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O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) avalia como positiva a iniciativa do Governo Federal, anunciada nesta segunda-feira (22/01), de disponibilizar no Plano Safra 2023/24 uma linha de crédito para cooperativas de produtores de leite.

Reivindica, no entanto, que o benefício se estenda para as demais empresas que não operam em sistema cooperativo, uma vez que também foram prejudicadas pela entrada de grandes volumes de leite importado, principalmente do Mercosul. Atualmente, mais da metade do leite captado no Brasil é vendido para empresas privadas não cooperativas. Portanto, para que todos os produtores sejam beneficiados com igualdade, é essencial que as medidas sejam estendidas a todas as indústrias.

O Sindilat vem pleiteando políticas públicas efetivas de fomento à cadeia nacional láctea. Entende que a medida da União atenua o quadro de crise, mas não resolve definitivamente a questão. A solução passa pelo ganho de competitividade efetivo a todos e por ações de longo prazo que garantam a produtores e indústrias autonomia para competir no mercado interno e externo em igualdade de condições.

Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido para compra de ingressos para o 16º Fórum MilkPoint Mercado, clicando aqui. O evento tem como tema "O que pode guiar a recuperação do mercado de lácteos em 2024". No site www.forummilkpointmercado.com.br, os ingressos estão disponíveis em três lotes.

O evento acontecerá em Campinas (SP) no dia 20 de março. A programação, que pode ser conferida abaixo, está dividida em quatro blocos temáticos: Os Cenários de Mercado; Competitividade da Produção de Leite: onde estamos?; O que há de novo nas relações entre indústrias e produtores de leite? e Novas ferramentas no Supply Chain de leite. Como conteúdo extra, disponível on-line exclusivamente para inscritos, debates sobre: Como começa a economia brasileira em 2024 e quais as perspectivas para o restante do ano? e Cenários para os mercados de soja e milho. 

Programação:

8h às 9h - Boas-vindas e credenciamento

Bloco 1 - Os cenários de mercado

9h às 9h20min - Tendências para o mercado Internacional de leite em 2024

Andres Padilla, Industry Specialist na Rabobank Brasil

9h20min às 9h30min - Espaço Patrocinador

9h30min às 9h50min - Como começa o consumo de lácteos em 2024?

Priscila Ariani, Diretora de Marketing na Scanntech Brasil

9h50min às 10h10min - Cenários para o mercado brasileiro de leite e derivados

Matheus Napolitano, Analista de Inteligência de Mercado na MilkPoint Ventures

10h10min às 10h40min - Perguntas e Debate

Andres Padilla, Industry Specialist na Rabobank Brasil

Priscila Ariani, Diretora de Marketing na Scanntech Brasil

Matheus Napolitano, Analista de Inteligência de Mercado na MilkPoint Ventures

10h40min às 11h10min - Milk break e networking

Bloco 2 – Competitividade da produção de leite: onde estamos?

11h10min às 11h30min - Resultados de custos de produção - o que estão fazendo os melhores produtores do mercado brasileiro?

Expedito Netto, Gestor do Educampo no Sebrae Minas Gerais

11h30min às 11h40min - Espaço Patrocinador

11h40min às 12h - Destrinchando a competitividade da Argentina

Gonzalo Berhongaray, CREA Argentina

12h às 12h30min - Perguntas e Debate

Expedito Netto, Gestor do Educampo no Sebrae Minas Gerais

Gonzalo Berhongaray, CREA Argentina

12h30min às 14h - Almoço

Bloco 3 – O que há de novo nas relações entre indústrias e produtores de leite?

14h às 14h20min - Nestlé e o programa Nature

Barbara Sollero, ESG Milk Sourcing Manager na Nestlé

14h20min às 14h40min - Danone e o programa Fazenda Tudo de Bem

Henrique Borges, Diretor de Compras na Danone

14h40min às 14h50min - Espaço Patrocinador

14h50min às 15h10min - Digitalização das relações entre produtores e indústrias – como as empresas têm usado as ferramentas digitais?

Edney Murillo Secco, Diretor Compra Lácteos Piracanjuba

15h10min às 15h40min - Perguntas e Debate

Barbara Sollero, ESG Milk Sourcing Manager na Nestlé

Henrique Borges, Diretor de Compras na Danone

Edney Murillo Secco, Diretor Compra Lácteos Piracanjuba

15h40min às 16h10min - Milk break

Bloco 4 – Novas ferramentas no Supply Chain de leite

16h10min às 16h30min - Porque o Banco Mundial está investindo na Alvoar?

Bruno Girão, CEO na Alvoar Lácteos

16h30min às 16h40min - Espaço Patrocinador

16h40min às 17h - A tese da Ultra Cheese 6 anos depois

Jorge Rocha, Operating Partner da Aqua Capital

17h às 17h20min - Projeções de mercado – quais as novas projeções e como estamos conseguindo evoluir no Mercado Plus?

Valter Galan, Diretor Técnico na MilkPoint Ventures

17h20min às 17h50min - Perguntas e Debate

Bruno Girão, CEO na Alvoar Lácteos

Jorge Rocha, Operating Partner da Aqua Capital

Valter Galan, Diretor Técnico na MilkPoint Ventures

17h50min às 18h - Encerramento

Conteúdo Extra - Disponível online exclusivamente para inscritos

18h - Como começa a economia brasileira em 2024 e quais as perspectivas para o restante do ano?

Roberto Padovani, Economista no Banco BV

18h05min - Cenários para os mercados de soja e milho

Ana Lenat, Líder de Estratégia e Inteligência de Mercado na Germinare

Conrado Zanon, Co Founder & CEO Germinare

 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 19 de janeiro de 2024                                                        Ano 18 - N° 4.069


Reflexões para o Dia Mundial do Queijo

O Dia Mundial do Queijo, celebrado em 20 de janeiro, é uma data importante para debater a importância do bem-estar e da sanidade dos rebanhos para que os produtos lácteos cheguem à mesa do consumidor com a devida qualidade.

No cenário desafiador da produção leiteira, a atenção meticulosa aos cuidados com a alimentação e o controle de doenças é vital para assegurar a qualidade e a produtividade do leite. Nesse contexto, profissionais como médicos-veterinários e zootecnistas emergem como peças-chave, orientando os produtores rurais em cada etapa do processo e, desta forma, garantindo que o leite, principal matéria-prima do queijo, passou por todas as etapas e testes necessários.

Isso começa na fazenda, com o manejo nutricional de rebanhos leiteiros, responsabilidade dos zootecnistas. São eles que proporcionam uma alimentação balanceada que resulta em leite de qualidade e rico em nutrientes. Ao melhorar as condições de áreas de sombra e ventilação onde as vacas são confinadas, contribuem para a redução do estresse, aumentando assim a produtividade leiteira, diminuindo o gasto energético dos animais e garantindo o bem-estar animal.

Já aos médicos-veterinários cabe desenvolver programas permanentes voltados ao monitoramento da qualidade do leite produzido e industrializado. Isso inclui aspectos técnicos, como a contagem de células somáticas e a contagem bacteriana, por exemplo.

Além disso, conhecimentos aprofundados em bioquímica e microbiologia são essenciais para compreender as transformações que ocorrem durante a maturação dos queijos. Também é responsabilidade dos profissionais da Medicina Veterinária incentivar boas práticas da produção ao manejo, o que inclui a ordenha, higiene do ordenhador e armazenagem do leite.

A sinergia entre esses profissionais desempenha um papel de total importância na garantia da sanidade do rebanho, no controle de qualidade e na implementação de boas práticas de produção. Portanto, cada vez que você consumir um queijo, vai lembrar dos profissionais que estão por traz desta cadeia produtiva para que o produto chegue até você com o melhor sabor e qualidade.

(Fonte: Artigo para Jornal do Comércio de Mauro Moreira, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul)


Produtores rurais relatam estragos substanciais em propriedades do Estado
 
Apuração das perdas
 
De acordo com dados preliminares da Emater, além de Cruzeiro do Sul, municípios como Estrela, Lajeado e Poço das Antas também tiveram estragos mais substanciais em propriedades rurais. As instalações de suinocultura foram as mais atingidas na região, de acordo com Cristiano Laste, gerente do escritório regional da Emater em Lajeado (RS). “Instalações desabaram com o vento, implodiram com os animais dentro”, relata.
 
Também houve vários casos de quedas de árvores e de interrupção de energia elétrica, deixando muitas propriedades sem comunicação. Outro setor afetado é a produção de leite, tendo em vista que a falta de energia elétrica inviabiliza o armazenamento do produto na fazenda. “Hoje estamos fechando 48 horas sem energia em algumas localidades, dessa maneira, o produtor tem que descartar o leite”, ressalta Cristiano.
 
Somente os produtores que possuem gerador próprio de energia estão com o andamento normal da produção. O escritório ainda trabalha no levantamento dos dados das perdas. Darlan Palharini, secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat) do Rio Grande do Sul, afirma que o último temporal não chegou a atingir de maneira representativa a captação de quase 11 milhões de litros de leite por dia no Estado. “Há problemas de captação pontuais e as perdas devem ser de um percentual muito pequeno, não chegando a 1%”, acredita.
 
Ele destaca que o produtor de leite, hoje, tem infraestrutura, o que inclui gerador próprio de energia. Além disso, a captação pode ser feita em até 48 horas. Mas admite que o pequeno produtor pode ter perdas mais significativas.
 
“O produtor de leite já tem uma margem de lucro ajustada, então, nesse caso, fica difícil, porque ele acaba tendo que arcar com o prejuízo”, observa.
 
A Secretaria de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul informa que a Emater está trabalhando no levantamento das perdas nas propriedades rurais, por meio do sistema de registro de perdas (Sisperdas), no qual os extensionistas rurais do órgão lançam informações referentes aos municípios de atuação. “Ainda temos situações de falta de energia elétrica e de internet o que prejudica os lançamentos”, explicou à reportagem a assessoria de imprensa da Emater-RS.
 
Outro município gaúcho com registros de perdas nas propriedades rurais é Venâncio Aires. Ornélio Sausen, presidente do Sindicato Rural da cidade, conta que o temporal deixou consequências “desastrosas”. De acordo com ele, houve danos em lavouras de milho e de fumo e prejuízos em galpões de avicultura instalados na região, incluindo a perda de animais.
 
Sausen calcula em torno de 25% de perdas nas lavouras de milho e de 20% de perdas nas plantações de fumo, mas adverte que os percentuais ainda serão apurados. “Em algumas lavouras, a situação está bem crítica”, pontua.
 
Na propriedade de Cássio Fernando Hermes, localizada na área rural de Venâncio Aires, o vendaval chegou a arrancar um eucalipto com cerca de 80 anos. “Agora vamos usar a madeira para cerca”, diz. E completa: “foi aterrorizante o vendaval. Só tivemos a dimensão exata quando o dia amanheceu”. Na lavoura, onde produz fumo e milho, assim como com a criação de gado de corte, o produtor não registrou problemas dessa vez.
 
Cristiano Laste, do escritório regional da Emater em Lajeado, enfatiza que o produtor gaúcho está passando por um período de adaptação ao clima. “O produtor terá que se moldar, conforme a necessidade e as adversidades do clima. Daqui para frente, terá que haver uma organização muito grande nas propriedades para evitar prejuízos”, alerta.
 
O especialista sugere atenção a fatores como reservas alimentar e financeira nas propriedades e investimentos em equipamentos como gerador próprio de energia. “Ele terá que buscar segurança para a produção”, afirma. E, ainda, rever o planejamento de áreas com reflorestamento, considerando um manejo adequado e propondo a substituição de espécies de árvores maiores próximas a redes de energia, por exemplo. “Em alguns casos, é indicada a substituição por árvores de porte menor, com uma estrutura mais adequada”.
 
‌A Defesa Civil divulgou na manhã desta quarta-feira (17/01) que ao menos 49 cidades do Rio Grande do Sul registraram estragos causados pelo temporal que atingiu o Estado na noite de terça. Os danos são consequência da chuva e vento fortes, queda de granizo e descargas elétricas. Em Cachoeirinha, uma pessoa morreu e mais de 100 pessoas ficaram desalojadas. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Teutônia o vento chegou a 126,7 km/h. (Globo Rural adaptado pelo SINDILAT/RS)
 

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1798 de 18 de janeiro de 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a oferta de água para dessedentação permanece de boa qualidade nos açudes, que estão com níveis elevados. As temperaturas também estão adequadas para o bem-estar das matrizes. 

Já na de Caxias do Sul, as altas temperaturas seguem prejudicando o bem-estar animal, reduzindo o consumo e  impactando a produtividade dos rebanhos. 

Na de Frederico Westphalen, os produtores estão conseguindo manter sob controle os custos de produção graças à melhoria na disponibilidade de forragens e à diminuição dos preços da ração. 

Na de Passo Fundo, os animais têm mantido o volume de produção e o escore corporal, assim como o estado sanitário. Os produtores continuam a utilizar alimentos conservados, complementados com rações, conforme as necessidades nutricionais. 

Na de Pelotas, as altas temperaturas estão causando estresse térmico, afetando a produção leiteira e a reprodução dos animais. 

Na de Santa Maria, a oferta adequada de forrageiras aos animais, complementada por ração e silagem, tem garantido produção satisfatória. 

Na de Santa Rosa, na temporada de pastagens de verão, os custos de produção de bovinos de leite são reduzidos pela maior oferta forrageira, embora seja necessário tratar ectoparasitas devido à proliferação de mosca-dos-chifres, berne e carrapato nos rebanhos. 

Na de Soledade, a abundância de pasto impulsiona a produção de leite, diminuindo os custos, mas a necessidade de complementação com concentrados mantém a lucratividade no setor limitada. 

As informações são da EMATER/RS, adaptadas pelo SINDILAT/RS


Jogo Rápido

PREVISÃO METEOROLÓGICA (19 A 21 DE JANEIRO DE 2024)
Os próximos sete dias permanecerão com umidade e calor no RS. Na sexta-feira (19), ainda ocorrerão pancadas de chuva nas faixas Norte e Leste, com tempo seco no restante do Estado. No sábado (20) e domingo (21), o tempo permanecerá firme, com grande variação de nuvens e temperaturas próximas de 30°C na maioria das regiões, apenas nas seções Noroeste e Norte são esperadas pancadas de chuva. Na segunda (22) e terça-feira (23) as temperaturas estarão amenas, com grande variação de nuvens e pancadas isoladas de chuva na maioria das regiões. Na quarta-feira (24) o tempo seco vai predominar em todo Estado. Os totais previstos deverão oscilar entre 35 e 50 mm na maior parte do Centro-Leste do Estado. Na Campanha, Missões e Alto Uruguai, os volumes serão mais elevados e deverão oscilar entre 50 e 80 mm. Na Fronteira Oeste os valores estimados deverão superar 100 mm e poderão alcançar 150 mm em algumas localidades. (SEAPI)


 
 

Consolidado ao longo de 16 anos de aplicação, o conceito do Pastoreio Rotatínuo tem devolvido esperança através do aumento na produção e, consequentemente, na renda para produtores leiteiros gaúchos. É o que atesta o zootecnista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo César de Faccio Carvalho, responsável pelo desenvolvimento do conceito de manejo que consiste na diminuição do tempo gasto pelas vacas na obtenção de seus requerimentos nutricionais via pastejo. O sistema foi apresentado durante reunião do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS) aos associados. “O Rotatínuo permite uma equalização entre o tempo da vaca e o dos produtores. Com duas ordenhas e acesso ao pasto nas horas mais quentes, a chance de uma vaca conseguir, por exemplo, consumir os 19 kg de matéria seca de que precisa para produzir cerca de 30 litros/dia é pequena. Falta-lhe tempo. Desta forma, os produtores acabam tendo que suplementar em níveis elevados de silagem e concentrado, aumentando os custos. Costumo dizer que temos custo de primeiro mundo com produtividade de terceiro mundo pois, de forma geral, menos de 40% da dieta da vaca é constituída de pasto”, compara.

Segundo o professor, são feitas adaptações na forma de uso da pastagem com o objetivo de garantir que mais de 60% da dieta do animal venha do pasto. Para tanto, os animais precisam ter acesso ao pasto no início da manhã e no final da tarde e os horários de ordenha devem ser ajustados. Além disso, a estrutura do pasto tem que favorecer a máxima ingestão de nutrientes por minuto de pastejo, o que é conseguido pelo oferecimento do pasto em alturas especificamente designadas, economizando o tempo de alimentação das vacas. Esta é a essência do conceito do Pastoreio Rotatínuo: a exata estrutura do pasto para facilitar o consumo, minimizando o tempo necessário no processo de pastejo. “O ajuste da estrutura do pasto em cerca de um centímetro pode significar entre 90 kg a 150 kg de matéria seca (MS) por hectare. Esta diferença é crucial para animais de elevada demanda, como vacas lactantes. Pastos com estrutura ideal podem significar incrementos de ingestão de pasto superiores a 0,5 kg de MS/h de pastejo. E, este ritmo de ingestão, por sua vez, define se um animal pode se saciar do pasto ou se precisará ainda de muita silagem para complementar seus requerimentos”, detalha o professor.

Com relação às vacas, no Rotatínuo, ao permitir que se aumente o consumo de pasto por unidade de tempo em pastejo, consegue-se a inversão da dieta de 40:60 pasto:silagem para 60:40 pasto:silagem, fazendo cair os custos do leite produzido em  mais de 30%. “Vamos a um exemplo de como o manejo sob Rotatínuo é diferente do usual. O azevém é um pasto frequentemente usado em sistemas com descansos de 30 dias, quatro pastoreios nesses intervalos, cujo tempo de descanso acarreta alturas de entrada superiores a 25 cm. Cada vez que as vacas entram, é comum se ter por objetivo aproveitar bem o pasto e não o desperdiçar, o que faz com que as alturas na retirada dos animais sejam inferiores a 10 cm. Já o conceito do Rotatínuo muda radicalmente a forma de conduzir esse manejo. Nossos experimentos demonstram que as vacas maximizam sua ingestão em pastos com azevém a 20 cm de altura, e que não se pode baixar o pasto abaixo de 12 cm. Ao respeitar essas condições, o pasto rebrota bem mais rápido e o descanso cai para algo em torno de 10 dias, o que faz com que o número de pastoreios aumente, chegando a 12 ou mais. Outra consequência é que a necessidade de piquetes diminui bastante, pois o período de descanso é bem pequeno. É muito comum termos mais de 30 piquetes antes de mudar para o Rotatínuo, e usarmos menos de 10 piquetes depois da transição. Diminuem, portanto, os custos com cerca, os problemas na distribuição de aguadas e o tempo que o produtor dedica na divisão dos piquetes”, explica o professor. 

O manejo de pastagens sob o conceito do Pastoreio Rotatínuo faz parte das ações do programa Produção Integrada em Sistemas Agropecuários (PISA), oferecido como solução para os produtores através do Sebrae-RS em parceria com a Aliança SIPA. “O PISA é uma alternativa, uma terceira via àqueles que não querem, ou não podem, “fechar as vacas” em sistemas mais intensivos. Porém, ainda que a base de pasto, as adaptações sugeridas no PISA, com tecnologias de baixo custo e buscando a eficiência da produção, podem fazer mais que dobrar a produção de leite através do melhor aproveitamento dos recursos já instalados nas fazendas leiteiras, garantindo autonomia e mantendo os produtores na atividade”, destaca Carvalho.

O PISA já foi aplicado em cerca de três mil propriedades rurais nos estados de SC, PR e RS. Em 2023 eram mais de 700 propriedades ativas no programa. Com duração de quatro anos, o programa compreende ações individuais e coletivas de diagnóstico, treinamento, consultoria, planejamento integrado e monitoramento, dentre outros. O público atendido é composto majoritariamente por produtores que têm, em média, 18 vacas em lactação e rebanho médio de 32 animais, e que produzem menos de 400 litros/dia, perfil que corresponde a 84% das propriedades leiteiras gaúchas, conforme dados da Emater RS.

Foto: Fernando Kluwe Dias
Texto: Assessoria de Imprensa do Sindilat/RS

O valor da Unidade Padrão Fiscal (UPF-RS) em 2024 está fixado em R$ 25,9097. O indexador está em vigor desde o dia 1º de janeiro, seguindo determinação da publicação de Instrução Normativa da Receita Estadual (IN RE) 098/23 do Governo do Estado. Em relação ao praticado em 2023, que era de R$ 24,7419, representa um aumento de 4,72% .

Com isso, haverá alteração no recolhimento para o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) e Fundoleite pela cadeia produtiva da bovinocultura de leite. O total passa a ser de R$ 0,000803 por litro produzido com 50% descontado na nota de compra de leite pago aos produtores (R$ 0,0004015) e 50% pago pelas indústrias (R$ 0,0004015). Os valores têm como destino a indenização dos proprietários de animais com zoonoses, como tuberculose, assim como para a promoção de ações de prevenção contra doenças infectocontagiosas reconhecidas nos programas de sanidade animal.

Ao todo, dez entidades integram o Fundesa, entre elas, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS). Juntas, atuam na articulação de ações que promovam a melhoria da produtividade do leite gaúcho. “O fundo é relevante para o crescimento do setor lácteo pois trabalha no sistema preventivo e, além disso, com benefícios indenizatórios garantidos aos produtores de leite que ficam protegidos em casos de baixas nos rebanhos por tuberculose”, assinala Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS.

Assessoria de Imprensa Sindilat
Foto: Fernando Kluwe Dias

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 29 de dezembro de 2023                                               Ano 17 - N° 4.055


Empresas anteciparam compras após medida contra lácteo estrangeiro

Medida tributária do governo federal entrará em vigor em janeiro

A medida tributária do governo federal para frear as importações de lácteos fez mais mal do que bem ao produtor brasileiro, avalia Valter Galan, sócio da Milkpoint. O ritmo das compras internacionais deveria ter caído neste trimestre, mas se manteve firme após o anúncio da medida.
“Em função dessa medida, muitas empresas anteciparam as suas compras para fugir da desvantagem lá na frente. No curtíssimo prazo, [a medida] foi até pior para o setor”, afirma.

Por decreto, o governo estabeleceu que agroindústrias, cooperativas e laticínios que querem ter direito ao aproveitamento de 50% do crédito presumido dos impostos federais precisam estar habilitados no Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do Ministério da Agricultura. Além disso, essas empresas não poderão fabricar produtos a partir do leite em pó, que é a maior parte do leite importado.

A medida, que entra em vigor em meados de janeiro, terá pouco efeito prático, avalia o diretor da Lactalis do Brasil, Guilherme Portella, que também preside o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS). Segundo ele, quem importa o leite em pó não são os laticínios.
“Mais de 80% do volume vai para indústrias de chocolate, panificadoras e empresas de sorvete, que antes compravam o leite em pó da indústria brasileira”, afirma. Portella acrescenta que a decisão também vai prejudicar os pequenos laticínios que importam pequenos volumes de leite em pó para aproveitar oportunidades de mercado.
“O governo federal não conversou com a indústria no primeiro momento. Agora, tem nos procurado e está tentando encontrar alternativas para agregar competitividade ao mercado nacional”, afirma.

O presidente do Sindilat/RS defende a ampliação do PMLS, que seria um caminho para aumentar a competitividade do produtor de leite brasileiro. Ele observa que a produtividade média no Brasil é de 2,6 mil litros por vaca ao ano, enquanto na Argentina chega a quase 7,6 mil litros. “A gente precisa achar formas de ser competitivo com o mercado internacional. Assim, eles não conseguirão exportar leite para o Brasil”, reforça. (Globo Rural)


Informativo Conjuntural 1795 de 28 de dezembro de 2023

BOVINOCULTURA DE LEITE

O recente período de temperaturas elevadas causou estresse térmico nos animais,impactando negativamente a produção leiteira e o manejo reprodutivo. A necessidade de água e sombra continua sendo crucial para melhorar as condições de bem-estar dos animais. As infestações por carrapatos também aumentaram, levando os produtores a adotarem tratamentos mais frequentes. Apesar do calor, em muitos locais, as inseminações artificiais estão em andamento, beneficiadas pelas boas condições corporais das matrizes.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as temperaturas foram mais amenas, facilitando o acesso dos animais às pastagens. Ainda há diversos locais com presença de barro. 

Na de Caxias do Sul, medidas para enfrentar o calor foram adotadas em sistemas confinados, enquanto produtores do sistema a pasto buscaram estratégias, como sombra e ajuste de horários de pastoreio. 

Na de Erechim, apesar do retorno do sol e do aumento das temperaturas, a escassez de forragem persistiu em virtude da falta de umidade no solo após muitos dias sem chuvas. 

Na de Ijuí, o manejo dos animais foi facilitado pela melhoria nas condições do solo, como a redução do acúmulo de barro. 

Na de Pelotas, ainda ocorre o plantio de lavouras de milho destinadas à silagem. Em Jaguarão, a produção leiteira está em ascensão, impulsionada por práticas alimentares adequadas. 

Na de Santa Rosa, os tratamentos contra ectoparasitas continuaram devido à proliferação persistente de mosca, berne e carrapato. (Emater adaptado pelo SINDILAT/RS)

Governo propõe reoneração gradual da folha de pagamento e redução de cota patronal em salários mais baixos

Medidas apresentadas nesta quinta-feira (28) também preveem o limite a compensações tributárias de empresas e o encerramento de programa de incentivo a setor de eventos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (28) para apresentar medidas de recomposição da arrecadação do governo federal, com o fim de atingir a meta de zerar o déficit fiscal. O anúncio tem relação, principalmente, com a necessidade de compensar a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia, estendida pelo Congresso até o fim de 2027.

Haddad disse que o governo vai propor a reoneração gradual da folha. Segundo o ministro, houve análise de cada setor beneficiado e nem todos retornarão ao patamar de alíquota anterior à desoneração.

Além disso, Haddad disse que será proposta uma medida que reduz o custo para o empresário, principalmente, de salários mais baixos, com redução progressiva da cota patronal, de acordo com a remuneração do trabalhador. Para o empregado que recebe um salário mínimo — R$ 1.412 em 2024 — o abatimento seria maior, percentualmente, mas haveria desoneração para todas as faixas salariais.

O ministro chegou a anunciar que haveria abatimento total da cota sobre um salário mínimo, mas em seguida o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, que participava da coletiva, explicou que os índices de redução serão definidos de acordo com o perfil da empresa.

— Entendemos que pode ser um caminho interessante para formalização da força de trabalho e empregabilidade, sobretudo da população de baixa renda — avaliou Haddad.

— Pode ser um piloto da reforma sobre a renda — acrescentou o ministro.

Barreirinhas explicou que a proposta não abrange somente as empresas já beneficiadas pela desoneração da folha em vigor atualmente:

— Pode ter (a inclusão de novas) empresas, inclusive que não optaram pela sistemática (atual). Ela segue opcional. Agora tem um compromisso de manutenção de emprego: a empresa agora só terá o benefício se ela se comprometer a manter o mesmo patamar de emprego verificado em 1º de janeiro de cada exercício. Se ela não conseguir manter, não tem direito ao benefício.

A medida se refere somente ao setor privado. O governo vai discutir junto aos municípios uma alternativa à redução da contribuição previdenciária das prefeituras, considerada inconstitucional pelo Executivo.

Revisão de incentivo a setor de eventos
O ministro Fernando Haddad anunciou que enviará uma proposta ao Congresso para revisão do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Prorrogada no final do governo Jair Bolsonaro por cinco anos, a medida gerou, segundo Haddad, R$ 16 bilhões em renúncia fiscal neste ano — o projeto que criou o programa previa gasto de R$ 4 bilhões ao ano. O governo quer retomar a cobrança ao menos de parte dos impostos, porque considera excessivo o benefício.

— Não podemos ter renúncia de R$ 20 bilhões por ano, isso daria R$ 100 bilhões em cinco anos. No Congresso houve acordo de que seria feita reavaliação no primeiro ano de vigência — justificou.

Haddad estima que, ao encerrar o Perse, a retomada da arrecadação de aproximadamente R$ 6 bilhões compensará as perdas com a desoneração — que foi prorrogada até 2027 após o Congresso derrubar o veto do presidente Lula.

Limite a compensações
Outra medida anunciada pelo ministro irá propor uma limitação anual para o abatimento de impostos por empresas que receberam decisões judiciais favoráveis. O limite seria de 30% do imposto devido. A medida valerá para decisões judiciais acima de R$ 10 milhões, com prazo máximo de cinco anos.

— Vamos adotar critério similar à compensação de prejuízo das empresas. Abater nos anos subsequentes limitado a um percentual. Isso dará à Receita condições de acompanhar o processo e se planejar — disse.

Haddad ressaltou que as medidas visam equilibrar o orçamento, sem propor nova fonte de receita.

— São medidas que repõem aquilo que entendemos que não vai se confirmar (no orçamento de 2024), ou por decisão do Congresso ou por uma frustração, no caso das compensações de receita. Estamos procurando manter o orçamento equilibrado, repondo uma renúncia nova, que não está consignada na peça orçamentária. Então, não há previsão de uma receita adicional ao que está na peça orçamentária. Isso é bom dizer, senão alguém terá ideias a partir disso — afirmou, entre risos. (GZH)


Jogo Rápido

Últimos dias do ano devem ter chuva forte em várias regiões do Estado
Os últimos dias do ano poderão ter chuva forte em diversas regiões do Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 52 2023, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. Nesta sexta-feira (29/12), o deslocamento da frente fria provocará chuva em todo o Estado, com possibilidade de temporais isolados. No sábado (30/12) e domingo (31/12), o ingresso de ar seco manterá o tempo firme na maioria das regiões, e apenas nas regiões Norte e Nordeste poderão ocorrer pancadas isoladas de chuva. Entre segunda (1º/1) e quarta-feira (3/1), o tempo permanecerá seco, com temperaturas em gradativa elevação. Os valores de precipitação previstos deverão oscilar entre 25 e 50 mm na maior parte do Estado. Na Fronteira Oeste, Missões e parte da Região Central, os totais deverão ser entre 50 e 70 mm, e poderão alcançar 80 mm em algumas localidades. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em  www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.


 

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Porto Alegre, 28 de dezembro de 2023                                               Ano 17 - N° 4.054


Salário mínimo será de R$ 1.412 em 2024; entenda o que muda e como o valor foi calculado

Nova legislação prevê que mínimo suba de acordo com a inflação e a alta do PIB. Reajuste de quase 7% já vale para salário e benefícios de janeiro, que serão pagos no início de fevereiro.

O salário mínimo nacional será de R$ 1.412 a partir de 1º de janeiro de 2024 – R$ 92 a mais que os R$ 1.320 em vigor atualmente.

O cálculo tinha sido antecipado pelo g1 e inserido como previsão no Orçamento de 2024. Segundo o Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o decreto assinado antes de viajar para o recesso de fim de ano.

Não há data marcada para a publicação do documento, que pode acontecer até o próximo domingo (31).

O novo valor do salário mínimo entra em vigor em 1º de janeiro. Ou seja: quem recebe o salário mínimo (ou múltiplos dele) ou benefícios vinculados a esse valor, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), já recebe o total reajustado no início de fevereiro.

Como funciona o salário mínimo?
Como o nome já indica, o salário mínimo é a menor remuneração que um trabalhador formal pode receber no país.

A Constituição diz que trabalhadores urbanos e rurais têm direito a um "salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim".

Ou seja: pela Constituição, o salário mínimo tem que ser reajustado ao menos pela inflação, para garantir a manutenção do chamado "poder de compra". Se a inflação é de 10%, o salário tem de subir pelo menos 10% para garantir que seja possível comprar, na média, os mesmos produtos.

De acordo com informações divulgadas em maio pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 54 milhões de pessoas no Brasil – um em cada quatro brasileiros.

O Dieese calcula ainda que 22,7 milhões de pessoas são diretamente atingidas no bolso pelo patamar do salário mínimo.

Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do mínimo), há também as aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao mesmo valor.

O salário mínimo também gera impactos indiretos na economia, como o aumento do "salário médio" dos brasileiros e a elevação do poder de compra do trabalhador.

As informações são do G1.


Bovinocultura de leite registra VBP de R$ 62,2 bilhões em 2023

O cenário positivo da bovinocultura de leite não reflete apenas a eficiência operacional e o comprometimento dos produtores, mas também sinaliza um futuro promissor para um setor essencial que desempenha um papel crucial na economia brasileira.

A bovinocultura de leite desponta como uma força expressiva no cenário agropecuário brasileiro, evidenciando um notável aumento no Valor Bruto da Produção (VBP), que alcançou R$ 62,2 bilhões em 2023. A expectativa com os números foi divulgada em novembro pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esse avanço marcante representa uma ascensão significativa em comparação aos R$ 56,1 bilhões registrados em 2022, consolidando-se como um setor fundamental que contribui com 5,4% do VBP total do país.

Na composição do VBP total, o leite assume uma posição de destaque como o sexto item mais relevante, ficando atrás apenas de soja, milho, bovinos de corte, cana-de-açúcar e frango. Esse feito não apenas reforça a importância da produção de leite, mas também destaca sua contribuição substancial para a diversidade e estabilidade do agronegócio brasileiro.

Maiores produtores
Minas Gerais, mais uma vez, reafirma sua liderança absoluta na produção de leite, registrando um VBP de R$ 16,2 bilhões em 2023, avançando acima dos R$ 16,1 bilhões do ano anterior. O Paraná dispara em segundo lugar, evidenciando um crescimento notável, passando de R$ 8,3 bilhões em 2022 para R$ 9 bilhões em 2023.

Santa Catarina assumiu a terceira posição, ultrapassando o Rio Grande do Sul. O VBP do leite catarinense atingiu R$ 7,8 bilhões em 2023, um avanço significativo em relação aos R$ 6,8 bilhões do ano anterior. Por sua vez, os gaúchos também registraram um aumento, passando de R$ 7,3 bilhões em 2022 para R$ 7,7 bilhões em 2023.

Outros estados também desempenham um papel crucial na produção de leite, com São Paulo alcançando um VBP de R$ 6,5 bilhões e Goiás contribuindo com R$ 5,6 bilhões. Bahia, Rondônia e Rio de Janeiro também brilham na pecuária leiteira, todos ultrapassando a marca de R$ 1 bilhão em faturamento em 2023.

O cenário positivo da bovinocultura de leite não reflete apenas a eficiência operacional e o comprometimento dos produtores, mas também sinaliza um futuro promissor para um setor essencial que desempenha um papel crucial na economia brasileira.

Para conferir o desempenho das principais atividades agropecuárias de 2023 e as expectativas para 2024 acesse a versão on-line do Anuário do Agronegócio Brasileiro clicando aqui. Fonte: O Presente Rural

 

PRODUÇÃO DE LATICÍNIOS | LEVE QUEDA NA PRODUÇÃO DE LATICÍNIOS DA CHINA

Nos últimos 11 meses, as compras da China no setor de laticínios – medidas em litros de leite equivalente – caíram 19,9%, subtraindo cerca de 5 pontos percentuais da demanda mundial, que foi confrontada com o crescimento da produção mundial em cerca de 1%.

Isso representa a principal causa da queda nos preços durante 2023, de acordo com o Observatório da Cadeia Láctea Argentina (Ocla).

A menor demanda da China no mercado internacional responde ao aumento da produção local, aos altos estoques gerados em grandes compras em 2021, às dificuldades logísticas que envolveram o fechamento de algumas cidades por surtos de Covid-19, aos efeitos colaterais da guerra na Ucrânia e ao processo inflacionário que vem ocorrendo em todas as economias mundiais com impacto recessivo na demanda.

A análise da Ocloa lembrou que se esperava que a situação se revertesse no segundo semestre deste ano, mas isso não aconteceu e a maioria dos relatórios atuais de especialistas não indica recuperação no início de 2024.

A China é o principal importador de leite em pó integral e seu principal fornecedor é a Nova Zelândia, que tem uma participação de 88% desse produto no gigante asiático até o momento em 2023, a mesma participação de 2022.

No mês passado, houve uma grande dispersão entre aumentos e reduções nas importações, onde o mais relevante foi que todos os produtos de maior volume (leites em pó e fluido) caíram, o soro de leite praticamente se manteve e os de menor importância relativa apresentaram crescimento (queijos em geral, sorvetes, outros produtos fermentados e cremes).

Em termos cumulativos, as compras de leite em pó (normalmente um terço do valor total importado) caíram 22,4% em volume e 30,4% em valor, destacou Ocla.

O Rabobank, por sua vez, estimou um crescimento do consumo de lácteos de 2,8% em relação ao ano anterior para 2023 e acredita que a produção de leite na China desacelerará (pelo menos 2%), favorecendo as importações. (El País via Edairy News)


Jogo Rápido

Assista a entrevista do Secretário Executivo do SINDILAT/RS para a primeira edição desta quinta-feira (28) do Jornal Terraviva, no YouTube do Canal Terraviva. Clique aqui. (Terra Viva via Youtube)


 

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Porto Alegre, 27 de dezembro de 2023                                               Ano 17 - N° 4.053


Conseleite indica valor de referência projetado para dezembro de R$ 2,0619

O valor de referência projetado para o litro do leite no mês de dezembro é de R$ 2,0619, 0,95% abaixo do consolidado de novembro (R$ 2,0817). Os dados foram apresentados pela Universidade de Passo Fundo (UPF), entidade licitada para tabular as informações do setor, durante a última reunião do Conseleite de 2023, realizada nesta quarta-feira (27/12) de forma virtual. A previsão apresentada leva em conta os primeiros 20 dias do mês. 

Segundo o coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, o recuo apontado é reflexo do cenário de fim de ano. “Estamos em um período de festas e férias, o que fez com que o valor projetado para o mês de dezembro fosse inferior ao consolidado de novembro. No entanto, as perspectivas são positivas para o próximo ano”, sinaliza. (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)


Argentina: Ministério da Economia informa que lácteos terão tarifa zero para exportação

O Ministério da Economia informou nessa semana que fará alterações no projeto de lei enviado ao Congresso: está previsto que a exportação de todos os produtos lácteos terá tarifa zero, como proposto para quase vinte atividades ligadas às economias regionais.

Essa questão foi levantada hoje por Juan Pazos, Secretário de Coordenação do Ministério da Economia da Nação, juntamente com Fernando Vilella, da Secretaria de Bioeconomia, para líderes da Mesa de Enlace Agropecuário e várias câmaras de negócios do setor agroindustrial.

Como Vilella explicou por meio de suas redes sociais: "depois de um intenso trabalho com o Ministério da Economia - disse Vilella por meio de suas contas em redes sociais -, a partir da Secretaria (de Bioeconomia) estamos buscando um caminho alternativo para a decisão comunicada na semana passada" de aumentar todas as retenções para 15%.

O funcionário acrescentou que agora "vamos comunicar uma diferença no projeto que será levado ao Congresso, onde a taxa de subprodutos da soja (farinha e óleo) é elevada de 31 para 33% e que compensa parcialmente o custo que teria que reduzir a zero setores como: oliva, arroz, couros bovinos, laticínios, frutas, exceto limão, horticultura, feijão, batata, alho, grão de bico, ervilha, lentilha, mel, açúcar, erva-mate, chá, equinos e lã."

A alíquota de imposto para o setor vinícola também será reduzida para 8%, e a situação dos complexos de produção como suínos, pesca, milho e milho pisingallo será revisada.

A queda nessas receitas, conforme explicou Vilella, será compensada pelo aumento da alíquota de imposto de 31 para 33% para os subprodutos da soja, como farinha e óleo. Enquanto isso, o restante do complexo de cereais e girassol pagará 15% de taxas de exportação.

As informações são do Infortambo, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint. 

Leite/Europa
Como previsto, a entrega de leite semanal na Europa começou o aumento sazonal. No entanto, a avaliação sobre a produção de leite em 2023 é de que ela ficou abaixo das expectativas. 

O verão quente e seco prejudicou a produção na França e na Itália. Os números divulgados sobre a produção mensal na Alemanha e Holanda mostraram queda em relação aos níveis dos anos anteriores. Também, a produção mensal de leite na União Europeia (UE) ficou abaixo da de 2022. De acordo com o site CLAL, a produção de leite de vaca na UE, em outubro de 2023, foi estimada em 11.505 mil toneladas, queda de 1,6% em relação a um ano antes. No acumulado do ano, janeiro a outubro, o bloco registrou 122.332 mil toneladas de leite, representando aumento de 0,3% em relação ao período jan-out/2022. Entre os principais países produtores do bloco a produção de leite acumulada no ano e a variação percentual em relação ao mesmo período de 2022, foram: Alemanha, 27.269 mil toneladas (+2%); França, 19.647 mil toneladas (-2,7%); e Holanda, 11.679 mil toneladas (+1,7%).

Informações preliminares sobre a produção de leite de vaca no Reino Unido no mês de outubro foi de 1.221,600 toneladas, -2,6% em relação a outubro de 2022. No acumulado do ano, janeiro a outubro de 2023, o volume é de 11.862.000, 0,3% a mais em relação ao mesmo período de 2022.

Com o aumento sazonal da produção, a pressão sobre o mercado spot diminui. Embora ainda existam regiões onde o preço esteja em 50€/100 kg, em outras o valor caiu e já está sendo negociado a 40 €/100 kg, se aproximando do preço do leite ao produtor.

As indústrias de laticínios da UE estão vendo muitos riscos de mercado. A produção restrita de leite nas fazendas fez com que os processadores mantivessem o preço do leite ao produtor elevado, para não desestimular a produção. No entanto, a quebra generalizada na demanda por ingredientes lácteos colocou em dificuldades econômicas algumas empresas. Uma grande cooperativa europeia anunciou, recentemente, seus planos de cortar 1.800 postos de trabalho em suas operações em todo mundo para reduzir custos e melhorar a lucratividade.

Partes do Leste Europeu continua registrando crescimento constante da produção. Fontes da indústria sugerem que, além da Ucrânia, que provavelmente teve uma produção de leite mais baixa em decorrência do conflito com a Rússia, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) aumentou consistentemente a produção de leite no decorrer de 2023. Na Bielorrússia, de janeiro a outubro de 2023 a produção de leite foi estimada em 6.812 mil toneladas, um aumento de 6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com o site CLAL, entre os maiores produtores de leite do Leste Europeu, a captação de leite acumulada de janeiro a outubro de 2023 e a variação percentual em relação ao mesmo período de 2022 foram: Polônia 10.895 mil toneladas (+1,5%); República Checa, 2.700 mil toneladas (+1,6%) e Hungria, 1.373 mil toneladas (-4,1%).  Fonte USDA


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Jogo Rápido

EUA: relatório mostra 44.000 vacas a menos em relação ao ano anterior
A produção de leite nos 24 principais estados em novembro totalizou 7,84 bilhões de quilos, representando uma queda de 0,5% em relação a novembro de 2022. A produção revisada de outubro, de 8,12 bilhões de quilos, caiu 0,6% em relação a outubro de 2022. A revisão de outubro representou uma redução de 16,8 milhões de quilos, ou 0,2%, em relação à estimativa preliminar de produção do mês passado. A produção por vaca nos 24 principais estados teve uma média de 883,6 quilos em novembro, 1,36 quilos abaixo de novembro de 2022. O número de vacas leiteiras nas fazendas dos 24 principais estados foi de 8,90 milhões de cabeças, 26.000 cabeças a menos que em novembro de 2022 e 9.000 cabeças a menos que em outubro de 2023. O número de vacas leiteiras em fazendas nos EUA foi de 9,36 milhões de cabeças, 44.000 cabeças a menos em relação ao ano anterior e 10.000 cabeças a menos do que em outubro de 2023. De acordo com Phil Plourd, presidente da Ever.Ag Insights, considerando que o abate de vacas leiteiras tem estado abaixo da média desde o final do verão, o declínio contínuo no número de vacas reflete a oferta mais restrita de novilhas e vacas. "Com o número de vacas caindo 44.000 cabeças em relação ao ano anterior, é difícil ver a produção de leite ficar muito mais forte no curto e no médio prazo", disse ele. Dois estados foram responsáveis pela maior parte da queda na produção. O Novo México teve queda de 25,4 milhões de quilos em relação ao ano passado, com 27.000 vacas a menos. A Califórnia diminuiu 24,94 milhões de quilos, com 11.000 vacas a menos. O Texas teve uma queda de 13,6 milhões de quilos e 18.000 vacas. A produção da Pensilvânia por vaca caiu 9,07 quilos, levando a uma queda de 4,98 milhões de quilos de leite, embora o número de vacas tenha diminuído em apenas 1.000 cabeças. No lado positivo do registro, Dakota do Sul aumentou 10,88 milhões de quilos e 13.000 vacas. Michigan aumentou em 8,16 milhões de quilos com 8.000 vacas a mais. O Arizona acrescentou 6.000 vacas e 6,35 milhões de quilos de leite, enquanto Ohio registrou um ganho de produção de 4,98 milhões de quilos com 5.000 vacas a mais. As informações são do Dairy Herd Management, traduzido e adaptas pela equipe MilkPoint. 


 

O valor de referência projetado para o litro do leite no mês de dezembro é de R$ 2,0619, 0,95% abaixo do consolidado de novembro (R$ 2,0817). Os dados foram apresentados pela Universidade de Passo Fundo (UPF), entidade licitada para tabular as informações do setor, durante a última reunião do Conseleite de 2023, realizada nesta quarta-feira (27/12) de forma virtual. A previsão apresentada leva em conta os primeiros 20 dias do mês.

Segundo o coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, o recuo apontado é reflexo do cenário de fim de ano. “Estamos em um período de festas e férias, o que fez com que o valor projetado para o mês de dezembro fosse inferior ao consolidado de novembro. No entanto, as perspectivas são positivas para o próximo ano”, sinaliza.

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Porto Alegre, 26 de dezembro de 2023                                               Ano 17 - N° 4.052


Integração com a floresta para amenizar emissões

 Pecuarista de Augusto Pestana começou a adotar sistema silvipastoril há quatro anos,quando introduziu eucalipto em área de 18 hectares destinada à produção de leite, beneficiando os animais e mitigando os gases de efeito estufa
 
Uma das modalidades da chamada integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), os sistemas silvipastoris partem do princípio de que combinar árvores com áreas de pastagem se traduz em mais renda para as propriedades leiteiras. Os animais têm sombra no verão, ficam protegidos do vento no inverno e produzem mais. O meio ambiente também sai ganhando, pois as florestas fixam o dióxido de carbono, um dos vilões do efeito estufa, compensando ou neutralizando as emissões de metano liberadas pelo gado. O pecuarista Ederson Gehrcke, de Augusto Pestana, começou a implantar a técnica há quatro anos, com a introdução do eucalipto na área de 18 hectares destinada à produção de leite na fazenda. Foi a estratégia encontrada pela família para fazer frente aos custos crescentes da atividade.
 
“Ou a gente investia em um galpão de gado confinado ou abandonaria a profissão, porque não estava mais tendo lucro na propriedade”, relata Gehrcke. A fazenda, que abriga um rebanho de 85 bovinos da raça Jersey, entre os quais 42 vacas em lactação, produz 860 litros de leite por dia. No modelo agroflorestal, os animais, antes criados à base de silagem, hoje são alimentados com capim tifton e consomem menos concentrados. “Tínhamos uma produção média de 21 litros por dia por animal e as vacas estão produzindo a mesma coisa com o pasto, porém com um custo muito mais baixo. A gente vem notando uma diferença enorme na qualidade de saúde dos animais”, diz o produtor.
 
Para o futuro, Gehrcke planeja diversificar a renda do empreendimento rural com a instalação de uma queijaria na propriedade, além da produção de madeira e toras a partir da floresta plantada, hoje com mais de 1,8 mil árvores. Os bons resultados trazidos pelo sistema silvipastoril, afirma, tambémsão um incentivo para que as filhas Jaine Isabel Gehrcke, de 18 anos, e Nubia Kananda, 15 anos, permaneçam no campo. “Nossa mão de obra é muito menor, a gente consegue uma vida melhor para a nossa família”, afirma o pecuarista.
 
Nos últimos seis anos, o Rio Grande do Sul ampliou em 57% a área coberta por técnicas de ILPF, atingindo 2,2 milhões de hectares, de acordo com dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi-RS).Onúmero posiciona o Estado como o terceiro do país em áreas manejadas sob esses sistemas. “Mas somos o primeiro em proporção da área, porque o RS tem 31% das áreas com agricultura em sistemas integrados”, observa o zootecnista e professor Paulo César de Faccio Carvalho, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Esse protagonismo, segundo Carvalho, está fortemente ligado à variedade de cultivos de verão e inverno desenvolvidos na região, o que possibilita uma ampla gama de combinações de integração, e às ações de pesquisa e difusão de conhecimento sobre o tema.
 
Entre essas iniciativas decisivas, Carvalho destaca o programa Juntos para Competir, conduzido pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) com o apoio da UFRGS. A parceria aplica no Rio Grande do Sul o Programa de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários (PISA), voltado à pecuária leiteira, e o Integração Lavoura-Pecuária (ILP), focado na bovinocultura de corte.
 
Desde 2014, foram avaliadas 1,4 mil propriedades rurais participantes do projeto, após receberem consultoria técnica do programa de extensão da universidade ao longo de quatro anos. “E 95% delas, depois desse processo, estão entre os níveis bom e ótimo de sustentabilidade em todas as dimensões”, afirma Carvalho.
 
Para o professor, o programa ajuda a derrubar uma das grandes barreiras à implantação dos sistemas de integração, que é a falta de suporte adequado aos produtores. “A trajetória agrícola, não só no Brasil, como também no mundo todo, é de especialização. O técnico entende de arroz – ou soja – ou gado, mas não entende dos dois. (O sistema de integração) é mais complexo para montar, demanda muito conhecimento, e técnicos que transitem bem nas duas partes, que têm essa visão sistêmica, são raros”, observa. (Correio do Povo)
 



Boas práticas que favorecem a produção

Tecnologias aplicadas pelas fazendas, como o tratamento de resíduos, trazem economia a produtores e ampliam a capacidade do agronegócio de reduzir emissões de gases de efeito estufa e tornar-se cada vez mais sustentável

Se, para muitos pecuaristas, o esterco produzido pelos bovinos representa um dilema, para algumas propriedades leiteiras do Estado é sinônimo de eficiência ambiental e renda extra. Nessas fazendas, um processo chamado biodigestão transforma os dejetos em energia elétrica e térmica e ainda garante biofertilizante para a lavoura. Em atividade há duas décadas no município de Farroupilha, a Fazenda Trevisan é referência em reaproveitamento de resíduos da criação animal. Focada na raça Holandesa, a propriedade de 150 hectares reúne cerca de 750 animais, entre os quais 320 vacas em lactação, e produz 13 mil litros de leite por dia. A maior parte é processada na agroindústria de iogurtes e creme de leite que leva seu nome, e o excedente – em torno de 8 mil litros semanais – é destinado a outro laticínio da região.

O produtor Jean Carlos Trevisan, que administra o empreendimento rural com a família, conta que os primeiros biodigestores foram construídos há cerca de 13 anos. Hoje, três equipamentos do tipo geram 25% da energia elétrica consumida na fazenda e na sua indústria de lácteos, além de produzir fertilizante para as plantações de trigo, milho e aveia que fornecem a matéria-prima usada na alimentação do rebanho. “No início, a gente tinha criação a pasto. Com a chegada do inverno, muito rigoroso, os animais ficavam no meio do barro, a gente optou por construir um galpão e confinar. Depois, fez uma sala de ordenha nova, ampliou o número de animais e também o sistema de biodigestores, para comportar o crescimento”, detalha Jean.

Com a meta de duplicar a produção de leite e de derivados nos próximos três anos, a propriedade já planeja a aquisição de um quarto biodigestor, segundo o pecuarista. A quem deseja investir em um projeto semelhante, ele recomenda a opção por equipamentos que operem de forma autônoma e não exijam mão de obra especializada. “Não é algo tão complexo gerar biogás. Mas, para gerar energia elétrica, acaba tendo (a necessidade de) mais compressores, secadores de gás, gerador, vários equipamentos”, justifica. O investimento, garante Jean, é compensador no longo prazo. “O que é bonito de a gente olhar são os números, a parte que dá retorno de forma direta. A parte ambiental é difícil de monetizar, mas acaba sendo algo bem significativo”, avalia.

O manejo de resíduos da produção animal que dá visibilidade à propriedade de Farroupilha está entre as oito tecnologias propostas no Plano ABC+, programa do governo federal lançado em 2021 que visa estimular a chamada agropecuária de baixo carbono. Para reduzir as emissões de gases do efeito estufa do setor em 1,1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) até 2030, a iniciativa prevê a adoção de abordagens sustentáveis em 72,68 milhões de hectares no Brasil – no Rio Grande do Sul, serão mitigadas 75 milhões de toneladas de CO2eq em 4,6 milhões de hectares no período.

Embora não sejam novidades, essas técnicas ganham relevância ainda maior ao final de um ano marcado por impactos das mudanças climáticas que, nas últimas décadas, foram antecipados em tom de profecia alarmante pelos cientistas. De norte a sul do país, as enchentes dramáticas no Rio Grande do Sul, a estiagem recorde na Amazônia e a onda de calor que em novembro fez a sensação térmica na cidade do Rio de Janeiro subir a 59,3 graus °C geraram o temor de que os fenômenos extremos se tornem o “novo normal”, evidenciando a urgência urgentíssima de uma reconfiguração das atividades humanas. A agropecuária é peça fundamental nesse contexto, pois carrega parte do peso das emissões com processos como a liberação de metano e resíduos pelos animais e o uso da terra.

Coordenador do Comitê Gestor Estadual d o Plano ABC+RS, o engenheiro florestal Jackson Brilhante, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), diz que o setor agropecuário tem um vasto potencial para a captura de gases causadores do aquecimento global e mitigação das emissões. Ele lembra que o Rio Grande do Sul foi pioneiro em ações de conservação do solo, como o sistema de plantio direto, outro dos pilares do programa federal. “Tivemos problemas com estiagem na safra de verão e, no inverno, o excesso de chuva na cultura do trigo, com várias doenças atacando (as plantas). 

Então, é de interesse da agricultura auxiliar nessa redução de emissões, porque o setor é também altamente vulnerável às mudanças climáticas”, destaca Brilhante. O coordenador da Comissão do Meio Ambiente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Domingos Velho Lopes, observa que o tema esteve no centro dos debates da COP 28, a cúpula do clima da Organização das Nações Unidas realizada no mês passado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e concorda que as técnicas precisam avançar mais. Para Lopes, o momento atual sinaliza uma “grande oportunidade” ao agronegócio. “De todas as atividades econômicas, só o setor primário pode sequestrar carbono”, afirma.

As boas práticas, segundo Lopes, já estão no dia a dia do produtor rural, independentemente da cadeia produtiva a que está vinculado ou do seu porte. “Só que agora nós temos metodologia para quantificar isso. Temos de mostrar, principalmente para a população urbana, que nós somos a grande fonte mitigadora”, enfatiza. (Correio do Povo)

Leite/América do Sul
Tempestades extremas no Uruguai e na Argentina interromperam a atividade portuária em algumas regiões no último final e início de semana. Alguns estados brasileiros continuam a enfrentar condições extremas de seca. Os agricultores do Cone Sul se deparam com eventos climáticos desafiadores a nível regional. Se de um lado o Brasil tenta expandir sua produção interna de leite e fabricação de lácteos, de outro, as projeções sobre o rendimento das colheitas continuam caindo, fazendo com que o custo da alimentação animal vá para o sentido oposto, à medida que o verão se aproxima.

O comércio de produtos lácteos na região está mais fraco, como projetado para as últimas semanas do ano. Os compradores já estão abastecidos, mas a atividade comercial deverá retornar nas primeiras semanas de 2024.

Relatórios recentes sugerem que o interesse do Brasil por commodities lácteas da região, especialmente da Argentina, continuaram aumentando ao longo de 2023. Os mercados globais mostram variações, dependendo da commodity, mas, regionalmente, a limitação da produção de leite decorrente das situações de inclemências climáticas continua a influenciar as tendências do mercado regional. Fonte: Usda – Tradução Livre: Terra Viva


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Jogo Rápido

Câmara aprova projeto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil
Carbono no Brasil - A Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que regulamenta o mercado de carbono no Brasil (PL 2148/15). O texto cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que estabelece limites para emissões e um mercado de venda de títulos. O relator, deputado Aliel Machado (PV-PR), propôs um texto que une projetos discutidos na Câmara a uma proposta já aprovada pelo Senado (PL 412/22). O projeto retorna ao Senado para análise das mudanças feitas pelos deputados. O texto faz parte da pauta verde aprovada neste ano, que inclui a exploração de energia eólica no mar (PL 11247/18) e a produção de hidrogênio verde (PL 2308/23). (Agência Câmara)