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01/08/2017

Porto Alegre, 01 de agosto de 2017                                              Ano 11- N° 2.553

 

GDT: leite em pó desnatado e manteiga recuam no 1º leilão de agosto

No primeiro leilão GDT de agosto (01/08), o preço médio dos lácteos voltou a apresentar queda (1,6%) e fechou a US$3.343/ton. Neste cenário, o queijo cheddar apresentou queda de 4,8% e fechou com média de US$3.932/tonelada, um dos maiores recuos desde abril. A manteiga, que vinha apresentando alta, neste mês recuou 4,9%, com preço médio de US$5.747/tonelada. 

Na mesma linha, o leite em pó desnatado apresentou queda 3,0% e média de US$1.966/tonelada, uma das menores desde abril, o que sinaliza altos níveis de estoque. Na contramão deste mercado baixista, o leite em pó integral fechou a um preço médio de US$3.155/tonelada, aumento de 1,3%. (GDT/Milkpoint)

 

Propriedades leiteiras da Bolívia se tornam adeptas ao compost barn

Com um sistema que oferece conforto às vacas para evitar que sofram de "estresse calórico", produtores argentinos, liderados por Guillermo Rocco, começaram a trabalhar para aumentar a produção de leite na Bolívia. A técnica conhecida como compost barn é aplicada na leiteria Madriles, situada no município boliviano de Pailón, a 51 quilômetros da cidade de Santa Cruz, que conta com 400 vacas.

Rocco, que vive na Bolívia há mais de 25 anos, decidiu implementar o novo sistema, que costuma ser usado em locais tropicais de Brasil e Argentina, mas que até agora não tinha sido aplicado para estimular a produção de leite na Bolívia. "Acreditamos que inovamos com este sistema na Bolívia, que vimos e aprendemos no Brasil, em uma região com condições climáticas parecidas", disse Rocco, em referência às altas temperaturas do leste boliviano. Com este sistema, Rocco quer que as vacas não sofram de "estresse calórico" e que isso afete a produção de leite.

No processo é montada uma espécie de cama para as vacas com resíduos de capim e cascas de arroz e de amendoim misturados com estrume e urina de gado. "Esta capa faz com que as doenças dos animais ou agentes como as bactérias e os fungos morram devido à temperatura e dá comodidade aos animais e um solo macio, onde podem se acomodar e ruminar tranquilamente", explicou Rocco.

As vacas que estão em lactação não saem deste galpão construído especialmente para sua comodidade e em cujo teto há ventiladores para refrescar o ambiente. A alimentação destes animais é produzida no mesmo local e tem como base sorgo, milho e soja, que ficam em comedouros para que não falte alimento às vacas, explicou o argentino Federico Barreto.

O investimento para aplicar o sistema é de pelo menos US$ 2,5 mil por vaca, a maioria da raça Holstein-Frísia, excelentes produtoras de leite, mas que não suportam os climas tropicais.  A leiteria produz nove mil litros por dia, ou seja, aproximadamente 24 litros por vaca, num total de 270 mil litros por mês. Com o sistema antiestresse, espera-se que a produção aumente para 30 litros por cabeça, ou seja, 12 mil litros diários e pelo menos 360 mil litros por mês.

Rocco contou que os produtores se reúnem periodicamente para expressar seus problemas na obtenção de leite e as melhorias que podem ser feitas para aumentar sua produção. Segundo Barreto, vários produtores da região se interessaram em utilizar este sistema, mas é necessário capacitar as pessoas para tanto.

De acordo com dados do programa estatal Pró Leite na Bolívia, o consumo anual por pessoa no país subiu para 61,8 litros, mas a meta é chegar aos 122 litros. O consumo de leite na Bolívia está abaixo do de outros países como Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, onde são consumidos mais de 100 litros por ano por pessoa, segundo dados desse programa.

Em 2014, a Bolívia produziu mais de 566 milhões de litros de leite e o departamento com maior produção foi Santa Cruz, com 301 milhões de litros, 53,12% do total. (As informações são da agência EFE)

EUA: alta demanda por gordura láctea beneficiará produtores no longo prazo

O valor da gordura do leite aumentou significativamente no mercado dos EUA, impulsionado pela mudança das atitudes dos consumidores, de acordo com a nova análise da Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF). Parte dessa mudança de percepção do consumidor foi impulsionada por mais de duas décadas de pesquisa sobre gordura do leite, disse o CEO do Dairy Management Inc. (DMI), Tom Gallagher. "Nós acreditávamos que a gordura de leite tinha benefícios para os consumidores e para a população, o que em geral, a política do governo e a orientação profissional não refletiam", disse Gallagher. Nos últimos anos, a gordura láctea passou a ser considerada benéfica para a saúde. Nesse sentido, o assuntou ganhou suporte da política governamental, bem como na orientação profissional de saúde. "Isso tudo ocorreu graças às pesquisas sobre o assunto e ao programa Dairy Checkoff". 

O programa Dairy Checkoff é um fundo geral de promoção de produtos lácteos, ao qual os produtores de leite pagam 15 centavos e os importadores de lácteos pagam 7,5 centavos por cada cem libras (45,36 quilos) de leite que vendem ou importam. Essa receita - supervisionada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) - é utilizada para financiar programas destinados a promover o consumo de produtos lácteos e proteger a imagem dos produtores de leite, produtos lácteos e indústria láctea. A demanda recuperada por gordura do leite fortaleceu os preços da manteiga nos EUA, aumentando significativamente a contribuição média do preço reportado pelo USDA recebido pelos produtores pelas vendas de leite - de 38% antes de 2015 para mais de 66% atualmente - de acordo com pesquisa do DMI. 

O valor da gordura do leite também influenciou no volume de vendas de leite integral fluido no mercado interno dos EUA, que tinha sofrido um longo declínio entre 2000 e 2013, de acordo com uma análise do mercado de lácteos feita pela NMPF. "Isso vai muito além da manteiga", disse Peter Vitaliano, vice-presidente de política econômica e pesquisa de mercado da NMPF. "Em termos de leite integral fluido, esse declínio foi revertido em torno de 2013 e estamos vendo maiores vendas". Além disso, o uso de gordura de leite em todo o setor de leite fluido experimentou um aumento e está se encaminhando para as variedades de leite fluido com menor teor de gordura, de acordo com análise de Vitaliano. O uso de gordura do leite também aumentou nas categorias de queijo e iogurte, com Vitaliano prevendo que o setor de alimentos congelados será o próximo. "Temos todas as principais categorias de produtos lácteos aumentando seu de gordura do leite e, em muitos casos, aumentando sua participação na oferta de gordura do leite", disse Vitaliano.

De acordo com a análise, os preços domésticos da manteiga nos Estados Unidos provavelmente não cairão abaixo de US$ 2 por libra (US$ 4,4/kg) devido à manutenção da demanda por gorduras. Para acompanhar a demanda dos consumidores por gordura do leite, a indústria de lácteos dos EUA reduziu suas exportações para o mercado mundial.

"A indústria realmente está retirando a manteiga e os produtos que contêm gordura de leite do mercado mundial; nossas exportações caíram porque precisamos dessa gordura do leite adicional aqui para suprir essa crescente demanda dos consumidores em nosso próprio mercado doméstico", disse Vitaliano. "A demanda por gorduras continua sendo uma força direcionadora dentro da indústria de lácteos. Esta história está apenas começando", completou. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Iraque planeja comprar gado leiteiro do Brasil
A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque informou que o país do Oriente Médio está interessado em comprar gado leiteiro do Brasil. "A raça girolando mostrou que se adapta bem ao nosso clima", afirma Hayder Majeed Hameed Hameed, dono de uma empresa iraquiana de proteína animal, em comunicado divulgado pela entidade.
Há experiências e negociações em andamento e os negócios poderão incluir também equipamentos voltados a fazendas de produção. A câmara lembra que o Iraque já tem importado gado brasileiro nelore e nelore cruzado com angus para engorda e abate, e diz que o objetivo é expandir as compras com animais para produção de leite. Em geral, o rebanho iraquiano sofreu grande redução por causa de ataques do Estado Islâmico, e que o projeto de recomposição faz parte do programa de retomada da atividade agropecuária do país criado pelo governo, que conta com investimentos de US$ 400 milhões. Conforme a entidade, o Iraque tinha um rebanho de 2,5 milhões de cabeças há dois anos, mas que atualmente esse número é 70% menor. (Valor Econômico)

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