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03/03/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 03 de março de 2021                                                  Ano 15 - N° 3.414


Um produtor de leite argentino recebe 10% menos por seus produtos do que um uruguaio.

Segundo estudo privado, a diferença entre no preço do leite entre os dois países vizinhos se deve ao fato de que as margens na Argentina estão cada vez menores devido à alta carga tributária, a taxa de câmbio dupla e os programas de preços cuidados que regem o país.

Com a recente onda de pedidos de empresários e produtores para se mudarem para o Uruguai, algumas comparações de investimentos e rentabilidade empresarial entre os dois países também aumentaram.

Assim surge um estudo que coleta informações do Observatório da Cadeia Leiteira Argentina (OCLA), INALE, Iapuco e Todo Lechería, que argumentam que os produtores de leite uruguaios obtêm melhores valores medidos em dólares por litro de leite em comparação aos argentinos. Portanto, a situação responderia não apenas a uma questão comercial ou tributária, mas também à taxa de câmbio real, entre outros fatores.

O Uruguai, com uma produção leiteira menor, paga seus produtores de leite melhor do que a Argentina. Segundo eles, para cada litro de leite um produtor de leite daquele país recebe 0,30 centavos de dólar por litro, enquanto na Argentina o produtor recebe 0,27 centavos. Enquanto isso, o preço de saída industrial para o mercado interno no Uruguai é de US $ 0,65 o litro, enquanto na Argentina esse valor cai para US $ 0,55, cuja média negativa para a indústria nacional é de 15,40%.

Nesse sentido, o diretor executivo da OCLA, Jorge Giraudo, ressalta que um dos assuntos que está sendo discutido em nível nacional é a baixa participação dos produtores no valor dos laticínios. “O problema não é a porção, é o bolo, que é pequeno. O Uruguai exporta 76% do que produz e a Argentina consome 75% da produção, exporta apenas 25% do total”, observa o especialista.

Segundo o relatório, a rentabilidade média de um produtor argentino é negativa em 0,5%, enquanto a indústria perde a uma taxa de 1 bilhão de pesos (US$ 11,13 milhões) na média geral. O estudo explica que a diferença entre o valor que os produtores uruguaios recebem do mercado externo é 18,2% superior ao da Argentina.

Nessa área, o preço no Uruguai é de 0,44 centavos, enquanto o preço argentino é de 0,36 centavos para os produtos sólidos de exportação. “As margens que eles recebem para exportar leite devem ser iguais às nossas, mas o problema é que eles cobram integralmente os preços e nos cortam com tarifas de exportação e outros impostos”, acrescenta o diretor da OCLA.

“O fato de que não podem repassar os aumentos de custos está matando a indústria; comprar o produto não é suficiente, porque há por trás um custo alto de mão de obra e o 20% ninguém cobre com este esquema perverso com os Precios Máximos y Cuidados. O problema não são os preços, mas sim, as receitas no país; O argentino não pode pagar uma caixa de um litro de leite.”

Por outro lado, a participação média do produtor uruguaio é de 59%, enquanto a do produtor argentino é de 54%, devido a uma maior preponderância em seus produtos de exportação. "Essa participação na Argentina se divide em 49% do valor de saída da fábrica para o mercado interno e 75% para o mercado externo (Uruguai 46% e 68%), superior em ambos os casos à obtida pelo produtor uruguaio", afirmam.

Nessa linha, Andrea Passerini, coordenadora da Comissão de Laticínios das Confederações Rurais da Argentina e da Carbap, acrescenta que o país está entre os seis maiores exportadores de laticínios, mas os integrantes desse ranking são grandes cooperativas, como é o caso do Uruguai, onde a processadora principal é justamente uma cooperativa, portanto, eles são os juízes e parte na fixação dos preços. “Eles tomam as decisões da empresa e participam do esquema de formação de preços, e em países que não têm cooperativas, como os Estados Unidos, existe um sistema de regras comerciais sem que seja o maior lance”, explica.

Além disso, garantiu que nesses países existe apenas uma forma de venda obrigatória que é a oral, pelo que não se aplica a uma classificação. “A melhor classificação legal para comercializar leite cru na Argentina seria por meio de um contrato de fornecimento, desde que oral ou escrito”, afirma. Nesse sentido, observa que se em vez de levar os preços dos lácteos para o dólar oficial fossem levados para o dólar solidário, CCL ou gratuito, os produtores dificilmente poderiam receber entre 10 e 15 centavos de dólar para cada litro do produto.

“Quando os industriais listam todos os custos que aumentaram em 2020, percebe-se que estavam todos acima da inflação e que 25% era a matéria-prima, que é onde eles ajustam o desacoplamento gerado pelo governo. Além disso, na Argentina há fixação de preços unilateral, mas temos distorções intra e extra-cadeia”, concluiu. (As informações são do Infobae)


Preços/NZ 

O resultado do último leilão da Fonterra, o Global Dairy Trade (GDT), é reflexo da demanda chinesa, distorcida pelas previsões de queda na produção do hemisfério Norte, e atraso das entregas. Os preços foram, nitidamente, mais elevados. ‘O que sobe, quase inevitavelmente volta a cair’, no caso dos preços dos lácteos, certamente, não é o caso, ainda.

O último GDT quebrou recordes recentes com o tamanho do aumento, 15% para o Índice geral e um colossal 21% para o leite em pó integral (WMP).

Isto levou a cotação do WMP para US$ 4.362/tonelada, o que em moeda local representa NZ$ 6.000/tonelada. O surpreendente foi a diferença em relação ao leite em pó desnatado (SMP), que subiu apenas 3,5%. Antes deste evento, o SMP estava no encalço do WMP.

A China, novamente, foi o principal impulsionador do aumento. O banco ASB avalia que eles podem estar com um desabastecimento pontual e precisavam refazer estoques. Se este for o caso, a correção virá no próximo leilão.

A Fonterra ficará sob pressão para rever seus indicadores. No entanto, é prudente aguardar por, pelo menos, um par de eventos.

Um dos efeitos inevitáveis é que quando o preço dos sólidos do leite sobe, torna-se mais difícil para a Fonterra adicionar valor às suas operações e apresentar ganhos similares, uma vez que o custo do leite cru irá impactar nos lucros. Portanto, se persistir o aumento do preço do WMP, será iniciada uma luta com a divisão de “Ingredientes” da Fonterra.

Os resultados da manteiga e do queijo refletiram os lockdowns do Covid-19. A manteiga subiu um pouco mais devido ao crescimento do consumo doméstico, com as pessoas cozinhando mais em casa, enquanto o queijo sofre as consequências do fechamento dos restaurantes.

O preço das ações da Fonterra também seguiu a tendência de alta, chegando a NZ$ 5,03 no início da semana, e agora se acomodando em NZ$ 4,99. Esta é a maior cotação desde agosto de 2018.

Vale a pena destacar a análise do banco ASB: “Acrescente outros fatores, como a temporada de produção do Hemisfério Sul indo para a baixa sazonal, o clima adverso no Hemisfério Norte reduzindo a previsão de produção, congestionamento em portos e atrasos de navios em todo o mundo, procedimentos demorados por medidas de proteção contra o Covid-19 para produtos enviados para a China, além do interesse chinês em manter estoques de segurança de alimentos em geral..., tudo isso junto torna mais compreensível a corrida para o GDT – cabendo destacar, no entanto, que pode ser o prenúncio de volatilidade. Melhor apertar os cintos”. (Fonte: interest.co.nz – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Senado aprova projeto que cria fundos de investimento para agroindústria

Agroindústrias - O Senado aprovou nesta terça-feira o projeto de lei 5.191/2020, que cria os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). Os senadores não mudaram o texto que já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados. O projeto prevê que os investidores possam comprar cotas dos fundos, a exemplo do que já ocorre como os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs). A proposta segue agora para sanção do presidente da República. (Valor Econômico)

Produção/UR
O Instituto Nacional do Leite (Inale) informou que em janeiro a captação de leite pelas indústrias do Uruguai foi de 164,1 milhões de litros, 6,2% a mais que em janeiro de 2020, quando a captação totalizou 154,5 milhões de litros. Uma diferença de 9,6 milhões. Em relação a dezembro de 2020, quando foram 183,1 milhões de litros captados, houve queda de 19,0 milhões de litros. A queda de janeiro de 2021 em relação a dezembro se encontra dentro de parâmetros registrados nos meses anteriores. No acumulado dos últimos doze meses, de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021, o total de leite captado é de 2.093 milhões de litros, 6,2% a mais que entre fevereiro de 2019 e janeiro de 2020. A partir de março, com o fim do verão, e começo do outono, começa o aumento da captação, que deverá ter seu pico em outubro. (Fonte: TodoElCampo – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

 


Jogo Rápido

Parceria
A Confederação Nacional da Agricultura, junto com a Unisinos, elaborou um estudo que analisa oportunidades para o agronegócio brasileiro após o Brexit, que oficializou a saída do Reino Unido da União Europeia. O balanço aponta cenário positivo para negociação de produtos com o país europeu por conta da desgravação ou simplificação das tarifas de importação aplicadas sobre 563 produtos do agronegócio. (Zero Hora)

 

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