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12/08/2020

 

Porto Alegre, 12 de agosto de 2020                                              Ano 14 - N° 3.283

RS obtém reconhecimento como zona livre sem vacinação para aftosa

O Rio Grande do Sul obteve uma conquista histórica para o setor da pecuária. A Instrução Normativa (IN) 52, assinada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, esta terça-feira (11), reconhece o Estado como zona livre de vacinação contra a febre aftosa. A mudança passa a vigorar em 1º de setembro, e a IN deve ser publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (12). Na semana passada, auditores do Ministério estiveram na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural para avaliar o cumprimento das exigências feitas para a obtenção do novo status sanitário.

“Trata-se de uma mudança que vem sendo gestada e planejada há um bom tempo pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Vai gerar imenso impacto na economia gaúcha. Com a retirada da vacina, o Estado poderá alcançar 70% dos mercados mundiais disponíveis”, afirma o secretário da Agricultura, Covatti Filho. Ele observa que 2020 será o último ano com vacinação no Estado.

A partir do reconhecimento pelo Ministério, a Secretaria comunica a mudança para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que concede a certificação da evolução do status sanitário, abrindo portas para mercados não acessados pelos criadores gaúchos.

"É uma conquista histórica para o Rio Grande do Sul e uma notícia excelente para o agronegócio gaúcho, que agora poderá ampliar participação em vários mercados internacionais. Foi um importante trabalho de todos os nosso servidores, liderados pelo secretário Covatti Filho e estão todos de parabéns", destacou o governador Eduardo Leite.

Técnicos e especialistas apontam que a retirada da vacinação tem potencial de abrir mercados como Japão, Coreia do Sul, México, Estados Unidos, Chile, Filipinas, China (carne com osso) e Canadá. No setor dos suínos, a expectativa é de que haja um incremento nas exportações na ordem de R$ 600 milhões anuais.

O documento também reconhece como área livre de vacinação os estados do Acre, Paraná, Rondônia e regiões do Amazonas e de Mato Grosso. Conforme o texto, o ingresso de animais e produtos de risco para a febre aftosa no estado de Santa Catarina, com origem nas áreas consideradas livres de vacinação, devem observar as diretrizes definidas para origem em zona livre da doença com vacinação, até seu reconhecimento pela OIE como zonas livres de aftosa sem vacinação. (SEAPDR)

 
            

O renascimento da gordura láctea (fat reborn)

Fat reborn, traduzindo para o português, “renascimento da gordura” é uma nova tendência na indústria de alimentos. Agora, a gordura já não é mais vista como vilã, e especialmente as gorduras lácteas estão ganhando destaque no mercado.

Se existem nutrientes polêmicos, certamente um deles é a gordura. Essa molécula já passou por diversas fases, oscilando entre o poder e a submissão. Na Idade Média, foi amada, e comer carnes e alimentos gordurosos era sinônimo de poder. Quando se trata das eras mais modernas, a valorização do corpo magro fez com que a sociedade criasse medo da gordura, e os alimentos gordurosos se tornaram “proibidos”. 

Mas essa história está mudando. Com os avanços das ciências da nutrição, já existe a concepção de que a gordura não é essa vilã das dietas, e particularmente as gorduras lácteas estão ganhando destaque no mercado. O consumo de boas fontes de gordura já era amplamente recomendado pelos nutricionistas, e agora as pessoas  estão mudando a percepção sobre o que é gordura saudável.

Em pesquisa feita em 2018 pela New Nutrition Business (NNB) com consumidores, o percentual de americanos que pensavam que “gordura não é ruim” era de 11%, número pequeno, mas representa um aumento de 50% desde 2017. Na Austrália, quase 15% da população pensa que a gordura não é ruim. Nos EUA, 24% das pessoas agora classificam a manteiga como uma “boa gordura”.

Isso porque, há algum tempo, alguns cientistas estão revendo os conceitos do que sabem sobre gordura. Esse discurso começou em 2010, com a revista American Journal of Clinical Nutrition, que publicou pesquisa que afirmava que "não há evidências significativas para concluir que a gordura saturada da dieta esteja associada a um risco aumentado de doença coronariana ou CVD (doença cardíaca coronária e doença cardiovascular)”. Entretanto, é válido ressaltar que o estudo foi criticado e existe outro artigo contestando sua metodologia e resultados. 

Depois desse feito, outras pesquisas começaram a surgir, como, por exemplo, o estudo publicado em 2018 por Trends in Food Science & Technology, que questionou a hipótese da ligação entre a gordura láctea e o aumento do risco de doença cardíaca ou mortalidade geral, e obteve resultados positivos de que a gordura láctea tem diferentes funções metabólicas no corpo, promovendo benefícios à saúde. (As informações são do portal BHB Food)

Covid-19: manual para proteger extensionistas rurais e agentes de fiscalização é lançado
Devido a gravidade do cenário atual relacionado à pandemia provocada pelo novo coronavírus, inúmeras pesquisas impulsionaram uma série de iniciativas para auxiliar os profissionais de diversas áreas. Uma dessas ações foi a produção de um manual técnico operacional, nomeado como "Procedimentos de biossegurança para prevenção do contágio e propagação da covid-19 para extensionistas rurais e agentes de fiscalização". 

O trabalho foi realizado por uma equipe multidisciplinar pertencente a várias organizações e de países diferentes, dentre elas: Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (USP); Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (USP); Universidade Federal da São Carlos (UFSCAR); Universidade Estadual Paulista (UNESP); Universidade de Coimbra (Portugal); Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em São Paulo (SFA-SP/MAPA); e Istituto Zooprofilattico Sperimentale del Mezzogiorno (Itália).

O manual está estruturado em duas partes:
Na primeira encontram-se informações científicas sobre a covid-19, formas de contágio, uso dos EPIs (equipamentos de produção individual) e mapeamento dos riscos nas propriedades rurais, entre outros assuntos.

Na segunda parte estão produtos informativos e pedagógicos: mensagens de texto acompanhadas de ilustrações com orientações e mensagens de áudio com explicações sobre procedimentos de biossegurança.

A ideia é que as informações sejam utilizadas junto aos produtores rurais e extensionistas a fim de combinarem como serão os trabalhos presenciais e remotos conjuntos no campo. Os autores sugerem o uso de aplicativos de mensagem, como o WhatsApp, para realizar a comunicação com os produtores rurais.

Todo o trabalho foi norteado para oferecer um material que agregasse conhecimento científico com informações acessíveis e orientações adequadas à realidade dos profissionais do campo. Para os autores é necessário realizar constantemente a busca de mecanismos que garantam a saúde e a segurança destes profissionais, tão fundamentais para a manutenção da nossa segurança alimentar e nutricional. Clique aqui para ter acesso ao material. (Milkpoint)
                

 
Uruguai: dívida de produtores de leite é equivalente a todo o rebanho 
A dívida dos produtores de leite do Uruguai com o setor financeiro, sem somar as indústrias de laticínios, é de mais de US$ 250 milhões, o que equivale a todo o rebanho de produção, cerca de 300 mil vacas, comentou o vice-presidente da Associação Nacional de Produtores de Leite (ANPL). Apesar disso, Eduardo Viera disse que "o setor está pagando e a taxa de inadimplência é muito baixa, daí a confiança do sistema financeiro com a cadeia láctea". Ele explicou que muitos produtores usaram fundos de garantia para estender suas dívidas para dez anos. Com as dificuldades econômicas estruturais que o setor acumula desde 2015, Viera garantiu que deve-se tentar buscar a rentabilidade e, para isso, foram apresentadas propostas ao Poder Executivo por meio do Instituto Nacional do Leite (Inale). O vice-presidente da ANPL destacou que é preciso trabalhar para reduzir as tarifas de exportação. "No ano passado, a Conaprole pagou US$ 29 milhões em tarifas, o que significa mais alguns centavos por litro de leite durante o ano para o produtor", disse ele. Além disso, ele considerou relevante um aumento no reembolso de impostos para as exportações de laticínios, passando de 3 para 6%, para que o setor não quebre. "Essa renúncia fiscal da economia se refletirá em mais produção e menos quebra de produtores", acrescentou. (As informações são do El País Digital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

 

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