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10/08/2020

  

Porto Alegre, 10 de agosto de 2020                                              Ano 14 - N° 3.281

Fepale apresenta panorama geral do setor lácteo na América Latina - Radiografia

O mercado exportador da região é liderado pela Argentina e Uruguai, que representam 56% da região. Depois vem o México, Chile, Nicarágua e Peru com exportações menos significativas.

Quanto à participação das exportações no total produzido, neste caso, o Uruguai lidera. O país exporta 75% do que produz, em seguida vem a Nicarágua, exportando 42% de sua produção interna, e a Argentina que exporta 20%. O México é o maior importador de lácteos da região, seguido pelo Brasil, Venezuela e Perú.

Quanto ao consumo aparente de produtos lácteos na América Latina, o conferencista lembrou que os organismos internacionais e profissionais em nutrição recomendam um consumo mínimo per capita entre 150 e 180 litros por habitante ao ano, e que somente quatro países da América Latina tomam leite suficiente.

“Em nossa região temos o Uruguai (250 litros), Argentina (210 litros), Costa Rica (199 litros) e Brasil (176 litros). Depois existem três países em vias de alcançar esse consumo, o Chile, a Colômbia e o México, mas que o resto está em uma escalada descendente e estão longe de alcançar o consumo ideal, o que podemos interpretar de duas formas. Em primeiro lugar, preocupação porque não se alcança o nível nutricional mínimo de consumo de lácteos alguns países da região, mas, por outro lado, a oportunidade de crescer enormemente em cada mercado interno”, destacou Londinsky.

 
            

Pesquisa produz leite com todos os nutrientes preservados, longa vida e com processos sustentáveis
Com uma participação de mercado de mais de 70%, o leite UHT é o líder no mercado alemão de leite fluido. A popularidade é atribuída à capacidade de ser armazenado por meses em temperatura ambiente. No entanto, o aquecimento a temperaturas de 135-140°C, necessárias para fazer produzir leite UHT, pode ter algumas desvantagens.

Entre elas, causa um certo sabor do leite cozido e a perda de alguns nutrientes, como vitaminas. “Também é necessária muita energia para atingir as temperaturas necessárias e a maior parte dela vem de combustíveis fósseis, como petróleo e gás,” explicou Elena Kohler, a vencedora do prêmio estudantil de Bioeconomia em Stuttgart. O prêmio de € 2.000 (US$ 2600) é concedido a alunos da Universidade de Hohenheim. O Bioeconomy Science Yea da Alemanha é organizado pelo Ministério Federal da Educação e Pesquisa.

Kohler está trabalhando para combinar as vantagens do leite UHT e do leite fresco por meio de um novo processo de produção. Sua visão é um novo tipo de leite: armazenável em temperatura ambiente, com sabor de fresco e alto teor de nutrientes. “O produto desejado não deve ser superior apenas ao leite UHT convencional em termos de sabor e fisiologia nutricional. Meu objetivo é também um processo de fabricação, muito mais eficiente em termos energéticos e, portanto, ecologicamente superior ao processo convencional”, resumiu.

No conceito de Kohler, o leite é dividido em duas frações em um novo processo: uma fase de caseína, que contém proteínas do leite estáveis ao calor – além dos microrganismos indesejados – e uma fase de proteínas de soro de leite, que também contém as vitaminas sensíveis ao calor. Como resultado, ambas as fases podem ser aquecidas separadamente e adaptadas aos ingredientes: substâncias redutoras de qualidade, como microrganismos e enzimas, tornam-se inofensivas na fase de caseína, devido à submissão a altas temperaturas. A outra fase, de proteínas do soro, é apenas brevemente aquecida em temperaturas mais baixas, de modo que os nutrientes e proteínas sejam preservados. Após o tratamento, ambas as frações são reunidas.

Para aquecer a fase com proteínas de soro de leite, o processo de alta energia do leite UHT convencional está sendo substituído pela tecnologia de micro-ondas com eficiência energética, cujas necessidades de eletricidade podem ser atendidas 100% com energias renováveis. O aquecimento homogêneo evita a desestabilização das proteínas do soro quando em contato com superfícies de aquecimento. Menos resíduos se formam no equipamento, reduzindo o consumo de produtos químicos de limpeza e a quantidade de efluentes.

Em sua dissertação de mestrado, Kohler quer determinar a temperatura ótima para o aquecimento por micro-ondas da fase proteica do soro de leite, necessária, por um lado, para tornar o leite estável e armazenável, e por outro, para diminuir as modificações causadas no produto pelo calor . Para controle de qualidade, amostras do leite recém-produzido são armazenadas em temperatura ambiente e a 30°C, analisadas e comparadas em intervalos regulares durante três meses, avaliando presença de microrganismos e características de qualidade e sabor. (As informações são do Dairy Industries International, traduzidas pela Equipe MilkPoint) 

84% dos produtores usam ferramentas digitais

Ferramentas digitais - Uma pesquisa mostrou que o uso de tecnologias no campo amplia acesso a mercados, reduz custos e agrega valor aos produtos. Por isso cerca de 40% dos produtores brasileiros já são adeptos dessa nova onda chamada agricultura digital para realizar operações de compra e venda de insumos e 84% já utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola.

Os resultados foram obtidos em entrevista com 750 participantes entre produtores rurais, empresas e prestadores de serviço sobre tendências, desafios e oportunidades para a agricultura digital no Brasil. O trabalho foi feito por meio de parceria entre a Embrapa, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram ouvidos produtores de todos estados e do DF, entre janeiro e junho.

Seja para agilizar a comunicação na hora de contratar um serviço, pesquisar o preço de um insumo ou para enxergar a propriedade com outros “olhos”, mapeando a lavoura e planejando a atividade, a pesquisa mostra um retrato atual de como esses produtores rurais estão utilizando a internet, aplicativos de celular, drones, entre outras tecnologias, e também um panorama das suas expectativas e dificuldades. Cerca de um terço dos entrevistados já usa ferramentas de monitoramento da lavoura e de meteorologia; aquelas voltadas para o bem-estar animal são 21,2% dos respondentes; e para certificação ou rastreabilidade dos alimentos, 13,7%.

Dificuldades de acesso: A amostragem revelou que acesso a informação e internet permitiram essa expansão. As ecnologias digitais têm amplo potencial de expansão e adoção no Brasil, no entanto a ausência de infraestrutura de conectividade é o maior entrave da agricultura digital para 61% dos entrevistados. Outro fator limitante é o valor do investimento, que assusta 67% dos entrevistados e aparece à frente de problemas estruturais, como a qualidade de conexão na área rural. A pesquisa mostrou ainda que   95% dos produtores desejam mais informações sobre agricultura digital.

O que deve revolucionar: A pesquisa também fez a lista de desejos dos entrevistados. Entre as soluções mais almejadas no campo estão as que melhoram planejamento e gestão, com aplicativos e plataformas. Também devem ganhar espaço as tecnologias que contam com inteligência artificial, internet das coisas, automação, robótica, big data, criptografia e blockchain.

Outro exemplo de tecnologia que avança em conhecimento e tem grande potencial de expansão nos próximos anos são as baseadas em dados ou imagens geradas por sensores remotos, como os satélites e drones. Cerca de 37% das empresas e prestadores de serviços entrevistados atuam nessa área. A tecnologia também já é utilizada por 17,5% dos produtores rurais.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Instrumentação (SP) Lúcio André de Castro Jorge, o mercado global de drones de 2016 a 2020 foi da ordem de US$ 32,4 bilhões, especificamente para agricultura. “Nesse período, o aumento no uso de drones na agricultura foi de 172%. A projeção da expansão até 2025 é exponencial”, revela.

Castro Jorge informa que o mercado relativo apenas à fabricação de drones é de 12 bilhões de dólares em negócios, com geração de emprego para mais de 100 mil profissionais no Brasil, sendo 26% só na agricultura, um negócio de US$ 2 bilhões no País até 2020. Assim, o pesquisador acredita que os preços dos veículos aéreos não tripulados devem se tornar mais acessíveis, com a disponibilização de treinamentos acompanhando a demanda, permitindo a adoção pelos pequenos produtores. (Agrolink)

                

 
Vendas de máquinas agrícolas cresceram 14,4% em julho
As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias voltaram a subir em julho, embaladas pela liberação de recursos do Plano Safra e pela valorização das commodities. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas aumentaram 14,4% em julho ante ao mesmo mês do ano passado, para 4,5 mil unidades. Em relação ao desempenho em junho, o incremento foi de 15,6%. “Os resultados de julho nas vendas internas foram os melhores desde setembro de 2019 e também o melhor julho desde 2018. O crescimento reflete o aumento da demanda por alimentos, o aumento de 50% no desembolso nas linhas de crédito no Plano Safra ante ao mesmo mês do ano passado, de R$ 24 milhões”, afirmou o vice-presidente da Anfavea Alfredo Miguel Neto, que avaliou a recuperação como muito positiva. No acumulado de janeiro a julho, as vendas domésticas somaram 24,1 mil unidades, incremento de 1,3% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. As exportações de máquinas agrícolas e rodoviárias caíram 40,5% em julho ante a igual mês de 2019, para 856 unidades. Na comparação com o mês de junho, porém, houve avanço de 39,4%. “Esse crescimento se deve à demanda da Argentina, onde o setor teve um aquecimento puxado pela demanda chinesa. Os embarques para o país vizinho cresceram 58% na comparação mensal”, disse Miguel Neto. Já a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias alcançou 5,1 mil unidades, recuo de 17% ante ao mês de julho de 2019, mas incremento de 53,8% em relação a junho. “Esse crescimento reflete o aumento de exportação e de vendas no mês e demonstra uma confiança muito grande da indústria. É o melhor resultado desde outubro de 2019”, afirmou o vice-presidente da Anfavea. “É um dado bastante significativo e temos a expectativa de que essa confiança irá continuar no Brasil”, acrescentou. (As informações são do Valor Econômico.)
 

 

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