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31/07/2017

Porto Alegre, 31 de julho de 2017                                              Ano 11- N° 2.552

 

Fonterra eleva preço ao produtor para a próxima estação

O aumento do preço do leite pela Fonterra de NZ$ 6,50 (US$ 4,84) por quilo de sólidos do leite - equivalente a NZ$ 0,54 (US$ 0,40) por quilo de leite - para NZ$ 6,75 (US$ 5,02) por quilo de sólidos de leite - equivalente a NZ$ 0,56 (US$ 0,41) por quilo de leite - para 2017-18 trará NZ$ 500 milhões (US$ 372,39 milhões) adicionais para a economia da Nova Zelândia. A DairyNZ disse que a receita adicional ao produtor aumentará os ganhos previstos para o leite para um total de NZ$ 12,5 bilhões (US$ 9,3 bilhões) para a estação.

O aumento deve fornecer uma injeção de cerca de NZ$ 104,5 milhões (US$ 77,83 milhões) para a região de Waikato e NZ$ 71,8 milhões (US$ 53,47 milhões) para North Canterbury. A cooperativa também anunciou uma previsão de lucros por ação de 45 centavos a 55 centavos (33,51 a 40,96 centavos de dólar), tornando a previsão de pagamento disponível total para os produtores na estação de 2017-2018 em NZ$ 7,20 a NZ$ 7,30 (US$ 5,36 a US$ 5,43) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,60 (US$ 0,44) a NZ$ 0,61 (US$0,45) por quilo de leite], antes das retenções.

O aumento com relação ao NZ$ 6,15 (US$ 4,58) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,51 (US$ 0,37) por quilo de leite] esperado para a estação anterior foi uma mudança animadora para os produtores, que precisaram de mais de uma estação boa para que seus balanços entrassem em território positivo após baixos pagamentos em 2014-15 e 2015-16. Chris Lewis, presidente do grupo de produtores de leite da Federated Farmers, disse que essa é uma "notícia fantástica" e que outros processadores precisarão acompanhar esse aumento da Fonterra.

Lewis disse que os processadores que processam produtos de valor agregado e estão aproveitando a crescente popularidade das gorduras estariam em uma boa posição, enquanto aqueles que produzem somente leite em pó integral estariam em uma situação mais difícil. O aumento na previsão de preço ao produtor para a estação de 2017-18 foi é bem-vindo aos produtores que enfrentam condições de muita umidade em todo o país, disse o economista sênior do DairyNZ, Matthew Newman.

"Os produtores usarão essa renda extra para pagar algumas das dívidas adicionais que tiveram que assumir ao longo das estações de baixos pagamentos. Então, muitos aproveitarão a oportunidade para colocar o dinheiro de volta em suas fazendas, realizando a manutenção requerida e adicionando a infraestrutura necessária.

O presidente da Fonterra, John Wilson, disse que a previsão revisada refletiu o reequilíbrio da oferta e da demanda nos mercados globais de lácteos. "Estamos vendo uma confiança crescente nas fazendas em todo o país e, com a demanda global por produtos lácteos se fortalecendo, os sinais são de um bom começo de estação para nossos produtores e suas comunidades rurais, embora seguindo um período desafiador de condições muito úmidas para alguns dos nossos produtores". 

O diretor executivo da Fonterra, Theo Spierings, disse que a empresa está bem posicionada para aproveitar a melhora da demanda por lácteos em seus mercados de ingredientes, produtos aos consumidores e food service. "Nossas previsões são prudentes dado que ainda estamos no início da temporada e estamos começando com níveis muito baixos do estoque; estamos focados em continuar demonstrando um forte desempenho nos negócios, de modo a obter maiores retornos para os nossos produtores". (As informações são do NZFarmer.co.nz, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Leite orgânico ganha espaço entre grandes e pequenos produtores

O leite também pode ser orgânico. Sua produção exige vacas que passeiam livres em pastos sem pesticidas e recebem até remédios florais para acalmar os ânimos. É um novo mercado aqui, que cresce e convence de pequenos produtores a grandes empresas como a Nestlé. Desde maio deste ano a companhia toca um plano de incentivo para que os seus fornecedores em Araraquara, interior de São Paulo, passem a produzir o leite orgânico. Já são 18 propriedades parceiras da Nestlé no início do processo de conversão do sistema convencional para o alternativo.

O pasto sem químicos e aditivos não é a única diferença em relação à produção leiteira convencional. A instrução normativa que regulamenta a produção sem aditivos ainda prevê que as vacas tenham a dieta complementada com ração orgânica -pelo menos 85% do total de toda a alimentação deve ser especial- e a saúde, tratada com fitoterapia. O processo de transição, que leva até dois anos, impõe uma série de restrições, além de insumos que podem ser até 40% mais caros do que os tradicionais, segundo André Novo, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, que trabalha em parceria com a Nestlé. "Por outro lado, a produção é mais sustentável, remunera melhor o produtor e é benéfica para o ambiente", afirma ele.

Os parceiros da Nestlé recebem um valor mais alto pelo leite desde o início do processo de transição e têm as despesas com a certificação, feita pelo IBD, cobertas. A empresa, que não divulga os valores pagos aos produtores nem o investimento, quer alcançar a marca dos 30 mil litros por dia até 2019 -o dobro da produção orgânica atual no Brasil. Hoje, o leite dessas propriedades é misturado ao convencional, mas o plano é vendê-lo separadamente no futuro.
"Após consolidar a produção do leite sem químicos em Araraquara, queremos levar para outras regiões", diz Rachel Muller, gerente de Lácteos da Nestlé Brasil.

VIABILIDADE
Produzir leite orgânico por aqui é viável e vale a pena, de acordo com João Paulo Guimarães Soares, zootecnista e pesquisador da Embrapa Cerrados. Para isso, o preço pago ao produtor precisa ser 70% maior do que o valor pago pelo leite convencional, segundo ele, que estuda o tema há quase 20 anos. O preço ao consumidor final aumenta também, podendo ser até 50% maior. "Mas levantamentos indicam que ele está disposto a pagar mais por produto de melhor qualidade", afirma. Estudo publicado em 2012 na revista científica britânica "Journal of the Science of Food and Agriculture" revelou que índices de alguns nutrientes, como proteínas e ômega 3, são maiores no leite orgânico.

"A dieta dos animais baseada no pasto também colabora para que o leite tenha mais gordura de boa qualidade", diz Soares.

O ator Marcos Palmeira, que é dono da fazenda orgânica Vale das Palmeiras, em Teresópolis (RJ), usa o leite para produção de queijos e iogurtes.

"Estou entregando para o consumidor um produto livre de resíduos e feito com respeito pelo ambiente", diz.

Conforme o ator, as 40 vacas da propriedade geram hoje cerca de 600 litros de leite por dia. Mas, no começo, foi difícil conseguir o domínio técnico para produzir dentro desse modelo. A solução, diz Palmeira, foi entrar em contato com outros criadores de vacas e "aprender juntos".
Treinar produtores para o sistema do leite orgânico é um dos focos do CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia), em Pinhais, no Paraná.

Ali são mantidas 58 vacas que produzem 300 litros do produto por dia. Como nesse sistema os bezerros se alimentam com o leite materno por um tempo, mães e filhotes são tratados com florais para ajudar a passar pelo período desmame. Na visão do veterinário Evandro Richter, do CPRA, essa forma de produção não é uma inovação, mas um retorno ao modelo que era utilizado há 40 anos.

"Esse leite, hoje, é jogado na vala comum, misturado ao convencional para a venda, mas com o fomento da cadeia a realidade pode mudar", afirma Richter.

Vai pastar
Como funciona a produção do leite orgânico
PRATO FEITO
A alimentação dos animais deve ser baseada no pasto e complementada com pelo menos 85% de produtos orgânicos
Saem os aditivos para crescimento, estimulantes de apetite e qualquer alimento transgênico

PLANO DE SAÚDE
As vacinas determinadas pela lei são mantidas, mas o tratamento de saúde é feito preferencialmente com fitoterapia e homeopatia
Ficam de fora os antibióticos, hormônios e vermífugos; se há necessidade de tratar a vaca com antibióticos, ela deve ser tirada da produção

CASOS DE FAMÍLIA
Na produção orgânica, os bezerros mamam na mãe nas primeiras semanas. O processo de desmame, no CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia), é auxiliado por florais, que acalmam mães e filhos
Os florais também são dados para as vacas que têm dificuldade para socializar com os outros animais

SPA RURAL
Os animais devem permanecer livres no pasto pelo maior tempo possível -o mínimo estabelecido pela regulamentação é de seis horas por dia
Sombra e água precisam estar sempre disponíveis
No CPRA, as vacas têm um momento de relaxamento com a escovação dos pelos
Fontes: Lei 10.831/03, CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia) e João Paulo Guimarães Soares (Embrapa Cerrados) (Folha de SP)

 

Mudanças à vista na vacinação contra aftosa

O Ministério da Agricultura deverá decidir, até a próxima sexta-feira, sobre as mudanças na vacina contra a aftosa. O anúncio foi feito na última quarta-feira, em reunião do ministro Blairo Maggi com a Frente Parlamentar Agropecuária e representantes do setor. Uma das propostas de alteração trata da forma de aplicação da vacina, optando pela via subcutânea para reduzir o risco de lesões. Outra recomendação é a retirada da saponina, componente que pode estar causando reações. Entidades pedem ainda limitação da faixa etária da vacinação para animais de até 30 meses e fim da obrigatoriedade da vacina para animais que serão abatidos em até 180 dias.

Sobre a retirada da saponina, o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Eduardo Rangel, afirmou que estão sendo tomados cuidados antes de adotar posição. O assunto passou a ser discutido após a suspensão pelos Estados Unidos da compra de carne bovina in natura em razão de abcessos na carne, provocados pela vacina. (Zero Hora) 

 

I-UMA
O Circuito de Gestão e Inovação no Agronegócio, promovido pelo Instituto de Educação no Agronegócio (I-UMA) em parceria com lideranças empresariais, fará a sua quarta etapa em Passo Fundo, amanhã. Nesta fase, a temática será o setor leiteiro. As inscrições, gratuitas e limitadas, podem ser feitas pelo agrocircuito.com.br. (Zero Hora)

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