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06/08/2021

Newsletter Sindilat_RS

 

Porto Alegre,  06 de agosto de 2021                                                       Ano 15 - N° 3.473


Uruguai apresenta projeto de integração comercial e investimento logístico

Focado em intensificar o intercâmbio comercial com o Brasil, o embaixador do Uruguai Guillermo Valles propôs uma articulação entre os países para destravar projetos logísticos em curso há décadas. O plano de trabalho foi apresentado em reunião com lideranças do setor produtivo do Rio Grande do Sul na manhã desta sexta-feira (6/8) na Sede da Farsul, em Porto Alegre (RS). Interlocutor dos interesses do agronegócio e vendo as potencialidades desse intercâmbio no abastecimento de grãos para a produção de aves, suínos e leite, o senador Luis Carlos Heinze (PP) é defensor do tema, ressaltando a importância de trazer parte da safra de milho uruguaio ao Brasil. Segundo o embaixador, o Uruguai tem amplo potencial para produção de cereais, mas as lavouras não se ampliam exatamente pela falta de estruturas de armazenagem e de vias de escoamento mais competitivas ao mercado internacional. De acordo com Valles, enquanto uma carga de arroz uruguaio precisa percorrer 400 quilômetros por rodovias para ser exportada por Montevidéu, o mesmo produto poderia fazer 200 quilômetros por via fluvial para chegar a Rio Grande.


Crédito da imagem: Carolina Jardine

A chave para viabilizar a integração é o fortalecimento do modal hidroviário, estabelecendo um canal direto com o Porto de Rio Grande por meio de hidrovia pela Lagoa Mirim. Para isso, seria essencial aumentar o calado de rios e canais, o que depende de obras de dragagem no Brasil e no Uruguai. O embaixador ressaltou que o investimento nesses processos é ínfimo perto do ganho econômico e que pode ser rateado entre os dois países. O projeto, que está nos planos da Bacia do Prata há 60 anos, poderia ser viabilizado por uma parceria público-privada, o que o consolidaria como a primeira hidrovia público-privada da América Latina. No lado brasileiro, as dragagens precisariam ser efetuadas no Sangradouro, no Canal São Gonçalo e no acesso ao Porto de Santa Vitória do Palmar.

Heinze informou que há projetos tramitando em Brasília no sentido de fortalecer o intercâmbio logístico com o Uruguai por meio de investimentos em infraestrutura. Um deles é a construção de nova ponte em Jaguarão (RS).

Presente ao encontro, o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, frisou a importância de o intercâmbio ser regido por um regramento mínimo que não comprometa nenhum setor produtivo uma vez que produtores uruguaios operam com custos inferiores aos praticados no Brasil. O embaixador concordou com a posição, lembrando que a ideia é agir em bloco, favorecendo os dois países e não impondo concorrência predatória. “É preciso tratar de regulamentações, olhar o espaço comum, juntar as autoridades e tratar da questão de território para que o fator de equilíbrio não seja o contrabando”.


Crédito da imagem: Carolina Jardine

O diretor administrativo da Farsul, Francisco Schardong, informou que o assunto deve ser alvo de uma nova reunião nas próximas semanas. A proposição é integrar o setor produtivo brasileiro e uruguaio para definir uma pauta a ser apresentada durante a Expointer, que ocorre de 4 a 12 de setembro. Também participaram da reunião lideranças da Fetag, Fecoagro, Asgav, Sips e Fundesa.

Segundo o embaixador é primordial que as cidades vejam as potencialidades do campo, uma vez que é dele que sairá a solução para suportar um aumento de 2,5 bilhões de pessoas na população mundial até 2050. “Precisamos produzir 50% mais fibras, 50% mais de alimentos e combustíveis. E de onde vai sair isso de forma sustentável?”, questionou. Consciente das potencialidades da América Latina em abastecer o planeta, ele reforçou que há condições de solo e oferta de água doce capaz de produzir de forma competitiva. Para isso, alertou, é importante que se trabalhe com abertura comercial entre vizinhos.

Brasil e Uruguai tem 1067 quilômetros de fronteira, com seis cidades gêmeas. Apesar da vigência do Mercosul, apenas a aduana de Rivera trabalha de forma integrada nos terminais de cargas. O principal ponto de entrada de cargas uruguaias no Brasil é o Chuí (30%), seguido por Jaguarão (21%) e por Santana do Livramento (9%). (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
 

Novo aumento nas importações brasileiras de lácteos

Segundo dados divulgados nessa quarta-feira (04/08) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de -61 milhões de litros em equivalente leite no mês de julho, um aumento de 18% no déficit quando comparado a jun/21.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o saldo foi menos negativo, sendo que o valor em equivalente leite no mês de jun/20 foi de -85 milhões de litros. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea no gráfico 1.



Em julho, as importações tiveram um leve aumento; 72,5 milhões de litros (equivalente) de leite foram internalizados, representando uma alta de 3% em relação a junho/21. O novo aumento nas importações foi reflexo, principalmente, do aumento nos preços internos e de menores preços dos produtos internacionais.

O aumento (dos preços nacionais) vem tornando o produto importado mais competitivo: a média do preço nacional do leite spot coletado pelo MilkPoint Mercado em julho foi de R$ 2,43/litro; enquanto o leite importado foi internalizado a um preço médio equivalente de R$ 2,37/litro – considerando o valor médio do leilão GDT em julho (US$ 3.797/ton – leite em pó integral) e a média do dólar no mês de jul/21 (R$ 5,16).

Em relação aos produtos mais importantes da pauta importadora em julho, temos o leite em pó integral, leite em pó desnatado e os queijos, que juntos representaram 78% do volume total importado. Já o doce de leite, iogurtes e o soro de leite foram os produtos que apresentaram maior aumento nas importações em relação ao mês anterior – um incremento de 121%, 96% e 76% respectivamente.

Já o volume exportado em junho foi de 11,4 milhões de litros de leite (equivalente), decréscimo de 40% em relação a junho. No entanto, em relação ao mesmo período do ano passado, tivemos ainda um crescimento de 9,6%.

Além dos preços internos mais altos, a baixa disponibilidade interna de leite — comum a esta época do ano — desfavorecem a possibilidade de exportação dos produtos brasileiros. No acumulado do ano foram exportados 98 milhões de litros em equivalente leite, contra 55 milhões em litros equivalentes do mesmo período em 2020.

Os produtos que tiveram maior participação no volume total exportado foram o leite condensado, o creme de leite e o leite UHT, que juntos, representaram 55% da pauta exportadora e tiveram variações de 9%, 54% e 3% em relação a junho/21, respectivamente.

Um produto que apresentou forte aumento de exportações em janeiro foi o leite em pó desnatado (+226%), embora o volume vendido ainda não seja tão significativo. Em compensação, o leite em pó integral e a manteiga tiveram queda no volume exportado.
A tabela 2 mostra as principais movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de julho deste ano.



O que podemos esperar para os próximos dias?
Bom, considerando os resultados do leilão GDT desta terça-feira (03/08) (US$ 3.598/ton — leite em pó integral) e o fechamento do  dólar no dia 03/08/21 (R$ 5,16), chegamos a um preço interno máximo de R$ 2,03/litro para que as exportações continuem competitivas.

Ao compararmos esse valor com o preço spot na primeira quinzena de agosto (R$ 2,47/litro) e, também, com o preço do leite pago ao produtor no mês de julho—fechado na média de R$ 2,31/litro (CEPEA/ESALQ) —, conclui-se que a venda do leite brasileiro no exterior não é mais atrativa.

Por outro lado, se considerarmos os mesmos valores para conta, chegamos em um preço máximo a ser pago para importação do leite de R$ 2,23/litro — o que provavelmente vai sustentar um aumento nas importações para os próximos meses

No entanto, sabemos que o mercado de leite brasileiro é cheio de detalhes, sendo influenciado por uma série de relações de causa e efeito entre os diferentes elos da cadeia — sejam eles aqui dentro do Brasil ou lá fora. (Milkpoint)





Produção de alimentos gera 151.252 empregos no 1º semestre

A produção de alimentos gerou 151.252 empregos com carteira assinada no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Comunicado Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), feito com base nos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

No acumulado de janeiro a junho deste ano, o total de postos de trabalho formais gerados no país foi de 1.557.342, com saldo positivo nos segmentos analisados (Serviços, Indústria, Comércio, Construção, além da agropecuária). “Importante ressaltar que no acumulado do primeiro semestre de 2020, apenas a Agropecuária registrou criação líquida de empregos (62.419). O resultado de 2021 da Agropecuária se soma à contribuição do setor em 2020. Nos demais setores, a criação de vagas de trabalho representou, em grande medida, a recuperação da intensa perda registrada no ano passado”, pontuo comunicado. 

Em junho, a produção de alimentos abriu 38.005 postos. A região Sudeste segue como grande destaque, com a criação de 27.339 vagas, impulsionado, principalmente, pela colheita de algumas culturas permanentes ou semipermanentes, como café, laranja e cana-de-açúcar. Nordeste, Centro-Oeste e Norte registraram crescimento de 5.953, 3.878 e 1.468 postos de trabalho, respectivamente. 

A região Sul, por outro lado, registrou perda líquida de 633 vagas no mês. Entre as unidades da Federação, São Paulo deu a maior contribuição na geração de empregos no setor, com 25.839 novas vagas criadas. Outros estados que se destacaram foram Mato Grosso (2.455), Minas Gerais (1.523) e Maranhão (1.246). Por outro lado, no mês de junho, houve perda líquida de vagas no setor em duas unidades da federação: Espírito Santo (413) e Rio Grande do Sul (1.467). Acesse aqui o Comunicado Técnico do Caged. (As informações são da CNA, adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Jogo Rápido  

Rio Grande do Sul terá temperaturas amenas e pancadas de chuva nos próximos dias
Os próximos sete dias terão temperaturas amenas e pancadas de chuva no Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico nº 31/2021, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. Nesta sexta-feira (06), o tempo seco, com formação de nevoeiros vai predominar na maioria das regiões e apenas na Zona Sul e faixa Leste há possibilidade de chuviscos/garoas pela manhã. No sábado (07) e domingo (08), o ar seco seguirá predominando, com elevação da temperatura e valores que deverão alcançar 30°C em vários municípios. Na segunda (09), a presença da massa de ar quente e úmido manterá as temperaturas altas, com grande variação de nuvens em todo Estado e a aproximação de uma frente fria provocará pancadas de chuva na Campanha e Zona Sul. Na terça (10) e quarta-feira (11), o deslocamento da frente fria vai provocar chuva em todas as regiões, com possibilidade de temporais isolados. Os volumes previstos são baixos e deverão ser inferiores a 10 mm na maioria das regiões. No Alto Uruguai, Planalto e Serra do Nordeste os valores oscilarão entre 10 e 20 mm, e poderão alcançar 35 mm nos Campos de Cima da Serra. O boletim também aborda a situação das culturas de trigo, canola, aveia branca, milho e hortaliças. Veja o boletim completo clicando aqui. (SEAPDR)


 

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