mais afastadas ou que enfrentam limitações ao deslocamento”.
 
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). (Canal Rural)






Estudos apontam ganhos com recuperação de pastagens
 
Estudo de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) apontou que a recuperação de pastagens degradadas no Brasil na última década contribuiu para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 0,31%, ou quase R$ 17 bilhões.
 
A recuperação também gerou contribuições socioeconômicas e ambientais, como altas da produtividade nas pecuárias de corte e de leite, mitigação da emissão de carbono na atmosfera e aumentos da renda do produtor rural, do consumo das famílias, dos empregos, dos salários e da arrecadação tributária.
 
Os dados podem ser um importante aliado dos pecuaristas brasileiros na tentativa de desfazer a imagem negativa perante a opinião pública do ponto de vista ambiental. Para o governo, podem orientar o estabelecimento de novas políticas.
 
O estudo avaliou dois cenários. O primeiro levou em consideração toda a área de pastagens degradadas recuperada no país – 19,4 milhões de hectares entre 2010 e 2018, de acordo com dados do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás (UFG).


 
O segundo avaliou apenas os 4,1 milhões de hectares recuperados por meio da linha de crédito do Programa ABC específica para essa finalidade, com aplicação de R$ 8,1 bilhões em financiamentos entre 2013 e 2020. A linha de base da análise levou em consideração as variáveis macroeconômicas a partir de 2015. “Uma vez que o PIB da economia brasileira em 2015 foi de aproximadamente R$ 6,05 trilhões, a elevação observada, acumulada em 2021, de 0,31% do PIB no cenário 1 e de 0,07% no cenário 2, representa, computados sobre o valor de 2015, um ganho social de, respectivamente, R$ 16,9 bilhões no cenário 1 e de R$ 4,2 bilhões no cenário 2”, diz o estudo.
 
No recorte específico da linha de crédito do Programa ABC, foi possível calcular a taxa de retorno social. Cada real investido na técnica sustentável gerou R$ 0,56 à sociedade. “É uma taxa de retorno social de 56% no período, de 6,5% em termos reais ao ano. É um valor alto mesmo se comparado a outras políticas, como o uso de etanol e biodiesel, com impacto de 0,03% no PIB”, disse o pesquisador da Esalq/USP Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho, que coordenou o estudo. “É isso que permite a produção crescer mesmo com a área menor. Esse é o caminho”.
 
O estudo também levou em conta o acúmulo de carbono no solo pela atividade pecuária, tema ainda sem consenso no mundo científico, mas que cada vez mais entra na mira dos pesquisadores. Nessa análise, a pecuária de corte desenvolvida em áreas de pastagens recuperadas teve redução de 9,67% das emissões por unidade produzida. Para a pecuária de leite, a queda foi de 5,86%. Sem considerar o estoque, a mitigação ficou em 2% e 1,3%, respectivamente.
 
Joaquim Bento explicou que foi utilizado um modelo de equilíbrio geral computável (EGC), sistema complexo de equações que avalia a atuação de 122 setores econômicos e permite analisar os impactos de uma política em toda a economia por meio de simulações de cenários. Dessa forma, foi possível “isolar” o efeito dos ganhos de produtividade decorrente da melhoria das pastagens na economia brasileira, na sociedade e no meio ambiente.
 
A elevação da produtividade gerada pela recuperação das pastagens degradadas contribuiu para um incremento adicional significativo na produção pecuária nos locais pesquisados. A variação chegou a 25,8% na produção de carne e a 13,8% na cadeia leiteira de Rio Grande do Sul e Santa Catarina no cenário mapeado pelo Lapig. Outros incrementos importantes foram observados em Rondônia, Paraná e Mato Grosso do Sul. No cenário da área recuperada com financiamento da linha do ABC, a produção da pecuária de corte aumentou 5,2% em Goiás e a de leite evoluiu 1,71% no Paraná.
 
O melhor rendimento pecuário nas áreas recuperadas aumentou a oferta de alimentos e pressionou os preços, que caíram 0,77% em termos reais no cenário 1 e 0,19% no cenário 2. Além da redução sentida no bolso dos produtores e consumidores, o efeito também é processado nos mercados, já que libera recursos para outros setores da economia, podendo se expandir mais facilmente.
 
“Os ganhos tecnológicos na agricultura em geral são transferidos para a sociedade através dos mecanismos de preços na economia”, diz a pesquisa. Segundo o professor Joaquim Bento, todas as classes ganham renda. “O aumento da produtividade resultou em aumento da renda interna, com as famílias podendo consumir 0,46% a mais do que se essa tecnologia não tivesse sido adotada”, pontua o estudo.
 
A adoção da tecnologia ainda demandou mão de obra mais qualificada e elevou os salários pagos. “O uso de mais tecnologia emprega mais pessoas, usa mais insumos e produz mais carne e mais leite. Isso movimenta muito mais a economia, antes, dentro e depois da porteira, gerando externalidades positivas, sociais e econômicas”, destacou a diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Mariane Crespolini, coautora do estudo.
 
Ela disse que a mensuração dos impactos socioeconômicos é uma das diretrizes do Plano ABC+, a segunda fase do programa, com metas até 2030. Os efeitos de outras tecnologias, como irrigação, também serão verificados em breve. O objetivo é usar as informações de maneira estratégica na elaboração de novas políticas públicas para o setor. “O estudo mostra um efeito multiplicador da tecnologia sustentável na economia brasileira. Se não tivesse o programa ABC, não teríamos o crescimento apontado”, ressaltou.
 
Um dos apontamentos feitos no estudo é que os trabalhadores com menor grau de instrução são os menos beneficiados com a mudança tecnológica na pecuária, diminuindo a renda e o consumo reais dessas famílias. O cenário indica a necessidade de capacitação e assistência técnica para integrar melhor esse público aos avanços socioeconômicos gerados pela técnica sustentável.
 
Para uma fonte do governo, os números mostram que não existe “lógica econômica” em aumentar a produção em novas áreas desmatadas e que a recuperação de pastagens dinamiza as regiões com campos já abertos. A intenção é que os dados ajudem a conter o avanço do desmatamento ilegal para introdução da pecuária. (Valor Econômico) 
 
 

Jogo Rápido 

Incêndio afeta 1,5 milhão de cabeças de gado, diz Ministério da Agricultura
 
Incêndios na província de Corrientes, na fronteira com o Brasil, vai afetar oferta de gado da Argentina, disse ministro da Agricultura. Em visita aos produtores afetados pelos incêndios e pela seca na província de Corrientes, na fronteira com o Brasil, o ministro da Agricultura da Argentina, Julián Domínguez, afirmou que a situação se tornou um problema nacional no que se refere ao gado. “Estamos em um cenário que complica ainda mais o 1,5 milhão de cabeças que faltavam no gado argentino. (A situação) vai afetar a oferta de animais, a falta de bezerros e a alteração do processo de produção dos animais do ciclo 2022/23”, disse Domínguez em depoimento publicado no site oficial do Ministério da Agricultura da Argentina. O ministro ressaltou ainda que Corrientes é a segunda província pecuária do país, com quase 5 milhões de cabeças de gado, o que representa 10% do gado total da Argentina. Ele lembrou que medidas estão sendo implementadas pelo Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) e que o governo já liberou linhas de financiamento específicas para produtores. “Estamos trabalhando para agilizar as assistências que possam sustentar a capacidade produtiva”, afirmou Domínguez. (Canal Rural)

 

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