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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 19 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.518


RS anuncia compra de 2,2 mil toneladas de leite e setor espera por equilíbrio

Anunciada nesta quarta-feira (19/11), a compra pelo governo gaúcho de 2,2 mil toneladas de leite em pó foi recebida pelo setor produtivo como o primeiro passo para aliviar a crise de excesso de oferta estabelecida. “É um movimento importante e esperado desde o final de 2024. Esta aquisição foi prometida ainda para amenizar os efeitos da enchente, mas chega em boa hora. Que essa seja a primeira iniciativa de outras tantas que são necessárias. Esperamos que os outros estados replicem este modelo e ajudem a escoar a produção”, destaca o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. A expectativa é de que, na próxima semana, novas medidas sejam anunciadas pelo Governo Federal para amenizar a importação descontrolada de leite dos países do Prata. O setor produtivo reivindica a suspensão das licenças automáticas de importação, pede compras da União e uma política de incentivo às indústrias alimentícias que comprem leite em pó e queijo muçarela de empresas brasileiras.

A aquisição do governo gaúcho foi oficializada via chamada pública de número 0004/2025 publicada no DOE. No documento, o Executivo informa a reserva de R$ 86.5 milhões para a compra, oriundos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). O aporte limita-se à compra de produto de cooperativas produzido em solo gaúcho. Instituições interessadas devem encaminhar documentação até o dia 10 de dezembro. A compra será distribuída para famílias em situação de vulnerabilidade social e nutricional, entre dezembro de 2025 e maio de 2026. “Entendemos que há uma diferenciação entre cooperativas e indústrias nessa decisão, mas, de certa forma, ela beneficia a todos na medida em que escoa parte do produto excedente do mercado, hoje atingido pelas cargas vindas do Uruguai e Argentina”, completou Palharini.

Diretamente da Europa, onde cumpre agenda na COP11, o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Vilson Luiz Covatti, acredita que a medida mostra a sensibilidade do governo com a situação do setor. “Estamos tomando essa atitude, juntamente com o governador Eduardo Leite, para fazermos a nossa parte frente à crise”, enfatizou. (As informações são do Sindilat)


Deputado Zé Nunes promove Audiência na Assembleia para debater leite gaúcho

A fim de discutir caminhos para superar a crise na cadeia do leite gaúcho que se instaurou a partir da combinação entre uma superoferta do produto e o aumento na entrada dos importados, uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo (CAPPC), pretende mobilizar todos os elos do setor para buscar alternativas. “Esperamos que a gente consiga superar este momento de dificuldade, retomando uma condição positiva com remuneração adequada aos produtores e estabelecer um plano a longo prazo. Mas, primeiro, é preciso superar este momento de dificuldades”, projeta o deputado estadual Zé Nunes.

Autor da iniciativa que vai acontecer no dia 24 de novembro, às 16h, o parlamentar entende que há caminhos para vencer a situação atual. “Algumas medidas incluem um esforço para destinar o leite em excesso, que vem puxando o preço para baixo, buscando junto ao Governo Federal a aquisição de leite em pó, e que a União possa, a partir de uma cobertura de valor mínimo, incentivar o consumo. Este é um caminho”, indica. A medida está em consonância com o que vem sendo trabalhado pelas entidades do setor, como o Sindilat/RS, que pleiteia a compra de 100 mil toneladas de leite em pó para destinar aos programas nacionais de educação e assistência social.

Além de medidas para frear a entrada de importados por meio de uma fiscalização rigorosa do Ministério da Agricultura contra práticas irregulares de mercado, o deputado diz que são necessárias ações federais também de apoio aos produtores, com crédito e melhores condições para a quitação dos parcelamentos em curso. Além disso, uma articulação estadual a longo prazo que promova programas como o Instituto Gaúcho do Leite, Prodeleite e Fundoleite também está no cenário do deputado. “Vamos abrir espaço para avaliar os modelos e custos de produção para produzir com competitividade”, indica Zé Nunes, ao reforçar a crença de que o RS tem condições de retomar o posto de maior estado produtor de leite.

A audiência será em formato híbrido na Sala José Antônio Lutzenberger, 4º andar do Palácio Farroupilha, e por meio do link, clicando aqui. (As informações são do Sindilat)

Produção leiteira cresce 18,8% em Três Passos no 2º quadrimestre

A produção leiteira cresceu 18,8% em Três Passos, impulsionada por clima favorável, silagem de qualidade e políticas públicas locais

A produção leiteira no município de Três Passos registrou um avanço expressivo no segundo quadrimestre de 2025, alcançando crescimento de 18,8% em relação aos quatro primeiros meses do ano. Os números divulgados pela Secretaria Municipal de Agricultura evidenciam a força da cadeia leiteira local e o impacto direto de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar.
Entre janeiro e abril, o Programa Bônus Leite beneficiou 273 produtores, que juntos entregaram 9.795.758,07 litros. Já entre maio e agosto, o número de produtores atendidos passou a 275, com produção total de 11.635.558,04 litros, ampliando de forma significativa o volume recebido pelo município.

Esse avanço, segundo a Secretaria de Agricultura, está diretamente ligado ao empenho dos produtores e às condições climáticas favoráveis durante o segundo quadrimestre, que favoreceram o desenvolvimento das pastagens. Outro fator determinante foi a produção de silagem de alta qualidade, fundamental para garantir alimento volumoso de forma estável ao longo do ano.

Além de boas condições naturais, a política municipal de incentivo também desempenha papel essencial no fortalecimento da cadeia leiteira. O município mantém o Programa Pró-Leite, criado para apoiar e qualificar agricultores familiares que dependem do leite como principal fonte de renda. O programa oferece pagamento de R$ 0,01 por litro produzido, além de uma série de ações complementares voltadas ao desenvolvimento das propriedades.

Incentivos que impulsionam resultados
O Pró-Leite reúne diferentes frentes de apoio ao produtor, abrangendo custeio, manejo, genética e infraestrutura. Entre as principais ações estão

Incentivo à produção de silagem: repasse financeiro de 60 URMs por hectare, limitado a dois hectares por propriedade por ano — o que representa R$ 393,60 por hectare e até R$ 787,20 anuais por produtor;

Inseminação artificial: incentivo de 8 URMs por dose, equivalente a R$ 52,48 por inseminação, ampliando a capacidade de melhoramento genético;

Horas-máquina: disponibilização de serviços conforme a produção registrada no ano anterior, contribuindo para manejo do solo e preparo de áreas;

Incentivo ao confinamento: disponibilização de 1 hora-máquina por animal alojado, auxiliando produtores que investem em sistemas intensivos.

Essas ações vêm permitindo que pequenos e médios produtores ampliem produtividade, reduzam custos e garantam melhor organização da propriedade, reforçando a competitividade da produção leiteira no município.

Compromisso com a agricultura familiar
O prefeito em exercício, Rodrigo Ipê, destacou que os resultados confirmam a dedicação das famílias produtoras e a importância das políticas públicas municipais. “Os resultados mostram a força e o comprometimento dos nossos produtores, mesmo diante dos desafios que o setor enfrenta, como as variações climáticas e o alto custo de produção. O Programa Pró-Leite segue sendo uma das principais políticas de apoio à agricultura familiar em Três Passos, fortalecendo o setor, impulsionando o desenvolvimento rural e garantindo a permanência das famílias no campo”, afirmou.

Para a Administração Municipal, o avanço registrado no segundo quadrimestre reforça que o investimento contínuo na qualificação do produtor e na infraestrutura rural é indispensável para garantir sustentabilidade econômica, social e ambiental. A Secretaria de Agricultura avalia que o cenário positivo deve se manter caso as condições climáticas continuem favoráveis e o manejo alimentar seja mantido com a mesma qualidade.

Efeito multiplicador na economia local
A cadeia do leite é uma das mais importantes para Três Passos, movimentando comércio, serviços e agroindústrias. O crescimento de quase 19% não representa apenas maior captação pelos laticínios, mas também mais renda circulando no município, principalmente entre famílias da agricultura familiar.

A soma de fatores — apoio institucional, clima favorável, genética, silagem de qualidade e gestão eficiente — reforça a tendência de ampliação da produção leiteira em 2025. Com políticas de incentivo e adesão crescente dos produtores, Três Passos consolida sua posição como um dos polos leiteiros relevantes do Noroeste gaúcho. (EdairyNews)


Jogo Rápido

CEPEA: O Boletim do Leite de novembro já está disponível!
Levantamento do Cepea, da Esalq/USP, mostra que, em setembro, o preço do leite cru recuou 4,2% frente ao de agosto, fazendo com que a “Média Brasil” chegasse a R$ 2,4410/litro – queda real de 19% em relação a setembro/24 (deflacionamento pelo IPCA de setembro/25). Trata-se da sexta baixa consecutiva nas cotações no campo, e o setor projeta que esse movimento de desvalorização se persista até o final do ano, tendo em vista que o mercado doméstico está bastante abastecido. Os preços dos derivados lácteos encerraram outubro em queda e atingiram os menores patamares do ano, conforme aponta levantamento realizado pelo Cepea, com apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). As importações de lácteos cresceram 8,4% de setembro para outubro, totalizando 214,73 milhões de litros em equivalente leite (Eql). As exportações, por sua vez, recuaram 23,2%, somando 4,55 milhões de litros Eql. Com isso, o déficit da balança comercial do setor se ampliou em 9,4%, atingindo 210,18 milhões de litros Eql. Em valor monetário, esse desequilíbrio representou acréscimo de 5,3%, chegando a US$ 90,72 milhões. Após três meses de queda consecutiva, o Custo Operacional Efetivo (COE) voltou a subir (0,52%) entre setembro e outubro, na “média Brasil”, influenciado principalmente pela valorização de defensivos agrícolas. Porém, vale reforçar que, dentre as praças monitoradas pelo Cepea, o comportamento dos custos foi distinto, com elevações observadas em Minas Gerais, Paraná e São Paulo, mas recuos na Bahia, em Goiás, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Confira a edição completa clicando aqui. As informações são do CEPEA

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Porto Alegre, 18 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.517


Setor leiteiro do Sul do Brasil pede apoio diante de superoferta e avanço das importações 

Reunidos na manhã desta terça-feira (18/11) durante reunião da Aliança Láctea, integrantes do setor da Região Sul do Brasil reforçaram o pedido de apoio em torno do preocupante volume de importações em 2025, o que, na concorrência direta com a produção nacional, agrava a crise no setor leiteiro no Brasil. 

“Temos que unificar o discurso e pedir para o governo adotar uma política de apoio ao segmento leiteiro. Seguimos lutando por isso. Temos uma superoferta de leite. Só no RS, temos um aumento de 12% neste ano. Precisamos de apoio para manter o setor produtivo e sustentável”, afirmou o secretário Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, ao acrescentar que Santa Catarina e Paraná também cresceram, em média, 7% a produção de leite no campo.

Entre as medidas pleiteadas está a compra pelo governo federal de 100 mil toneladas de leite em pó para programas sociais e escolas, e também a revisão das licenças de importação, tanto de leite em pó quanto de queijo, deixando de ser no sistema automático para buscar limitar a entrada dos importados. O debate aconteceu em Florianópolis (SC) reunindo também representantes de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. (SINDILAT/RS)


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT editado pelo Sindilat/RS

Scala 62 anos: tradição que impulsiona o Futuro da indústria láctea

A Scala reforça seu Futuro com crescimento no Sul, legado familiar e uma narrativa que une história, propósito e inovação

O Futuro da Scala ganha novos contornos em seu 62º aniversário, marcado pelo lançamento da minissérie “Scala – Histórias Além do Queijo” e pelo avanço consistente de sua estratégia de expansão industrial, que reposiciona a empresa como uma das forças mais relevantes do setor lácteo brasileiro.
A narrativa comemorativa chega em um momento emblemático: o fortalecimento das operações em Minas Gerais e a ampliação da presença no Rio Grande do Sul, dois polos que sustentam a capacidade produtiva crescente da marca.

Com quatro fábricas — três em Sacramento (MG) e uma em Salitre de Minas — e agora as duas unidades oriundas da aquisição da Deale, a Scala chega a uma estrutura capaz de processar mais de 700 mil litros de leite por dia.

Esse movimento corporativo reforça não apenas sua relevância no mercado de queijos, mas seu planejamento de longo prazo para garantir competitividade, qualidade e sustentabilidade em toda a cadeia.

A minissérie, composta por cinco vídeos, revela os bastidores desse processo sob a perspectiva de quem constrói a marca diariamente.

Colaboradores da indústria, equipes administrativas, lideranças e membros da família contam, em primeira pessoa, como os pilares Origem, Tradição, Qualidade e Futuro/Meio Ambiente definem o posicionamento da Scala.

A campanha funciona como um documento vivo do espírito da empresa: uma combinação de herança familiar, visão estratégica e compromisso com a excelência.

Segundo relata a diretora administrativa Maria Eugênia Cerchi, o propósito que guiou o fundador, Sr. Nino — “fazer o certo dá certo” — permanece a bússola das decisões atuais.

Ele identificou no Triângulo Mineiro um território fértil para produzir queijos de alta qualidade, e esse olhar visionário continua refletido em cada etapa do processo produtivo, desde a seleção da matéria-prima até a entrega ao consumidor final.

A narrativa da minissérie reforça essa conexão entre quem faz e quem consome. Ao mostrar o cotidiano dentro das fábricas, os cuidados com cada detalhe e a responsabilidade na produção, a série consolida uma imagem que vai além do produto: apresenta uma cultura empresarial que combina tradição e inovação para sustentar o crescimento.

A expansão para o Rio Grande do Sul representa um capítulo essencial desse novo ciclo. As unidades de Almirante Tamandaré do Sul e Aratiba, somadas ao posto de resfriamento de leite em Catuípe, ampliam a capilaridade da Scala e fortalecem sua presença em um dos polos lácteos mais importantes do país.

Com essa integração, a companhia ganha acesso a novas bacias leiteiras, otimiza sua logística e aprofunda seu portfólio em categorias estratégicas como muçarela, parmesão, queijos maturados e especialidades.

O compromisso com o Futuro também se materializa nas ações ambientais apresentadas no último episódio da minissérie.

A nova Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), que além de tratar os resíduos gerados pela produção produz biometano, simboliza a transição da Scala para modelos industriais mais limpos e energeticamente eficientes. A iniciativa reforça a agenda ESG da empresa e a posiciona entre os exemplos mais consistentes de sustentabilidade no setor lácteo nacional.

Essas entregas — expansão geográfica, consolidação produtiva e responsabilidade ambiental — compõem o cenário perfeito para a campanha institucional. Ao colocar pessoas reais como narradoras, a Scala reafirma que sua identidade é feita de histórias que atravessam gerações, mas que apontam para um Futuro em constante evolução.

A marca demonstra consciência de seu peso histórico e, ao mesmo tempo, deixa claro que o caminho adiante combina tecnologia, gestão e legado.

Com a minissérie “Histórias Além do Queijo”, a Scala celebra mais que uma data: celebra a maturidade de um negócio que evolui sem perder suas raízes, que cresce sem abrir mão da qualidade e que amplia sua força industrial com responsabilidade. Uma empresa que sabe de onde veio — e também sabe exatamente para onde quer ir. (EdairyNews)


Jogo Rápido

Associadas do Sindilat, estão novamente entre as vencedoras do Carrinho AGAS
As associadas do Sindilat/RS, Cooperativa Santa Clara e Lactalis, estão novamente entre as vencedoras do tradicional troféu Carrinho AGAS de 2025, premiação que reconhece as empresas que mais se destacaram ao longo do ano. Nesta 42ª edição, a Santa Clara foi premiada nas categorias queijos e leite, enquanto a Lactalis manteve a liderança na categoria iogurtes. Promovida pela Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), a cerimônia ocorreu em 17 de novembro, em Porto Alegre (RS). Ao todo, 39 categorias foram premiadas, com vencedores escolhidos por 147 empresários representantes do setor varejista que responderam ao questionário. (Sindilat com informações de agas.com.br)

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Porto Alegre, 17 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.516


Ebook consolida legado do Milk Summit Brazil 2025  

Um mês após reunir mais de 2,1 mil participantes em Ijuí (RS), o Milk Summit Brazil 2025 lança seu ebook oficial, disponível gratuitamente no site do Sindilat em www.sindilat.com.br, ou clicando aqui. Com 46 páginas, o material consolida os principais debates, dados e tendências apresentados no evento, considerado um marco para o setor leiteiro por retomar um espaço de diálogo e construção.

Realizado em Ijuí, no coração do Noroeste gaúcho, região que produz 741,9 milhões de litros de leite por ano, o encontro promoveu uma agenda estratégica com foco em competitividade, inovação, sustentabilidade e políticas públicas, reunindo produtores, indústrias, cooperativas, pesquisadores, universidades e lideranças governamentais.

O ebook reúne os destaques das 21 palestras e mesas de debate. “Com conteúdo técnico, análises e relatos reais, o ebook se torna uma ferramenta de referência para orientar decisões e fortalecer a cadeia láctea brasileira. Também reforça a visão do Milk Summit como um movimento permanente do setor, que já tem como meta uma segunda edição em 2026 ampliada para o Mercosul”, destaca Darlan Palharini, coordenador do evento e Secretário Executivo do Sindilat/RS.

O Milk Summit Brazil 2025 é uma realização da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul, via Fundoleite, Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat/RS), Prefeitura Municipal de Ijuí, Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural Emater/RS e Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural - ASCAR, Suport D Leite e Impulsa Ijuí. (Sindilat)


CRISE, DE NOVO?

Paulo do Carmo Martins*

Feliz por palestrar na estreia do Milk Summit Brazil, evento ocorrido recentemente no noroeste do RS e que já nasceu grande! Mas...estando ali, fui tomado por sentimentos que me deixaram entre alegria e tristeza intensas, envoltas em imagens do passado e do agora.

Em 2001, no município de Ijuí, pela primeira vez entrei num tambo – como o gaúcho chama uma fazenda leiteira. Fui coletar dados para a minha Tese de Doutorado, que comparou a competitividade das cadeias produtivas do leite em pó do RS, PR, SP, MG e GO com o mercado internacional. Eu voltei de lá com muito mais do que dados. Voltei com aprendizagem de vida!

O produtor gaúcho me aguardava fora da casa. Convidado, entrei, seguido do técnico da CCGL, que descalçou o seu tênis. Por fim, entrou o produtor, que também ficou de meia. Esta foi minha primeira lição. Em casa de produtor gaúcho, não se entra com sapato sujo de rua. Desde então, há 24 anos e não somente durante a pandemia, não adentro minha casa calçado com sapato ou tênis.

A segunda lição que aprendi é que a mulher cuidava dos animais e o homem cuidava de produzir os alimentos dos animais, e de outras culturas. No RS, nunca ouvi a expressão “fazenda de viúva”. Mas, ao contrário, conheci fazendas que cresceram exatamente quando a mulher se enviuvou! Essa imagem gaúcha de mulher protagonista do negócio leite não é a regra, subindo pelo Brasil.

A região de Ijuí é berço de Xuxa Meneghel e de Gisele Bundchen, originárias de municípios leiteiros de Santa Rosa e Horizontina. Dali, migraram muitos gaúchos, que fizeram a agricultura brasileira ser dinâmica. É por isso que tem mais de 800 CTGs (Centro de Tradições Gaúchas), fora do RS, em todos os estados do Brasil! CTG é tipo um clube, onde a gauchada se reúne para cultivar sua cultura. Pois, eu estava em Goiás, no município de Jataí, quando o então governador Marconi Perillo levou seu governo itinerante para lá. Ele escolheu o melhor local para ser a sua sede temporária: O CTG, com G de gaúcho e não G de goiano!

Liderado pelo Darlan Palharini - Sindilat RS,o evento Milk Summit Brazil, resultante de parceria público-privada, foi feito no interior para levar conhecimento genuíno aos produtores. Aquela região gaúcha, somada ao oeste catarinense e ao sudoeste do Paraná, formam uma nação leiteira de produção familiar, altamente eficiente e competitiva. Foi o que mostrei na minha Tese de Doutorado, comparando com os estados que citei anteriormente. Mas, saindo alegre e de alma leve de Ijuí, uma tristeza imensa e pesada me envolveu. Estamos em mais uma crise do setor lácteo. De novo???

Quando o Mercosul foi idealizado, nos anos 80, o Brasil era importador de alimentos, enquanto a Argentina tinha uma agricultura pujante. Então, nada melhor que o casamento BR-AR! Parecia que o comércio entre os dois países ia melhorar a vida de todos, barateando produtos e gerando empregos. Eis que, passadas quatro décadas, mudou o cenário: hoje somos concorrentes na exportação de alimentos. Mas, no leite, continuamos importadores.

O Brasil formou vigorosas cadeias produtivas no agro, a partir dos anos oitenta. Todavia, no leite, não. Motivo? O tabelamento de preços pelo Governo. Explicando: o leite pesava muito no cálculo da inflação. Então, o Governo tradicionalmente dava reajustes de preços ao leite menores que a inflação, o que desestimulava a modernização. Na prática, havia transferência de renda do produtor pobre para o consumidor pobre, via preço de leite. Isso inibiu que chegasse no leite a onda de inovação que tomou conta dos setores de grãos e carnes e que gerou as atuais cadeias produtivas muito competitivas.

Somente em 1987 o Brasil teve critério claro para reajustes de preços de leite tabelado ao produtor, resultante de estudo feito pelo Prof. Sebastião Teixeira Gomes e por mim, com a participação decisiva de Jacques Gontijo, pela CNA e OCB. Fizemos este trabalho sob demanda dos ministros Dilson Funaro e Antônio Cabrera. Este último, transformou nosso estudo em Decreto-Lei.

Na virada do Milênio, a Argentina triangular produtos subsidiados da Europa para o Brasil e inundava o nosso mercado, desorganizando nosso setor produtivo e impedindo que crescemos. O Governo brasileiro da época (FHC) estancou a sangria com salvaguardas comerciais específicas para o leite. Um baluarte desta conquista foi o saudoso Paulo Bernardes, um líder do cooperativismo brasileiro de leite. 

Todavia, em 2019, o ministro Paulo Guedes decidiu não renovar essas salvaguardas, que impunham restrições à importação de leite, interrompendo uma política de 19 anos. A justificativa? O mercado deveria se ajustar via competitividade e produtividade, não por proteção tarifária. As salvaguardas somente para o leite seriam uma “distorção de mercado”, incompatível com a política liberal do novo governo que se iniciava. Ali, perdemos nosso seguro e que agora tanto nos faz falta. Hoje, não temos mais as salvaguardas, construídas pelo Governo, com o aporte de OCB, CNA e Embrapa, que tive oportunidade de participar. 

Atualmente, o consumidor argentino paga mais que o brasileiro para ter diariamente o leite na sua mesa. Mas, o produto chega aqui mais barato que o brasileiro. Uai!!! Tecnicamente, isso não é Dumping comercial? Ademais, o produtor argentino paga menos que o brasileiro pelos insumos. E, ainda, com a moeda argentina desvalorizada, as exportações estão muito baratas. Dumping cambial? Não sei. Mas, era isso que diziam da China, na virada do milênio.

Os importadores brasileiros de Leite em Pó são de dois tipos: são empresas detentoras de marcas famosas de alimentos ultraprocessados e são os sem-fábricas, ou seja, os embaladores, os fracionadores que não produzem. Na prática, o Brasil está punindo quem produz proteína legítima do leite e protegendo quem produz alimento fake, não recomendado pelos organismos de saúde! Está punindo produtor e laticínio brasileiros de uma só vez, acirrando o conflito entre eles, agindo contra a organização de uma cadeia produtiva que precisa evoluir. Produtor e laticínios estão sendo punidos por aumentar a produção e produtividade, aumentando a oferta brasileira.

Alguém aí tem um Plano Ijuí para as famílias leiteiras do Brasil? Não é difícil planejar um plano estrutural para o leite. Mas, precisa vontade política. O momento é agora! Leite é assunto de Estado, em todo o mundo. No Brasil, não? Este setor fatura R$ 170 bilhões e é o PRINCIPAL vetor de emprego e renda no interior do Brasil.

A urgência é clara: estancar as importações, antes do pico de verão. Há propostas colocadas pelo setor produtivo, unindo produtor e laticínio. Há conhecimento de técnicos, aprendido em outras crises já vividas. Freio de arrumação imediato! Do contrário, teremos o Natal mais trágico do leite brasileiro neste milênio. 

*Paulo do Carmo Martins Economista, mestre e doutor em Economia Aplicada (UFV e Esalq/USP). Pesquisador da Embrapa e Professor da UFJF/Facc

Mês de outubro registra chuvas abaixo da média

O mês de outubro, segundo o Comunicado Agrometeorológico nº 93, se caracterizou pelas chuvas abaixo da média no estado. O Comunicado é uma publicação mensal da equipe do Laboratório de Agrometeorologia e Climatologia Agrícola (LACA) do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

O total de chuva variou entre 50 e 150 mm, especialmente na região central do estado. No extremo sul, no entanto, os valores foram inferiores e variaram entre 30 e 50mm. Por sua vez, na porção norte, os totais mensais variaram entre 150 e 300 mm. Os menores valores foram registrados na região da Campanha e Fronteira Oeste, enquanto os maiores totais mensais ocorreram em áreas da divisa com Santa Catarina, no Litoral Norte e também na região Metropolitana de Porto Alegre e no Alto Uruguai.

De acordo com o Comunicado, “na comparação com a normal climatológica padrão (1991-2020), a precipitação pluvial de outubro ficou abaixo da média em praticamente todo estado, com desvios negativos entre -25 e -100 mm, com áreas pontuais com desvios até -150 mm”.

No mês de outubro, as temperaturas médias do ar ficaram entre 14°C e 20°C na maior parte do RS, configurando um padrão próximo da normalidade. Os valores mais elevados concentraram-se na porção noroeste e oeste, onde ocorreram áreas com médias próximas de 18°C a 22°C enquanto as menores médias ocorreram na região da Campanha, Serra e Campos de Cima da Serra, com valores variando entre 14°C e 16°C. Não houve registro de geadas durante o mês de outubro.

Na bovinocultura de leite, a produção se manteve estável nas diferentes regiões, sofrendo apenas leves variações, típicas do período de transição entre as pastagens de inverno e de verão. A maioria dos rebanhos apresentou escore corporal e sanitário adequado, favorecidos pelas condições meteorológicas, como temperaturas do ar amenas e chuvas bem distribuídas, que também favoreceram o conforto térmico dos animais. Em algumas propriedades, a oferta de forragem ainda esteve limitada, exigindo suplementação com silagem e feno para garantir a produtividade e a estabilidade alimentar dos rebanhos. 

Prognóstico climático

O Comunicado indica também que as chuvas devem variar de normal a ligeiramente abaixo da média na maioria das regiões do Rio Grande do Sul nos meses de novembro e dezembro de 2025. O mês com maiores desvios negativos de precipitação pluvial deverá ser dezembro, especialmente na metade sul e no oeste do Estado. As temperaturas do ar sobem gradativamente, devendo ter anomalias mais positivas em dezembro. Os dados dos prognósticos são do Boletim Copaaergs.

"O prognóstico de La Niña para essa safra, mesmo fraco e de curta duração, deve ser considerado como um sinal de atenção pelos produtores, pois deficiências hídricas podem ocorrer, mas não como uma tragédia anunciada. Condições de estiagens, recorrentes no Rio Grande do Sul, devem ser enfrentadas com planejamento e cuidados contínuos, especialmente com a adoção de estratégias de redução do risco climático como zoneamentos agrícolas, escalonamento de épocas de semeadura e seguro agrícola”, afirma a engenheira agrônoma e pesquisadora do DDPA, Amanda Heemann Junges, uma das autoras do Comunicado.

Junges destaca ainda que é preciso observar os cuidados relativos ao uso e armazenamento de água, seja por meio de sistemas de irrigação e açudes, seja pela conservação e melhoria das propriedades dos solos, grandes armazenadores de água para os cultivos. Os outros autores da publicação são o meteorologista Flávio Varone, e as engenheiras agrônomos Loana Silveira Cardoso e Ivonete Fátima Tazzo, todos do DDPA/Seapi.

Para o Comunicado na íntegra, acesse:  Comunicado Agrometeorológico 93 Outubro 2025 final (SEAPI)


Jogo Rápido

Automação eleva produção diária de leite em 7,4%, aponta estudo
Levantamento encomendado por uma empresa do setor analisou dados de quase 14 mil fazendas. Um estudo global realizado pela Lely, empresa holandesa especializada em automação para produção leiteira, apontou que fazendas que adotam automação tanto na ordenha quanto na alimentação registram, em média, 7,4% mais produção de leite por vaca em comparação às propriedades que automatizam apenas a ordenha. O levantamento, encomendado pela própria empresa, analisou dados de 13.816 fazendas entre janeiro de 2023 e maio de 2024. Segundo a análise, propriedades que utilizam a combinação de tecnologias nas duas etapas obtêm não só maior volume diário, mas também melhorias nos padrões de comportamento animal. O alimento mantido constantemente acessível favorece a ingestão regular, aumenta o número de visitas voluntárias à ordenha e reduz ocorrências de recusas e visitas irregulares. Os dados mostram que as fazendas com automação completa apresentaram mediana de 33,99 kg de leite por vaca ao dia, ante 31,64 kg nas que usam apenas a tecnologia de ordenha. Também houve aumento na frequência de visitas diárias e redução de recusas no processo. De acordo com a equipe técnica da empresa, a regularidade das tarefas automatizadas melhora a previsibilidade do manejo e contribui para maior eficiência produtiva. No Brasil, resultados semelhantes foram observados em propriedades que adotaram o sistema combinado, com relatos de ganho expressivo em volume e redução de necessidade de mão de obra. A empresa ressalta que os números refletem médias globais baseadas em dados reais de produtores e que os resultados podem variar conforme o manejo, a manutenção e a frequência de uso das tecnologias. (Globo Rural)

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Porto Alegre, 14 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.515


Vídeo Oficial: Milk Summit Brazil completa um mês e celebra impacto histórico no setor lácteo

Um mês após sua realização, o Milk Summit Brazil 2025 segue reverberando no setor lácteo brasileiro. Considerado um marco para a cadeia do leite, o evento reuniu 2.178 participantes presenciais e online, entre produtores, indústrias, cooperativas, técnicos, pesquisadores e lideranças, em uma agenda focada em desenvolvimento, inovação e sustentabilidade.

O encontro ocorreu no Noroeste do Rio Grande do Sul, uma das regiões mais produtivas do país, responsável por 741,9 milhões de litros de leite por ano, provenientes de um rebanho de 157 mil vacas leiteiras. O território, que já é referência em produtividade, ganhou ainda mais evidência ao sediar debates estratégicos sobre o presente e o futuro da atividade leiteira no Brasil.

Durante dois dias de programação, o Milk Summit promoveu 21 palestras e 14 horas de conteúdo técnico e institucional, além de ações sociais que resultaram na doação de 1.500 litros de leite e 750 quilos de alimentos não perecíveis. O impacto comunicacional também foi expressivo: reportagens em televisão, jornais e canais digitais levaram o nome do evento a mais de 11 milhões de pessoas.

Com resultados acima das expectativas, o Milk Summit anuncia sua evolução: para 2026, o encontro amplia seu escopo e confirma a segunda edição com foco no Mercosul, reunindo Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai nos dias 14 e 15 de outubro, novamente no Noroeste gaúcho.

Para marcar o primeiro mês desse evento histórico, foi lançado o vídeo oficial do Milk Summit Brazil 2025. O conteúdo já está disponível no Instagram do evento. Assista em @milksummit. (As informações são do Sindilat)


Nota de Conjuntura: Mercado de Leite e Derivados - Novembro de 2025

Conjuntura econômica do agronegócio do leite, analisada por especialistas da Embrapa.

A oferta de lácteos em nível mundial tem sido pressionada pelos expressivos aumentos de produção observados nas mais importantes regiões produtoras do planeta. Este fato somado à demanda menos persistente tem levado à acomodação das cotações no mercado internacional. Foi observada mais uma queda, de 2,4%, no valor médio dos lácteos no leilão do GDT realizado na primeira semana de novembro/25. Esta quinta queda consecutiva registrada trouxe o valor médio dos lácteos para USD 3.768/ t.

O cenário macroeconômico brasileiro segue estável, com expectativa de estabilização da inflação, embora ainda acima do teto da meta estabelecida pela equipe econômica. O enfraquecimento observado no dólar nos mercados externos e o diferencial de juros no Brasil tem favorecido a apreciação do Real. Esse cenário colaborou para trazer a inflação anual medida pelo IPCA para abaixo de 5% no acumulado dos últimos doze meses encerrados em outubro/ 25. A perspectiva de crescimento econômico para o ano de 2025 segue no campo positivo, na percepção dos agentes econômicos. A massa total de rendimentos da população e total de população ocupada seguem em expansão, ainda que a taxas mais modestas que as observadas no ano passado. 

As altas taxas de juros e o cenário fiscal desafiador, os desafios institucionais brasileiros e o alto endividamento das famílias podem gerar alguma turbulência no cenário macroeconômico, impactando o consumo em geral e de lácteos.

A disponibilidade doméstica de leite e derivados aumentou nos últimos meses com o crescimento da produção e das importações. As importações continuaram acima dos seis milhões de litros equivalentes diários em média nos últimos 12 meses encerrados em outubro de 2025, com preocupante retomada nos últimos meses, por conta de maior produção na Argentina e queda nos preços internacionais. A captação pelos estabelecimentos formalizados atingiu 73 milhões de litros/dia nos últimos doze meses encerrados em setembro/25 e a disponibilidade doméstica, 79 milhões de litros/dia. Estes são os maiores valores observados da série histórica para ambos os indicadores, com crescimento acumulado em doze meses de cerca de 7% nestes dois indicadores. Vale notar que a própria captação registrada no mês de agosto/25 foi recorde para toda a série histórica, para todos os meses, o que ilustra a gravidade da situação. Apesar de o cenário econômico ainda se apresentar favorável, a demanda por lácteos tem se arrefecido nos últimos meses. 

O aumento acelerado da oferta e a resposta mais lenta da demanda têm causado queda no preço dos lácteos no varejo, no atacado e no preço pago ao produtor. O varejo já registra deflação do custo de lácteos de cerca de 1% nos últimos doze meses finalizados em outubro/25. 

Diversos Conseleites projetam nova queda nos valores estaduais para outubro, antecipando uma possível nova queda de preço ao produtor. A dependência do mercado de lácteos, quase que exclusivamente do mercado doméstico, reduz as chances de maior crescimento do setor, a não ser pelo aumento do consumo em nosso país. Iniciativas importantes têm sido cogitadas pelos representantes da cadeia de lácteos visando mitigar os efeitos da queda dos preços pagos ao produtor. Voltaram `a discussão medidas antidumping, para frear as importações e também o estabelecimento de um mercado futuro para lácteos. Mas estas são medidas difíceis de serem implementadas imediatamente. A queda dos preços, iniciada no produtor e no atacado começou a chegar ao varejo. Esta queda começa a reaquecer o mercado consumidor e pode ser a solução, a curto prazo, para a retração de preços observada no setor.

Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 11/11/2025

Autores: Samuel José de Magalhães Oliveira, Alziro Vasconcelos Carneiro, Denis Teixeira da Rocha, Fábio Homero Diniz, Kennya Beatriz Siqueira, Lorildo Aldo Stock, Luiz Antonio Aguiar de Oliveira, Manuela Sampaio Lana, Marcos Cicarini Hott, Ricardo Guimarães Andrade, Walter Coelho Pereira de Magalhães Júnior*

*Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1893 de 13 de novembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

Os rebanhos leiteiros estão estáveis, com bom escore corporal e produção regular. A sanidade segue satisfatória, apesar dos casos crescentes de infestação por moscas, especialmente mosca-dos-chifres. Os produtores intensificaram as ações de controle de ectoparasitas, adotando manejos preventivos e tratamentos específicos para conter as infestações e preservar o bem-estar dos animais.

Na região administrativa da Emater/Rs-Ascar de Bagé, a produção continua em declínio em razão do período de transição entre as pastagens cultivadas de inverno e as de verão. As vacas em lactação têm sido mantidas em áreas com azevém de ciclo longo, trevo e forrageiras nativas, além de receberem suplementação volumosa baseada principalmente em feno e pré-secado dessas espécies, uma vez que as silagens de milho estão esgotadas, e as de cereais de inverno ainda se encontram em processo de fermentação. Apesar da redução na produção, os parâmetros de qualidade do leite estão satisfatórios.

Na de Ijuí, a produção apresenta volume e qualidade adequados. As temperaturas do período favoreceram o bem-estar dos animais, que se encontram com condições sanitárias e  corporais apropriadas. A ensilagem do trigo está próxima da conclusão. 

Na de Santa Rosa, as temperaturas amenas favorecem o pastejo, permitindo que as vacas permaneçam mais horas nos piquetes ao longo do dia. Devido à ocorrência de chuvas no decorrer do período, os criadores precisaram redobrar os cuidados com o manejo e a higiene da ordenha a fim de manter a qualidade do leite dentro dos parâmetros exigidos, especialmente em relação à Contagem de Células Somáticas (CCS) e à Contagem Padrão em Placas (CPP). Os produtores forneceram maior quantidade de alimentos conservados, principalmente silagem de milho, elevando o teor de proteína das rações com o objetivo de preservar o volume de produção e o escore corporal dos animais.

Na de Santa Maria e na de Porto Alegre, foi necessário incrementar a alimentação dos rebanhos com o uso de concentrados para suprir os déficits nutricionais causados pelo fim do ciclo das pastagens de inverno. (Emater/RS)


Jogo Rápido

Previsão é de tempo bom ao longo da semana no Estado
A previsão é de tempo bom para o Rio Grande do Sul ao longo da semana devido a um sistema de alta pressão, elevando as temperaturas.  Somente há previsão de chuva no domingo (13/11).    As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 46/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).  Sexta-feira (14/11): na metade Sul o sol e a nebulosidade esparsa devem prevalecer. Já na metade Norte, pode ocorrer pancada de chuva fraca a moderada. Sábado (15/11): o tempo deve mudar com ventos vindos do Norte que deixam o ar mais úmido e quente, aumentando a nebulosidade. Durante a tarde e a noite, devem ocorrer chuvas e tempestades isoladas no Oeste, Centro e Norte. Domingo (16/11): o avanço de uma frente fria deve formar áreas de instabilidade e espalhar chuva por todo o Estado, gerando potencial para tempestades em todas as regiões. Segunda-feira (17/11): o avanço de um sistema de alta pressão deve estabelecer a atmosfera a partir da Fronteira Oeste, garantindo sol, nuvens esparsas e temperaturas amenas. Terça-feira (18/11): a alta pressão deve manter o tempo firme, com predomínio de sol e condições estáveis em todo o Estado. Quarta-feira (19/11): as temperaturas se elevam em todas as regiões e, com maior conteúdo de umidade no ar, a nebulosidade pode se intensificar durante o dia. O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (Seapi)

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Porto Alegre, 12 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.513


Governo do Estado abre inscrições para o Programa Bônus Mais Leite

Ação para financiamento de projetos incentiva o crescimento e a qualificação da produção leiteira Rio Grande do Sul

O governo do Estado abriu, nesta terça-feira (11/11), as inscrições para o Programa Bônus Mais Leite, que tem objetivo de fortalecer e qualificar a cadeia produtiva do leite na agricultura familiar. Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em parceria com o Badesul, a iniciativa representa um investimento total de R$ 30 milhões.

A ação oferece um bônus financeiro de até 25% sobre o valor contratado por produtores enquadrados no Pronaf, em operações de custeio e investimento voltados à atividade leiteira. Para realizar a inscrição, o produtor deve preencher o formulário on-line para Solicitação de Enquadramento.

O Bônus Mais Leite visa incentivar a melhoria da qualidade do leite, a redução de custos e o aprimoramento da gestão nas propriedades. A execução do programa será feita por meio do Fundo Estadual de Apoio aos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), com gestão financeira do Badesul e participação de instituições como Banrisul, Sicredi, Cresol e Sicoob, que atuarão como agentes operadores do crédito.

Os projetos poderão ser elaborados pela Emater/RS-Ascar ou por outros escritórios de assistência técnica, e devem ser apresentados em nome do produtor, com vinculação direta à cadeia do leite. Os termos de parceria entre a SDR, o Badesul, o Banrisul e as cooperativas Sicredi, Cresol e Sicoob foram firmados nesta segunda-feira (10/11). O financiamento do programa foi realizado com recursos do Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul (Funrigs).

Investimento e custeio

Entre as áreas contempladas estão armazenamento de água e irrigação, fertilidade do solo, implantação de pastagens perenes, construção de sala de ordenha, aquisição de equipamentos e tecnologias de gestão. No caso de investimento, o bônus será de até R$ 25 mil, com um limite global de R$ 20 milhões em subvenções, beneficiando cerca de 800 produtores. Já para as operações de custeio, o incentivo pode chegar a R$ 5 mil, com R$ 10 milhões em subsídios, alcançando 2 mil agricultores familiares.

Para o secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, o investimento reforça o compromisso do governo estadual em estimular o desenvolvimento da cadeia leiteira. “O Bônus Mais Leite chega para dar condições de crescimento, inovação e renda às famílias que sustentam a cadeia leiteira gaúcha”, destacou Covatti.

Ainda neste ano, os agricultores poderão acessar os recursos por meio do Banrisul e das cooperativas parceiras. “Estamos juntos com a SDR nesta força-tarefa de promover o fortalecimento e a qualificação da cadeia produtiva do leite na agricultura familiar gaúcha”, afirmou o presidente do Badesul, Claudio Gastal.

Contrato do financiamento

Após análise e aprovação pela SDR, os produtores receberão a Declaração de Enquadramento, documento que garante o direito ao bônus e deve ser apresentado à instituição financeira no momento da contratação do financiamento. O programa permanecerá aberto para adesões dos produtores durante a vigência do Plano Safra 2025/2026, ou até que seja utilizada a totalidade dos recursos disponíveis para subvenções.

O Manual Operativo, a apresentação e o decreto que institui o programa, além do formulário de solicitação de enquadramento estão disponíveis no site da SDR, na aba Políticas Públicas, no item Bônus Mais Leite.

Ampliação de recursos

A criação do Bônus Mais Leite representa um marco no fortalecimento da cadeia produtiva do leite no Rio Grande do Sul, com um salto expressivo nos investimentos estaduais destinados ao setor no âmbito do Projeto de Apoio ao Desenvolvimento do Leite e da Pecuária Familiar.

Entre 2023 e 2025, o Governo do Estado aplicou R$ 24,8 milhões, que somados aos R$ 30 milhões do novo programa, totalizam R$ 54,8 milhões em recursos, volume muito superior aos registrados em períodos anteriores: R$ 11,2 milhões entre 2012 e 2014, R$ 10,06 milhões entre 2015 e 2018 e R$ 23,2 milhões entre 2019 e 2022.

O Bônus Mais Leite consolida, portanto, um novo patamar de investimento público e reafirma o comprometimento do Estado com a valorização e a retomada da produção leiteira gaúcha. (SDR)


RS inicia projeto-piloto de rastreabilidade individual de bovinos e bubalinos

Projeto-piloto busca aprimorar o controle sanitário, aumentar a competitividade e preparar o setor para atender mercados mais exigentes.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) iniciou a implantação do projeto-piloto de Rastreabilidade Individual de Bovinos e Bubalinos no Rio Grande do Sul. A iniciativa, inédita no Estado, tem como objetivo modernizar o controle sanitário e ampliar o acesso dos produtores gaúchos a mercados nacionais e internacionais mais exigentes.

Nesta terça-feira (11/11), foi finalizado e disponibilizado o formulário de adesão para os produtores rurais interessados em participar voluntariamente do projeto, disponível aqui. 

O programa busca testar e aperfeiçoar o sistema de identificação individual de animais, que servirá de base para a futura implantação do modelo em todo o território gaúcho.

Mais segurança e competitividade
A rastreabilidade é uma ferramenta essencial para o fortalecimento da credibilidade e transparência da cadeia pecuária. Por meio da identificação individual, é possível acompanhar todo o ciclo produtivo dos animais, desde o nascimento até o abate, garantindo controle sanitário rigoroso, qualidade dos produtos e rastro de origem confiável.

Essa prática também atende às exigências de mercados internacionais, cada vez mais atentos à sustentabilidade, bem-estar animal e segurança alimentar, além de contribuir para abrir novas oportunidades comerciais e valorizar a carne gaúcha.

A rastreabilidade individual amplia a segurança e a confiabilidade das informações sanitárias, melhora a capacidade de resposta em situações de emergência e fortalece a competitividade da pecuária gaúcha. Além disso, o sistema se torna uma ferramenta de gestão para os produtores, oferecendo dados estratégicos sobre o desempenho do rebanho, histórico sanitário e movimentações.

“Esta é uma iniciativa que qualifica a produção e eleva a qualidade dos nossos produtos, tanto para o consumo interno quanto para os mercados internacionais. É uma chancela de origem e confiabilidade que o produto gaúcho passa a oferecer ao aderir à rastreabilidade”, destaca a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA/Seapi), Rosane Collares.

Etapas do projeto

Durante o projeto-piloto, a Seapi fornecerá dispositivos oficiais de identificação individual (brincos e botons eletrônicos), além de orientação técnica e acompanhamento para a aplicação, registro e utilização dos dispositivos. Também será disponibilizado o acesso ao sistema informatizado de rastreabilidade, onde as informações serão registradas e gerenciadas.

A previsão é de que as atividades sejam concluídas até maio de 2026, com acompanhamento técnico permanente das equipes regionais da Seapi durante todas as etapas do processo. (Seapi) 

La Niña deve ter efeitos moderados no RS

Os efeitos do fenômeno La Niña devem ser moderados neste trimestre, variando em intensidade conforme a região e o município do Rio Grande do Sul. A projeção foi apresentada na manhã da última quinta-feira (6/11), durante coletiva de imprensa na sede da Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA/RS), em Porto Alegre. 

"É um momento que exige cautela. Não há previsão de frustração, mas também não se visualiza a perspectiva de supersafra”, afirmou o superintendente do MAPA/RS, José Cleber de Souza.De acordo com o meteorologista Glauber Ferreira, coordenador de Monitoramento e Previsão Climática do INMET em Brasília, a tendência para os próximos três meses é de temperaturas de 0,5 °C a 1 °C acima da média e precipitações cerca de 50 mm abaixo do volume normal. 

“O cenário indica uma La Niña relativamente curta e de fraca a moderada intensidade. No Rio Grande do Sul, os efeitos serão sentidos mais no início do verão”, detalhou Ferreira. O agrometeorologista Gilberto Cunha, da Embrapa Trigo, reforçou que a atenção deve ser redobrada nas regiões Sul, Campanha, Fronteira Oeste e Missões — áreas historicamente mais vulneráveis aos impactos da estiagem sobre os cultivos de verão.

Segundo Cunha, a melhor forma de prevenir os impactos é fazer a rotação de culturas e a gestão efetiva do manejo dos cultivos, entre outras medidas que podem contribuir para a construção de uma melhor capacidade de enfrentamento a longo prazo. Contudo, o agrometeorologista da Embrapa Trigo destaca que algumas decisões podem ser tomadas na pré-safra para diluir os riscos.  Cunha recomenda duas estratégias: o uso de cultivares de ciclos diferentes e a ampliação do calendário de semeadura, observando o que é preconizado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático, em escala municipal, conforme o tipo de solo, evitando concentrar todo o plantio no mesmo período. 

O chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, alertou para os problemas de compactação e adensamento do solo, que comprometem a infiltração de água. “Nosso problema econômico é precedido de um problema agronômico. E a adaptação depende de boas práticas de manejo, já amplamente conhecidas pelos produtores”, destacou. Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Giovani Theisen sugere que os produtores evitem fazer o preparo convencional do solo, recomendando que se faça uma gradagem leve integrada à subsolagem – técnica que consiste em romper camadas compactadas para melhorar a infiltração de água, permitindo que as raízes se aprofundem. 

Cunha ainda enfatizou que produtores que mantêm cultivos diversificados, solo com alta matéria orgânica e cobertura vegetal durante todo o ano tendem a apresentar melhores resultados em períodos de estiagem. Ele também reforçou a importância do seguro agrícola. “É um ano que exige cautela, mas ainda com boas expectativas de produtividade, especialmente no Rio Grande do Sul”, concluiu. (Milkpoint)


Jogo Rápido

Dairy Vision 2025: comunicação, inovação e propósito em um setor que se reinventa
A primeira tarde do Dairy Vision 2025 trouxe reflexões sobre como o setor lácteo pode dialogar com diferentes gerações e acompanhar as transformações do consumo, sem perder seus valores essenciais. No Painel 2, especialistas destacaram a importância de comunicar de forma autêntica e segmentada. Hayla Fernandes (Vaca Feliz) falou sobre a reconquista da Geração Z, que busca leveza e propósito nas marcas. Já Monica Pucci Simão (Syncronia Consultoria) ressaltou as oportunidades do mercado sênior, que exige mensagens adaptadas às suas diferentes faixas etárias. A inovação também teve destaque com Emerson Diniz (Novonesis), que apresentou as biossoluções como caminho para equilibrar tecnologia, consumo e meio ambiente. Ricardo de Carli (Bain & Company) trouxe a discussão sobre o impacto dos medicamentos GLP-1 e o crescimento da busca por produtos naturais e protéicos — como os lácteos. No Painel 3, o foco foi sustentabilidade e futuro. Martha Baker (Alltech) lembrou que sustentabilidade envolve meio ambiente, viabilidade econômica e responsabilidade social. Luis Arbona (Sidel) mostrou os avanços da embalagem PET asséptica, e Monica Cristina Jacon (Kerry) reforçou a versatilidade dos lácteos diante das novas demandas globais. O resumo do primeiro dia é claro: o futuro do leite está na inovação com propósito — comunicar melhor, produzir com responsabilidade e se conectar com um consumidor em constante mudança. (MilkPoint adaptado pelo Sindilat)

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Porto Alegre, 11 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.512


A importância de participar de feiras e eventos!

Envolver-se em feiras e congressos do leite amplia sua rede, fortalece seu conhecimento e impulsiona sua carreira no setor produtivo. Aproveite essas oportunidades.

Você que está ligado a atividade leiteira, produtor de leite ou profissional das mais diferentes áreas que habitam o ecossistema produtivo, apaixonado por vaca ou simplesmente passa a grande maioria dos seus dias envolvidos com vacas leiteiras em função de seu trabalho e ou estudo, é daqueles que tem participado de feiras ou eventos ligados ao setor Lácteo? Não? Então eu preciso te convidar a refletir sobre a possibilidade de você começar a incluir estas oportunidades em sua vida.

Oportunidades sim, feiras e eventos são oportunidades acima de tudo de relacionamento interpessoal, pessoas convivendo com pessoas, em momentos globais onde as redes sociais e a IAs veem se apoderando dos holofotes dia após dia, nada como uma boa feira, congresso, seminário ou evento direcionado a atividade leiteira para te dar um oceano de oportunidades nos mais diferentes níveis de relacionamento e conhecimento, tipo assim, sabe aquela máxima do básico bem feito, ou como não nos cansamos de falar que: “É muito fácil fazer certo na primeira vez”, em um evento destes, certamente terás a oportunidade de sair diferente se comparado ao momento que você ali chegou, melhorando muito a base de conhecimento que você vem construindo ao longo de sua jornada.

Nos referimos apo fato de que quando chegamos a uma feira como a Agroleite na capital nacional do leite, Castro no Paraná, ou aos redores do Pavilhão do Gado Leiteiro na Expointer em Esteio no Rio Grande do Sul, direcionarmos nossa agenda, e visitarmos os lugares certos, que fazem sentido para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional, a qualidade do networking é simplesmente incomparável, sem contar com a possibilidade de aproveitarmos os eventos técnicos e palestras, apresentação de artigos, lançamentos e visitas técnicas que sempre fazem parte de cada edição realizada.

Eventos como Interleite, Milk Pro Summit ou Dairy Vision promovidos pelo MilkPoint, ou ate mesmo o recente Milk Summit Brazil ocorrido em Ijuí, RS nos dão a feliz oportunidade de encontrar pessoas, do nosso convívio atual, sobretudo muitas que a tempos não tínhamos a oportunidade de ver; Perceber que mesmo estando em empresas diferentes, ou cada vez mais consolidando a presença na mesma empresa a décadas, o objetivo de desenvolvimento pessoal e profissional salta aos olhos quando do silencio e concentração tomam conta do ambiente quando a informação e o conhecimento passam a ser compartilhado por profissionais cada vez mais desafiados a compartilhar as oportunidades que a atividade leiteira “teima” em nos brindar.

Oportunidade, a grande mensagem do evento, sobretudo com as mudanças que estão ocorrendo no setor produtivo de leite, tema abordado com excelência pelo Marcelo Carvalho CEO da MilkPoint Ventures, inovação para buscar a sustentabilidade tal qual brilhantemente discorreu o tema o nosso sempre mestre Paulo Martins da Esalq/Usp, ou ainda nos resultados de pesquisas científicas trazidos pelo Glauco Carvalho a Embrapa Leite e pelo Jaime Ries da Emater/RS que corroboram com as mudanças trazidas pelo Marcelo e as inovações compartilhadas na visão do Paulo, que realmente nos mostram que o produto nobre leite, está longe de deixar de nos trazer oportunidades.

Produtos, serviços, sistemas, pesquisa, assistência técnica, oportunidades comerciais, tudo girando ao redor do ecossistema produtivo leiteiro, que mesmo passando por um momento delicadíssimo de sua história, mantém um leque incomensurável de possibilidades de aprendizado, crescimento pessoal, profissional e de relacionamento com pessoas, e através daí ficamos sempre mais ligados a feliz “oportunidade” de colher o melhor do convívio entre as espécies homem e vacas.

Mas se você não tem participado de eventos semelhantes ao que trouxemos, seja uma pequena palestra na sua região, uma feira de pequeno ou grande porte, ou um evento de relevância mundial, você está perdendo a “oportunidade” de vivenciar isto e quem sabe, sua evolução pessoal e profissional lhe cobre satisfações em relação a isto logo ali na frente, daí a importância de participar de feiras e eventos ligados a atividade leiteira, sempre que possível, fica a dica. (Milkpoint)


Influência do agro no clima: como o agronegócio molda a COP30

A influência do agro brasileiro ganha peso na COP30, com estratégias voltadas a moldar políticas climáticas globais

A influência do agronegócio brasileiro desponta como um dos temas centrais da COP30, marcada para acontecer em Belém (PA) — Brasil, e reúne atores que buscam integrar produção de alimentos, desenvolvimento sustentável e políticas públicas globais. Segundo reportagem da Revista Fórum, o setor agropecuário do Brasil aparece como protagonista ao sugerir orientações para as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e outras agendas climáticas.

Fontes ligadas ao setor indicam que cooperativas, grandes empresas do agronegócio e organismos federais articulam em fóruns paralelos à COP30 para posicionar temas como agricultura tropical sustentável, florestas e financiamento climático. Segundo documento do governo brasileiro, o setor agropecuário “será parte essencial da solução climática global”.

Contexto estratégico
Para o Brasil, sediar a COP30 representa não só uma oportunidade diplomática, mas também econômica e de imagem internacional. O agronegócio brasileiro, ao ocupar esse espaço, busca articular dois vetores: reforçar sua voz na governança climática global e alinhar produção de alimentos com exigências de sustentabilidade. A reportagem destaca que essa influência se dá tanto por meio de debates técnicos quanto de lobby — inclusive com campanhas para moldar a opinião pública.

Dentro desse contexto, emerge o conceito de “agricultura tropical sustentável”, defendido por representantes do setor como norte estratégico para posicionar o Brasil como referência global.

Implicações para o setor leiteiro
Para a cadeia láctea — relevante em regiões como o Brasil central e sul —, a projeção de influência do agronegócio significa que temas regulatórios, créditos de carbono, investimentos em inovação e uso de terras podem ganhar novo contorno. A valorização de práticas de produção sustentável e de uso da terra está intrinsecamente ligada à forma como os grandes setores agroalimentares se posicionam no âmbito climático.

Se o agronegócio lidera o diálogo na COP30, as empresas de laticínios e fornecedores de insumos devem ficar atentas a movimentos que vão da restauração de pastagens e integração lavoura-pecuária-floresta até financiamento climático, rastreabilidade e exigências de certificação para acesso a mercados internacionais.

Desafios e tensões
Apesar da postura proativa, há tensões evidentes: movimentos ambientais apontam para risco de greenwashing e instrumentalização da narrativa climática pelo agronegócio brasileiro. Um relatório cita que “empresas de alimentos e do agronegócio vão se apresentar como solução para a crise climática na cúpula no Brasil — embora os alimentos sejam responsáveis por um terço do aquecimento global”.

Além disso, a influência reivindicada exige tradução em ações concretas: redução de desmatamento, restauração de terras degradadas, mudanças nos modelos de uso do solo, transparência e financiamento robusto. A reportagem indica que, apesar dos discursos, o avanço real no setor foi limitado.

O que está em jogo
Definir as NDCs: o agronegócio brasileiro busca participação na formulação das metas nacionais de clima, influenciando o posicionamento do país.

Financiamento climático: os recursos destinados à agricultura sustentável e à restauração de terras são parte da agenda da COP30, onde o Brasil busca protagonismo.

Uso da terra e emissões: a produção de alimentos, especialmente em grandes escalas, está dentro da agenda de mitigação, e o setor agro assume que sua influência passará por práticas sustentáveis mais visíveis.

Imagem internacional e relações comerciais: associar o agro à sustentabilidade pode abrir mercados e investimentos, mas também exige contrapartidas tangíveis.

Conclusão
Em síntese, a influência do agronegócio brasileiro na COP30 mostra que o setor alimentício vai além da produção e entra em diálogo direto com políticas climáticas globais. É importante observar que esse protagonismo implica efeitos práticos: desde exigências de rastreabilidade, sustentabilidade, financiamento até nova dinâmica de investimentos e competitividade internacional. O setor deve estar preparado para essa realidade em transformação.

Escrito para o eDairyNews, com informações de Revista Fórum.

IA na Fazenda Leiteira: como começar do zero e aumentar a eficiência

A IA ajuda o produtor a tomar decisões mais rápidas e precisas, usando dados coletados na própria fazenda. Ela identifica padrões e faz previsões que o olho humano não conseguiria perceber, permitindo agir antes que o problema aconteça. Confira o passo a passo de como começar a usar a IA.

Durante muito tempo, falar em Inteligência Artificial (IA) parecia coisa de laboratório ou de grandes empresas. Mas essa realidade mudou. Hoje, fazendas de todos os tamanhos já estão colhendo resultados concretos com o uso de tecnologias simples e acessíveis.

A IA ajuda o produtor a tomar decisões mais rápidas e precisas, usando dados coletados na própria fazenda como a produção de leite, a alimentação das vacas e o histórico de saúde do rebanho. Ela identifica padrões e faz previsões que o olho humano não conseguiria perceber, permitindo agir antes que o problema aconteça. Em vez de apagar incêndios, o produtor passa a gerir de forma proativa, prevenindo doenças, controlando custos e aumentando o lucro.

Por que o produtor de leite precisa olhar para a IA? 

O setor leiteiro vive sob forte pressão: os custos de insumos seguem em alta, as margens de lucro estão cada vez mais apertadas e a necessidade crescente de produtividade e sustentabilidade aumenta a cada dia. Nesse cenário, a gestão baseada em “achismo” já não tem espaço.

A IA funciona como um assistente digital que nunca dorme, monitorando o rebanho 24 horas por dia e alertando o produtor sempre que algo sai do normal. Se uma vaca começa a ruminar menos que o habitual, o sistema envia um alerta indicando possível mastite ou distúrbio digestivo. Se o comportamento de cio muda, ele mostra o melhor momento para inseminação. E quando a produção de uma vaca cai sem motivo aparente, a IA cruza dados de alimentação, temperatura e atividade para apontar o que está errado. 

O que a IA faz na prática dentro da fazenda

A IA não precisa de robôs caros nem de sistemas complicados! Ela se integra a equipamentos e softwares simples que transformam dados do dia a dia em informações úteis.

Monitoramento da saúde e bem-estar animal:  sensores instalados em coleiras, brincos ou pedômetros registram o comportamento das vacas — quantas vezes ruminam, quanto caminham e até variações de temperatura corporal. O sistema analisa tudo automaticamente e envia relatórios ou alertas direto para o celular do produtor ou do veterinário. Um simples aviso, como “A vaca 154 apresenta queda na ruminação há 8 horas”, permite agir antes que a doença comprometa a produção, economizando tempo, medicamentos e leite descartado.

Otimização da alimentação e da produção: a IA compara dados de produção de leite com o consumo de ração e o comportamento alimentar. Com isso, o produtor consegue ajustar a dieta de forma precisa, identificar quais animais têm melhor conversão alimentar e reduzir desperdícios. Se o sistema detecta que determinado lote está comendo mais, mas produzindo menos, ele indica automaticamente possíveis falhas na mistura da ração ou estresse térmico.

Previsão e planejamento do rebanho: a IA usa dados históricos para prever o melhor momento de inseminar, estimar a produção nas próximas semanas e identificar vacas com maior risco de doenças ou menor longevidade. Essas informações ajudam o produtor a tomar decisões mais assertivas sobre descarte, reposição e manejo reprodutivo.

Guia Prático: Como começar a usar IA na fazenda em 5 passos
Descubra onde estão seus maiores problemas:
Antes de investir em tecnologia, olhe para dentro da fazenda e defina onde estão as maiores perdas. Estabeleça metas simples, como reduzir casos de mastite em 15% ou aumentar a taxa de concepção em 10%. Comece pequeno e com foco.
 
Organize e digitalize seus dados
A IA só funciona bem quando tem boas informações para analisar. Reúna dados sobre produção diária, inseminações, histórico de doenças e consumo de ração. Se ainda usa papel, migre para planilhas ou softwares simples de gestão rural. Quanto mais estruturados forem os dados, mais eficiente será o sistema.
 
Escolha as ferramentas certas
Hoje existem soluções acessíveis para todos os perfis de fazenda, desde coleiras inteligentes e brincos com sensores até softwares de gestão com análise de IA. O ideal é começar testando em um lote pequeno e expandir conforme os resultados aparecem.
Dica: comece testando em um lote pequeno de vacas. Veja os resultados e amplie depois.
 
Treine sua equipe e mude a rotina aos poucos
Tecnologia não gera resultado sozinha. É essencial que todos saibam utilizá-la e confiem nos alertas do sistema. Mostre exemplos práticos — como um sensor que detectou uma vaca doente antes dos sintomas — para demonstrar os benefícios. Com o tempo, a equipe entenderá que a IA veio para facilitar, não substituir o trabalho humano.
 
Acompanhe os resultados e expanda
Após alguns meses, verifique se houve melhora nos indicadores de produção, reprodução e sanidade. Análise:
Os alertas estão ajudando?
As taxas de cio ou de produção melhoraram?
Houve redução de mastite ou de custos com ração?

Compare os resultados com seus objetivos iniciais. Se houver ganho comprovado, expanda o uso da IA para todo o rebanho.

Desafios reais — e como superá-los

O primeiro desafio costuma ser o investimento inicial. Mas é importante encará-lo como um custo com retorno mensurável: a IA reduz perdas com leite descartado, medicamentos e mão de obra. Além disso, muitos fornecedores oferecem modelos de assinatura mensal, sem necessidade de grandes gastos iniciais.

Outro ponto é a conectividade. Mesmo em áreas com pouca internet, já existem sistemas que funcionam offline e sincronizam os dados assim que o sinal é restabelecido. Alternativas como internet via satélite ou programas de conectividade rural de cooperativas e do MAPA também estão cada vez mais acessíveis.

Por fim, há a resistência da equipe. Mudanças geram receio, mas quando os colaboradores percebem que a IA facilita tarefas, como identificar cio ou doenças com antecedência, a tecnologia deixa de ser vista como ameaça e passa a ser uma aliada no dia a dia.

Conclusão

A Inteligência Artificial não substitui a experiência do produtor, mas, sim, amplia seu poder de decisão. Ela transforma dados em conhecimento e conhecimento em lucro. 

Comece pequeno. Escolha um problema, organize seus dados, teste uma ferramenta e acompanhe os resultados. Em pouco tempo, você vai perceber que a IA não é o futuro do campo, é o presente. Quem aprender a usá-la desde já, estará um passo à frente na pecuária do amanhã.

Referências bibliográficas
EMBRAPA Gado de Leite. Pecuária de precisão e inovação tecnológica na produção de leite. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2022.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Conectividade no Campo: Programa Nacional de Conectividade Rural. Brasília: MAPA, 2024.

STARLINK. Serviços de Internet via Satélite para Áreas Rurais. Hawthorne, CA: SpaceX, 2025.

EMBRAPA. Inteligência Artificial no Agronegócio: Aplicações e Desafios. Brasília: Embrapa, 2023.

NEDAP – Nedap Livestock, 2025.


Jogo Rápido

EE explica: leite vai ajudar o Pedro na calcificação do osso?
Você sabia que o leite pode ter um papel direto na saúde dos seus ossos? Descubra como essa bebida tão comum na nossa mesa pode colaborar na calcificação óssea do atleta Pedro. Uma reportagem instigante que une nutrição, esporte e ciência — imperdível! Assista a matéria completa no globoplay, clicando aqui. (Globoplay adaptado pelo Sindilat/RS)

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 10 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.510


Prêmio Sindilat de Jornalismo tem 33 trabalhos na disputa

Com o encerramento do prazo de inscrições, o 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo contabiliza 33 trabalhos na disputa. São 18 publicações na categoria Texto e outras 15 na de Audiovisual.

A iniciativa é promovida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS) e busca valorizar o papel da imprensa na divulgação de temas ligados à cadeia produtiva do leite no Estado. As inscrições foram encerradas em 7 de novembro de 2025.

Os materiais seguem agora para análise da comissão julgadora, formada por profissionais da área de comunicação e por representantes de entidades do setor. A expectativa é que os três trabalhos finalistas de cada categoria sejam conhecidos até 28 de novembro de 2025. Os vencedores serão anunciados em dezembro.


Quantos produtos lácteos diferentes existem no Brasil?

Do tradicional leite UHT aos queijos cremosos, descubra o que os números dizem sobre a diversidade e os desafios do setor lácteo brasileiro.

O leite é, sem dúvida, uma das matérias-primas mais versáteis e estratégicas para a indústria de alimentos. A partir dele, obtém-se uma ampla gama de derivados que compõem a base da alimentação cotidiana dos brasileiros. Esses produtos variam em sabores, texturas, estados, entre outras características.

Mas qual é, afinal, a dimensão dessa diversidade? Apresentamos um panorama inédito sobre a variedade de produtos lácteos disponíveis no mercado nacional, com base em dados extraídos da ferramenta Desrotulando. O Desrotulando é um aplicativo colaborativo que reúne informações sobre a composição nutricional de alimentos industrializados. Os usuários enviam fotos de rótulos, que são analisadas pela equipe do app. Com mais de 60 mil produtos avaliados, ele não abrange todo o mercado brasileiro, mas representa uma grande base de dados sobre alimentos disponíveis no país.

Nosso levantamento mapeou o número de rótulos cadastrados por categoria de derivado lácteo, revelando a amplitude das opções ao alcance do consumidor. Os resultados impressionam: são cerca de 3.700 produtos lácteos diferentes disponíveis nas prateleiras brasileiras. Essa diversidade, distribuída de forma desigual entre as categorias, ilustra a complexidade e a vitalidade do setor.

Detalhando os números

Como era de se esperar, a categoria com o maior número de rótulos cadastrados no aplicativo é a de queijos, respondendo sozinha por 23% dos produtos lácteos disponíveis nos supermercados brasileiros. No entanto, o requeijão foi considerado separadamente, dada a sua expressiva representatividade: 14% dos produtos do mercado nacional. Somadas, essas duas categorias correspondem a 37% de todos os laticínios avaliados, evidenciando o protagonismo dos queijos no consumo brasileiro.

O caso do requeijão merece destaque: ele se consolidou como um item cotidiano nas mesas do país e, em número de rótulos, superou até a tradicional muçarela. Os preços mais acessíveis (especialmente nas versões com adição de amido) e a praticidade de uso, já que pode ser facilmente espalhado, ao contrário dos queijos fatiados ou cortados, contribuíram para o sucesso do produto no mercado brasileiro.

Diante desse sucesso do requeijão no mercado brasileiro, observa-se também o crescimento de versões “cremosas” ou “spreadable” de queijos tradicionais, como ricota e cheddar. Esses produtos chegam ao mercado com preços mais competitivos e atraem consumidores em períodos de alta inflação, como o atual. Vale lembrar ainda que a maioria das marcas de requeijão é regularizada e fiscalizada, enquanto o segmento de queijos (especialmente os frescos, como a muçarela) ainda convive com significativa informalidade comercial.

Depois dos queijos, o produto com maior diversidade no nosso levantamento foi a manteiga. Após anos perdendo espaço para a margarina, a manteiga retomou seu protagonismo com o avanço de estudos científicos que evidenciaram seus benefícios quando consumida de forma equilibrada. Presente tanto no café da manhã, como acompanhamento no pão, quanto em preparações culinárias mais elaboradas, ela se tornou também a queridinha dos chefs de cozinha. A versão com sal continua sendo a mais comum e consumida, representando 78% do mercado brasileiro.

Números do leite fluido

Em terceiro lugar em número de produtos identificados, está o leite fluido, carro-chefe do setor lácteo brasileiro. O produto mais consumido do país também está entre os mais disponíveis. Embora não apresente grande variedade de tipos e sabores, como os queijos, o leite UHT aparece em 14 versões diferentes nas prateleiras, representando 14% dos laticínios do mercado nacional. Apenas na versão integral, foram encontradas 103 marcas diferentes. O leite pasteurizado aparece em 4 versões (integral, integral zero lactose, semidesnatado e semidesnatado zero lactose) e o leite em pó apenas na versão integral.

Essa grande pulverização de marcas reflete um mercado altamente competitivo, em que diversas empresas disputam espaço essencialmente por preço. Embora isso amplie as opções para o consumidor, tende a reduzir as margens de lucro da indústria, dificultando investimentos em inovação e diferenciação de produtos. Em segmentos maduros e de baixo valor agregado, como o leite UHT, essa guerra de preços pode comprometer a sustentabilidade econômica das empresas menores e reforçar a concentração de mercado em torno das grandes marcas, que conseguem operar com maior escala e eficiência logística.

A ampla diversidade de produtos lácteos disponíveis no mercado brasileiro reflete a força e a complexidade da cadeia do leite, mas também traz desafios importantes. De um lado, a variedade amplia o poder de escolha do consumidor e demonstra a capacidade de inovação e criatividade da indústria. De outro, a intensa competição por preço e a dificuldade de valorizar produtos premium no mercado brasileiro reduzem as margens de rentabilidade, especialmente em categorias de menor valor agregado. Embora existam nichos que valorizem qualidade e diferenciação, grande parte das decisões de compra dos brasileiros ainda é guiada por preço, indulgência e marca. Esse equilíbrio delicado entre diversidade, inovação e realidade de mercado exige estratégias que combinem diferenciação, qualidade e eficiência produtiva, que são elementos fundamentais para manter o setor lácteo competitivo e resiliente em um cenário de consumo em constante transformação.

Autores: Kennya Siqueira, Manuela Lana, Juliana Dutra

Newsletter do Observatório do Consumidor
Ano 4, nº 32 - Outubro/2025

MDA cria grupo de trabalho para propor políticas de fortalecimento do leite familiar

Grupo de Trabalho vai propor medidas de crédito, comercialização e fortalecimento das cooperativas familiares.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) instituiu, por meio da Portaria nº 55, de 22 de outubro de 2025, o Grupo de Trabalho da Cadeia Leiteira da Agricultura Familiar (GT-Leite). A iniciativa tem o objetivo de articular medidas emergenciais e estruturantes de apoio ao setor leiteiro, diante das oscilações de mercado, altos custos de produção e perda de competitividade enfrentadas pelos pequenos produtores — fatores que impactam diretamente a renda e a permanência das famílias no campo.

O grupo terá como missão elaborar diagnósticos e propor estratégias que ampliem a sustentabilidade econômica, ambiental e produtiva da cadeia leiteira, com foco em crédito, comercialização, industrialização local e fortalecimento das cooperativas familiares.

A proposta é garantir condições mais estáveis de produção e comercialização, valorizando o leite como um dos pilares da agricultura familiar no Brasil.

Inicialmente, o GT-Leite atuará por 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período. Ao final dos trabalhos, o grupo apresentará um relatório com recomendações e propostas ao ministro Paulo Teixeira.

Composição e objetivos

O colegiado é formado por seis representantes do MDA, incluindo:

a Secretaria de Agricultura Familiar e Agroecologia (SAF) — responsável pela coordenação;
a Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar (SEAB);
a Secretaria Executiva;
a Assessoria Especial do Gabinete do Ministro;
e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Para o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia, Vanderley Ziger, a criação do grupo reforça o papel do MDA na formulação de políticas públicas sensíveis às demandas do campo.

“A cadeia do leite é uma das mais importantes da agricultura familiar, presente em todos os estados e essencial para a segurança alimentar das comunidades rurais. Este grupo será um espaço de construção conjunta, ouvindo quem está na ponta da produção e transformando as demandas das famílias em ações concretas que garantam renda, estabilidade e valorização do produtor familiar de leite”, destacou Ziger.

Espaço de diálogo e construção coletiva

Além dos membros oficiais do MDA, o GT-Leite será um espaço aberto à colaboração de movimentos sociais, cooperativas, instituições de pesquisa, governos locais e entidades de capacitação profissional. A divulgação da lista de organizações participantes busca ampliar o diálogo e estimular novas adesões, fortalecendo a construção coletiva de políticas públicas para o setor leiteiro.

Instituições e organizações parceiras:

Embrapa Gado de Leite – Glauco Carvalho, Pesquisador
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – Guilherme Souza Dias, Assessor Técnico
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) – Fernando Pinheiro, Analista Técnico e Econômico
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) – Sandra Bonetti, Secretária de Meio Ambiente
Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (CONTRAF) – Elizandro Paulo Krajczy, Coordenador Estadual – Paraná
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – Adelar José Pretto, Dirigente
União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES Paraná) – Adair Alves, Vice-Presidente
Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) – Bruno Meireles Leite, Coordenador-Geral de Produção Animal
Câmara dos Deputados / Núcleo Agrário – Jelton Francisco Fernandes, Assessor Técnico
Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ/USP) – Rodrigo Maule, Pesquisador, e Valter Bianchini, Consultor
Representantes dos produtores rurais: Edvaldo Vasconcellos, Fábio Henrique de Barros Pimentel, Fábio Luis Cabral do Nascimento Pinto e Mateus Ferrari Ananias.

As informações são do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.


Jogo Rápido

Amanhã começa o Dairy Vision 2025, ainda da tempo de participar!
A espera está chegando ao fim! Amanhã, tem início o Dairy Vision 2025, evento que se consolidou como o principal fórum de debates sobre o futuro do setor lácteo na América Latina. Durante dois dias de programação intensa, profissionais de toda a cadeia, da indústria à produção, passando por pesquisa, inovação, marketing e varejo, estarão reunidos para compartilhar experiências, discutir desafios e identificar novas oportunidades de crescimento. O Dairy Vision 2025 trará uma grade de conteúdo cuidadosamente elaborada, com palestras de líderes nacionais e internacionais, painéis sobre as tendências mais atuais e momentos de interação estratégica que estimulam o networking e a formação de novas parcerias. Além da programação técnica, o evento é também uma oportunidade de vivenciar o ambiente de transformação e colaboração que marca o setor lácteo contemporâneo. Cada edição reforça o propósito de inspirar ações concretas e promover conexões que aceleram o avanço da cadeia do leite. Com expectativa de público recorde e presença de grandes empresas e instituições, o Dairy Vision 2025 reafirma seu papel como o evento de referência para quem quer entender — e construir — o futuro do leite. Prepare-se para dois dias de muito conteúdo, troca e inspiração. Ainda da tempo de participar, saiba mais sobre o evento aqui! (Milkpoint)

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Porto Alegre, 07 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.510


Balança comercial de lácteos: Em outubro importações avançam e se aproximam dos níveis vistos no segundo semestre de 2024

As exportações recuaram, enquanto as importações aumentaram em outubro em relação ao mês anterior, resultando em um saldo negativo. Confira!

O saldo da balança comercial de lácteos voltou a piorar neste mês. As exportações recuaram, enquanto as importações aumentaram em outubro em relação ao mês anterior, resultando em um saldo negativo de 203,7 milhões de litros em equivalente leite.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Em outubro, as exportações de lácteos totalizaram 4,4 milhões de litros em equivalente-leite, representando uma retração de 23% em relação ao mês anterior, porém seguiram em um patamar similar ao total exportado em outubro do ano passado. No entanto, no acumulado de janeiro a outubro de 2025, as exportações ainda registram queda de 26,2% em comparação com o mesmo período de 2024.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

As importações avançaram em outubro cerca de 8,2%, totalizando 208,1 milhões de litros no período. Em comparação com outubro do ano passado, o incremento foi menor, próximo de 2,3%. Já no acumulado de janeiro a outubro de 2025, as importações registraram queda de 4,1% frente ao mesmo intervalo de 2024.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT. 

Em setembro, as exportações apresentaram movimentos distintos entre os produtos:

O leite UHT, que havia registrado forte avanço no mês anterior, retraiu cerca de 67%, mas ainda se mantém em patamares normais para o período.

O soro de leite, que representa uma parcela importante do total exportado, também reduziu seu volume em aproximadamente 7% em relação a setembro deste ano.

Embora o volume ainda seja pequeno, o doce de leite se destacou pelo salto de 96% nas exportações, alcançando 40 toneladas — apesar de modesto, o resultado representa o dobro do registrado no mês anterior.

O grupo das manteigas apresentou uma leve alta de 2% nas exportações, mantendo o ritmo observado no mês passado.

Por fim, o leite condensado registrou recuo de 5%, enquanto o segmento de queijos apresentou uma queda mais expressiva, em torno de 34% frente a setembro de 2025.

Nas importações,

O leite em pó integral registrou alta de 14% em relação a setembro, enquanto o leite em pó desnatado avançou 20%, em linha com o cenário observado no mês anterior.

O soro de leite seguiu a mesma tendência, com aumento de 15%.

Assim como no mês passado, as importações de queijos recuaram 15% no volume total.

O grupo das manteigas também apresentou quedas, com retração de cerca de 59% nas importações em relação ao mês anterior.

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de setembro e outubro de 2025.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em Outubro de 2025

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em Setembro de 2025

O que podemos esperar para os próximos meses?
O descompasso entre oferta e demanda continua pressionando os preços internacionais. O último leilão do GDT registrou novas quedas, reduzindo também os preços no Mercosul, o que ajuda na competitividade da Argentina e do Uruguai. Esse cenário voltou a impulsionar as importações, repetindo o movimento do mês anterior.

De janeiro a outubro, o volume importado ainda está 4,1% abaixo do ano passado, mas a pressão de oferta no Mercosul mantém as compras externas em níveis semelhantes aos do segundo semestre de 2024. Assim, mesmo com um acumulado menor, as importações voltam a ganhar peso na reta final de 2025.

No mercado interno, a expectativa de maior produção e os preços mais baixos dos lácteos tendem a reduzir o apetite por importações. Porém, por outro lado, a forte oferta da Argentina e do Uruguai ajuda a manter o fluxo exportador desses países para o Brasil. Além disso, a volatilidade do dólar continua sendo um fator decisivo para o setor. (Milkpoint)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1892 de 06 de novembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção foi satisfatória na maioria das regiões, e as vacas em lactação apresentam condição corporal adequada. As melhores pastagens foram destinadas aos animais em produção, com complementação alimentar por meio de silagem e de ração. Houve infestações por bernes e aumento da população de moscas, o que demandou intensificação dos tratamentos. Foram relatados ataques de mutucas e de borrachudos, levando os produtores a adotar horários alternativos de pastejo para reduzir o estresse e evitar a queda no consumo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção está em queda em função da transição entre as pastagens de inverno e de verão. Os parâmetros de qualidade do leite estão apropriados, mas as restrições na dieta resultaram em leve diminuição nos teores de proteína e de gordura.

Na de Santa Maria, em função do vazio forrageiro da época, os produtores intensificaram o uso de silagem e de outros volumosos conservados para manter a produtividade dos rebanhos, que apresentaram, de modo geral, condição sanitária satisfatória.

Na de Caxias do Sul e na de Ijuí, a sanidade do rebanho está adequada, e a produção estabilizada, com bom volume.

Na de Santa Rosa, a atividade atravessa um período de reestruturação, apesar das dificuldades, os rebanhos apresentam estado sanitário apropriado. (Emater)

Final de semana com instabilidade e variação de temperatura a partir de segunda (10) no Estado

O Rio Grande do Sul vai voltar a enfrentar condições instáveis neste final de semana. O avanço de um sistema de baixa pressão pela fronteira Oeste favorece condições de chuva e ganha força com a formação de um ciclone extratropical.

As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 45/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

Sexta-feira (7/11): o deslocamento do sistema de baixa pressão provoca chuva forte em todo o Estado. Na metade Norte, há condições favoráveis a tempestades, acompanhadas de vento forte e granizo durante todo o dia. À noite, esse sistema ganha força e se transforma em um ciclone extratropical, acompanhado de chuva, aumentando a intensidade dos ventos especialmente na região Nordeste e no litoral Norte.

Sábado (8/11): pela manhã, a chuva e o vento se concentram na metade Leste, no litoral e Sul do Rio Grande do Sul. Ao longo do dia, o tempo se estabiliza, a partir do Oeste, devido à atuação de um sistema de alta pressão.

Domingo (9/11): a alta pressão mantém tempo bom em todo o território gaúcho.

Segunda-feira (10/11): segue o tempo estável no Estado, com sol entre nuvens e temperatura amena.

Terça (11/11): o céu apresenta variação de nebulosidade e a temperatura sobe.

Quarta-feira (12/11): a atuação de uma frente fria traz chuva para todo o Rio Grande do Sul.

O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (Seapi)


Jogo Rápido

ATÉ A MEIA NOITE DE HOJE: Último dia para inscrições no Prêmio Sindilat de Jornalismo é nesta sexta-feira 
Encerra nesta sexta-feira, 07/11 o prazo de inscrições para a 11ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. A premiação reconhece o papel fundamental da imprensa na divulgação de temas ligados à cadeia produtiva do leite no Estado. As inscrições devem ser feitas pelo link (https://www.sindilat.com.br/site/2025/09/01/inscricoes-abertas-para-o-11o-premio-sindilat-de-jornalismo/) e os documentos exigidos enviados para o e-mail imprensasindilat@gmail.com O prêmio contempla duas categorias: Texto e Audiovisual. Podem participar jornalistas registrados, de forma individual ou em equipe, com número ilimitado de trabalhos. Os materiais inscritos devem ter sido veiculados entre 2/11 de 2024 e 1º/11 de 2025. Os finalistas serão anunciados até 28 de novembro, e os vencedores serão revelados em dezembro, após avaliação de uma Comissão Julgadora formada por profissionais de comunicação e representantes de entidades do setor. As informações são do Sindilat/RS

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Porto Alegre, 06 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.509


Último dia para inscrições no Prêmio Sindilat de Jornalismo é nesta sexta-feira 

Encerra nesta sexta-feira, 07/11 o prazo de inscrições para a 11ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. A premiação reconhece o papel fundamental da imprensa na divulgação de temas ligados à cadeia produtiva do leite no Estado. As inscrições devem ser feitas pelo link (https://www.sindilat.com.br/site/2025/09/01/inscricoes-abertas-para-o-11o-premio-sindilat-de-jornalismo/) e os documentos exigidos enviados para o e-mail imprensasindilat@gmail.com

O prêmio contempla duas categorias: Texto e Audiovisual. Podem participar jornalistas registrados, de forma individual ou em equipe, com número ilimitado de trabalhos. Os materiais inscritos devem ter sido veiculados entre 2/11 de 2024 e 1º/11 de 2025.

Os finalistas serão anunciados até 28 de novembro, e os vencedores serão revelados em dezembro, após avaliação de uma Comissão Julgadora formada por profissionais de comunicação e representantes de entidades do setor.

As informações são do Sindilat/RS


BC mantém juros básicos em 15% ao ano pela terceira vez seguida

Taxa Selic está no maior nível em quase 20 anos

O recuo da inflação e a desaceleração da economia fizeram o Banco Central (BC) não mexer nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Taxa Selic, juros básicos da economia, em 15% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado financeiro.

Em nota, o BC informou que o ambiente externo se mantém incerto por causa da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais.

No Brasil, destacou o comunicado, a inflação continua acima da meta, apesar da desaceleração da atividade econômica, o que indica que os juros continuarão alto por bastante tempo.

“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, destacou o BC.

O Copom não descartou a possibilidade de voltar a elevar os juros “caso julgue apropriado”.

Essa é a terceira reunião seguida em que o Copom mantém os juros básicos. A taxa está no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano.

Após chegar a 10,5% ao ano em de maio do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro de 2024. A Selic chegou a 15% ao ano na reunião de julho, sendo mantida nesse nível desde então.

Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em setembro, o IPCA acelerou para 0,48%, influenciada pela conta de energia. Com o resultado, o indicador acumula alta de 5,17% em 12 meses, acima do teto da meta contínua de inflação.

No entanto, o IPCA-15 de outubro, que funciona como uma prévia da inflação oficial, veio abaixo das expectativas. O indicador desacelerou por causa dos preços dos alimentos, que caíram pelo quinto mês seguido.

Pelo novo sistema de meta contínua, em vigor desde janeiro, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.

No modelo de meta contínua, a meta passa ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em novembro de 2025, a inflação desde dezembro de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de tolerância. Em dezembro, o procedimento se repete, com apuração a partir de janeiro de 2025. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano.

No último Relatório de Política Monetária, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária diminuiu para 4,8% a previsão do IPCA para 2025, mas a estimativa pode ser revista, dependendo do comportamento do dólar e da inflação. A próxima edição do documento, que substituiu o antigo Relatório de Inflação, será divulgada no fim de dezembro.

As previsões do mercado estão mais otimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 4,55%, levemente acima acima do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 4,8%.

Crédito mais caro
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação. Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico. No último Relatório de Política Monetária, o Banco Central diminuiu de 2,1% para 2% a projeção de crescimento para a economia em 2025.

O mercado projeta crescimento um pouco melhor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2,16% do PIB em 2025.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir. (Correio do Povo)

Tetra Pak apresenta no Dairy Vision 2025 a importância da gestão da inovação para o futuro do setor lácteo

Diretor de Marketing da Tetra Pak Brasil, Danilo Zorzan, participará do principal evento de tendências e estratégia do setor

São Paulo, 6 de novembro de 2025 – A Tetra Pak Brasil, líder mundial em soluções de envase e processamento de alimentos e bebidas, participará da próxima edição do Dairy Vision 2025, que acontece nos dias 11 e 12 de novembro, na Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). O evento, promovido pelo MilkPoint Ventures, é considerado um dos mais importantes fóruns de estratégia e tendências da cadeia láctea na América Latina.

Durante o encontro, Danilo Zorzan, Diretor de Marketing da Tetra Pak Brasil, apresentará a palestra “Gestão da Inovação no Mercado de Lácteos”, que abordará como a inovação contínua tem sido essencial para sustentar a competitividade do setor diante das rápidas transformações de consumo e tecnologia.

“Nosso ambiente de negócios está cada vez mais imprevisível e complexo. As empresas que vão se perpetuar são aquelas capazes de se reinventar continuamente e em ciclos cada vez mais curtos”, antecipa Zorzan.

A Tetra Pak, que atua como uma parceira de ponta a ponta para a indústria, vem adotando uma abordagem baseada em ambidestria organizacional, combinando a otimização de negócios consolidados com a exploração de novas oportunidades. Essa visão se reflete na criação da área de Novos Negócios, dedicada a acelerar startups e desenvolver novas categorias, e na estruturação de um Centro de Inovação e uma Planta Piloto, ambos em São Paulo, voltados a testes, formulações e cocriação com clientes.

Entre os segmentos em expansão estão as bebidas com alto teor de proteína (High Protein Beverages), que combinam saudabilidade, conveniência e diferenciação, o que hoje representam uma das apostas mais promissoras do mercado.

“Inovar é antecipar movimentos e entender o consumidor antes da curva. O público busca produtos que unam bem-estar, sabor e propósito. Nosso papel é apoiar a indústria nessa jornada”, completa Zorzan.

Sobre a Tetra Pak  
Estamos aqui para tornar os alimentos seguros e disponíveis. É por isso que fornecemos sistemas avançados de produção de alimentos. Em colaboração com nossos clientes e fornecedores, impulsionados por mais de 24 mil colaboradores dedicados em todo o mundo, todos os dias protegemos os alimentos de forma sustentável para centenas de milhões de pessoas em mais de 160 países. Estamos aqui para cumprir um propósito:    Nos comprometemos a tornar os alimentos seguros e disponíveis, em todos os lugares, e prometemos proteger o que é bom: os alimentos, as pessoas e o planeta.   

Informações para a imprensa :  Néctar Comunicação Corporativa – tetrapak@nectarc.com.br 


Jogo Rápido

LACTALIS CONTINUA SEU DESENVOLVIMENTO NA OCEANIA, SUDESTE ASIÁTICO E ORIENTE MÉDIO COM AQUISIÇÃO DAS ATIVIDADES DE GRANDE CONSUMO DA FONTERRA
A Lactalis anunciou, hoje (22/08), a assinatura de um acordo para compra das operações de grande consumo, negócios integrados de Foodservice e Ingredientes da Fonterra na Oceania, Sudeste Asiático e Oriente Médio.  O negócio representa mais de 5,6 bilhões de dólares neozelandeses em vendas líquidas (mais de R$ 17,5 bilhões), inclui 16 unidades de fabricação na Austrália, Nova Zelândia, Sri Lanka,  Malásia, Indonésia e Arábia Saudita e a incorporação de 4.300 funcionários. Ficam excluídas as operações na Grande China. A aquisição abrange marcas conhecidas como Mainland, Anchor, Perfect Italiano, Western Star, Ratthi, Cheesdale, Fernleaf, Anlene, Anmum. A transação está sujeita às validações regulatórias necessárias, incluindo a aprovação dos acionistas agricultores. (Jardine Comunicação)