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05/06/2020

Porto Alegre, 5 de junho de 2020                                              Ano 14 - N° 3.235

 Por que autoridades internacionais pedem que suas respectivas populações comam mais queijos?

Coma mais queijo - Inglaterra, França e Canadá deram um grito de guerra patriótico: para um bem maior, não use apenas máscara e fique em casa. Por favor, coma mais queijo!

A Tradição cultural aliada aos benefícios para a saúde faz com que queijos e demais produtos lácteos estejam  presentes  nas mesas de grande parte das famílias mundo afora. Eles  geram memórias afetivas em pessoas de todas as gerações.
Pesquisas científicas recentes apontam que o consumo diário de laticínios diminui a incidência de diabetes e doenças cardiovasculares. E que os benefícios dos produtos vão muito além dos já confirmados lácteos probióticos.
Além dos benefícios  citados, outro ponto tem feito com que países desenvolvidos e comprometidos com a sua população incentivem o consumo de queijo: a sua importância econômica.

Consenso 
No dia 10 de maio, o príncipe Charles escreveu uma carta  pedindo que os ingleses comprem mais produtos lácteos. Dizendo que  era “profundamente preocupante saber que esta crise corre o risco de destruir uma das mais maravilhosas alegrias da vida – o queijo britânico!”

Já o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, pediu  aos cidadãos que “comam queijo canadense para ajudar o produtor de leite local”.  Recentemente, seu governo aumentou a capacidade de empréstimo da Canadian Dairy Commission em 200 milhões de dólares canadenses para comprar e armazenar mais queijo e manteiga.

Além de pedir que os franceses consumam mais queijos, o governo da França também tem  tomado outras medidas. O conselho do Condado de Aisne, por exemplo anunciou a compra de 4 mil queijos maroilles para apoiar a indústria atingida pela crise da Covid-19.  Os queijos adquiridos serão redistribuídos para associações de caridade como Banco de Alimentos, Restos du Coeur e Cruz Vermelha.

O contexto dos produtores brasileiros
A importância econômica do setor de laticínios no Brasil é bem maior do que se imagina. A estimativa é que ele gere cerca de cinco milhões de postos de trabalho. É o setor que mais emprega.

Segundo dados divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),  quase 1/3 da produção de leite no Brasil vem da agricultura familiar.  Ou seja, pessoas que dependem única e exclusivamente da venda do alimento para a sobrevivência.

Para se ter uma noção do impacto deste setor no sustento e sobrevivência da população brasileira, segundo a estatística de produção de leite do IBGE no país temos mais de um milhão de  micros e pequenos produtores de leite espalhados em mais de 5.500 municípios.

Cerca 70% destes pequenos produtores fornecem o leite para o complexo industrial seguindo todas as regras de higiene sanitária. Sendo que o restante  desta produção fica no mercado informal, e por isso não chegam nas prateleiras dos supermercados.

As Indústrias de laticínios que são regulamentadas sob inspeção federal, somam mais de 1.200 empresas constituídas. São mais de duas mil plantas industriais. E existem milhares de empresas com registros nas esferas estaduais e municipais. (Portal Contexto/ Terra Viva)
               

Mais de 700 estabelecimentos já foram habilitados a exportar para 24 países

Mais de 700 estabelecimentos foram habilitados a exportar produtos agropecuários para 24 países desde janeiro de 2019. No início desta semana, mais quatro unidades frigoríficas de aves e uma de suínos foram credenciadas e irão vender as carnes do Brasil ao Vietnã.

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) comemora a ampliação das habilitações para mais um país. “Isso mostra que o mundo olha o Brasil como grande fornecedor de alimentos, supridor de alimentos”, destaca.

As novas plantas frigoríficas de aves aptas a exportar para o Vietnã estão localizadas nos estados de São Paulo, do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Já as suínas, em Minas Gerais.
As exportações de produtos agrícolas para o Vietnã, em 2019, somaram US$ 27,5 bilhões. Em 2018, totalizaram US $ 22,6 bilhões.

Abertura de mercados: Desde janeiro de 2019, o Brasil abriu 65 mercados para produtos agropecuários, sendo 30 aberturas registradas somente este ano.

No último dia 25 de maio, a Tailândia, por exemplo, comunicou que irá importar carne bovina com osso, carne desossada e miúdos comestíveis de bovino do Brasil, mercado com potencial de receita de US$ 100 milhões nos próximos anos. O país também abriu seu mercado para os lácteos brasileiros.

Já no início do mês passado, o governo das Filipinas credenciou estabelecimentos de carnes bovinas (Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais, Tocantins e Pará), de aves (Paraná, Santa Catarina e rio Grande do Sul), de peru (Rio Grande do Sul) e suína (Santa Catarina).

Outros novos mercados são castanha-de-baru para Coreia do Sul, melão para China (primeira fruta brasileira para o país asiático), gergelim para a Índia, castanha-do-Brasil (castanha-do-Pará) para Arábia Saudita, material genético avícola para diversos países e milho de pipoca para Colômbia.

As exportações do agronegócio atingiram valor recorde em abril, ultrapassando pela primeira vez a barreira de US$ 10 bilhões no mês. O recorde anterior das vendas externas neste mês ocorreu em abril de 2013, quando as exportações somaram US$ 9,65 bilhões.


PIB agropecuário: A agropecuária apresentou crescimento de 0,6% no primeiro trimestre de 2020 em comparação ao quarto trimestre de 2019, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país. O setor foi o único da atividade econômica nacional a crescer no período analisado.

Em relação a igual período do ano anterior, no caso primeiro trimestre, a agropecuária teve crescimento de 1,9%. (As informações são do Mapa)

Leite em Mapas: a evolução da produção de leite no Brasil desde 1990

O Centro de Inteligência do Leite (CILeite) da Embrapa Gado de Leite criou a página Leite em Mapas que, utilizando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra, por meio de mapas de densidade, a evolução bovinocultura de leite no Brasil desde 1990.

No site, é possível ajustar os dados para os anos 1990, 2000, 2010 e 2018 e comparar as variáveis produção de leite, vacas ordenhadas e produtividade. Com isso, podemos observar o amadurecimento da cadeia em termos de produção e produtividade, bem como a migração da produção entre regiões do País. Veja abaixo a comparação da variável produção de leite para os anos 1990 e 2018:

No exemplo de comparação a seguir é interessante observar o salto em produtividade no  intervalo 2010-2018, principalmente nos estados do Sul e em Minas Gerais. Os estados do Nordeste e Centro-Oeste também demonstram evolução neste quesito, ao contrário do que é observado para os estados do Norte.

Esses dados vão de encontro ao que observamos nos levantamentos Top 100 do MilkPoint, que caracterizam as 100 maiores propriedades do Brasil em volume captado e pode ser acessado aqui. (Milkpoint)
                  

EMATER/RS: animais e produção ainda não se recuperaram do impacto da estiagem
Em quase todas as regiões do Estado, ainda não foi possível observar uma reversão significativa do decréscimo do escore corporal e da produção de leite que havia se estabelecido nos rebanhos bovinos leiteiros em consequência da estiagem. No geral, as condições sanitárias dos rebanhos permanecem satisfatórias, mediante a utilização de práticas de manejo e a utilização de medicamentos para controle de parasitoses internas e externas. As estimativas atualizadas de redução na produção leiteira relatadas pelos escritórios regionais da Emater/RS-Ascar nas respectivas áreas de abrangência são as seguintes: regional de Bagé – 55%; Frederico Westphalen – 30%; Porto Alegre – 30%; Santa Maria – 30% (em levantamento realizado em parte da região). Na região de Santa Rosa, já é possível observar uma boa produção das pastagens cultivadas de inverno disponibilizadas às vacas; durante a semana, a produção leiteira, embora abaixo da normalidade, foi superior à da semana anterior. (As informações são da EMATER/RS)
 

 

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