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18/06/2015

leiteeeAinda que haja um debate em relação ao consumo de leite, com discussões sobretudo nas redes sociais, os consumidores, tanto de mercados desenvolvidos quanto de países em desenvolvimento ainda têm uma visão bastante positiva do produto. É o que revela levantamento intitulado a "A Imagem do Leite", feito pelo instituto de pesquisa Ales, baseado na Itália, em abril deste ano, sob encomenda da gigante sueca de embalagens Tetra Pak.

Os resultados foram divulgados ontem na 8ª edição do Tetra Pak Dairy Index, pesquisa global sobre tendências na indústria de leite. Segundo o levantamento, que entrevistou 1.225 consumidores na Alemanha, Tailândia, China, Estados Unidos, Espanha e Brasil, termos como "saudável", "nutritivo" e "delicioso" são apenas algumas das associações mais comuns com a palavra "leite". Além disso, 43% dos entrevistados associam espontaneamente o produto a benefícios à saúde. Na China, onde um escândalo de contaminação do leite em 2008 afetou a imagem do produto, a fatia que relaciona o leite a benefícios chega a 70%.

Ainda de acordo com a pesquisa, as principais razões para o consumo de leite é que o produto é uma boa fonte de cálcio (90%), que é nutritivo (90%), saudável (90%) e saboroso (89%). O levantamento revela também que os entrevistados bebem leite, em média, cinco dias por semana, principalmente no café da manhã, e que o produto é adquirido geralmente em supermercados.

Diante do avanço do que chama de mitos anti-¬leite, como o de que adultos não precisam tomar o produto pois este não atenderia suas necessidades nutricionais, a pesquisa encomendada pela Tetra Pak questionou os entrevistados sobre suas preocupações em relação à bebida. O resultado foi que 61% não conseguiram apontar nenhuma preocupação ou desvantagem em relação ao produto. Para o restante, "a intolerância à lactose ¬ um problema real para alguns (8% no total), ¬ é a principal preocupação". Na China, os entrevistados também mencionaram preocupação com a insalubridade do leite.

Mesmo após essas questões terem sido levantadas, diz o Tetra Pak Dairy Index, 82% não manifestaram dúvidas sobre o valor nutritivo do leite e 84% disseram que pretendem continuar a consumi-lo. "Embora este estudo também mostre que muitos consumidores estão cientes das discussões sobre leite, eles não expressam dúvida sobre seus benefícios", disse o presidente e CEO da Tetra Pak Dennis Jönsson, em relatório.

A pesquisa mostra que mesmo entre os que disseram já não beber leite, dois terços não estavam preocupados com o debate acerca do produto e deixaram de consumir devido a outros fatores. A idade média em que deixaram de fazê¬-lo foi aos 28 anos. E as razões para deixarem de consumir foram: mudanças de hábitos (27%), porque deixaram de gostar do sabor (26%) ou porque se tornaram intolerantes à lactose (21%).

Em alguns mercados mais maduros, o consumo per capita de leite atingiu seu mínimo histórico, mas o mercado global ainda está se expandindo, principalmente devido ao forte crescimento nos países em desenvolvimento mostrou o levantamento da Tetra Pak no ano passado.

Nesse cenário, diz a gigante sueca, entender o que os consumidores querem pode ajudar a indústria de laticínios a melhorar o desempenho. Um estudo da Tetra Pak Inteligência do Consumidor indica que as duas tendências que influenciam as escolhas do consumidor são o desejo de ter uma boa saúde e bem-¬estar e os estilos de vida "cada vez mais complexos e agitados". Entenda-¬se aqui mais horas de trabalho, trajetos mais longos, fatores que geram pressão sobre as refeições tradicionais e os padrões de consumo.

Para o CEO da Tetra Pak, ainda que essas mudanças no estilo de vida sejam um desafio para a indústria de leite, elas também geram oportunidades, como o lançamento de produtos focados em beneficiar a saúde e atender a necessidades de grupos específicos.

Esse é o caso do segmento de leite sem lactose. Segundo Dennis Jönsson, de 2011 a 2014, a estimativa é que o volume global da categoria cresceu 9,5% ao ano. "Estimamos um crescimento de dois dígitos até 2020", projetou ontem em teleconferência para apresentação da pesquisa.

No Brasil, o mercado de produtos sem lactose também avança de forma expressiva. De acordo com Vivian Leite, diretora de marketing da Tetra Pak Brasil, existem hoje cerca de 15 marcas de produtos sem ou com baixa lactose no mercado ¬ há dois anos eram quatro marcas. "Há maior disponibilidade de produtos nas gôndolas, o que ajudou a aumentar o conhecimento [do produto], que ainda é baixo", disse a executiva.

A penetração de leite com baixo teor ou sem lactose também aumentou nos últimos anos, segundo ela. Hoje está em 7% dos lares do país; estava em 2% há dois anos. Pelas estimativas da Tetra Pak, que fornece embalagens para grande parte das indústrias de leite, houve crescimento de 60% no volume desse segmento nos últimos 12 meses, mercado que chega a 60 milhões de litros por ano. (Valor Econômico)

Reunião mensal definiu valor de R$ 0,8588, um acréscimo de 3,23% em relação ao mês passado

A projeção do preço de referência do leite padrão em junho é de R$ 0,8588, uma elevação de 3,23% em relação ao mês passado. O valor foi divulgado na reunião mensal do Conseleite-RS (Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do RS), realizada nesta terça-feira (dia 16), na sede da Fecoagro em Porto Alegre, conforme estudo apresentado pela Universidade de Passo Fundo (UPF).

Em maio, o preço de referência ficou em R$ 0,8319, contra a projeção que fora feita anteriormente, de R$ 0,8305, o que representou diferença final de R$ 0,0015. Nos últimos três meses (abril, maio e junho) os preços de referência do leite padrão apresentaram uma elevação de 2,65%, levando em conta que o valor de junho é projetado.

O presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues, destacou o momento atual de visibilidade dado pelo Ministério da Agricultura em relação ao setor leiteiro, além da importância de políticas para a melhoria da sua competitividade. Rodrigues observou ainda que a projeção feita pela UPF sinaliza uma recuperação dos preços. Já Darlan Palharini, representante do Sindilat-RS, enfatizou a necessidade de políticas para impulsionar a exportação do leite nacional. “O setor precisa estar presente em negociações internacionais”, relata.

O Conseleite reúne representantes da indústria láctea e produtores para estabelecer mensalmente o preço de referência leite padrão pago ao produtor. Esse sistema de valoração do produto, baseado em estudo técnico da Universidade Federal de Passo Fundo (UPF), premia, com melhor remuneração, a qualidade e a produtividade oferecida pelos produtores, que recebem da indústria valores com variação de 5%. O preço pago ao produtor está condicionado ao valor que a indústria obtém na negociação com o varejo para os seus produtos. (.DOC Assessoria de Comunicação | Assessoria de Imprensa do SINDILAT/RS)

CONSELEITE RS JUNHO

 

italac logo2Após adquirir a marca Nilza por R$ 7 milhões, em janeiro deste ano - como o MilkPoint informou aqui - a Goiasminas, dona da Italac, anunciou a volta ao mercado da antiga líder no mercado paulista de leite longa vida. Segundo comunicado enviado à imprensa, além dos leites integral, semidesnatado, desnatado e sem lactose, a empresa passa a comercializar também a linha de derivados e processados composta por creme de leite, leite condensado, leite em pó e bebida láctea sabor chocolate.

A empresa não informou qual será a estratégia de reposicionamento da Nilza no mercado, já que a marca dividirá as gôndolas dos supermercados com a própria Italac. A Goiasminas também não revelou os valores envolvidos na campanha, cujo slogan será "Chega de saudades: o sabor de Nilza está de volta". A Goiasminas espera resgatar a tradicional marca, cuja empresa, a Indústria e Alimentos Nilza, faliu e teve parte dos bens leiloados judicialmente.

Com a marca Nilza avaliada na época em R$ 5,2 milhões, a Goiasminas se propôs a pagar R$ 6,05 milhões e, durante as negociações no leilão realizado em novembro do ano passado, ampliou a proposta para R$ 7 milhões. A venda foi autorizada pela Justiça em janeiro, com o pagamento de 30%, ou R$ 2,1 milhões, à vista e o restante em 24 parcelas. Além da marca, o único ativo leiloado com sucesso no pregão foi a unidade de Campo Belo (MG) da companhia, arrematada por R$ 9 milhões pela Novamix, dona da marca Quatá, que já arrendava a planta, onde também produz leite longa vida, creme de leite e achocolatado.

A Goiasminas é uma das maiores indústrias de laticínios do País, com oito unidades fabris nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rondônia e Pará. A companhia processa leite de mais de 17.500 pecuaristas, tem capacidade de captação superior a 7 milhões de litros por dia, mas não informou se vai ampliar a produção por causa da marca Nilza. A empresa atinge uma rede de 20 mil pontos de vendas entre varejistas, atacadistas e distribuidores.

As informações são da Revista Globo Rural.

Porto Alegre, 16 de Junho de 2015

logo sindilatO Sindilat/RS (Sindicato da Indústria de Laticínios do RS) apoia, de forma contundente, a operação deflagrada pelo Ministério Público (MP), em parceria com a Receita Estadual, Promotorias de Justiça Especializada Criminal e de Defesa do Consumidor da Capital, com apoio da Brigada Militar, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Secretaria da Agricultura e Pecuária.

Responsável por mais de 90% do leite industrializado no estado, o Sindilat/RS condena qualquer espécie de desvio de qualidade no processo de elaboração de alimentos lácteos colocados à disposição dos consumidores. O sindicato entende que quem recorre a meios ilícitos de produção de lácteos incorre, além de ação criminosa, em concorrência desleal com os demais agentes do mercado, criando desigualdade competitiva entre as empresas do setor lácteo. Isso é, por si só, inaceitável.
Lembramos que o Rio Grande do Sul possui o melhor índice de conformidade de leite cru do Brasil, justamente pela fiscalização interna e externa realizada sobre o setor e pelo investimento contínuo dos produtores e da indústria. Fatos como os revelados nesta terça-feira, dia 16/06, são lamentáveis na medida em que maculam a imagem de um setor que tem trabalhado no aprimoramento dos seus sistemas de controle e em novos métodos em busca de maior qualidade dos seus produtos.

Para desenvolver ainda mais o setor lácteo, o Sindilat/RS pede a implantação imediata do Sisbi (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal) Lácteos no Rio Grande do Sul. Isso permitirá a comercialização de produtos lácteos dentro e fora do Estado. (.DOC Assessoria de Comunicação – Assessoria de Imprensa do SINDILAT/RS)

Alexandre Guerra
Presidente Sindilat/RS

15/06/2015

Sem títuloSe no Rio Grande do Sul a decisão sobre a retirada da vacina ainda está longe de ser tomada, no Paraná a auditoria de técnicos do Ministério da Agricultura já está em andamento. Com um rebanho de 9,1 milhões de cabeças, o Estado irá passar por um “pente fino” antes de formalizar o avanço do status sanitário à Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE). “Eles (técnicos do ministério) estão vindo aqui avaliar a condição do Paraná no controle da fiscalização do trânsito, na reforma dos nossos postos, fiscalização volante e recursos humanos”, explica o diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Adriano Riesemberg. Uma segunda etapa da auditoria será feita em setembro. Se tudo correr bem, a estimativa do Paraná é de que até 2017 o Estado tenha em mãos o certificado de livre de aftosa sem vacinação.

Conforme Riesemberg, os três estados da região Sul estão em uma mesma situação sanitária e seria interessante que compartilhassem o status. Porém, os estados que mais preocupam são Mato Grosso do Sul e São Paulo, que embarcam mais terneiros para o território paranaense.

O governo paranaense sustenta, ainda, que a mudança de status irá desengavetar uma série de investimentos, tanto nas áreas de bovinos de corte e leite quanto de suínos e aves. Os projetos estariam atrelados à conquista do novo status, já que a mudança possibilitaria o acesso a novos mercados. O Paraná também irá buscar o reconhecimento como área livre de peste suína clássica (PSC). O tema, no entanto, está longe de ser um consenso dentro do Estado. A Sociedade Rural do Paraná é a favor da alteração, desde que ela ocorra de forma simultânea com Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Um ofício com esse pedido foi encaminhado pela entidade ao governador Beto Richa.

“Não tem ninguém brigando com ninguém. São pontos de vista. Mas, na nossa avaliação, os prejuízos podem ser maiores que os benefícios”, afirma o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Moacir Sgarioni. De acordo com ele, o investimento necessário para controlar as barreiras sanitárias por 24 horas por dia seria muito alto. Ele argumenta ainda que os Estados Unidos estão próximos de dar início à importação de carne bovina do Brasil. “De novo o mercado está falando mais alto. A produção americana caiu, eles estão importando terneiros do México e nós estamos pensando em fechar a barreira num Estado que tem 4% do rebanho nacional. Estamos na contramão da modernidade. ” (Correio do Povo)

15/06/2015

1606201501Embora esteja em discussão pelos estados que compõem o Codesul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul), o encaminhamento de um avanço sanitário em conjunto é visto como difícil de ser alcançado segundo o secretário de Agricultura do RS, Ernani Polo, que nesta semana discutiu o tema com seus colegas que compõem o Conselho. “Cada um tem situações e realidades diferentes, talvez não seja possível”, considera. Os quatro estados, porém, trabalham na elaboração de um diagnóstico sobre a situação da defesa sanitária em cada território. O resultado será apresentado em 90 dias. Coordenador da Comissão de Agricultura do Codesul, Polo afirma que também seria importante que o Ministério da Agricultura envolvesse Uruguai e Argentina na discussão sobre a defesa sanitária, para analisar com estes dois países o possível avanço no status.

Para o veterinário Luiz Alberto Pitta Pinheiro, assessor técnico da Farsul, a análise de risco em andamento deve contemplar toda a região, o que não significa que todos os estados devem tomar posição no mesmo momento. Ele ressalta ainda que a mudança no status altera o trânsito de animais, já que na região que suspende a vacina não poderão mais entrar animais vacinados. “Por outro lado, o setor da suinocultura tem restrições de mercado pelo uso da vacina nos bovinos”, pondera.

Conforme o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Seapa, Fernando Groff, a vacina contra a febre aftosa é uma das que possuem maior efetividade, mas não é 100%. “Ter proteção não quer dizer que seja imune”, adverte. Com uma cobertura vacinal historicamente superior a 90% do rebanho, o Rio Grande do Sul investiu, em 2015, R$ 8 milhões com a aquisição de vacinas, já que é o único estado brasileiro a fazer a doação do material para os pequenos produtores. “O uso da vacina serve para reduzir a quantidade de focos. Como estamos há 15 anos sem foco, não transparece o efeito da vacina”, afirma Groff. Para encaminhar o pedido de mudança no status sanitário, ele acredita que é necessária vontade política e ter a parte técnica bem “ajustada”.

A discussão sobre o status sanitário também chegou ao parlamento. A Assembleia Legislativa prepara-se para debater a mudança em audiência pública marcada para o dia 22 de junho, às 14h. Proposto pelo deputado Sérgio Turra, o encontro deve reunir representantes da defesa sanitária e de entidades ligadas ao setor agropecuário. O debate ocorre após o Rio Grande do Sul obter uma importante certificação internacional, na última assembleia da Organização Internacional para Saúde Animal (OIE), na França: a de área livre de peste suína clássica. “A ideia é debater o tema. Em Paris, vimos a importância de ser considerada uma região com status diferenciado. A aftosa sem vacinação é uma conquista que nos colocaria em um patamar diferente diante dos mercados do mundo”, explica. (Correio do Povo)

15/06/2015

1606201501Caberá a um grupo de 25 especialistas, do Brasil e do exterior, analisar informações do levantamento das áreas de risco de febre aftosa no Rio Grande do Sul. Com os nomes ainda mantidos em sigilo, estão entre eles veterinários, servidores públicos e pecuaristas, que irão responder a um questionário durante a segunda quinzena de junho. O relatório final, a ser entregue até o começo de 2016 para o governo gaúcho, irá embasar a decisão do Estado de optar ou não pela retirada da vacinação contra a doença. “Eles vão avaliar as variáveis que fazem parte do modelo de risco, dizer se elas estão adequadas e qual o peso de cada uma”, explica Diego Viali dos Santos, fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura e um dos coordenadores da pesquisa, realizada a pedido do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa). Os nomes foram escolhidos por uma técnica conhecida como snowball (em português, bola de neve).

Ou seja, um grupo de especialistas seleciona outros nomes, baseado em uma série de requisitos. De acordo com Santos, trata-se de um corpo heterogêneo, com integrantes do Rio Grande do Sul e de outros estados, assim como do Uruguai e da Argentina.

O grupo terá a missão de avaliar um conjunto de 60 variáveis, já elencadas, que podem indicar se uma região corre o risco de apresentar um foco da doença. Entre as principais, estão a densidade de bovinos, de suínos, distância da fronteira e movimentação de animais. Caberá ao grupo técnico conferir o devido peso a cada variável. Uma espécie de “média” com a opinião dos especialistas irá constar no relatório final.

Conforme Santos, o objetivo do estudo é colocar à disposição do Estado uma ferramenta que poderá justificar a decisão sobre o futuro da vacinação, apontando as regiões onde é necessário fortalecer as ações de defesa sanitária.

O estudo sobre as áreas de risco integra as ações dos grupos de trabalho que desde o início do ano discutem a mudança no status sanitário. Uma das definições já encaminhadas é a defesa do georreferenciamento nas propriedades rurais das regiões de fronteira. “A questão do georreferenciamento vai permitir o conhecimento preciso não só do número de propriedades, mas onde elas precisamente estão e onde se distribuem geograficamente”, explica o chefe do Serviço de Saúde Animal da Superintendência do Ministério do Trabalho no Rio Grande do Sul (Mapa/RS), Bernardo Todeschini, que coordena o subgrupo de avanço de status.

Apesar de a discussão não ser recente, ainda não há uma previsão de quando o Rio Grande do Sul poderia formalizar o pedido de mudança no status sanitário. “Esse é um assunto que está sendo trabalhado com cautela, com equilíbrio. A área técnica está fazendo as avaliações”, explica o presidente do Fundesa, Rogério Kerber. “No momento adequado será tomada a decisão. ” Kerber observa, porém, que nos últimos anos uma série de melhorias foi implantada no sistema de defesa sanitária, como a informatização das inspetorias veterinárias e a implantação de postos fiscais de divisa.

Desde 2007, o Rio Grande do Sul é área livre de aftosa com vacinação. A discussão sobre a retirada da vacina ganha força 15 anos após o caso mais grave da doença já registrado no Estado. Em 2000, foram identificados 22 focos em território gaúcho, 19 deles em Joia. Na ocasião, 11 mil animais tiveram de ser sacrificados. O Rio Grande do Sul voltou a analisar o tema depois que o Paraná solicitou ao Ministério da Agricultura o aval para buscar a mudança no status sanitário junto à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).

Tanto lá como aqui, porém, o tema é alvo de controvérsia. Quem defende a retirada da vacina alega que, com isso, o Estado poderá conquistar mercados mais exigentes. A medida, porém, encontra restrições no setor produtivo. A Associação Brasileira de Angus (ABA) já se manifestou contrária à retirada da vacina no Paraná. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, afirma que a entidade conta com uma posição de conhecimento científico
das estruturas de defesa do Estado e do posicionamento dos países mais próximos — Argentina, Uruguai e Paraguai —, e que o caminho será construído em conjunto. “Deveremos ter um panorama na próxima Expointer”, conclui. (Correio do Povo)

A retomada de barganhas decisivas entre o Mercosul e a União Europeia (UE) para a conclusão do acordo de livre comércio deverá tomar mais tempo do que pensava a presidente Dilma Rousseff ao chegar ontem a Bruxelas. E isso na prática pode ajudar o governo de Cristina Kirchner na Argentina, em plena campanha eleitoral. A intenção de Dilma, revelada no avião quando viajava para Bruxelas, era propor aos europeus estabelecer a data de 18 de julho para a troca de ofertas de liberalização, mas não haverá tempo para isso. A fixação da data aceleraria as barganhas finais para um acordo que o governo brasileiro vê como prioridade para ser concluído ainda em 2015. Sem fixar uma data, o tema, polêmico, sai do radar na campanha eleitoral argentina. A UE precisará antes consultar seus 28 Estados membros para responder ao Mercosul. "Acho que não se fixará data agora, por causa das férias de julho e agosto na Europa", conformou¬se a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, particularmente engajada na busca de um acordo. O assessor internacional do Palácio do Planalto, Marco Aurelio Garcia, disse que todo mundo está consciente de que a retomada da negociação vai levar tempo, o que pode combinar com o fim da eleição presidencial na Argentina, em outubro. Ou seja, não seria problemático esperar o pleito argentino. Até lá Buenos Aires não vai mesmo se comprometer com abertura de mercado. Já o setor privado brasileiro não esconde a impaciência por continuar perdendo espaço no mercado comunitário. Cristina Kirchner sequer veio a Bruxelas, sabendo das discussões que Dilma queria ter com lideres europeus. As duas presidentes não conversaram por telefone, segundo alta fonte do governo. Dilma queria evitar falar com alguém que só pensa em adiar a negociação, disse a fonte diretamente envolvida nas decisões do lado brasileiro. O fato, porém, é que o governo Dilma deu sinais de recuo na ideia de "velocidade diferenciada" na negociação, pelo menos pelo momento. De um lado, Kátia Abreu chegou a dizer logo que chegou a Bruxelas que, se a presidente da Argentina não quisesse avançar na negociação birregional, "ficaria para trás". Duas horas depois, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, tratou de dizer que o Mercosul atuaria em conjunto: "Nunca consideramos a possibilidade de negociar sem a Argentina". Segundo o ministro, a ideia de acordo com "velocidades diferenciadas", pela qual o Brasil poderia acelerar a liberalização com os europeus e a Argentina ficar para mais tarde, partiu basicamente do Uruguai. O Paraguai, que assume a presidência rotativa do Mercosul no segundo semestre, também tem divergências. O presidente Horacio Cartes rejeitou acordo de liberalização em duas etapas, dias depois de seu ministro de Relações Exteriores, Eladio Loizaga, ter admitido essa possibilidade. A presidente Dilma insistiu que o Brasil está pronto para entregar a oferta de liberalização do Mercosul. Hoje haverá reunião ministerial entre os dois blocos. "Será um teste da real disposição dos dois blocos de avançar", na avaliação de uma fonte. Na verdade, fontes na UE insistem que precisam ter mais sinalização sobre o conteúdo da oferta do Mercosul antes de partir para troca de ofertas. A UE já tem acordos comerciais com 26 países da América Latina e do Caribe. Os EUA também têm número importante de acordos na região. O Brasil está ficando cada vez mais isolado, sem acordo. A ministra da Agricultura nota que as importações de alimentos pela UE alcançam € 180 bilhões, dos quais o Brasil só tem 11%. Ao lado das negociações com a UE, o Mercosul decidiu explorar a possibilidade de um acordo de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), formada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Como não são membros da União Europeia, esses países estão agora especialmente empenhados em negociar preferências comerciais com o Mercosul, para não perder vantagem competitiva se houver, antes, um acordo entre a UE e o bloco sul¬americano. "Estamos muito encorajados com a perspectiva futura para novas exportações nesses mercados de alto poder aquisitivo", afirmou o embaixador Ronaldo Costa Filho, chefe da delegação e diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério de Relações Exteriores. Sem surpresa, a EFTA, com forte influência da Suíça, manifesta especial interesse em ter mais acesso ao mercado de serviços financeiros no Mercosul, caso haja acordo. Também quer garantir que seus produtos farmacêuticos cheguem ao bloco em igualdade de condições com os laboratórios do bloco comunitário. O Mercosul se interessa, sobretudo, por acesso para seus produtos agrícolas, o que não é fácil, considerando que Suíça e Noruega estão entre as campeãs mundiais de protecionismo no setor. Nos últimos 15 anos houve muitas trocas de informações. Mas, nesta semana, foi a primeira vez em que os dois lados se reuniram, em Genebra, para tratar da possibilidade de acordo de livre comércio. O resultado foi considerado positivo, com nova reunião tendo sido marcada para o segundo semestre. O chamado "processo exploratório" não deverá ser longo. O fluxo comercial entre Mercosul e EFTA alcançou US$ 7,4 bilhões no ano passado. As maiores exportações do bloco europeu foram de farmacêuticos, produtos químicos, maquinaria, petróleo, carvão e pescados. O bloco do Cone Sul vendeu, principalmente, produtos agrícolas, alimentos industrializados, químicos e metais. (Valor Economico)

DUD 4233O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do RS (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, vê perdas no setor lácteo com o recente anúncio do Governo do Estado em relação à diminuição de benefícios fiscais. "Os benefícios foram criados para dar competitividade ao setor", afirma. Ele lembra que além do aumento de custos para as indústrias e os produtores, o setor foi onerado pelo acréscimo dos combustíveis, energia e elevação das taxas de juros. "Não há ambiente nem condições de aumentar a carga fiscal, pois necessitamos comercializar mais de 60% da nossa produção em outros estados da federação, que concedem benefícios às suas indústrias inclusive com incentivos fiscais superiores ao que o Rio Grande do Sul oferece ao setor produtivo de lácteos", informa Guerra.

Segundo o projeto de lei encaminhado pelo governador José Ivo Sartori à Assembleia Legislativa, na última quarta-feira (03/06), a intenção do Estado é limitar os benefícios fiscais até o patamar de 70% do valor originalmente concedido para os exercícios de 2016, 2017 e 2018. "Não temos condições de absorver uma nova perda, sem reflexos diretos aos produtores e menor movimentação financeiras nos municípios", alerta o presidente do Sindilat-RS. Guerra revela que a entidade demonstrará ao governo estadual e aos deputados a situação do setor lácteo, que não pode suportar mais nenhuma oneração fiscal. "Não podemos perder a isonomia fiscal, caso contrário não teremos competitividade", argumenta o dirigente. (.DOC Assessoria de Comunicação | Assessoria de Imprensa do SINDILAT/RS)

08/06/2015

A balança comercial de produtos lácteos teve um déficit de cerca de 26 milhões de dólares em maio, 36% acima do déficit apresentado em abril, que havia sido de 19 milhões de dólares.

As importações cresceram 5% em valor (US$ 39,5 milhões), enquanto as exportações, por outro lado, caíram 27,2% (US$13,5 milhões, US$5 milhões de dólares a menos que em abril).

Tabela 1: Balança Comercial de Lácteos – maio de 2015
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Fonte: MDIC - Elaboração: MilkPoint Inteligência

A queda nas exportações foi puxada pela diminuição do volume exportado de leite em pó integral, que caiu de cerca de 2.000 toneladas em abril (US$11,8 milhões) para pouco mais de 1.100 toneladas em maio (US$6,6 milhões).

Os principais produtos importados foram o leite em pó integral (US$12,5 milhões, -22,3% no valor importado), leite em pó desnatado (US$ 11,5 milhões, +38,1%) e queijos (US$ 9,3 milhões, +24%).

As importações de leite em pó, tanto integral quanto desnatado, tiveram origem majoritariamente do Uruguai (61,6%), seguido por Argentina (37,7%); os outros 0,7% foram importados dos EUA.

Analisando as quantidades em equivalente-leite (a quantidade de leite utilizada para a fabricação de cada produto), a quantidade importada foi de 97,9 milhões de litros em maio, alta de 4,9% sobre abril. Já as exportações em equivalente-leite tiveram queda de 22,2%, totalizando 23,9 milhões de litros.

De janeiro a maio deste ano, o déficit acumulado da balança comercial de lácteos em equivalente-leite é de cerca de 283 milhões de litros, esse volume é 78% maior do que o déficit total de 2014. Isso ocorre pois em 2014, o Brasil chegou a ser exportador líquido de lácteos entre fevereiro e março, enquanto em 2015, os volumes importados têm aumentado sucessivamente.

Os gráficos 1 e 2 a seguir apresentam este cenário, mostrando a comparação entre o déficit total de 2014 x o acumulado de janeiro a maio de 2015 (gráfico 1) e o histórico do saldo da balança de lácteos 2014 x 2015.

Gráfico 1: Déficit acumulado da balança comercial de lácteos em equivalente-leite (milhões litros)*

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* 2014: Total; 2015: acumulado até maio
Fonte: MDIC - Elaboração: MilkPoint Inteligência

Gráfico 2: Saldo mensal da balança comercial de lácteos em equivalente leite (milhões de litros/mês)

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Fonte: MDIC - Elaboração: MilkPoint Inteligência

Apesar do forte crescimento, o déficit acumulado de 283 milhões de 2015 representa apenas 1,1% do total de leite captado pela indústria em 2014.