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08/11/2017

 
 

Porto Alegre, 08 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.617

 

 Governo estuda incentivos à cadeia de lácteos

O Ministério da Agricultura prepara medidas de incentivo à cadeia produtiva de lácteos para compensar a retomada das importações de leite em pó do Uruguai, comunicada oficialmente ontem pelo governo brasileiro a Montevidéu. Mesmo com o fim da restrição, o ministro Blairo Maggi disse ao Valor que a partir de hoje os fiscais federais também vão monitorar os carregamentos de leite uruguaio, desde a fronteira até os canais de distribuição e varejo.

Em audiência na Comissão de Agricultura do Senado, o secretário de Defesa Agropecuária da Pasta, Luís Eduardo Rangel, disse que estão sendo avaliados mecanismos como fixação de preço mínimo para o leite, retomada da recuperação de créditos tributários de PIS e Cofins por produtores e laticínios - já prevista no programa Leite Saudável -, além da redução dos juros de uma linha de crédito do Banco do Brasil voltada à estocagem de leite por agroindústrias e da criação de linha para refinanciar dívidas de produtores. "A suspensão das importações [de leite em pó do Uruguai] foi boa para jogar luz sobre a suspeita de triangulação", disse Rangel sobre a desconfiança dos produtores brasileiros de que haveria leite em pó de outras origens entrando no Brasil via Uruguai. "Mas pudemos reavaliar alguma medidas que estavam adormecidas", afirmou. 

O secretário explicou que, depois de uma auditoria no Uruguai realizada por fiscais agropecuários na semana passada, foi definida a retirada da suspensão das emissões de guias de importação do produto. O Valor apurou que, além de pressão do Uruguai, houve pedidos do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para que o governo retomasse as importações de leite com receio de possíveis retaliações do Uruguai, que poderiam afetar exportações paulistas de industrializados, como eletrodomésticos da linha branca, ao vizinho. Procurado, o governo paulista não respondeu. Na Câmara, o diretor do departamento de Estatísticas e Apoio às Exportações do Mdic, Herlon Brandon, disse que as importações totais de leite - incluindo as do Uruguai - recuaram 30%, para 80 mil toneladas, de janeiro a setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2016. "Temos um cenário de queda das importações e aumento do preço do leite", disse. 

O presidente da Associação dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, admitiu que esperava que a suspensão durasse pouco, mas voltou a defender cotas para o leite uruguaio, como já existe para o leite argentino. (Valor Econômico)

Entidades criticam decisão do ministério

O desbloqueio da importação de lácteos do Uruguai, anunciado pelo Ministério da Agricultura na segunda-feira, gerou críticas do setor ligado à cadeia produtiva do leite e do secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo. Até ontem, nenhuma liderança gaúcha havia recebido informações sobre os motivos que levaram o governo a autorizar novamente as compras de produtos lácteos do país vizinho. A suspensão estava em vigor desde 10 de outubro, sob alegação de que o Mapa investigaria suspeitas de triangulação dos uruguaios. Polo solicitou ontem ao ministério o relatório completo da auditoria que foi feita na última semana no Uruguai. "Quero ter acesso a todas as informações que foram checadas, porque tínhamos números que indicavam que a produção uruguaia não era compatível com o que estavam exportando para o Brasil", afirma.

O secretário também pede que seja rediscutida, no âmbito do Mercosul, a possibilidade do livre comércio de insumos. "Se podemos ter livre comércio de produtos, também queremos poder comprar no Uruguai insumos mais baratos que os que são vendidos no Brasil", cobra. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, disse que aguarda que o ministério encaminhe "explicações formais" sobre as razões para a reabertura do comércio para o leite do Uruguai. Guerra também diz que espera que o governo tenha iniciado com o país vizinho as conversas sobre a imposição de cotas, a exemplo do que acontece com a Argentina. "Se o governo brasileiro não abriu este diálogo, ele perdeu o melhor momento de fazer isso", defende. 

Ele acrescenta que a indústria operou quatro meses "no vermelho" e que, mesmo que haja uma reação do preço do leite por conta da queda da importação e da redução de 8% na produção gaúcha em outubro, dificilmente esta recuperação será repassada neste mês ao produtor. Para o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, o caminho é continuar insistindo para que o governo estabeleça limites para a entrada de produtos lácteos uruguaios. "E se não der as cotas, o governo tem que partir para a medida de retirar o leite do acordo do Mercosul". O coordenador da Comissão de Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, concorda que a liberação da entrada dos produtos uruguaios não põe fim à discussão das cotas. Em audiência pública no Senado ontem, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luís Rangel, disse que a suspensão da importação de leite uruguaio foi uma medida preventiva. "Suspendemos as importações para investigar", explicou. "Auditamos in loco as três maiores produtoras uruguaias para verificar se no leite produzido no país havia lastro suficiente para abastecer a s agroindústrias locais e ainda exportar para o Brasil", disse. O relatório preliminar não apontou indício de triangulação. (Correio do Povo)

Em evento na Holanda, Novacki adianta que será lançado o Agro+ Investimentos

Durante o Brazil Network Day - BND, evento do qual participou na Holanda, nesta terça-feira (7), o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, anunciou que o Mapa lançará até o início do próximo ano o programa Agro+ Investimentos que vai apontar potencialidades de negócios no setor agropecuário em cada região do Brasil. "Vamos demonstrar onde os investimentos são bem-vindos e rentáveis. É um trabalho junto com o Ministério das Relações Exteriores e com as suas embaixadas, promovendo encontro entre empresários brasileiros e do exterior".

Novacki está em missão oficial à Holanda com o objetivo de derrubar barreiras comerciais e, assim, aumentar o fluxo de comércio entre os dois países. O comércio entre Brasil e Holanda atualmente é de US$ 8,5 bilhões anuais. O evento realizado nesta terça-feira é iniciativa da embaixada brasileira para melhorar o ambiente de negócios.

Sobre o programa Agro+ Investimento, Novacki disse que está sendo preparado com muito cuidado, com todas as questões técnicas envolvidas. "Trata-se de um esforço adicional para o setor do agronegócio, que é a locomotiva da economia do pais."Acrescentou que o Mapa tem a obrigação de defender os produtores e que serão trazidos elementos para, junto com os outros ministérios (Transporte, Casa Civil, Fazenda e Planejamento), realizar um planejamento de longo prazo, que inclui investimentos em logística. "Queremos fazer com que essa locomotiva ganhe mais velocidade", afirmou.

Novacki lembrou que o Ministério da Agricultura realiza um trabalho científico junto com a Embrapa de mapeamento da produção agrícola brasileira, sobre a necessidade de intervenções logísticas que possam ser realizadas com o menor custo possível. "O estudo está sendo complementado agora com informações que são importantíssimas como por exemplo, onde o estado deve atuar diretamente, onde fazer parceria público privada e onde fazer concessão".

O secretário-executivo visitou o Centro de Inovações FrieslandCampia, líder mundial em produtos lácteos, empregador de 22 mil pessoas em 32 países, inclusive no Brasil. Localizado próximo da Universidade de Wageningnen, o centro desenvolve avançadas tecnologias para produtos lácteos. Segundo Novacki, há interesse no fornecimento de matéria-prima para a FrieslandCampina em seus diversos mercados. (As informações são do Mapa)

 

Rotulagem de alimentos
A Anvisa e o Ministério da Saúde realizam, nesta quinta-feira (9/11), um Painel Técnico para tratar das propostas para um novo padrão de rótulos de alimentos. O evento ocorrerá no auditório da Anvisa, em Brasília, a partir das 9h. As vagas presenciais para participação já estão preenchidas. No entanto, será possível assistir ao Painel, em tempo real, CLICANDO AQUIEste mesmo link permitirá o acesso à íntegra da transmissão após a reunião. O Painel Técnico faz parte do processo estabelecido pela Anvisa para aprofundar os debates sobre o tema. O objetivo é assegurar que o processo regulatório seja transparente, baseado em evidências e que conte com ampla participação social. CLIQUE AQUI e acesse a programação. (Anvisa)

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