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06/12/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de dezembro de 2021                                                  Ano 15 - N° 3.555


O Auxílio Brasil pode impulsionar o consumo de lácteos?

A distribuição de renda é comum em vários países do mundo, como Alemanha, EUA, França e, no Brasil, não seria diferente. O Bolsa Família era o principal programa social de renda na América do Sul, redistribuindo cerca de R$2,8bi por mês para 14,7 milhões de famílias atendidas, dando um ticket médio de R$186,00 por família.

Em novembro de 2021, o Bolsa Família foi substituído pelo Auxílio Brasil, que visa distribuir cerca de R$400,00 por família. Será que esse incremento de R$211,00 terá um grande impacto no consumo de lácteos? E de maneira macro, esse aumento é significativo no PIB?

No gráfico abaixo observamos a representatividade do Auxílio Brasil sobre o PIB projetado* para cada trimestre.



Para esse pagamento mínimo de R$400,00, o governo depende da aprovação da “PEC dos Precatórios”, que, para simplificar, seria a fonte de pagamento do Auxílio Brasil para que o teto de gastos não seja furado. Enquanto a PEC sofre ajustes no texto base na Câmara dos Deputados, o governo pagou aquilo que cabia no orçamento em novembro, distribuindo a 15,6 milhões de famílias o valor médio de R$217,00, representando um aumento de 17,9% em relação ao Bolsa família.

Caso o projeto de lei seja aprovado, o aumento do Bolsa Família para ao Auxílio Brasil será de 111%. Ou seja, quando houver o pagamento de R$400,00 do auxílio Brasil para 16,9mi de famílias, como projeta o governo, a diferença do valor pago entre os programas sociais representará um aumento nos gastos de R$3,6bi aos cofres públicos, 0,52% do PIB projetado* para o 1T.22.



* Projeções de outubro do Itaú BBA e do Banco Santander, em um cenário de grande inflação mundial – como o de agora – podem mudar consideravelmente de um mês para o outro.

Por mais que o aumento seja significante para as famílias que se encontram em estado de pobreza e extrema pobreza, em relação ao PIB esse aumento não é tão alarmante.

A projeção de consumo dos lácteos feita pela equipe do MilkPoint Mercado se baseou nas elasticidades-renda do pesquisador Glauco Carvalho (Embrapa Gado de Leite). A elasticidade-renda nada mais é do que um dado medidor do quanto o aumento de 1% na renda de um grupo impactará no consumo de um bem.

Se considerarmos o aumento de 0,52% do PIB a partir do novo Auxílio Brasil, poderíamos imaginar um aumento no consumo de 1,3 milhões de litros de leite mensais para a produção de UHT, 4,7 milhões de litros de leite para a produção de queijos e uma queda de 200 mil litros de leite para a produção de leite em pó mensais (a queda se dá pelo fato do leite em pó ser uma opção “mais vantajosa” para famílias com rendas menores pela possiblidade de diluição. Com este aumento de renda, parte destas famílias optam, por vezes, pelo produto fluido).

Como se pode ver, o aumento seria pouco significativo se olharmos de maneira genérica para o consumo final brasileiro.

Em contrapartida, se colocarmos uma lupa nas famílias pobres e extremamente pobres (principais classes destinadas ao Auxílio Brasil), o incremento de 111% na renda poderia levar a uma variação de consumo bem maior do que a citada anteriormente.

A inflação em níveis elevados como no ano de 2021 e como se projeta para o ano de 2022, entretanto, pode fazer com que esse aumento do programa social seja quase todo destinado para a retomada da quantidade de consumo anterior, considerando os novos valores praticados.

Na prática, devemos esperar que haja um aumento de consumo a partir do Auxílio Brasil, porém a dúvida é saber o tamanho e por quanto tempo ele se sustentará, visto que o mercado é avesso a economias com alto risco fiscal, situação em que o Brasil se inclui a partir de um possível furo no teto de gastos provocado pelo programa. Esta aversão poderia gerar outros problemas para o Brasil, principalmente ligados a questões como juros e taxa de câmbio. (Milkpoint)

Piora do agro surpreende e mina desempenho do PIB

Setor tem sido afetado pela maior estiagem em quase um século



A falta de chuvas que afetou o campo do segundo semestre de 2020 até o início desta primavera derrubou o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária brasileira no terceiro trimestre.

Segundo dados divulgados ontem pelo IBGE, a queda em relação ao segundo trimestre foi de 8%. Economistas ouvidos pelo Valor vinham projetando recuo, mas numa escala muito menor: de 2,5%. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, de acordo com o IBGE, houve retração de 9%.

Recuos na comparação entre terceiros e segundos trimestres já são esperados, por causa do fim da colheita de soja, carro-chefe do agronegócio nacional.
Mas o clima e a revisão feita pelo IBGE para o crescimento do setor em 2020, que passou de 2% para 3,8%, elevaram a base de comparação e aprofundaram a tendência, pegando de surpresa os economistas. “Não foi uma revisão pequena”, disse Renato Conchon, chefe do Núcleo Econômico da CNA.

Em certa medida mascarados, de janeiro a junho, pelo bom desempenho da soja, os problemas climáticos prejudicaram sobretudo milho, algodão, cana, café e laranja, culturas cujas colheitas têm forte peso no PIB entre julho e setembro. E os reflexos negativos certamente serão notados também no resultado deste quarto trimestre, período em que cana, café e laranja continuam a ter grande influência no PIB da agropecuária.
Nas contas do IBGE, a maior queda na estimativa de produção anual é a do café (22,4%), seguida por algodão (17,5%), milho (16%), laranja (13,8%) e cana-de-açúcar (7,6%).

Mas não foi apenas a agricultura que apresentou problemas no terceiro trimestre e continua a preocupar.

Na pecuária o desempenho continua fraco, sobretudo na cadeia de carne bovina, em que a oferta é limitada e a demanda sofre com a queda do poder aquisitivo da população.

Com o baque observado no terceiro trimestre, são esperados ajustes consideráveis nas expectativas para o acumulado do ano. “Vamos rever nossas projeções para pior. Tínhamos expectativa de crescimento de 2,3% em 2021, mas deveremos ficar com 2%, no máximo”, disse Conchon.

Por causa da seca - a mais severa em quase um século -, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduziu de 1,7% para 1,2%, em setembro, sua projeção para a alta do PIB do campo em 2021. Agora a expectativa é de novo corte. O mesmo deve acontecer nos cenários traçados por consultorias privadas, algumas das quais ainda trabalham com aumentos superiores a 2%.

Parte da sensação de surpresa também pode ser creditada aos preços das commodities, que continuam em elevado patamar e amenizam os problemas gerados pela redução da produção. Mas o fato é que o clima foi vilão, e ainda haverá efeitos dos problemas deste ano sobre as colheitas das culturas perenes em 2022 embora, para os grãos, as perspectivas climáticas sejam bem mais positivas e a tendência é de nova produção recorde nesta safra 2021/22.

“É preciso considerar que o agro sofreu um choque climático sem paralelo nos últimos tempos. É efeito da natureza. Se o agro tivesse ficado em zero, o crescimento do PIB teria sido de 0,3% no trimestre”, avaliou Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica. O buraco na agricultura poderia até ter sido até mais profundo no período, não fosse o aumento da produção de trigo.

Renato Conchon, da CNA, lembrou que o setor agropecuário tem aumentado a participação no PIB do país. A participação da produção “dentro da porteira” no total, sem considerar as agroindústrias, saltou dos tradicionais 5% a 5,5% para perto de 7% em 2020, com a revisão realizada pelo IBGE.

Para 2021, a projeção da entidade era chegar a 7,9%, mas a fatia será menor. A CNA acredita que em 2022 o percentual poderá atingir 8,3% e que, a partir de 2023, com a recuperação de outros setores da economia, haverá um retorno para entre 5,5% e 6%. (Valor Econômico)



Emater celebra dia da atividade

O Dia da Extensão Rural é comemorado nesta segunda-feira, em referência à criação da primeira instituição de extensão rural no Brasil, a Associação de Crédito e Assistência Rural, hoje Emater-MG. No Rio Grande do Sul, 1.750 extensionistas trabalham no Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) realizando atividades que auxiliam e estimulam o desenvolvimento das famílias.

Nesse sentido, os trabalhos relacionados à crise sanitária, como a orientação para o acesso ao auxílio emergencial e proteção da saúde, estão entre os mais destacados em 2020 e 2021, beneficiando, ao todo, 73.109 famílias.

A experiência com esses trabalhos de auxílio na pandemia mostrou a confiança que o produtor tem nos extensionistas e a importância dessa atividade, afirma Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater. Segundo ele, a extensão rural é um processo educativo, não formal, gratuito, continuado, permanente e que tem como base ações econômicas, ambientais e de desenvolvimento. Além disso, o extensionista tem um compromisso com as famílias e deve ter capacidade e interesse em identificar os potenciais de cada.

Dessa forma, Rugeri define o Dia da Extensão Rural como um “momento de celebração e reflexão” do papel da atividade. (Correio do Povo)

 Jogo Rápido

ALIMENTA BRASIL - Produtor tem acesso ampliado
O governo federal ampliou para R$ 12 mil o valor máximo por unidade familiar que pode ser acessado nas modalidades Compra com Doação Simultânea, Compra Direta e Apoio à Formação de Estoques do Programa Alimenta Brasil (PAB), criado em substituição ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com a finalidade de incentivar a agricultura familiar. O Alimenta Brasil visa incentivar a agricultura familiar, promovendo a inclusão econômica e social dos agricultores familiares. (Correio do Povo)

 

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