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15/12/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 15 de dezembro de 2021                                                  Ano 15 - N° 3.562


Inteligência artificial fornece diagnóstico e tratamento para mastite

"A Alexa nunca ordenhou uma vaca. Então, a gente precisa da Rúmi". Em tom de brincadeira (mas nem tanto), Marcelo Lima, sócio da SK Tarpon responsável pela 10b — a gestora que lidera os investimentos em agro — ilustra as ambições da Rúmina, um ecossistema para pecuária recém-criado, abrigando sob um mesmo guarda-chuva as diversas soluções que vinham recebendo aportes do fundo nos últimos anos.

Aproveitando a união das investidas da 10b dedicadas à pecuária, a Rúmina nasceu com uma base de dados parruda, com informações de 7 mil fazendas e um rebanho leiteiro de 1,3 milhões de vacas, o que já permitiu a criação da Rúmi, uma inteligência artificial que ajuda a estimar as chances de cura de um animal com mastite, avalia o risco para concessão de crédito a pecuaristas e gera insights para melhorar a produtividade na fazenda.

As soluções reunidas na Rúmina devem fazer uma receita recorrente (ARR, a sigla mais usada no mercado) de R$ 30 milhões em 2022, mas a aposta na tese está só no começo. "Temos duas conversas avançadas para aquisições, uma para anunciar já começo do ano e outra durante o primeiro semestre", diz Lima. Até aqui, a 10b construiu o ecossistema praticamente, sozinha — com os recursos dos investidores do veículo da gestora —, mas a atração de outro fundo como sócio é uma possibilidade.

A construção da Rúmina começou há dois anos, quando a 10b fechou a aquisição da OnFarm, uma startup que desenvolveu um sistema de diagnóstico rápido de mastite, doença que mais gera perdas ao rebanho, desperdiçando leite e gastando com antibióticos sem necessidade.

Fundada por Laerte Cassoli — um agrônomo criado em uma fazenda no interior que fez carreira no maior laboratório de análise de leite do país, até sair para empreender —, a OnFarm oferece um hardware por assinatura aos produtores. A partir desse equipamento, uma espécie de mini laboratório dentro da fazenda, o leite é aplicado em um meio de cultura. Após 24 horas, a cor indicará se é preciso tratar a vaca com antibiótico e descartar o leite.

"Muitas vezes, a própria vaca já combateu a bactéria e você nem precisa aplicar antibiótico", explica Lima. Apenas neste ano, a tecnologia da OnFarm evitou o uso de quase 230 mil doses de antibióticos e o descarte de 7 milhões de litros de leite, o que se traduziu em uma economia de R$ 17 milhões. Grandes laticínios — Piracanjuba, Danone, Lactalis, Vigor e Verde Campo (da Coca-Cola) — subsidiam o uso da solução para a rede de fornecedores de leite.

Com o desenvolvimento da Rúmi, a plataforma criou uma nova camada para a solução da OnFarm. Se antes a decisão do que fazer com o diagnóstico da mastite ficava na fazenda, agora basta o envio de uma foto com o resultado para que a inteligência artificial ofereça uma sugestão de tratamento — quando necessário. "A análise da imagem digital tem uma precisão de 97,8%, que é maior que a do olho humano", disse o sócio da SK Tarpon.

O ecossistema da Rúmina também inclui o Ideagri, um software de gestão especializado em fazendas de leite comprado pela 10b em 2020. Das 100 maiores produtoras de leite do país, 80 pagam a assinatura do produto, que funciona no modelo de Software as a Service (SaaS). Recentemente, a Rúmina também criou a Bovitech, um spin-off da Ideagri voltado para fazendas de gado de corte.

Os investimentos da 10b na Rúmina também incluem IOT. Gestada da Universidade Federal de Viçosa, uma referência em agronomia, a Volutech também passou a fazer parte do ecossistema recentemente. A startup criou um sensor que monitora, em tempo real, a qualidade do leite nos tanques das fazendas.

"Antes, o laticínio só checava o volume e a temperatura do leite no momento da coleta, mas não sabia o que tinha acontecido antes", diz Pedro Peixoto, sócio da 10b responsável pelo investimento na Rúmina. O próximo passo da tecnologia é instalar sensores nos caminhões dos laticínios, acompanhando todo o ciclo logístico desde a matéria-prima até o processamento.

Com a base de dados, a Rúmina criou uma fintech — a RúmiCash. A ideia é financiar os produtores, seja antecipando os recebíveis de leite ou fazendo empréstimos de curto prazo. Por enquanto, o funding ainda vem de parceiros, mas a startup já se estrutura para levantar recursos, eventualmente captados por FIDC. Atualmente, a carteira de crédito da RúmiCash soma R$ 1 milhão.

"O diferencial da fintech é que ela nasceu dentro do nosso ecossistema. Temos um score de crédito proprietário, com uma metodologia que aprova o crédito em dez minutos", disse Peixoto. Com um universo de 300 mil clientes potenciais, a Rúmina vislumbra um negócio bastante rentável.

Na 10b — nome em alusão à população de 10 bilhões de pessoas que precisará ser alimentada no mundo em 2050 —, a Rúmina é a maior aposta em pecuária. Em agricultura, a gestora é a maior acionista da Kepler Weber, com uma participação avaliada em R$ 250 milhões, e também investe na Agrivalle, de bioinsumos, e na Seedz, um programa de fidelidade. (As informações são do Valor Econômico)


Kantar traz 3 possíveis projeções para o consumo domiciliar

Com base na taxa de contágios de covid-19 e nos diferentes estágios da pandemia, a Kantar criou três cenários para o mercado de bens de consumo massivo: um otimista, um de estabilidade e outro pessimista.

No primeiro e mais otimista cenário, ocorre uma redução em 5,8% ao mês nos novos casos e, portanto, faria com que as vendas dos produtos do setor para consumo dentro de casa retraíssem 2,5% em valor, já que teriam mais pessoas nas ruas. Já o segundo, prevê estabilidade tanto nos números de contaminações quanto no valor, que causaria um aumento de apenas 1,6%, porém com tendência de aumento do gasto médio por viagem e da frequência de ida aos pontos de venda. Por fim, em um cenário pessimista — com 24% de aumento nos novos registros e retorno ao pico da pandemia —, o consumo domiciliar subiria 3,9% em valor, tanto com maior tíquete médio quanto com maior frequência de consumo dentro de casa.

Atualmente, os brasileiros já estão retornando às compras presenciais, porém a frequência ainda é uma barreira para a recuperação dos padrões pré-pandemia. O retorno está negativado em 4,6%, comparando o terceiro trimestre de 2021 com o do ano anterior.

Nesse contexto, caso tenhamos um novo cenário de restrições, o consumo fora do lar certamente será afetado negativamente. No 2º trimestre de 2020, pico do isolamento social, por exemplo, o consumo Out Of Home retraiu 17% em comparação ao período pré-pandemia. Nesse cenário, o varejo moderno e o atacarejo seriam os modelos mais beneficiados por conta das compras de vizinhança e da estocagem de alimentos.

Para traçar as melhores estratégias, as marcas precisarão levar em consideração os desempenhos da nova variante ômicron e da eficácia da vacinação com relação a ela, além da possibilidade de novas restrições à mobilidade, que geram sempre mudanças no comportamento dos compradores. A recuperação do consumo fora do lar vai depender deste e de outros fatores, como desemprego, renda e auxílio emergencial. (Super Varejo)

 

Estratégia nutricional é essencial para produzir mais na pecuária leiteira, diz zootecnista

Segundo a zootecnista, doutora em Nutrição de Ruminantes pela Universidade Estadual de São Paulo, Vanessa Carvalho, que é gerente técnica de bovinos da Phibro Saúde Animal, é possível reduzir os custos com a alimentação do rebanho sem perder o valor nutricional.

A atividade leiteira conta com muitos desafios e incertezas, que vão da sazonalidade da produção a questionamentos sobre como o mercado vai se comportar. Em 2021, o que mais preocupou os produtores de leite foi o custo de produção. Segundo a zootecnista, doutora em Nutrição de Ruminantes pela Universidade Estadual de São Paulo, Vanessa Carvalho, que é gerente técnica de bovinos da Phibro Saúde Animal, é possível reduzir os custos com a alimentação do rebanho sem perder o valor nutricional.

No entanto, diz Carvalho, a decisão deve ser tomada com cautela, já que a retirada desses nutrientes da dieta pode causar a redução na produção de leite por vaca. Segundo a gerente técnica, quando a estratégia é aliada ao conhecimento e às tecnologias disponíveis no mercado e que foram desenvolvidas exclusivamente para a correta alimentação dos animais, o produtor pode enxergar um bom caminho à frente. De acordo com Vanessa Carvalho, é necessário avaliar os diferentes indicadores associados à lucratividade e não somente focar na diminuição dos custos de produção. Dentre os diferentes indicadores determinantes para a rentabilidade do negócio, a produção de leite por vaca faz a diferença.

Afinal, a maior produção proporciona mais renda x o custo da alimentação, mesmo quando os preços do leite são baixos e os custos dos insumos estão elevados. Assim, é importante buscar a maior produção de leite para que ocorra a diluição dos custos e a lucratividade se mantenha ou até mesmo aumente. (Canal Rural)


 Jogo Rápido

Forte alta nos EUA de preços ao produtor

Os preços ao produtor nos EUA registraram um aumento anual recorde de quase 10% em novembro, alta que sustentará um fluxo de pressões inflacionárias em 2022. O índice de preços ao produtor subiu 9,6% ao ano em novembro, e 0,8% em relação a outubro, segundo informou ontem o Departamento de Trabalho. Ambos os avanços superaram as expectativas. A medida núcleo, que exclui os preços de alimentos e energia, subiu 0,7% no mês, trazendo a alta anual para o recorde de 7,7%. “Esta é uma prova do fato de que a inflação continua aumentando”, disse Stephen Stanley, economista-chefe da Amherst Pierpont. A persistente alta dos preços é atribuída, principalmente, aos gargalos nas cadeias de suprimentos globais, em meio à forte demanda de consumo. (Valor Econômico)


 

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