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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 12 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.534


Seminário vai tratar da sanidade dos rebanhos leiteiros em 2026

Os integrantes do Conselho Técnico Operacional da Pecuária Leiteira (CTOPL) do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa) do Rio Grande do Sul realizaram, na manhã desta sexta-feira (12/12), reunião na sede da entidade, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, para debater temas estratégicos da cadeia leiteira gaúcha e alinhar as ações para 2026. O encontro teve como foco a avaliação do andamento do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) e a definição de medidas voltadas ao fortalecimento da sanidade dos rebanhos.

Foi pactuada a realização de um seminário estadual para o primeiro semestre, com transmissão virtual, envolvendo o Ministério da Agricultura, a Secretaria da Agricultura, indústrias, produtores e entidades do setor, conforme o presidente do CTOPL e da Gadolando, Marcos Tang. “É de fundamental importância nos mantermos sempre alertas, sempre estarmos atualizados todos os segmentos, produtor, indústria, as autoridades competentes. Para isso trabalhamos muito na ideia das responsabilidades compartilhadas”, afirmou.

A APIL e o Sindilat/RS deverão atuar na mobilização da indústria para o seminário. “O evento precisa ser objetivo, com pauta clara e abordagem prática, de modo a garantir a adesão dos participantes e contribuir diretamente para o avanço da sanidade na cadeia produtiva”, indicou o 1º vice-presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, representante da Santa Clara.

Conforme dados da Secretaria da Agricultura, a cobertura vacinal contra brucelose está acima de 80% no rebanho de aproximadamente 1,8 milhão de cabeças de gado leiteiro. Entre os desafios, os integrantes do conselho identificam a padronização de procedimentos e a incorporação do controle sanitário como parte da produção, não como custo adicional. Além disso, apontam a ampliação das testagens, rastreabilidade e orientações aos produtores sobre o cumprimento do calendário sanitário. (SINDILAT/RS)


Show Técnico Cooperativo acontece em dezembro e deve reunir mais de dois mil produtores em Cruz Alta

Nos dias 17 e 18 de dezembro, o Campo Experimental da CCGL recebe o Show Técnico Cooperativo, com 28 cooperativas e oito estações de inovação que apontam tendências para o futuro da agriculturaO campo que ajudou a escrever parte da história da agricultura gaúcha será, mais uma vez, palco de inovação e cooperação. Nos dias 17 e 18 de dezembro, o Campo Experimental da CCGL, às margens da ERS-342, em Cruz Alta, receberá a edição 2025 do Show Técnico Cooperativo, um encontro que pretende reunir mais de duas mil pessoas, produtores, pesquisadores, técnicos e famílias, em torno de um propósito comum: compartilhar conhecimento e discutir o futuro do agro.

Promovido pela Rede Técnica Cooperativa (RTC), com a participação de 28 cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul, o evento chega a edição 2025 com a proposta de mostrar resultados de pesquisa transformados em soluções práticas para o campo. Serão dois dias de imersão técnica em um dos espaços de pesquisa mais tradicionais do país, um local que, desde 1971, serve como vitrine para a inovação agrícola e símbolo do cooperativismo gaúcho.

"Estamos preparando uma entrega técnica de alto nível para todos os participantes. Tudo aquilo que pesquisamos, testamos e validamos será apresentado no Show Técnico. Compartilhar conhecimento é a nossa missão”, destaca Geomar Corassa, gerente de Pesquisa da RTC/CCGL.

Ao longo do evento, os participantes percorrerão oito estações técnicas, conduzidas por pesquisadores e especialistas. As temáticas passam por tecnologias digitais, como a plataforma SmartCoop, que vem ampliando o acesso à informação e à gestão de dados nas propriedades, Planejamento forrageiro, Manejo de doenças, Manejo de insetos praga, Qualidade do solo, Clima e sistemas de produção, Gestão e Irrigação e Manejo de Plantas daninhas

Mais do que demonstrar novas práticas, cada estação será um espaço de diálogo e troca, no qual a pesquisa se junta a realidade do campo.

O Show Técnico Cooperativo também vai ser mais uma vez, um ponto de encontro de gerações. Além da programação técnica, o evento contará com espaço kids, reforçando o papel social e comunitário das cooperativas. A entrada é gratuita através das cooperativas e mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, que será destinado à entidades assistenciais.

“A ideia é que o produtor venha com a família e viva o espírito cooperativista em sua forma mais completa”, reforça Geomar.

Mais do que um evento técnico, o Show Técnico Cooperativo é uma celebração da força do cooperativismo gaúcho e da capacidade de inovação do campo. No mesmo solo onde a Fundacep iniciou sua trajetória de pesquisa há mais de meio século, o agronegócio do futuro continua a ser desenhado: com tecnologia, sustentabilidade e, acima de tudo, cooperação. (ASCOM CCGL)

Emater/RS: Informativo Conjuntural 1897 de 11 de dezembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

A condição corporal e sanitária dos animais está adequada durante o período. Entretanto, o desenvolvimento das pastagens continua prejudicado pela baixa umidade do solo, o que tem levado muitos produtores a intensificar o fornecimento de alimento no cocho. O uso de concentrados e de volumosos conservados tem sido fundamental para manter o desempenho produtivo dos animais diante da limitada oferta de forragem, fato que acarreta em elevação dos custos de produção. Mesmo com esse cenário, a Contagem de Células Somáticas (CCS), e a Contagem Padrão em Placas (CPP) seguem dentro dos limites estabelecidos pelo MAPA. Para mitigar o estresse térmico causado pelas altas temperaturas, foi necessário adotar manejos adicionais nas propriedades.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a sequência de três semanas sem chuvas, associada às temperaturas elevadas, tem impactado diretamente a produção. A alimentação das matrizes ficou limitada à reduzida oferta de forrageiras nativas, o que exigiu maior uso de feno e de ração para suprir a demanda nutricional. 

Na de Caxias do Sul, a produtividade está estável. Em função das temperaturas elevadas, alguns produtores acionaram ventiladores nos estábulos e nas salas de ordenha, especialmente nas áreas com menor disponibilidade de sombra.

Na de Erechim, os animais apresentaram condições de conforto térmico, apesar da elevação das temperaturas. 

Na de Frederico Westphalen, as temperaturas elevadas dos últimos dias interferiram negativamente no desempenho dos rebanhos, sobretudo em piquetes sem oferta adequada de sombra. O calor excessivo tem levado à estabilização ou mesmo à redução da produção em função do estresse térmico e da menor eficiência de pastejo ao longo do dia.

Na de Ijuí, a produção sofreu leve declínio. O principal fator limitante foi a temperatura elevada em todo o período, que restringiu o pastejo dos animais aos horários mais frescos do dia, sendo necessária a suplementação alimentar. Nos sistemas confinados, o uso de água para auxiliar na dissipação do calor dos animais foi intensificado no momento da alimentação. 

Na de Passo Fundo, o rebanho apresenta estado nutricional e escore corporal adequados. A oferta de leite ficou regular ao longo do período. 

Na de Pelotas, em diversos municípios, a falta de chuvas comprometeu a produção devido à limitada oferta de forragem. Ainda assim, o uso de concentrados e silagem na alimentação dos animais permitiu manter o escore corporal em níveis apropriados. 

Na de Santa Maria, devido à menor disponibilidade de forragem, foi necessário aumentar a suplementação alimentar, o que eleva os custos de produção. Além disso, em razão da redução do teor de proteína e do aumento da fibra nas pastagens, o ganho de peso dos animais ficou comprometido.

Na de Santa Rosa, os dias ensolarados e as temperaturas elevadas levaram os animais a buscar áreas de sombra e a reduzir o tempo de pastejo como forma de minimizar o estresse térmico. Os criadores relataram queda de até 18% na produção diária, reflexo direto da menor ingestão de forragem durante os períodos mais quentes do dia. (Emater/RS)


Jogo Rápido
Previsão é de sol e de chuvas isoladas para a próxima semana
A previsão do tempo é de um período marcado por sol, variação de nebulosidade e chuvas isoladas. O início da segunda quinzena de dezembro deve ser de chuvas associadas à aproximação de uma frente fria que pode avançar pelo Estado, criando um ambiente mais favorável ao desenvolvimento das culturas. As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 50/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Sexta-feira (12/12): o aumento da nebulosidade no Norte do RS pode ocasionar chuva no Norte e na região de Rosário do Sul e Bagé. As temperaturas máximas na metade Norte ficarão entre 22 °C a 24 °C. Na metade Sul entre 28 °C a 32 °C. Sábado (13/12): um sistema de baixa pressão deve atuar sobre o Estado, aumentando a nebulosidade ao longo do dia e possibilitando a ocorrência de pancadas isoladas de chuva em todas as regiões. As temperaturas máximas devem chegar entre 32 °C no Sul e 25 °C no Norte. Domingo (14/12): o sol deve predominar em todo o território gaúcho. Há chance de pancadas isoladas ao longo do dia devido ao aquecimento diurno. As temperaturas máximas devem atingir até 35 °C no Oeste, Centro e Região Metropolitana, e no Nordeste e Sudeste em torno de 29 °C. Segunda (15/12): a passagem de uma frente fria pode provocar chuva principalmente na metade Oeste e Sul do Estado. As temperaturas máximas podem chegar a 32 °C na Região Metropolitana, Nordeste e Litoral Norte. Nas demais regiões em torno de 28 °C. Terça (16/12): uma massa de ar frio e seco deve estabilizar a atmosfera, e o dia deve ser ensolarado com pouca nebulosidade e com temperaturas mínimas de 16 °C e máximas de 26 °C a 30 °C. Quarta-feira (17/12): o sol deve predominar novamente, com poucas nuvens. As temperaturas entram em elevação em todo o Estado, alcançando 35 °C na Fronteira Oeste e de 29 °C no Nordeste e no Litoral Norte. O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.


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Porto Alegre, 10 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.532


IBGE: Trimestrais da pecuária - Aquisição de leite teve alta de 10,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior

No 3º trimestre de 2025, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (Federal, Estadual ou Municipal) foi de 7,01 bilhões de litros, acréscimo de 10,2% em relação ao 3° trimestre de 2024. Essa marca estabeleceu recorde da série histórica, iniciada em 1997, superando o volume alcançado  nas aquisições do quarto trimestre de 2020. Em relação ao 2º trimestre de 2025, a variação nas aquisições também foi positiva, na ordem de 7,9%.

No Gráfico I.11 é possível perceber um comportamento cíclico no setor leiteiro, em que os 3º trimestres frequentemente superam os primeiros trimestres do ano, numa tendência de recuperação que culmina no quarto trimestre. O mês de maior captação, dentro do período, foi agosto, no qual foram  contabilizados 2,37 bilhões de litros de leite.

A Região Sul apresentou a maior proporção na captação de leite cru, com 43,0% do total, seguida pelas Regiões Sudeste (35,1%), Centro-Oeste (9,9%), Nordeste (9,0%) e Norte (3,0%). No comparativo do 3º trimestre de 2025 com o mesmo período em 2024, o acréscimo de mais de 650,67 milhões de litros de leite captados, em nível nacional, é proveniente de aumento de aquisição registrado em 23 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Em nível de Unidades da Federação, os acréscimos mais relevantes ocorreram no Paraná (+106,39 milhões de litros), Rio Grande do Sul (+102,25 milhões de litros) e São Paulo (+83,82 milhões de litros) (Gráfico I.12).

O preço líquido médio do litro de leite pago ao produtor no 3º trimestre de 2025 foi de R$ 2,57, valor 8,2% menor do que o praticado no trimestre equivalente do ano anterior. Em comparação ao preço médio auferido no 2° trimestre de 2025, houve decréscimo de 6,6% (Gráfico I.13). 

Ao longo do terceiro trimestre, assim como observado no trimestre anterior, o preço do leite veio performando queda, obtendo uma média de R$ 2,65 em julho, R$ 2,58 em agosto e R$ 2,50 em setembro. 

Segundo o IPCA, o item “Leites e derivados” teve aumento de 1,95% no acumulado de janeiro a setembro de 2025, inferior ao índice geral de 3,64% no mesmo período. Dos oito subitens desta lista, as maiores variações no período foram verificadas no leite em pó (+6,47%), no leite condensado (+5,87%) e em iogurte e bebidas lácteas (+5,27%). A maior parte da captação de leite pelos laticínios brasileiros foi realizada por estabelecimentos de grande porte, que receberam mais de 150 mil litros de leite/dia (6,5% do total de estabelecimentos) e foram responsáveis por 69,7 % do volume de leite cru captado no 3º trimestre de 2025 (Tabela I.13).

No 3º trimestre de 2025, participaram da Pesquisa Trimestral do Leite 1 965 estabelecimentos, sendo 645 (32,8%) registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), 847 (43,1%) nos Serviços de Inspeção Estadual (SIE) e 473 (24,1%) nos Serviços de Inspeção  Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 87,8%, 10,4% e 1,8% do total de leite  captado. O Amapá foi a única Unidade da Federação a não participar da pesquisa, por não  apresentar estabelecimento elegível ao universo investigado.

FONTE: Indicadores IBGE - Estatística da Produção Pecuária - jul.-set. 2025 - Publicado em 10/12/2025


RAR verticaliza operação na cadeia produtiva de alimentos e bebidas

Ao recapitular a história da RAR Agro & Indústria em uma das apresentações do Fórum Econômico, o presidente-executivo da empresa, Sergio Barbosa, contou como o controle de qualidade em toda a cadeia produtiva tornou a RAR uma das líderes no mercado de produtos alimentícios. A produção de maçãs, vinhos e queijos se destaca no portfólio reconhecido por combinar tradição, inovação e sustentabilidade.A empresa – que leva as iniciais do fundador Raul Anselmo Randon – iniciou as atividades em 1979 com a produção de maçãs em Vacaria. A iniciativa marcava a entrada no setor agropecuário de um dos fundadores das Empresas Randon, a maior produtora de reboques da América Latina. Naquele ano, o governo federal oferecia incentivos fiscais para o cultivo de maçãs, uma vez que o País dependia fortemente de importações desses gêneros alimentícios.Hoje, a RAR é a terceira maior produtora de maçãs do Brasil, colhendo cerca de 80 mil toneladas por ano em um pomar de 1.500 hectares. Em torno de 20% das frutas são exportadas. A receita de 2024 do grupo RAR girou em torno de R$ 505 milhões.

"A coleta das maçãs é feita de forma manual. Cerca de 20 mil pessoas vão à Vacaria na época da coleta das maçãs. Já existem projetos para fazer a colheita automatizada, mas ainda são muito embrionários", observou Barbosa.

Após o sucesso na fruticultura, o fundador da RAR ingressou no mercado de laticínios. Em 1992, Randon importou 140 vacas holandesas prenhas dos Estados Unidos, que deram origem ao plantel atual de 1.500 animais. Hoje a empresa é a maior produtora de leite do Rio Grande do Sul, com uma média de 17,5 milhões de litros ao ano.

O leite serviu de matéria-prima para a produção do primeiro queijo tipo grana produzido fora da Itália, o Gran Formaggio. As primeiras formas saíram em 1996 e, hoje, a fábrica também produz parmesão e outros tipos de lácteos. São cerca de 1.380 toneladas de Gran Formaggio e 660 toneladas de parmesão ao ano.

"Para fazer uma forma de queijo (Gran Formaggio) de 40 quilos, são necessários 500 litros de leite. Temos duas câmaras (para armazenar os queijos) com quase 33 mil formas. São câmaras climatizadas, com controle da temperatura e umidade", contabilizou o presidente-executivo da RAR.

Finalmente, a empresa começou o cultivo de algumas variedades de uvas, o que abriu caminho para a entrada no mercado de vinhos e espumantes. Alguns dos sucessos da marca foram desenvolvidos a pedido de Raul Randon em datas comemorativas. Por exemplo, entre 1999 e 2002, o fundador da empresa conduziu a produção do vinho Reserva de Família, como uma celebração das bodas de ouro do seu casamento com Nilva Randon.

"Aí começou a paixão do seu Raul pelos vinhos. Em seguida, ele foi para as uvas brancas, destilados, sidras. Tudo para comemorar os bons momentos da vida", relembrou Barbosa. Hoje a RAR tem um portfólio com dezenas de vinhos, espumantes, cidras e grappas com diversos prêmios nacionais e internacionais.

Um dos diferenciais dos produtos da RAR Agro & Indústria é o controle de qualidade desde a produção dos próprios insumos até o produto final. Além disso, o acompanhamento de toda a cadeia produtiva permite que a empresa tenha cuidados com o meio ambiente, bem-estar animal e ambiente de trabalho. Graças às boas práticas nessas áreas, a RAR recebeu os selos Fair Food pelo tratamento adequado aos animais, Global G.A.P pelas práticas sustentáveis na agricultura e Eu Reciclo pelo compromisso com a reutilização de materiais recicláveis. (Jornal do Comércio)

Mulheres que bebem lácteos líquidos têm menos fraturas, mostra análise

Uma das maiores coortes sobre saúde óssea em mulheres revela que o consumo regular de lácteos líquidos reduz o risco de fraturas totais e osteoporóticas 

O consumo regular de lácteos líquidos voltou ao centro do debate científico após um estudo de grande escala indicar que esses produtos podem reduzir de maneira significativa o risco de fraturas em mulheres adultas.

A pesquisa, conduzida pela Fundação Iberoamericana de Nutrição (FINUT) e publicada no European Journal of Nutrition, acompanhou ao longo de 25 anos mais de 14 mil mulheres finlandesas, oferecendo uma das análises mais sólidas já realizadas sobre saúde óssea e dieta.

Segundo a FINUT, o objetivo principal foi esclarecer o impacto de diferentes tipos de lácteos sobre a incidência de fraturas, um problema crescente de saúde pública. Estimativas globais apontam que cerca de nove milhões de pessoas sofrem fraturas anualmente, muitas relacionadas à osteoporose. Com o avanço do envelhecimento populacional, a incidência dessas lesões aumentou mais de 33% nas últimas três décadas — um dado que preocupa especialistas e pressiona sistemas de saúde.

A coorte analisada incluiu 14.220 mulheres com idade média inicial de 52 anos. Ao longo do acompanhamento, as participantes responderam questionários detalhados sobre saúde geral, estilo de vida e frequência de consumo de diferentes lácteos. O total de observação superou 245 mil pessoas-ano, oferecendo um panorama robusto sobre padrões alimentares e risco de fraturas. Durante o período, 4.358 mulheres sofreram algum tipo de fratura. A mortalidade geral foi de 22,7%.

Os resultados chamaram atenção dos pesquisadores: mulheres que não consumiam lácteos líquidos — como leite, leite fermentado e iogurte — apresentaram maior risco de fraturas totais e osteoporóticas. Já aquelas que mantinham ingestão regular desses produtos mostraram redução significativa nesse risco. A FINUT destaca que essa diferença reforça a hipótese de um “efeito limiar” do cálcio, no qual mesmo quantidades moderadas já seriam suficientes para exercer impacto protetor sobre a estrutura óssea.

O estudo também explorou distinções entre diferentes categorias de lácteos. Enquanto os lácteos líquidos demonstraram associação clara com menor risco de fraturas totais e osteoporóticas, o queijo apresentou efeito específico: um consumo elevado foi associado à redução do risco de fratura de quadril, mas não das demais fraturas avaliadas. De acordo com os autores, essa diferença pode estar relacionada ao perfil nutricional do queijo, que concentra proteínas, sódio e compostos bioativos como probióticos, prebióticos e vitamina K. A diversidade de tipos e processos de maturação também dificulta comparações diretas entre estudos.

Outro ponto abordado pela pesquisa é a complexidade da fratura de quadril, cuja ocorrência — mais rara na amostra estudada — dificulta a identificação de relações estatísticas robustas com a ingestão de lácteos líquidos. Ainda assim, os autores destacam que os benefícios observados sobre fraturas vertebrais e outras fraturas osteoporóticas são consistentes e alinhados com o que se conhece sobre o papel do cálcio e das proteínas de alta biodisponibilidade na manutenção do tecido ósseo.

Para a FINUT, o principal recado do estudo é claro: mulheres que não consomem lácteos apresentam maior risco de fraturas ao longo da vida. Assim, incentivar o consumo de lácteos líquidos pode ser uma estratégia eficaz de saúde pública, especialmente em países onde a população idosa cresce rapidamente. Além do potencial impacto sobre a qualidade de vida, estudos econômicos sugerem que reduzir a incidência de fraturas pode aliviar custos substanciais sobre os sistemas de saúde.

Embora os dados tenham sido coletados em uma população finlandesa, com características dietéticas e climáticas próprias, os pesquisadores destacam que a robustez metodológica — incluindo longa duração e validação médica das fraturas — dá força às conclusões e amplia sua aplicabilidade a outros contextos.

A FINUT conclui que promover a ingestão moderada de lácteos líquidos deve ser considerado nas diretrizes nutricionais voltadas ao envelhecimento saudável, reforçando que o hábito pode oferecer proteção significativa contra fraturas debilitantes na vida adulta.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Infobae


Jogo Rápido
SOJA/CEPEA: Negócios iniciam dezembro em ritmo lento; produtor segue atento ao clima
Levantamento do Cepea mostra que as negociações envolvendo soja e derivados estão em ritmo lento neste começo de dezembro, limitadas pela disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores. Segundo o Centro de Pesquisas, enquanto boa parte dos consumidores está abastecida e à espera de queda nas cotações, muitos produtores se mostram capitalizados e pouco dispostos a ofertar novos lotes no spot. Esses sojicultores estão focados nas atividades de campo e preocupados com possíveis perdas de produtividade, especialmente em regiões que enfrentam déficit hídrico. Inclusive, colaboradores consultados pelo Cepea acreditam ser pouco provável que a safra 2025/26 alcance as 177 milhões de toneladas previstas pela Conab. Fonte: Cepea


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Porto Alegre, 09 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.531


As principais tendências para o setor lácteo em 2026

Funcionalidade, indulgência consciente e transparência: descubra como esses conceitos vão definir o futuro dos lácteos em 2026.

Todo fim de ano, eu faço um mapeamento das tendências para o próximo ano a partir de uma análise integrada de diferentes fontes de informação, como revistas especializadas, relatórios de institutos de pesquisa governamentais e privados, além de conteúdos de plataformas e portais reconhecidos pela expertise em consumo e mercado alimentar. Este ano não foi diferente. Com esse panorama em mãos, compartilho as tendências que, na minha visão, devem marcar 2026.

Mas antes é preciso recordar o ano de 2025. Este ano foi marcado por um grande paradoxo no varejo alimentar, especialmente para bens de consumo de alto giro. Indicadores macroeconômicos tradicionalmente favoráveis, como o baixo desemprego e a inflação relativamente controlada, não se traduziram em aumento de volume de vendas, que caiu mês após mês. Essa queda no volume foi atribuída à grande cautela do consumidor, ao endividamento da população e, adicionalmente, a um ano mais frio do que o anterior, que impactou categorias de compra por impulso e sazonais. No Brasil, o calor impulsiona o consumo de categorias que geram muito tráfego no varejo, como as bebidas, por exemplo. Assim, um ano mais frio significa um ano com menos vendas dessas categorias.

Embora o valor total das vendas no varejo tenha crescido devido à inflação, o tíquete médio que o consumidor dispende em cada compra aumentou mais do que a inflação. Isso ocorreu principalmente pela mudança no mix de produtos, com buscas por premiumização, mas de forma seletiva. Itens que são unitariamente mais caros, como carnes, por exemplo, ganharam peso na cesta, enquanto itens mais baratos diminuíram sua proporção.

Essa cautela seletiva resultou em uma migração de consumo, onde categorias historicamente ligadas à indulgência tradicional (como chocolates e biscoitos) caíram, mas as categorias focadas em saúde, equilíbrio e performance cresceram muito, demonstrando que a indulgência se expandiu para um conceito mais amplo ligado ao autocuidado cresceram muito, demonstrando que a indulgência se expandiu para um conceito mais amplo ligado ao autocuidado.

Para 2026, a expectativa é que essas dinâmicas se consolidem e se acelerem, moldadas por uma busca contínua por valor, saúde e experiências autênticas. 

1. Funcionalidade elevada: A saúde continua sendo a principal prioridade para os consumidores. A mentalidade de se alimentar melhor e de forma mais saudável está se estabelecendo. A busca por benefícios preventivos e soluções específicas exige que a funcionalidade seja a base dos produtos lácteos. Uma novidade é que agora, o conceito de saúde se expande para o bem-estar integral, em uma visão mais holística, incluindo energia, sono, humor, estresse e saúde mental. Em um contexto de envelhecimento populacional e aumento dos casos de ansiedade e estresse, cresce a atenção à saúde mental como parte da alimentação funcional. Ingredientes como magnésio, triptofano e compostos bioativos ganham espaço, assim como o interesse por alimentos que promovam relaxamento, sono e equilíbrio emocional. O cenário é promissor para os lácteos funcionais, com avanço em fortificação de vitaminas e minerais, inclusão de probióticos voltados à saúde intestinal e desenvolvimento de compostos que apoiam funções como cognição e imunidade. Nesse contexto, o iogurte se destaca como uma das plataformas mais fortes para capturar esse movimento: além de ser versátil e amplamente aceito, é percebido como um alimento de impacto direto no bem-estar digestivo, e esse entendimento é global. Na China, por exemplo, 56% dos consumidores afirmam que o iogurte é um dos alimentos que mais auxilia a saúde intestinal, reforçando a oportunidade de posicioná-lo como veículo natural para benefícios funcionais e propostas de alto valor agregado. Com o aumento da familiaridade dos consumidores com o termo “alimento ultraprocessado”, cresce a busca por produtos percebidos como mais naturais, com baixo teor de açúcar e com o mínimo possível de processamento. Esse movimento fortalece categorias que conseguem entregar conveniência sem abrir mão da “limpeza” do rótulo. A tendência se evidencia no boom das opções zero açúcar: um comportamento já observado em 2025, quando, por exemplo, as vendas de energéticos zero açúcar cresceram 56%, segundo a Scanntech. Outro item que merece destaque é a proteína. Desde 2012 repito que a proteína seria a tendência da década. O curioso é perceber que, mais de dez anos depois, ela continua sendo, o que só reforça sua força como pilar do consumo moderno. Nunca se viu tantos lançamentos de produtos ricos em proteína. Pesquisa do IFF (2025) mostra que, pelo terceiro ano seguido, o consumo de alta proteína é a dieta mais seguida pelos americanos (23% da população em 2025). Como acontece com toda novidade que vira realmente tendência, o mercado de produtos proteicos, ou “proteinados”, saiu das lojas especializadas e se consolidou como mainstream nos corredores dos supermercados, tendo mais do que dobrado as vendas em 2025 (Scanntech, 2025). A ascensão de medicamentos inibidores de apetite (GLP-1s) reforça a oportunidade para lácteos fornecerem opções compactas e densas em nutrientes, especialmente com alto teor de proteína, para gerenciar o apetite reduzido e promover saciedade.

2. Indulgência consciente: Os consumidores estão buscando ativamente "nutrição emocional" por meio de indulgência, nostalgia e prazer, e não querem mais escolher entre saúde e felicidade. Eles esperam que os lácteos entreguem ambos, buscando uma harmonia prazerosa. Essa demanda por experiências ricas, indulgentes e, ao mesmo tempo, guilt-free impulsiona a inovação. Um exemplo concreto dessa busca por indulgência sem culpa é o "morango do amor", um doce que viralizou combinando frutas com iogurte e chocolate, oferecendo um tratamento doce com um toque nutritivo. Para o setor lácteo, isso significa oferecer produtos que equilibram sabor e saúde, como iogurtes de alta proteína e queijos que servem como snacks premium e ao mesmo tempo como melhoradores de humor. É isso mesmo, a ciência mostra que o consumo de queijo pode melhorar o humor e uma pesquisa recente identificou que 45% dos consumidores na China já comem queijo para melhorar o humor. A inovação de sabor é crucial, impulsionada pela Geração Z e Millennials que buscam perfis novos e distintos. O pistache, por exemplo, é um sabor que veio para ficar. Apesar do boom dos últimos anos, o sabor ainda está em franco crescimento na Europa em iogurtes e sobremesas, oferecendo um perfil rico, textura cremosa e ainda sendo fonte de proteína e fibra, se alinhando bem a essa tendência de indulgência consciente. Embora os sabores clássicos forneçam conforto, há espaço para sabores ousados e edições limitadas, como queijos com especiarias exóticas. A nostalgia também é uma forte alavanca, com o resgate de produtos e campanhas clássicas para se reconectar com o passado e unir gerações.

3. Transparência regenerativa: A crise ambiental é uma preocupação quase unânime, com 80% dos consumidores acreditando em uma catástrofe ecológica se os hábitos não mudarem. Nesse cenário, ocorre uma mudança profunda na relação entre consumidores e marcas: sustentabilidade deixou de ser um diferencial (green premium) e tornou-se uma expectativa básica. As pessoas não querem pagar mais por práticas ambientalmente éticas. Elas esperam que as empresas já operem de forma responsável e tornem mais fácil "fazer o bem". Isso transforma sustentabilidade em “higiene operacional”: algo que deve estar incorporado ao funcionamento do negócio, e não apenas à narrativa publicitária. Com isso, cresce a exigência por transparência na cadeia produtiva e por rastreabilidade, permitindo que o consumidor entenda a origem do leite, o manejo dos animais no campo e o impacto ambiental real da produção. A indústria láctea precisa avançar do discurso de “reduzir danos” para a lógica da regeneração, que busca restaurar ecossistemas, melhorar o solo, fortalecer a biodiversidade e promover práticas agrícolas que devolvam mais do que retiram. Nesse contexto, o bem-estar animal emerge como o critério mais relevante na decisão de compra de lácteos, superando, inclusive, a rotulagem de carbono e tornando-se um ponto sensível de confiança. Há ainda um fator crucial: o consumidor confia mais nas informações vindas do produtor do que nas das grandes corporações. Isso cria uma janela estratégica para o produtor brasileiro mostrar seu dia a dia, evidenciar manejo, práticas de bem-estar animal e ações regenerativas, fortalecendo o vínculo direto com o público e a percepção de autenticidade. Paralelamente, pesquisas como as da Ipsos indicam que uma parcela crescente de consumidores questiona se a globalização, de fato, traz benefícios, o que tem impulsionado a valorização do local, do regional e do autêntico. Essa mudança reforça o apelo do terroir, especialmente em categorias como os queijos artesanais, onde a história, a região e a identidade produtiva agregam significado e justificam escolhas mais intencionais. Apesar dessa forte orientação por valores socioambientais, o preço continua sendo determinante em um contexto de renda pressionada. Assim, o desafio do setor lácteo em 2026 é equilibrar custo, propósito e transparência: tornar práticas sustentáveis parte natural da operação, comunicar com clareza e produzir de forma regenerativa, sem repassar todo o impacto econômico ao consumidor.

4. Consumo seletivo: O alto custo de vida e a cautela do consumidor levam à intensificação dos movimentos de trade down e trade up seletivos. Trade Down: acontece em categorias básicas onde há pouca diferenciação percebida, com consumidores migrando para opções mais econômicas. Exemplos incluem leite UHT, que já está comoditizado, e creme de leite. Trade Up: ocorre em categorias que se relacionam com nutrição, performance, estética, saúde e prazer consciente. O consumidor está disposto a pagar mais por produtos premium em categorias que percebe um valor agregado significativo, como a bebida láctea com alto teor de proteína.

5. Lácteos do futuro: No desenvolvimento de produtos, a inovação high tech avança em duas frentes principais: nutrição híbrida e alternativas de menor impacto ambiental. Uma das grandes novidades é a fermentação de precisão e agricultura celular: estas tecnologias estão na vanguarda da inovação, produzindo proteínas lácteas reais (caseína e whey) sem o uso de animais. Grandes investimentos têm sido feitos neste sentido visando à redução do impacto ambiental. Dados da UnReal Milk da Brown Foods indicam que há redução das emissões de carbono em 82% em comparação com o leite convencional.

Para finalizar, as tendências indicam que 2026 será um ano para o setor lácteo focar na inovação com propósito. O sucesso dependerá da capacidade de oferecer produtos que sejam saborosos, nutritivos e que se alinhem aos valores do consumidor. O setor deve usar o leite, um produto naturalmente nobre, como porta-voz do território, da saúde e dos valores familiares em um mundo que busca reconexão e confiança. O desafio é encontrar o equilíbrio entre a necessidade de manter o preço acessível para a maior parte da população brasileira e as exigências de sustentabilidade e inovação para nichos de mercado. Em última análise, o setor de lácteos deve se posicionar como um aliado do bem-estar em todas as fases da vida, oferecendo um produto que seja saboroso, acessível, sustentável e conveniente. (Milkpoint adaptado pelo Sindilat/RS)


Conseleite Minas Gerais
 

As informações são do Conseleite MG

Nutrição esportiva: Músculos e… doce de leite? A tendência que cresceu nas academias

Consumido com estratégia, o doce de leite virou aliado de quem busca energia rápida para treinos intensos, segundo nutricionistas que acompanham o movimento nas academias.

O doce de leite deixou de ser apenas um prazer da mesa brasileira para assumir um papel improvável nas academias.

A mudança, apontam nutricionistas esportivos ouvidos por eDairyNews Brasil, não aconteceu por acaso: o tradicional doce ganhou espaço como uma fonte rápida de energia para quem treina forte e precisa de reposição imediata de glicogênio.

Durante décadas, o doce de leite carregou a fama de inimigo das dietas, principalmente pela combinação de açúcar e gordura. Mas especialistas explicam que rotular alimentos de forma permanente costuma ser um erro — e que o contexto alimentar pesa mais do que o alimento isolado. No caso desse clássico da confeitaria nacional, o segredo está justamente no uso pontual e estratégico, algo que muitos praticantes de musculação vêm adotando com naturalidade.

O argumento técnico por trás dessa tendência se apoia no papel essencial dos carboidratos no desempenho físico. O doce de leite é rico nesse nutriente, responsável por reabastecer o glicogênio muscular — combustível usado nos treinos de força, séries mais longas ou exercícios de alta intensidade. Profissionais de nutrição esportiva relatam que a energia liberada é rápida, o que ajuda a manter o rendimento, reduzir a fadiga e acelerar processos de recuperação quando consumido no pré ou no pós-treino.

Além da função energética, há um fator bem brasileiro influenciando a escolha: a praticidade. Ao contrário de suplementos esportivos, geralmente mais caros e nem sempre disponíveis fora das lojas especializadas, o doce de leite é acessível, está presente na rotina de consumo de grande parte da população e se encaixa facilmente em lanches rápidos. Para quem treina cedo, trabalha em horário apertado ou busca opções simples, isso vira diferencial.

Nutricionistas, contudo, fazem questão de reforçar que a tendência não significa liberação geral. Exageros podem aumentar o acúmulo de gordura corporal e atrapalhar metas de composição física. O uso recomendado é pontual, sempre dentro de uma dieta equilibrada que inclua proteínas de qualidade, vitaminas, minerais e fibras. O doce, destacam, não ocupa o lugar de alimentos com função construtiva, como carnes, ovos, iogurtes ou suplementos proteicos.

A regra apresentada pelos especialistas é clara: o doce de leite pode ser um aliado eventual, mas não deve virar protagonista. A escolha faz sentido apenas em situações específicas, como antes de treinos de força mais pesados, ou logo após sessões que exigiram muita energia. Para quem busca ganho de massa muscular, a combinação ideal envolve carboidratos de rápida absorção e proteínas, garantindo que o corpo tenha tanto energia quanto material para reconstruir fibras.

Relatos colhidos por profissionais também revelam outro motivo para a crescente adesão: o fator emocional. Inserir um alimento afetivo na rotina de treinos ajuda muitas pessoas a manterem constância e prazer na alimentação. Um pequeno porção de doce de leite antes de um treino pode ter impacto positivo na experiência geral, algo que especialistas em comportamento alimentar destacam como parte importante de qualquer dieta sustentável.

Nas academias, instrutores relatam que o tema vem surgindo com mais frequência em conversas informais. Alguns alunos carregam potinhos individuais na mochila e usam como “tiro curto” de energia. Outros preferem consumi-lo após a atividade, junto com uma fonte proteica. A popularidade também cresce nas redes sociais, onde influenciadores de nutrição esportiva mencionam o doce como opção acessível e de sabor familiar.

A febre, porém, não elimina a necessidade de orientação. Profissionais consultados reforçam que cada treino e cada organismo têm demandas diferentes. Quem treina para performance, quem busca emagrecimento e quem está no início da vida ativa têm necessidades nutricionais distintas. Por isso, inserir o doce de leite com propósito — e não por impulso — é a linha que separa benefício de prejuízo.

No fim das contas, a ascensão do doce de leite como aliado de treino reflete um movimento maior no universo das dietas: a busca por equilíbrio, flexibilidade e escolhas realistas. Se consumido no momento certo, na quantidade adequada e dentro de uma rotina alimentar organizada, ele pode sim colaborar com desempenho e motivação. E, para muitos brasileiros, nada mais motivador do que unir sabor, tradição e treino — sem culpa e com consciência.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de JETSS


Jogo Rápido
Milho/Cepea: Maior interesse comprador e retração vendedora mantêm preços em alta
Os preços do milho seguiram em alta no mercado interno na última semana, com o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximando dos R$ 70/saca de 60 kg, patamar nominal verificado pela última vez em maio/25. Segundo levantamento do Cepea, o impulso veio sobretudo do maior interesse de compradores somado à retração de vendedores. Produtores estão focados na semeadura e atentos ao desenvolvimento da safra. Em algumas regiões, conforme o Centro de Pesquisas, agricultores estão preocupados com o clima quente e, em outras, com os impactos das chuvas de meados de novembro. Nesse contexto, agentes limitam os lotes disponibilizados no spot, à espera de novas valorizações. Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea explicam que compradores buscam recompor os estoques para o final do ano e início do próximo, mas esbarram nos maiores preços pedidos por vendedores. Alguns compradores seguem afastados do spot, à espera de queda nas cotações, fundamentados na aproximação da colheita da safra verão, que deve levar produtores a liberar armazéns e/ou fazer caixa, no maior excedente interno e nas exportações em ritmo abaixo do esperado. (CEPEA)


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Porto Alegre, 08 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.530


7 chaves para o forte crescimento da produção global de leite em 2025

A Europa, o Reino Unido e os EUA estão liderando uma recuperação da produção que está gerando excesso de oferta e pressão de baixa sobre os preços.O ano de 2025 marcou uma mudança inesperada no mercado global de laticínios: a produção de leite de vaca cresceu a um ritmo mais acelerado do que a capacidade de absorver a demanda internacional. Com aumentos simultâneos na Europa, no Reino Unido e nos Estados Unidos, o excesso de oferta surge como um dos desafios mais significativos para 2026.
No Reino Unido, a produção atingiu níveis extraordinários, com um aumento anual de 6%. Esse crescimento se explica pelas margens de lucro excepcionais, com preços do leite acima da média e ração mais barata do que nos anos anteriores. Esse contexto incentivou os produtores a expandirem suas fazendas, aumentarem o número de vacas e prolongarem os períodos de lactação.Segundo estimativas da StoneX, essa dinâmica faz parte de um fenômeno global que combina condições de produção favoráveis com demanda estagnada, o que exerce pressão para baixo sobre os preços no curto e médio prazo.Europa: recuperação após a doença da língua azul
A União Europeia, que responde por quase metade da produção mundial entre os principais exportadores, está a registar uma forte recuperação após a queda provocada pela epidemia do vírus da língua azul em 2024. A recuperação das taxas de natalidade e a melhoria das margens explicam o crescimento observado em 2025.O Eurostat reporta um aumento homólogo de 6% em setembro, com a Alemanha a contribuir com mais 120 milhões de litros (+4,9%), a França com 104 milhões (+5,9%), os Países Baixos com 71 milhões (+6,9%) e a Polónia com 47 milhões, impulsionados por boas margens.

Ainda assim, a sustentabilidade do crescimento é incerta com a chegada do inverno e considerando os sinais de enfraquecimento das margens na UE.
Estados Unidos: Mais plantas, mais vacas
Os Estados Unidos, responsáveis por um terço da produção dos principais exportadores, também estão apresentando forte crescimento. Após um ano de 2024 favorável, um investimento de US$ 9 bilhões em 15 novas fábricas de queijo e soro de leite aumentou a capacidade de produção em 410 mil toneladas anualmente. Isso impulsionou o aumento do rebanho: 200 mil vacas adicionais em 18 meses, o maior aumento em 25 anos.

Segundo Eucolait, a produção aumentou 3,2% em agosto. Embora o país tenha superado parcialmente problemas de saúde como a gripe aviária, a pressão sobre os preços internos está aumentando à medida que a oferta continua a expandir-se.

Excesso de oferta global e preços baixos
Os principais blocos produtores compartilham o mesmo cenário: a oferta global supera a demanda. Os estoques estão crescendo enquanto a demanda interna e de exportação permanece estagnada, gerando preços baixos que podem persistir até 2026. Mesmo com a estabilização da produção, os altos níveis de estoque irão atrasar a recuperação do mercado.

Possíveis estímulos via preços
A queda prolongada nos preços pode impulsionar a demanda no varejo, especialmente por manteiga. Consumidores e fabricantes que substituíram gorduras lácteas por óleos vegetais podem voltar a preferir produtos lácteos devido aos custos mais baixos.

Novos riscos para a saúde e o clima
A situação sanitária permanece frágil: a dermatite nodular contagiosa, a febre aftosa e o risco de entrada da mosca-varejeira na Europa podem perturbar o abastecimento regional. A isto se soma a variabilidade climática, que afeta tanto os custos da alimentação animal como a saúde do rebanho.

Perspectivas para 2026
Prevê-se que as pressões sobre os preços persistam até 2026, com um mercado em processo de ajustamento estrutural e com margens reduzidas. O sucesso da produção torna-se paradoxal: o leite flui mais do que nunca, mas os lucros são cada vez mais escassos.

Fonte:  Fedeleche


Secretaria da Agricultura e Pecuária discute estratégias para fortalecer o setor leiteiro e ampliar a competitividade

Para avaliar o atual panorama socioeconômico e os desafios do setor leiteiro, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Sape) promoveu, na quinta-feira, 4, uma reunião com lideranças do segmento, parlamentares e empresas vinculadas: Epagri e Cidasc. O encontro teve como foco a busca por soluções para aumentar a competitividade da cadeia produtiva e apresentar os programas do Governo do Estado, que neste ano somam mais de R$ 216,3 milhões em apoio direto aos produtores de leite.

Santa Catarina é o 4º maior produtor de leite do país, são mais de 24,5 mil produtores. Em 2024, o estado alcançou 3,3 bilhões de litros produzidos, o equivalente a 9% da produção nacional. Durante a reunião, foram debatidos temas como custo de produção, rentabilidade, produtividade, impactos das importações no preço pago ao produtor e estratégias para ampliar o consumo de leite.

O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, destacou que os esforços estão concentrados em agregar valor à cadeia produtiva. “Estamos em um trabalho intenso com o setor produtivo e lideranças na busca de soluções para conquistarmos um melhor momento para esse mercado. O Governo do Estado está fazendo a sua parte com políticas públicas e ouvindo a cadeia leiteira. Elencamos diversas sugestões, que serão sistematizadas e avaliadas quanto à sua viabilidade”, afirmou. O Grupo de Trabalho formado seguirá dialogando para alinhar ações. Nesta semana, o secretário também participou de uma reunião sobre o tema no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília.

Dados do IBGE apontam que, no primeiro semestre de 2025, a captação de leite no Brasil atingiu 13 bilhões de litros — o maior volume da última década e 7% superior ao mesmo período de 2024. As economistas do CEPA/Epagri também ressaltaram dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), que mostra consumo médio de apenas 5 litros de leite por família (entre leite fluido e derivados).

Apoio à cadeia leiteira catarinense
Com o objetivo de assegurar a competitividade do setor leiteiro em Santa Catarina, os produtores de leite contam com programas do Governo do Estado, que nesse ano já somam mais de R$ 216,3 milhões para esse setor, com mais de 49 mil produtores beneficiados.

O Programa Leite Bom SC compreende os programas Pronampe Leite SC e Financia Leite SC via Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR), para esses programas estão previstos R$ 150 milhões, para os anos de 2024, 2025 e 2026, para subsidiar juros de empréstimos bancários e conceder financiamentos sem juros.

O Leite Bom também contempla outros R$ 150 milhões, que devem ser revertidos em incentivos tributários à indústria leiteira catarinense de maneira escalonada: R$ 75 milhões no primeiro ano, R$ 50 milhões no segundo e outros R$ 25 milhões no terceiro ano. Nesse sentido, também estão em execução medidas como a suspensão de benefícios para a importação de leite e derivados.

A suspensão dos incentivos voltados à importação de leite e derivados teve reflexos positivos para a indústria catarinense. Indicadores monitorados pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC) mostram que o volume de importações de leite e derivados caiu quase 75% no primeiro semestre deste ano comparado ao mesmo período do ano passado: baixou de R$ 512,5 milhões para R$ 135,2 milhões.

A cadeia leiteira também conta com o Programa Terra Boa, para melhoria das pastagens e aumentar a produtividade. Além disso, o leite produzido em Santa Catarina também segue rigorosos controles de qualidade, inspeção e rastreabilidade. (Agricultura SC)

A pedido de entidades, governo do Estado protocola projeto relativo a fundos para fortalecer defesa sanitária animal

Texto foi encaminhado pelo Executivo sob regime de urgência, nesta quinta-feira (4/12), à Assembleia Legislativa

O governo do Estado protocolou na Assembleia Legislativa, no fim da tarde desta quinta-feira (4/12), um projeto de lei que propõe ajustes nas taxas vinculadas ao Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fesa) e ao Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa).

A finalidade é fortalecer os fundos de saúde animal e garantir a estabilidade econômica de cadeias produtivas. O projeto encaminhado para apreciação do Parlamento, em regime de urgência, é resultante de pedido do Fundesa e de entidades do setor, que procuraram o Poder Legislativo, a Casa Civil e a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Cadeias produtivas

O texto propõe atualizar as taxas vinculadas a ambos os fundos, para manter a viabilidade das cadeias de pecuária de corte, leite, ovinos, suínos e aves. Os recursos arrecadados têm destinação compulsória para indenizações e gestão de riscos em casos de eventos sanitários que exijam sacrifício de animais, restrições de trânsito ou gerem impacto econômico. A iniciativa cobre focos de doenças contempladas por programas sanitários oficiais, como febre aftosa, pestes suínas clássica e africana, doença de Aujezsky, tuberculose bovina, brucelose, influenza aviária e doença de Newcastle.

As alterações reforçam os reconhecimentos sanitários internacionais obtidos pelo Rio Grande do Sul, como as certificações de zona livre de diversas enfermidades, essenciais para acessar mercados de alto valor. Todo o processo de revisão contou com a concordância e participação ativa de entidades.

Mobilização de organizações

Fazem parte da mobilização a Associação de Cooperativas do RS (Acsurs), a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), a Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul), a Federação das Cooperativas de Produção Agropecuária do RS (Fecoagro), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (Fetag), a Federação Brasileira da Indústria de Carnes (Febrac).

Também integram o Sindicato da Indústria de Produtos Cárneos e de Carnes no RS (Sicadergs), representando frigoríficos e indústrias de produtos cárneos; o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do RS (Sindilat); o Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do RS (Sips); o Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas no Estado do RS (Sipargs).

Projeto de Lei 515/2025

https://www.estado.rs.gov.br/a-pedido-de-entidades-governo-do-estado-protocola-projeto-relativo-a-fundos-para-fortalecer-defesa-sanitaria-animal 

Texto: Ascom Casa Civil


Jogo Rápido
Secretário Executivo do Sindilat detalha crise no setor leiteiro e aponta incertezas para 2026. Ouça a entrevista completa clicando aqui. (Rádio Planetário)


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Porto Alegre, 05 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.529


CCGL e Embrapa analisam custos e eficiência de sistemas de produção de leite em Cruz Alta

A sede da Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL) recebeu, nesta quarta-feira, 03, pesquisadores da Embrapa Gado de Leite para o 3º dia do 6º Workshop de Sistemas Típicos de Produção de Leite do Rio Grande do Sul. O encontro reuniu técnicos e dirigentes do setor para validar indicadores econômicos e zootécnicos da atividade leiteira no estado.A reunião marca o encerramento da programação iniciada na segunda-feira. Após dois dias de coleta de dados em propriedades rurais do Noroeste gaúcho, o grupo dedicou a quarta-feira à análise técnica das informações. O objetivo foi atualizar a metodologia dos Sistemas Típicos de Produção de Leite (STPL), ferramenta utilizada para monitorar a evolução dos custos e da competitividade da cadeia.Os painéis foram conduzidos pelos pesquisadores Luiz Antônio Aguiar de Oliveira e Lorildo Aldo Stock, da Embrapa. A pauta concentrou-se no comparativo de desempenho entre diferentes modelos produtivos, com destaque para a avaliação de custos em sistemas de compost barn e de ordenha robotizada.Além da equipe técnica da cooperativa, participaram do debate o gerente de Suprimento de Leite da CCGL, Jair da Silva Mello, o Secretário-Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, e o assistente técnico da Emater/RS, Oldemar Weiller.

Segundo a metodologia do workshop, os dados reais coletados nas visitas de campo foram confrontados com modelos matemáticos para identificar gargalos de produção e tendências de mercado. As conclusões do grupo de trabalho servirão de base para a orientação técnica de produtores e para o planejamento estratégico das entidades envolvidas. (Ascom CCGL)


Balança comercial de lácteos: novembro marca retração nas importações de LPI

As exportações aumentaram e as importações recuam, causando certo alívio ao saldo da balança comercial de lácteos.

O saldo da balança comercial de lácteos fechou em -172,3 milhões de litros em equivalente-leite, o que representa uma redução de 15% (-203,7 milhões de litros em outubro). As exportações aumentaram 10%, enquanto as importações recuaram 15% em relação a outubro.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em novembro, as exportações de lácteos totalizaram 4,9 milhões de litros em equivalente-leite, um aumento de 10% frente ao mês anterior, mas apenas 2% acima do registrado no mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, porém, as exportações ainda mostram queda de 24,5% em relação ao mesmo período de 2024.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As importações caíram 15% em novembro, totalizando 177,2 milhões de litros em equivalente-leite. Na comparação com novembro de 2024, a queda é de 13%. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, as importações registraram retração de 5% frente ao mesmo intervalo de 2024.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em novembro, as exportações apresentaram movimentos distintos entre os produtos:

Manteiga: registrou alta de 20%;
Categoria Queijos (total): cresceu 32%;
Soro de leite: recuou 6%;
Leite condensado: teve queda de 5%;
Creme de leite:  apresentou retração de 17%.
 
Nas importações, observam-se os seguintes movimentos:

Leite em pó integral (LPI): principal item importado, com queda de 30% na variação mensal;
Leite em pó desnatado (LPD): segundo principal item, com alta de 13%, possivelmente em função de uma menor oferta no mercado basileiro dado ao panorama de fortes recuos nos preços da matéria gorda;
Soro de leite: retração de 45% nas importações.
 

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de outubro e novembro de 2025.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em novembro de 2025

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em outubro de 2025

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT. 

O que podemos esperar para os próximos meses?
A ampla oferta de lácteos, tanto no mercado interno quanto no internacional, continua ampliando a disponibilidade do produto e pressionando as cotações. No Mercosul, principalmente Argentina e Uruguai, observa-se um movimento de redirecionamento das exportações para outros mercados, já que o Brasil enfrenta um panorama de forte aumento de oferta, causando um mercado travado e preços menores  — fatores que tendem a reduzir o interesse desses países em comercializar com o mercado brasileiro, o que ajuda a justificar esses números menores de importações. 

Especificamente para o leite em pó desnatado, o momento é de menor oferta no mercado nacional, causado pela desvalorização da matéria gorda, que tem diminuído o interesse pela produção deste produto. Isto pode contribuir para a manutenção dos volumes importados nos próximos meses. 

Embora a essa redução das importações totais possa trazer algum alívio aos players internos, o principal fator de pressão sobre os preços permanece sendo o avanço expressivo da captação brasileira, que pode continuar limitando espaço para reações significativas dos preços no curto prazo. (Milkpoint)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1896 de 04 de dezembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

De maneira geral, segue adequada a condição corporal e a sanidade dos rebanhos. O tempo mais seco do período favoreceu o controle de mastites e o manejo de ectoparasitas, apesar do aumento nos casos de infestação por moscas, especialmente mosca-dos-chifres, e de carrapatos em algumas propriedades. Devido à transição entre o final de ciclo das pastagens de inverno e o início da oferta das pastagens de verão, foi necessário reforçar a alimentação dos animais com concentrados energéticos e proteicos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a sequência de dias com altas temperaturas limitou o consumo de alimento por parte dos animais nos horários de maior temperatura. 

Em Manoel Viana, a produção está estável em razão da oferta de pastagens  anuais de verão, estabelecidas no início da primavera, que apresentam desempenho muito satisfatório até o momento. 

Em São Gabriel, a produção também se encontra em bons níveis, e há oferta de alimento diversificada, como potreiros de campo nativo, pastagens anuais implantadas em outubro e pastagens perenes já consolidadas. 

Na de Caxias do Sul, a produtividade de leite está estável devido às condições climáticas propícias e à boa disponibilidade de alimentos. A sanidade está adequada, sem relatos de suspensão de coleta por estar fora dos padrões da legislação. 

Na de Erechim, a ocorrência restrita de chuvas favoreceu o manejo dos animais e contribuiu para a manutenção da sanidade dos rebanhos. Os agricultores seguem contabilizando prejuízos por causa do granizo no período anterior, que danificou estruturas de produção e destruiu pastagens e lavouras de milho.

Na de Passo Fundo, do ponto de vista sanitário, foram registradas algumas ocorrências típicas da época, mas sem maior gravidade, relacionadas principalmente a parasitoses externas, que foram tratadas com aplicação pontual de carrapaticidas em alguns rebanhos.

Na de Santa Maria, a maior parte das propriedades leiteiras adota sistema baseado em pastagens anuais, o que tem resultado no déficit nutricional dos rebanhos devido ao vazio forrageiro, característico deste período. Já as propriedades que dispõem de pastagens perenes, especialmente aquelas formadas por espécies do gênero Cynodon, apresentam boa oferta de forragem e menor impacto sobre o desempenho animal. O tempo seco tem reduzido os problemas relacionados ao barro, proporcionando melhor higiene na ordenha, nas instalações e nos caminhos utilizados pelos animais, bem como favorecendo a manutenção da sanidade dos rebanhos.

Na de Santa Rosa, nos dias mais quentes do período, foi mantida a condução dos animais para locais com maior disponibilidade de sombra e de água. Em algumas propriedades, foi adotado o molhamento intercalado com ventilação durante a alimentação para reduzir o estresse calórico e garantir o apetite das vacas.

Na de Soledade, os produtores ainda fazem uso da estratégia de aumento da lotação animal nas áreas de pastagens, com uso intensivo de silagem em detrimento do pastejo. Essa estratégia tem aumentado os custos de produção, o que pode comprometer os indicadores de produtividade e reduzir a margem de lucro dos agricultores. (Emater/RS)


Jogo Rápido

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº  49/2025 – SEAPI 
Nesta semana, foram registradas pancadas de chuva fraca a moderada no Rio Grande do Sul e queda de granizo em localidades isoladas na Serra e Leste gaúcho. Na maioria das cidades, houve condição de tempo bom e temperatura em elevação. A próxima semana apresenta uma janela de tempo firme e quente até o domingo. A partir de segundafeira o calor dará lugar a instabilidades com risco de temporais, antes da chegada da chuva mais generalizada e benéfica para as lavouras. Em 04/12 (quinta-feira), um sistema de alta pressão atuará sobre o Rio Grande do Sul, proporcionando um dia ensolarado, com poucas nuvens e temperaturas elevadas no Oeste, de 30 °C a 32 °C, e no Leste entre 24 °C e 28 °C. Em 05/12 (sexta-feira), o dia será ensolarado, e o céu apresentará pouca ou nenhuma nebulosidade; a temperatura variará entre 28 °C e 
34 °C no Estado. Em 06/12 (sábado), o dia será abafado e ensolarado, com temperaturas entre 30 °C e 36 °C e previsão de pancadas de chuva isoladas, associadas à temperatura e umidade, em todas as regiões. Em 07/12 (domingo), o sol predominará na maior parte do dia, mas a presença de nuvens aumentará a possibilidade de pancadas de chuva isoladas, e a temperatura máxima variará entre 30 °C e 38 °C. Até quarta-feira, a tendência é de chuva generalizada no estado, com acumulados que devem 
melhorar a umidade do solo e recompor a disponibilidade hídrica das culturas de verão.
Em 08/12 (segunda-feira), a instabilidade retorna ao Rio Grande do Sul, deixando a atmosfera propícia para pancadas de chuva isoladas com trovoadas e potencial para vento forte e granizo no Oeste, Norte e Centro; a temperatura máxima variará de 24 °C a 36 °C. Em 09/12 (terça-feira), o deslocamento de uma frente fria sobre o território gaúcho proporcionará chuva para todas as regiões, especialmente na Metade Sul e Leste do Estado, que devem registrar os maiores acumulados; a temperatura máxima 
ficará entre 22 °C e 28 °C. Em 10/12 (quarta-feira), o sistema de baixa pressão transportará umidade do mar para o continente, proporcionando chuva no Sul e Leste e ventos mais intensos no Litoral do RS; a temperatura máxima variará entre 20 °C a 30 °C no Estado. (SEAPI)

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Porto Alegre, 04 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.528


Chuvas abaixo da média previstas para os próximos três meses, aponta Copaaergs

Probabilidade é de La Niña fraca até janeiro de 2026

As projeções do Centro de Previsão Climática da NOAA (NOAA/CPC), nos Estados Unidos, indicam probabilidade acima dos 60% para ocorrência de La Niña até janeiro de 2026. É o que informa o Boletim Trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). As previsões apresentadas pelo boletim são baseadas no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O prognóstico indica chuvas variando de normal a abaixo da média na maioria das regiões em dezembro de 2025 e janeiro e fevereiro de 2026. Maiores desvios negativos de precipitação pluvial devem ocorrer na metade sul e oeste do Estado, especialmente entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026. Nos meses janeiro e fevereiro, as precipitações pluviais ainda podem ficar ligeiramente abaixo da média, com maior irregularidade espacial. Há tendência de precipitação acima da média no nordeste do Estado em janeiro, retornando as condições de valores ligeiramente inferiores no nordeste e norte em fevereiro.As temperaturas do ar sobem gradativamente ao longo do trimestre, devendo ter anomalias mais positivas em relação aos meses anteriores, com possíveis ondas de calor. Com o aquecimento, eventos de granizo e tempestades típicas de verão, com rajadas de vento, podem ocorrer.

Leite:

As temperaturas elevadas previstas para o trimestre podem intensificar o estresse térmico nos animais, especialmente em vacas leiteiras de alta produção. Recomenda-se adotar estratégias de manejo que atenuem os efeitos do calor, como sombreamento, oferta abundante de água fresca, redução da exposição direta ao sol e ajustes no fornecimento de alimento, a fim de preservar o desempenho e evitar perdas econômicas.

O boletim do Copaaergs é elaborado a cada três meses por especialistas em Agrometeorologia de 13 entidades estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima. O documento também lista uma série de orientações técnicas para as culturas do período.

As informações são da SEAPI RS


CNA participa de audiência pública e defende medidas antidumping para setor do leite

Produtores de várias regiões do país estiveram presentes na Câmara dos Deputados na quarta (3)

Brasília (04/12/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quarta (3), de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir os próximos passos após decisão do governo de retomar a investigação de dumping nas importações de leite em pó de países do Mercosul.

A medida foi anunciada, na terça (2), pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, em reunião com parlamentares e entidades do setor leiteiro.

Com a decisão, o MDIC reconsiderou o entendimento preliminar publicado em 11 de agosto e voltou a considerar que leite em pó e leite in natura são similares, permitindo a continuidade do processo de defesa comercial.

Durante a audiência na Câmara, que contou com a presença de produtores de diversas regiões do país, o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi, destacou o impacto das importações na crise enfrentada pelo setor desde 2023.

“Quando a crise causada pelo excesso das importações começou, o objetivo imediato era resolver o desequilíbrio entre a oferta e a demanda. A CNA foi provocada a entrar numa guerra longa, difícil e trabalhosa, que foi a ação antidumping. Lutamos desde então ao lado dos produtores brasileiros e, com apoio e articulação com o governo, por meio de audiências e reuniões, conseguimos avançar”, afirmou.

Em sua fala, Ronei enfatizou que a medida anunciada traz um alento aos produtores e um estímulo para que continuem na atividade. Entretanto, apesar da vitória, é necessária a aplicação imediata de direitos antidumping provisórios.

Já o vice-presidente da Comissão, Jonadan Ma, ressaltou que a retomada do processo representa um avanço, mas também cobrou a adoção de medidas provisórias antidumping para reduzir a pressão das importações sobre os produtores.

“Vemos uma luz no fim do túnel. Foi uma grande conquista, mas com a aplicação das medidas provisórias, as importações a preços e dumping poderão ser tarifadas e teremos condições mais equilibradas de competir no mercado”, afirmou.

Jônadan informou que os próximos passos passam pela retomada do rito processual da investigação, cujos achados deverão ser novamente publicados e a recomendação de direitos provisórios deverá ser pauta de reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex). “Embora tenham validade de quatro meses, prorrogáveis por mais dois, são fundamentais para a sobrevivência do setor. Precisamos recuperar nossa competitividade e a honra de produzir no Brasil”, completou.A deputada federal Ana Paula Leão (MG), autora do requerimento da audiência, apresentou um histórico da atuação da CNA, dos parlamentares e da cadeia leiteira desde o aumento excessivo das importações de leite em pó. Para ela, mesmo com a decisão do MDIC, o setor ainda precisa de agilidade na aplicação das tarifas provisórias para redução dessas importações.

“Nós, produtores de leite, necessitamos de um socorro emergencial. Precisamos da publicação oficial do ato para dar continuidade ao processo”, disse.

Discursaram na audiência os deputados federais Pedro Lupion (PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA); Domingos Sávio (MG), Sérgio Souza (PR), Rafael Simões (MG), Emidinho Madeira (MG), Daniela Reihner (SC), Evair de Melo (ES), Vermelho (PR), Heitor Schuch (RS), Airton Faleiro (PA), 0Rafael Pezenti (SC), Rodrigo Rollemberg (DF) e Greyce Elias (MG).

Linha do Tempo
Agosto 2024 – A CNA protocolou uma petição no MDIC solicitando a análise de prática de dumping na importação de leite em pó da Argentina e do Uruguai.

Dezembro 2024 – O governo acatou o pedido com base nos indícios encontrados pela CNA de que os países do Mercosul estariam vendendo o leite em pó mais barato aqui do Brasil, do que em seus próprios países.

Janeiro 2025 – Após abertura da investigação, a CNA participou de várias reuniões, ajudando com dados e informações.

Março 2025 – As importações de leite em pó bateram recorde no primeiro trimestre. Diante desse cenário, a CNA pediu a aplicação de tarifas antidumping provisórias.

Agosto 2025 – O MDIC publicou uma circular anunciando a mudança do entendimento sobre a similaridade do leite em pó e leite in natura.

Agosto 2025 – A CNA, deputados e entidades do setor leiteiro contestaram a decisão e pediram que o governo reconsiderasse o novo entendimento.

Agosto 2025 – A Confederação forneceu ao Departamento de Defesa Comercial (Decom) dados técnicos que comprovavam a tese de similaridade entre os produtos.

Setembro 2025 – Novamente, a CNA, deputados e entidades do setor leiteiro contestaram a decisão e insistiram para que o governo retomasse a investigação.

Outubro 2025 – O presidente da CNA, João Martins, gravou um vídeo reforçando o pedido que o MDIC aceitasse o pedido do setor.

Novembro 2025 – Em reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, e em audiência pública na Câmara do Deputados, a CNA reforçou que o antidumping é a única alternativa para reduzir os impactos das importações de leite.

Dezembro 2025 – O vice-presidente da República e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, aceitou a solicitação da CNA e retomou as investigações de práticas desleais de comércio nas importações de leite em pó do Uruguai e da Argentina, considerando leite in natura como similar ao leite em pó importado e garantindo o acesso dos produtores rurais às ferramentas de defesa comercial.

Assista a audiência na íntegra clicando aqui: 

https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/80382

As informações são da CNA

Uruguai vê oportunidade para os lácteos rumo ao mercado asiático

A provação para a incorporação do Uruguai ao Acordo Abrangente e Progressista para a Parceria Transpacífica (CPTPP) representa uma porta de acesso privilegiada a mercados que concentram 14% do comércio mundial de produtos lácteos. Leia.

A recente aprovação para a incorporação do Uruguai ao Acordo Abrangente e Progressista para a Parceria Transpacífica (CPTPP) representa uma porta de acesso privilegiada a mercados que concentram 14% do comércio mundial de produtos lácteos e que importam, anualmente, mais de 13 milhões de toneladas de leite equivalente.

Estima-se que o processo para o ingresso formal ao bloco possa levar entre seis meses e um ano, segundo cálculo do ex-vice-chanceler Nicolás Ablertoni.

De acordo com um relatório técnico elaborado pelo Inale, esse acordo, integrado por 11 países, entre eles Japão, Vietnã, México, Malásia e Canadá, oferece ao Uruguai condições tarifárias mais favoráveis e acesso a cotas que hoje não estão disponíveis ao país. O CPTPP é especialmente relevante para os lácteos, pois permite competir em igualdade de condições com grandes exportadores como Nova Zelândia e Austrália, já membros plenos do bloco.

Japão e Vietnã como destaques
O Japão se destaca como o principal mercado de lácteos dentro do CPTPP, com importações anuais superiores a 700 mil toneladas de leite equivalente. Em 2022, suas compras totalizaram US$ 4,4 bilhões. Em produtos como o leite em pó desnatado, o país aplica uma tarifa média de 25% para nações sem acordo, enquanto os membros do CPTPP contam com cotas com tarifas preferenciais e reduções graduais até a eliminação total.

No caso do queijo, que representa um terço de suas importações totais, Nova Zelândia e Austrália respondem por 59% do volume. Ambos os países acessam o mercado japonês por meio de contingentes específicos dentro do CPTPP, que se expandem ano após ano e contam com tarifas decrescentes. Isso representa uma vantagem significativa sobre concorrentes de fora do bloco, que enfrentam tarifas entre 22% e 40%, dependendo da classificação do produto.

Já o Vietnã, que importa mais de US$ 1,2 bilhão em produtos lácteos, mostra uma tendência robusta de crescimento da demanda, especialmente por fórmulas infantis e leite em pó. As tarifas para leite em pó integral de países fora do acordo ficam em 20%, enquanto os membros do CPTPP contam com reduções tarifárias progressivas que chegarão a zero entre 2026 e 2031, conforme o tipo de produto.

O acordo garante ao Uruguai acesso automático às preferências tarifárias e às cotas de importação (TRQs) que os países membros já aplicam aos parceiros do CPTPP. No entanto, em alguns casos, como Japão e Canadá, há mecanismos de salvaguarda que podem suspender temporariamente as preferências caso as importações ultrapassem determinados limites. O relatório lembra que esses níveis já foram superados em anos anteriores por outros membros, o que indica um consumo real e o uso ativo dessas cotas.
 
Oportunidades para novos produtos

Os benefícios não se limitam aos produtos tradicionais. O relatório do Inale menciona oportunidades de diversificação da oferta, com potencial para queijos especiais, fórmulas infantis, soro de leite e produtos de maior valor agregado destinados a consumidores exigentes, dispostos a pagar mais por qualidade e diferenciação.

Em conclusão, o acesso preferencial oferecido pelo CPTPP representa uma vantagem significativa para o Uruguai, tanto em termos comerciais quanto estratégicos, diante de concorrentes que já operam com benefícios tarifários.

Essa abertura pode facilitar a entrada e ampliação em mercados de alto valor, impulsionando as exportações de lácteos e abrindo novos horizontes para o setor.

As informações são do Tardáguila Agromercados, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


Jogo Rápido

Foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (03/12) o Despacho Decisório nº 99/2025/MDIC, que determina a revisão da exclusão do leite in natura como produto similar doméstico na investigação antidumping do leite em pó e reabre a fase probatória do processo. Acesse o documento na íntegra clicando aqui. 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 03 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.527


Sebrae e Piracanjuba firmam convênio para fortalecer produtores da cadeia do leite no Noroeste do RS

O Sebrae RS, por meio da Regional Noroeste, e a Piracanjuba firmaram, nesta terça-feira (24), em Carazinho, um convênio de cooperação voltado ao fortalecimento da cadeia produtiva do leite no Noroeste do Rio Grande do Sul. A iniciativa tem como objetivo ampliar a competitividade dos produtores rurais da região por meio de ações de gestão, inovação, tecnologia e acompanhamento técnico.A parceria está alinhada ao Programa Piracanjuba ProCampo, que atua na qualificação de fornecedores e no desenvolvimento de propriedades rurais. A metodologia adotada no projeto segue o modelo de acompanhamento do programa, estruturado para apoiar os produtores na evolução de seus indicadores e na implementação de rotinas mais eficientes no dia a dia das fazendas.Entre os propósitos definidos, o convênio contribuirá para o aumento da produtividade, o fortalecimento da inovação e da tecnologia no campo e a melhoria da qualidade do leite, ampliando a capacidade de resposta dos produtores aos desafios atuais do setor.Durante a assinatura, representantes das instituições destacaram o caráter estratégico da cooperação. Para o Sebrae RS, a parceria reforça o compromisso com o desenvolvimento territorial e com o suporte técnico à cadeia leiteira, considerada uma das mais relevantes para a economia da região.

A gestora de Agro do Sebrae RS, Fabiane Niedermeyer, enfatizou a importância da atuação conjunta:
“A união de esforços entre a indústria e as instituições é essencial para construir um ecossistema forte, inovador e preparado para os desafios do futuro. O produtor rural ganha conhecimento, competitividade e eficiência — e toda a região se beneficia.”

Para o gerente da Regional Noroeste do Sebrae RS, Armando Pettinelli, o convênio representa um avanço significativo para o território:
“A cadeia do leite tem papel social e econômico fundamental no Noroeste. Ao unirmos esforços com uma empresa que compartilha da visão de inovação e futuro, ampliamos a capacidade de entregar valor para quem está no campo e de promover um ambiente mais competitivo e sustentável.”

Com a ampliação da parceria, o Sebrae RS reforça sua missão de apoiar iniciativas que promovam inovação, qualidade de processos e crescimento sustentável da cadeia leiteira, reconhecendo e valorizando o produtor como protagonista desse desenvolvimento. A cooperação consolida um modelo de atuação que integra conhecimento técnico, gestão qualificada e visão de futuro, fortalecendo a competitividade regional e contribuindo para uma cadeia mais eficiente, conectada e preparada para os novos desafios do agronegócio gaúcho. (Sebrae RS)


GDT 393: preços seguem pressionados no mercado internacional de lácteos

O leilão GDT 393 reforçou um cenário global de preços pressionados, com novas quedas nos principais lácteos e demanda ainda fraca frente ao aumento da oferta. Embora alguns derivados tenham reagido, o movimento geral segue baixista, acompanhado por menor ritmo de compras.

No 393º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado no dia 02 de dezembro, apresentou movimentos mistos entre os produtos. Ainda assim, o preço médio dos produtos negociados foi de USD 3.507 por tonelada, registrando uma queda de 4,3% no price index — chegando a oito quedas consecutivas e com o menor preço médio desde março de 2024.

O leite em pó integral (LPI) manteve a trajetória de baixa, com o preço médio recuando -2,4% — queda mais intensa que a observada no último leilão (-1,9%) —  e atingindo USD 3.364 por tonelada.

O leite em pó desnatado (LPD) também apresentou redução, desta vez mais acentuada que nos dois leilões anteriores (-0,6% e -1,6%), que haviam mostrado relativa estabilidade. A queda foi de -1,6%, levando o preço a USD 2.498 por tonelada.

A maior alta deste leilão foi registrada no cheddar, que apresentou variação positiva de 7,2% após três leilões consecutivos de queda, alcançando USD 4.639 por tonelada. Em seguida, a lactose voltou a ser negociada depois de ficar fora dos leilões desde julho, com preço médio de USD 1.250 por tonelada. O leitelho também apresentou valorização, subindo 1,8% e sendo negociado a USD 2.903 por tonelada.

Do lado das quedas, o destaque foi a manteiga, que recuou 12,4% e atingiu seu menor preço desde dezembro de 2023, chegando a USD 5.169 por tonelada. A gordura anidra do leite também registrou queda expressiva, de 9,8%. Já a muçarela teve um recuo mais moderado, de 1%, marcando a segunda retração consecutiva após uma leve recuperação no início de novembro, e foi negociada a USD 3.182 por tonelada.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Volume negociado aumentou em comparação com o ano anterior

O volume negociado neste leilão totalizou cerca de 34,2 mil toneladas, representando nova queda (-11,2%) frente ao evento anterior. Embora o recuo possa parecer expressivo, esse comportamento de menor volume de negociação no primeiro leilão de dezembro é comum. Ainda assim, na comparação com o evento equivalente de dezembro de 2024, observa-se um crescimento de 1,9%. 

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros

A tendência de baixa para os primeiros meses de 2026 permanece, com novos recuos em relação às cotações dos últimos dias. Para março, porém, o cenário de alta segue confirmado nos contratos.

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

O GDT 393 apresentou um mercado ativo, porém mais cauteloso, com leve redução no número de participantes — movimento influenciado principalmente pela demanda mais fraca na Ásia e pelos ajustes de estoques em alguns mercados. Foram negociadas 34,3 mil toneladas, mas com ritmo de compras menos acelerado, o que reforçou a pressão baixista sobre as cotações.

No cenário global, apesar do aumento das compras em relação ao ano passado, a demanda ainda não acompanha o forte avanço da oferta, especialmente entre os grandes países produtores, mantendo os preços internacionais sob pressão. Brasil, Argentina e Uruguai também ampliaram sua produção, intensificando a necessidade de ajustes nos preços para preservar a competitividade.

Com o dólar próximo de R$ 5,40 favorecendo as importações e a produção mundial ainda em crescimento, o mercado segue pressionado no curto prazo. Assim, o GDT 393 ainda sinaliza um ambiente de cautela. (Milkpoint)

Projeções estáveis do USDA para os lácteos da China em 2026

As projeções divulgadas pela unidade do USDA em Pequim para o mercado de lácteos da China em 2026 apontam um cenário de continuidade: produção estável, importações ajustadas e um setor cada vez mais concentrado.

O relatório Dairy and Products Annual, citado por fontes do departamento norte-americano, descreve um ciclo marcado por margens apertadas, reestruturações profundas e movimentos que já vinham tomando forma desde 2022. Segundo a análise, a queda prolongada dos preços da matéria-prima foi um divisor de águas no setor. O USDA relata que, ao longo dos últimos dois anos, a rentabilidade dos produtores chineses ficou comprometida, afetando especialmente as fazendas com estrutura menor. A pressão sobre custos – em alguns casos, agravada pelas exigências sanitárias e ambientais – acelerou um processo de consolidação que vinha ocorrendo de forma gradual, mas que ganhou intensidade desde 2023.

A agência descreve que uma quantidade significativa de estabelecimentos com rebanhos inferiores a mil cabeças deixou o mercado ou foi incorporada por grupos de maior escala. O movimento, segundo técnicos citados no documento, responde a dinâmicas econômicas e estruturais: maiores investimentos em tecnologia, automação e sustentabilidade elevaram a barreira de entrada; ao mesmo tempo, operadores com escala ampliada conseguiram diluir custos e manter algum nível de competitividade.

Como resultado, o USDA projeta que, em 2025, as fazendas com mais de mil vacas já responderão por mais de 68% da produção nacional. É um aumento superior a dois pontos porcentuais em relação ao ano anterior, reforçando uma tendência que coloca os mega-rebanhos no centro da oferta de leite cru na China. Embora essa concentração não seja nova, especialistas ouvidos pelo USDA sugerem que o ritmo da reestruturação surpreendeu até agentes do próprio mercado doméstico.No campo do comércio exterior, o relatório indica que as importações de leite fluido devem registrar uma queda leve em 2026. A razão é direta: a oferta local, apesar das dificuldades de margens, continua sendo suficiente para atender grande parte do consumo interno. As compras externas seguem relevantes apenas para nichos ou para atender picos específicos de demanda, mas não desempenham hoje o papel de equilíbrio estrutural que já tiveram.

Para o leite em pó desnatado (LPD), a avaliação aponta uma trajetória de crescimento da produção doméstica. A indústria chinesa tem ampliado sua capacidade de processamento e mantém programas de diversificação de portfólio que favorecem esse ingrediente. As importações, por sua vez, devem permanecer estáveis, refletindo a combinação entre autossuficiência parcial e demanda consistente das indústrias de alimentos e bebidas.

No caso do leite em pó integral (LPI), o USDA projeta estabilidade tanto no volume produzido quanto no volume importado. Fontes do setor citadas no relatório explicam que esse equilíbrio é coerente com o comportamento da demanda interna, que não apresenta oscilações bruscas e permanece sustentada pelo consumo de produtos tradicionais, além do uso industrial.

O documento também prevê um leve crescimento em manteiga e queijo, tanto na produção quanto nas importações. Segundo os analistas, a expansão está vinculada à mudança nos hábitos de consumo, impulsionada pela urbanização e pela diversificação dos padrões alimentares das novas gerações. Ao mesmo tempo, indústrias de panificação, confeitaria e food service têm elevado o uso desses dois ingredientes, mantendo o fluxo de compras externas.

O USDA destaca ainda a firmeza esperada para as importações de soro e seus derivados, utilizados principalmente pela indústria de alimentos, bebidas funcionais e nutrição infantil. Trata-se de um segmento no qual a dependência externa da China segue alta, tanto por características tecnológicas quanto pela competitividade dos exportadores tradicionais.

Em síntese, as projeções reunidas no relatório constroem uma fotografia de continuidade, com um setor que se reorganiza, mas preserva o equilíbrio entre oferta e demanda. A produção doméstica não cresce de forma expressiva, porém ganha eficiência; as importações recuam onde a autossuficiência avança, mas permanecem essenciais em categorias estratégicas. Para 2026, o USDA não prevê rupturas: apenas a confirmação de um caminho já conhecido pelo mercado chinês.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Blasina y Asociados


Jogo Rápido

Novo estudo traz consumo de queijo associado a redução do risco de demência
Um novo estudo realizado no Japão observou que o consumo semanal de queijo pode estar relacionado a uma menor incidência de demência em idosos. A pesquisa, publicada em 2025 na revista científica Nutrients, acompanhou mais de mil participantes com 65 anos ou mais durante três anos. Embora os resultados indiquem uma possível relação entre o alimento e a saúde cerebral, especialistas ressaltam que as evidências ainda não permitem afirmar que o queijo reduz o risco da doença. O estudo, conduzido por pesquisadores japoneses, avaliou os hábitos alimentares dos voluntários e dividiu os participantes entre consumidores e não consumidores de queijo. Ao fim do período de acompanhamento: 3,4% dos idosos que consumiam queijo ao menos uma vez por semana desenvolveram demência. Entre os que não consumiam o alimento, a taxa foi de 4,5%. Após ajustes estatísticos, os autores estimaram que o consumo semanal de queijo esteve associado a uma redução relativa de risco entre 21% e 24%. O artigo, intitulado Cheese Consumption and Incidence of Dementia in Community-Dwelling Older Japanese Adults, aponta ainda que os consumidores frequentes de queijos tendiam a apresentar melhores escores em testes cognitivos.Os cientistas levantam algumas hipóteses para explicar a possível relação entre queijo e proteção cognitiva: O queijo é rico em proteínas, aminoácidos essenciais e vitamina K², nutrientes importantes para a saúde dos neurônios e dos vasos sanguíneos. Pode haver ação anti-inflamatória: peptídeos bioativos e compostos presentes em queijos fermentados teriam efeitos benéficos sobre processos inflamatórios no corpo.  Além disso, o estudo sugere um papel para o eixo intestino-cérebro, já que certos derivados lácteos fermentados podem influenciar a microbiota intestinal, o que por sua vez poderia afetar a função cognitiva. Pesquisas recentes têm investigado o impacto de diferentes componentes da dieta na saúde cerebral. Revisões científicas mostram que alimentos fermentados, como queijos e iogurtes, podem influenciar processos metabólicos e inflamatórios ligados à função cognitiva. No entanto, os resultados ainda são variados, e não há consenso sobre efeitos isolados de um único alimento.  As diretrizes atuais para prevenção de demência continuam apontando para padrões alimentares amplos, com dietas ricas em vegetais, lácteos, leguminosas, azeite e peixes, em vez de recomendações específicas sobre o consumo de um único alimento. A pesquisa japonesa oferece novos dados sobre possíveis relações entre dieta e saúde cognitiva, mas seu caráter observacional exige cautela na interpretação. O consumo de queijo pode integrar um padrão alimentar saudável, porém não há evidências suficientes para afirmar que ele reduz, por si só, o risco de demência. Novos estudos, incluindo ensaios clínicos controlados, serão necessários para determinar com maior precisão o papel do alimento na saúde cerebral e verificar se os resultados observados no Japão se repetem em outras populações. As informações são da Tribuna, adaptadas pela equipe MilkPoint.

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 02 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.526


CCGL e Embrapa realizam encontro para atualizar sistemas típicos de produção de leite no RS

A CCGL recebe, nesta quarta-feira (3), pesquisadores da Embrapa Gado de Leite para o terceiro dia do 6º Workshop de Sistemas Típicos de Produção de Leite do Rio Grande do Sul, que reúne profissionais do setor lácteo para discutir eficiência, custos e competitividade dos modelos produtivos mais representativos do Estado. O encontro ocorre na sede da cooperativa, em Cruz Alta.O workshop, que ocorre anualmente, tem como objetivo atualizar os Sistemas Típicos de Produção de Leite (STPL) e identificar tendências, gargalos e oportunidades de melhoria técnica e econômica. Produtores, pesquisadores, extensionistas, consultores e representantes de entidades acompanham as discussões.A programação desta edição começou com dois dias de visitas técnicas a propriedades do Noroeste gaúcho, onde os pesquisadores da Embrapa, acompanhados pela equipe técnica da CCGL, observaram diferentes formas de manejo, níveis tecnológicos e modelos de produção adotados na região. As visitas forneceram dados e percepções que embasam as análises e debates realizados no workshop.

A programação chega ao seu ponto alto no dia 3, com uma sequência de apresentações e análises conduzidas pelos pesquisadores Luiz Antônio Aguiar de Oliveira e Lorildo Aldo Stock, ambos da Embrapa Gado de Leite. Durante o encontro, eles detalham os modelos típicos estudados, avaliam indicadores de eficiência e discutem resultados comparativos entre sistemas como compost barn e ordenha robotizada.

O evento conta com a participação de Jair da Silva Mello, Gerente de Suprimento do Leite da CCGL, Darlan Palharini, presidente do Sindilat/RS, e Jaime Ries, da Emater/RS. Ao longo de todo o dia, pesquisadores e técnicos avaliam custos de produção, desempenho animal, uso de tecnologias, impactos econômicos e potenciais ajustes necessários nos sistemas analisados.

O workshop integra esforços da CCGL e da Embrapa para fortalecer o setor lácteo, promover a atualização de modelos produtivos e consolidar informações que orientem decisões estratégicas na cadeia. A partir dos dados levantados, o grupo valida indicadores e projeta cenários, contribuindo para que produtores e cooperativas possam aprimorar seus sistemas de produção.

A iniciativa reforça o compromisso da CCGL com o desenvolvimento técnico da atividade leiteira e com a construção de conhecimento coletivo que impulsiona a competitividade e a sustentabilidade da produção no Rio Grande do Sul. (ASCOM CCGL)


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT editado pelo Sindilat

 

Governo retoma investigação que pode impor barreira sobre importação de leite

Processo estava parado desde o último mês de agosto; decisão era aguardada pelo setor, que espera ações provisórias em breve

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) vai retomar a investigação antidumping nas importações de leite em pó da Argentina e do Uruguai. O processo estava parado desde agosto, quando uma medida preliminar argumentava problemas técnicos na origem da petição. 

O anúncio foi oficializado ao setor nesta terça-feira, 2, durante uma reunião entre o vice-presidente do Brasil e ministro da pasta, Geraldo Alckmin, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), deputados e outros ministérios. A investigação pode seguir até junho do próximo ano, mas a expectativa dos participantes do encontro é de que o MDIC estabeleça, “em breve”, medidas antidumping de forma provisória. 

“Essa reunião foi muito proveitosa. Conseguimos ter uma compreensão e aprovação pela continuidade do processo de investigação […] Nesse meio tempo até a finalização do processo, imediatamente precisamos da adoção de medidas provisórias, que são necessárias e muito prementes para que o produtor possa continuar sobrevivendo e reverter um pouco a situação calamitosa com que nós estamos vivenciando hoje”, disse a jornalistas o vice-presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Jônadan Ma, após o encontro. 

Segundo a presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite, deputada federal Ana Paula Leão (PP-MG), a solicitação foi feita ao governo para aplicação dessas ações provisórias, mas sem uma definição por parte do governo. “Foi solicitado hoje que o MDIC apresente e tome as medidas provisórias, mas ainda não sentamos para falar desse assunto e quais seriam essas medidas”, completou a deputada. 

Medidas antidumping provisórias são previstas nas relações comerciais internacionais. Basicamente, é uma antecipação de uma tarifa adicional ao produto importado. No caso, seria uma taxa sobre o leite em pó da Argentina e do Uruguai. Essa ação provisória pode ter duração de quatro meses, possíveis de serem prorrogadas por mais dois. O objetivo é cessar o dano à cadeia do produto enquanto as investigações seguem em curso. 

Reversão de entendimento
A CNA comemorou, principalmente, a reversão de entendimento do MDIC. Isso porque, em agosto deste ano, a resolução preliminar apontava duas questões centrais: uma de que o leite em pó e o leite cru são produtos diferentes, e a outra de que a CNA não teria competência para fazer a petição, pois era representante dos produtores de leite e não das indústrias de laticínios. Então, uma investigação sobre leite em pó deveria ser solicitada pela representação da indústria. 

Depois da decisão preliminar, a CNA entrou com um recurso refutando os dois argumentos. A reunião desta terça é uma resposta a esse recurso, ou seja, o MDIC acatou as alegações da CNA e, por isso, deu seguimento com o processo. O deputado federal Domingos Sávio (PL-MG) reforçou que o leite em pó e o leite in natura são produtos semelhantes e, por isso, não haveria motivo para negar que a investigação continuasse. Além disso, lembrou que já houve medidas antidumping para leite em pó com a CNA como patrocinadora da investigação.

“Leite em pó nada mais é do que leite sem o componente água, que vem da natureza do animal, ou seja, é leite desidratado. Os demais componentes são absolutamente os mesmos e, além do que, todos os processos antidumping que já foram acolhidos no passado foram movidos pela CNA, que representa o produtor de leite. Portanto, já havia um precedente histórico”, destacou o parlamentar. 

Entenda o caso
Com mais de um milhão de produtores de leite, o setor tem indicado uma decadência e um dos pontos citados é a importação de leite dos países do Mercosul, especialmente da Argentina e do Uruguai. O CNA também encontrou elementos que mostram a prática de dumping. “Ao longo do período de 2021 a 2023, que é o período investigado, observamos que a Argentina exportou leite em pó ao Brasil a um preço 53% menor do que ele custava no seu mercado interno”, disse o assessor técnico da CNA, Guilherme Sousa Dias.

Mas, além da prática de dumping, é preciso comprovar dano ao mercado interno e o nexo causal, ou seja, que a causa do dano é o dumping feito no país de origem do produto. Por isso, a investigação tem um período extenso, podendo durar até 18 meses. 

Outro ponto é que apenas o setor privado pode entrar com o pedido para abertura da investigação. Isso quer dizer que não é o Executivo ou Legislativo que podem fazer o pedido ou iniciar por conta própria o processo. É preciso que o setor solicite ao governo federal – o que foi feito em agosto do ano passado, quando a CNA entrou com uma petição de investigação.

A resposta foi dada em dezembro de 2024, com o MDIC abrindo o processo de investigação. Em março, a CNA solicitou que medidas antidumping provisórias fossem aplicadas até a conclusão da investigação. Mas, em agosto deste ano, uma resolução preliminar indicou que não haveria medidas provisórias. Entre as justificativas, estavam a de que não havia similaridade entre leite cru e leite em pó, além de que a CNA não seria a representante adequada para a petição. A partir disso, um recurso foi encaminhado pela entidade pedindo a revisão dessa manifestação. 

Com o novo entendimento do MDIC, a CNA espera que as medidas provisórias sejam aplicadas. Outra expectativa é de que o processo tenha uma finalização favorável após o prazo de 18 meses. (SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

MILHO/CEPEA: Demanda mais ativa eleva preços internos
Milho voltou a se aquecer na semana passada, o que elevou os preços do cereal na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Parte dos consumidores que priorizava o uso de estoques e/ou aguardava desvalorização voltou ao mercado, no intuito de recompor os estoques e se programar para o final de 2025. (CEPEA via Terra Viva)

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Porto Alegre, 01º de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.525


Sindilat anuncia destaques de 2025

O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) vai agraciar com o Prêmio Destaques 2025, personalidades e instituições que contribuem para o desenvolvimento do setor lácteo no Rio Grande do Sul. Será durante o jantar de final de ano que acontecerá no dia 17 de dezembro, em Porto Alegre (RS).Recebem a distinção Gabriel Souza, vice-governador do Estado do Rio Grande do Sul; os secretários estaduais Edivilson Brum, de Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação; e Ernani Polo, de Desenvolvimento Econômico. Os presidentes Carlos Joel da Silva, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), e Marcos Tang, da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), e o próximo presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Domingos Velho Lopes. Também serão homenageados o prefeito de Ijuí (RS), Andrei Cossetin, e a Cooperativa Languiru Ltda, que completa 70 anos em 2025. O Sindilat fará uma homenagem especial a Julia Bastiani, que completa 15 anos de atuação junto à entidade. Segundo o secretário-executivo do sindicato, Darlan Palharini, o reconhecimento valoriza uma trajetória marcada pelo comprometimento e excelência. “Sua atuação é exemplar e pautada pelo profissionalismo”, destaca Palharini. (SINDILAT/RS)

Curso online e gratuito ensina a manejar resíduos na propriedade leiteira, diz Embrapa

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão.

A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante. O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais.

“O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado. Link: https://ava.sede.embrapa.br/course/view.php?id=609 Mais Informações: e-campo.pecuaria-sudeste@embrapa.br  (Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste)

Como a descarbonização da cadeia do leite pode ser uma oportunidade para o Brasil

Enquanto o mundo discute o clima em Belém, estudos mostram que eficiência produtiva e descarbonização podem mudar o futuro do leite brasileiro.

Nos últimos dias, os olhos do mundo estão voltados para Belém (PA), palco da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Participam da Conferência 198 países que ratificaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, constituindo-se em um dos maiores órgãos multilaterais da ONU.

A COP é o órgão responsável por tomar as decisões necessárias para implementar os compromissos assumidos pelos países no combate às mudanças do clima. Esses compromissos foram firmados no Acordo de Paris, durante a COP21 em 2015, tendo como principais objetivos: manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2° C, com esforços para limitá-lo a 1,5° C; incrementar capacidades de adaptação e resiliência; e alinhar os fluxos financeiros aos demais objetivos do Acordo.

O Acordo de Paris estabeleceu a obrigação de todos os países apresentarem periodicamente suas “Contribuições Nacionalmente Determinadas” (NDCs, na sigla em inglês). Nas NDCs, cada país estabelece suas metas e detalha as ações para responder à mudança do clima, sendo sua implementação acompanhada por um regime de transparência global.

O Brasil está entre os dez maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE) do mundo, sendo o único país desse ranking que apresenta o setor agrícola como o que mais contribui para essas emissões. Em 2024, durante a COP 29 realizada em Baku, no Azerbaijão, o Brasil atualizou sua meta de redução de emissões, estabelecendo os limites entre 59% e 67% até 2035, comparada aos níveis de 2005, e emissão líquida zero até 2050. Apesar de ser responsável por cerca de 3% das emissões de GEE do país, a pecuária de leite foi colocada como um dos setores prioritários para essa redução.

Além do governo brasileiro, algumas das maiores empresas de laticínios que atuam no país também estabeleceram suas metas para a redução das emissões e de balanço líquido zero a serem alcançadas até 2050. Essa conjugação dos compromissos público e privado reforça a necessidade de esforços conjuntos para avançar nesta direção de redução das emissões para o alcance das metas estabelecidas.

A etapa de produção do leite é a principal responsável pela pegada de carbono dos produtos lácteos, representando cerca de 75% das emissões totais da cadeia. Esse dado coloca a fazenda como o local prioritário para a implementação de ações para descarbonização do setor. As emissões na produção de leite in natura originam-se de quatro fontes principais (Figura 1):

1. Fermentação entérica: Processo digestivo dos bovinos que gera metano (CH4), um gás de efeito estufa (GEE) com alto potencial de aquecimento global;

2. Alimentação: Produção de alimentos para o rebanho dentro e fora da propriedade (alimentos comprados), que emite dióxido de carbono (CO²) e óxido nitroso (N²O) – outro GEE potente;

3. Manejo de dejetos: Tratamento dos dejetos dos animais, que libera CO², CH4 e N²O;

4. Consumo de energia: Atividades que demandam combustíveis ou eletricidade, gerando principalmente CO².

Figura 1. Exemplo de pegada de carbono do leite in natura e participação relativa de seus contribuintes.
Fonte: Embrapa Gado de Leite.

Atuando em parceria com empresas de laticínios em programas de descarbonização desde 2021, a Embrapa Gado de Leite tem ampliado o banco de dados necessário para cálculo da pegada de carbono do leite in natura, totalizando atualmente mais de quatro mil fazendas distribuídas em relevantes bacias leiteiras do país. Em uma amostra de cerca de 1.600 sistemas de produção já analisados, a pegada de carbono média do leite foi de 1,12 kg CO2 eq/kg FPCM1, sendo que 88% desses sistemas apresentaram pegada de carbono inferior a 2,0 kg CO2 eq/kg FPCM. Embora esses dados sejam exclusivos da base de produtores dos laticínios parceiros e não representem a pegada de carbono média do leite nacional, eles sugerem que a pegada de carbono do leite brasileiro é provavelmente inferior à estimativa de 2,0 a 3,0 kg CO²eq/kg FPCM, parâmetro internacional citado pela IFCN (International Farm Comparison Network), que é uma rede internacional que apresenta informações sistematizadas sobre o setor de laticínios de todo o mundo.

Essa diferença entre estimativas indica que o uso de dados reais para a quantificação da pegada de carbono, além de conferir acurácia às estimativas das emissões da produção de leite no país, permite identificar as estratégias mais efetivas para mitigação das emissões sem comprometer a produtividade das fazendas de leite.

As pesquisas da Embrapa Gado de Leite indicam uma relação direta entre eficiência produtiva e a redução de emissões de GEE, uma correlação observada em todos os sistemas de produção – seja a pasto, semiconfinado ou confinado. Portanto, a transição para sistemas de baixo carbono, embora exija investimentos, deve ser vista como uma oportunidade estratégica. O foco deve ser orientar esses recursos para ganhos de eficiência, que simultaneamente aumentam a rentabilidade e reduzem o impacto ambiental.

Essa premissa é respaldada por estudos, como uma análise publicada no Milkpoint com dados reais de 2023. O estudo, que avaliou propriedades durante um período de crise setorial semelhante ao atual, revelou que os produtores eficientes mantiveram rentabilidade satisfatória independentemente do seu volume de produção. Esse resultado demonstra que sistemas mais rentáveis exibem melhores indicadores técnicos, um reflexo direto da eficiência gerencial "dentro da porteira".

Essa busca por eficiência associada às ações para redução das emissões de gases da atividade leiteira também já mostra resultados positivos. Exemplos das empresas Danone e Nestlé foram apresentados em matéria publicada no Milkpoint. No caso da Danone, entre 2020 e 2024, foi possível reduzir em 47% o fator de emissão de carbono na produção de leite, sendo que as fazendas participantes do seu programa registraram aumento de 22% na renda real, crescimento de 59% na margem líquida, alta de 15% na produtividade por vaca e crescimento médio de 26% na produção diária. Já a Nestlé, cita uma redução de 39% na pegada de carbono de um estrato de produtores somente na safra 2024/2025, com 47% mais produtividade por vaca e custo de produção de alimentos 8% menor.

Esse cenário pode se constituir em excelente oportunidade para a cadeia avançar de forma estruturada para aumento de sua competitividade, com investimentos orientados na atividade em busca de aumento da eficiência global, aproveitando-se dos recursos mais atraentes disponíveis nessas linhas de crédito voltadas à descarbonização. Existem atualmente programas das empresas de laticínios e do governo federal que incentivam a produção de leite com baixa emissão de carbono. Isso é importante, visto que o mercado ainda não valoriza de forma diferenciada esse produto mais sustentável, com o pagamento de preços mais altos, gerando a necessidade de políticas públicas e privadas de estímulo à adoção das práticas redutoras de emissões pelos produtores de leite.

Os programas das empresas contemplam desde assistência técnica custeada ou subsidiada pelo laticínio, financiamento subsidiado de estruturas e de equipamentos que favorecem a redução das emissões na propriedade, como o exemplo de sistemas modernos para o manejo dos dejetos, até sobrepreço pago pelo leite produzido de forma orientada para redução da pegada de carbono.

Entre os programas de governo com acesso pelo setor de laticínios está o Plano ABC+ (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), uma política pública do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) voltada para promover práticas agropecuárias sustentáveis que reduzam as emissões de GEE e aumentem a resiliência climática no campo. Esse Plano possibilita financiamentos com taxas de juros reduzidas, dentro do Plano Safra, para investimentos em práticas mitigadoras de GEE como, por exemplo, recuperação de pastagens, sistemas integrados (iLPF) e plantio direto.

Outra oportunidade, que associa a participação do governo com as empresas, é o Programa Mais Leite Saudável (PMLS), também do MAPA, que concede incentivos fiscais para empresas de laticínios que investem em seus produtores. Nesse caso, há possibilidade de apoio a projetos para fomentar a assistência técnica e a capacitação dos produtores rurais, para aumentar a produtividade nas fazendas e para adoção de boas práticas agropecuárias, projetos que focam o aumento da eficiência produtiva e, dessa forma, apresentam repercussão sobre a redução da pegada de carbono do leite.

A atual crise do setor leiteiro nacional, sintoma de sua baixa competitividade internacional, evidencia a necessidade urgente de uma evolução estruturada em toda a cadeia. Sem essa transformação, continuaremos a ver produtores abandonando a atividade e laticínios falindo — um ciclo que se repete em intervalos cada vez menores.

Mas olhando para o futuro, como a demanda global por proteínas de alta qualidade tende a crescer e os grandes produtores mundiais de leite enfrentam limitações para expandir sua produção, o Brasil pode se posicionar como um potencial fornecedor global de destaque. Neste contexto, a descarbonização da cadeia surge como uma oportunidade estratégica. Ao focar no aumento da eficiência dos sistemas de produção e na redução da pegada de carbono do leite, o Brasil pode não apenas resolver suas fragilidades atuais, mas também liderar a transição global rumo a sistemas alimentares sustentáveis. Esse movimento pode se tornar um diferencial competitivo definitivo para o país no cenário internacional.

1CO2eq/Kg FPCM = CO2 equivalente (unidade de referência usada para comparar o impacto climático de diferentes gases de efeito estufa) por kg de leite padronizado para 4% de gordura e 3,3% de proteína.
 
Autores

Denis Teixeira da Rocha - analista da Embrapa Gado de Leite

Thierry Ribeiro Tomich - pesquisador da Embrapa Gado de Leite

Vanessa Romário de Paula - analista da Embrapa Gado de Leite

Rafael Gonçalves Tonucci - pesquisador da Embrapa Gado de Leite


Jogo Rápido

SOJA/CEPEA: Clima irregular reduz ritmo de semeadura e gera incerteza sobre produtividade
Cepea, 1º/12/2025 – O ritmo de semeadura da soja da safra 2025/26 segue abaixo do registrado na temporada passada. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é reflexo da distribuição irregular das chuvas em grande parte do território nacional nos últimos três meses. No Sul do País, o excesso de umidade ainda tem limitado o acesso às lavouras. Já no Centro-Oeste e no Matopiba, a distribuição desigual das precipitações resultou em umidade abaixo do necessário para avançar nos trabalhos de campo. Apesar do aumento recente dos acumulados pluviométricos no Centro-Oeste e no Matopiba e da redução dos volumes de chuvas no Sul – especialmente no Paraná –, colaboradores do Cepea relatam que o cenário é de incertezas quanto ao potencial produtivo da safra 2025/26. De acordo com a Conab, 78% da área nacional havia sido semeada até 22 de novembro, abaixo dos 83,3% registrados no mesmo período do ano passado. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)

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Porto Alegre, 28 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.524


CONSELEITE – SANTA CATARINA

RESOLUÇÃO Nº 11/2025A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida em de forma ONLINE no dia 28 de Novembro de 2025 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Outubro de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Novembro de 2025.O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Conseleite SC)


LEITE/CEPEA: Preço ao produtor cai pelo sétimo mês seguido

Cepea, 27/11/2025 – Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostram que a “Média Brasil” do preço do leite cru fechou a R$ 2,2996/litro em outubro, recuo real de 5,9% frente a setembro. Na comparação anual, a diminuição é de 21,7% em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de outubro/25). Esta é a sétima baixa consecutiva nas cotações do leite no campo. Apesar da consistente desvalorização real de 14,1% no acumulado de 2025, o excesso de oferta ainda sustenta a expectativa de agentes de mercado de que o movimento de queda deve persistir até o final do ano.

A oferta, no campo, vem sendo favorecida pelos investimentos realizados no ano passado e pelo clima – que estimulam a produção no Sudeste e Centro-Oeste e limitam a queda sazonal no Sul. De setembro para outubro, o ICAP-L (Índice de Captação de Leite) subiu 1,65% na Média Brasil, puxado pela alta média de 3,7% no Sudeste e Centro-Oeste. No acumulado do ano, a elevação é de 13,6%. Resultados prévios do IBGE estimam que a captação industrial de leite cru soma 7,01 bilhões de litros no terceiro trimestre deste ano, 10,3% acima da registrada no mesmo período de 2024. O Cepea projeta que o ano se encerre com aumento médio de 7% na captação industrial, atingindo recorde de 27,14 bilhões de litros. 

Além do avanço da produção, a disponibilidade de lácteos também vem sendo reforçada pelas importações. Em outubro, foram adquiridos 214,73 milhões de litros em equivalente leite (Eql), 8,4% a mais que em setembro. As exportações, por sua vez, recuaram 23,2%, somando 4,55 milhões de litros Eql. No acumulado de janeiro a outubro, as importações somaram 1,86 bilhão de litros Eql e as exportações, 54,48 milhões de litros Eql – respectivas quedas de 3,9% e de 34,8% na comparação anual. 

Com o mercado abastecido, indústrias de laticínios seguem encontrando dificuldade nas negociações com canais de distribuição, que pressionam por cotações mais baixas dos lácteos. O levantamento realizado pelo Cepea, com apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), mostra que, em outubro, o queijo muçarela, o leite UHT e o leite em pó negociados no atacado paulista registraram desvalorizações de 4,08%, 5,62%, 2,9%, respectivamente (valores deflacionados pelo IPCA de outubro/25), com as médias de outubro passando para R$ 30,05/kg, R$ 4,03/litro e R$ 29,37/kg, na mesma ordem.

As quedas nas cotações dos lácteos e do leite cru vêm comprimindo as margens do produtor. Pesquisas do Cepea apontam que o Custo Operacional Efetivo (COE) voltou a subir (0,52%) entre setembro e outubro, na “média Brasil”, influenciado principalmente pela valorização de defensivos agrícolas. O aumento dos preços dos grãos também deteriorou o poder de compra do produtor: em outubro, foram necessários 28,4 litros de leite para adquirir um saco de 60 kg de milho, altas de 7,1% frente a setembro e de 2,3% em relação à média dos últimos 12 meses (27,8 litros). Os resultados indicam a perda de rentabilidade e cautela crescente nos investimentos – o que deve, por sua vez, provocar desaceleração gradual da produção.

Contudo, no curto prazo, o mercado deve continuar abastecido, e agentes do mercado esperam que as cotações no campo possam se recuperar apenas a partir do segundo bimestre de 2026. (CEPEA)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1895 de 27 de novembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

A condição corporal e a saúde dos rebanhos estão adequadas, assim como a qualidade do leite. Foram realizados o controle de mastites e o manejo de ectoparasitas, apesar do aumento nos casos de infestação por moscas, especialmente mosca-dos-chifres, e de carrapatos em algumas propriedades. Em locais onde ocorre a transição das pastagens, foi necessário reforçar a alimentação com concentrados energéticos e proteicos até que as forrageiras anuais e perenes de verão atinjam condições de pleno pastejo.

Na região administrativa da Emater/Rs-Ascar de Bagé, o predomínio de temperaturas amenas no período proporcionou conforto às matrizes e o acesso às pastagens sem limitações de horários. O tempo seco facilitou as práticas de higiene na ordenha.

No município de Bagé, os produtores tiveram facilidade para comercialização de terneiros e de vacas de descarte devido ao momento favorável da pecuária de corte na região.

Na de Caxias do Sul, a infestação por moscas aumentou. A produtividade está estável. 

Na de Passo Fundo, os animais foram manejados prioritariamente em pasto, com complementação no cocho conforme a categoria. As vacas em lactação receberam pasto, silagem, ração e sal mineral; já as vacas secas e novilhas foram alimentadas com silagem, feno, ração e sal mineral. A produtividade está adequada.

Na de Erechim, a queda de granizo registrada no dia 13/11 (domingo) provocou danos severos em diversas propriedades, afetando as salas de ordenha, as estruturas de compost barn e de free stall, os galpões e as coberturas de silos.

Na de Pelotas, a produção está em níveis razoáveis em muitas propriedades. Foram registrados problemas pontuais de infraestrutura, como interrupções no fornecimento de energia, que prejudicou o manejo das  ordenhas.

Na de Santa Maria, nas propriedades com predomínio de pastagens anuais de verão, os rebanhos apresentaram déficit nutricional em razão do atraso no desenvolvimento dessas espécies. Em função da finalização da colheita de silagem de inverno, há maior disponibilidade de volumoso conservado para suplementação. Nos sistemas mais intensivos, foi ampliado o uso de silagem para manter a produtividade, mas, na maior parte, houve redução na produção e no escore corporal devido à oferta insuficiente de pastagens.

Na de Santa Rosa, em decorrência da elevada amplitude térmica dos últimos dias do período, foi necessário garantir condições mínimas de bem-estar ao rebanho, especialmente a partir das 10 horas da manhã e durante a tarde. Os animais foram conduzidos para áreas com disponibilidade de sombra e de água. Em algumas propriedades, foi adotado o molhamento intercalado com ventilação durante a alimentação para reduzir o estresse calórico e manter o apetite das vacas.

Na de Soledade, muitos produtores, para ampliar a escala produtiva, estão elevando a carga animal nas áreas de pastagens e recorrendo ao uso intensivo de silagem em detrimento do pastejo. Essa estratégia tem aumentado os custos de produção, o que pode comprometer os indicadores de produtividade. (Emater)


Jogo Rápido

Previsão é de temperaturas elevadas e de instabilidade no Estado
O final de semana tem previsão de temperaturas elevadas, aumento da umidade e instabilidade, com chuvas isoladas em diferentes regiões do Estado. Após a passagem da frente fria no início da semana os próximos dias no Rio Grande do Sul tendem ao predomínio de tempo firme com temperaturas em elevação. As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 48/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Sábado (29/11): condição de céu ensolarado no Estado e temperatura elevada no Oeste em torno de 33°C e no Litoral entre 24°C a 28°C.  Na metade Oeste, podem ocorrer chuvas isoladas, com precipitação moderada a forte, com possibilidade de queda de granizo. Domingo (30/11): o avanço de uma frente fria na Argentina deve proporcionar chuva no Sul e Fronteira Oeste. A temperatura máxima pode atingir entre 36°C e 38°C no Norte do RS.  Segunda-feira (1º/12): a frente fria deve atuar durante a madrugada levando chuva para a região Central e Leste e, ao longo do dia, para a região Norte do Estado. 
Terça-feira (2/12): o dia deve ser ensolarado com nebulosidade variável. A temperatura máxima deve ficar entre 20°C e 28°C no RS. Quarta-feira (3/12): a previsão é de sol com poucas nuvens e a temperatura máxima pode variar entre 26°C e 32°C. O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)