Pular para o conteúdo

02/06/2020

 

Porto Alegre, 2 de junho de 2020                                              Ano 14 - N° 3.232

 Leilão GDT fecha com preços estáveis; importações seguem não atrativas para Brasil

O evento 261 da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira, 02/06, sinalizou manutenção do índice de preços médios dos produtos negociados. Após o encerramento do leilão, o preço médio das negociações fechou em US$2.902/ton, valorização de apenas 0,10% em relação ao evento anterior, realizado na segunda quinzena de maio. Confira, no Gráfico 1, a evolução de preços médios praticados nos leilões e sua variação.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT x GDT Price Index; elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade.

Neste evento foram negociadas 21.968 toneladas, volume 30,9% maior do que no evento anterior. O significativo aumento no volume vendido pode sinalizar uma melhor dinâmica do mercado, que não praticava volumes acima de 21 mil toneladas em um evento GDT desde a segunda quinzena de março.

O leite em pó integral, que representou 54% do volume ofertado neste evento, fechou em alta de 2,1%, com preço médio de US$2.761/ton. O segundo produto mais negociado, o leite em pó desnatado, que representou 19% do volume total, teve uma queda de 0,5% em seu índice de preços, fechando em US$2.530/ton. A tabela 1, apresenta os preços médios e variações de todos os derivados negociados no evento 261.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no evento 261 do GDT, realizado em 02/06/2020.

As variações positivas nos últimos dois eventos GDT sinalizam para uma gradual recuperação do mercado de lácteos, após o cenário desfavorável dos últimos meses construído pela crise causada pela Covid-19. Alguns fatores, como a retomada nos preços do petróleo e sucessivas medidas de afrouxamento das políticas de isolamento social pelo mundo, apontam para a volta do crescimento do consumo de lácteos. Entretanto, ainda é necessária cautela, e saber que, dificilmente o setor retornará aos níveis de receita pré-Corona no curto prazo.

Analisando os contratos de leite em pó integral para os próximos meses, nota-se uma expectativa de crescimento dos preços, fechando em patamares superiores aos atuais a partir de setembro, apesar da queda nos meses de julho e agosto.

Gráfico 2. Contratos futuros de leite em pó integral – GDT vs. NZX.

Os impactos dos preços deste leilão no mercado brasileiro podem ser observados na Tabela 2, em que estimamos o valor do leite importado em equivalente leite no Brasil. O preço do leite em pó integral no GDT (US$2.761/ton), equivale a um leite pago na fazenda brasileira de R$1,70, considerando a taxa de câmbio do dia do evento (R$5,25/dólar). Este valor ainda é distante da média CEPEA/ESALQ paga pelo leite em maio, cerca de R$1,38/litro.


Neste cenário, as importações seguem sendo pouco competitivas no mercado brasileiro, em função, principalmente, da taxa de câmbio que, apesar da queda nos últimos dias, segue bastante elevada. (GlobalDairyTrade/Milkpoint)
                  

Demanda por lácteos da China se mantém forte

O país mais populoso do mundo continua sendo um voraz comprador de leite em pó, apesar da pandemia em curso e de uma economia que desacelerou acentuadamente. Com as compras de abril, a China importou quase tanto leite em pó integral nos primeiros quatro meses deste ano quanto no período de janeiro a abril do ano passado, observa Sarina Sharp, analista do Daily Dairy Report.

Em abril, a China importou 63,68 milhões de quilos de leite em pó integral, um aumento de 21,9% em relação ao ano anterior, de acordo com o Trade Data Monitor. "Em relação ao formidável ritmo de compras que o país estabeleceu em 2019, as importações chinesas de leite em pó integral tiveram um início lento este ano, mas a forte contagem de abril as leva a apenas 0,2% do ano passado, depois de se ajustar ao dia bissexto", disse Sharp.

O ritmo de compras ocorre apesar da forte queda da atividade econômica. Em janeiro, antes do bloqueio da China, a economia do país deveria crescer 6% em 2020, um pouco abaixo do crescimento de 6,1% de 2019. Segundo o World Economic Outlook de abril do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Covid-19 mudou drasticamente as perspectivas. Agora, o FMI espera que a economia da China cresça apenas 1,2%, um declínio de 4,8 pontos percentuais em relação às perspectivas de janeiro.

Enquanto milhões de trabalhadores foram demitidos na China e outros viram cortes nos salários, a demanda reprimida por bens e serviços passará para 2021 à medida que o mercado de trabalho se recuperar. O FMI espera que a economia da China registre um crescimento de 9,2% no próximo ano, um aumento de 3,2 pontos percentuais em relação às perspectivas de janeiro de 2020.

As importações chinesas de leite em pó desnatado em abril caíram 4,1%, para 25 milhões de quilos, em comparação com o ano passado. Mas no ano passado, a China estava em uma momento de grandes compras de leite em pó, adquirindo grandes volumes da Nova Zelândia, bem como estoques de intervenção baratos da Europa. Sharp observa que, enquanto as importações de leite em pó desnatado na China de janeiro a abril diminuíram 14,3% em 2019, elas ainda eram mais altas no mesmo período em todos os anos anteriores.

"Dadas as interrupções no comércio global e os relatórios de mais envio de leite para os secadores na China durante o bloqueio, as importações de leite em pó do país foram mais fortes do que o previsto", afirma Sharp. "Essas são boas notícias em um mundo com um crescente excedente de leite em pó."

A China também está importando mais soro de leite, mas essas importações ainda estão bem abaixo dos níveis recordes de 2018. "As fortes importações de soro de leite refletem uma melhoria gradual nos esforços da China para reconstruir seu rebanho suíno e modernizar sua indústria suína", afirma Sharp. "A mudança para uma indústria mais moderna favorece o consumo de soro de leite, porque muitos criadores de grande escala incluem soro de leite em rações para leitões, enquanto as fazendas menores normalmente não o fazem."

No entanto, Sharp observa que o rebanho de suínos da China ainda é apenas "uma sombra do que era antes de ser devastado pela peste suína africana" e, assim, provavelmente continuará limitando a demanda de soro de leite no futuro próximo. (As informações são do Farm Journal & MILK Magazine, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Embrapa oferece curso online gratuito sobre melhoramento na produção de leite

Conteúdo aborda as características das principais raças leiteiras do país, estratégias de cruzamento e cálculo dos indicadores zootécnicos. 

A Embrapa Gado de Leite abriu inscrições nesta terça-feira, 2, para uma nova turma do curso a distância sobre Melhoramento Genético e controle Zootécnico para a Produção de Leite. Para colaborar com o período de quarentena devido à pandemia do coronavírus, a Embrapa está oferecendo o curso de forma gratuita. O acesso ao curso ficará disponível de 9 a 22 de junho. 

A capacitação tem o objetivo de informar a respeito das principais raças leiteiras do Brasil, seu potencial de produção e as exigências para cada uma delas. O conteúdo também detalha estratégias de cruzamento entre diferentes raças e quais as informações que é necessário anotar para fazer o cálculo dos indicadores zootécnicos, além de indicar critérios para o descarte de animais em rebanhos leiteiros. De acordo com a Embrapa, o curso é recomendado para técnicos de assistência técnica e extensão rural, produtores de leite, estudantes e profissionais que tenham interesse na produção de leite. 

O curso tem vagas limitadas a 1.000 participantes e as inscrições estão abertas até o próximo dia 7 ou enquanto restarem vagas. A capacitação tem uma carga horária total de 40 horas e será ministrado na plataforma digital da Embrapa Gado de Leite. Após o término, um certificado será emitido ao aluno que atingir os requisitos mínimos. (Canal Rural)

EUA: campanhas em comemoração ao Mês Nacional dos Lácteos

O (DMI) e as equipes de dairy checkoff estaduais e regionais de todos os EUA estão mostrando a resiliência da cadeia e o impacto na comunidade durante a pandemia de Covid-19.

Os esforços começam hoje, 1º de junho — Dia Mundial do Leite — com um vídeo “Raising Gallons” que o DMI criou em parceria com organizações estaduais e regionais de checkoff. O vídeo mostra atletas olímpicos, jogadores da NFL, chefs famosos e outros levantando um galão de leite para mostrar sua apreciação pelos produtores de leite, ao mesmo tempo em que apoia o objetivo do checkoff de levar laticínios nutritivos a americanos por meio de sua parceria com a Feeding America.

O vídeo foi iniciado pela produtora de laticínios da Pensilvânia e presidente da DMI Marilyn Hershey e termina com o diretor de parcerias da cadeia de suprimentos de laticínios da Feeding America, Jerod Matthews, que incentiva os consumidores a divulgar seus próprios galões usando a hashtag #UndeniablyDairy. O MilkPEP fará doações à sua campanha GiveAGallon de até US$ 100.000.

"Essa pandemia mostrou o quão essencial a Feeding America e os produtores de leite são para ajudar a alimentar os necessitados", disse Hershey. "Estamos trabalhando em direção a um objetivo comum, e nossa estratégia de levar laticínios às mãos de quem precisa não seria possível sem a Feeding America e sua rede nacional de 200 bancos de alimentos locais".

Esforços adicionais, realizados nacional e localmente, promoverão “30 dias de laticínios” ao longo de junho. Todos os dias do mês serão preenchidos com tours e conteúdo de fazendas virtuais que comemoram o papel que os laticínios desempenham na vida das pessoas, enquanto ilustram a resiliência e as contribuições dos produtores de leite para suas comunidades, marcadas com o novo emblema "30 dias de laticínios".

"A celebração do Mês Nacional de Lácteos ganhou novo significado este ano, dada a pandemia global", disse Heather Oldani, vice-presidente executiva de comunicações da DMI. “Apesar dos tempos difíceis, os produtores demonstram um compromisso incansável em acordar todas as manhãs para garantir que um suprimento seguro e nutritivo de laticínios esteja disponível em nossos mercados, em nossas casas e nos bancos comunitários de alimentos. O papel essencial que os produtores desempenharam tornou possível para o restante de nós continuar desfrutando dos laticínios que todos amamos.”

O checkoff também promoverá receitas centradas em laticínios para o verão, com a expectativa de que a cozinha em casa continue como uma atividade importante para muitas famílias. O conteúdo será publicado no site redesenhado da DMI – www.usdairy.com – e também através de organizações estaduais e regionais. (As informações são da Hoard’s Dairyman, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
                   

Indústria de laticínios manteve a produção e não realizou demissões neste período de combate ao coronavírus 
O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindilat), Alexandre Guerra, fez um balanço do setor nos últimos 75 dias. Observou que o abastecimento foi garantido aos consumidores, bem como o emprego e as atividades normais foram mantidos nas empresas. Para ouvir a entrevista na íntegra, clique aqui. (Agert)

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *