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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 29 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.446


Trabalhadores rurais têm alta de 5,5% na renda no 1º tri de 2025

O rendimento médio mensal dos trabalhadores e trabalhadoras da agropecuária brasileira teve um avanço expressivo de 5,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os dados fazem parte do Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag).Segundo o levantamento, realizado em parceria com o Dieese, o salário médio no setor agropecuário passou de R$ 2.022 para R$ 2.133, considerando trabalhadores ocupados nas atividades de agricultura, pecuária, pesca, aquicultura e produção florestal. 
O crescimento representa uma recuperação em comparação à variação de apenas 0,2% registrada em 2024, no mesmo recorte. “O aumento do rendimento reforça que estamos no caminho certo na luta pela dignidade no meio rural, que passa necessariamente pela geração de renda e por um desenvolvimento rural sustentável”, afirma Vânia Marques Pinto, presidenta da Contag.
 
Crescimento por região
A recuperação da renda foi impulsionada principalmente por duas regiões: o Norte, que avançou 21%, e o Sul, com alta de 9,7%. O Nordeste aparece na sequência, com 7,5%, seguido pelo Sudeste, com 1,7%.Já o Centro-Oeste foi a única região que registrou queda, com recuo de 7,9% na média salarial. Ainda assim, a região permanece no topo da renda nacional, com R$ 3.492 mensais — o maior valor entre todas as regiões. O Nordeste, por outro lado, segue com o menor rendimento médio, de R$ 1.081. As informações são do Estadão)


Leite no Brasil: escala não garante lucro, mostra estudo da Labor Rural

A rentabilidade da pecuária leiteira no Brasil não depende apenas da escala de produção. Essa é a principal conclusão de uma ampla análise conduzida pela consultoria Labor Rural, com dados de 2023 em Minas Gerais.

Mesmo entre produtores com menos de 500 litros diários, a eficiência técnica e a gestão criteriosa provaram ser mais determinantes para o sucesso financeiro do que o volume de leite produzido.

Segundo o Anuário do Leite 2025, publicado pela Embrapa Gado de Leite, o setor vive um momento de reestruturação acelerada: menos produtores, maior produtividade por vaca e concentração em médias e grandes propriedades. Mas a pergunta persiste — é possível ser lucrativo mesmo em pequena escala?

A resposta, com base nos dados da Labor Rural, é sim — desde que se adote uma gestão eficiente. No grupo dos pequenos produtores, os 25% mais rentáveis obtiveram uma remuneração do capital de 7,16% ao ano, que salta para 16,59% quando se exclui o valor da terra. A margem líquida mensal média foi de R$ 6.267, já incluindo o valor do trabalho familiar.

O segredo? Custos de produção 25,4% menores do que os colegas menos eficientes, mesmo vendendo o leite por apenas 2,8% a mais. Por outro lado, os menos rentáveis amargaram um prejuízo médio mensal de R$ 4.609.

Entre os produtores com mais de 4.000 litros por dia, a lógica se manteve. A diferença no preço do leite entre os mais e menos rentáveis foi de apenas 2,6%.

No entanto, os mais eficientes conseguiram cortar 22,3% dos custos, o que se traduziu em uma remuneração do capital de 19,9% ao ano — ou expressivos 30,82% sem considerar a terra.

A margem líquida por hectare chegou perto dos R$ 13 mil, valor considerado alto frente a outras atividades agropecuárias. Já os menos rentáveis dessa faixa mal ultrapassaram 1% de retorno sobre o capital investido.

A produtividade se destaca como fator decisivo. Em ambos os perfis — pequeno ou grande — os produtores mais lucrativos apresentaram melhores indicadores em produtividade animal, uso da terra, estrutura de rebanho e eficiência da mão de obra.

Ou seja, vender mais leite ou conseguir um preço melhor não basta: a chave está no uso inteligente dos recursos disponíveis.

O Anuário da Embrapa reforça essa visão ao apontar para uma profissionalização crescente do setor. Fazendas que investem em gestão, tecnologia e controle de custos vêm colhendo bons frutos — e isso independe do tamanho da operação.

Ainda que a escala traga vantagens como bônus por volume e diluição de custos fixos, os resultados demonstram que a rentabilidade nasce da porteira para dentro.

Produtores tecnicamente preparados, mesmo com volume modesto, têm plena capacidade de competir no mercado e alcançar resultados expressivos.

No cenário atual da pecuária leiteira brasileira, volume e preço continuam relevantes — mas não são determinantes isolados.

A sustentabilidade da atividade está diretamente ligada à soma de boa gestão, controle de custos e eficiência produtiva. Em um mercado cada vez mais exigente, é essa tríade que define quem prospera e quem fica para trás. (Adaptado para eDairyNews, com informações de O Presente Rural)

Forte previsão para o setor lácteo da Nova Zelândia na temporada 2025/2026 

Economistas do banco ANZ afirmam que a produção de sólidos do leite, no mês de junho, aumentou acentuadamente, o que leva à previsão de uma excelente primavera.  Junho, historicamente, é um mês fraco para a produção de leite em decorrência do inverno. No entanto, os números do mês passado são promissores para toda a temporada 2025/26.  “O início está compatível com uma forte primavera – de agosto a outubro – liderado pelo sinal do mercado de que o mundo precisa de mais leite”, disseram.

Isso ajudou a elevar os preços globais dos lácteos, o que incentiva os produtores a aumentar a produção em decorrência do preço de abertura da Fonterra que foi de NZ$ 10,00 por quilo de sólidos (kgMS), [R$ 2,56/litro], acima dos preços do ano passado, e bem distante dos NZ$ 6,69 de 2017 e 2018.  Os economistas do banco ANZ também ressaltam o forte crescimento das pastagens, o que foi possível pela recuperação das condições secas que atingiram Waikato e Taranaki de janeiro a março.  

Eles acrescentam que mais vacas estão prenhas dentro do prazo desejado de seis semanas, poucos animais foram descartados, ou serão enviados para corte no decorrer da temporada, e mais animais estão sendo retidos para a produção de leite, o que contribui para aumento da produção nas fazendas.  Um outro indicador para o aumento da produção é o crescimento de 34% nas importações do extrato de palma (PKE), uma torta resultante da trituração dos resíduos da extração do óleo de palma. Esse produto é exportado do Sudeste Asiático para a Nova Zelândia, que servirá de suplemento alimentar para as vacas leiteiras.  

Os analistas do banco ANZ disseram que a produção de leite da temporada 2024/2025 subiu 3% em relação ao ano anterior, e foi o maior percentual anual de aumento desde 2014/15. “É difícil obter grandes ganhos por dois anos consecutivos, mas ‘havendo alinhamento dos astros’, é muito provável que a temporada 2025/2026 cresça de 1 a 3%, principalmente se o tempo colaborar”, disseram os economistas. As perspectivas otimistas do setor lácteo se estendem à carne bovina. 

No entanto, o gado de corte está diante de potenciais problemas com o aumento das tarifas estadunidenses, um desafio que tem um impacto, relativamente pequeno na indústria de laticínios. “As exportações de lácteos da Nova Zelândia para os Estados Unidos da América (EUA) são de alto valor agregado, mas de baixo volume”, disse o economista Matt Dilly.  “Então, é um comércio resiliente a potenciais aumentos de tarifas, a menos que sejam exageradamente elevadas”.  Dilly acrescenta que outros fatores favorecem a indústria de laticínios da Nova Zelândia. A produção de outras regiões é insuficiente, criando uma escassez global.  

“Os preços dos lácteos estão elevados há pouco mais de um ano e os preços dos grãos, baixos. Isso é pouco relevante para a Nova Zelândia, mas de suma importância para sistemas de produção de leite em confinamento. Então, os preços baixos dos grãos indicam lucros que poderão levar todos a produzirem mais leite. 

No entanto, isso não ocorreu no último ano, em decorrência de outros fatores. E essas questões estão se acumulando, e as dificuldades enfrentadas por produtores de outros países acabam beneficiando a Nova Zelândia.  Na América do Sul, o clima tem sido bastante adverso. No ano passado, a gripe aviária afetou fazendas na América do Norte. E, na Europa, o surto do vírus da língua azul impactou fortemente a produção de leite.  Portanto, as fazendas leiteiras no exterior, encontram-se diante de grandes desafios para expandir a produção de leite, deixando a Nova Zelândia em uma boa situação, e com retornos acima do custo de produção”.  (Fonte: interest.co.nz – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido

FestiQueijo encerra com público total de 34 mil pessoas
O 33º FestiQueijo encerrou no domingo (27) com números que comprovam o sucesso de mais uma edição histórica. Em cinco finais de semana, o festival gastronômico reuniu mais de 34 mil pessoas, desde a abertura oficial, passando pelo FestiQueijo dedicado exclusivamente aos idosos, até o fechamento, no Centro Cultural Mãe de Deus, em Carlos Barbosa, que desfrutaram de sabores inigualáveis e de 72 atrações culturais. Outros destaques da edição deste ano foram os eventos paralelos ao festival, como a Feira Feito em Barbosa, com 32 expositores locais, e a Estação das Etnias, uma homenagem aos povos que colonizaram o município.  O presidente do 33º FestiQueijo, Francisco Guazzelli, enfatiza que o festival deste ano marcou uma retomada após um ano sem poder ser realizado em função das fortes chuvas ocorridas em maio de 2024. O presidente valorizou o espírito comunitário que se fortaleceu ainda mais nesta edição, contribuindo para que o festival seja um dos principais atrativos da Serra Gaúcha durante o inverno. (Jornal do Comércio)


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Porto Alegre, 28 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.445


Conseleite/MG - Resolução Julho/2025

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 25 de Julho de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:  

a) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Maio/2025 a ser pago em Junho/2025.

b) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Junho/2025 a ser pago em Julho/2025. 

c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Julho/2025 a ser pago em Agosto/2025. 

 
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.
CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA 
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br. (Conseleite/MG)

Dia de Campo foca no uso dos cereais de inverno em Boa Vista do Cadeado

Com o objetivo de fortalecer a produção agropecuária familiar por meio do uso eficiente de forragens e tecnologias voltadas à conservação do solo, o Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Boa Vista do Cadeado, em parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura, a Embrapa Trigo e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) promoveu no dia 23 de julho o Dia de Campo de Cereais de Inverno e Produção de Pré-Secado.

Durante a manhã, as atividades iniciaram com uma palestra que destacou os benefícios do Programa de Sementes e Mudas Forrageiras, vinculado ao Programa Leite Gaúcho e Pecuária Familiar, apresentada por Jonas Wesz, chefe da Divisão de Sistemas Produtivos da SDR. A iniciativa tem contribuído anualmente com mais de dez mil agricultores familiares, incentivando o cultivo de espécies forrageiras como aveia, capim sudão, azevém e trigo duplo propósito, fundamentais na formação de pastagens e alimentação dos rebanhos.

Na sequência, a Operação 365 foi destaque, com um programa voltado à melhoria da qualidade química, física e biológica dos solos agrícolas. A proposta promove o uso de boas práticas agrícolas, como rotação de culturas e plantio direto, aliadas ao uso de plataformas digitais para o monitoramento e gestão das lavouras, com foco na sustentabilidade e rentabilidade. O painel foi conduzido pelo chefe-geral da Embrapa Trigo de Passo Fundo, engenheiro agrônomo Jorge Lemainski.

Representando a Emater/RS-Ascar, o médico veterinário e assessor técnico regional Oldemar Heck Weiller compartilhou resultados de trabalhos realizados com duas famílias de bovinocultores de leite da região de Ijuí e Quinze de Novembro, que adotaram cereais de inverno na dieta dos animais. Segundo ele, a parceria entre produtores, empresas e técnicos tem sido essencial para difundir práticas que garantem melhor desempenho produtivo e nutricional.

O extensionista Tiago Rafael Diello, do escritório da Emater/RS-Ascar em Boa Vista do Cadeado, detalhou o processo de implantação e manejo das culturas utilizadas na área demonstrativa do evento, abordando os desafios enfrentados durante o ciclo, como déficit hídrico, chuvas intensas, geadas e dificuldades logísticas. As cultivares avaliadas incluíram trigo, aveia preta, cevada e triticale.

Também participaram o técnico agrícola Paulo Cesar Keitel e o secretário municipal Sidinei Fracaro, que destacaram as ações da administração municipal em apoio aos produtores, como a aquisição recente de uma enfardadeira de alta tecnologia para a produção de pré-secado. O equipamento tem proporcionado agilidade e qualidade na prestação de serviços ao setor agropecuário local.

No turno da tarde, os participantes percorreram as estações técnicas conduzidas por profissionais da Embrapa Trigo, que abordaram temas como manejo do solo, produção forrageira e uso de cereais de inverno. A programação também contou com apresentação de cultivares pela Cotripal, demonstração de drones da empresa AgroDrones/RS e orientações sobre produção de sementes com representantes da iniciativa privada.

O evento reuniu técnicos, produtores e representantes de diversos municípios da região, como Ijuí, Quinze de Novembro, Pejuçara, Cruz Alta, Panambi, entre outros, consolidando-se como um espaço de troca de conhecimento, difusão de tecnologias e fortalecimento da agricultura familiar no Noroeste gaúcho. (Emater/RS)

Associados do Sindilat/RS têm 10% de desconto no Fórum MilkPoint Mercado e no Interleite Brasil 2025

Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido para aquisição de ingressos nos dois principais eventos da cadeia leiteira brasileira: o Fórum MilkPoint Mercado e o Interleite Brasil 2025, que acontecem em Goiânia (GO) nos dias 19, 20 e 21 de agosto.

O Fórum MilkPoint Mercado, com o tema “Transformações e Novas Oportunidades no Leite Brasileiro”, será realizado no dia 19 de agosto, em formato híbrido (presencial e on-line). O evento reunirá os principais agentes do setor para debater as mudanças no ambiente de negócios e as perspectivas para o mercado lácteo nacional, diante de um cenário marcado pela acirrada concorrência entre indústrias e pressão sobre as margens de comercialização. Serão 17 palestrantes ao longo do dia, com certificado emitido pela MilkPoint e material disponível para download.

Já o Interleite Brasil 2025, que ocorre nos dias 20 e 21 de agosto, será exclusivamente presencial. Com o tema “Como fazer mais produtores participarem do futuro do leite no Brasil?”, o evento tem como objetivo discutir formas de integrar tecnologia, gestão eficiente e produtividade na atividade leiteira. A programação trará reflexões sobre como otimizar o uso do tempo, implementar ferramentas digitais e tornar a produção mais rentável.

Conforme o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, a participação contribui para a qualificação dos profissionais e para o fortalecimento da cadeia produtiva. “Esses eventos possibilitam a discussão de questões estratégicas para o desenvolvimento e a modernização da cadeia leiteira, aproximando os diversos segmentos do setor na busca por alternativas e caminhos em comum”, destacou.

Os ingressos estão disponíveis em lotes limitados e podem ser adquiridos com desconto exclusivo de 10% para associados do Sindilat/RS, CLICANDO AQUI.


Jogo Rápido

Lei para sucessão entra em vigor
Entrou em vigor a Lei 15.178, que institui a Política Nacional de Juventude e Sucessão Rural. O objetivo da legislação é reduzir a migração de jovens para os centros urbanos e garantir a sua permanência, com qualidade de vida, nas comunidades rurais. A nova norma, de acordo com a Agência Senado, traz iniciativas ligadas à sucessão na propriedade da agricultura familiar. A lei foi sancionada pela Presidência da República com o veto de um artigo considerado inconstitucional. O público-alvo são jovens de 15 a 29 anos da agricultura familiar. A política atua em setores como acesso à terra, crédito rural e parcerias com instituições de ensino e pesquisa. Com a publicação da lei no Diário Oficial da União, na quinta-feira, 24, fica autorizada a criação de linhas de crédito específicas, com condições diferenciadas para reduzir riscos de empréstimos. (Correio do Povo)


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Porto Alegre, 25 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.444


Junto com o Estado, setor leiteiro busca tecnologias e políticas de inovação

Alinhado com o Governo gaúcho na busca por inovação e competitividade, o setor leiteiro do Rio Grande do Sul participou do início das discussões para a implementação de um plano de ações, por meio do Centro de Inteligência do Agronegócio, voltado à modelagem competitiva do agronegócio no Estado. O objetivo é que o setor se torne referência em inteligência e tecnologia até 2035.

Representando o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), o secretário-executivo Darlan Palharini lembrou que a tecnologia já não é mais uma opção, mas uma condição para a permanência do produtor na atividade. “Quem quer seguir na atividade leiteira precisa apostar em inovação. Esses encontros e políticas construídas em parceria com o Estado são fundamentais para o crescimento das startups, a exemplo das que já atuam diretamente com soluções para o setor leiteiro”, afirmou.

O dirigente lembrou ainda que o Centro Agro vem sendo articulado desde 2023 para impulsionar o uso de tecnologias de ponta no campo. “Ele está formatando um ambiente de desenvolvimento para criar políticas públicas de incentivo, e o leite está incluído nesse processo, seja pelas tecnologias já apresentadas, seja pela necessidade permanente de tecnificação”, pontuou.

O encontro aconteceu em Esteio (RS), na quinta-feira, e foi articulado pelas secretarias de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR). (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Conseleite/SC - RESOLUÇÃO Nº 07/2025

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 25 de Julho de 2025 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Junho de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Julho de 2025.

O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Conseleite/SC)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1877 de 24 de julho de 2025
BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção de leite se manteve estável na maioria das regiões em virtude da melhora nas pastagens e da suplementação e do manejo adequados, consequentemente reduzindo perdas de peso e problemas sanitários. O fornecimento de volumosos e concentrados se manteve, especialmente onde houve menor oferta de forragem. As condições sanitárias dos rebanhos estão, em geral, satisfatórias; houve apenas registros pontuais de aumento na Contagem de Células Somáticas (CCS), de tristeza parasitária e brucelose.  

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção de leite se manteve estável, e o estado corporal dos rebanhos está adequado. Alimentos complementares continuaram a ser ofertados. Na de Caxias do Sul, a suplementação alimentar com silagem de milho e com concentrados tem sido utilizada, mas o retorno dos rebanhos para as forrageiras cultivadas possibilitou a manutenção do volume de produção. As condições de sanidade do rebanho e de bem-estar animal estão satisfatórias, bem como os parâmetros de qualidade, como a CCS e a Contagem Padrão em Placas (CPP). 

Na de Erechim, o estado corporal e sanitário dos animais está adequado. A produção leiteira segue estável ou em recuperação, especialmente em sistemas a pasto bem manejados. Nas propriedades com menor disponibilidade de volumosos, foram registrados casos pontuais de perda de peso. Seguem os nascimentos nas propriedades, exigindo atenção redobrada nos cuidados com bezerras, especialmente em relação à umidade e ao frio.  Na de Frederico Westphalen, a produção de leite apresentou um leve incremento em razão da melhora na qualidade das pastagens e do tempo disponível para pastejo. 

Na de Ijuí, a produção continua satisfatória, impulsionada pela disponibilidade de volumoso aos animais. A qualidade do leite está dentro dos parâmetros exigidos.  Na de Passo Fundo, o estado geral do rebanho está regular. A produção e o escore corporal das vacas em lactação ficaram estáveis. No entanto, foi observado aumento na CSS do leite, reflexo do último período chuvoso, o que exigiu maior atenção aos manejos sanitários. 

Na de Porto Alegre, para manter a qualidade da dieta do rebanho, foram utilizadas reservas de alimentos volumosos e intensificada a oferta dos concentrados. Mesmo assim, houve redução no volume de produção. Na de Soledade, ainda houve necessidade de suplementação com alimentos conservados.  

Na de Pelotas, em Pedras Altas, a produção segue aumentando em razão do bem-estar animal e da suplementação com silagem de milho. Em São Lourenço do Sul, a condição corporal dos animais melhorou em função dos manejos de lotação apropriados nos piquetes. Já em Jaguarão, em Morro Redondo e em Rio Grande, a produção se reduziu e/ou está abaixo do esperado. Em Pelotas, apesar da diminuição da infestação por carrapatos, ainda foram registrados casos de tristeza parasitária. 

Na de Santa Maria, o acúmulo de barro nas áreas de espera e nos corredores diminuiu, contribuindo para os manejos e para a diminuição de riscos de mastites. Em Júlio de Castilhos, houve registros de casos de brucelose. Na de Santa Rosa, as condições sanitárias dos rebanhos permaneceram satisfatórias, e a produção aumentou, resultado dos pastos de qualidade. 

Em Porto Mauá, através de um programa municipal de incentivo à atividade, 11 propriedades foram beneficiadas com concreto usinado para a implantação de pisos nos corredores e nas salas de espera.  (Fonte: Emater/RS)


Jogo Rápido

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 30/2025 – SEAPI  
A próxima semana terá o retorno de chuva forte ao RS. Na sexta-feira (25), a nebulosidade seguirá predominando, com chuvas fracas e isoladas nos setores Leste e Norte. Entre o sábado (26) e domingo (27), a passagem de uma frente fria provocará chuva em todo Estado, com possibilidade de temporais isolados e altos volumes acumulados. Na segunda-feira (28), ainda ocorrerá grande variação da nebulosidade, com pancadas de chuva na Metade Leste e na faixa Norte. Entre terça (29) e quarta-feira (30), o ingresso de uma massa de ar seco e frio afastará as instabilidades e manterá o tempo firme, com declínio das temperaturas em todo Estado.  Os volumes previstos deverão oscilar entre 30 e 50 mm na maioria das áreas. Nos setores Norte e Leste os totais esperados deverão variar entre 60 e 80 mm e poderão alcançar 100 mm em alguns municípios. (Fonte: Seapi)


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Porto Alegre, 24 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.443


Mercado do Leite: atualização de preços quinzenal 24/07

Com intuito de atualizar nossos leitores sobre o cenário do mercado do leite, o MilkPoint, em parceria com o MilkPoint Mercado, trará um panorama geral sobre os acontecimentos mais relevantes da quinzena no setor lácteo.
 
Confira abaixo a última atualização:

Leite Spot - Segundo dados do MilkPoint Mercado, na segunda quinzena de julho o preço do leite spot subiu R$0,01 em relação à quinzena anterior, alcançando R$2,78 por litro.

Preços Internacionais - No 384º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira, 15 de julho, o mercado apresentou certa estabilidade nos produtos comercializados, após quatro leilões indicando quedas nos preços. O preço médio dos produtos negociados ficou em US$4.380 por tonelada, refletindo uma melhora de 1,1% no GDT Price Index, em comparação com o evento anterior. 

Leite UHT - O preço médio do leite UHT em São Paulo ficou em R$4,44 por litro nesta semana, com apenas ajustes pontuais em relação ao período anterior. Segundo empresas consultadas, o mercado mostrou menor apetite de compra, o que limitou tanto os avanços nas cotações quanto o fechamento de volumes maiores de vendas.

Muçarela - O mercado de queijos manteve ritmo fraco nesta semana, com a muçarela sendo negociada a uma média de R$30,4 por quilo. De acordo com as empresas consultadas, houve muita especulação e dificuldades para fechar novos negócios. Algumas marcas precisaram reduzir os preços para conseguir maior giro e movimentar os volumes no mercado.

Leite em Pó - O mercado de leite em pó segue pressionado pela baixa no interesse comercial, refletindo também o cenário internacional. O leite em pó integral (LPI, 25 kg) teve média de R$27,70 por quilo, enquanto o desnatado (LPD, 25 kg) recuou mais fortemente, com média de R$24,60 por quilo. Já o leite em pó fracionado (LPF, 400 g) manteve preços estáveis, com média de R$32,80 por quilo, sustentado por uma demanda de varejo menos volátil.

Milho – O milho registrou nova queda nos preços, com a média parcial do mês girando em torno de R$ 63,6 por saca, cerca de R$4,50 a menos em relação à média final do mês anterior. Essa retração é atribuída, principalmente, à entrada da segunda safra no mercado, que elevou a oferta e intensificou a pressão sobre as cotações.

Soja – Já a soja registrou um acréscimo de aproximadamente R$2,2 por saca em relação ao mês anterior, com a média parcial alcançando cerca de R$136,6 por saca. Esse avanço é reflexo, principalmente, do encerramento da colheita e das movimentações nas cotações internacionais e na taxa de câmbio, fatores que impactam diretamente os preços da soja brasileira.

Oferta – No cenário de oferta, observa-se um aumento na produção de leite, tanto no Brasil quanto nos principais parceiros comerciais. Com o fim do período de entressafra, a sazonalidade passará a exercer menor pressão, o que favorece a recuperação gradual dos índices produtivos e, consequentemente, o avanço da oferta no mercado.

Demanda – Apesar de alguns indicadores econômicos, como a queda no desemprego e o avanço da massa salarial, sinalizarem uma possível melhora no consumo, outros fatores, como a taxa Selic elevada e o comportamento do IPCA, apontam para um cenário mais desafiador. Na prática, o mercado ainda relata movimento contido, com os produtos lácteos enfrentando uma demanda enfraquecida. (MilkPoint)


Entidades ligadas ao Fundesa manifestam preocupação com número de fiscais

Em reunião com o secretário da Agricultura Edivilson Brum nesta terça-feira (22), a diretoria do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS apresentou documento relatando preocupação com a redução do número de Fiscais Estaduais Agropecuários nos últimos anos.

"Sabemos do reconhecimento que o Serviço Veterinário Oficial do estado tem no Brasil e no mundo. Isso não quer dizer que não tenhamos que nos preocupar com os próximos anos", disse o presidente do Fundesa, Rogério Kerber. O presidente pontuou que a formação de técnicos leva tempo e que a realização de um concurso para reposição é imprescindível. "Sentimos essa preocupação. Precisamos ter uma estrutura mínima e pelo que está posto já compromete o mínimo." Desde 2022 mais de 70 médicos veterinários do Serviço Veterinário Oficial se aposentaram ou exoneraram. Outros aprovados no Concurso do Ministério da Agricultura deverão sair nos próximos dias.

O secretário Edivilson Brum informou que tem conhecimento da demanda e que o assunto já está na pauta com a Secretaria de Planejamento para tratar sobre o tema. Conforme Brum, a realização de concurso para reposição não impactaria o regime de recuperação fiscal.

Homenagem
Ao final da reunião, o secretário Edivilson Brum entregou uma placa em homenagem ao Fundesa alusiva aos 90 anos da Secretaria da Agricultura, comemorados em junho. (Fundesa)

Anvisa promove diálogo setorial virtual sobre RDC 843/2024

A Anvisa convida os interessados a participar do diálogo setorial virtual sobre a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 843/2024. O evento será na quinta-feira (24/7), das 15h às 16h. A Resolução dispõe sobre a regularização de alimentos e embalagens sob competência do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), destinados à oferta no território nacional. 

O encontro tem como objetivo apresentar e fornecer esclarecimentos sobre a minuta de RDC que estará em pauta na reunião da Diretoria Colegiada (Dicol) da próxima segunda-feira, dia 28 de julho.

Como participar 
O evento é aberto ao público e não é necessário fazer inscrição. Os interessados só precisam acessar este link. Sua participação é muito importante!

Diálogo setorial virtual sobre a RDC 843/2024
Data: 24 de julho, quinta-feira.
Horário: 15h às 16h.
(Fonte: Anvisa)


Jogo Rápido

NO RADAR
Produtores interessad­os em participar da 2ª etapa do programa Irriga Mais têm até a próxima terça-feira para se inscrever. Conduzido pela Secretaria da Agricultura do Estado, concede um subsídio de 20%, com limite de R$ 100 mil por beneficiá­rio, para projetos de irrigação. Já foram re­cebidos, até agora, 1.121 propostas que somam juntas mais de 17 mil hectares. Mais detalhes podem ser acessados no site da Secretaria da Agricultura. O pra­zo para execução das propostas é de 12 meses após a aprovação. (Zero Hora)


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Porto Alegre, 23 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.442


Nova rotulagem para o leite Longa Vida

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) publicou a Portaria SDA/MAPA nº 1.330, de 21 de julho de 2025, estabelecendo critérios para o uso da expressão “Longa Vida” em rótulos de produtos lácteos que passam pelo tratamento térmico de Ultra Alta Temperatura (UAT ou UHT). A medida foi divulgada no Diário Oficial da União (edição 137, seção 1, página 4).

De acordo com a nova regulamentação, o uso da expressão “Longa Vida” é opcional, mas, quando adotado, deve seguir diretrizes específicas:

  • A expressão deve ser posicionada abaixo da denominação de venda do produto;
  • Pode ser incluída em painéis do rótulo que não o painel principal.
Além disso, o termo não pode:
  • Ter letras maiores que a denominação de venda do produto;
  • Estar em cor diferente da denominação;
  • Receber mais destaque que o nome do produto por meio de elementos gráficos.
As regras se aplicam a qualquer leite ou derivado lácteo submetido ao processo UHT e têm como objetivo garantir uniformidade e clareza nas informações ao consumidor.

A Portaria SDA/MAPA nº 1.330/2025 revoga a antiga Resolução DIPOA nº 2/2002 e já está em vigor desde a publicação. Para mais detalhes, CLIQUE AQUI acesse o texto completo no Diário Oficial da União. (As informações são do O Tempo)


Do tradicional ao funcional: a nova era do queijo

O queijo, muito além de um alimento saboroso, está passando por uma transformação estratégica. Impulsionado pela ciência, pela inovação da indústria de laticínios e pelas novas exigências do consumidor moderno, o queijo vem ganhando destaque não só pelo sabor e textura, mas também por suas propriedades nutricionais e benefícios à saúde.
 
A nova era dos queijos funcionais
Tradicional em diversas culturas, o queijo está deixando de ser visto apenas como um prazer culinário. Graças aos avanços em biotecnologia e pesquisas nutricionais, cresce a produção de queijos funcionais, desenvolvidos para oferecer compostos bioativos que contribuem para o bem-estar. Essa nova abordagem permite criar produtos com perfis nutricionais ajustados, como maior teor de proteínas, presença de probióticos, redução de lactose ou baixo teor de sódio.

Essa evolução representa um novo horizonte para a indústria de queijos. Empresas e produtores estão sendo desafiados a inovar, diversificar seus portfólios e adaptar seus processos. A demanda crescente por queijos saudáveis, funcionais e personalizados exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento, ao mesmo tempo que abre oportunidades para agregar valor a produtos tradicionais.

O mercado já sinaliza essa mudança. Consumidores buscam cada vez mais alimentos que unam prazer, nutrição e funcionalidade. O queijo, por sua versatilidade, ocupa um espaço privilegiado nesse cenário. De entrada a sobremesa, ele assume o papel de protagonista na gastronomia moderna, se destacando em diferentes culturas e estilos alimentares.
 
Um alimento ancestral com potencial para o futuro
Além disso, o setor lácteo observa uma revalorização do queijo como ativo estratégico: um produto com alta aceitação, enorme potencial de inovação e capacidade de atender às exigências de um mercado global cada vez mais competitivo.

Em resumo, o queijo está se reinventando. Seu futuro passa por inovação tecnológica, adaptação às tendências de consumo e entendimento profundo dos seus impactos nutricionais e sensoriais. Para a cadeia do leite, trata-se de um chamado à ação: transformar um alimento ancestral em um produto contemporâneo, saudável e alinhado às expectativas das novas gerações. (As informações são do Dairy News Today, traduzidas e adaptatas pela equipe MilkPoint)

SETOR INDUSTRIAL - Encontro debate formas de fortalecimento

A Fiergs realizou ontem a segunda edição do INDX, encontro com a indústria que tem o intuito de promover discussões estratégicas voltadas ao fortalecimento do setor no Estado. O encontro reuniu lideranças empresariais, autoridades e representantes de sindicatos no Salão de Convenções da Fiergs, em Porto Alegre. Entre os destaques da programação do INDX, estiveram as apresentações do presidente da Cotrijal, Nei César Manica, e do diretor-geral da CMPC, Antônio Lacerda.

A CMPC investirá R$ 27 bilhões no Estado. O projeto inclui uma nova planta industrial em Barra do Ribeiro, com capacidade de produção anual de 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto, enquanto a Solis – associação entre Cotrijal, Cotripal e Cotrisal – investirá R$ 1,25 bilhão em uma indústria para processamento de soja e produção de biodiesel em Cruz Alta.

O diretor-geral da CMPC enfatizou que o projeto envolve mais do que uma nova fábrica, gerando melhorias também na infraestrutura portuária e rodoviária no RS. “Quando uma planta estima 6 mil novos empregos, é preciso treinarmos essas pessoas. Tudo isso está mapeado para que, a partir do ano que vem, essas pessoas sejam identificadas, formadas e contratadas. A ideia é dobrar a produção e fazer com que a fábrica comece a rodar em meados de 2029”, disse.

O presidente da Fiergs, Cláudio Bier, também destacou o empenho da entidade em garantir que parte significativa dos investimentos anunciados seja aplicada no RS. “Quando sentamos com a CMPC, com nosso trabalho conseguimos aumentar de R$ 700 milhões para R$ 2 bilhões o conteúdo gaúcho. Esperamos que, agora, a maioria desses R$ 27 bilhões também fique no Estado.”

O INDX marcou o primeiro ano de gestão Bier na Fiergs. Ao fazer um balanço, ele mencionou mudanças na estrutura interna. “A Fiergs saiu do seu castelo. Fizemos a interiorização, porque o Interior do Estado clamava por isso. Ainda não chegamos em todas as regiões, mas vamos chegar”, declarou. (Correio do Povo)


Jogo Rápido

Revacinação ajuda a conter doença que causa prejuízo de R$ 1 bilhão ao ano à pecuária
A brucelose bovina causa perdas estimadas em R$ 1 bilhão ao ano no Brasil, sendo, assim, considerada uma das doenças mais prejudiciais à pecuária nacional. Segundo o gerente técnico de Ruminantes da MSD Saúde Animal, Daniel Rodrigues, os maiores desafios do problema estão ligados às perdas reprodutivas. “O pecuarista investe em fazer uma boa reprodução na fazenda, só que quando chega na fase final da gestação, no terço final, o animal acaba tendo o aborto e isso prejudica a atividade tanto da pecuária leiteira quanto da pecuária de corte”, contextualiza. Para conter a brucelose, a vacinação é obrigatória, mas é a revacinação que tem se mostrado ainda mais eficaz. “No Brasil, temos duas vacinas que podem ser utilizadas, a B19, que é a vacina que aplicada nas fêmeas entre três e oito meses de idade e, agora, existe também uma grande oportunidade com a RB51, que é uma vacina que pode ser aplicada em fêmeas de três a oito meses de idade quando nas que estão acima dos oito meses de idade”, conta Rodrigues. CLIQUE AQUI e assista à reportagem. (Canal Rural)


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Porto Alegre, 22 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.441


Crise de mão de obra no leite dos EUA expõe necessidade de mudança e inovação

Segundo o relatório State of the Dairy Industry 2025 Report, publicado pela Farm Journal por meio das publicações Dairy Herd Management e Milk Business Quarterly, apesar de 97% das fazendas leiteiras dos EUA serem de propriedade e operação familiar, o setor possui uma dependência crítica da mão de obra imigrante, já que mais de dois terços das 9,36 milhões de vacas leiteiras do país são ordenhadas por trabalhadores imigrantes. Trata-se de uma questão urgente, entrelaçada com a estrutura da agricultura americana.Antes e depois da pandemia
Os desafios com a mão de obra não são novidade para os produtores de leite. A pandemia de COVID-19 apenas agravou essas dificuldades, e o debate em torno da deportação em massa adiciona mais complexidade à situação, afetando não apenas fazendas individuais, mas repercutindo em toda a economia dos EUA.Escassez de mão de obra sempre presente
Uma pesquisa recente destaca a crescente dependência da indústria leiteira por trabalhadores que não são da família, indicando que eles representam pelo menos 50% da força de trabalho para muitos entrevistados. Em resposta, muitos produtores têm recorrido à tecnologia para reduzir a dependência da mão de obra humana. Embora a contratação e retenção de trabalhadores continue desafiadora, houve mudanças notáveis nos aspectos relacionados à força de trabalho no último ano.

Aumento nos incentivos aos funcionários
O aumento nos custos de mão de obra agrava ainda mais as dificuldades enfrentadas pelos produtores de leite. Um dos entrevistados comentou: “Os custos com mão de obra continuam subindo, e nosso estado não está nos permitindo competir com produtores de outros estados.”

Para enfrentar esses desafios, muitas fazendas têm introduzido incentivos para melhorar a retenção, como moradia para funcionários, jornadas flexíveis e salários acima da média do setor. Mais da metade dos participantes da pesquisa oferecem moradia como forma de garantir estabilidade e motivação.

Os desafios com a mão de obra no setor leiteiro são de longo prazo. Embora estratégias inovadoras e melhores benefícios ofereçam alívio temporário, mudanças mais profundas e sistêmicas são urgentes. À medida que o setor enfrenta essas dificuldades, o chamado é por ações coletivas e reformas que priorizem sustentabilidade e segurança, assegurando um futuro resiliente para a agricultura dos EUA. (As informações são do State of the Dairy Industry 2025 Report, Farm Journal, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)


Como vai a assistência técnica?

Um dos papéis que tenho assumido na consultoria em gestão é ajudar nas relações entre, direção, gerência e assistência técnica, por vários motivos na maioria das vezes estas relações são conflituosas, e não colaboram como deveriam para produtividade da empresa como um todo, e nas minhas experiências não há um culpado e sim a falta de uma condução dos trabalhos com maior sinergia e clareza.

Interessante como ações simples colaboram, para que a assistência se acerte e produza, mas alguns pontos básicos ainda não são tratados pelo técnico como padrão e acabam por interferir drasticamente nas relações e nos resultados, econômicos, zootécnicos, e do próprio trabalho. Vamos citar alguns pontos observados que, em alguns casos, ainda deixam de ser praticados;

Protocolos; em muitas fazendas eles inexistem documentados, com isto alguns procedimentos acabam sendo definidos pelo executor, alguns exemplos;

Curativos – em muitas fazendas o borrifar um repelente sobre uma ferida, ainda é sinônimo de curativo, com as assistências que convivi e aprendi, curativo passa por assepsia do local, cauterização se for necessário e depois o produto cicatrizante e repelente, com isto não há o retrabalho, e perdas.

Diagnóstico de mastite – há diferentes opiniões técnicas sobre diagnóstico de caso clínico de mastite e isto é aceitável, mas o problema é que em grande parte dos casos a opinião do técnico não está sendo praticado na ordenha, pois isto não está descrito, e a rotatividade de funcionários e esquecimento, fazem com que a recomendação verbal se perca facilmente.

Tratamento de mastite – dias atrás em uma fazenda, com a assistência técnica no quarto ano de atuação, o gerente relatou em uma reunião com direção e técnico que os tratamentos estariam definidos por ele mesmo a caminho da cidade, e os produtos usados eram escolhidos acordo com preço, percebemos então que os problemas enfrentados com a sanidade e falta de qualidade no leite não era por acaso. 

Estratégias para melhoria da qualidade de leite – na maioria das empresas não há uma estratégia de trabalho, com análises de CCS individual, cultura para identificação de patógenos, e acompanhamento das evoluções de melhoria, e o resultado são as perdas de produtividade e de recebimento por falta de qualidade leite. 

Protocolos das rotinas – em algumas fazendas não há um protocolo e treinamento das pessoas sobre as rotinas a serem desempenhadas por eles, como por exemplo de ordenha, chegando ao cúmulo de haver diferentes passos de rotinas na mesma fazenda, que tem dois grupos de ordenhadores.
 
Como transformar a recomendação técnica em ação efetiva
Alguns técnicos precisam se especializar mais em comunicação, dando a real importância à forma de se comunicar, linguagem e tom de voz, e assumindo a responsabilidade por ela, é mais do que informar, é fazer com que o assunto em questão cause o devido impacto nas pessoas que precisam assumir seu papel, ninguém quer agir negativamente, quer deliberadamente que suas ações ou até mesmo falta delas cause prejuízo, o que pode acontecer é que estas pessoas, não foram devidamente persuadidas, por falta de argumentos ou falhas de comunicação.

Além de uma comunicação eficiente, esta deve ser formalizada em uma reunião com os interessados, com informações e embasamentos suficientes para a tomada de decisão, seria apresentar em forma de projeto, com custos, consequências e possibilidades de resultados, e posteriormente acompanhamento e ajustes para se conseguir os resultados previstos, nada mais do que um PDCA, onde ele criaria e colocaria o gerente na condução.

Fizemos isto em uma fazenda para implantação de estratégias para melhoria da qualidade de leite, onde o técnico dizia que já solicitava isto a tempos e não era atendido, mas pelo visto devido à forma de comunicação, embasamento e consequentemente falta de poder de persuasão.

Os treinamentos técnicos devem ser vistos como processo, por isso constantes, vale a pena formar as pessoas, e a formação técnica é uma delas, o técnico reunir com os ordenhadores, sanitaristas e demais funcionários e ensinar, do básico ao mais profundo, muda a realidade. Quanto ao local, pode ser na farmácia, escritório ou debaixo de uma árvore, com um flip chart ou um quadro, no máximo 40 minutos para não ser cansativo, treinar para que as pessoas entendam a necessidade de se esforçarem para que o processo seja executado com excelência, a base é o conhecimento técnico, que nada mais é do que o porque fazer.

Por último ainda falta um bom relatório, detalhado, que seja lido e discutido, para que não fiquem dúvidas, o relatório deve ter o significado do “fale agora ou se cale para sempre e execute” para não haver desculpas pela não execução.

Convivo com bons técnicos, bons de serviço e comprometidos, que só precisam criar sua forma de trabalho, e entender que o conhecimento técnico sem uma base de conhecimento em relacionamento interpessoal, e metodologias e ferramentas para esta convivência dificilmente traduzirão seu trabalho em resultados efetivos. (Beto Carvalho/MilkPoint)

 

Frederico Westphalen reafirma força da bovinocultura com 20,6 milhões de litros de leite

Agricultores e agricultoras de Frederico Westphalen são protagonistas da marca histórica de 20,6 milhões de litros de leite produzidos em 2024, o maior volume já registrado no município. Por isso, estiveram reunidos para celebrar e confraternizar junto de extensionistas da Emater/RS-Ascar, estudantes e representantes do setor público e privado da região.

O encontro foi realizado no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen, onde a Instituição promoveu a palestra "A Evolução da Bovinocultura de Leite", na quarta-feira (16/7), com o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva do leite e valorizar os resultados da atividade no município. O evento também reafirmou o compromisso das instituições com o fortalecimento da cadeia produtiva do leite e com o desenvolvimento da agricultura familiar em Frederico Westphalen.

A palestra foi conduzida pelo engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Jeferson Vidal Figueiredo, que apresentou um panorama sobre as principais transformações ocorridas na última década, como a introdução de tecnologias nas propriedades, a qualificação da mão de obra e o fortalecimento da assistência técnica.

Além do resgate histórico da bovinocultura de leite, a palestra abordou ainda os sistemas de produção e foi finalizada com uma mesa-redonda, onde foram debatidos temas como o futuro da cadeia leiteira em Frederico Westphalen, a sucessão familiar e a valorização da atividade como estratégia de sustentabilidade das propriedades rurais. (Emater/RS)


Jogo Rápido

Produção de leite chilena registra aumento de 8,3% em 2025
A indústria de laticínios chilena está vivenciando um crescimento significativo, com a produção de leite aumentando 8,3% nos primeiros quatro meses de 2025, segundo dados da Fedeleche e da Odepa. Esse aumento se traduz em 58,6 milhões de litros adicionais , elevando a produção total para 766,8 milhões de litros de janeiro a abril. As regiões de Los Lagos e Los Ríos foram fundamentais nesse aumento, respondendo coletivamente por mais de 80% da produção nacional. Los Lagos apresentou um aumento robusto de 10,6%, elevando a produção para 359,8 milhões de litros, o que representa 46,9% do total nacional. Da mesma forma, Los Ríos registrou um crescimento de 9,3%, atingindo 283,2 milhões de litros, ou 36,9% da produção total do Chile. Juntas, essas regiões do sul contribuíram com 83,8% da produção de leite do país. Somente em abril, a produção aumentou 9,4% em relação ao ano anterior, atingindo 185 milhões de litros. Neste mês, Los Ríos liderou com um aumento notável de 13,8%, enquanto Los Lagos viu um aumento de 9,4% na produção. Esse crescimento consistente destaca a importância estratégica de fortalecer a competitividade regional para aumentar a sustentabilidade e a produtividade do setor lácteo chileno. Os corredores de produção do sul, portanto, continuam sendo essenciais para o desenvolvimento nacional. (As informações são do Dairy News Today, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)


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Porto Alegre, 21 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.440


Setor leiteiro tem desafio na comunicação da vacina contra brucelose

O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do estado realizou na manhã da última sexta-feira uma reunião sobre o artigo 19 da Instrução Normativa número 10/2017. O documento, que trata do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose prevê a entrega de leite em laticínios somente aos produtores que comunicarem ao Ministério da Agricultura a vacinação do rebanho leiteiro contra a brucelose.A vacinação é obrigatória para fêmeas entre três e oito meses. Desta forma, o produtor tem que ir até à inspetoria para realizar a comunicação da vacinação, conforme os nascimentos.

Para o presidente do Fundo, Rogério Kerber "é mais um desafio para a sanidade trazer agilidade para essa comunicação e, para isso, acreditamos que a digitalização deste processo possa contribuir. O presidente do Conselho Técnico Operacional da Pecuária Leiteira do Fundesa, Marcos Tang, disse que a agilização deste procedimento é fundamental para que todos os produtores possam cumprir a medida sem atrasos.

O Rio Grande do Sul tem em torno de 40 mil produtores de leite. Uma nova reunião para trazer encaminhamentos sobre o tema já foi agendada para o dia 29 de julho. (Fonte: Fundesa)

 

Indústrias apostam no queijo para crescer

Uma sequência de fusões, aquisições e anúncios de expansões na indústria de lácteos no primeiro semestre do ano evidenciou uma transformação que ocorre no setor. Com o consumo de leite fluido praticamente estagnado no país e as margens baixas na categoria, o queijo tornou-se aposta de algumas empresas pelo maior valor agregado e a demanda crescente.

“Isso não é uMa coisa que está acontecendo só no Brasil. Já vemos isso acontecendo em outros países há algum tempo”, observa a pesquisadora do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa, Kennya Siqueira. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Lácteos Longa Vida (ABLV) citados pela pesquisadora, houve alta de 4% no volume de leite destinado à produção de queijo no Brasil em 2024 — na média dos dez anos anteriores, o avanço fora de 1,5%.

Alguns dos principais negócios anunciados nos últimos meses foram a compra da gaúcha Deale pela Scala e a estreia da catarinense Aurora Alimentos, no mercado de queijos nobres com a aquisição da Gran Mestri, de Guaraciaba (SC). Segundo a Aurora, a aquisição vai gerar uma receita adicional da ordem de R$ 230 milhões ao ano. O plano é agregar valor ao leite que recebe das cooperativas filiadas, ampliando a produção de queijos finos da Gran Mestri. A cooperativa ainda vai produzir queijo ralado e manteiga com a marca Aurora.

No Nordeste do país, a líder regional Alvoar já anunciou que expandirá sua produção, o que inclui possíveis fusões e aquisições. Além disso, o Laticínio São Vicente, com operação consolidada no segmento de queijos mofados, recebeu aporte da Persa Investments em maio. O grupo é controlador da Só Leite Brasil (SLBR), empresa com captação de 11 milhões de litros de leite por mês, mas com pouca participação no mercado de queijos.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ), Fabio Scarcelli, o maior interesse da indústria pela produção de queijo acompanha o potencial desse mercado no país. Com um consumo per capita anual de sete quilos, as vendas têm crescido cerca de 3% ao ano. A meta do setor, afirma Scarcelli, é que o consumo por habitante chegue a 10 quilos ao ano até 2030. (MilkPoint)

 
Associados do Sindilat/RS têm 10% de desconto no Fórum MilkPoint Mercado e no Interleite Brasil 2025

Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido para aquisição de ingressos nos dois principais eventos da cadeia leiteira brasileira: o Fórum MilkPoint Mercado e o Interleite Brasil 2025, que acontecem em Goiânia (GO) nos dias 19, 20 e 21 de agosto.

O Fórum MilkPoint Mercado, com o tema “Transformações e Novas Oportunidades no Leite Brasileiro”, será realizado no dia 19 de agosto, em formato híbrido (presencial e on-line). O evento reunirá os principais agentes do setor para debater as mudanças no ambiente de negócios e as perspectivas para o mercado lácteo nacional, diante de um cenário marcado pela acirrada concorrência entre indústrias e pressão sobre as margens de comercialização. Serão 17 palestrantes ao longo do dia, com certificado emitido pela MilkPoint e material disponível para download.

Já o Interleite Brasil 2025, que ocorre nos dias 20 e 21 de agosto, será exclusivamente presencial. Com o tema “Como fazer mais produtores participarem do futuro do leite no Brasil?”, o evento tem como objetivo discutir formas de integrar tecnologia, gestão eficiente e produtividade na atividade leiteira. A programação trará reflexões sobre como otimizar o uso do tempo, implementar ferramentas digitais e tornar a produção mais rentável.

Conforme o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, a participação contribui para a qualificação dos profissionais e para o fortalecimento da cadeia produtiva. “Esses eventos possibilitam a discussão de questões estratégicas para o desenvolvimento e a modernização da cadeia leiteira, aproximando os diversos segmentos do setor na busca por alternativas e caminhos em comum”, destacou.

Os ingressos estão disponíveis em lotes limitados e podem ser adquiridos com desconto exclusivo de 10% para associados do Sindilat/RS, CLICANDO AQUI.


Jogo Rápido

Ocergs e ONU estabelecem parceria
O Sistema Ocergs e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) assinaram, ontem, um protocolo de intenções para o financiamento de projetos no Rio Grande do Sul voltados a áreas como descarbonização, energias renováveis, desenvolvimento e agricultura sustentáveis e biofertilizantes. A Ocergs buscava parcerias internacionais para ações nessas áreas desde a enchente de 2024. O ato,na sede da Ocergs, em Porto Alegre, teve a presença do diretor-geral da Unido, Gunther Beger, do presidente da entidade, Darci Hartmann, e do superintendente da Ocergs, Mario de Conto. “Temos uma expertise muito grande, então vemos este projeto como algo promissor para o futuro”, comentou Hartmann. A intenção é que projetos possam ser inscritos para a eventual busca de financiamentos com recursos compatíveis. “O próprio pessoal da Unido ficou muito surpreso e entusiasmado em entender este modelo do Rio Grande do Sul, porque, para eles, faz muito mais sentido trabalhar com cooperativas e federações, às quais eles conseguem ver o valor na ponta do produtor. Discutimos com a Rede Técnica Cooperativa, e vimos grandes oportunidades de troca de ideias”, salientou de Conto. A Unido, que atua no Brasil como um braço da ONU, tem interesse em projetos que contribuam para a adaptação às mudanças climáticas. “Há muito a ser feito. Estou feliz por termos o Sistema Ocergs como parceiro”, destacou Beger. (Correio do Povo)


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Porto Alegre, 18 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.439


Governo lança 48ª Expointer destacando o legado dos gaúchos para a construção do futuro do Rio Grande do Sul

Feira ocorrerá de 30 de agosto a 7 de setembro, em Esteio, e tem o slogan “Nosso futuro tem raízes fortes”

A 48ª Expointer, considerada a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, foi oficialmente lançada na quinta-feira (17/7). O evento contou com a presença do governador Eduardo Leite, de secretários estaduais, representantes de entidades copromotoras e autoridades. A cerimônia de lançamento ocorreu na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em Porto Alegre.

A feira acontece de 30 de agosto a 7 de setembro no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil (PEEAB), em Esteio, e este ano tem como slogan: “Nosso futuro tem raízes fortes”. Trazendo o conceito de legado – algo de valor que é transmitido, uma missão que é confiada – a campanha traz um olhar para o futuro honrando a história dos gaúchos.

“A Expointer é muito mais do que uma feira de negócios, ela é um encontro da alma do Rio Grande com o seu futuro. É onde nos reconectamos com as nossas raízes mais profundas, com a força do nosso campo, com os valores que construíram este Estado. Mas não é um olhar nostálgico: é a inspiração no passado para mover o Rio Grande em direção a um futuro melhor. Porque o nosso futuro tem raízes fortes, e é nelas que buscamos a energia para transformar o presente com coragem, inovação e trabalho”, afirmou Leite.

Espaço estratégico
O secretário da Agricultura, Edivilson Brum, destacou o clima de entusiasmo que marcou a cerimônia de lançamento da 48ª Expointer. “A atmosfera festiva prenuncia o sucesso que esta edição promete alcançar”, afirmou. Brum também ressaltou que a feira será um espaço estratégico para avançar nas discussões sobre a renegociação das dívidas dos produtores rurais.

"A Expointer também cumpre um papel essencial de ser espaço de escuta, de diálogo e de construção de soluções para os nossos produtores rurais. Aqui se debatem políticas públicas, se compartilham experiências e se articulam avanços importantes como os que conseguimos este ano: o apoio do Estado, por exemplo, com R$ 150 milhões para permitir a prorrogação de créditos via Banrisul, e a mobilização junto ao Congresso para garantir a securitização das dívidas do setor. Estar ao lado do produtor, especialmente nos momentos difíceis, é a responsabilidade que o governo do Estado assume com firmeza e sensibilidade”, acrescentou o governador.

Vitrine para o campo
O secretário lembrou que a feira reunirá o melhor da agropecuária nacional, com destaque para a genética animal, máquinas, equipamentos e a presença marcante do gado de corte, leiteiro e dos cavalos de raça. Além disso, a infraestrutura de acesso ao evento foi aprimorada. A conclusão do viaduto na BR-116 e o funcionamento normal do Trensurb devem facilitar a chegada ao parque de exposições, garantindo mais conforto aos visitantes. “Com grande entusiasmo, convidamos a todos para participarem da 48ª edição da Expointer, que ocorrerá de 30 de agosto a 7 de setembro”, completou o secretário.

Novidades deste ano
Pensando na experiência do público visitante, estará em funcionamento durante a feira o Expointer 360⁰, um mapa interativo com a utilização da GurIA, assistente virtual baseada em inteligência artificial (IA) generativa, lançada recentemente pelo governo do Estado. O usuário poderá navegar pelo Parque, com o auxílio da GurIA e sua geolocalização do celular, e saber como chegar em algum ponto determinado, qual a programação prevista para aquele espaço – quando houver –, além de pesquisar algum local que gostaria de ir e ver sua localização. O trabalho está em fase final de desenvolvimento com a Procergs.
Também está confirmado o espetáculo Ópera Gaúcha, na Pista Central do Parque, no dia 30 de agosto, além da segunda edição do Festival Sou do Sul, um evento realizado e produzido pela S3 Produtora, com apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) e do governo do Estado. O Sou do Sul ocorrerá no primeiro final de semana da feira, na pista coberta da ABCCC no Parque, e em breve a produtora responsável irá fazer a divulgação das atrações.

Além do lançamento da feira em Porto Alegre, está sendo organizada a divulgação da Expointer também em São Paulo e Brasília no início de agosto.

Agricultura Familiar
O Pavilhão da Agricultura Familiar terá o maior número de participantes da história. Serão 456 empreendimentos, superando os 413 do ano passado, o que evidencia o crescimento e a relevância da participação dos agricultores familiares na feira. Os empreendimentos inscritos representam 196 municípios gaúchos, reforçando a presença da agricultura familiar em diferentes regiões do Estado.

Ingressos para a Expointer
Os ingressos para acesso à Expointer custam: R$ 20 para pedestres; com meia-entrada (R$ 10) para pessoas acima de 60 anos, estudantes munidos de carteira oficial e pessoas com deficiência. Crianças de até seis anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis, não pagam. O estacionamento para veículos custa R$ 50 (não inclui a entrada do motorista nem dos demais passageiros). Em todos os dias do evento, a entrada de visitantes na feira é das 8h às 20h. Em breve mais informações sobre a venda antecipada de ingressos.

Copromotores
A Expointer é uma realização do governo do Estado, por meio da Seapi, com o apoio das entidades copromotoras: Prefeitura de Esteio, Federação da Agricultura do RS (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag-RS), Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raças (Febrac), Organização das Cooperativas do Estado do RS (Ocergs), Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers) e Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).

Durante o lançamento, foram exibidos diversos depoimentos de representantes das entidades, que destacaram a importância econômica e social da Expointer para o desenvolvimento do Estado.

“A Expointer é um espaço que une tradição, tecnologia e muita força do campo. Mais do que uma feira, a Expointer é um símbolo de cultura, trabalho e desenvolvimento. É o campo pulsando e é a cidade aprendendo com o interior e também o futuro sendo semeado a cada nova edição. E nós, da cidade de Esteio, temos orgulho em fazer parte dessa história”, enfatiza o prefeito de Esteio, Felipe Costella.

O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, exaltou a chegada da 48ª Expointer, destacando que as edições anteriores deixaram marcas significativas. “Já tivemos tantas Expointer, e cada uma deixou seu legado. Esta edição ocorre em meio a uma crise de endividamento dos nossos produtores, que exige coragem para o enfrentamento. Aliás, coragem é uma das marcas do povo gaúcho, e isso fica evidente diante das dificuldades que o Estado tem enfrentado, especialmente em razão do cataclismo climático. Vamos, portanto, realizar mais uma edição maravilhosa — e todos já estão convidados a participar.”

Expointer reflete as transformações no campo
Para o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, a Expointer é o momento de reforçar o compromisso e buscar soluções que garantam a sustentabilidade da agricultura e da pecuária no Estado. “O meio ambiente está mudando, e nós precisamos nos adaptar. É por meio do diálogo, da discussão e da construção conjunta que vamos encontrar as soluções. E, nesse processo, a Expointer terá um papel fundamental”, refletiu.

“Nossa Expointer tem data e local definidos e se consolidou como um dos maiores patrimônios do Rio Grande do Sul. Ali está representada a diversidade da produção gaúcha, do produtor de abelhas ao de búfalos. É também um espaço onde podemos ver a pujança da nossa genética e a inovação do agronegócio, sem dúvida. Além disso, é um momento em que o consumidor pode conhecer quem produz os alimentos que consome, e o produtor, por sua vez, pode debater suas necessidades. Portanto, esperamos todos para celebrarmos juntos mais uma edição desse grande encontro do campo com a sociedade, de 30 de agosto a 7 de setembro”, salientou o presidente da Febrac, Marcos Tang.

Inovação e tradição lado a lado 
O presidente da Ocergs, Darci Hartmann, destacou a importância da Expointer na vida dos gaúchos e das gaúchas. “É uma feira que transcende as fronteiras do nosso Estado, com dimensão nacional, e que oferece ao cooperativismo a oportunidade de abordar temas fundamentais, como formação, educação e a construção de uma nova realidade”, afirmou
O presidente do Simers, Cláudio Bier, destacou que o setor representa mais de 90% das vendas da Expointer. “É com esse peso e responsabilidade que estamos nos preparando para a edição de 2025. O agro é a base da economia gaúcha e, mesmo diante de tantas dificuldades — como enchentes, secas e agora o tarifaço —, o produtor segue firme e inspira a todos. A Expointer é muito mais do que uma feira: é uma vitrine de inovação, um termômetro do mercado e uma grande oportunidade de negócios”, afirmou.

“Chegamos à 48ª edição da maior feira de animais da América do Sul, e a ABCCC orgulha-se profundamente de fazer parte dessa história. É nela que realizamos nossas duas grandes finais da raça crioula: a Morfológica e o Freio de Ouro”, ressaltou o presidente da ABCCC, César Hax. (SEAPI)


Embrapa irá desenvolver inventários regionais de ciclo de vida para pecuária de Leite

A Embrapa Gado de Leite e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) assinaram um acordo de cooperação técnica para a construção de 11 inventários de Análise de Ciclo de Vida (ACV) de leite bovino in natura nas bacias leiteiras mais representativas do país. O documento foi assinado este mês durante o III Workshop Pecuária de leite regenerativa: Integrando a ciência ao campo, um dos eventos da Jornada pelo Clima da Embrapa (leia mais sobre a Jornada pelo Clima no final desta reportagem).

Segundo o pesquisador Tomich, da Embrapa Thierry, a construção desses inventários irá dar maior assertividade à estimativa de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) pela produção de leite no Brasil. Atualmente, os inventários disponíveis para o setor, lançados em 2023 (parceria da Embrapa Gado de Leite com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná) aborda dois sistemas semi confinados e um sistema confinado de produção em apenas duas regiões produtoras. “Isso dificulta o direcionamento das ações de mitigação, além de divulgar informações que, em alguns casos, podem penalizar o produtor de leite que se preocupa com a sustentabilidade do seu negócio”, diz Tomich.

A analista Vanessa Romário de Paula, da Embrapa Gado de Leite, que participou da equipe de construção dos primeiros Inventário do Ciclo de Vida (ICV) da pecuária de leite brasileira, diz que atualmente as emissões da atividade nos estados são baseadas em estudos que quantificam as emissões associadas ao rebanho total do país. “São dados médios que não consideram as especificidades dos sistemas de produção, a estrutura dos rebanhos, as raças dos bovinos, a genética e a composição da dieta nas diferentes regiões”, explica a analista.

A parceria com o IBICT irá considerar informações específicas em 11 estados (MG, PR, RS, GO, SC, SP, PE, AL, RO, RJ, MS) como primeira etapa, com perspectiva de avançar para dados de todos os estados brasileiros. Segundo explicou a analista, a coleta dos dados será feita in loco com apoio dos laticínios que atuam nos estados. A modelagem dos dados e a construção dos inventários será realizada pela Embrapa Gado de Leite. O checklist de qualidade e a validação dos inventários será realizada pelo IBICT.

“A disponibilização dos ICVs do leite brasileiro atende a uma demanda importante da pesquisa científica brasileira e irá nortear estratégias de políticas públicas para o setor”, conclui Tomich. Os primeiros inventários já estão sendo construídos e, quando concluídos, servirão de referência quanto às intensidades e emissões de gases de efeito estufa em relação à unidade de leite produzido em cada local e tipo de sistema de produção. Além disso, possibilitarão a identificação da contribuição relativa dos itens que compõem as pegadas de carbono do leite que vão embasar e priorizar as estratégias mais assertivas para redução da intensidade dessas emissões.

Inventário de impacto ambiental
A pecuária de leite no Brasil é uma atividade econômica de grande relevância; mas, assim como as demais atividades produtivas, também gera impactos ambientais. Para quantificar e compreender esses impactos, são realizados inventários que buscam analisar o ciclo de vida completo da produção leiteira, desde a fazenda até o produto final.

Para a ACV do produto, metodologia aplicada para cálculo de pegada de carbono, por exemplo é necessário a construção do ICV, técnica abrangente e padronizada internacionalmente pelas normas ISO 14040 e ISO 14044. O ICV identifica e quantifica todas as entradas (recursos naturais, energia, água, matérias-primas, etc.) e saídas (emissões para o ar, água e solo, resíduos sólidos, coprodutos etc.) de cada etapa do ciclo de vida do produto. A ACV é a metodologia de referência para avaliação de impacto ambiental no setor de laticínios no mundo todo e deve ser usada prioritariamente nos projetos que têm esse escopo. A ferramenta também é importante para verificar a acurácia das inúmeras ferramentas que têm sido empregadas no setor para avaliações das emissões de gases de efeito estufa.

A metodologia identifica e quantifica os impactos ambientais dos produtos e processos; compara o desempenho ambiental de diferentes produtos ou alternativas; podendo ser empregada para desenvolver e melhorar produtos e serviços, tornando-os mais sustentáveis; subsidia decisões estratégicas em empresas e políticas públicas; comunica a sustentabilidade de forma transparente e identifica oportunidades de otimização e redução de resíduos. No caso da pecuária de leite, a ACV permite entender de onde vêm as maiores emissões de GEE, onde há maior consumo de água e quais etapas da cadeia produtiva podem ser aprimoradas para uma produção mais sustentável.

Jornada pelo Clima
O III Workshop Pecuária de leite regenerativa: Integrando a ciência ao campo, realizado nos dias primeiro e dois de julho, reuniu pesquisadores e demais agentes privados e públicos da cadeia de laticínios que abordaram temas como redução da pegada de carbono na pecuária, eficiência alimentar, melhoramento genético, bem-estar animal, cria e recria de bezerros, compostagem e manejo de dejetos. O evento também tratou de ACV, mercado e carbono e políticas governamentais para o agro. O workshop fez parte da Jornada pelo Clima, iniciativa da Embrapa para discutir desafios e soluções para uma agropecuária de baixo carbono.

Também no workshop foi apresentado o documento de “Orientações para coleta de dados para cálculo de pegada de carbono” que é uma demanda do setor e apoiará o trabalho no campo. Essa etapa é um dos gargalos para obtenção de dados de qualidade, pela falta de conhecimento por parte dos técnicos e organização das informações na propriedade leiteira. Para ter acesso a esse documento, clique aqui

Ação da Embrapa para posicionar a ciência e a inovação agrícola brasileira como pilares fundamentais na resposta global às mudanças climáticas, a Jornada pelo Clima mostra que é possível produzir alimentos de forma sustentável e com baixo impacto ambiental. O objetivo principal de ampliar o conhecimento e o debate sobre o papel da agricultura no enfrentamento das mudanças climáticas, tanto na mitigação (redução de GEE) quanto na adaptação (aumento da resiliência dos sistemas produtivos).

Essa jornada foi lançada neste ano e está relacionada aos preparativos da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que será realizada em Belém/PA em novembro de 2025. A ideia é mostrar que a agricultura brasileira, impulsionada pela ciência, não é apenas parte do problema, mas também uma parte crucial da solução. (Embrapa Gado de Leite)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1876 de 17 de julho de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção de leite mostrou sinais de recuperação em várias regiões, especialmente onde as pastagens de inverno foram bem implantadas, e as parições planejadas para o período. Principalmente nos primeiros pastejos, ainda são necessários ajustes na dieta em função da baixa taxa de fibra das plantas. O estado corporal e sanitário dos rebanhos está satisfatório. O uso de suplementação alimentar tem sido frequente para compensar a limitação de forragem em algumas áreas.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção de leite teve incremento, sendo mais significativo nas propriedades que planejaram as parições para o inverno. Nesses casos, os produtores estão fornecendo maiores quantidades de ração e de forragem para as matrizes em terço inicial de lactação. O estado corporal dos animais está apropriado, e o manejo sanitário foi favorecido pela ausência de chuvas. Em Hulha Negra, para suplementar a alimentação das matrizes, foi ofertado trevo e azevém diretamente no cocho, reduzindo assim o consumo de silagem e a pressão de pastejo nessas áreas. 

Na de Caxias do Sul, as condições climáticas contribuíram para o bem-estar do rebanho, que apresenta estado sanitário adequado. Os parâmetros de qualidade, como a contagem de células (CCS) e a contagem padrão em placas (CPP), permaneceram ideais. Os animais mantiveram o peso e o escore corporal em virtude do uso de suplementação proteica. 

Na de Erechim, os rebanhos leiteiros estão em bom estado nutricional e sanitário, e houve melhora na produção. O conforto térmico dos animais está dentro dos parâmetros. Foram realizados manejos, como suplementação alimentar, vacinação (clostridioses, brucelose, raiva) e organização dos piquetes para otimizar o pastejo. 

Na de Frederico Westphalen, a produção apresentou leve queda devido às dificuldades de manejo impostas pelos períodos anteriores de chuvas e pela limitada oferta de forragem. Na de Ijuí, a produção está aumentando. Houve redução do volume de silagem fornecido aos animais, garantindo a manutenção dos estoques. Nos sistemas de confinamento, a redução da umidade contribuiu para a melhoria das condições do substrato das camas dos animais, favorecendo o bem-estar e diminuindo a incidência de doenças. 

Na de Passo Fundo, o rebanho apresenta estado nutricional e sanitário adequados. Em função do ajuste na dieta (pastagem de aveia, silagem, sal mineral e tamponantes), a produção ficou estável. Devido às baixas temperaturas, as populações de ectoparasitas no campo estão diminuindo. 

Na de Porto Alegre, os animais foram alimentados com concentrados e reservas de volumosos em decorrência das dificuldades de pastejo. Na de Soledade, apesar da melhor oferta de forragem, foi necessária suplementação com volumosos concentrados, como silagem, pré-secado e feno. 

Na de Pelotas, as baixas temperaturas interferiram no bem-estar animal, diminuindo o escore corporal. Observou-se aumento na produção de leite nas propriedades com oferta de pastagem. Há relatos de ocorrência de tristeza parasitária. 

Na de Santa Maria, o frio intenso prejudicou o conforto e o bem-estar dos animais, diminuindo inclusive a produção. Foi fornecida suplementação alimentar. Na de Santa Rosa, as condições climáticas facilitaram os manejos sanitários e de ordenha. Houve leve aumento na produção de leite em função da qualidade das pastagens. Ainda assim, foi necessário complementar a dieta com feno, silagem ou pré-secado, pois os primeiros pastejos estão muito úmidos e pobres em fibras, exigindo balanceamento para manter a saúde dos animais. (Emater/RS)


Jogo Rápido
Frio e geada retornam ao Rio Grande do Sul nos próximos dias
Nos próximos dias, o frio com formação de geadas vai retornar ao Rio Grande do Sul. É o que aponta o  Boletim Integrado Agrometeorológico 29/2025, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. Na sexta-feira (18/7), o deslocamento de uma frente fria vai manter a nebulosidade com pancadas de chuva na maioria das regiões e possibilidade de chuva forte em áreas isoladas, principalmente na faia Central, Litoral e Zona Sul. No sábado (19/7) e domingo (20/7), o ingresso de uma massa de ar seco e frio vai garantir o tempo firme e provocará o declínio das temperaturas, com mínimas inferiores a 5°C e formação de geadas ao amanhecer em diversas regiões. Entre a segunda (21/7) e quarta-feira (23/7), o tempo permanecerá seco, com temperaturas amenas e formação de nevoeiros ao amanhecer na maioria das regiões. Os totais de chuva esperados para o período são baixos e deverão oscilar entre 5 e 10 mm na maioria das regiões. Na faixa Central, Serra do Sudeste e Extremo Sul, os valores acumulados deverão variar entre 20 e 30 mm, e poderão alcançar 50 mm em algumas localidades. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Veja em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia (SEAPI)


 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.438


Com foco no empreendedorismo, governo e Invest RS anunciam conjunto de ações e iniciativas do Empreender RS
 
Medidas como capacitação dos municípios, apoio à exportação e incentivo à indústria foram apresentadas no Palácio Piratini
 

Com base nas diretrizes do Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e a Invest RS anunciaram o Empreender RS, um pacote de ações para impulsionar o futuro do Rio Grande do Sul. O ato ocorreu na tarde da quarta-feira (16/7), no Palácio Piratini, com a presença do governador Eduardo Leite, de secretários de Estado, empreendedores, líderes empresariais e imprensa.

O objetivo das ações do Empreender RS é transformar o Rio Grande do Sul em um destino empreendedor, estimulando a abertura de empresas, a atração de investimentos, a prospecção de mercados e o fortalecimento da posição do Estado como um polo de promoção de negócios nacionais e internacionais.

Leite destacou que o Empreender RS não é uma ação isolada, mas sim parte de um esforço estruturado de longo prazo. “Não são medidas por espasmos ou iniciativas avulsas. Contratamos uma das maiores consultorias do mundo, a McKinsey, com metodologia reconhecida, para nos ajudar a estruturar o Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável do Rio Grande do Sul”, disse. “Todas as ações do Empreender RS estão correlacionadas com esse plano, que define onde o Estado deve agir e como, com metas, monitoramento e resultados. É isso que garante coerência e sustentabilidade às políticas públicas, para que sejam apropriadas pela sociedade e se mantenham ao longo do tempo.”

O Empreender RS é composto por cinco iniciativas, executadas em colaboração entre a Sedec e a Invest RS:
● RS em Dados
● Desenvolve Município
● Promove RS
● RS Global

● Conexão Indústria RS

São ações previstas no Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável, que contemplam desde a divulgação de informações estratégicas para a tomada de decisão das empresas que querem investir no Estado, passando por desenvolvimento regional até a qualificação da exportação da produção do RS para mercados internacionais.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, definiu o lançamento do Empreender RS como uma celebração de conquistas alicerçadas no equilíbrio das contas públicas, permitindo ao Estado realizar movimentos estratégicos para manter empresas no RS e atrair novos empreendimentos. “Nosso objetivo é dar a perenidade necessária para que possamos alcançar nossos objetivos nos próximos anos. Isso é resultado de uma jornada de recuperação do equilíbrio das contas e da retomada da capacidade do Estado de planejar seu futuro, fomentando empresas que já colaboram para o nosso desenvolvimento e atraindo novos investimentos”, afirmou.
 

O presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, destacou que a colaboração foi a força motriz para a elaboração do Empreender RS. “Não é apenas um conjunto de iniciativas, é uma estratégia de futuro que fortalece o ambiente de negócios, atrai investimentos e projeta o Rio Grande do Sul como um Estado preparado e competitivo. E isso é feito de forma colaborativa. São diversas parcerias e projetos em conjunto com o governo, a sociedade civil e entidades, com o objetivo de transformar o nosso Estado”, afirmou Prikladnicki.

Em um gesto simbólico, ao apresentar os objetivos do Desenvolve Municípios – programa que irá ajudar prefeituras a criar planos de desenvolvimento e atrair investimentos –, Prikladnicki entregou a chave simbólica do escritório de São Paulo da agência de desenvolvimento gaúcha para a presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).

“Esse movimento aproxima o Estado dos municípios, despertando novas possibilidades para quem quer investir e crescer no Rio Grande do Sul. É importante facilitar para o investidor, reduzindo os entraves. Por isso precisamos do apoio do governo também para fomentar os distritos industriais dos municípios”, afirmou a presidente da Famurs e prefeita de Nonoai, Adriane Perin de Oliveira. (Governo do RS)

Encontro celebra Ano Internacional do Cooperativismo

Comemoração foi organizada pela Frencoop, na Assembleia Legislativa, e exaltou os números de superação do Rio Grande do Sul no segmento apesar da tragédia climática de 2024

A Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em parceria com o Sistema Ocergs, promoveu na manhã desta quarta-feira, no Salão Júlio de Castilhos do Parlamento, um ato de comemoração ao Ano Internacional do Cooperativismo, em que o Brasil foi escolhido pela segunda vez consecutiva como sede. O encontro celebrou, também, a formatura de 120 alunos do 2º Curso de Educação Política para Cooperativas.

O presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, apresentou no evento os números do cooperativismo mundial, nacional e gaúcho. Hartmann destacou a amplitude do sistema no planeta, com um faturamento de 2,4 trilhões de dólares, 3 milhões de cooperativas e 1 bilhão de cooperados. No Rio Grande do Sul, o faturamento de 2024 chegou a R$ 93,2 bilhões, com sobras (lucro) de R$ 5 bilhões, num universo de 372 cooperativas e 4,2 milhões de cooperados.

"É um momento muito importante. Se nós olharmos um ano atrás, quando tínhamos uma série de problemas e não sabíamos nem qual seria o futuro do nosso Estado. Apresentar os números do cooperativismo gaúcho de hoje é muito acima das expectativas", disse.

O dirigente também destacou a formação das lideranças políticas do setor para atuarem nas instâncias estadual e federal negociando as demandas do setor e apoiando a atuação dos parlamentares. Quanto à influência do tarifaço de Donald Trump no segmento, Hartmann destacou que ele pode atingir fortemente cooperativas de café e laranja, mas disse crer numa negociação entre os países que deixe de fora a aplicação da Lei de Reciprocidade.

O presidente da Frente Parlamentar, deputado estadual Elton Weber (PSB), lembrou também a catástrofe climática que atingiu o Estado no ano passado e o exemplo de cooperação de toda a sociedade gaúcha. "Por isso, nós temos hoje, apesar de todos os problemas , um crescimento econômico de 8,4% no setor cooperativo", comentou. O deputado acredita que a imposição de tarifa feita pelos Estados Unidos pode prejudicar o Rio Grande do Sul, sim.

"Eu prezo pelo diálogo para tentarmos resolver esta situação, que mistura assuntos, e não tem conexão de justificativas. Se não for possível, teremos de aplicar a reciprocidade", completou. (Correio do Povo)

Produção de leite dispara em Frederico Westphalen e lidera renda rural

Produção de leite cresce 60% em uma década e supera soja e milho como principal fonte de renda no campo, movimentando R$ 165 milhões na economia local.

A produção de leite em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, cresceu 60% entre 2015 e 2024, consolidando-se como a principal fonte de renda do agronegócio local.

A informação é da Emater, que apontou o leite à frente da soja e do milho na geração de receita rural no município, com impacto direto de R$ 54 milhões e efeito total estimado em R$ 165 milhões no PIB local.

Apesar de a quantidade de propriedades leiteiras ter caído de 374 para 169 no período, o desempenho produtivo dos que permaneceram na atividade melhorou consideravelmente.

Segundo o engenheiro agrônomo Jeferson Vidal Figueiredo, do escritório municipal da Emater, a alta na produtividade reflete o avanço técnico e a profissionalização dos produtores.

“Mesmo com menos produtores, a eficiência aumentou. Temos propriedades atingindo produtividade de 47 litros por vaca por dia.

Isso é fruto de gestão profissional, genética de qualidade, alimentação balanceada e controle de custos”, explicou Figueiredo, que também ressalta a importância do conhecimento técnico para manter a viabilidade econômica da atividade. “A margem é curta e exige eficiência máxima”, pontuou.

Para discutir essa evolução e os desafios futuros da bovinocultura leiteira, Emater e entidades parceiras organizam o evento “Evolução da Bovinocultura de Leite em Frederico Westphalen”, no dia 16 de julho, às 19h, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

A programação inclui a palestra “Sistemas de Produção de Leite: Desafios, Oportunidades e Viabilidade Econômica”, além da apresentação de dados atualizados e mesa-redonda com representantes de instituições, universidades, setor público e produtores.

O desafio da sucessão rural
Mesmo diante dos avanços, a continuidade da atividade leiteira enfrenta um obstáculo importante: a sucessão familiar. Segundo Figueiredo, é necessário romper com o amadorismo e encarar o leite como um negócio rural.

“Quem quiser continuar na atividade precisa investir em capacitação, buscar assistência técnica e profissionalizar a gestão. Não se trata apenas de tirar leite, mas de gerir uma empresa rural”, destacou.

A região noroeste do Rio Grande do Sul, onde está localizado Frederico Westphalen, tem se consolidado como referência nacional na produção de leite. O município aparece como exemplo de articulação institucional, planejamento técnico e protagonismo dos produtores na condução do desenvolvimento rural.

“Chegamos até aqui com muito esforço. Agora, o nosso desafio é pensar nos próximos passos. Como garantir a permanência do jovem no campo? Como aumentar a rentabilidade sem aumentar os custos? Esses serão os temas centrais do nosso encontro”, afirmou Figueiredo. (Emater via edairy)


Jogo Rápido
Leite anuncia R$ 150 milhões para prorrogação de dívidas de produtores
O governador Eduardo Leite anunciou um aporte de R$ 150 milhões para viabilizar a prorrogação de dívidas de crédito rural contratadas junto ao Banrisul e não contempladas pela resolução nº 5220 do Conselho Monetário Nacional (CMN). Os recursos têm origem no Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). A medida foi apresentada por Leite durante reunião-almoço com a diretoria da Federação da Agricultura do Rio. A medida garante que produtores de municípios com decreto de emergência ou calamidade durante o período das enchentes de 2024 possam renegociar operações de crédito rural com vencimento em 2025. “Estamos falando de um investimento público que busca dar fôlego aos produtores, proteger empregos e garantir a continuidade da produção. O Estado está fazendo a sua parte para complementar as medidas federais e atender quem ficou de fora da cobertura original”, afirmou o governador. A projeção é de que o apoio viabilize a prorrogação de até R$ 3,04 bilhões em crédito rural, com manutenção dos juros contratuais e pagamento escalonado a partir de 2026. O modelo foi desenvolvido em parceria com o Banrisul e inclui metodologia técnica para comprovação de perdas, com base em índices climáticos padronizados, dispensando a apresentação de laudos individuais. (Correio do Povo)


 
 
 

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Porto Alegre, 16 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.437


Leite com mais qualidade e foco no bem-estar animal: robô utilizado na Serra ordenha vacas de forma autônoma 

Produtor Tiago Baldasso, da Linha Doze, em Carlos Barbosa, tem dois equipamentos para 126 animais. Cooperado da Santa Clara há décadas, consegue produzir até 5 mil litros por dia com o maquinário

Há poucos anos, falar de tecnologia, uso de robôs e inteligência artificial era assunto apenas para aqueles que se dedicam a imaginar o futuro. Pois bem, esse momento chegou, ou melhor, está chegando. E, com isso, máquinas modernas e com foco no bem-estar animal são vistas também no campo, trazendo melhorias e benefícios aos produtores rurais.

É na localidade de Linha Doze, em Carlos Barbosa, que está uma das famílias de cooperados da Santa Clara, e que faz o uso da tecnologia diariamente na produção de leite. Tiago Baldasso, atualmente com 39 anos, é a terceira geração à frente do negócio, ao lado do primo Diego Carlos Baldasso. Tudo começou com o avô deles, ainda nos anos 1940, passou para os pais e tios em 1981, até chegar nos primos.

No passado, a família até focou por alguns anos no plantio de batatas, mas foi na produção de leite que encontraram o melhor caminho. Os pais de Tiago e Diego, além de outro tio deles, estão entre os primeiros a entrarem para a lista de produtores do antigo “leite b”, atual “seleção”, da Santa Clara.

— Na década de 1990 foi feita a sala de ordenha. Naquela época só tinham seis produtores que produziam o antigo "leite b", que hoje é o "leite seleção" da Santa Clara, e éramos um deles, isso foi em 1993. Em 1997, começamos a trabalhar com sistema free stall (técnica de alojamento utilizada na pecuária leiteira), e virou para os anos 2000 e fomos focando mais no ramo das vacas — explica Tiago Baldasso.

O primeiro contato do produtor com robôs no campo foi em 2014, quando outra propriedade da Serra implementou a tecnologia no dia a dia. Dali em diante, passou a estudar e buscar possibilidades para investir na propriedade, o que se concretizou em 2022, após anos de análise. O robô escolhido foi da Leli, marca holandesa que, conforme Baldasso, se encaixou na demanda. O investimento foi de cerca de R$ 1,8 milhão, sem contar a construção do galpão.

— Eu pude ver que realmente funciona, e funciona bem. Todos eles (outros modelos) têm a finalidade da ordenha e bem-estar, só que em alguns o bem-estar fica em segundo plano, e esse trabalha bem essa questão, primeiro pelo fluxo livre delas no galpão — diz.
Atualmente eles contam com dois robôs que fazem a ordenha de forma autônoma, instalados em um galpão com 126 vacas holandesas — considerada uma das melhores raças produtoras de leite. Os animais são divididos em duas alas, uma para as de primeira gestação, e outra para as com mais de uma. O sistema, que funciona 24 horas por dia, coleta aproximadamente 5 mil litros diários. Eles também têm outras 45 vacas em um sistema antigo, com produção estimada em mil litros por dia.

O mais interessante do processo todo é que a própria vaca decide a hora de ir para a ordenha. Elas podem ser liberadas para até seis ordenhas por dia conforme escala e necessidade do animal. Tudo isso é mensurado por um chip instalado em um colar no pescoço do animal, e que pode ser monitorado pelo produtor via aplicativo de celular. O robô também identifica se ela já cumpriu o intervalo para retornar ao processo, caso contrário, não autoriza uma nova coleta de leite.

O tempo de ordenha é relativo para cada animal, mas, em média, dura seis minutos. Enquanto esperam, elas têm alimentação disponível com silagem de milho, pasto pré-secado, ração, polpa cítrica do bagaço da laranja e bagaço de cevada. Quando entram no robô, recebem uma ração peletizada — quando a ração farelada é compactada — e ganha três quilos.

— Existem escalas que determinamos, e automaticamente o robô faz essa (mensuração). Todas estão cadastradas (no aplicativo), e elas vão se enquadrar dentro da escala na planilha, e é o robô mesmo que vai controlar a ordenha delas, ele faz automaticamente com as definições e dados que colocamos no programa.

Caso seja verificado sangramento no leite, o próprio equipamento faz o descarte do líquido. No entanto, Tiago pode cadastrar no aplicativo se algum dos animais estiver com problemas de saúde da vaca, como mastite — inflamação na mama —, e o robô faz o descarte. O produtor afirma que o equipamento melhorou a qualidade do leite:

— Primeiro porque não tem interferência humana, e o robô faz (o processo de ordenha) sempre igual, e o leite está sempre refrigerado, e quando tu vais ver a contagem bacteriana, é praticamente zero, não tem proliferação, porque o leite está sempre refrigerado.

Em busca da ampliação
Mesmo dividindo tarefas com o primo, o pai e os três tios, é Tiago quem faz o controle do robô e do aplicativo. O equipamento passa por manutenção técnica a cada quatro meses. No entanto, em caso de emergências, o produtor recebe uma ligação do sistema, e precisa correr para encontrar a solução.

— Ele acaba me prendendo 24 horas por dia, imagina tu ir dormir sabendo que o equipamento pode parar a qualquer momento, eu durmo com o celular debaixo do travesseiro, se ele me ligar, tenho que acordar, com o tempo quero fazer uma questão de escala para eu não precisar ficar sempre no compromisso. Mas durante o dia, no tempo que eu estaria ordenhando, eu posso estar fazendo outras coisas, ele te possibilita uma tranquilidade durante o dia, fora que tu tens todo o controle das vacas no celular — detalha.

Tiago pretende ampliar o número de robôs. O pavilhão onde as vacas ficam atualmente está pronto para receber mais dois maquinários do gênero. No entanto, ainda sem previsão de novidades:

— Vamos dividir todas as vacas em quatro robôs, e conforme os animais jovens vão vindo, vamos aumentando o plantel, até porque o robô proporciona mais conforto, muito menos lesão e muito menos mortes, automaticamente o rebanho vai aumentando mais rapidamente.

O mais interessante do processo todo é que a própria vaca decide a hora de ir para a ordenha. Elas podem ser liberadas para até seis ordenhas por dia conforme escala e necessidade do animal. Tudo isso é mensurado por um chip instalado em um colar no pescoço do animal, e que pode ser monitorado pelo produtor via aplicativo de celular. O robô também identifica se ela já cumpriu o intervalo para retornar ao processo, caso contrário, não autoriza uma nova coleta de leite.

O tempo de ordenha é relativo para cada animal, mas, em média, dura seis minutos. Enquanto esperam, elas têm alimentação disponível com silagem de milho, pasto pré-secado, ração, polpa cítrica do bagaço da laranja e bagaço de cevada. Quando entram no robô, recebem uma ração peletizada — quando a ração farelada é compactada — e ganha três quilos.

— Existem escalas que determinamos, e automaticamente o robô faz essa (mensuração). Todas estão cadastradas (no aplicativo), e elas vão se enquadrar dentro da escala na planilha, e é o robô mesmo que vai controlar a ordenha delas, ele faz automaticamente com as definições e dados que colocamos no programa.
Caso seja verificado sangramento no leite, o próprio equipamento faz o descarte do líquido. No entanto, Tiago pode cadastrar no aplicativo se algum dos animais estiver com problemas de saúde da vaca, como mastite — inflamação na mama —, e o robô faz o descarte. O produtor afirma que o equipamento melhorou a qualidade do leite:

— Primeiro porque não tem interferência humana, e o robô faz (o processo de ordenha) sempre igual, e o leite está sempre refrigerado, e quando tu vais ver a contagem bacteriana, é praticamente zero, não tem proliferação, porque o leite está sempre refrigerado.

Em busca da ampliação
Mesmo dividindo tarefas com o primo, o pai e os três tios, é Tiago quem faz o controle do robô e do aplicativo. O equipamento passa por manutenção técnica a cada quatro meses. No entanto, em caso de emergências, o produtor recebe uma ligação do sistema, e precisa correr para encontrar a solução.

— Ele acaba me prendendo 24 horas por dia, imagina tu ir dormir sabendo que o equipamento pode parar a qualquer momento, eu durmo com o celular debaixo do travesseiro, se ele me ligar, tenho que acordar, com o tempo quero fazer uma questão de escala para eu não precisar ficar sempre no compromisso. Mas durante o dia, no tempo que eu estaria ordenhando, eu posso estar fazendo outras coisas, ele te possibilita uma tranquilidade durante o dia, fora que tu tens todo o controle das vacas no celular — detalha.

Tiago pretende ampliar o número de robôs. O pavilhão onde as vacas ficam atualmente está pronto para receber mais dois maquinários do gênero. No entanto, ainda sem previsão de novidades:

— Vamos dividir todas as vacas em quatro robôs, e conforme os animais jovens vão vindo, vamos aumentando o plantel, até porque o robô proporciona mais conforto, muito menos lesão e muito menos mortes, automaticamente o rebanho vai aumentando mais rapidamente. (Zero Hora)


Indicadores Leite e Derivados - Julho/2025


O preço do leite ao produtor, cotado a R$ 2,64 por litro em maio de 2025 na média nacional, apresentou queda de 3,6% no mês e de 2,5% nos últimos 12 meses.

A relação de troca leite/mistura melhorou em maio/25 na comparação com o mês anterior e ficou pior que as observadas nos anos de 2023 e 2024. Foram necessários 31,8 litros de leite para aquisição de 60 kg de mistura.

No varejo, o preço médio da cesta de lácteos subiu 0,2% em junho/25, e no acumulado em 12 meses, alta de 3,5%, contrastando com a inflação brasileira de 5,4% no período, medida pelo IPCA. O leite condensado registrou a maior alta mensal, 1,1% e a manteiga a maior queda, -0,4%.

Fonte: Boletim Indicadores Leite e Derivados
Coordenação: Glauco R. Carvalho, Luiz A. Aguiar de Oliveira e Samuel J. M. Oliveira
Colaboração: Henrique Salles Terror e Caio Prado Villar de Azevedo. (Graduandos da UFJF). Centro de Inteligência do Leite: www.cileite.com.br / Embrapa Gado de Leite: www.embrapa.br/gado-de-leite

Mercado internacional: GDT 384 interrompe sequência de quedas no leite em pó

Leilão GDT registra leve alta após quatro quedas seguidas. Preços internacionais influenciam competitividade e importações no mercado lácteo brasileiro.

No 384º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira, 15 de julho, o mercado apresentou certa estabilidade nos produtos comercializados, após quatro leilões indicando quedas nos preços. O preço médio dos produtos negociados ficou em US$4.380 por tonelada, refletindo uma melhora de 1,1% no GDT Price Index, em comparação com o evento anterior. 

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

O preço do leite em pó integral (WMP), principal referência entre os derivados lácteos negociados na plataforma GDT, registrou alta de 1,7% no preço, sendo comercializado a US$3.928 por tonelada. Esse é o primeiro avanço, após quatro recuos consecutivos, sendo o último o mais agressivo entre eles. Apesar das quedas, esse leve avanço reforça os preços ainda acima dos patamares médios observados para o produto nos últimos anos. O preço do leite em pó desnatado também reverteu o quadro de quedas, com aumento de 2,5%, com média de US$2.785 por tonelada.

Gráfico 2. Preço médio LPI

A muçarela registrou a segunda queda consecutiva, ainda que em patamar leve. No segundo leilão de julho, a redução foi de 0,7%. Apesar disso, o produto ainda pode ser considerado estável, com variações equilibradas entre altas e baixas ao longo dos últimos eventos.

O queijo cheddar teve a maior queda deste leilão, com recuo de 5,6%. Essa foi a segunda baixa consecutiva do produto, acumulando retração de 8,4% nos dois últimos eventos. Ainda assim, os preços seguem próximos à média geral. A lactose também apresentou leve recuo de 1,5%, sendo negociada a US$1.355 por tonelada — uma leve queda de US$20 por tonelada em relação ao evento anterior.

A manteiga, que havia apresentado forte queda no leilão anterior, mostrou estabilidade neste evento, com o preço mantendo-se em US$7.492 por tonelada. A gordura anidra do leite registrou leve alta de 0,8%, sendo negociada a US$6.973 por tonelada.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 15/07/2025.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
Volume negociado tem alta notável

O volume negociado no leilão mostrou certa estabilidade. Ao todo, foram comercializadas 24.290 toneladas, apesar da queda de 5,5%, o volume ainda é superior ao observado nos leilões realizados entre fevereiro e junho.

A tendência de aumento na oferta mundial tem refletido nos maiores volumes ofertados nos últimos eventos do GDT.

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
Impacto nos contratos futuros

Os contratos futuros de leite em pó integral na Bolsa da Nova Zelândia (NZX Futures) apresentam melhora quando comparado ao último dia primeiro. Os preços para agosto, setembro e novembro aumentaram, e o de outubro se manteve estável. 

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
A tendência de crescimento da produção global no segundo semestre tem aumentado a disponibilidade de produtos nos últimos eventos do GDT. Esse maior volume ofertado, somado à retração recente nos preços internacionais, contribui para manter os derivados lácteos em patamares mais baixos em comparação aos meses anteriores.

Essa combinação favorece a competitividade dos produtos exportados pelos principais parceiros comerciais do Brasil, como os países do Mercosul, o que tende impulsionar as importações brasileiras de lácteos nos próximos meses, especialmente no caso do leite em pó integral, que segue com preços atrativos no mercado externo.

No entanto, o cenário ainda deixa incertezas. As recentes tensões tarifárias no mercado internacional têm refletido diretamente na taxa de câmbio, o que pode limitar esse avanço das importações ao encarecer o produto colocado no mercado interno.

Assim, embora o atual nível de preços internacionais favoreça a entrada de derivados no Brasil, o câmbio permanece como variável crítica e deve ser monitorada de perto pelas indústrias e importadores nos próximos meses. (Milkpoint)


Jogo Rápido
SOJA/CEPEA: Cotações externas caem, mas seguem firmes no BR
Os valores externos da soja caíram na última semana, pressionados pelas condições climáticas favoráveis às lavouras de soja nos Estados Unidos e pelos estoques elevados no Brasil e na Argentina, avaliam pesquisadores do Cepea.  Segundo o Centro de Pesquisas, a desvalorização internacional também foi intensificada pelas tarifas – recíprocas – impostas pelo governo norte-americano para diversos países, inclusive o Brasil, que passam a valer em 1º de agosto. Já no mercado doméstico, o movimento de baixa do início da semana passada foi interrompido. Isso porque, conforme explicam pesquisadores do Cepea, a tensão comercial entre os Estados Unidos e países importadores de grãos e a valorização do dólar frente ao Real tendem a redirecionar demandantes de soja norte-americana ao Brasil. (CEPEA via Terra Viva)