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12/07/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre,  12 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.454


Conheça o programa que promete trazer competitividade ao setor de leite no Brasil
 
Da porteira para dentro, muita dedicação e esforço na produção de leite. Mas, sem uma estrutura organizada do lado de fora, o trabalho pode ser perdido. Ciente da necessidade de desenvolvimento da cadeia leiteira, nos últimos meses o Ministério da Agricultura (Mapa) tem elaborado um plano para aumentar a competitividade do leite brasileiro.
 
“A cadeia do leite é transversal, ela é uma cadeia produtiva que tem diferentes tipos de produtores: desde os pequenos até os grandes, está representada em quase 100% dos municípios brasileiros com a atividade econômica. Existem determinados extratos de produtores de subsistência que tem apetite por um melhor tipo de política pública e outros maiores com outro tipo de acesso à política pública e a preocupação do ministério sempre foi de jogar luz nestas características e tentar adaptar as nossas políticas para que elas possam ter adesão destes produtores da melhor forma possível”, diz o secretário executivo do Mapa Luís Rangel.
 
O plano do Mapa, elaborado em conjunto com a Câmara Setorial de Leite e Derivados, se baseia em cinco eixos de desenvolvimento: gestão da propriedade, infraestrutura, previsibilidade de preços e contratos, genética e sanidade e políticas públicas.
 
“O plano foi concebido pelo próprio Ministério da Agricultura em negociação com algumas indústrias, para a recomposição do Pis/Cofins. E foi definido, na época, pelo Mapa que pelo menos 5% dessa restituição dos impostos, que era direito das indústrias, fossem aplicados em assistência técnica. Para o pequeno e médio produtor isso é fundamental, pois com assistência ele aumenta a chance de investir em tecnologia e crescer na sua escala de produção, que é fundamental”, avalia Ronei Volpi, presidente da Câmara Setorial de Leite do Mapa.
 
A cooperativa Castrolanda, no interior do Paraná, faz parte do programa desde 2019. Com os recursos, foram adquiridos pasteurizadores que tornam o colostro mais saudável para as bezerras.
 
“Colostrando bem o bezerro você vai ter um bezerro mais saudável, com menos problemas com relação a pneumonias, diarreias, acaba usando menos antibiótico, um animal mais saudável. Dentro da nossa propriedade, a gente espera que todos os animais entrem em produção aos dois anos de idade. Então a gente vai conseguir atingir essa meta e de uma forma louvável. São animais mais produtivos”, relata o cooperado e produtor de leite, Armando Carvalho.
 
A restituição do Pis/Cofins dentro do plano ainda possibilitou a construção de salas de análise de laboratório nas fazendas para detecção de mastite. Segundo a cooperativa, o uso mensal de antibióticos caiu 45% desde o final do ano passado, o que gerou uma economia direta de aproximadamente R$ 10 mil para cada produtor envolvido.
 
“Se a vaca tem algum problema, eu faço uma análise no laboratório. Esse exame já vai me dizer se eu preciso ou não tratar essa vaca. Se eu preciso usar antibiótico, a análise já vai me dizer qual antibiótico eu vou usar. Com isso eu evito muita perda”, diz a produtora de leite e cooperada Margareth Wacherski.
 
Para o gerente de negócios da Castrolanda, Eduardo Ribas, mesmo com o fim do programa, algumas lições serão permanentes na cadeia produtiva.
 
“Quando acabar o programa daqui a três anos, vai deixar um legado para o produtor. Mesmo que acabe, o programa de gestão fica. Então durante a vida produtiva, todo o futuro dessa propriedade, ele vai estar ter seus dados econômicos, seus dados zootécnicos. Isso é um legado que o programa deixou”.
 
Dentro do plano de competitividade, há a sugestão de se criar um programa nacional de controle de mastite. Na sanidade, também há a previsão de programas de erradicação de tuberculose e brucelose, com linhas de crédito para repor animais sacrificados. Na genética, financiamentos para inseminações e aquisição de matrizes de alto rendimento. Focos de trabalho altamente ligados com o incentivo à exportação.
 
“Outra frente de trabalho é buscar uma maior proteção para as oscilações de preço, talvez com a possibilidade de implantar um mercado futuro para os produtos lácteos, como outras commodities agrícolas. É um projeto que está em andamento ainda e que pretendemos num curto prazo, médio prazo avançar um pouco nisso”, diz o presidente da Câmara Setorial do Leite Ronei Volpi.
 
Reforma tributária preocupa setor: O Ministério da Agricultura não está de olho apenas nas iniciativas do Poder Executivo. Tanto o Mapa quanto o setor produtivo se preocupam com um debate que está acontecendo no Congresso, sobre a reforma tributária. Isso porque uma possível oneração da cesta básica ou mudanças no tratamento do crédito presumido podem dificultar a vida dos produtores de leite, principalmente dos que estão fora de algum sistema cooperativista.
 
“Primeiro é manter o produtor rural como não contribuinte. Hoje ele não é contribuinte e se eu passar a taxar todo mundo, imagine só que um produtor pequeno tiver que pagar um contador é muitas vezes, muito mais do que ele fatura em um mês. Outro ponto é o crédito presumido com uma alíquota que garanta a não cumulatividade na cadeia. A gente tem uma pequena cumulatividade hoje, em torno de 13 a 14%, mas se for nos moldes que eles estão preconizando vai ser mais de 60%. É muito preocupante”, alerta o diretor-executivo da Viva Lácteos.
 
Mais recursos para o leite: Brasília é o grande centro do debate político e econômico no país. Mas, não é o único. Governos regionais também podem ajudar a estruturar a cadeia. No Rio Grande do Sul, o Fundoleite foi reativado. A expectativa é de que os produtores passem a ter R$ 4 milhões por ano investidos no setor leiteiro.
 
A secretária de Agricultura do Rio Grande do Sul, Silvana Covatti, explica como é feita a distribuição dos recursos para a cadeia produtiva.
 
“70% desse recurso vai ser destinado a assistência técnica ao nosso produtor, enquanto 20% vão para projetos relativos ao desenvolvimento da cadeia produtiva do leite. Projetos em que vamos proporcionar, cada vez mais, que o produtor dentro da sua propriedade desenvolva técnicas diferentes. Os 10% vão para custeio do setor administrativo”, explica.
 
Para o deputado federal e presidente da subcomissão de leite da Câmara, Alceu Moreira (MDB-RS), é preciso acabar com o conceito de ‘coitadismo’ que recai sobre o produtor.
 
“Não há lugar pra coitadismo nisso. O leite é uma atividade econômica de grande relevância. O produtor tem que ser bem remunerado, tem que ter renda, mas ele precisa, mais do que nunca, ter um nível de assessoria técnica que domine profundamente o que ele está fazendo. Se ele tiver isso, ele vai ser competitivo e vai produzir leite em condição de vender para o mercado nacional e internacional”, afirma. Assista a reportagem clicando aqui. (Canal Rural)

Piracanjuba é reconhecida como marca de alto renome
Conforme o Instituto Datafolha, quase 143 milhões de brasileiros conhecem a  Piracanjuba. De acordo com o relatório KG Cesário Pareceres e Pesquisas, a imagem da marca é considerada superior. Esses dados contribuíram para a conquista do título de marca de alto renome, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).  Recentemente, a Piracanjuba passou a integrar essa seleta lista, ao lado de outros grandes players de mercado, que reúnem características como boa imagem, reputação e credibilidade. Com essa qualificação, fica garantida a proteção jurídica especial. Dessa forma, nenhuma outra empresa, de qualquer segmento de atividade, poderá utilizar o nome Piracanjuba para produtos ou serviços. “Em 1955, quando chegamos ao mercado, a Piracanjuba recebeu o nome da cidade do interior goiano que sediava a pequena fábrica, onde era produzido o primeiro produto do portfólio - a manteiga.
 
Hoje, com mais de 65 anos no mercado e um amplo portfólio, é reconhecida pela qualidade, variedade, inovação e, agora, pelo alto renome. Todas as fases são fruto de muito trabalho, visando sempre levar o melhor produto para o consumidor. Por isso, esse título tem um valor especial para nós”, celebra a Gerente de Marketing, Lisiane Guimarães. Para que uma marca alcance esse status, o INPI leva em conta alguns critérios, como o reconhecimento por ampla parcela da população e a reputação associada à qualidade. Esses dados foram constatados por meio de entrevistas, como as apresentadas pela KG Cesário Pareceres e Pesquisas, que confirmaram alta lembrança pelos consumidores, acima de 95%, em todos os estratos sociodemográficos da população brasileira.
 
Além disso, 94,9% dos entrevistados responderam afirmativamente que, além de conhecer, também consomem a variedade dos produtos. Nas pesquisas feitas pela Datafolha, a Piracanjuba foi reconhecida por cerca de 90% da população brasileira, com 16 anos ou mais. Entre os brasileiros entrevistados, 98% mencionaram conhecer algum dos produtos estimulados, destaque para o Leite Condensado (92%) e para o Creme de Leite (87%).
 
“Esses resultados das pesquisas endossam a credibilidade da marca. A Piracanjuba apresentou desempenho superior em todos os atributos apresentados, destacando no quesito qualidade dos produtos (93%), conforme o estudo da Datafolha. Isso nos estimula a continuar produzindo com seriedade e, sem deixar de lado, nosso gosto pela inovação e por surpreender os consumidores. Afinal, aqui gostamos de fazer bem o que faz bem a todos”, destaca Lisiane. (Pirancajuba)
 
 
 
Sucessão high-tech:  informações a distância
A adoção de tecnologias de ponta no setor agropecuário vai muito além da produção de grãos. No setor leiteiro, que tem sofrido com a saída de produtores da atividade, as novas ferramentas também ajudam a garantir a sucessão rural. Isso é confirmado, entre outros casos, por José Victor Isola, 25 anos, que participa do dia a dia das atividades da Fazenda Ponderosa, em Sant’Ana do Livramento, administrada pelo pai, José Pedro. A propriedade conta com 70 vacas em lactação, todas da raça Holandês.
 
Graduado em Zootecnia, o jovem foi o responsável por levar à fazenda algumas das tecnologias que foram incorporadas às atividades. A mais recente delas é o monitoramento da condição das vacas por meio de um colar colocado no pescoço delas. O sistema está em fase de implantação na propriedade. O colar coleta informações do animal, como as da ruminação e do estresse térmico. Esses dados são enviados para uma antena, em tempo real, e podem ser acessados por meio de um aplicativo de smartphone. “Pelo celular eu consigo saber o que essa vaca está fazendo, quanto ela está ruminando e se ela está caminhando”, conta José Victor.
 
Com base nessas informações, os algoritmos conseguem prever, por exemplo, se a vaca está no período do cio, o que indica que chegou a época de ser inseminada. Além disso, o sistema pode indicar, com base na ruminação, se algum animal foi acometido de enfermidade. “Quem vai ao supermercado comprar leite não tem a mínima noção do que a gente gera de informação e das decisões que precisamos tomar no sistema de produção de leite”, comenta o produtor. Boa parte dessas informações, que incluem a data em que a vaca foi inseminada ou quando ela deve tomar as vacinas, são controladas por meio de aplicativos. Antigamente, o sistema utilizado era uma planilha de Excel.
 
Outro benefício trazido pela evolução tecnológica é a biotecnologia, que tem permitido, por exemplo, fazer uso do sêmen sexado, o que permite produzir um percentual maior de fêmeas. A ordenha, que no passado se destacava pela penosidade, é um exemplo da evolução tecnológica da atividade leiteira. Na Ponderosa, o sistema utilizado é o espinha de peixe, no qual oito vacas são colocadas de cada lado do fosso.
 
O leite é canalizado diretamente para o resfriador. Segundo José Victor, o conjunto de tecnologias disponíveis hoje em dia pesou na sua decisão de permanecer no campo depois de concluir a faculdade, bem como sua paixão pela atividade. Na avaliação dele, a produção leiteira continua sendo uma atividade árdua, porém mais facilitada pelas novas ferramentas. “Quanto menos tu sofres, mais vontade tu tens de permanecer na atividade”, resume.
 
O presidente da Comissão Jovem da Raça Holandês no Rio Grande do Sul, José Almeida, entende que as novas tecnologias na pecuária leiteira têm levado tanto ao aumento da produtividade quanto despertado a vontade dos jovens de permanecer no campo. Outro exemplo de tecnologia de ponta adotada no leite é a ordenha robotizada, já presente em alguns municípios da Serra Gaúcha. O próprio sistema coloca as teteiras nas vacas de forma automática e faz a coleta. “Imagina tirar o leite a mão de 100 vacas por dia, de manhã, de tarde e de noite; com a ordenha robotizada, o processo todo é feito em duas horas”, compara Almeida.
 
No entanto, ele lamenta que o custo ainda seja um obstáculo à popularização da tecnologia e acredita que nos próximos anos, com a possível concorrência de novas empresas, o equipamento possa ficar mais acessível. Conforme o Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite, elaborado pela Emater/RS-Ascar em 2019, mais de 98% da ordenha no Rio Grande do Sul é feita pelos sistemas de balde ao pé/de tarro, com transferidor de leite ou canalizado. A ordenha manual representava, na época, apenas 1,61% da atividade. Já a ordenha robotizada é registrada em somente 0,06% dos casos. (Correio do Povo)

Jogo Rápido  

Marca de alimentos criada por Raul Randon terá sua primeira loja em Porto Alegre Rede de franquias da empresa fundada por Raul Anselmo Randon, a Spaccio Rar assinou o contrato para a abertura da quarta unidade. Ela ficará no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Além da loja, o local terá um bistrô, no mesmo modelo que já é operado em Curitiba (PR). O franqueado da capital gaúcha, Haroldo Almeida Soldatelli, planeja inaugurar a operação em outubro. Segundo o diretor-superintendente da RAR, Sergio Martins Barbosa, a loja terá 400 metros quadrados, venderá 450 produtos e terá um pequeno espaço para eventos. As outras unidades da Spaccio Rar ficam em Curitiba (PR), Vacaria (RS) e Passo Fundo (RS). A expectativa é atingir 18 unidades até 2025. Está em negociação uma loja em Florianópolis (SC). A RAR foi idealizada por Raul Anselmo Randon na década de 1970, com origem na fruticultura, especialmente o cultivo e a exportação de maçã. Atualmente, é a terceira maior produtora e comercializadora da fruta no Brasil. Já em 1990 a empresa montou a primeira fábrica de queijo Tipo Grana fora da Itália, a marca Gran Formaggio. A empresa tem sede em Vacaria (RS). (Zero Hora)


 

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