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07/07/2020

Porto Alegre, 07 de julho de 2020                                              Ano 14 - N° 3.257

Auxílio tira 5,6 milhões de crianças da miséria 

Se retirado o benefício emergencial da renda dessas famílias, o total de crianças abaixo da linha de extrema pobreza subiria para 7,9 milhões em maio, aponta cálculo do Ibre/FGV

O auxílio emergencial de R$ 600 distribuído pelo governo a partir de abril evitou que 5,6 milhões de crianças (zero a 13 anos) passassem para debaixo da linha de extrema pobreza no Brasil durante a pandemia, mostram cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), obtidos pelo Valor.

De acordo com o levantamento, que tem como base microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid, do IBGE, 2,27 milhões de crianças estavam abaixo da linha de extrema pobreza em maio, ou seja, viviam com menos de US$ 1,90 de renda domiciliar per capita por dia - o cálculo soma todas as rendas da família, inclusive do auxílio, e divide pelo número de moradores.

Se retirado o auxílio emergencial da renda dessas famílias, o total de crianças abaixo da linha de extrema pobreza subiria para 7,9 milhões em maio, cálculo que já assume que essas famílias continuaram recebendo o benefício Bolsa Família. Nesse cenário, essa miséria monetária seria de 19,4% do total, em vez dos atuais 5,5% calculados com o auxílio.

O auxílio emergencial contribuiu para evitar o aumento da miséria não apenas entre crianças, mas da população em geral. Seus efeitos foram proporcionalmente maiores, porém, entre as famílias com crianças. Nos cálculos do Ibre/FGV, a parcela extremamente pobre da população total estaria em 13,3% sem o auxílio, em vez dos 4,2% estimados para maio.

Num momento em que o governo ainda não oficializou a forma como pretende manter o auxílio emergencial, o reflexo positivo do programa de distribuição de renda durante a pandemia reforçou a discussão entre especialistas sobre a importância de um programa de transferência de recursos com critério de pobreza infantil.

Autor dos cálculos, Daniel Duque diz que as famílias mais pobres ainda tendem a ter um número maior de filhos, embora a taxa de fecundidade esteja em queda para todas as faixas de renda. Além disso, o programa do governo prevê que mães solteiras recebam duplo benefício, ou seja, R$ 1.200 por parcela.

“Houve sensibilidade do Congresso de dar benefício duplo para mães solteiras. É uma população mais vulnerável, especialmente em um momento de escolas fechadas. São mães que ficaram sem capacidade de entrar no mercado de trabalho, por terem que cuidar dos filhos e não ter com quem deixá-los”, afirma ele.

Pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole da Universidade de São Paulo (USP), Rogério Barbosa tem estudado e simulado exaustivamente cenários de um programa de renda básica infantil no Brasil. Em comum, os resultados mostram custo fiscal expressivo e elevada capacidade de redução da pobreza e da pobreza extrema no país.

Um dos cenários mostra que 27 milhões de lares poderiam ser beneficiados por programa de renda básica voltado a crianças de zero a 14 anos. Se o benefício pago fosse de R$ 522,50 mensais por criança, o programa custaria R$ 259,4 bilhões por ano, mas reduziria de 18,7% para 7,8% a pobreza no país, considerada linha de R$ 348,33 per capita mensal.

Num programa de renda básica para crianças de zero a 14 anos, ele explica, qualquer família com pessoas nessa faixa etária receberia o benefício - seja ela pobre ou rica. Segundo ele, isso não significa, porém, que o programa seria mal focalizado, uma vez que a maioria das crianças e adolescentes viveria em uma situação de pobreza.

“Um programa assim também pagaria benefício para crianças mais ricas, que moram em Ipanema, no Alto Pinheiros, por causa da impossibilidade de separá-los dos demais. Seria preciso pensar em um esquema de tributação progressiva que compensasse isso, como na questão da dedução da educação no imposto de renda”, afirma Barbosa.

O pesquisador reconhece que não está necessariamente convencido de que a renda básica infantil é o melhor caminho a ser seguido e que vem debatendo o tema com outros economistas. “As crianças são um bom critério de focalização para alcançar as famílias mais pobres. O problema é, além das fontes de financiamento, como ficariam as famílias mais pobres sem filho”, avalia o economista. (Valor Econômico)
                  
GDT – Global Dairy Trade

 

Ciclo de Palestras comemora os 85 anos do Instituto de Laticínios Cândido Tostes

Congresso ILCT - A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, por meio do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (EPAMIG/ILCT) promove, entre os dias 14 e 16 de julho, o Ciclo de Palestras do 33º Congresso Nacional de Laticínios. 

O evento, que comemora os 85 anos do Instituto será composto por nove palestras online, ministradas por especialistas em pesquisa e produção de leite e derivados. A programação é gratuita e as inscrições podem ser feitas no site https://epamigilct.online/cnl/.

A pesquisadora e professora da EPAMIG ILCT Renata Golin Bueno Costa, integrante da comissão organizadora do evento, conta que as palestras foram inicialmente previstas para serem presenciais e ocorrerem em maio, mês do aniversário do Instituto. No entanto, em função da pandemia da Covid-19, veio a opção pela programação virtual, na terceira semana de julho, período em que costuma ser realizado o Congresso Nacional de Laticínios.

“Nossa proposta é diversificar a programação e trazer alguns temas diferentes daqueles que sempre abordamos no Congresso, no qual as palestras são mais técnicas. Teremos sim palestras técnicas, sobre queijo, ingredientes, controle de qualidade e sobre sorvete, tema que no CNL só tínhamos abordado em cursos. Saímos um pouco do tradicional, agregando estudos de caso, discussões sobre sustentabilidade ambiental e palestras motivacional e sobre liderança. Mas sempre mantendo o foco na área de leite e derivados”, explica.

Renata acredita que essa gama de temas tenha atraído a atenção do público, até a manhã desta segunda-feira (6), quase 4800 pessoas já haviam confirmado participação no evento. “O público este ano está muito grande e não temos conhecimento sobre o que cada um está buscando. Essa diversificação na programação nos permite atender toda a cadeia, contemplando diferentes áreas”, conclui.

Todos os inscritos receberão por email o link para acesso às palestras. Para a emissão do certificado de participação, é necessária a confirmação de presença, diariamente, por meio de lista virtual. Durante a exibição dos conteúdos serão disponibilizados os contatos dos palestrantes para o envio de perguntas e dúvidas.

Confira a programação:
 
                  

 
PIB do agronegócio cresce 3,78% de janeiro a abril de 2020
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro teve alta de 3,78% no primeiro quadrimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, puxado principalmente pelo crescimento de 8,22% do segmento primário (dentro da porteira). Os dados são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), calculados em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo o estudo, de janeiro a abril deste ano, o resultado se manteve positivo para todos os segmentos. Além da alta da atividade primária, o setor de agrosserviços cresceu 3,98%, seguido por insumos (0,97%) e agroindústria (0,44%). Tanto a agricultura quanto a pecuária tiverem crescimento no acumulado do primeiro quadrimestre, de 1,72% e 8,01%, respectivamente. No segmento primário agrícola, os produtos destaques em termos de altas de preços foram milho, café, cacau e arroz, com altas superiores a 20%, além de soja, trigo, mandioca e cana. Já o bom comportamento do segmento primário pecuário é reflexo dos preços elevados em 2020, com destaque para boi gordo, suínos e ovos. O resultado reflete um efeito inercial da forte elevação ao longo de 2019, relacionada à Peste Suína Africana. “Se por um lado a demanda doméstica de carnes tem sido afetada pela crise econômica desencadeada pelo coronavírus, por outro, a demanda externa segue em alta puxada ainda pelos efeitos da Peste Suína Africana na China, e mais recentemente pela desvalorização do Real frente ao dólar que amplia a competitividade das proteínas brasileiras”, diz o estudo. O PIB do agro em abril teve alta de 0,36%, menor crescimento mensal registrado ao longo deste ano, diante os impactos da pandemia da Covid-19. Todos os segmentos registraram alta, exceto a agroindústria, que teve queda de 1,08%, pressionada pela base agrícola. “Nesse mês, que foi o primeiro marcado em sua totalidade pelos efeitos das medidas relacionadas ao coronavírus, houve forte queda de produção da agroindústria de base agrícola, com baixas acentuadas para móveis e produtos de madeira, biocombustíveis, têxteis e vestuário e bebidas. Ao contrário, os segmentos de insumos e primário cresceram no mês, 0,46% e 3,26%, respectivamente”, explica a publicação. Clique aqui para ler o estudo. (CNA)
 
 

 

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