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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 04 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.508


Deputados da FPA cobram do governo medidas urgentes para conter crise no setor leiteiro

Bancada defende suspensão das importações, medidas antidumping e criação de contrato futuro para garantir previsibilidade de preços 

Com importações recordes, queda nos preços e produtores deixando a atividade, o setor lácteo brasileiro enfrenta uma das crises mais severas das últimas décadas. A entrada de leite subsidiado da Argentina e do Uruguai tem comprometido a rentabilidade e ameaçado a sobrevivência de milhares de famílias rurais.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (Republicanos-PR), afirmou que a defesa do produtor de leite é pauta prioritária da bancada. “Nosso papel é pressionar o governo, defender o produtor e garantir igualdade de condições. A bancada do agro está mobilizada e unida para fortalecer a cadeia do leite, do pequeno ao grande produtor”, declarou.

Diante do agravamento da crise, o deputado Valdir Cobalchini (MDB-SC) solicitou a realização de uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Abastecimento e Pecuária da Câmara dos Deputados, realizada nesta terça-feira (4). O debate tratou de soluções emergenciais e de longo prazo, como a aplicação de medidas antidumping, a revisão das regras de importação e a criação de um contrato futuro de leite para dar previsibilidade e estabilidade ao produtor.
Cobalchini destacou que a situação ameaça a segurança alimentar e a economia rural. “Hoje, em Santa Catarina, o produtor recebe menos de R$ 2 por litro, enquanto o custo médio de produção chega a R$ 2,40. Isso é inviável”, afirmou. O parlamentar defendeu ações imediatas, como a suspensão temporária das importações do Mercosul, auditorias sanitárias, compras públicas via Conab e ampliação do crédito subsidiado.

Defesa do antidumping e proteção ao produtor nacional
A deputada Ana Paula Leão (PP-MG), presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite, cobrou do governo a revisão da decisão que negou medidas antidumping ao leite do Mercosul. Segundo ela, o país importou 1,6 bilhão de litros até setembro, alta de 28% em apenas um mês. “Enquanto o leite de fora chega barato, o nacional é desvalorizado. Quando o produtor brasileiro quebrar, o importado vai chegar caro e quem vai sentir será o consumidor”, alertou.

Para o deputado General Girão (PL-RN), o leite tem papel essencial na alimentação humana e exige políticas de capacitação e acesso à tecnologia, especialmente para os produtores do semiárido. “O que pudermos fazer para melhorar a capacidade de produção e informação, especialmente nas regiões de clima adverso, precisa ser feito”, afirmou.

Por sua vez, o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), presidente da Comissão de Agricultura da Casa, lembrou que a pecuária leiteira está presente em todos os municípios brasileiros e defendeu políticas públicas que fortaleçam a cadeia produtiva. “É papel dessa comissão trabalhar para valorizar o produtor e contrapor as falhas das políticas do governo federal”, ressaltou.

Já o deputado Jorge Goetten (PL-SC) chamou a atenção para a responsabilidade das indústrias e cooperativas na crise. “As mesmas empresas que recebem o leite o ano todo são, muitas vezes, as que mais sacrificam o produtor. É preciso empatia e corresponsabilidade nesse momento de dificuldade”, concluiu. (FPA)


GDT 391: pressão baixista continua a pressionar o leilão, atingindo o sexto recuo consecutivo

O 391º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT) foi realizado nesta terça-feira (04/11) e apresentou movimentos variados entre as categorias de produtos. Confira!

No 391º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado em 04 de novembro, o preço médio dos produtos negociados foi de USD 3.768 por tonelada, registrando uma queda de 2,4% no price index — o sexto recuo consecutivo nos preços. Com isso, o valor acumula redução de 12,2% ao total das seis quedas.

 
Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

O leite em pó integral (LPI), principal referência do mercado, registrou a quinta queda consecutiva, com o preço médio recuando 2,7%, e chegando a USD 3.503 por tonelada.

Já o leite em pó desnatado (LPD) interrompeu a sequência de cinco recuos consecutivos e manteve estabilidade em USD 2.559 por tonelada.

Gráfico 2. Preço médio LPI

A manteiga registrou o nono leilão consecutivo de queda, com recuo de -4,3%, e preço médio de USD 6.371 por tonelada. Já a gordura anidra do leite também apresentou nova redução, de -1,9%, com cotação média em USD 6.887 por tonelada.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 04/11/2025.

Com alta de 1,6%, a muçarela, que vinha em trajetória de queda por nove leilões consecutivos, registrou valorização neste evento, levando o preço médio para USD 3.306 por tonelada.

O leitelho em pó também apresentou avanço, com aumento de 1%, alcançando USD 2.808 por tonelada.

Por outro lado, o cheddar manteve o movimento de retração pelo segundo leilão seguido, com a maior queda percentual do evento, de -6,6%, levando o preço médio a USD 4.449 por tonelada, o menor patamar desde setembro de 2024.

Volume negociado apresenta retração, mas aumento em comparação com o mesmo período do ano passado

O volume negociado neste leilão somou aproximadamente 30,5  mil toneladas, nova redução de -2,7% em relação ao último evento. Em relação ao evento equivalente de novembro de 2024, o aumento é de 8%. 

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros

Os contratos futuros de leite em pó na NZX voltaram a registrar quedas nos preços projetados para os próximos meses, embora em ritmo menos intenso que o observado no último leilão. A tendência ainda é de retração nos últimos meses do ano, mas com expectativa de recuperação gradual ao longo dos primeiros meses de 2026.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures)

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

O cenário de oferta crescente entre a maioria dos players globais continua exercendo pressão sobre os preços. O volume de vendas segue existindo, mas não cresce o suficiente para equilibrar o aumento da oferta, o que é evidenciado pela forte presença de compradores nos eventos de negociação do GDT. Ainda assim, mesmo com o consumo mantido, a conjuntura de excesso de oferta segue pressionando o mercado, e as quedas recentes refletem a continuidade desse movimento.

No mercado interno, o aumento da captação tem elevado os estoques das indústrias, resultando na atual sequência de reduções nos preços dos derivados. Paralelamente, o Mercosul também enfrenta um contexto de oferta crescente e consumo estável, sem sinais de expansão. A queda observada no GDT influencia diretamente nossos principais parceiros comerciais, Uruguai e Argentina, levando-os a ajustar os preços para baixo, o que pode aumentar a competitividade desses países e abre espaço para uma maior pressão das exportações em direção ao Brasil.

Além disso, o câmbio segue como ponto de atenção: com o dólar abaixo de R$ 5,40, os produtos importados permanecem mais competitivos em relação aos nacionais. (Milkpoint)

 

Com assistência técnica da CCGL, tambo de leite em Aceguá cresce 439%

Em meio a uma das piores secas dos últimos anos no Rio Grande do Sul, o casal Marciéle Lopes e Theo Cezar Mota, de Colônia Nova, em Aceguá/RS, viu na atividade leiteira uma nova oportunidade de futuro. O que começou como uma alternativa em um momento difícil se transformou em um case de sucesso, impulsionado pela parceria com a assistência técnica da CCGL.

Em 2022, o casal decidiu construir a casa da família e arrendar os campos da propriedade dos pais de Marciéle, onde até então criavam ovelhas e terneiros. No ano seguinte, a estiagem severa mudou completamente o cenário.

“Os gastos com a produção aumentaram e o valor da venda dos nossos animais caiu. Foi então que dei a ideia de iniciarmos na atividade leiteira, que sempre fez parte da história da minha família e pela qual tenho um grande carinho”, relembra Marciéle.

Theo admite que, no início, teve receio de investir em uma nova atividade. “Fui bastante resistente, com medo dos gastos e de não dar certo. Mas, pela necessidade de reverter nossa situação, aceitamos o desafio e começamos nossa obra”, conta.

Com poucos recursos, o casal literalmente colocou a mão na massa: “Saímos em alguns tambos para ver como poderíamos montar uma sala de ordenha rápida, funcional e barata. Nós mesmos construímos tudo: éramos pedreiros e carpinteiros. Levamos três meses para terminar e começamos com seis vacas em lactação.”

“A técnica da CCGL, Maiara, chegou para somar, disposta a nos ajudar quando tínhamos apenas 100 litros por dia. Desde então, passou a fazer parte de todo o nosso crescimento. Temos 100% de confiança e admiração pelo trabalho dela”, destacam.

O acompanhamento técnico da CCGL começou oficialmente em abril de 2024, marcando o início de uma virada na propriedade.

Com o apoio da técnica da CCGL, Marciéle e Theo implementaram ajustes importantes, especialmente na nutrição dos animais, no planejamento de pastagens e silagem e na organização do manejo, pontos que, segundo eles, fizeram toda a diferença. “A parte da nutrição foi nossa maior dificuldade. Foi ali que vimos o quanto é necessária a assistência técnica”, explica Theo.

Os resultados apareceram com o tempo. Quando iniciou o acompanhamento técnico, em abril de 2024, a produção mensal era de 3.431 litros. Um ano e meio depois, em outubro de 2025, o volume chegou a 18.500 litros, com meta de alcançar 22 mil litros até dezembro de 2025 — um crescimento de aproximadamente 439%.

Além do aumento de produtividade, o casal destaca que a renda familiar também se transformou. “Mesmo o Theo exercendo outra profissão, hoje a leitaria é nossa principal fonte de remuneração. Conseguimos adquirir várias coisas com o dinheiro do leite”, comemora Marciéle.

Mais do que resultados econômicos, o casal afirma que a parceria com a CCGL trouxe motivação e propósito para o negócio. “Quando começamos a vender para a CCGL e tivemos todo o amparo técnico, percebemos que a empresa acreditava em nosso potencial. Isso nos deu um gás enorme. Queremos seguir crescendo, melhorando a genética, a estrutura e, principalmente, incentivando nossos filhos a permanecer na atividade”, afirmam.

Para eles, o modelo cooperativo é essencial para o desenvolvimento do setor leiteiro gaúcho. “A CCGL traz um novo ciclo de produtores que crescem junto com a empresa. Isso movimenta a economia local e beneficia toda a comunidade.”

Os próximos passos da família incluem o melhoramento genético do rebanho, benfeitorias na estrutura e investimentos no bem-estar animal, visando aumentar a produtividade por vaca e facilitar o manejo da propriedade.

E, para outros produtores que ainda não participam do programa de assistência técnica da CCGL, o casal deixa um conselho: “Dificuldades existem em todos os setores, mas é essencial escolher uma empresa que caminhe ao seu lado e permita crescer. A CCGL fez isso por nós.” (CCGL)


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ÚLTIMA CHANCE: Inscrições para Prêmio Sindilat de Jornalismo são prorrogadas até sexta-feira
Foram prorrogadas até esta sexta-feira (07/11) as inscrições para a 11ª Edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. As inscrições devem ser realizadas a partir do link enquanto os documentos exigidos no regulamento devem ser enviados para o e-mail imprensasindilat@gmail.com. Promovida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), a premiação visa reconhecer o papel da profissão na divulgação de temas relacionados à cadeia produtiva do leite no Estado. A premiação envolve duas categorias: Texto e Audiovisual. Os trabalhos que serão enviados para o concurso precisam ter sido publicados ou veiculados dentro do período de 2 de novembro de 2024 e 1º de novembro de 2025. Podem participar jornalistas registrados, de forma individual ou em equipe, com número ilimitado de trabalhos por concorrente. Os finalistas serão divulgados no dia 28 de novembro e os ganhadores serão conhecidos em dezembro. Os trabalhos serão avaliados por uma Comissão Julgadora, composta por profissionais da área de comunicação e representantes de entidades ligadas ao setor.

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Porto Alegre, 04 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.508


China: mesmo com instabilidade econômica, país segue comprando lácteos

A China continua importando volumes significativos de manteiga e queijo apesar das preocupações econômicas persistentes e do crescimento da produção doméstica de leite. Saiba mais!

A China continua importando volumes significativos de manteiga e queijo apesar das preocupações econômicas persistentes e do crescimento da produção doméstica de leite, mas as importações ainda não estão tão fortes quanto há alguns anos, de acordo com Betty Berning, analista do Daily Dairy Report.

“A China vem trabalhando para alcançar autossuficiência em laticínios, investindo em fazendas leiteiras, o que tem reduzido os valores das importações. Além disso, os consumidores chineses também podem estar mudando suas preferências para outros produtos, o que pode estar reduzindo as importações de alguns derivados lácteos”, afirma Berning.

Como evidência para a teoria da mudança no perfil de consumo, Berning destaca que as importações de manteiga e queijo pela China em 2025, até setembro, estavam no caminho para atingir recordes anuais. Segundo dados do Trade Data Monitor, as importações chinesas de queijo subiram 13,5% em relação a setembro de 2024, chegando a 14,3 milhões de quilos, e nos primeiros nove meses do ano ficaram 8,7% acima do mesmo período de 2024. As importações de manteiga também ultrapassaram 10,7 milhões de quilos no ano, alta de 8,8% em comparação aos primeiros nove meses de 2024.

As importações de leite em pó integral (WMP) pela China, majoritariamente originárias da Nova Zelândia, cresceram 41% em setembro, para 14,65 milhões de quilos, em relação a uma base fraca no mesmo mês de 2024. No acumulado até setembro, a China importou 328,49 milhões de quilos de WMP, o nono maior volume desde 2016, ficando atrás apenas de 2024 dentro da série. Já as importações de leite em pó desnatado, de 8,44 milhões de quilos, caíram 3% em relação a setembro de 2024 e foram o menor volume para o mês desde 2011. Enquanto isso, as importações de soro de leite caíram levemente, 3,1% frente a setembro de 2024, totalizando 53,25 milhões de quilos.

“Surpreendentemente, as importações chinesas de produtos de soro dos Estados Unidos caíram apenas 0,5%, apesar das tensões comerciais contínuas entre os dois países”, diz Berning. “No início deste ano, a China anunciou planos de reduzir seu plantel de suínos reprodutores em 1 milhão de matrizes. Como resultado, as importações de soro, incluindo as de origem norte-americana, com ou sem tarifas, podem continuar encolhendo nos próximos meses.”

A incerteza em torno da economia chinesa também continua a gerar dúvidas nas projeções para importações de lácteos.

“Embora o crescimento do PIB chinês no terceiro trimestre, de 4,8%, tenha atendido às expectativas dos analistas, foi o menor avanço em um ano”, afirma Berning. “Chamou atenção a queda acumulada de 0,5% nos investimentos em ativos fixos, que incluem o setor imobiliário. Os economistas esperavam um crescimento, mesmo que modesto, e a queda reforça os problemas persistentes no mercado imobiliário chinês.”

Essa incerteza econômica contínua tem deixado os consumidores chineses mais cautelosos. Embora as vendas no varejo tenham aumentado 3% em setembro na comparação anual, houve retração em relação a agosto.

Berning conclui: “Diante da economia incerta e da disputa comercial em andamento, grandes volumes de vendas de lácteos dos EUA para a China parecem improváveis até que a economia chinesa mostre sinais duradouros de força.”

As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT adaptado pelo Sindilat  

MILHO/CEPEA: Com recuo vendedor e paridade de exportação elevada, preços têm novas altas

Milho segue avançando, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o suporte vem da retração de vendedores, que estão focados nas atividades de campo e no desenvolvimento das lavouras, além da paridade de exportação elevada. 

Os preços internos do milho seguem avançando, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o suporte vem da retração de vendedores, que estão focados nas atividades de campo e no desenvolvimento das lavouras, além da paridade de exportação elevada. Pesquisadores explicam que muitos produtores, atentos à maior presença de compradores no mercado na última semana, se afastaram das negociações, à espera de novas valorizações do cereal. 

De modo geral, os vendedores ofertam novos lotes apenas quando há necessidade de fazer caixa no curto prazo e/ou de liberar parte dos armazéns. Conforme o Centro de Pesquisas, as altas de preços só não foram mais intensas porque parte dos consumidores utiliza estoques em detrimento de realizar novas aquisições. (CEPEA VIA TERRA VIVA)


Jogo Rápido

SOJA/CEPEA: China sinaliza importação dos EUA, e prêmio de exportação cai no BR
Soja da China nos Estados Unidos pressionou os prêmios de exportação no Brasil, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, os contratos para embarque em 2026 retornaram a patamares negativos, movimento que não era observado desde julho deste ano. A sinalização de retomada parcial das compras de soja da China nos Estados Unidos pressionou os prêmios de exportação no Brasil, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, os contratos para embarque em 2026 retornaram a patamares negativos, movimento que não era observado desde julho deste ano. Mesmo assim, as cotações da oleaginosa no mercado físico se mantiveram firmes ao longo da última semana. Vendedores brasileiros mostraram preferência por negociar novos lotes com entrega imediata (spot) e pagamento longo, no intuito de garantir os atuais patamares de preço, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Quanto à safra 2025/26, a Conab projeta recorde de 177,6 milhões de toneladas. Nesta estimativa, a Companhia já prevê menor produtividade no Centro-Oeste do País, devido aos possíveis impactos do fenômeno La Niña. Ao mesmo tempo, bons volumes de chuva nos últimos dias trouxeram alívio e otimismo ao setor. (CEPEA VIA TERRA VIVA)

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Porto Alegre, 03 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.507


Inscrições para Prêmio Sindilat de Jornalismo são prorrogadas até sexta-feira

Foram prorrogadas até esta sexta-feira (07/11) as inscrições para a 11ª Edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. As inscrições devem ser realizadas a partir do link : https://forms.gle/wpumktj4g51Hd69UA, enquanto os documentos exigidos no regulamento devem ser enviados para o e-mail imprensasindilat@gmail.com. Promovida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), a premiação visa reconhecer o papel da profissão na divulgação de temas relacionados à cadeia produtiva do leite no Estado.

A premiação envolve duas categorias: Texto e Audiovisual. Os trabalhos que serão enviados para o concurso precisam ter sido publicados ou veiculados dentro do período de 2 de novembro de 2024 e 1º de novembro de 2025. Podem participar jornalistas registrados, de forma individual ou em equipe, com número ilimitado de trabalhos por concorrente.

Os finalistas serão divulgados no dia 28 de novembro e os ganhadores serão conhecidos em dezembro. Os trabalhos serão avaliados por uma Comissão Julgadora, composta por profissionais da área de comunicação e representantes de entidades ligadas ao setor. (Sindilat)


Mercado global de lácteos deve entrar em 2026 sob pressão de oferta

Excesso de produção em grandes exportadores deve manter os preços do leite em baixa no início de 2026, impactando também o mercado brasileiro.

O mercado global de lácteos deve iniciar 2026 sob um cenário de baixa, com produção elevada e demanda contida, também afetando o mercado brasileiro. A avaliação é da consultoria StoneX, que aponta o excesso de oferta em grandes exportadores, como Estados Unidos, União Europeia e Argentina, como principal fator de pressão sobre os preços internacionais.

No Brasil, embora as importações representem apenas cerca de 13% do consumo nacional, elas ainda exercem influência na formação dos preços internos. Segundo Marianne Tufani, consultora de Gestão de Riscos em Laticínios da StoneX, as importações funcionam como um “fator marginal” no mercado.

“Quando os preços internacionais sobem, importar fica caro e os preços internos tendem a subir. Quando caem, aumenta a compra de importados, reduzindo a demanda pelo produto nacional e pressionando os preços.”, explica. Tufani destaca que esse efeito é ampliado pela baixa elasticidade do mercado lácteo, onde pequenas variações na demanda interna podem gerar grandes oscilações nos preços.

Do lado da produção, o cenário é de menor atratividade para os pecuaristas. A relação de troca entre o litro de leite e a arroba da vaca gorda está desfavorável, principalmente em São Paulo e Goiás, o que pode levar alguns produtores a migrar para outras atividades.

A expectativa, porém, é de uma recuperação parcial das margens no início de 2026, impulsionada mais pela redução de custos, especialmente com o milho, do que por uma valorização do leite.

No Brasil, a colheita recorde de milho e a comercialização mais lenta ajudam a conter os custos de nutrição animal, contribuindo para margens mais equilibradas. Ainda assim, o risco climático permanece no radar. “Caso o fenômeno La Niña se intensifique, poderemos ter estiagens no Sul, o que mudaria completamente o quadro”, diz Tufani.

No consumo doméstico, a inflação de alimentos acumula quatro meses de recuo, favorecendo o consumo, mas o alto nível de endividamento das famílias, que chega a 60% em algumas regiões, limita o avanço da demanda, especialmente por produtos de maior valor agregado, pontua o levantamento.

“Há um impulso natural no fim do ano, com o 13º salário e as festividades, mas a sustentabilidade desse consumo ainda depende da confiança do consumidor e do cenário macroeconômico”, avalia a consultora.
As informações são do Globo Rural.

Declaração da WDS 2025 sobre alimentos seguros e sustentabilidade

A IDF World Dairy Summit Santiago 2025 (WDS 2025), o primeiro evento global do setor lácteo realizado na América do Sul, concluiu com um compromisso conjunto dos países participantes para promover a segurança alimentar e a produção sustentável do leite. 

Organizada pela Federação Internacional do Leite (FIL/IDF) e apoiada pelo Consorcio Lechero, Fedeleche e o Ministério da Agricultura do Chile, a cúpula reuniu mais de 1.090 delegados de 48 países, representando 60% do mercado mundial de laticínios. 

A cúpula contou com 90 conferências técnicas sobre desafios chaves do setor, incluindo mudanças climáticas, bem-estar animal, transformação tecnológica, e produção eficiente. As sessões também focaram em questões de gênero, inclusão, saúde pública e promoções estratégicas, reforçando a abordagem abrangente para inovação e sustentabilidade. 

Os participantes, incluindo grandes produtores como China, Índia, União Europeia, Nova Zelândia e Estados Unidos, ratificaram a Declaração de Paris sobre Sustentabilidade do Setor Lácteo (PDDS), uma rede para medir o progresso ambiental, social e dimensões econômicas da produção de leite. O PDDS foi 
elaborado com base na Declaração do Setor Lácteo de Roterdã, em 2016, ampliando seu escopo para incluir compromissos verificáveis alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e apoiados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). 

De acordo com o relatório IDF-FAO 2025, a iniciativa reuniu mais de 1.000 compromissos de 154 organizações em 42 países, sinalizando o crescimento da colaboração global. A declaração promove uma transição para sistemas sustentáveis de produção que garantam alimentos seguros, nutrição adequada e responsabilidade no manejo dos recursos. 

Gilles Froment, presidente da FIL/IDF, enfatizou o papel das declarações dos fóruns globais como a Conferência Global da FAO sobre a Transformação Sustentável da Pecuária 2025 e a próxima COP30, observando que a mudança de Roterdã para Paris mostra maior ambição e ação. 

Thanawat Tiensin, diretor geral adjunto da FAO, afirma, “A Declaração de Paris sobre Sustentabilidade, desenvolvida em conjunto pela FAO e a FIL/IDF, visa garantir melhor produção, nutrição, meio ambiente e vida”. Ele enfatizou a importância da colaboração internacional para alcançar resultados tangíveis. 

A FIL/IDF criou uma plataforma dinâmica para registrar compromissos voluntários de empresas e organizações, com indicadores mensuráveis e prazos definidos, promovendo transparência e prestação de contas. Essa iniciativa está no âmbito da continuidade dos esforços despendidos pelo setor ao longo do tempo, desde o Programa de Ação Mundial para o Setor Lácteo de 2009, até a Declaração de Roterdã, para melhorar a produção alimentar, reduzir o impacto ambiental e sustentar os meios de subsistência de comunidades. 

Durante a cúpula, várias associações e empresas privadas assinaram ou reafirmaram seus compromissos como Grupo Gloria, FrieslandCampina, Dairy Farmers of Canada, China Dairy Industry Association, Fair Cape Dairies, Valio, Yili Group, Conaprole e Nestlé, entre outros. Tiensin acrescentou: “com os conhecimentos, tecnologias e inovações de hoje, podemos continuar produzindo alimentos sustentáveis”. A FAO afirmou que sustentabilidade na produção de leite é possível, reduzindo o impacto ambiental ao mesmo tempo em que assegura alimentos saudáveis e nutritivos. 

O setor lácteo chileno demonstrou alinhamento com os padrões globais de sustentabilidade, apoiado em iniciativas tais como Chile Origem Consciente, um programa do Ministério da Agricultura que promove práticas responsáveis em toda a cadeia de valor do setor lácteo. 

Octavio Oltra, gerente do consórcio lácteo, afirmou que “A cúpula confirmou que a indústria de laticínios do Chile está comprometida com a qualidade, inovação tecnológica e ações climáticas”. O Chile produz anualmente 2,4 milhões de litros de leite, com um consumo per capita superior à média global, graças a um modelo de colaboração público-privado que certifica produtos sustentáveis, da fazenda à indústria. 

O setor lácteo global está adotando abordagens sustentáveis holísticas, cobrindo desde o manejo dos recursos naturais, proteção à biodiversidade e transição para uma economia circular, ao mesmo tempo em que garante produtos lácteos saudáveis e nutritivos, apoiados por comunidades resilientes. Acesse aqui a matéria na íntegra. (Fonte: Dairy Industries – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido

Qualificação da CCGL melhora produção leiteira
O programa Gestores do Futuro, promovido pela Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL), encerrou a edição 2025 comprovando que conhecimento técnico pode transformar as propriedades leiteiras. Conforme a cooperativa, 162 participantes do curso, que se qualificaram em temas como gestão, nutrição, qualidade do leite e fertilidade do solo, alcançaram um aumento médio de 19% na produção em apenas seis meses. (Correio do Povo)

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Porto Alegre, 31 de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.506


Três pedidos para conter crise do leite

A combinação de fatores externo e interno fez soar o alerta de preocupação no setor de lácteos do Rio Grande do Sul. O Conseleite, conselho paritário que reúne representantes de produtores e indústria, costurou uma proposta de um pacote de ações emergenciais.

Os pontos listados constam em documento encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, a ministros e ao presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

— Precisamos do apoio do governo neste momento crítico para que o setor avance em produtividade e competitividade e, em um futuro breve, consigamos enfrentar o mercado globalizado de forma autônoma — afirma Darlan Palharini, coordenador do Conseleite.

O aumento da produção gaúcha em um momento do ano em que já deveria ser de baixa, a proximidade do período de entrada de safra de Minas Gerais (maior produtor nacional) e a entrada de lácteos importados do Mercosul, que chegam a preços mais competitivos, são os fatores que embasam a preocupação do setor.

Alta na importação preocupa

Há um ingrediente adicional: a queda nos preços pagos ao produtor. Conforme dados do Conseleite, o valor de referência do litro vem caindo desde julho. O projetado para outubro é de R$ 2,2163. A alta na importação de leite em pó também é o motivo do alerta: a quantidade, em milhões de litros, subiu 19,87%. No acumulado entre janeiro e setembro, há redução de 4,9%.

Foram feitos três pedidos. Um é para que haja um benefício fiscal, uma espécie de bônus, às empresas de achocolatados, panificadoras, entre outras, que comprarem leite em pó produzido no Brasil. Seria uma forma de incentivo à preferência pelo produto nacional.

Outra solicitação é a da realização de compra governamental, de cem mil toneladas de leite em pó, para programas sociais e escolas. Por fim, há a requisição para uma sobretaxa emergencial de 50% para leite em pó e queijo muçarela importados da Argentina e do Uruguai por 36 meses. (Zero Hora)


Emater/RS: Informativo Conjuntural 1891 de 30 de outubro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção se manteve estável nas diferentes regiões, sofrendo apenas leves variações, típicas do período de transição entre as pastagens de inverno e de verão. A maioria dos rebanhos apresentou escore corporal e sanitário adequado. As condições meteorológicas, como temperaturas amenas e chuvas bem distribuídas, favoreceram o conforto térmico dos animais. Em algumas propriedades, a oferta de forragem ainda está limitada, exigindo suplementação com silagem e feno para garantir a produtividade e a estabilidade alimentar dos rebanhos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Hulha Negra, a produção está satisfatória nas criações mantidas em potreiros com trevo. Na Fronteira Oeste, em São Gabriel, os produtores com menor nível de investimento direcionaram os rebanhos para os campos nativos, aproveitando as condições de pastejo adequadas.

Na de Caxias do Sul, houve relatos de aparecimento de moscas e de borrachudos, além da ocorrência de mastite clínica. O estado corpóreo das vacas foi considerado adequado, e a qualidade do leite produzido foi favorecida pelo tempo seco, que manteve os úberes limpos e os resultados dentro dos padrões exigidos. 

Na de Frederico Westphalen e na de Santa Maria, em algumas propriedades, foi necessário ofertar suplementação alimentar devido ao período de transição das pastagens.

Na de Erechim, em áreas com menor disponibilidade de forragem, foi necessária a suplementação com silagens de verão e de inverno para equilibrar o déficit energético causado pelo alto teor de proteína das forrageiras. Para o manejo das bezerras, foi ofertado colostro equivalente a 10% do peso corporal e realizada desinfecção do umbigo, além da permanência em baias individuais até dobrarem o peso vivo. Essa rotina de cuidados foi facilitada pelas chuvas regulares e pela presença de dias ensolarados, que melhoraram as condições das pastagens e dos arredores das instalações. Devido ao aumento gradual das temperaturas, os sistemas intensivos, como free stall e compost barn, retomaram o uso de aspersão e ventilação.

Na de Ijuí, a produção apresentou leve declínio em relação ao período anterior, acompanhando a curva de sazonalidade. Porém, a redução está menos acentuada do que a do ano passado. Na de Passo Fundo, houve diminuição na oferta de volumosos, e o escore corporal dos animais está adequado. Na de Santa Rosa, a produtividade foi afetada pela senescência das pastagens anuais de inverno e pela baixa oferta das forrageiras de verão, o que exigiu adaptação dos animais à nova dieta.

Na de Pelotas, em Capão do Leão, foi realizado um dia de campo com o tema Terra Forte, Leite Seguro, promovido pela Emater/RS-Ascar, pela Embrapa e pela cooperativa local. 

O evento reuniu cerca de 600 participantes, entre agricultores e estudantes de escolas técnicas da região, abordando temas, como manejo do solo, irrigação de pastagens perenes, bem-estar animal, controle de mastite e melhoria das condições de trabalho e conforto das famílias. Também foram discutidos aspectos da cadeia produtiva do leite, incluindo produção, insumos e industrialização, reforçando a integração entre as etapas produtivas e o foco na qualidade e sustentabilidade da atividade leiteira. Na de Porto Alegre, a produção aumentou como reflexo da melhoria nas condições das pastagens. (As informações são da Emater/RS)

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS 

A semana foi marcada por instabilidades e variação de temperatura. Na próxima semana, o tempo no Rio Grande do Sul será marcado por variação de nebulosidade e instabilidades. 

Em 31/10 (sexta-feira), a nebulosidade permanece variável. 

Em 01/11 (sábado), um sistema de baixa pressão se intensificará, trazendo umidade do centro do país e favorecendo pancadas de chuva em todas as regiões, com maior intensidade na Metade Norte. 

Em 02/11 (domingo), a persistência desse sistema aumenta a instabilidade atmosférica, criando condições favoráveis à ocorrência de tempestades em todo o Estado.

A partir de 03/11 (segunda-feira), uma frente fria manterá o tempo instável. 

Em 04/11 (terça-feira), a entrada de um sistema de alta pressão deixará as temperaturas amenas e o tempo firme. 

Já em 05/11 (quarta-feira), a nebulosidade volta a se espalhar, com possibilidade de chuva no Sul do Estado.


Jogo Rápido

O 3º Congresso Sindical da Indústria da FIERGS reúne lideranças e executivos sindicais de todo o Rio Grande do Sul, em Bento Gonçalves. Um encontro que promove integração, troca de experiências e estratégias para o fortalecimento do movimento sindical da indústria. Na abertura, o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, destacou a força e a união do setor industrial, reforçando o papel decisivo dos sindicatos e os avanços alcançados em áreas como educação, inovação e interiorização. Com palestras, dinâmicas e trocas de boas práticas, o primeiro dia do Congresso reforçou a importância estratégica dos sindicatos na construção de uma indústria cada vez mais forte e conectada aos novos tempos. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, e o 1º Vice-Presidente, Alexandre Guerra, participam do evento. (Fiergs, adaptado pelo Sindilat)

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Porto Alegre, 30  de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.505


Setor lácteo abre frente em defesa do leite brasileiro e pede pacote de socorro emergencial

Produtores de leite, indústrias, e lideranças do setor lácteo deram início, nesta quinta-feira (30/10), a um movimento coletivo de defesa do leite brasileiro. A ação, capitaneada pelo Conseleite/RS, busca frear o ingresso desmedido de leite importado no Brasil, fato que vem desequilibrando o mercado nacional, penalizando o setor produtivo e ameaçando a geração de renda e empregos no campo e nas cidades. Em documento enviado ao presidente, Luiz Inácio Lula da Silva; ao vice-presidente, Geraldo Alckmin; ao ministro da Agricultura, Carlos Fávero; ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Luiz Teixeira, à ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e ao diretor da Conab, João Edegar Pretto, o colegiado pede três ações emergenciais de socorro ao setor produtivo. 

O primeiro pedido é pela adoção de uma política de benefício fiscal às indústrias transformadoras que compram leite em pó nacional, o que tornaria a aquisição do produto brasileiro mais atrativo do que a do importado. Atualmente, supermercados e indústrias alimentícias (que fabricam pães e chocolates) são as principais importadoras de leite em pó.

O segundo pedido é pela compra governamental de, no mínimo, 100 mil toneladas de leite em pó produzido no Brasil a serem destinadas a programas sociais e escolas. 

A terceira demanda é pela adoção de uma sobretaxa emergencial de 50% sobre aquisição de leite em pó e queijo muçarela importados da Argentina e do Uruguai por 36 meses. 

Segundo o coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, a união do setor busca sensibilização do governo brasileiro quanto às dificuldades enfrentadas por produtores e indústrias. “O problema não é novo. Mas chegamos em um ponto limite. Não há como competir com a avalanche de leite e queijos do Prata que está entrando no Brasil. Precisamos de apoio ou o setor lácteo nacional não resistirá por muito tempo”. No campo, explica Palharini, tem sobrado leite, fato agravado pelo início da safra, período em que, tradicionalmente, há aumento da oferta por conta do clima. A rentabilidade da indústria também está comprometida, alerta o dirigente, uma vez que as empresas nacionais têm dificuldade de fazer frente ao leite em pó importado. Com margens reduzidas e mercado nacional abastecido pelos importados, as indústrias estão vendo suas plantas inviabilizadas. “Precisamos do apoio do governo neste momento crítico para que o setor avance em produtividade e competitividade e que, em um futuro breve, consigamos enfrentar o mercado globalizado de forma autônoma”.

SINDILAT/RS

Quem produz o leite brasileiro?

Você sabia que 57% dos produtores de leite no Brasil produzem até 200 litros por dia, mas respondem por apenas 10% do volume total? 🥛
 
Esses pequenos produtores têm um papel fundamental na manutenção da atividade em diferentes regiões do país, garantindo renda, ocupação no campo e diversidade produtiva — elementos essenciais para a sustentabilidade da cadeia. Esses dados fazem parte do Quem Produz o Leite Brasileiro 2025, uma pesquisa que revela como a base produtiva do setor vem mudando — e o que isso significa para o futuro do leite no Brasil. Baixe o relatório completo e descubra ainda mais transformações no setor. ➡️ Acesse: https://bit.ly/4374qM1

Milkpoint

 

LEITE/CEPEA

Cepea, 29/10/2025 – Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em setembro, o preço do leite cru recuou 4,2% frente ao de agosto, fazendo com que a “Média Brasil” chegasse a R$ 2,4410/litro – queda real de 19% em relação a setembro/24 (deflacionamento pelo IPCA de setembro/25). Trata-se da sexta baixa consecutiva nas cotações no campo, e o setor projeta que esse movimento de desvalorização se persista até o final do ano, tendo em vista que o mercado doméstico está bastante abastecido.

De um lado, observa-se crescimento consistente da produção ao longo de 2025, sustentado por investimentos realizados após margens mais favoráveis em 2024. A sazonalidade da primavera e do verão, com melhora das pastagens, também impulsiona a oferta. O ICAP-L (Índice de Captação de Leite) subiu 5,8% de agosto para setembro e acumula alta de 12,2% no ano, indicando forte ampliação da produção.

Além do avanço interno, a disponibilidade total de leite foi reforçada pelo aumento de 20% nas importações de lácteos em setembro, totalizando 198,1 milhões de litros em equivalente leite, dos quais quase 80% correspondem a leite em pó. Mesmo com crescimento de 11% nas exportações no mês, o mercado interno permanece amplamente abastecido. No acumulado de janeiro a setembro, as importações recuaram 4,8% frente às de 2024, mas ainda somaram 1,65 bilhão de litros equivalentes, volume considerado alto pelos agentes do setor. Já as exportações diminuíram 36,7% no mesmo período, somando 52,9 milhões de litros. 

Essa abundância de oferta tem mantido o mercado saturado. A produção segue em alta e sem sinais de desaceleração no curto prazo, enquanto o consumo permanece incapaz de crescer no mesmo ritmo, resultando em estoques elevados e em margens industriais comprimidas, sobretudo nos segmentos de UHT e muçarela. Pesquisa do Cepea realizada com o apoio da OCB mostra que, em setembro, o leite UHT, queijo muçarela e o leite em pó registraram respectivas desvalorizações de 2,87%, 2,08% 1,66%, no atacado paulista.

Nas indústrias, a combinação de custos fixos elevados e de baixa rentabilidade tem levado à redução dos preços pagos ao produtor, agravando as tensões nas negociações. Muitos produtores relatam dificuldades para cobrir o custo de produção.

Segundo pesquisas do Cepea, em setembro, o Custo Operacional Efetivo (COE) recuou 0,9% na Média Brasil. Contudo, essa redução é pequena diante da queda das cotações, resultando em estreitamento das margens dos pecuaristas. O aumento dos preços dos grãos também deteriorou o poder de compra do produtor: em setembro, foram necessários 26,5 litros de leite para adquirir um saco de 60 kg de milho, alta de 5,4% frente a agosto. Embora levemente abaixo da média dos últimos 12 meses (27,5 litros), a tendência indica perda de rentabilidade e cautela crescente nos investimentos.

No curto prazo, o cenário aponta para continuidade da pressão de baixa. As sucessivas quedas podem provocar desaceleração gradual da produção, mas parte desse efeito tende a ser compensada pelo aumento sazonal típico da safra das águas, sobretudo no Sudeste e no Centro-Oeste. Assim, o volume deve continuar crescendo, mas em ritmo menor que o habitual, sugerindo início de ajuste na oferta.

Esse movimento pode abrir espaço para estabilização dos preços em dezembro, quando as indústrias passam a planejar o abastecimento do início de 2026. Contudo, uma recuperação mais consistente das cotações não é esperada no curto prazo: pode ocorrer apenas a partir do segundo bimestre de 2026, quando a oferta tende a recuar no Sul e o mercado pode reencontrar um novo ponto de equilíbrio.

Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de setembro/2025)


Cepea


Jogo Rápido

Conecta Leite
O Conecta Leite, chega a Pinhalzinho (SC) nos dias 4 e 5 de novembro de 2025 com uma missão clara: Integrar a cadeia produtiva do leite e impulsionar a inovação no setor. A iniciativa, organizada pela 2W Eventos em parceria com o Sindileite-SC, nasce para aproximar produtores, indústrias, pesquisadores e fornecedores em um mesmo espaço de diálogo e oportunidades. Realizado no Parque de Exposições da Efacip, o evento traz uma proposta inédita para o estado: fortalecer a indústria do leite catarinense por meio da difusão de práticas sustentáveis, da troca de experiências e da valorização da tecnologia. O Conecta Leite aposta na união entre tradição e modernidade para preparar o setor para os desafios e demandas do mercado atual.Entre os temas em destaque, estão as novas tecnologias de processamento, o controle de qualidade, as análises laboratoriais e os avanços em conservação do leite. Essas inovações visam não apenas maior eficiência e segurança, mas também alinhar a produção às exigências do consumidor moderno, que valoriza cada vez mais a qualidade, a origem e a sustentabilidade dos produtos que consome. Segundo os organizadores, o evento se consolida como um ponto de encontro estratégico para quem busca atualização técnica, networking e soluções inovadoras para o futuro da indústria láctea. (Escrito para o eDairyNews, com informações de CDiário do Iguaçu e adaptado pelo Sindilat/RS)

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Porto Alegre, 27  de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.504


FAO reconhece Programa Mais Leite Saudável como exemplo global de pecuária sustentável

Programa se mostra como um importante mecanismo capaz de financiar a transformação sustentável da pecuária de leite no Brasil

O Programa Mais Leite Saudável (PMLS), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi reconhecido oficialmente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como uma das boas práticas e inovações em transformação sustentável da pecuária, iniciativa lançada pela FAO em comemoração ao seu 80º aniversário.

O reconhecimento foi formalizado na quarta-feira (15) durante o World Food Forum (WFF), evento anual realizado na sede da FAO, em Roma, que reúne líderes, pesquisadores e organizações internacionais para debater soluções sustentáveis para os sistemas agroalimentares.

De acordo com o coordenador geral de Produção Animal do Mapa, Bruno Leite, hoje o Programa se mostra como um importante mecanismo capaz de financiar a transformação sustentável da pecuária de leite no Brasil, mostrando o compromisso brasileiro com o tema.

"Muito se discute sobre como financiar a chamada transformação sustentável da pecuária. No Brasil, o Programa Mais Leite Saudável, através de seu desenho inovador de investimento que alinha recursos públicos e privados, se mostra como um sólido mecanismo para financiar ainda mais a sustentabilidade da cadeia produtiva do leite. Quem sabe esse não possamos expandir esse desenho para outras cadeias produtivas?", indagou.

SOBRE O PROGRAMA MAIS LEITE SAUDÁVEL

Criado em 2015, o PMLS estimula empresas do setor lácteo a investirem em melhoria da qualidade do leite e capacitação de produtores rurais. O programa permite que indústrias e cooperativas utilizem parte dos créditos presumidos de PIS/Pasep e Cofins em projetos de assistência técnica, inovação e sustentabilidade.

Desde sua criação, o programa já beneficiou mais de 185 mil produtores em mais de 3 mil municípios brasileiros, com mais de 2 mil projetos aprovados e cerca de 900 empresas participantes. Os resultados incluem aumento da produtividade, melhoria na qualidade do leite e fortalecimento da renda dos produtores.

•Programa Mais Leite Saudável: 
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/producao-animal/programa-mais-leite-saudavel

•FAO – Reconhecimento de boas práticas: 
https://www.fao.org/one-health/highlights/highlights-detail/recognition-of-good-practices-and-innovations-in--sustainable-livestock-transformation--one-health--animal-health-and-reference-centers/en

As informações são do MAPA


Conseleite Minas Gerais

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 24 de Outubro de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:a) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Agosto/2025 a ser pago em Setembro/2025.b) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Setembro/2025 a ser pago em Outubro/2025.c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Outubro/2025 a ser pago em Novembro/2025.


Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima.Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br. 

Desafios regulatórios e o impacto na inovação dos produtos lácteos

O desafio das indústrias é equilibrar compliance regulatório com velocidade de inovação, especialmente em um mercado global cada vez mais competitivo. A regulamentação dos produtos lácteos no Brasil envolve um conjunto extenso de normas que vão desde a composição do alimento até as embalagens e rotulagem.

A indústria de laticínios no Brasil opera sob um dos marcos regulatórios mais complexos do setor alimentício, com implicações diretas na capacidade de inovação das empresas. O desenvolvimento de novos produtos lácteos envolve a aprovação de múltiplas agências reguladoras, incluindo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e órgãos estaduais e municipais de inspeção sanitária. Esta multiplicidade de instâncias regulatórias cria um ambiente de sobreposição de competências que impacta significativamente o lançamento de inovações no mercado brasileiro em um setor, onde o ciclo de vida dos produtos é curto e a diferenciação de portfólio é essencial. O desafio das indústrias é equilibrar compliance regulatório com velocidade de inovação, especialmente em um mercado global cada vez mais competitivo.

A regulamentação dos produtos lácteos no Brasil envolve um conjunto extenso de normas que vão desde a composição do alimento até as embalagens e rotulagem.

A nova norma de rotulagem nutricional (RDC 429/2020) e suas atualizações trouxeram ganhos de transparência ao consumidor, mas também exigiram reformulação completa dos layouts de embalagens. Para o setor lácteo, especialmente iogurtes, bebidas lácteas e produtos com adição de açúcar, a obrigatoriedade de selos frontais (“lupa”) impactou custos gráficos, prazos de esgotamento de estoques e comunicação de marketing.

As inovações na maioria das vezes estão relacionadas a uso de novos ingredientes com finalidade funcional ou tecnológica, cuja aprovação se dá por um processo complexo para comprovação de segurança que pode levar até 2 anos.

Enquanto mercados como EUA e União Europeia possuem procedimentos de notificação simplificada para novos ingredientes com histórico de uso seguro, no Brasil o processo requer dossiês técnicos extensos e validação de segurança, o que aumenta tempo e custo.

A lista de ingredientes e aditivos permitidos em produtos lácteos no Brasil é consideravelmente mais restrita e específica por categoria de alimento que em outras jurisdições. Enquanto a Food and Drug Administration (Administração de Alimentos e Medicamentos) dos Estados Unidos, mantém a lista GRAS (Generally Recognized as Safe – “Geralmente reconhecido como seguro”) com centenas de substâncias aprovadas para uso alimentar, a legislação brasileira requer aprovação específica para cada categoria de alimento. Isso significa que um ingrediente funcional aprovado para uso em iogurtes lá pode não ter aprovação para a mesma aplicação no Brasil, exigindo estudos adicionais e procedimentos regulatórios que podem custar centenas de milhares de reais e anos de tramitação.

O resultado é uma defasagem competitiva. Produtos desenvolvidos globalmente demoram meses, ou anos, para serem liberados no mercado brasileiro, o que afeta diretamente a atratividade do país para investimentos em inovação.

Este sistema cria barreiras significativas para a incorporação de ingredientes inovadores, como prebióticos, probióticos específicos, proteínas alternativas e adoçantes naturais emergentes. A necessidade de documentação técnica extensa, estudos de segurança específicos para o contexto brasileiro e análises toxicológicas detalhadas torna o processo de aprovação de novos ingredientes particularmente oneroso para pequenas e médias empresas.

A regulação é essencial para garantir a qualidade e a segurança dos alimentos lácteos, mas o excesso de burocracia e a falta de previsibilidade têm reduzido o dinamismo inovador das empresas brasileiras.

Enquanto o consumidor demanda produtos mais saudáveis, sustentáveis e convenientes, o ambiente normativo nacional ainda impõe barreiras técnicas, documentais e prazos longos, desestimulando o investimento em novas tecnologias.

Esses e outros desafios estarão no centro das discussões do Dairy Vision 2025. No evento, Daniela Tomei, diretora da Meta Regulatória, apresentará uma análise detalhada sobre o impacto das questões regulatórias na inovação dos produtos lácteos, mostrando caminhos para transformar a regulação em aliada do desenvolvimento e da competitividade do setor. 

Associados do Sindilat/RS tem 10% de desconto comprando através do link: https://www.sindilat.com.br/site/2025/09/12/associados-do-sindilat-rs-tem-desconto-no-dairy-vision-2025/

(Milkpoint)


Jogo Rápido

Controle e erradicação de tuberculose e brucelose
O Brasil tem potencial para ser um grande player global também na produção de leite. Aliás, exportar seria uma tremenda oportunidade para escoar a crescente produção nacional e melhorar condições econômicas para produtores e indústrias. Mas, para alcançar esse patamar, precisamos continuar avançando na melhoria do nosso status sanitário. Entre os principais desafios estão a Brucelose e a Tuberculose, doenças que impactam diretamente a produtividade e a competitividade da pecuária leiteira. Como parte das comemorações dos 10 anos do Programa Mais Leite Saudável, realizaremos o 5º e último seminário da série, com foco exatamente nesses temas fundamentais para o futuro do setor. Data: Quarta-feira, 29 de outubro  Horário: 14h às 17h. Acesse: https://shre.ink/tnhP Programação: • 14h - 14h15: Introdução e orientações • 14h15 - 15h: Situação no setor leiteiro e desafios para o controle das doenças – Prof. Vitor Gonçalves (UnB) • 15h - 15h45: Experiências de controle e erradicação na prática – Cooperativa Central Gaúcha de Leite e FUNDESA/RS • 15h45 - 16h15: Como elaborar projetos – Roberto Lucena (DDR/RS/MAPA) • 16h15 - 17h: Debate e discussões, com participação da Coordenação do PNCEBT/SDA/MAPA. Participe conosco do encerramento dessa série especial e vamos juntos fortalecer a pecuária leiteira brasileira com mais qualidade, saúde e sustentabilidade! (Mapa)

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Porto Alegre, 24  de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.503


Secretaria da Agricultura firma parceria com a Embrapa para projeto de rastreabilidade no Estado

Acordo de cooperação de três anos foi assinado durante Dia de Campo em Bagé

O projeto de rastreabilidade individual de bovinos no Rio Grande do Sul deu mais um passo decisivo nesta quinta-feira (23/10), em Bagé. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e a Embrapa Pecuária Sul formalizaram um acordo de cooperação técnica para avançar e qualificar a implementação do sistema de rastreabilidade bovina no Estado, em alinhamento ao Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O ato de assinatura ocorreu durante o Dia de Campo da Embrapa Pecuária Sul e contou com a presença do secretário-adjunto da Seapi, Márcio Madalena, do chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Flores Cardoso, da diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA/Seapi), Rosane Collares, do diretor-geral da Seapi, Márcio Amaral, entre outras autoridades e lideranças nacionais e regionais.

Nesta etapa do projeto, 307 animais já estão rastreados na região da Campanha. A programação do evento incluiu visita a quatro estações técnicas em Bagé e reuniu mais de mil participantes.

 Rio Grande do Sul pretende ser pioneiro

Segundo o secretário-adjunto da Seapi, o Rio Grande do Sul está liderando um projeto-piloto de rastreabilidade na pecuária, demonstrando o protagonismo do Estado no cenário nacional. A iniciativa tem como objetivos acelerar a implementação do sistema no Estado e validar novas tecnologias, com a participação de produtores e o apoio técnico de instituições parceiras.

“Vivemos em um mundo dinâmico, onde a tecnologia avança rapidamente. O uso de brincos com chip já é uma realidade, e outras inovações surgem constantemente. O Rio Grande do Sul está inserido nesse contexto e aspira ser protagonista no desenvolvimento dessa discussão”, destaca Madalena.

Para o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, atuar como unidade de referência e laboratório para o sistema de rastreabilidade do Rio Grande do Sul — que pretende ser pioneiro no Brasil — é motivo de satisfação e compromisso. “Entendemos que esse processo é fundamental para garantir a qualidade da produção pecuária e do produto que chega ao consumidor”, ressalta Cardoso.

Conforme a diretora do DDA, o acordo representa um passo importante no processo de implantação da rastreabilidade no Estado. “Parcerias como essa são fundamentais para fortalecer e ampliar o sistema, que já conta com cerca de mil animais mapeados no Rio Grande do Sul só no projeto-piloto”, salienta Rosane.

Integração e qualificação da rastreabilidade

O plano de trabalho, com duração de 36 meses, prevê a integração de esforços entre as instituições para o desenvolvimento e a validação de tecnologias voltadas à qualificação e ao aprimoramento da rastreabilidade animal. O projeto permite acompanhar e registrar o histórico, a localização e a trajetória de cada bovino, contribuindo para a consolidação do Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina.

Pelo acordo, a Embrapa será responsável pela disponibilização dos animais para identificação, pelos registros nos sistemas utilizados e pela proposição de melhorias nos processos. Já a Seapi ficará encarregada do fornecimento dos identificadores eletrônicos (brincos ou chips) e da disponibilização do sistema de registro de dados.

A rastreabilidade garante maior controle sanitário, transparência na cadeia produtiva e ampliação do acesso a mercados internacionais. Com a identificação eletrônica individual, é possível rastrear com precisão a origem, as movimentações e o destino dos bovinos, fortalecendo a credibilidade da pecuária gaúcha.

Projeto-piloto e novas tecnologias

Em 2024, o Estado iniciou a identificação individual de bovinos em uma propriedade experimental da Seapi, na região da Campanha, em Hulha Negra. Nessa etapa inicial, 395 animais foram rastreados, e novas tecnologias — como a biometria nasal — começaram a ser testadas. A identificação única é registrada por meio de brinco ou bóton eletrônico, permitindo o acompanhamento de todo o ciclo produtivo do animal.

As informações sobre raça, idade, vacinação e movimentações são armazenadas em uma base de dados oficial, garantindo controle sanitário, rastreabilidade e segurança na produção.

O projeto está alinhado ao PNIB, coordenado pelo Mapa, que estabelece um cronograma de sete anos para adaptação e adoção obrigatória a partir de 2032. No Rio Grande do Sul, a execução é conduzida por um grupo de trabalho da Seapi, e o projeto-piloto foi lançado oficialmente durante a Expointer 2025.

Entre os benefícios esperados estão o aprimoramento da gestão de rebanhos, o reforço do controle sanitário, a prevenção de furtos de animais e o aumento do valor agregado da produção — especialmente em mercados que exigem comprovação de origem. Além disso, o sistema contribui para a valorização ambiental do bioma Pampa e para o reconhecimento da pecuária gaúcha como referência em sustentabilidade. (Seapi)


CONSELEITE – SANTA CATARINA

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida em Chapecó no dia 24 de Outubro de 2025 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Setembro de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Outubro de 2025. O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Conseleite SC)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1890 de 23 de outubro de 2025


BOVINOCULTURA DE LEITE

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em diversas propriedades da Campanha, a produção de leite reduziu em relação aos meses de agosto e setembro em razão da transição entre pastagens e do desconforto térmico causado por dias de temperatura elevada. Para enfrentar a menor oferta de forragem, os produtores estão fornecendo silagem e ração aos rebanhos. 

Na de Caxias do Sul, as temperaturas do período favoreceram o bem-estar das vacas leiteiras, e não houve relatos de estresse. O estado corporal do rebanho está adequado, assim como a qualidade do leite, que se manteve dentro dos padrões exigidos pela legislação. 

Em Serafina Corrêa, foram observados casos isolados de mastite e de cetose, além do surgimento de moscas e de borrachudos. Porém, a situação sanitária geral está satisfatória.

Na de Erechim, de Ijuí, de Passo Fundo e de Santa Maria, a boa oferta de forragem colaborou para a manutenção ou para o aumento do escore corporal e da produção. A suplementação com silagem foi utilizada nos sistemas a pasto. 

Na de Santa Rosa, a atual transição forrageira está impactando temporariamente o desempenho produtivo dos rebanhos. No entanto, os indicadores de qualidade do leite, como contagem de células somáticas (CCS) e contagem bacteriana padrão (CPP), estão dentro dos padrões aceitáveis na maioria das propriedades. 

Na de Pelotas, a produção aumentou em algumas áreas; em outras, houve queda, acompanhada da redução no número de produtores. O rebanho apresentou sanidade e estado corporal adequados. (Emater/RS)


Jogo Rápido

Estado deve registrar chuva em algumas regiões neste fim de semana
Neste fim de semana a previsão é de instabilidade no Rio Grande do Sul. As informações constam no  Boletim Integrado Agrometeorológico 43/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Sexta-feira (24/10): A atuação de uma frente fria próxima ao Uruguai pode vir a trazer instabilidade para metade sul do estado. Assim, há previsão de chuva fraca, localmente moderada, em alguns pontos isolados dessa região. Sábado (25/10) e domingo (26/10): O tempo ficará instável devido a passagem de uma frente fria. Por consequência, no sábado há previsão de chuva na metade sul e central e no domingo, previsão de chuva na metade central e norte. A partir do domingo (26/10), as temperaturas estarão em declínio. Segunda (27/10), terça (28/10) e quarta-feira (29/10): A instabilidade deve ficar mais concentrada na metade norte do estado. Por conta disso, nessa localidade, ainda há previsão de chuva para esses dias. Nas demais regiões, o tempo voltará a ficar estável e não há previsão de chuva significativa. De forma geral, os acumulados de precipitação previstos variam entre 10 e 100 milímetros na maior parte do estado. Assim como na semana passada, a única exceção será na porção mais a sudeste e leste, que os acumulados não devem ultrapassar os 10 milímetros. O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.

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Porto Alegre, 23  de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.502


Preço do leite preocupa produtores e Gadolando cobra medidas urgentes

Entidade de produtores alerta para impacto das importações e defende ações imediatas de governo e campanhas de incentivo ao consumo

O atual cenário do setor leiteiro preocupa entidades e produtores do Rio Grande do Sul. A Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) alerta para a grave situação enfrentada por quem vive da atividade e pede ações imediatas das autoridades. O presidente da entidade, Marcos Tang, afirma que a crise é resultado direto da falta de controle nas importações e da ausência de medidas efetivas de proteção ao produtor nacional.

Tang recorda que a entidade vem alertando há anos para o agravamento da crise.

Está mais do que na hora de agir. A Gadolando não se orgulha, mas lembra que há três anos já alertávamos para o risco de colapso no setor, quando expusemos uma faixa de luto dizendo que estavam matando o produtor de leite. Não queríamos ser profetas, mas a conta chegou”, observa.

Segundo ele, um dos problemas é a entrada descontrolada de produtos importados. “As importações desenfreadas causam prejuízos enormes ao produtor local. O leite em pó que chega de fora, usado por indústrias para fabricar derivados, cria uma competição desleal com o produto nacional. É preciso um freio urgente para isso”, destaca.

Vontade política

O dirigente salienta que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e outras entidades têm buscado soluções, mas que os avanços ainda são insuficientes. “É necessária uma vontade política real de olhar para o setor com atenção. Estamos vendo produtores abandonando a atividade, e isso tem um custo social e econômico altíssimo para todo o país”, comenta.

Tang lembra que até mesmo os produtores tecnificados, com plantéis qualificados e investimentos em genética e tecnologia, enfrentam dificuldades para se manter. “As contas estão aí e precisam ser pagas. O produtor está assustado e precisa de alternativas. Defendemos medidas como o controle imediato das importações e, em caráter emergencial, a compra de leite pelo governo”, acrescenta.

Para o presidente da Gadolando, a recuperação do setor depende de ações articuladas em três frentes. “Primeiro, a regulamentação, com medidas rápidas para disciplinar importações e criar mecanismos de apoio, como a compra de leite pelo governo.

Incentivo ao consumo

Segundo, campanhas de incentivo ao consumo, porque há espaço para crescer, já que a Organização Mundial da Saúde recomenda cerca de 200 litros per capita por ano, enquanto o Brasil consome entre 160 e 170. Terceiro, trabalhar a exportação, que é um processo de médio e longo prazo, mas fundamental para o equilíbrio da cadeia”, explica.

Tang reforça que essas três linhas de ação, regulamentação, aumento do consumo e estímulo às exportações, são indispensáveis para evitar o colapso da atividade leiteira no país. “É um esforço conjunto entre produtores, indústria, comércio e poder público.

O que está em jogo é a sobrevivência de milhares de famílias e a manutenção de uma das cadeias mais importantes do agronegócio brasileiro”, conclui, acrescentando que no Rio Grande do Sul a situação se acentua devido aos últimos cinco anos de perdas devido aos problemas climáticos. (Correio do Povo)


Sucessão familiar: escolhas que definem o futuro

Sucessão em empresas familiares exige preparo, comunicação e coragem. Saiba como transformar desafios do pós-sucessão em sucesso.

A sucessão em empresas familiares representa um dos momentos de complexidade na gestão das empresas, como também nas relações familiares. O processo de transição em si conta com muitos modelos já estabelecidos e pessoas capacitadas para implantá-lo, mas é necessário aprofundamento da preparação familiar para as decisões sucessórias e comportamentos a serem adotados. Processos que se subestimados podem construir um labirinto de desafios estruturais, relacionais e estratégicos futuramente, determinando o sucesso ou fracasso da continuidade empresarial.

Durante um encontro realizado em agosto, mulheres que vivenciaram na prática a jornada da sucessão familiar debateram sobre governança e a pós-sucessão. Estabelecer um momento prévio de reflexão e definições sobre quais decisões e estruturas precisam ser arquitetadas para garantir não apenas a sobrevivência, mas o crescimento sustentável da empresa familiar.

No Brasil, as empresas familiares representam uma força econômica significativa. Do total de 74.306 médias empresas do país 71% são classificadas como familiares, segundo Fundação Dom Cabral (FDC). Essa predominância não é coincidência, mas reflexo de características intrínsecas que tornam essas organizações resilientes e duradouras, afinal metade das médias empresas brasileiras possui mais de 30 anos de existência. Esta longevidade vem acompanhada de desafios específicos como uma linha sucessória maior, menor agilidade, e o foco da liderança na gestão e na estruturação da governança.

Entre a operação e a estratégia: qual caminho seguir?
Um dos dilemas que poucos refletem é sobre as escolhas do sucessor, qual será opção estar próximo a operação ou no planejamento estratégico, infelizmente, sem refletir, querem atuar em muitas frentes. Esse é o primeiro ponto que poucos falam e atrasa o processo.

Um caso que ilustra perfeitamente esta complexidade é o de uma empresária do agronegócio responsável por um confinamento de 20.000 bovinos, que se encontrou em uma encruzilhada após o processo sucessório. Durante a transição, ela naturalmente se dedicou à área operacional, dominando os aspectos técnicos e práticos do negócio. Entretanto, seu pai, fundador da empresa, passou a cobrar que ela se dedicasse a gestão à estudar a estratégia para atuar no Conselho de Administração.

Este conflito revela uma das principais armadilhas do pós-sucessão que é a dificuldade de “mudar de chapéu”. A sucessora, quando questionada sobre seus objetivos, respondeu que desejava tanto estar à frente da estratégia quanto em melhorar os processos operacionais, mas é preciso fazer uma escolha e ter os próximos passos bem definidos em mente. Ao optar por um chapéu precisaria entender o que é ser bom acionista e fazer escolhas para outros papeis que precisam ser desempenhados. Essa clareza traz tranquilidade e longevidade à empresa.

Pode parecer algo simples, mas é um gatilho para um momento de explosão emocional que caracteriza o período pós-sucessório. Momento em que existem questionamentos que vão além da gestão empresarial, definição de papéis e hierarquias: “Onde é meu lugar na nova estrutura? Meu irmão deve ser o CEO? Como dividir as cadeiras de poder com outros membros da família?” Estas questões revelam a necessidade de redefinir não apenas organogramas, mas também, a comunicação e as relações construídas ao longo do tempo.

Comunicação: o elo invisível da sucessão
A comunicação, desde muito cedo, precisa ser trabalhada pelos pais ou fundadores, esse é o segundo ponto importante que poucos falam. Deve-se estabelecer um canal com transparência e muita paciência, que permita discussões abertas e construtivas sobre o futuro da empresa. A confiança é construída dia a dia por meio do compartilhamento regular de informações, decisões e responsabilidades. Já vi empresas que confiam mais em terceiros do que nos próprios familiares.

Quando não existe essa comunicação, mas sim um abismo entre os envolvidos, as diferenças terão que ser sanadas em reuniões da empresa. Os tradicionais almoços em família não são o espaço adequado para essas conversas, pois farão a empresa sofrer pela pouca efetividade. Quando há o hábito de se comunicar corretamente, enfrentam-se melhor os momentos de tensão, ou seja, aqueles quando as emoções estão exaltadas e as decisões racionais precisam ser tomadas.

Transformando desafios em oportunidades
Por fim, o terceiro ponto de atenção, é a coragem e otimismo com o que está por vir. A complexidade que emerge após as decisões sucessórias não deve ser vista como um obstáculo, mas como uma oportunidade para fortalecer a empresa familiar e prepará-la para futuras gerações. O segredo está em reconhecer que “nem tudo é perfeito” e que a jornada sucessória é um processo contínuo de aprendizado e adaptação.

A experiência e a mente aberta são ativos valiosos que, quando combinados com estruturas adequadas de governança e comunicação, podem transformar a complexidade da pós-sucessão em uma vantagem competitiva sustentável, garantindo também a longevidade da empresa por décadas.

As informações são da Forbes

A Geração Z e seus novos códigos de consumo sobre laticínios

A Geração Z redefine o consumo de lácteos, buscando inovação, sustentabilidade e propósito. Saiba como o setor pode se adaptar e conquistar esse público.

A Geração Z não se contenta apenas com qualidade ou preço competitivo. Ela valoriza marcas que demonstram propósito, coerência e autenticidade. É uma geração marcada pela digitalização, que utiliza a internet e as redes sociais não apenas para se informar, mas para cobrar posicionamentos e dar voz a causas coletivas.

No consumo alimentar, essa geração traz uma visão crítica:

● Questiona o impacto ambiental da produção;
● Busca opções mais saudáveis e adaptadas a estilos de vida diversos;
● Experimenta alternativas, sem abandonar os lácteos, mas cobrando inovação e transparência;
● Valoriza experiências de consumo que reflitam conveniência, diversidade e identidade.

Pesquisas recentes reforçam esse olhar. Segundo estudo da Brightfield Group, apenas 8% da Geração Z - jovens nascidos entre meados dos anos 1990 e início de 2010 - nos EUA compram leite de vaca convencional, em contraste com 37% dos baby boomers - geração nascida entre 1946 e 1964.

Em contrapartida, a China apresenta um cenário mais positivo: relatório da China Dairy Industry Association mostra que a Geração Z chinesa está impulsionando o consumo de lácteos, mas sob novos critérios de valor agregado — como nutrição, transparência da origem e embalagens sustentáveis. Esse público atingiu um “milk quotient” de 66,8 pontos em 100, o maior desde a criação do índice.

Os desafios para os lácteos

Vivemos em um cenário descrito como VUCA, sigla em inglês para Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity :Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade.

Isso significa que as mudanças ocorrem em ritmo acelerado, são imprevisíveis, envolvem múltiplas variáveis e exigem das organizações novas formas de leitura da realidade. Embora o termo já seja amplamente difundido no meio corporativo, muitas empresas ainda não compreenderam plenamente sua profundidade.

No setor lácteo, isso se traduz em uma dificuldade de acompanhar tendências emergentes de consumo, novas demandas sociais e a fragmentação dos canais de comunicação com o público.

Essa realidade coloca o setor lácteo diante de desafios estratégicos importantes:

● Questões de saúde: intolerâncias e dietas restritivas levam parte do público a evitar lácteos, exigindo inovação em formulações.
● Imagem e reputação: práticas de produção, bem-estar animal e sustentabilidade são cada vez mais observadas pela sociedade.
● Desconexão comunicacional: muitas marcas ainda utilizam linguagens tradicionais que não ressoam com os códigos culturais da Geração Z.

Mesmo diante aos desafios, os dados mostram que existe espaço para crescimento.

Pesquisa europeia publicada pela Tate & Lyle revelou que 34% dos jovens entre 18 e 25 anos consomem mais lácteos agora do que há três anos, e 77% afirmam que estariam dispostos a aumentar esse consumo se houvesse opções com menos gordura, açúcar ou alérgenos.

Outro ponto relevante é a conveniência. Segundo a FoodNavigator, a Geração Z valoriza embalagens menores, que representem praticidade, menor desperdício e acessibilidade financeira. Esse aspecto reforça a importância de pensar não apenas no produto, mas também no formato em que ele é oferecido.

Além disso, há um reconhecimento claro dos benefícios nutricionais. Um levantamento do Agriculture and Horticulture Development Board (AHDB), no Reino Unido, revelou que 83% dos jovens reconhecem os lácteos como fonte de cálcio e 62% associam o setor à vitamina B12.

Isso indica que, embora haja críticas e pressões, existe também um potencial importante a ser explorado com mais clareza e proximidade.

Caminhos para conquistar a Geração Z
Se por um lado as dificuldades são evidentes, por outro elas revelam oportunidades concretas de reposicionamento para os lácteos.

A forma como o mercado percebe e interage com a Geração Z — jovens nascidos entre meados dos anos 1990 e início de 2010 — é peça-chave para superar esses desafios.

Acostumados a ter informação na palma da mão e movidos pelo desejo de formar suas próprias opiniões, esses consumidores podem recorrer em segundos ao Google, ao YouTube ou a qualquer rede social para encontrar conteúdos de todo tipo. Esse acesso imediato amplia suas referências, influencia seus pontos de vista e, naturalmente, direciona suas escolhas de consumo.

É nesse cenário que se torna essencial que o setor se comunique com clareza e destaque a relevância dos diferenciais e benefícios dos lácteos.

O investimento em inovação, por exemplo, pode abrir espaço para o desenvolvimento de produtos funcionais, nutritivos e inclusivos, capazes de atender consumidores com diferentes perfis, seja com opções sem lactose, versões enriquecidas ou formatos mais convenientes para o dia a dia.

Também há espaço para fortalecer as narrativas de sustentabilidade, mostrando de forma clara os avanços obtidos na redução de emissões, no uso eficiente de recursos naturais e nas práticas éticas que envolvem toda a cadeia produtiva.

Ao mesmo tempo, o setor pode se aproximar culturalmente da Geração Z, adotando linguagens, canais e formatos que façam sentido dentro do universo digital onde esses jovens circulam e constroem suas referências de consumo.

Por fim, um pilar essencial está em construir confiança por meio da transparência: comunicar de maneira simples e direta desde a origem do produto até os seus benefícios. Como mostra a pesquisa da AHDB, os jovens reconhecem atributos nutricionais dos lácteos, mas precisam que essa mensagem seja transmitida de forma autêntica, sem ruídos.

Esses movimentos não apenas respondem às demandas atuais, mas também podem consolidar os lácteos como uma categoria moderna, relevante e alinhada às transformações globais. (Milkpoint)


Jogo Rápido

Associados do Sindilat/RS têm desconto no Dairy Vision 2025
Associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) tem 10% de desconto nas inscrições para o Dairy Vision 2025, evento que ocorre nos dias 11 e 12 de novembro, durante o Expo Dom Pedro, na cidade de Campinas (SP). O encontro concentrará mais de 20 palestras de especialistas nacionais e internacionais em dois dias de programação, para debater o tema “Lácteos voltando ao protagonismo?”. Serão cinco painéis que desdobram o tema na ampliação de mercados, sustentabilidade, oportunidades e desafios de produtos com alta proteína, estratégias comerciais e a aplicação de inovações tecnológicas no segmento. As inscrições podem ser feitas no site oficial www.dairyvision.com.br. Para ter acesso ao desconto, associados do Sindilat/RS devem realizar o cadastro no link.

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Porto Alegre, 21  de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.501


Lácteos são prescritos por nutricionistas?

Lácteos são prescritos por nutricionistas para saúde óssea e deficiências nutricionais, destacando sua importância mesmo diante do crescimento de alternativas vegetais. ConfiraOs produtos lácteos são reconhecidos por seu alto valor nutricional contribuindo para uma dieta equilibrada por serem fontes importantes de proteínas de alta qualidade, cruciais para a manutenção e reparo dos tecidos corporais além do seu conteúdo rico em cálcio, essencial para a saúde óssea, e outros minerais como: magnésio, selênio e vitamina B12.  O Ministério da Saúde recomenda a ingestão diária de 1.000 a 1.200 mg de cálcio a partir dos 20 anos. Contudo, alcançar essa meta torna-se difícil sem o consumo adequado de laticínios, sendo que três porções de leite e/ou derivados podem suprir cerca de 75% das necessidades diárias desse mineral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ingestão recomendada de leite ou derivados é de 400 mL diários para crianças de até 10 anos, 700 mL até 19 anos e 600 mL para adultos a partir dos 20 anos Foi realizado um estudo quantitativo com 20 nutricionistas que atuam na área clínica para identificar e analisar as considerações dos profissionais envolvidos na escolha de alimentos saudáveis, a saber, nutricionistas, visando a recomendação de intervenções lácteas em suas práticas. O questionário online foi realizado pela plataforma Google Forms com informações sobre o conhecimento, utilização e percepção dos lácteos, contendo 11 questões de múltipla escolha com duração aproximada de 5 a 7 minutos. Na primeira parte, foram realizadas informações demográficas, como sexo, localização e nível de escolaridade. A segunda parte foram realizadas questões de frequência de recomendação de lácteos, numa escala de nunca, às vezes, frequentemente,  geralmente e sempre. A última etapa avaliou o conhecimento dos profissionais sobre o efeito dos lácteos para a saúde e razões para recomendar aos pacientes.Observou-se que:
  • 47% das nutricionistas sempre recomendam o consumo de lácteos,
  • 19% o fazem com frequência
  • 23,8% geralmente
  • 9,5% às vezes
  • Nenhuma profissional relatou nunca recomendar.

Esses dados evidenciam que, apesar do crescimento do mercado de alternativas vegetais, os lácteos ainda são fortemente prescritos como parte da dieta.

Quando questionadas sobre os tipos de lácteos recomendados, verificou-se uma distribuição equilibrada: 47,6% citaram iogurte, 47,6% queijo e 28,5% leite, sendo que 47,6% afirmaram recomendar uma combinação de diferentes lácteos. Isso sugere uma diversificação na prescrição, possivelmente associada às características nutricionais específicas de cada produto. 

Em relação à recomendação de lácteos na osteoporose:

  • 52% das nutricionistas sempre indicam esses alimentos,
  • 14% recomendam frequentemente
  • 19% geralmente
  • 14% às vezes 
Para casos de deficiência de vitaminas:
  • 38% relataram recomendar sempre,
  • 9,5% recomendam frequentemente
  • 28,5% geralmente
  • 19% às vezes.

Nenhuma nutricionista indicou que nunca prescreve lácteos em tais situações. Isso reforça a importância reconhecida dos lácteos como fontes de cálcio, proteínas de alta qualidade e vitaminas do complexo B.

Sobre a percepção de segurança na prescrição de lácteos, 33% concordaram totalmente com a afirmação de que se sentem seguras, 43% concordaram, 19% concordaram levemente e apenas 4,7% permaneceram neutras. Não houve respostas de discordância total, e somente 9,5% relataram discordar levemente. Essa percepção de segurança mostra confiança na literatura científica e nas diretrizes nutricionais atuais que apoiam o consumo de lácteos.

Os resultados apontam que os lácteos continuam desempenhando um papel fundamental na prática clínica dos nutricionistas, especialmente em situações que envolvem saúde óssea e deficiências nutricionais. Contudo, a crescente substituição desses alimentos por alternativas vegetais sugere a necessidade de aprofundar estratégias de comunicação científica, de modo a esclarecer consumidores sobre benefícios reais e desfazer mitos relacionados ao teor de gordura, alergias alimentares e impactos ambientais. Além disso, compreender as escolhas dos nutricionistas é essencial para direcionar o desenvolvimento de novos produtos lácteos e derivados tecnológicos que atendam às demandas do mercado e conciliem saúde, sustentabilidade e aceitação do consumidor.

Referências bibliográficas
CRUZ, A. G. et al. Processamento de produtos lácteos: Queijos, Leites Fermentados, Bebidas Lácteas, Sorvete, Manteiga, Creme de Leite, Doce de Leite, Soro em Pó e Lácteos Funcionais. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

VERRUCK, S. et al. Dairy foods and positive impact on the consumer's health. Advances in food and nutrition research, v. 89, p. 95-164, 2019.

GAO, M., WANG, F., JIANG, X. A Global Analysis of Dairy Consumption and Incident Cardiovascular Disease, Nature Communications, 16, 437, 2025

VISSERS, L., et al. Consumers’ capabilities, opportunities, and motivations to consume dairy and plant-based alternatives in a dairy-rich food culture. Future Foods, v.12, 100686, 2025

Via Milkpoint


Fazendas de leite vão ter R$ 100 milhões para descarbonização

A Nestlé e o Banco do Brasil fecharam uma parceria que prevê, inicialmente, a oferta de R$ 100 milhões em linhas de crédito para o financiamento de projetos de descarbonização em fazendas pecuária leiteira. No primeiro momento, o público prioritário serão cerca de mil produtores dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás e que já são fornecedores da companhia.

Por meio do acordo, a Nestlé atuará como elo entre o BB e os produtores de leite. A iniciativa também visa orientar os produtores na aplicação dos recursos em práticas regenerativas e de baixo carbono, garantindo que os investimentos resultem em impacto real sobre a sustentabilidade. Essas práticas incluem tanto manejo do solo e outras técnicas agrícolas quanto o bem-estar animal e o uso de energia limpa nas propriedades.

Segundo Bárbara Sollero, diretora de agricultura regenerativa da Nestlé, o Brasil é a maior operação global da empresa na compra de leite fresco e uma vitrine em práticas regenerativas. “A parceria com o BB rompe uma das principais barreiras para a transição em escala, que é o acesso ao financiamento com taxas competitivas”, disse.

João Fruet, diretor de corporate e banco de investimento do BB, afirma que a parceria é um exemplo de como o banco atua para expandir a aplicação sustentável do crédito rural. “O convênio permite ao produtor a obtenção de financiamentos com taxas competitivas e à empresa conveniada a originação da matéria destinada à sua produção”, diz. As linhas de crédito são as mesmas tradicionalmente operadas pelo banco, tanto para investimento como para custeio. (Valor Econômico)

Programa Mais Leite Saudável é referência global em pecuária sustentável

O Programa Mais Leite Saudável, do Mapa, foi reconhecido pela FAO como uma das principais inovações em sustentabilidade da pecuária de leite no mundo.

O Programa Mais Leite Saudável (PMLS), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi reconhecido oficialmente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como uma das boas práticas e inovações em transformação sustentável da pecuária, iniciativa lançada pela FAO em comemoração ao seu 80º aniversário.

O reconhecimento foi formalizado na última quarta-feira (15/10) durante o World Food Forum (WFF), evento anual realizado na sede da FAO, em Roma, que reúne líderes, pesquisadores e organizações internacionais para debater soluções sustentáveis para os sistemas agroalimentares.

De acordo com o coordenador geral de Produção Animal do Mapa, Bruno Leite, hoje o Programa se mostra como um importante mecanismo capaz de financiar a transformação sustentável da pecuária de leite no Brasil, mostrando o compromisso brasileiro com o tema.

"Muito se discute sobre como financiar a chamada transformação sustentável da pecuária. No Brasil, o Programa Mais Leite Saudável, através de seu desenho inovador de investimento que alinha recursos públicos e privados, se mostra como um sólido mecanismo para financiar ainda mais a sustentabilidade da cadeia produtiva do leite. Quem sabe esse não possamos expandir esse desenho para outras cadeias produtivas?", indagou.

Criado em 2015, o PMLS estimula empresas do setor lácteo a investirem em melhoria da qualidade do leite e capacitação de produtores rurais. O programa permite que indústrias e cooperativas utilizem parte dos créditos presumidos de PIS/Pasep e Cofins em projetos de assistência técnica, inovação e sustentabilidade.

Desde sua criação, o programa já beneficiou mais de 185 mil produtores em mais de 3 mil municípios brasileiros, com mais de 2 mil projetos aprovados e cerca de 900 empresas participantes. Os resultados incluem aumento da produtividade, melhoria na qualidade do leite e fortalecimento da renda dos produtores. (As informações são do Mapa)


Jogo Rápido

MILHO/CEPEA: Retração produtora sustenta cotações no interior; nos portos, preços sobem
Cepea, 20/10/2025 – Levantamento do Cepea mostra que os preços do milho no interior brasileiro se mantêm firmes. O suporte vem sobretudo da retração de produtores, que seguem focados na semeadura da safra verão 2025/26. Nos portos, conforme o Centro de Pesquisas, os valores do cereal avançam, refletindo as valorizações do dólar e do mercado internacional. Pesquisadores destacam que o aumento nos preços nos portos tende a impulsionar também as cotações no interior do País, à medida que esse contexto eleva a paridade de exportação. No campo, a semeadura da safra 2025/26 está adiantada na maior parte das regiões produtoras, somando, até o dia 11 de outubro, 31,2% da área nacional, avanço semanal de 2,1 p.p. e acima dos 30,7% da média dos últimos cinco anos, segundo a Conab. Relatório divulgado nesta semana pela Companhia aponta que a produção agregada de milho para 2025/26 pode ser de 138,6 milhões de toneladas, o que representaria queda de 1,8% em relação ao volume de 2024/25. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)

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Porto Alegre, 20  de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.500


CCGL celebra 17 anos como referência nacional em leite em pó

17 anos de excelência cooperativa: tecnologia, sustentabilidade e qualidade marcam a trajetória da CCGL no Rio Grande do Sul.

A CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda.) celebra, neste mês de outubro de 2025, 17 anos de excelência na produção de laticínios, com destaque para o maior parque de fabricação de leite em pó do Brasil, localizado em Cruz Alta (RS). O marco reafirma o papel do cooperativismo gaúcho como motor de inovação, sustentabilidade e desenvolvimento regional.

Inaugurada em 2009, a indústria da CCGL nasceu com a missão de valorizar o produtor e transformar o leite em um produto de alto valor agregado, competitivo no mercado nacional e internacional. Ao longo dos anos, a cooperativa se tornou uma referência nacional em tecnologia, qualidade e gestão cooperativa, conquistando reconhecimento pela eficiência industrial e pelo compromisso ambiental.

Tecnologia e qualidade: pilares do crescimento
A planta industrial da CCGL reúne equipamentos de última geração, processos automatizados e rigorosos controles de qualidade que garantem a preservação do sabor e das propriedades nutricionais do leite.

Com uma capacidade de processamento que supera milhões de litros mensais, a cooperativa mantém padrões técnicos compatíveis com os maiores players do setor lácteo mundial, o que lhe permite atuar com competitividade crescente no mercado global.

De acordo com o presidente da CCGL, Caio Cezar Vianna, o sucesso da cooperativa é fruto da união e do trabalho coletivo.

“Cada conquista é resultado da união e do trabalho das pessoas que constroem diariamente a história da CCGL. Somos uma cooperativa feita por famílias, movida pelo propósito de produzir com qualidade e responsabilidade”, afirmou o executivo.

Cooperativismo que gera valor e desenvolvimento regional
A força do cooperativismo está no centro da trajetória da CCGL. A estrutura da cooperativa reúne milhares de famílias produtoras de leite em um ecossistema intercooperativo que impulsiona o desenvolvimento econômico de diversas regiões do Rio Grande do Sul.

Além de gerar emprego e renda, a CCGL atua na formação técnica e capacitação dos produtores, promovendo práticas sustentáveis e inovadoras no campo.

Para Vianna, o modelo cooperativo é o que garante a perenidade e a relevância do negócio:

“Mais do que produzir leite em pó, entregamos valor para toda a cadeia produtiva e para as comunidades que fazem parte do nosso ecossistema intercooperativo. A celebração é de todos.”

Sustentabilidade e inovação: compromissos do futuro
A sustentabilidade é um dos pilares estratégicos da CCGL. A cooperativa investe continuamente em gestão ambiental, reaproveitamento de recursos e eficiência energética. Seu parque industrial foi projetado para minimizar impactos ambientais, reduzindo o consumo de água e energia, e otimizando o uso de matérias-primas.

Esses esforços colocam a CCGL como referência entre as indústrias lácteas brasileiras comprometidas com a agenda ESG, fortalecendo sua imagem perante o mercado e consumidores cada vez mais atentos à origem dos alimentos.

Além disso, a cooperativa tem apostado em inovação tecnológica e digitalização de processos, fortalecendo sua presença em toda a cadeia produtiva — desde o campo até o consumidor final. O investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento garante produtos com alto padrão de qualidade e maior valor agregado.

17 anos de conquistas e novos desafios
A comemoração dos 17 anos da indústria de laticínios da CCGL é, ao mesmo tempo, uma celebração e um compromisso com o futuro. O cooperativismo, que nasceu da união de produtores gaúchos em busca de força coletiva, agora projeta sua atuação para novos mercados e desafios.

Com orgulho e gratidão, a CCGL reafirma seu propósito de seguir crescendo com inovação, sustentabilidade e o espírito cooperativo que inspira o futuro do setor lácteo no Brasil.

“Seguiremos produzindo com qualidade, fortalecendo o campo e entregando valor para toda a cadeia do leite. Essa história é feita por todos nós — produtores, colaboradores e parceiros que acreditam na força do cooperativismo”, concluiu o presidente Caio Cezar Vianna.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Grupo Pilau


Agro pode ser parte da solução para o freio da emergência climática

O metano é um dos principais vilões climáticos, mas o Brasil tem chance de liderar sua redução. Especialistas cobram escala e velocidade nas soluções já existentes.

As atividades ligadas a energia, agropecuária e gestão de resíduos são as que mais emitem metano na atmosfera, mas podem ser aliadas preciosas no enfrentamento à emergência climática. Especialistas reunidos no seminário “Freio de Emergência Climática: O Brasil no centro da guinada global”, realizado nesta quinta-feira (16), no Museu do Amanhã, no Rio, ponderaram que, apesar das oportunidades, as soluções desenvolvidas pelo setor privado ainda precisam ganhar escala e velocidade.

A menos de um mês para a COP30, em Belém (PA), os participantes do evento de ontem reconheceram que houve avanços desde a COP de Glasgow, em 2021, quando 103 países se comprometeram a reduzir as emissões de metano, entre eles o Brasil. Eles ressaltaram, porém, que sãos necessários esforços para ampliar a visibilidade de projetos já apresentados pelo setor produtivo e por organizações da sociedade civil.

“Colocar o olhar, o foco e a prioridade no tema do metano seria um dos grandes ganhos da COP 30. Já tem muitas soluções para resolver o problema de metano, mas elas não têm ganhado tanta visibilidade como merecem. Também [é preciso] pensar como a gente pode escalar essas soluções", afirmou a diretora-executiva da COP 30, Ana Toni, que participou por vídeo do último painel do dia. O evento foi realizado por Global Methane Hub e Uma Gota no Oceano, com apoio da Editora Globo, Observatório do Clima e Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG).

Outro gargalo é a falta de dados precisos sobre as emissões globais de metano. Estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) indicam que o lançamento de metano na atmosfera é 80% superior ao anunciado voluntariamente pelos países. Isso ocorre porque os relatórios são elaborados com base em estimativas das empresas, que utilizam instrumentos genéricos e não métricas adequadas de mensuração.

Por esse motivo, Florencia Carreras, gerente regional para América Latina e Caribe do Observatório Internacional de Emissões de Metano (IMEO) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), enfatizou a iniciativa do IMEO de coletar dados a partir de diferentes fontes, como satélites e drones, capazes de detectar com maior precisão o metano emitido por diferentes setores. 

A influência no agro
O auditor fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Sidney Medeiros, disse que ainda que as atividades do agro emitam gases de efeito estufa, elas também são impactadas pelos eventos climáticos. “O setor agropecuário pode ser parte da solução do freio da emergência climática”, afirmou.

Um dos objetivos do setor é fazer com que os produtos agropecuários, como a carne e o leite, cheguem ao consumidor emitindo menos metano. Para Renata Potenza, coordenadora no Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), há, porém, um distanciamento entre a criação de soluções e o alcance até o produtor rural: “Precisamos falar a linguagem das pessoas que vão implementar essas medidas. São as pessoas que estão no campo que vão reduzir o metano”, afirmou a pesquisadora.
O Brasil como protagonista 
Para os participantes, o Brasil pode liderar o processo de redução. “O Brasil é o quinto maior emissor global de metano. Mas é um país tão diverso, que serve como um laboratório do que funciona e não funciona para outros países”, disse Henrique Bezerra, líder para América Latina do Global Methane Hub.

Outro caminho apontado para minimizar as emissões de metano é a valorização de resíduos orgânicos. Para os especialistas, a COP30 abre oportunidades para que sejam colocados em prática projetos voltados para o reaproveitamento do lixo orgânico.

Victor Argentino, coordenador de projetos do Instituto Pólis, observou que um desafio é estabelecer modelos financeiros sustentáveis para isso. Argentino ressaltou que há cidades europeias com altas taxas de reciclagem por causa da concessão de incentivos econômicos. “No Brasil, parte da população não tem acesso à coleta de lixo e outra parte, que vive em comunidades, tem acesso indireto".

As informações são do Valor Econômico.

Mapa estabelece metodologia para avaliar perdas de rendimento agrícola de municípios atingidos por intempéries climáticas

1.419 municípios estão aptos às linhas de crédito para liquidar ou amortizar dívidas rurais

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou no Diário Oficial da União a Portaria nº 114/2025, que estabelece a metodologia de aferição de perdas de rendimento agrícola dos municípios elegíveis, como critério para acesso à linha de crédito destinada à renegociação de dívidas rurais, prevista no art. 1º, da Resolução n° 5.247/2025 do Conselho Monetário Nacional (CMN). 

A publicação também traz a relação dos municípios nos quais os produtores rurais poderão acessar a linha de crédito rural para liquidar ou amortizar operações de dívidas referentes a atividades prejudicadas por eventos climáticos adversos. A linha de crédito decorre da Medida Provisória nº 1.314/2025, que autorizou a criação da linha de crédito e da Medida Provisória nº 1.316/2025, que abriu crédito extraordinário de R$12 bilhões. 

Ao todo, 1.363 municípios brasileiros estão aptos a buscar a renegociação. Sendo eles: na Região Norte: RO (5), AM (17), RR (1), PA (8), TO (1); na Região Nordeste: MA (10), PI (82), CE (55), RN (89), PB (150), PE (101), AL (45), SE (7), BA (82); na Região Sudeste: MG (123), ES (8), RJ (9), SP (5); na Região Sul: PR (50), SC (108), RS (403); por fim, na Região Centro-Oeste: MS (2) e GO (2). 

Adicionalmente, no dia 10 de outubro, foi publicada a Resolução CMN Nº 5.257, que altera a Resolução Nº 5.247 para admitir, em substituição aos critérios de que trata o inciso I, do § 2º, o acesso à linha de crédito por produtores rurais e cooperativas de produção agropecuária, na qualidade de produtores rurais, cujos empreendimento financiado, objeto da liquidação ou amortização, esteja localizado em municípios do Rio Grande do Sul que tenham decretado estado de calamidade pública ou situação de emergência em pelo menos três anos no período de 1º de janeiro de 2020 a 31 de dezembro de 2024. 

Na quarta-feira (15), foi publicada uma nova Portaria SPA/MAPA nº 117/2025 com a lista dos 56 municípios gaúchos elegíveis pelo novo critério. Assim, segundo o secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos, produtores rurais e cooperativas de 1.419 municípios brasileiros estão aptos a renegociarem suas dívidas rurais, a taxas de juros favorecidas, que variam entre 6% e 10% ao ano, com prazo de até 9 anos para pagamento. (MAPA)


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Associados do Sindilat/RS têm desconto no Dairy Vision 2025
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