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04/08/2017

Porto Alegre, 04 de agosto de 2017                                              Ano 11- N° 2.556

 

  Argentina: diferença nos tamanhos das fazendas impacta nos ganhos pelo litro do leite

Até agora, em 2017 o setor de lácteos da Argentina está experimentando situações contrastantes. Em junho passado, as grandes fazendas leiteiras do oeste de Buenos Aires, em média, ganharam 0,86 a 0,51 peso (US$ 0,048 a US$ 0,029) por litro produzido (rendimento bastante baixo, mas ainda assim um rendimento). Por sua vez, os médios perderam 0,31-0,36 peso (US$ 0,0176-US$ 0,0204) por litro, enquanto que os pequenos registraram perdas de 0,58-0,63 peso (US$ 0,033-US$ 0,0358) por litro.

O custo médio integral - denominado de "longo prazo" - de uma grande fazenda na bacia leiteira no oeste de Buenos Aires, em junho, foi de 4,84 pesos (US$ 0,27) por litro, de acordo com estimativas publicadas pelo Observatório da Cadeia de Lácteos com base em cálculos do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA).

Por sua vez, o custo médio total de uma fazenda "média" na bacia leiteira do oeste de Buenos Aires foi, em junho, de 5,71 pesos (US$ 0,32) por litro, enquanto o custo na fazenda "pequena" ficou em 5,83 pesos (US$ 0,33) por litro.

A questão é que, de acordo com dados indicativos publicados pela Câmara de Produtores de Leite da Bacia Oeste (Caprolecoba), uma fazenda leiteira de 10 mil litros por dia recebeu, em junho, de 5,35 a 5,70 pesos (US$ 0,30 a US$ 0,32) por litro, enquanto que o intervalo foi entre 5,25 a 5,40 (US$ 0,29 a US$ 0,30) por litro nas fazendas que produzem 4500 litros diários. Já as fazendas pequenas, de 1.500 litros de leite, receberam em junho 5,20 a 5,25 (US$ 0,295 a US$ 0,297) por litro.

Os modelos, a partir do qual são calculados os custos, são construções teóricas que não incluem o impacto de fatores conjunturais, como desastres climáticos. O custo médio integral inclui amortizações e custo de oportunidade da terra.

O "Observatório Lácteo" está a cargo da Direção Nacional de Planeamento Estratégico do Setor do Ministério da Agroindústria e tem um Conselho Assessor Institucional composto por representantes dos setores público e privado. 

Em 03/08/17 - 1 Peso Argentino = US$ 0,05689
17,5667 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do Valorsoja.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Simpósio debate produção com qualidade e rentável 

Um desafio foi lançado nesta quarta-feira, dia 2 de agosto, aos cerca de 250 produtores que prestigiaram o 1º Simpósio Leite Real Cotrijal. Eles foram recepcionados com a frase "+leite/ha/ano". O evento, realizado no auditório central do Parque da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, abordou assuntos de grande impacto para a atividade leiteira.

"Nosso objetivo inicial foi tirar o produtor da zona de conforto e lançar esse desafio", disse Renne Granato, gerente de Produção Animal da Cotrijal. A programação teve quatro palestras, abrangendo temas como ordenha, período de transição, nutrição pré e pós-parto, nutrição do rebanho, melhoramento genético, reprodução e qualidade do leite.

"É um simpósio diferente, com a proposta de discutir a evolução da produção leiteira, com o pensamento em um melhor custo/benefício para nosso produtor. Além desse evento, restruturamos a forma de atuação dos nossos profissionais junto aos produtores de leite de nossa área de ação, o que nos permite uma maior parceria e participação no que diz respeito à difusão da informação, sempre de olho no resultado", destacou o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica.

Preocupados com o custo de produção da atividade leiteira, os palestrantes foram unânimes na afirmação de que investir em manejo e nutrição adequados, do nascimento à fase de lactação da vaca, resultará em uma boa relação custo/benefício. "Temos a missão de ser cada vez mais eficientes, conduzir mais vacas e produzir mais leite na mesma unidade de área. Esse é o caminho a ser seguido por todos os produtores de leite do mundo, com eficiência e uso racional de recursos", disse Rodrigo de Almeida, professor da Universidade Federal do Paraná, que abriu a programação de palestras. 

Debates e questionamentos 
Atentos aos temas, os produtores aproveitaram cada minuto do simpósio para tirar dúvidas e questionar os palestrantes. Fabrício Zatt, de Colorado, aprovou o formato do evento e destacou a importância do tema Período de Transição. "São palestras como essas que nos fazem entender melhor a nossa atividade e como agir com o nosso rebanho. Saio satisfeito e cheio de informações", disse o produtor. 

Outro assunto abordado foi nutrição de gerações, pelo gerente de Negócios Ruminantes na Zinpro Brasil, Rogério Isler. Também foram palestrantes, o gerente do departamento técnico da ABS Pecplan, Hélio Rezende, de Minas Gerais (MG), que abordou o tema Melhoramento Genético e Reprodução, e o espanhol Rafael Ortega, que falou sobre Qualidade do Leite e Sistemas de Ordenha. 

A segunda edição do Simpósio Leite Real Cotrijal já está marcada para o dia 8 de agosto de 2018, consolidando-se como um dos tradicionais eventos anuais realizados pela cooperativa.

Oportunidade de negócios
O intervalo para o almoço foi muito bem aproveitado. Além de confraternizar, os produtores tiveram a oportunidade de fazer bons negócios junto aos estandes das empresas parceiras do evento, que levaram seus produtos ao Restaurante do Parque da Expodireto Cotrijal. Vendedores das Lojas Cotrijal e os profissionais do DEVET também acompanharam as negociações, mais uma facilidade para uma possível compra. (Fonte: Assessoria de Imprensa Cotrijal)

Projeções apontam alta oferta de leite orgânico no mercado dos Estados Unidos
 
As projeções de alguns grandes produtores de lácteos orgânicos dos Estados Unidos são de crescimento de cerca de 5,5% na produção de leite orgânico em 2017. O crescimento mais próximo de 1% seria mais perto do nível de conforto de alguns processadores em termos de expansão de processamento, distribuição e vendas.

Há alguma apreensão quanto à capacidade de processamento e vendas, tanto no varejo quanto no atacado, para absorver todo o aumento. Uma possibilidade é que mais leite orgânico seja enviado para mercados convencionais até que um novo equilíbrio de produtos lácteos orgânicos se desenvolva.

Umidade, calor e importações
Três variáveis nesta equação são umidade, calor e importações. A qualidade e a quantidade de alimentos de origem animal orgânicos cultivados durante a atual safra ainda não foram determinadas à medida que as condições climáticas se desenvolvem. 

As condições de produção no país estão sendo desafiadas em várias áreas por uma umidade quase constante. Outras áreas são afetadas pelo calor extremo. O resultado final da safra orgânica de 2017 ainda não foi determinado e continua a ser uma incerteza nesse ponto.

Para uma série de processadores de lácteos orgânicos, os esforços para recrutar produtores de leite para a transição para o orgânico pararam. Vários recrutados anteriormente permanecem no processo de transição e estão sendo feitos esforços para acomodá-los à medida que eles fazem a transição completa. O interesse em inscrever novos pretendentes é quase zero. 

Poucos produtores de produtos lácteos deverão completar o processo de transição para além do final de 2018. (As informações são do Dairy Foods, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Leite industrial

A Tangará Foods, fabricante de leite em pó e soluções alimentares, prevê investir R$ 80 milhões até 2019. As prioridades da empresa serão a expansão no Sul e no Sudeste, onde tem menos força, e o portfólio de compostos lácteos, vendidos ao comércio, indústria e restaurantes, diz José Aloízio Jr., presidente da companhia.

"Cerca de metade da nossa receita ainda vem de commodities, de leite em pó, mas nossa estratégia é dar mais atenção às soluções lácteas, que sofrem menos na crise", afirma o executivo.  "Em 2016, a produção de leite [no país] foi pequena, então as margens foram excepcionais. Neste ano, há um superabastecimento e a tendência é que o preço [do leite em pó] derreta."

Parte do aporte previsto até 2019 está destinado a ampliações de fábricas em Pernambuco e Rio Grande do Sul, além de aquisições de outras empresas. "Nosso principal foco é uma [aquisição] no setor de alimentício para ampliar nosso portfólio", diz Aloízio.

R$ 750 MILHÕES foi a receita em 2016
550 são os funcionários. (Folha de São Paulo) 

Bloqueios preocupam
O protesto de caminhoneiros nas estradas gaúchas bloqueou a passagem de transportadores de leite em Ijuí e Palmeira das Missões, na quarta-feira e ontem. O Sindilat manifestou preocupação por conta dos eventuais descartes das cargas que ficaram muito tempo no trânsito. "Alguns associados relataram ainda que os caminhões não conseguiram se deslocar até as propriedades para buscar o leite", informou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. (Correio do Povo)

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