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07/04/2017

 

Porto Alegre, 07 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.476

 

 Importações acumuladas ainda são 55% maiores que em 2016

Nos três primeiros meses do ano as importações de lácteos somaram cerca de 404 milhões de litros de leite equivalente, cerca de 55% a mais do que no mesmo período de 2016; no mesmo período, as exportações, medidas em equivalente-leite, tiveram um aumento bastante modesto, de 2,6%, em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Apesar de tudo, o ritmo dos importados parece começar a cair, com o saldo da balança comercial apresentando a terceira queda consecutiva do ano. Em março, em termos de volume, o déficit foi de 10,5 mil toneladas, valor 16% menor em relação ao de fevereiro. Já em termos de valores, o déficit foi de 38,5 milhões de dólares, apenas 1% menor em relação ao último mês.

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto. Fonte: MDIC. 

Neste mês, o volume importado caiu 5% em relação a fevereiro, totalizando 15,8 mil toneladas. Em termos de valores, a queda foi de 3% e o total foi de US$51,9 milhões.  A redução foi observada, principalmente, no volume de leite em pó integral e desnatado. O total das importações do produto em pó integral foi de 7,5 mil toneladas, enquanto que o do pó desnatado foi de 2,6 mil toneladas. Estes valores são 23% e 4% menores que o volume adquirido em fevereiro, respectivamente. 

Vale ressaltar que a menor produção nos principais países fornecedores do Brasil, a Argentina e o Uruguai, impactou na queda do volume adquirido de leites em pó. Do produto argentino o montante importado foi 16% menor e as importações a partir do Uruguai foram 26% menores. 

Em relação às exportações, as movimentações foram positivas. Em março, o volume exportado foi 29% maior em relação a fevereiro, totalizando 5,2 mil toneladas. Por outro lado, o valor pago mostrou queda, de 8%, totalizando US$ 13,4 milhões.

Avaliando as importações em equivalente-leite, o volume importado acumulou 117,8 milhões de litros, valor 12% menor em relação ao mês passado. Já comparado com o mesmo período do ano anterior, março de 2016, as importações apresentam uma queda maior, de 15%. As exportações, por sua vez, totalizaram um volume em equivalente-leite de 27,9 milhões de litros, que foi 8% maior em relação a fevereiro. Mas, quando comparado com março de 2016, esse volume é 86% superior.

O saldo na balança comercial de lácteos em equivalente-leite também apresentou queda no mês de março. O déficit foi cerca de 90 milhões de litros, 16% menor que o mês anterior e 27% menor que o mesmo período de 2016. Estes dados podem ser verificados no gráfico 1 a seguir:

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial de lácteos em equivalente-leite (milhões de litros/mês). (MilkPoint)

 
 
Diretor do Mapa é eleito presidente de comissão de luta contra aftosa na América Latina

A erradicação da febre aftosa do continente americano é o tema central da 44ª Reunião Ordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), que começou nesta quinta (6) e termina hoje (7), em Pirenópolis (GO). No primeiro dia do encontro, o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, foi eleito presidente da Cosalfa para o período 2017-2018. O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, representou o ministro Blairo Maggi na abertura do evento. Em seu discurso, Rangel destacou o trabalho de mais de 40 anos da comissão no combate à aftosa na região.

Os participantes do evento estão analisando a situação do Programa Hemisférico de Erradicação da Febra Aftosa (PHEFA) e os desafios da próxima etapa, a partir do Plano de Ação 2011-2020. Eles vão propor ações voltadas ao projeto de criação de um Banco Regional de Antígenos/Vacinas da Cosalfa (Banvaco), ao manejo das cepas de febre aftosa de fora da região e à necessidade de manter o sorotipo C nos programas de vacinação sistemática. O financiamento das atividades contra a doença, a fim de obter o status de zona livre sem vacinação, também está em discussão. Segundo Guilherme Marques, é preciso criar e manter condições sustentáveis para garantir o status do Brasil livre da febre aftosa sem vacinação. Para tanto, ressaltou, é necessário implementar uma séria de ações. Entre elas, a melhoria do sistema de segurança, com resposta mais rápida de todo serviço veterinário, diagnóstico de forma ágil e a reação do sistema com vista a debelar rapidamente eventuais focos.

A manutenção do status de livre de aftosa, acrescentou Guilherme Marques, também exige o incremento de barreiras primárias para evitar os riscos externos de introdução da doença. Entre eles, o bioterrorismo, que não pode ser desconsiderado nos países da América do Sul, tendo em vista o patrimônio pecuário da região e seu papel fundamental no fornecimento de alimentos para o mundo. O encontro reúne 26 representantes dos 13 países que compõe a Cosalfa: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai. A reunião da Cosalfa é promovida pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), com apoio do governo do Brasil, por intermédio do Mapa, e do governo de Goiás. (As informações são do Mapa)

Criadores usam cevada na ração de vacas leiteiras para reduzir custos
 

A cervejinha gelada apreciada pelos brasileiros ajudou produtores de leite a economizar em 2016, quando muitos pensaram em abandonar a atividade por não conseguirem bancar os custos de produção. O resíduo da cevada, matéria-prima das cervejarias, volta para o campo na forma de um ingrediente eficiente e barato para integrar a ração das vacas leiteiras. Na ponta do lápis, no ano passado, o subproduto se mostrou vantajoso, pois aliviou o bolso do produtor, que estava pagando caro pelos cereais. Os estudos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) mostram que os preços dos concentrados, que representam 40% do custo de produção da pecuária leiteira, subiram 13,8% de janeiro a novembro do ano passado, impulsionados pela alta das cotações dos grãos, principalmente do milho. Para quem não lembra, o cereal bateu recordes de preços, forçando os pecuaristas a buscar alternativas mais baratas.

A Fazenda Real, que fica em Cabrália Paulista (SP), encontrou uma solução misturando o resíduo de cervejaria na ração. O gerente da propriedade, Laurival Santos Freitas, afirma que os custos foram reduzidos em 25%. "É o que tem segurado a dieta dos animais", explica. O preço compensou: o funcionário da fazenda afirma que, no final do ano passado, comprou a tonelada da cevada úmida por, em média, R$ 120, sem frete. Já a tonelada de farelo de milho custava em torno de R$ 750 e a de soja R$ 1.350. Outro ponto importante é que a fazenda consegue ensilar 2.000 toneladas de cevada, o que garante preços ainda mais baratos e o abastecimento o ano todo, mesmo em épocas quando o brasileiro bebe menos cerveja, como no inverno.

Além disso, houve incremento na produção e Laurival atribui o resultado à cevada. Cada uma das 450 vacas da fazenda está dando cerca de 5 litros de leite a mais na comparação com o ano passado. Juntas, fizeram a captação saltar de cerca de 7.500 para 10.600 litros por dia. "Se tiramos a cevada bruscamente, elas ficam estressadas e 'protestam' dando menos leite, algo em torno de 10% a menos logo no dia seguinte", diz Laurival. Ele explica que essa reação acontece porque os animais realmente adoram a "cerveja sólida". Isso porque ela vem um pouco úmida, o que facilita a digestão de outros farelos mais secos, além de deixar o resíduo mais gostoso. Mas não pense que elas ficam bêbadas: o líquido não é fermentado, logo, não é alcoólico. Elas só ficam mais gordinhas, iguais aos beberrões humanos, pois acabam comendo mais a ração.

A sobra do processo industrial da bebida também é boa fonte de energia, podendo representar até um terço da mistura, sem perder a qualidade e produtividade do leite, já que tem de 30% a 40% de matéria seca. Tem ainda um excelente aproveitamento em termos de fermentação ruminal, o que garante energia aos bovinos através de seus ácidos graxos voláteis. O resíduo garante também uma fermentação mais estável, mantendo o pH ruminal em níveis mais favoráveis para o bom funcionamento da digestão bovina. É rico em proteína bruta não degradável no rúmen, com cerca de 55% da composição, aumentando a eficiência da alimentação. O zootecnista Sérgio Roberto, que atende clientes da Cevatrans, empresa que comercializa o resíduo, diz que o uso do produto é muito oportuno, uma vez que nos primeiros 70 dias do pós-parto a exigência desse tipo de proteína aumenta em até 45%. Por isso, melhora o desempenho produtivo nesse período.

Balanço energético
E mais importante: ajuda ainda a controlar o desafio do balanço energético negativo que a vaca estará enfrentando nesse período, explica o zootecnista Sérgio Roberto. Entretanto, há um limite para incorporar a cevada à ração, pois ela não substitui totalmente os grãos, só reduz sua dependência. "A cevada não pode substituir 100% da base concentrada da dieta de vacas leiteiras, principalmente de alta produção, por conta de seu alto teor de fibras. Se tirar os grãos, há deficiência energética", explica Sérgio.

Se para os grandes a cevada já ajuda a continuar na pecuária leiteira, para os pequenos produtores a cevada significa resistência. O pequeno produtor João Bueno, de Natividade da Serra (SP), só não desistiu de produzir leite por causa da cevada. "Se não fosse isso, não teria condições de continuar. Com o milho custando mais de R$ 60 a saca aqui na região, eu ia desistir. Tenho de fazer conta de tudo, para tirar algum lucro. Se não faço isso, por ser pequeno produtor, eu deixo a atividade", diz João. Por pouco, suas 15 vacas girolando não foram para o brejo. "A seca foi muito brava em 2016. O pasto não vingou e, para minhas 'bichinhas' não morrerem, incrementei a dieta delas com cevada, que é bem mais barata que o milho e ainda ajuda a aumentar a quantidade de leite", explica.

Ele também investiu no silo, com capacidade de 50 toneladas, para não correr mais riscos de ficar sem o subproduto. Mas em 2016 ele não teve dificuldades em comprar a cevada. "Acho que os gringos que vieram para as Olimpíadas ajudaram a beber a cerveja aqui no Brasil", brinca. Apesar das vantagens de adotar a cevada na alimentação bovina, o subproduto não vale para todo mundo. Certamente, o primeiro ponto é o preço. É preciso que seja mais barato que os produtos tradicionais, como os farelos de soja e milho, e também que outros subprodutos, como a polpa cítrica e o caroço de algodão. Outro ponto é observar o retorno do animal quanto à produtividade de leite. Se baixar a quantidade de litros, é preciso fazer a conta para checar se a redução dos custos compensa. A logística é um fator importante a ser considerado, visto que o frete precisa compensar a escolha. Por isso, o ideal é que as fazendas estejam localizadas, em média, até 200 quilômetros de uma fábrica de cerveja. (Revista Globo Rural)

Unilever anuncia reestruturação e saída do negócio de margarinas
 
A gigante anglo-holandesa de bens de consumo Unilever anunciou nesta quinta-feira (6) planos para sair da divisão de margarinas, combinar duas de suas principais unidades de negócio e impulsionar os retornos para os acionistas com um maior dividendo e um programa de recompra de ações. As medidas são resultado de uma revisão estratégica e surgem num momento em que o presidente Paul Polman tenta acalmar os investidores, depois de rejeitar uma oferta de aquisição de US$ 143 bilhões feita pela rival Kraft Heinz. A empresa, que inclui as marcas Hellmann's e Dove, disse que o futuro do negócio de margarinas - onde é dona das marcas Becel e Flora, entre outras - está agora "fora do grupo" e será vendido ou separado das operações principais. Os analistas estimam que a unidade pode valer entre 7 bilhões de euros e 8 bilhões de euros. Apesar do crescimento lento, a unidade não é apenas mais um negócio para a Unilever. A empresa foi formada em 1929 por meio de uma fusão entre a fabricante de sabão britânica Lever Brothers e a empresa holandesa de margarinas Unie, fundada em 1872. 

 
A Unilever anunciou também que vai combinar as unidades dos alimentos e de bebidas, com o objetivo de impulsionar o crescimento e reduzir custos. No geral, a companhia disse que as várias iniciativas permitirão reduzir os custos de 4 bilhões de euros a 6 bilhões de euros. A empresa também anunciou que pretende recomprar até 5 bilhões de euros em ações este ano e que vai aumentar os dividendos em 12%. A última recompra de ações da Unilever ocorreu em 2007. Seu último dividendo especial foi em 1999. O objetivo da companhia, após a reestruturação, é atingir uma margem operacional de 20% em 2020, em comparação com 16,4% em 2016. A empresa tem lutado para crescer volumes nos últimos trimestres, contando com aumentos de preços para aumentar a receita, algo que Polman considera insustentável. Nas bolsas, a cotação da Unilever recuou nos meses anteriores à abordagem da Kraft, por conta de um crescimento mais lento das vendas em 2016, afetada por problemas em grandes mercados como a Índia e o Brasil. As ações da companhia sobem 1,15% em Londres na manhã desta quinta-feira, para 39,85 libras. (Valor Econômico)
 

 
Megafusões de empresas de pesquisas agrícolas preocupam Blairo Maggi
Os governos deveriam intervir nas megafusões de empresas de pesquisas agrícolas, a fim de garantir mais opções na área de tecnologia voltadas para o setor, alertou o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), ao participar do Fórum Mundial de Agricultura, em Buenos Aires. "As grandes fusões podem deixar o produtor rural dependente de poucas empresas, sem concorrência. Isso pode provocar mais custos para a produção de alimentos. " Nos últimos 40 anos, destacou o ministro, o Brasil passou de importador de alimentos para um dos maiores exportadores do mundo, graças aos investimentos em pesquisa e em inovação. Ao enfatizar que a opção do país é pela sustentabilidade, Maggi apresentou números da Embrapa Imagem mostrando que 61% do território brasileiro estão preservados. "Embora tenhamos o maior rebanho comercial do mundo, com 220 milhões de cabeças, a pecuária ocupa apenas 19% do território, e a agricultura, cerca de 8%", ressaltou Maggi. Além do representante do governo brasileiro, o evento em Buenos Aires, na quarta-feira (5), contou com a participação de ministros da Agricultura da Colômbia e do México. (As informações são do Mapa)
 

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