Pular para o conteúdo

Porto Alegre, 10 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.419

 

​​Agronegócio brasileiro atrai investimentos neozelandeses

Até 2016, pelo menos 70 empresas já se instalaram no país e a previsão é que neste ano, mais 10 companhias invistam por aqui. Grande produtor de laticínios, ovinos, lãs e frutas como o kiwi e a maçã, a Nova Zelândia, país localizado na Oceania, deve investir mais no Brasil em 2017 e o agronegócio é o setor que deve puxar grande parte destes investimentos.

De acordo com Ralph Hays, cônsul da Nova Zelândia em São Paulo e comissário da New Zealand Trade & Enterprise (NZTE), agência que promove as relações entre os dois países, são as empresas de tecnologia agrícola que devem aportar com mais força no país neste ano. "Temos observado uma crescente demanda por novas tecnologias capazes de ampliar a capacidade produtiva", diz Hays. "É um cenário de grandes oportunidades, especialmente no segmento de agronegócios".
Ele também destaca que a crescente pressão para que empresas adotem padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar podem gerar negócios no Brasil, já que a Nova Zelândia é reconhecida por desenvolver tecnologias seguras e sustentáveis na agricultura e pecuária. "Com o aumento da demanda global por alimentos e a escassez dos recursos naturais, é fundamental encontrar soluções que contribuam para o aumento da produtividade com menor impacto possível para o meio ambiente".

Até o ano passado, cerca de 70 empresas neozelandesas chegaram no Brasil e, segundo as projeções de Hays, neste ano pelo menos 10 novas companhias devem se instalar por aqui. Além de tecnologia, elas seriam dos setores de alimentos e bebidas, equipamentos de gerenciamento de fazendas (a cerca elétrica, por exemplo, foi criada na Nova Zelândia), medidores de leite, genética, semeadoras, e identificação eletrônica de animais.

A Nova Zelândia foi considerada pelo Banco Mundial como o melhor país do mundo para fazer negócios ("Doing Business Report 2017"). Hoje, é o maior exportador mundial de laticínios e carne ovina. Na América Latina, destaca-se o intenso comércio agrícola com o Chile.

Há alguns anos, pecuaristas neozelandeses investiram no Brasil e hoje, são uns dos maiores produtores de leite do país. A Fazenda Leitíssimo, localizada em Jaborandi (BA) investiu primeiramente em pastagens para posteriormente criar gado. Na Nova Zelândia, essa é a premissa para que o rebanho seja produtivo, o investimento em pastagens. Em Minas Gerais, a LivestockImprovement Corporation (LIC), maior cooperativa de produtores de leite do mundo também já está presente e atua no setor de genética. (Globo Rural - POR VIVIANE TAGUCHI) 

 
 
Rotulagem do país de origem de carnes e lácteos entra em vigor na França

A França colocou em execução seu teste de dois anos de rotulagem obrigatória do país de origem (COOL, da sigla em inglês) para carnes e lácteos em alimentos preparados, neste mês. A iniciativa se refere a refeições prontas com certa quantidade de carne ou leite nelas. Se o prato contém mais de 8% de carnes e 50% de leite, suas origens precisam ser mencionadas no rótulo. Somente refeições com 100% de carne e leite da França podem conter o rótulo "Produit d'origine Française".

A Interbev, associação comercial francesa que representa os processadores de carne e os pecuaristas do país, disse que está satisfeita com "os avanços significativos feitos", dando aos consumidores "informações claras e transparentes" sobre os produtos que compram.

A associação vem fazendo campanha pela rotulagem da origem de carnes frescas e processadas desde o escândalo "Horsegate", de 2013, quando testes de DNA mostraram a presença de carne de cavalo em alimentos pré-preparados, como lasanha com carne bovina - disseminando uma crise de confiança entre os consumidores.

Entretanto, nem todos estão felizes com a decisão de fazer esse teste; a FoodDrinkEurope (FDE) disse que o piloto terá um efeito negativo na cadeia de fornecimento, porque somente se aplica à França e "determina um precedente irreversível para a fragmentação do Mercado Único da UE para alimentos e bebidas".

A Associação Europeia de Lácteos (EDA) também afirma que as indústrias de lácteos em regiões da fronteira serão afetadas, à medida que têm até cinco Estados Membros da UE em sua área de captação de leite. "A Comissão Europeia falhou claramente em proteger o princípio do mercado único, que é de um ponto de vista político o pior cenário para a União", disse o secretário geral da EDA, Alexander Anton.

Em sua defesa, a diretora geral da organização de direitos dos consumidores, BEUC, Monique Goyens, disse que o secreto francês está de acordo com a Regulamentação de Informações de Alimentos (FIC), à medida que seu principal objetivo é proteger os consumidores e responder à sua demanda por informações sobre a origem de seus alimentos.

A legislação do FIC diz que os Estados Membros podem introduzir rotulagens obrigatórias adicionais se houver evidências de que a maioria dos consumidores acham que essa informação é importante.

De acordo com uma pesquisa do Eurobarometer de 2013, 90% dos respondentes concordaram que é importante que a origem da carne usada em alimentos processados seja rotulada, enquanto 84% eram favoráveis à rotulagem da origem do leite nos produtos lácteos.

O presidente do grupo de direitos do consumidor francês, Que Choisir, Alain Bazot, está fazendo campanha pela rotulagem obrigatória da origem há vários anos, junto com a associação agrícola, FNSEA e outras e lançou uma petição on-line no ano passado pedindo a rotulagem obrigatória para carnes processadas.

Essa não é a primeira vez que a COOL é testada na França; no ano passado, o país lançou quatro programas piloto de rotulagem de alimentos em quatro regiões, incluindo 60 Casino, Carrefour Market, and Simply Market stores in Île-de- France, Hauts-de-France, Rhône-Alpe e Haute Normandie. 

Esses testes viram mais de 2 milhões de rótulos colocados em quase 1.200 alimentos, usando: o sistema Nutri-Score que tem um logo com cinco cores que classifica o alimento de A (bom) até E (ruim); sistema Sens, que usa uma mistura de cores e um logotipo para indicar o quão frequentemente um certo alimento pode ser consumido de forma saudável; o logotipo Nutri-Repère, que explica os componentes, como gordura, açúcar, sais e mostra quantas calorias contém; e uma réplica do sistema Traffic Lights, usado no Reino Unido, similar ao Nutri-Repère, que quebra um produto em componentes, bem como indica o quanto da quantidade diária recomendada esse produto tem.

 

A Comissão Europeia enviará um relatório sobre os efeitos dos esquemas de "rotulagem visual" ao Conselho e o Parlamento em dezembro de 2017, mas nenhuma decisão sobre sua legalidade é esperada até então. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Mapa fecha 26 unidades técnicas para melhorar gestão e economizar recursos
 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União uma portaria, na última sexta-feira (30), extinguindo 26 das 84 Unidades Técnicas Regionais (Utras). A decisão foi baseada em estudos técnicos que levaram em consideração o valor bruto de produção agropecuária, o número de estabelecimentos registrados e fiscalizados e demandas de atividades em cada unidade.

O fechamento das 26 unidades representa economia de cerca de R$ 1,1 milhão por ano, gastos atualmente apenas com a manutenção do patrimônio e do material de expediente. Os cerca de 100 servidores serão realocados em outras unidades do Ministério da Agricultura nos estados, onde há maior necessidade da mão de obra, formada principalmente por auditores.

O estudo inicial, concluído no primeiro semestre deste ano, recomendava o fechamento de 54 unidades. Nesta primeira etapa, no entanto, serão fechadas 26 unidades. As demais poderão ser extintas no segundo semestre de 2017, após nova atualização e detalhamento dos dados já levantados.

A atualização do estudo foi feita por meio de sistema de avaliação das demandas de trabalho nas áreas de inspeção e de fiscalização, em conjunto pelas Secretarias Executiva, de Defesa Agropecuária e de Política Agrícola do ministério.

O secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, explicou que será possível melhorar a gestão com o aproveitamento mais eficiente da força de trabalho. Novacki assegurou que não haverá prejuízos nem descontinuidade na prestação de serviços por parte do ministério.  De acordo com a portaria, as Utras serão extintas a partir do dia 1º de janeiro de 2017, com prazo de 30 dias para o remanejamento dos servidores e o encerramento das atividades. 

Serão fechadas as seguintes unidades: Passos, Muriaé, Governador Valadares, Almenara e Paracatu, em Minas Gerais; Barra Mansa, Nova Friburgo e Itaperuna, Bom Jesus e Macaé, no Rio de Janeiro; Blumenau, Joinville e Lajes, em Santa Catarina; Ouro Petro D'Oeste, Ji-Paraná, Cacoal, Ariquemes, em Rondônia; Campina Grande e Patos, na Paraíba; Colatina e Venda Nova do Imigrante, no Espirito Santo; Caruaru, em Pernambuco; Picos, no Piauí; Teixeira de Freitas, na Bahia, Jacarezinho, no Paraná, e Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. (As informações são do Mapa)

 
Na média do Estado, valor foi de R$ 1,20
De acordo com dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no pagamento de dezembro, referente à produção entregue em novembro, foi verificada queda nos preços em três das cinco regiões pesquisadas em Minas Gerais. Na média do Estado, o litro foi cotado a R$ 1,20, retração de 3,48%. A maior retração ocorreu no Triângulo e Alto Paranaíba, 4,52%. Nestas localidades, o litro de leite foi cotado, na média líquida, a R$ 1,24. Queda também na região Sul e Sudoeste, onde o produtor recebeu R$ 1,23 por litro negociado, valor 2,92% inferior ao praticado em novembro. Na Zona da Mata, o pecuarista recebeu 3,58% a menos pelo litro de leite, que foi vendido a R$ 1,19. Após três meses de retração, os produtores da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) registraram, em dezembro, pequena elevação nos valores, 0,9%, com o leite negociado a R$ 1,17, na média líquida. Já no Vale do Rio Doce, a alta chegou a 1,02% e o leite foi comercializado a R$ 1,13. (Diário do Comércio)

 

Porto Alegre, 09 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.418

 

​​  Leilão GDT: preço internacional cai, mas leite em pó integral se mantém acima de US$ 3 mil/ton
 
No último leilão GDT, ocorrido nesta terça-feira (03/01), houve queda de 3,9% nos preços médios dos lácteos, que fecharam a US$3.463/tonelada.

O leite em pó integral foi o lácteo que apresentou maior queda, com variação negativa de 7,7% e média final de US$3.294/tonelada. Já o leite em pó desnatado fechou a US$ 2.660/tonelada, subindo 2,3% em relação ao leilão anterior.

A quantidade de produtos lácteos vendidos aumentou 0,3%, sendo comercializadas 22.396 toneladas. Na comparação com o mesmo período do ano passado a quantidade vendida caiu 33%, 3.275 toneladas a menos. 

Os preços futuros dos próximos leilões GDT também apresentaram queda e hoje apontam para um primeiro semestre com preços de leite em pó integral entre US$3.200/ton e US$3.400/ton. (GDT/Milkpoint)

 
 
 
Proteína animal é aposta para incrementar o agronegócio gaúcho 

Com o objetivo de auxiliar no incremento dos negócios no segmento, entidades focadas na produção de proteína animal vão elaborar um mapeamento do setor para identificar gargalos e elencar pontos que o Estado poderá atuar. A decisão foi tomada em reunião na última quinta-feira (05/01), no auditório Pery Pinto Diniz, no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), em Porto Alegre, com representantes do setor público e da iniciativa privada. O Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat) esteve representado pelo presidente Alexandre Guerra.

Na ocasião, foram estabelecidos cinco Grupos de Trabalho (GT) que definirão metas para os setores de aves/ovos, suínos, lácteos, bovinos/ovinos e peixes. O grupo responsável pelo setor lácteo será conduzido pelo diretor das Câmaras Setoriais, da Secretaria da Agricultura Pecuária e Irrigação, Rodrigo Rizzo, e terá relatoria do secretário de Desenvolvimento Rural, Tarcisio Minetto. O objetivo é elaborar, em seis meses, um documento final que será apresentado no dia 1º de junho de 2017. Os grupos serão coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) e pelo BRDE.  O primeiro encontro está marcado para o dia 12 de janeiro, na Seapi, às 9h.

A reunião foi convocada pelo presidente do BRDE, Odacir Klein, com o objetivo de discutir aspectos que agreguem valor ao produto gaúcho e identificar obstáculos no segmento de carnes. Estiveram presentes também o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, a secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, e o secretário da SDECT, Fábio Branco, além de representantes da Emater, da Seapi e do Ministério da Agricultura. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Foto: Mauro Moraes/BRDE
 
 
Secretaria da Fazenda divulga valor da UPF para 2017

O novo valor da Unidade Padrão Fiscal (UPF), que entrou em vigor dia 01/01/2017, está fixado em R$ 18,2722. A UPF serve como indexador para corrigir taxas e tributos cobrados pelo Estado e sofreu correção de 6,58% com base na variação do IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). 

Para a correção de impostos, como IPVA e ITCD, o novo valor da UPF passou a valer já no primeiro dia útil do ano, no caso segunda-feira (2). Em relação ao valor de taxas, a nova referência passa a vigorar 30 dias após a data de publicação. A UPF/2017 foi fixada por instrução normativa da Receita Estadual publicada no DOE (Diário Oficial do Estado) na edição da última sexta-feira (23). (SEFAZ)

 
 
EUA: previsão do USDA aponta crescimento na oferta de leite em 2017

Os processadores de lácteos podem esperar uma expansão na oferta de leite, um crescimento nas exportações e maiores preços em um futuro próximo. Para 2017, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) citou um crescimento mais lento no número de vacas, mas, um leve aumento na produção de leite por animal. A previsão do USDA também é de aumentos anuais na produção de leite até 2024.

O relatório de dezembro prevê um aumento nos preços do leite para US$ 37,15 a US$ 38,91 por 100 quilos em 2017. Até 2020, o departamento previu que os preços do leite alcançarão US$ 40,54 por 100 quilos. As exportações comerciais de produtos lácteos deverão aumentar em todos os anos, de 4,04 bilhões de quilos (em uma base de gordura do leite) nesse ano para 5,53 bilhões de quilos em 2024, mas nem todos os produtos lácteos se beneficiarão.

O USDA disse que em 2017, "as exportações deverão cair devido à maior competição nos mercados de queijos, mas a força nas exportações de lactose e leite desnatado deverão apoiar maiores vendas baseadas em sólidos desnatados do leite. As previsões de importação foram reduzidas com relação ao relatório do mês anterior, tanto para produtos baseados em gordura, como para os baseados em sólidos desnatados".

As exportações representam cerca de 14% de toda a produção de leite dos Estados Unidos, comparado com menos de 8% há uma década, de acordo com o CoBank, de Denver. Isso aumenta a quantidade de exposição que as companhias de lácteos dos Estados Unidos têm aos riscos monetários, eventos geopolíticos e outros fatores imprevisíveis. "A previsão para os próximos anos é positiva, mas precária", disse o economista sênior do banco, Ben Laine. A análise do CoBank, divulgada em dezembro, notou que "um desafio imediato" é a capacidade de processamento não ter acompanhado o crescimento na produção de leite.

"Novas plantas de processamento e expansões de plantas nos próximos dois anos fornecerão algum alívio. Ao mesmo tempo, a indústria de lácteos dos Estados Unidos precisa fazer tudo o que puder para manter e desenvolver a demanda doméstica e a relação com os clientes. Isso inclui o desenvolvimento de produtos inovadores para se adaptar às mudanças de gostos dos consumidores".

Embora o consumo de leite fluido esteja baixo, o número de plantas de processamento aumentou, de acordo com o USDA e com o FDA (Food & Drug Administration). Em 2015, havia 456 plantas de leite, enquanto em 2008, esse número era de 400. O volume médio por planta caiu para 49,67 milhões de quilos em 2015, de 61,78 milhões de quilos em 2008.

Os preços do açúcar, um ingrediente popular no leite, sorvete e iogurte, deverão cair, com a oferta total de açúcar de beterraba e de cana de açúcar de fontes domésticas e importadas devendo aumentar a cada ano.

No geral, a economia crescerá lentamente. O USDA assume que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentará 2,3% em 2017, 2,2% em 2018 e 2,1% em cada ano de 2019 a 2026. A renda per capita disponível crescerá ainda mais lentamente. O governo prevê um crescimento de 1,7% em 2017 (melhor do que 2016) e então uma queda de 1,5% em 2018 e uma estabilidade de 1,4% de 2019 a 2026. Esses números vêm de previsões macroeconômicas do departamento.

A inflação permanecerá baixa, pairando em torno de 2%. O Índice de Preço ao Produtor para bens brutos deverá aumentar mais rápido do que o índice para bens terminados. Nos próximos quatro anos, o índice para bens brutos deverá ir de 3,6% em 2017 para 2,9% em 2020. O índice para bens terminados deverá ser de 1,5% em 2017 (após um decréscimo de 1,7% em 2016) e 2,2% em 2020. O preço do petróleo bruto deverá ser de US$ 49,70 o barril nesse ano, aumentando para US$ 74 o barril em 2020.

Os impostos sobre mão de obra aumentarão nesse ano e em médio prazo. O governo assume que a taxa horária de compensação não-agrícola subirá 3,9% este ano e ficará em uma faixa de 3,6% a 3,8% até 2020. A taxa de desemprego ficará em torno de 4,7% nos próximos quatro anos. A população total dos Estados Unidos crescerá lentamente. Os economistas assumem um aumento anual de 0,8% nos próximos cinco anos. Os processadores de lácteos dos Estados Unidos poderão ficar de olho em mercados foras do país, onde há mais população.

Laine disse que a indústria está pronta para se beneficiar da demanda externa na Ásia, América Latina e África, impulsionada pelo crescimento da população e pelo aumento do consumo da classe média. Estatísticas compiladas pelo USDA mostram que, enquanto as populações dos Estados Unidos e da região Ásia/Oceania deverão aumentar 0,8% em 2020, a diferença é de escala. Um aumento de 0,8% no mercado doméstico significa cerca de 26 milhões de pessoas a mais. A taxa de crescimento na Ásia/Oceania resulta em 318 milhões de indivíduos a mais. Prevê-se que o PIB nessa região aumente pelo menos 4,3% a cada ano entre 2017 e 2020. (As informações são da Dairy Foods, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Argentina perde 460 fazendas leiteiras em 2016

Em 2016, a Argentina perdeu 460 fazendas leiteiras em produção, o que representa uma queda de 4%, "dado que mais que duplica a taxa média dos últimos anos (entre 1,5% e 2%)", segundo dados do primeiro relatório do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA). Esse dado é considerado uma estimativa.

O relatório do OCLA indica também que ocorreu durante 2016 uma "forte queda no faturamento (por preço e volume) no final de 2015 e começo de 2016, estimada em 600.000 pesos (US$ 37.524,6) para uma fazenda média em 180 dias", o que "tem gerado uma complexa situação financeira para muitos produtores que aumentaram notavelmente seu endividamento e a taxas mais altas".

A produção de 2016 registraria uma queda entre 10% e 11% com relação ao ano anterior (totalizando 10,1 bilhões de litros de leite), com uma redução na ordem de 8% (considerando números constantes de fazendas leiteiras). O ano se apresentou com períodos nos quais a produção chegou a cair com relação ao ano anterior em mais de 20% - devido às chuvas ocorridas na bacia leiteira central.

Quanto à demanda agregada de lácteos, "a queda com relação ao ano anterior foi de 8% e, embora tenha exibido números vermelhos em seus dois componentes (mercado interno e exportações), a queda das exportações foi quatro vezes maior à registrada pelo consumo interno (20% versus 5,3%)".

Em consequência, a composição mercado interno/exportação passou de 80/20 nos dez primeiros meses de 2015 para 82/18 nesse ano, "bastante abaixo da média dos últimos 10 anos que foi de cerca de 24%".

O volume exportado em outubro foi de 23.200 toneladas, 16,6% a menos que em setembro e 42,3% a menos que no mesmo mês do ano anterior. "Algo pior ocorre quando se mede em valor, que subiu para US$ 65,8 milhões, 18,7% a menos que em setembro e 46% a menos que em outubro de 2015".

Nos 10 primeiros meses de 2016, as exportações alcançaram 247.000 toneladas, por um valor de US$ 655 milhões FOB e um preço implícito médio de US$ 2.644. "Esses números representaram quedas de 9% em toneladas, 32% em dólares e 25% em preço com relação ao mesmo período do ano anterior (janeiro-outubro)".

Com relação ao consumo, "no acumulado dos dez primeiros meses do ano, essa variável sofreu um retrocesso de 5,5% com relação ao mesmo período de 2015 (ajustado para o crescimento populacional, a queda é de mais de 6%)". 

Em 05/01/17 - 1 Peso Argentino = US$ 0,06254
15,9728 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do portal Infortambo, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
Uruguai: projeções preliminares apontam aumento de 2% a 4% na produção de leite em 2017
Em 2017, a produção de leite no Uruguai aumentará entre 2% a 4%, segundo estimativas preliminares do Instituto Nacional do Leite (Inale). O crescimento esperado não permitiria recuperar uma contração de cerca de 10% na produção no ano de 2016. O gerente do Inale, Gabriel Bagnato, disse que a firmeza do mercado internacional permite melhores negócios para as indústrias locais - o que se transmitiria aos produtores. "O resultado é algo em torno de 9 pesos (US$ 0,30) por litro, podendo haver alguma alta mais para frente. O preço ao produtor poderia subir um pouco mais". Bagnato foi moderadamente positivo sobre a continuidade da recuperação de preços registrada no segundo semestre desse ano. "Começamos 2017 com possíveis altas moderadas no primeiro semestre do ano e um pouco menos na segunda metade". A oferta mundial de leite segue em queda. Bagnato destacou a queda de 3% em outubro para a captação de leite na União Europeia (UE). A isso, somam-se baixas em torno de 4% na Nova Zelândia e de cerca de 10% na Austrália e na Argentina com relação ao ano anterior. "Os analistas preveem que um aumento nos preços não mudará a oferta no primeiro semestre. Para esse período, se manteria uma inércia para seguir ajustando um pouco os preços dos lácteos, ainda que em menor porcentagem". Para o segundo semestre, a tendência seria mais estável ou com algum ajuste para baixo sobre os valores do primeiro semestre. O endividamento, somado a uma redução do rebanho, mantém um cenário de desaceleração da produção". Em 02/01/17 - 1 Peso Uruguaio = US$ 0,03360. 28,6230 Peso Uruguaio = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são do Blasina y Asociados, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Porto Alegre, 23 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.417

 

​​Lactalis detalha projeto de expansão no RS

O diretor de Relações Institucionais Lactalis, Guilherme Portella, detalhou os projetos da multinacional francesa para o Rio Grande do Sul durante evento, na Sede Acadêmica da Unijuí, na tarde desta quinta-feira (22/12). Conforme recente anúncio, o grupo investirá mais de R$ 100 milhões. "Precisaremos captar 500 milhões de litros de leite além do 1 bilhão que já captamos", afirmou a grupo composto por estudantes, professores, produtores e autoridades. Portella afirmou que o investimento em Ijuí será destinado para a ampliação de produção de composto lácteo, expansão da área de estocagem e criação de novas de linhas de produção de queijos. "A empresa está criando um programa para se aproximar do produtor rural e aumentar a estabilidade no fornecimento", afirmou Portella. Com isso, o objetivo é elevar em 32% a produção de queijo. "Nossa missão é que o produtor consiga produzir mais com um preço menor", salientou o dirigente.

Durante o evento, o vice-presidente da Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação no Noroeste do Estado (Fidene), Martinho Luís Kelm, reiterou a disponibilidade da Universidade em realizar parceria com a Lactalis para o desenvolvimento de pesquisas e projetos visando a melhoria da cadeia produtiva do leite na região. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Letra de Crédito pode ser contratada para investimento

A partir de agora, os recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) passarão também a contemplar os financiamentos de investimento, além do custeio rural. A normativa foi autorizada pelo CMN. As instituições financeiras que operam com o crédito rural devem obrigatoriamente direcionar 14% dos recursos que captarem via LCA para custeio rural a uma taxa de até 12,75% ao ano. Com a resolução, elas poderão direcionar os recursos também para financiamentos de investimento rural, com a mesma taxa. (Jornal do Comércio)

Setor mobilizado contra PL 214

P ode ficar para 2017 a apreciação d o P L 214/2015, que contingencia benefícios concedidos por meio de créditos fiscais presumidos de ICMS, que integra as medidas do ajuste fiscal encaminhado pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa. Apesar de ter entrado na pauta do dia ontem, o que provocou a mobilização do setor agropecuário, um acordo entre os deputados deslocou a matéria para o fim da pauta. As atividades econômicas que recebem os incentivos fiscais alegam que perderão competitividade em relação aos demais estados se o projeto for aprovado, estabelecendo redução de até 30% nos créditos fiscais presumidos. A Secretaria da Fazenda diz que estudará caso a caso ao fazer a revisão. Em 2015, as desonerações fiscais do ICMS por créditos presumidos alcançaram R$ 2,5 bilhões, segundo a Fazenda. Se o projeto for aprovado na AL, o governo estima o aumento de R$ 300 milhões na arrecadação ao ano, entre 2016 a 2018. 

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), Rogério Kerber, defende que o Estado faça os ajustes necessários levando em conta as características de cada setor. "A suinocultura entende que não tem possibilidade nenhuma de sofrer cortes de créditos presumidos porque já está fragilizada na questão da isonomia perante os outros estados, especialmente o Paraná, que vem registrando crescimento na produção em cima dos incentivos concedidos pelo governo", diz. O diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, também alega que a redução dos incentivos fiscais impacta na competitividade. "Há cinco anos, 50% da carne avícola vinha de outros estados para abastecer o nosso. 

Depois, conquistamos um equilíbrio, mantendo certa isonomia, e tivemos condições até de atender o mercado externo. Os créditos presumidos não são benefícios, são mecanismos para competirmos e para gerarmos empregos", defende. O mesmo entendimento tem o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat), Darlan Palharini. Para ele, a indústria de queijo é um exemplo de quem utilizou bem a desoneração. "Há dois anos, quando não havia esse incentivo, era normal as gôndolas dos mercados estarem cheias de queijos de Santa Catarina e Paraná. Hoje em dia, temos queijos nossos preenchendo as gôndolas", cita. Palharini acrescenta que, ao conceder benefício fiscal, o Estado preserva empregos no campo. "O custo social é muito alto. É muito mais barato o governo dar incentivo fiscal do que ter que arcar com desempregos e com o êxodo rural", enfatiza. O presidente da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), Wladimir Dall'Bosco, lembrou que, nas últimas três semanas, diversos setores se reuniram com secretários estaduais. Ele acredita que o Estado levará em conta o impacto econômico. (Correio do Povo)

Leite longa vida parou de cair no mercado atacadista

O preço médio do leite longa vida ficou estável no atacado na primeira quinzena de dezembro, em relação a quinzena anterior. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o litro ficou cotado, em média, em R$2,37. Com estoques menores, o varejo aumentou as compras e esta maior movimentação deu sustentação aos preços do produto que vinham em queda desde julho deste ano. Alguns fatores nos mostram que o mercado do leite deverá seguir mais firme nos próximos meses: no mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as empresas, os preços foram de estáveis a ligeira alta na primeira metade dezembro. 

 
Outro ponto é a queda na produção de leite na região Sul do país. A expectativa em curto prazo é preços mais firmes para o leite longa, mas em função da menor demanda por leite fluído no período de final e começo de ano, os aumentos devem ser comedidos. Alguns lácteos como a manteiga e o creme de leite já tiveram reajustes nas últimas quinzenas, em função da demanda maior por estes produtos para as festas de final de ano. (www.noticiasagricolas.com.br)

Nova Zelândia prevê crescimento dos lácteos em 2018

O último relatório do Ministério da Indústria de Base (MPI) da Nova Zelândia sobre o panorama para os próximos anos (SOPI) diz que a receita com exportações de lácteos deve crescer em 2018. As perspectivas para todo o setor primário são estáveis durante esse ano, mas, a indústria de laticínios começa a se recuperar. O diretor de política setorial do MPI, Jarred Mair, diz no relatório que as receitas com exportações do setor primário da Nova Zelândia deverão aumentar em uma média de 5,4% ao ano, atingindo NZ$ 47,9 bilhões (US$ 47,5 bilhões) até o final do ano fiscal encerrado em junho/2021.

Previsão de grande crescimento dos lácteos
A receita de exportação de lácteos deverá aumentar 3% em 2017, após um declínio em 2016, mas espera-se um aumento de 24% em 2018, chegando a NZ$ 17 bilhões (US$ 12,3 bilhões). A produção de leite deverá retornar aos níveis anteriores após dois anos de queda. A previsão é de que os recentes aumentos nos preços internacionais dos produtos lácteos sejam sustentáveis até 2018, aumentando o preço do leite ao produtor da queda de NZ$ 4,24/kgMS (quilos de sólidos do leite), em 2016, para NZ$ 7,94/kgMS em 2021, embora fique distante do recorde de NZ$ 8,40/kgMS atingido em 2014.
Fatores por trás do declínio

O SOPI mostra que apesar do declínio em 2016, os lácteos foram responsáveis pela maior parte das receitas com exportações em 2016 para a Nova Zelândia (36%). A primavera mais úmida do que o normal foi a responsável pelo declínio de 1,7% na produção de sólidos do leite na temporada 2016/17, diz o relatório. No pico de produção, em outubro, caiu 6,1% em relação ao ano passado, devido os pastos alagados. Foi destacado, ainda, que a queda no número de vacas em ordenha contribuirá para a menor produção nesta temporada.
 

Receitas com exportações do setor lácteo, 2013-2021

Ano

Atual

Previsão

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

NZ$ milhões

13.139

17.791

14.050

13.289

13.690

17.030

18.300

19.450

20.650

Valores até 30 de junho de cada ano

Leite em pó integral

5.104

8.393

5.385

4.609

4.820

6.490

7.010

7.450

7.920

Manteiga, AMF e cremes

1.910

2.699

2.219

2.378

2.810

3.520

3.770

4.010

4.250

Leite desnatado & Manteiga em pó

1.832

2.285

1.762

1.347

1.510

1.930

2.080

2.210

2.340

Caseína & proteínas

1.674

1.925

2.129

1.834

1.570

1.800

1.930

2.050

2.180

Cheese

1.441

1.482

1.557

1.720

1.640

1.790

1.920

2.040

2.160

Fórmulas infantis

555

401

415

685

680

740

800

850

900

Outros produtos lácteos

623

607

582

716

660

750

800

850

900

Total

13.139

17.791

14.050

13.289

13.690

17.030

18.300

19.450

20.650

Variação %

-1,8

35,4

-21

-5,4

3

24,4

7,5

6,3

6,2

© Ministry for Primary Industries Situation and Outlook for Primary Industries - Dezembro de 2016

Demanda chinesa crescente
A demanda da China continua crescendo, diz o relatório. Um volume recorde de produtos  lácteos foi importado durante o ano móvel que terminou em setembro de 2016, apesar da queda das importações de leite em pó. A China está importando volumes maiores de manteiga, queijo e leite líquido da Europa, bem como mais leite líquido da Nova Zelândia. A tendência de forte demanda global por manteiga deve continuar devido a opção dos consumidores ocidentais pelo natural ao invés de gorduras processadas.

Melhores notícias para os produtores
O Dairy NZ estima que o preço médio de equilíbrio para os produtores de leite da Nova Zelândia é de NZ$5,05/kgMS (US$3,64). Os autores do relatório dizem esperar que a maioria dos produtores esteja tendo lucro na temporada 2016/17 depois da última revisão de pagamentos. (edairynews)

 
MAIS LEITE NO MERCADO
Ao ampliar a fábrica de leite em pó em Cruz Alta, com investimento de R$ 120 milhões, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) pretende dobrar a capacidade de processamento em três anos - de 1 milhão de litros diários para 2,2 milhões de litros. Desde junho, quando inaugurou a nova estrutura, a cooperativa aumentou em 23% a captação de leite - por meio de novos produtores e também pelo incremento da produtividade nas fazendas. Em seis meses, foram criadas 150 novas vagas de trabalho. O incremento de produção resultou em 20% de aumento no faturamento de 2016, na comparação com o ano passado. (Zero Hora)

 

Porto Alegre, 22 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.416

 

​​Fundesa muda regras para indenização de rebanho leiteiro

O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) aprovou alterações no Programa de Indenização por Abate ou Sacrifício Sanitário de Animais Positivos da Pecuária Leiteira por Brucelose ou Tuberculose. A partir de agora, a indenização será aplicada levando em consideração a idade dos animais. A medida, proposta pelo Conselho Técnico Operacional da Pecuária de Leite, presidido por Darlan Palharini, foi atendida pelo Conselho Deliberativo em assembleia geral realizada no dia 15 de dezembro, em Porto Alegre, e entrou em vigor de imediato.

A expectativa é valorizar os animais que possuem capacidade produtiva mais elevada. Terneiras de até 12 meses, novilhas de 13 a 24 meses, vaca jovem de 25 a 36 meses, vaca adulta de 37 a 60 meses e acima de 60 meses correspondem a diferentes valores que variam de R$ 972,00 (para as sem registro) a R$ 2.700,00 (animais puro de origem, que são comprovados através do registro do animal nas associações de gado). O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, alertou, no entanto, que o produtor precisa comprovar a sua situação de contribuinte para receber a indenização em caso de sacrifício sanitário, quando é feito dentro do estabelecimento rural, ou de abate, quando o animal é encaminhado a um abatedouro que reúne as condições sanitárias necessárias. 

O abate ou sacrifício é feito somente após os testes terem apontado reação positiva para Brucelose ou Tuberculose, as enfermidades mais impactantes para o rebanho leiteiro. A indicação é de que, quando houver alguma suspeita por parte dos produtores, a situação clínica seja informada à Inspetoria de Defesa Agropecuária da localidade para que possa ser avaliada por um médico veterinário. "Existe o direito do pagamento de indenização, porque é feita a retenção do animal, mas o direito é do produtor contribuinte", alerta. O criador deve solicitar a indenização antes mesmo de ocorrer o abate, que tem prazo de 30 dias para ser realizado. Posteriormente, é feita a comprovação da contribuição e o pedido para pagamento é repassado ao Fundesa.

Durante a assembleia, também foi realizada a eleição da nova diretoria e Conselho Fiscal para o biênio 2017/2018. Segue na presidência do Fundesa Rogério Kerber acompanhado do vice-presidente Carlos Sperotto. Para o conselho, foram eleitos como membros titulares Alexandre Guerra, Ladislau Boes e Nestor Freiberger. Como suplentes estão Carlos Joel da Silva, Valdecir Folador e José Eduardo dos Santos. A posse acontece em 1º de fevereiro de 2017. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
 
Vacas selecionadas para tolerância ao calor perdem menos produção de leite no verão, segundo pesquisa
As vacas selecionadas para seu DNA para tolerância ao calor perdem menos produção de leite durante o clima quente e se recuperam melhor, de acordo com um estudo recente. O estudo, liderado pela pesquisadora, Josie Garner, demonstrou a validade das predições baseadas em testes de DNA para tolerância ao calor em vacas leiteiras.

Dois grupos de vacas com pesos similares, com rendimento similar de produção foram expostas a eventos de calor suave a moderado - de até 33oC - por quatro dias por duas horas à tarde, imitando as flutuações de temperatura e umidade que ocorrem em um dia de verão. Ambos os grupos tiveram redução na produção, mas as vacas selecionadas usando marcadores de DNA genômicos para tolerância ao calor se saíram melhor. Essas vacas perderam 5% menos produção de leite do que as vacas que era susceptíveis ao calor, e as vacas susceptíveis ao calor se recuperaram mais lentamente dentro do período medido de duas semanas.

Durante o período de calor de quatro dias, as vacas tolerantes ao calor registraram declínio de 12% na produção de leite, com as vacas susceptíveis ao calor reduzindo em 18%. As vacas tolerantes ao calor voltaram a seu estado fisiológico e ingestão de alimentos de antes do desafio do calor em seis dias, enquanto o outro grupo retornou no nono dia. Garner disse que embora as vacas tolerantes ao calor tenham sido mais rápidas em retornar ao seu estado fisiológico normal - estado antes do desafio do calor - nenhum grupo retornou ao nível de produção pré-desafio durante as duas semanas em que foram monitoradas. Mas os resultados mostraram que as vacas tolerantes ao calor foram menos afetadas pelo desafio.

Garner disse que ambos os grupos tinham a mesma temperatura corporal - 39ºC -, mas as vacas tolerantes ao calor foram melhores em dissipar o calor durante o desafio e uma média de meio grau mais frio do que as vacas susceptíveis ao calor. As vacas tolerantes ao calor se livraram de mais calor por respiração e também através da pele do que as vacas sensíveis ao calor.

A validação da tolerância ao calor para as predições de DNA levou 18 meses, com o trabalho inicial para estabelecer as previsões genômicas para tolerância ao calor em vacas leiteiras combinando 11 anos de dados de estações meteorológicas e dados de produção de leite de mais de 366.000 vacas, bem como dados genômicos. Um Australian Breeding Value para a tolerância ao calor está sendo desenvolvido por cientistas do Centro AgriBio.

Garner, que cresceu na região leiteira de Bega, NSW, e agora vive em uma fazenda leiteira vacinando vacas com seu parceiro, aproveitou a oportunidade para completar o estudo enquanto trabalhava como pesquisadora no Ellinbank. Foi uma oportunidade para seu PhD e ela estava "intrigada", de forma que incluiu uma avaliação em profundidade de fisiologias e genéticas das vacas. Garner também compreendeu o impacto que o calor tem na indústria.

Além de manter a saúde e a produção em um clima mais quente, esta pesquisa também foi considerada uma vitória para o bem-estar animal, porque as vacas são criadas para ser mais resistentes em condições mais quentes. A pesquisa de Garner foi publicada recentemente na revista científica internacional Nature-Scientific Reports. (Informações são do The Weekly Times)

Lutando com a oferta de leite para incentivar aumentos de preços em 2017

O último relatório trimestral do Rabobank diz que a expectativa é de que os preços dos produtos lácteos continuem se recuperando no ano novo devido as dificuldades com os volumes mundiais de produção de leite. A distribuição de leite na UE provavelmente não se recuperará até a segunda metade de 2017, devido aos incentivos financeiros para cortar a produção, bem como o aumento das taxas de abate em várias regiões importantes. Os meses de pico da Oceania foram afetados pelos baixos preços do leite e pelo clima ruim, então é improvável uma recuperação de volume significativa até que comece a nova temporada em meados de 2017.

O aumento da demanda por importações na China também deve ajudar a aumentar os preços, embora em menor grau do que a redução da oferta. No entanto, o aumento dos preços das commodities poderia, por sua vez, diminuir a demanda de outras significativas regiões importadores, o que pode, em parte, autolimitar a pressão crescente sobre os preços. Também se espera que os níveis de estoque dificultem os preços de alguns produtos, levando a uma maior divergência nos preços de diferentes commodities. Os preços do leite em pó desnatado (SMP), provavelmente, continuarão baixos em decorrência dos elevados estoques, enquanto os das manteigas subirão em 2017, segundo as previsões do Rabobank. (AHDB Dairy - Tradução Livre: Terra Viva)

Compradores de lácteos chineses estão menos satisfeitos com seu leite

A satisfação dos clientes está em uma espiral de baixa entre os consumidores de lácteos chineses, de acordo com o último relatório de pesquisa nacional sobre as atitudes dos compradores com relação ao leite fluido, que também destacou como o público está agora demandando produtos de maior qualidade. Os resultados da pesquisa, feita pela Associação para Qualidade da China (CAQ), que monitora os padrões, podem ser divididos nas áreas de satisfação, formato e distribuição.

O primeiro se refere à satisfação, imagem da marca e qualidade percebida - com todos caindo com relação ao ano anterior, segundo o relatório. Apesar dessa tendência de baixa nas opiniões ser apenas marginal, ainda deve ser vista como um alerta claro aos processadores e fornecedores de leite, escreveram os autores.

De acordo com o analista de mercado chinês, CCM, os consumidores de leite são sensíveis ao preço, embora, ao mesmo tempo, atribuam maior valor à qualidade e procedência e respondam pouco à atividade promocional. Cada vez que os preços aumentaram, os níveis de satisfação caíram. O relatório também mostrou a maior popularidade do leite fresco e do leite UHT. O leite UHT, em particular, ganhou popularidade porque seu processo de esterilização de alta temperatura garante aos consumidores preocupados que não há mais bactérias presentes no produto.

Um pouco mais de 30% do mercado agora prefere o leite UHT, segundo a pesquisa do CAQ, enquanto a segunda maior preferência pertence ao leite fresco, principalmente por seus valores nutricionais em relação aos leites aromatizados. O terceiro ponto chave refere-se a uma preferência substancial pelo leite líquido sobre o leite em pó, que os analistas atribuem a uma consciência das propriedades nutricionais no leite líquido.

E o último ponto lida com as preferências de distribuição: os supermercados ainda representam os lugares mais convenientes para comprar leite. De acordo com a pesquisa, quase 90% dos entrevistados preferiram os supermercados, enquanto o comércio eletrônico representou apenas 2% do mercado de compra de leite. Lojas de conveniência e entrega direta foram o segundo e terceiro canais mais populares após as vendas de supermercados.

Como defensora do potencial que o mercado de lácteos da China tem para os fornecedores internacionais de leite, a CCM disse que as mudanças nas preferências dos consumidores vêm criando novos mercados de lácteos que estão abertos para novos fornecedores. Esses mercados atuariam como contrapeso para a queda gradual no crescimento da demanda de leite líquido que a indústria viu nos últimos anos, acrescentou. (Informações são do Dairy Reporter)

 
Emater tem orçamento de R$ 229 milhões aprovado para o próximo ano no Estado
Os conselhos técnico e administrativo da Emater (CTA) e administrativo da Ascar (Conad) aprovaram o Plano Anual de Trabalho e o Orçamento da Instituição para 2017, com a presença de representantes de 21 entidades que integram os conselhos. Para o próximo ano, a Emater/RS-Ascar vai aplicar R$ 229 milhões no desenvolvimento de atividades socioassistenciais de natureza jurídica e constitucional, "compromisso mantido com o Estado há quase 62 anos, no fortalecimento e na qualificação dos agricultores familiares e demais públicos assistidos pela nossa instituição", avalia o presidente da Emater/RS, Clair Kuhn. Os recursos provêm de convênios com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) e com as prefeituras, além de chamadas públicas, dos serviços prestados de Classificação e Certificação, de Assistência Técnica e Crédito Rural e da elaboração de Proagro. De acordo com o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura, "foi muito boa a compreensão dos conselheiros quanto aos resultados positivos apresentados pela gestão da Emater que, apesar de enxuta e da redução orçamentária, manteve o nível de atendimento das ações econômicas e técnico-sociais desenvolvidas por todos os colegas extensionistas no campo", disse. O diretor também ressalta os elogios recebidos por vários conselheiros, que manifestaram uma expectativa positiva quanto à execução da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) pela Emater/RS-Ascar, apesar da atual situação de dificuldades por que passa o Estado. "Estamos otimistas, pois nossa atuação comprometida com o bem-estar de milhares de famílias que vivem no meio rural é reconhecida por representantes de muitas entidades parceiras da Extensão Rural", observa Moura. (Jornal do Comércio)

 

Porto Alegre, 21 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.415

 

​​ Renegociação das dívidas dos Estados sem contrapartidas passa na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou ontem o projeto de lei da renegociação das dívidas dos Estados com a União, com a exclusão de quase todas as contrapartidas defendidas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sob o argumento de que o desgaste de aprovar medidas que congelarão salários e cortarão benefícios dos servidores estaduais cabia os governadores e assembleias legislativas. No capítulo que afetará todos os Estados em troca do alongamento do prazo para pagar as dívidas com a União, além das reduções nas parcelas até 2018, restou apenas a regra que limitará por dois anos o crescimento das despesas gerais dos Estados à inflação. Na prática será um congelamento dos gastos, a exemplo do que ocorrerá com a União, mas por um período bem mais curto ¬ o governo federal estará sujeito à regra por pelo menos dez anos. Já o Regime de Recuperação Fiscal, versão da Lei de Falências para os Estados, suspenderá o pagamento das dívidas por três anos.

O Rio de Janeiro, por exemplo, reduzirá seus custos em R$ 7 bilhões por ano com a medida, que visa também Rio Grande do Sul e Minas Gerais, hoje os com maior dificuldade financeira. Em troca do alívio maior, o projeto estabelecia regras mais duras que o regime geral. Quem aderisse teria que suspender reajustes salariais já acertados ¬ os demais Estados só estariam proibidos de dar novos aumentos ¬ e reduzir incentivos fiscais e tributários ¬ que os outros só não poderiam ampliar. Praticamente todas saíram da lei. As contrapartidas dependerão agora da negociação individual de cada Estado com a União, jogando o desgaste e as pressões sobre o acordo para o governo federal e governadores que já demonstram dificuldade de aprovar o ajuste fiscal. O ministro da Fazenda pediu calma nas avaliações sobre o resultado da votação e disse que ainda estuda se recomendará a sanção ou o veto ao presidente Michel Temer. "Estou vendo comentários sobre como 'perdemos oportunidade histórica'. Também não é assim. Não há dúvida de que, do nosso ponto de vista, se a lei já dissesse o que o Estado tem que cumprir, seria mais fácil", disse. Mas ponderou que caberá à Fazenda recomendar ou não a aprovação do plano dos Estados e ao presidente aceitar. Em nota, a Fazenda ressaltou dois pontos excluídos pelos deputados que considerava importantes ¬ a definição de qual seria a situação dos Estados para torná¬los elegíveis ao regime de recuperação fiscal e as condições que teriam que cumprir para readquirir a solvência fiscal e financeira ¬, mas destacou que só serão aceitos os planos "que, de fato, viabilizem esse equilíbrio". 

O governo tentou, ao longo de todo o dia, impedir a aprovação, articulada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM¬RJ), juntamente com líderes da base e da oposição, além de governadores. A avaliação era que se a votação ocorresse em fevereiro, com quórum mais alto, seria possível manter algumas contrapartidas. O líder do governo, André Moura (PSC¬SE), recomendou a deputados governistas que não registrassem presença e, por mensagens aos partidos, orientou o esvaziamento da sessão. Pela manhã, após reunião com Meireles, ele disse que as alterações "realmente inviabilizariam o projeto" e resolveriam apenas pontualmente o problema, que voltaria a ocorrer mais tarde. Parte da base, em especial a bancada da bala, que era contrária às contrapartidas e tentava impedir a votação, mudou de postura quando percebeu a estratégia do governo. "Suplico aos partidos em obstrução que desistam. Não vamos deixar para fevereiro porque aí o governo vem com o bloco para arrebentar e aprovar o projeto do Senado", afirmou o deputado Major Olímpio (SD¬SP). O Senado atuou na contramão dos deputados e, além de reincluir as contrapartidas excluídas pela Câmara, ainda apresentou outras dentro do regime especial. Maia insistiu na votação e, após acordo com a oposição para retirar mais contrapartidas, como a responsabilização dos gestores públicos que descumprirem as regras do Regime de Recuperação Fiscal e regras mais específicas para privatização de estatais dos Estados, conseguiu aprovar o texto. Moura, que é desafeto do presidente da Câmara, foi um dos 296 deputados que votaram a favor ¬ apenas 12 foram contrários ¬, mas não discursou nem manifestou a posição do governo em plenário. 

O presidente da Câmara chegou a criticar, enquanto presidia a sessão, a postura do ministro da Fazenda e a possibilidade de os deputados aprovarem, na última sessão antes do recesso, um aumento na contribuição previdenciária dos servidores estaduais, como estava proposto. "Estamos ouvindo o Ministério da Fazenda, mas não precisamos dizer amém", afirmou. Ele consultou o presidente Michel temer, que teria liberado a votação. Relator do projeto, o deputado Esperidião Amin (PP¬SC) afirmou que o texto da Câmara avançava sem invadir direitos de servidores ou prerrogativas dos entes federados. "Se formos derrotados, o governo haverá de dar outra solução, mas sem a cumplicidade do Congresso Nacional", disse. "A versão do Senado é draconiana", criticou. À noite, Meirelles negou que tenha trabalhado, junto com o líder do governo, para não aprovar o texto. "Não fiz reunião com líderes, não é o papel do ministro da Fazenda, e não negociei nada. Fizemos uma recomendação, [pois] julgamos adequado o projeto aprovado pelo Senado", disse. Além das dívidas com a União, o texto permitirá alongar R$ 9 bilhões em débitos de companhias habitacionais com o FGTS. Questionado se o resultado não mostra que o governo terá dificuldade para aprovar a reforma dá Previdência, Maia afirmou que a proposta será aprovada porque é necessária para garantir o pagamento dos benefícios no futuro. (Colaboraram Rafael Bittencourt, de Brasília, e Rafael Moro Martins, para o "Valor", de Curitiba). (Valor Econômico)

 
 
 
Leite/Austrália

A produção de leite na Austrália atingirá, nesta temporada, o menor volume em vinte anos, devido à queda dos preços do leite fazendo com que os agricultores reduzissem seus rebanhos, disseram autoridades norte-americanas. O escritório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) de Canberra disse que a produção australiana ficou sob pressão devido ao efeito conjunto das secas prolongadas e dos preços baixos. A produção para 2017 foi estimada em 9,3 milhões de toneladas, graças ao "rebanho leiteiro menor e à saída de indústrias". "A renda média das fazendas leiteiras caiu significativamente durante 2016 devido aos menores preços do leite ao produtor e à menor produção de leite por fazenda", disse o departamento. O USDA projeta a produção de leite em 2016 em 9,5 milhões de toneladas, abaixo da previsão oficial de 9,7 milhões de toneladas.

Preços baixos diminuem a produção
"Nos últimos anos, a indústria foi afetada por condições climáticas adversas e baixos preços internacionais dos produtos lácteos", disse o departamento. A queda internacional dos preços do leite começa a ceder, com os cortes na produção de leite. "A indústria de laticínios da Austrália foi parcialmente protegida pela queda dos preços internacionais, uma vez que cerca de 60% da produção é consumida no mercado interno." "No entanto, em abril de 2016, os principais processadores cortaram os preços do leite dentro da porteira", disse o departamento. "Após os cortes nos preços do leite, alguns dos quais foram retroativos, muitos produtores tornaram-se não rentáveis e em resposta abateram os bovinos leiteiros e removeram as vacas da produção."

Melhoria das perspectivas de pastagem
Mas o departamento observou uma "tendência mais positiva" para a produção leiteira, graças a um clima melhor e ao crescimento das pastagens desde meados de 2016. "As fortes chuvas em grande parte do leste da Austrália puseram fim à seca em algumas regiões e reduziu a necessidade de suplementos alimentares. A previsão de chuva para três meses até dezembro de 2016 também é positiva, apesar da intensa chuva em algumas regiões e alagamentos poderem afetar a produção de leite", disse o departamento. "Espera-se que o crescimento das pastagens seja significativo e consistente em Victoria, que responde por 60% do rebanho leiteiro nacional". O USDA disse que as melhores condições eram "suscetíveis de reduzir o abate do rebanho em 2017 e pavimentar o caminho para a recomposição gradual do rebanho". (AgriMoney - Tradução Livre: Terra Viva)

Produção/UE

A produção mundial de leite deverá ter um crescimento moderado nos próximos dez anos segundo o último boletim de previsões a médio prazo da Comissão Europeia (CE). O aumento será impulsionado por contínuos incrementos no consumo de produtos lácteos. A queda na renda e o crescimento demográfico nos faz pensar que a demanda mundial crescerá a um ritmo relativamente mais lento, de 1,8% ao ano (equivalente a 16 milhões de toneladas adicionais por ano). O crescimento da produção na União Europeia (UE) é estimado em média de 1,3 milhões de toneladas por ano (1,4%) nos próximos 10 anos. O aumento do consumo interno, em particular queijos, que absorverá parte deste crescimento. No entanto, o excedente será destinado ao mercado externo. Sendo assim, a previsão é de que a UE se transforme no maior exportador mundial de produtos lácteos até 2026, ficando à frente da Nova Zelândia. Os preços deverão continuar pressionados para baixo no curto prazo, diante dos elevados estoques de intervenção do leite em pó desnatado. A expectativa é de que os preços fiquem acima de € 32/100 kg na segunda metade do período de projeção, ou seja, entre 2021-2026. Apesar do atraso na chegada do aumento de preços. A CE estima que a rentabilidade das fazendas se manterão estáveis graças ao menor custo da alimentação animal. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)

Ministério da Agricultura negocia recursos externos para fortalecer defesa agropecuária

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está negociando junto ao Ministério do Planejamento pedido de linha de crédito de R$ 1,2 bilhão, junto ao Banco Mundial (Bird) ou ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os recursos serão destinados à implementação do Plano de Defesa Agropecuária.

Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, os recursos deverão ser repassados em três parcelas anuais de R$ 400 milhões. É a primeira vez que o Mapa busca recursos internacionais para realizar projetos de estruturação da defesa agropecuária.

O dinheiro será destinado ao fortalecimento dos laboratórios oficiais; reforço dos sistemas de defesa agropecuária; projetos de controle das moscas das frutas; gestão das áreas de fronteira; programas de controle da aftosa, da peste suína clássica e da tuberculose e brucelose bovinas. Também será direcionado para a melhoria do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e a revisão das normas da defesa agropecuária.

Conforme Rangel "esse é o momento de novos investimentos na defesa, para que o Mapa faça frente aos desafios dos próximos dez anos, entre eles o de ocupar 10% do mercado agrícola mundial". (As informações são do Mapa)

Leite/China

A satisfação do cliente está caindo entre os consumidores de lácteos chineses. De acordo com o último relatório de pesquisa nacional sobre as atitudes dos shoppers de leite líquido, o público está exigindo produtos de maior qualidade. Os resultados da pesquisa realizada pela Associação Chinesa para Qualidade (CAQ), um monitor de normas, podem ser divididos nas principais áreas: satisfação, formato e distribuição. A primeira diz respeito à satisfação, à imagem de marca e à qualidade percebida - cada uma das quais, segundo o relatório, diminuiu no último ano. Apesar desta tendência declinante em opiniões ser apenas marginal, ainda deveria ser vista como aviso claro para os fabricantes de leite e fornecedores, escreveram os autores.

De acordo com o CCM, analista do mercado chinês, os consumidores de leite são sensíveis ao preço, embora, ao mesmo tempo deem cada vez mais valor à qualidade e proveniência e respondam pouco à atividade promocional. Cada vez que os preços se elevam, consequentemente os níveis de satisfação diminuem, detectou o CCM. O relatório também destacou o aumento da popularidade do leite fresco e do leite UHT. O UHT, em particular, ganhou apoiadores, porque seu processo de esterilização de alta temperatura garante aos consumidores temerosos que as bactérias foram tratadas. Pouco mais de 30% do mercado prefere o leite UHT, constatou a pesquisa do CAQ, enquanto a segunda maior preferência pertence ao leite fresco, devido, principalmente, aos seus valores nutricionais em relação ao leite processado.

O terceiro ponto importante diz respeito a uma preferência considerável pelo leite líquido sobre o leite em pó, que os analistas relacionam à consciência das propriedades nutricionais do leite líquido. E o último lida com as preferências de distribuição: os supermercados ainda representam os lugares mais convenientes para a compra de leite. Segundo a pesquisa, quase 90% dos entrevistados preferiram supermercados, enquanto o comércio online foi responsável por apenas 2% do mercado de leite comprado. Lojas de conveniência e entrega direta foram os segundo e terceiro canais mais populares após as vendas nos supermercados.

Como um defensor do potencial que o mercado de lácteos da China tem para fornecedores de leite internacionais, o CCM disse que a mudança nas preferências dos consumidores tem criado novos mercados de lácteos abertos para recém-chegados abastecerem. Estes mercados agiriam como um contrapeso para o baixo crescimento da demanda de leite líquido que a indústria tem visto nos últimos anos, acrescentou. (Dairy Reporter - Tradução Livre: Terra Viva)

 
Frase do dia
"Certos números e comparações financeiras feitos por ex-dirigentes de empresas e fundações não são comprovados por dados concretos, são apenas opiniões. A CEEE tem muitos milhões em ações trabalhistas e tem previsão de déficit de R$ 300 milhões em 2017." Carlos Búrigo (PMDB), secretário-geral de Governo. (Jornal do Comércio)

Porto Alegre, 20 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.414

 

​​2016 termina com preço do leite estabilizado no Rio Grande do Sul

Depois de um ano de pico histórico e consequente redução, o preço de referência do leite termina 2016 em estabilidade no Rio Grande do Sul. O valor consolidado de novembro ficou em R$ 0,9457, acima do projetado de R$ 0,9362. Para dezembro, o preço de referência estimado é de R$ 0,9407, apenas 0,53% abaixo do mês anterior. Segundo o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, além da sazonalidade normal da safra, os números refletem o momento econômico de contenção das importações. Isso porque, além do aumento dos preços do leite em pó nos últimos leilões no mercado internacional, a questão cambial tornou menos atrativa a importação pelo Brasil, o que garante maior estabilidade de preços no mercado interno. "As indústrias estão trabalhando na ribanceira. Tivemos um ano todo de inflação e estamos vendendo o leite UHT no mesmo preço do ano passado", pontuou Guerra. A posição é compartilhada pelo assessor da Fetag, Márcio Langer. "Tivemos alguns meses em 2016 que até achamos que as coisas estavam boas, mas agora estamos pior do que antes", lamenta, alertando para desestímulo no campo em função do aumento dos custos de produção. Entre as metas do Conseleite para 2017, foram alinhados dois pontos principais a serem pleiteados: a garantia de restrições à reidratação de leite em pó importado e políticas de apoio do governo através de compra governamentais

O vice-presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues, disse que muitos produtores estão trabalhando no vermelho em função de endividamento para aquisição de maquinários e insumos. Segundo ele, a previsão é que muitos deixem a atividade nos próximos anos. "Levamos um baque com a importação do Uruguai, mas temos que ter claro que vivemos em um cenário globalizado. Se nosso preço estiver acima, vamos ter novamente esse baque", frisou, lembrando que o que determina preço ao produtor é o mercado.

Os dados tabulados pela Universidade de Passo Fundo (UPF) foram apresentados na manhã desta terça-feira (20/12) em reunião mensal do Conseleite pelo secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini. O encontro, realizado na sede do Sindilat, em Porto Alegre, contou com a presença de diversos representantes do setor industrial e dos produtores.

Exportações - Palharini ainda fez análise dos dados referentes à balança comercial dos lácteos. Em 2016, houve aumento de importações e redução de exportações, principalmente puxada pela menor aquisição de lácteos pela Venezuela. Nos primeiros 11 meses de 2016, os embarques brasileiros de lácteos somaram 51,2 mil toneladas frente a aquisições de 222,1 mil toneladas. . (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Carolina Jardine

 
 
Laticínios avaliam pacote do governo Sartori

Reunidos no final da manhã desta terça-feira (20/12), representantes dos principais laticínios que atuam no Rio Grande do Sul avaliaram o impacto do pacote de ajustes financeiros proposto pelo governo José Ivo Sartori. A principal medida de impacto no setor é a aprovação do PL 214, que dá a possibilidade de o governo cortar em até 30% os créditos presumidos concedidos ao setor laticinista. O projeto estava com o relator, deputado Elton Weber, para análise e teve debate retomado em função das propostas de ajustes emergenciais encaminhadas pelo Executivo. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, argumentou que a retirada dos créditos presumidos inviabiliza a produção láctea no Rio Grande do Sul, uma vez que serve apenas como correção de diferenças fiscais com outros estados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Crédito: Carolina Jardine
 
 
Leilão GDT: Após 2 meses de alta, preços apresentam estabilidade

O leilão GDT, que ocorreu nesta terça-feira (20/12) apresentou relativa estabilidade de preços. O preço médio dos lácteos ficou em US$3.656/tonelada, queda de -0,5%. O leite em pó integral apresentou queda de -0,8%, fechando a US$3.568/ton. O leite em pó desnatado não teve variações, fechando seu preço a US$2.621ton. O queijo cheddar teve alta de 1,9%, com preço de US$3.826/ton. Nos 4 leilões anteriores, os preços de lácteos haviam apresentado alta. Tais variações eram justificadas pelas quedas de produção em importantes regiões produtoras, como Nova Zelândia, Austrália e Europa. (MilkPoint/GDT)

 
 
 
 
Aprovado decreto italiano que obriga a indicação da origem dos produtos lácteos

O Ministro italiano da Agricultura, Mauricio Martina, acaba de sancionar o decreto para constar obrigatoriamente nos rótulos a origem da matéria-prima dos produtos lácteos, uma vez que foi aprovado pela Câmara e pelo Senado italiano.
 Afetará muitos produtos lácteos como leite UHT, manteiga, iogurte, queijo, mussarela, etc. o decreto se aplica a leite de vaca, cabra, ovelha e búfala. O decreto italiano estabelece que o leite e seus derivados deverão obrigatoriamente indicar no rótulo a origem da matéria-prima enumerando:

a)"País de ordenha": nome do país no qual o leite foi ordenhado;
b) "País de embalagem ou transformação": nome do país em que o produto foi embalado ou industrializado.
Se as fases do processamento e embalagem for realizado em vários países, com exceção da Itália, pode utilizar para indicar a origem do leite as seguintes expressões:
 
Leite de países da UE = se a ordenha foi realizada em um dos vários países da UE.
Leite embalado e transformado em países da UE = se estas fases forem realizadas em um ou vários países da UE.
Se a operação foi realizada fora da UE se dirá "países não UE".
Estão excluídos da obrigação do decreto os produtos de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP).
Segundo o Ministério italiano, 67% dos consumidores do país estão dispostos a pagar entre 5 e 20% a mais por um produto lácteo italiano. Além disso, 9 em cada 10 italianos querem conhecer a origem dos ingredientes dos alimentos.(Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)
 
Retrospectiva 2016 Nova Zelândia
Depois de duas temporadas miseráveis, existe a esperança de que os produtores de leite finalmente serão capazes de sair do prejuízo. O GlobalDairyTrade teve quatro aumentos consecutivos significativos, e os produtores de leite da Fonterra podem esperar um pagamento total em 2016/17 de NZ$ 6,50- $ 6,60 /kgMS, [R$ 1,18 a R$ 1,20/litro], antes das retenções, um salto enorme em relação aos NZ$ 4,30, [R$ 0,78/litro], de 2015/16. A expectativa é de que outras indústrias de laticínios cheguem ao mesmo nível. Não é bem um retorno aos dias de glória - o que seria NZ$8,50/kgMS, [R$ 1,55/litro], da Fonterra em 2013/14 - mas está bem à frente da estimativa inicial de NZ$ 5,05, [R$ 0,91/litro], do DairyNZ/kgMS. Não está tudo bom: o clima úmido da primavera reduziu a produção e o Reserve Banco [Banco Central] não equalizou a montanha de dívidas do setor lácteo - NZ$39 bilhões, pois os produtores pegaram mais empréstimos para passar pelos anos de baixa produção. Mas enquanto aguardam mais algumas boas temporadas para reparar os danos causados, ao menos as coisas estão prosperando. Chris Lewis, presidente da Federated Farmers Waikato, [Federação de Agricultores de Waikato], deu uma resposta apropriadamente cautelosa em novembro: "Estamos numa fase em que estamos quase começando a acreditar nisso", disse ele. (The Country - Tradução Livre: Terra Viva)

 

 

Porto Alegre, 19 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.413

 

​​Irlanda: pesquisa aponta que leite de vacas criadas a pasto produz lácteos de melhor qualidade

Pesquisadores da Irlanda disseram que há evidências de que vacas criadas a pasto produzem produtos melhores. A maioria das vacas do mundo são criadas em confinamento, diferente do que ocorre na Irlanda, onde a indústria de lácteos é quase totalmente baseada em pastagem - algo que é promovido globalmente por meio da campanha Origin Green, promovida pelo Bord Bia, órgão responsável pelo setor alimentício irlandês.

Além disso, os consumidores geralmente associam que o leite e os produtos lácteos produzidos por vacas mantidas a pasto são "mais saudáveis" do que os de vacas confinadas (que consomem ração e concentrados). Pesquisadores da cidade irlandesa de Cork disseram que têm evidências científicas que mostram os benefícios do leite produzido a pasto em termos de propriedades nutricionais, aparência, sabor e cor.

A pesquisa foi liderada pelo Teagasc e por pesquisadores da University College Cork (UCC), incluindo a professora Catherine Stanton, do APC Microbiome Institute, e pelo professor Paul Ross, da UCC. Os estudos foram publicados em dois trabalhos publicados no Journal of Dairy Science neste mês. Esse estudo é parte de um grande programa colaborativo no Centro de Pesquisa Teagasc Moorepark e no APC Microbiome Institute, chamado "Profiling Milk From Grass" ("Perfil do leite produzido a pasto", em uma tradução livre), que é financiado pelo Teagasc, pela Science Foundation Ireland e pelo Dairy Research Trust.

O estudante de PhD da Teagasc, Tom O'Callaghan, que é primeiro autor de ambos os estudos, disse que os resultados mostram que o leite e os produtos lácteos de vacas criadas a pasto têm concentrações maiores de gordura, proteína e caseína. "Em particular, o leite de vacas criadas a pasto tem concentrações significativamente maiores de ácidos graxos saudáveis". Ele disse que as diferenças são refletidas na manteiga produzida por vacas criadas a pasto e que ela é superior em aparência, sabor e cor - conforme confirmado por dados de um painel sensorial.

"A manteiga produzida com leite oriundo de vacas criadas no pasto também é nutricionalmente superior para o coração, pois apresenta menores escores de aterogenicidade e contém concentrações significativamente maiores de CLA (ácido graxo saudável) e betacaroteno, que dá à manteiga a cor dourada".

Stanton destacou que a manteiga feita de leite de vacas criadas a pasto era muito mais amarela na cor e mais cremosa do que a feita com leite de animais criados em confinamento. O próximo passo é mostrar que isso tem uma influência positiva de longo prazo na saúde humana por meio de estudos clínicos.

O professor, Pat Dillon, chefe do programa de Pesquisa e Inovação Animal e de Pastagem do Teagasc, disse que a pesquisa confirma a qualidade superior dos produtos lácteos produzidos a pasto. Ele disse que também há benefícios financeiros, já que os sistemas de confinamento seriam 15 a 20 centavos por litro mais caros do que o sistema a pasto. (Informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
Menos sobressaltos no mercado de lácteos 
Depois de um ano marcado por uma nova retração na produção de leite no Brasil, aumento das importações de lácteos ¬ o que elevou o déficit da balança comercial do setor ¬ e instabilidade nos preços internacionais, analistas esperam um cenário menos turbulento em 2017. A notícia positiva é que as condições para produzir leite no país devem ser mais favoráveis que no ano que passou, com uma menor pressão de custos. Esse fator somado à perspectiva de preços internacionais mais altos deve limitar as importações brasileiras, reduzindo o déficit da balança. Entre janeiro e novembro deste ano, o déficit da balança brasileira de lácteos ficou em US$ 436 milhões, mais de três vezes o saldo negativo registrado em todo o ano de 2015. O volume importado no período teve alta significativa (100 mil toneladas a mais) em relação ao janeiro a novembro de 2015, somando 225,5 mil toneladas. Tudo isso em decorrência, sobretudo, da menor oferta de leite no mercado interno. Mas a tendência é de que as importações de lácteos percam força, reduzindo o déficit, avalia Valter Galan, analista da MilkPoint, consultoria especializada no segmento. Uma das principais razões é que os preços internacionais devem desestimular as compras no exterior no ano que vem. "Com preços internacionais mais altos e dólar mais valorizado, a importação pelo Brasil deve cair 25% a 30%", estima. 

 

A perspectiva de alta nos preços internacionais se ampara em três fatores, segundo o analista: a produção de leite está em queda na União Europeia ¬ após um período de preços baixos em decorrência do fim do sistema de cotas, que estimulou a produção no bloco. A oferta também está sendo afetada pelo clima na Nova Zelândia e na Austrália. Além disso, a recente alta do petróleo no mercado internacional ¬ resultado da decisão de países produtores de reduzirem a produção ¬ deve estimular a demanda por lácteos nesses países. Para Galan, a valorização nos últimos leilões da plataforma Global Dairy Trade (GDT) já reflete esse novo cenário. Embora sempre haja incertezas em relação à China, a expectativa também é de alguma recuperação na demanda, já que houve abate de vacas leiteiras este ano no país, em decorrência de preços baixos aos produtores. A China é um dos maiores importadores mundiais de lácteos, mas seu apetite perdeu força este ano. Até outubro, o país importou 516,3 mil toneladas, 9,2% acima de igual período do ano passado. 

Esse ritmo de crescimento, porém, já foi maior. "Se esse cenário se confirmar, os preços devem ficar nos níveis atuais ou mais altos", diz Galan. No último leilão GDT, cujos preços são referência para o mercado internacional, a tonelada do leite em pó integral ficou em US$ 3.593, já acima dos níveis históricos de US$ 3.300 por tonelada. Ainda que considere que não deva ocorrer "nada de extraordinário" em relação à demanda internacional no próximo ano, Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria, afirma que o início da recuperação da demanda da China é um dos fatores que devem fazer os preços internacionais [do leite em pó integral] ficar entre US$ 3.500 e US$ 4.000 mil tonelada. 

À parte a oferta mais ajustada na Europa, o analista da Scot cita ainda a queda na produção nos Estados Unidos como fator que deve sustentar as cotações internacionais. Já para o Brasil, a expectativa é de que a produção comece a se recuperar após um ano em que os custos mais altos pressionaram as margens do setor durante a maior parte do período, avalia Ribeiro. Os preços mais baixos de milho e soja devem estimular o investimento em alimentação do gado leiteiro pelos pecuaristas. O menor custo dos grãos também deve permitir uma "recomposição de margens" pelos produtores, afirma o analista. Nesse cenário, "a produção no primeiro semestre do ano que vem deve ser maior que no primeiro semestre de 2016", avalia Galan. Neste ano, pelas estimativas da MilkPoint, a produção de leite inspecionada no Brasil deve ter caído cerca de 4% a 5% em relação ao volume de 24,05 bilhões de litros de 2015, conforme dados do IBGE em 2015. As previsões também são de clima "mais normal" no segundo semestre do próximo ano ¬ período de safra do leite ¬, acrescenta Ribeiro. Esse também é um fator favorável à produção. Em relação à demanda doméstica, porém, persistem incertezas em decorrência da crise econômica, e a expectativa é de que os preços aos produtores tenham variações mais próximas à inflação em 2017 após fortes altas neste ano, concordam Ribeiro e Galan. Em termos nominais, os preços aos produtores subiram 17,4% entre janeiro e novembro, segundo a Scot. 

Para Rafael Ribeiro, os volumes de venda de leite longa vida devem seguir crescendo, mas produtos de maior valor agregado, como iogurtes e queijos, devem continuar "patinando". Ao mesmo tempo em que há perspectiva de recuperação da produção de leite no Brasil, a menor disponibilidade da matéria¬prima na Argentina e no Uruguai ¬ principais fornecedores de lácteos para o Brasil ¬ também deve contribuir para o país importar menos, acredita Marcelo Costa Martins, diretor¬executivo da Viva Lácteos, que reúne laticínios brasileiros. E se os preços internacionais mais elevados são um fator de desestímulo às importações, podem dar alguma competitividade ao produto brasileiro no exterior, observa Martins. Segundo ele, algumas empresas já sinalizam que preços perto de US$ 4 mil a tonelada para o leite em pó integral, ao câmbio atual, criam um cenário mais favorável à exportação pelo Brasil. (Valor Econômico) 

REDUÇÃO DE INCENTIVOS E GRUPO DE PROTEÍNA ANIMAL

Após propor a redução de benefícios fiscais a indústrias, dentro do pacote que será votado a partir de hoje na Assembleia Legislativa, o governo do Estado pretende se debruçar sobre o setor de proteína animal. Um grupo de trabalho, formado por três secretarias e coordenado pelo presidente do BRDE, Odacir Klein, pretende identificar os gargalos que envolvem a produção de carnes e de leite. Uma das principais preocupações é não deixar que a perda de competitividade afaste investimentos tudo o que um Estado com as finanças em colapso não precisa.

- Queremos detalhar e aprofundar todo o setor de proteína animal. Sabemos que existem dificuldades na cadeia, como no abastecimento e na distância dos grandes centros consumidores - afirma Fábio Branco, secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.

Nos últimos anos, com a redução da área plantada com milho no Rio Grande do Sul, indústrias de aves e suínos optaram por ampliar seus investimentos em outros Estados - como Mato Grosso e Paraná, onde a safrinha responde por boa parte da produção do cereal no país.

Embora a relação da frente de trabalho com o pacote seja negada pelo governo, o grupo será uma forma de se reaproximar de empresários do agronegócio - após o projeto de lei de redução dos créditos presumidos ter sido desengavetado.

Além do Desenvolvimento Econômico, irão formar a frente de proteína animal as secretarias da Agricultura e do Desenvolvimento Rural. A escolha de Odacir Klein para coordenar os trabalhos se deu pela proximidade com o setor - acumulada em cargos anteriores de secretário da Agricultura e de presidente de entidades como a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio).

A próxima reunião do grupo está marcada para a primeira semana de janeiro, quando entidades representativas de indústrias já serão convidadas a participar. O clima do encontro dependerá do resultado da votação do pacote nesta semana - especificamente do projeto de lei que prevê a redução de até 30% dos incentivos fiscais.

Com testes a campo em diversas estações experimentais do Brasil, a Monsanto prepara a terceira geração de soja transgênica. A nova tecnologia, ainda sem nome, promete maior controle de lagartas e resistência a mais um herbicida, o dicamba - além do tradicional glifosato.

- A previsão de lançamento comercial é para 2020, mas isso vai depender da avaliação de agências regulatórias no país - informou Rodrigo dos Santos, presidente da Monsanto na América do Sul.

No último dia 8, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial de um dos eventos da nova semente de soja desenvolvida pela Monsanto no Brasil. Como a tecnologia envolve mais de um evento, ainda serão necessárias outras liberações comerciais do órgão. Em entrevista à coluna, o executivo explicou que a terceira geração transgênica, antecedida pela RR1 e Intacta RR2, terá como principal diferencial o controle a plantas daninhas que criaram algum tipo de resistência ao glifosato - herbicida mais usado no mundo.

Comprada pela alemã Bayer há três meses, em uma transação histórica de US$ 66 bilhões, a Monsanto aguarda a análise de agências de regulação de mercado. A negociação, que resultará na maior fornecedora de sementes e químicos do mundo, precisa passar pelo crivo de diversos países.

- A pré-aprovação de Brasil, China, Índia, União Europeia e Estados Unidos é a mais relevante - destaca Santos, prevendo o fim do processo de análise regulatória para o final de 2017. ((Zero Hora)

Mais leite no RS

Em quatro anos, as pequenas indústrias lácteas do Rio Grande do Sul investirão R$ 130,4 milhões. Após aplicar cerca de R$ 70 milhões entre 2015 e 2016, o setor planeja outros R$ 60,8 milhões entre 2017 e 2018, segundo a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil-RS).

O presidente da entidade, Wlademir Dall'Bosco, informa que os recursos serão aplicados na ampliação de plantas, modernização de equipamentos e assistência técnica para 9,4 mil produtores que fornecem a essas indústrias. Somente em qualificação, os investimentos mais do que duplicaram entre 2015 e 2016, chegando a R$ 5 milhões.

- Temos a preocupação em atender os pequenos produtores, por isso ampliamos este investimento em assistência e capacitação - ressaltou Dall'Bosco.

As empresas associadas processaram 730 milhões de litros de leite em 2016, representando 18% da produção gaúcha. Com os investimentos, devem chegar a 837 milhões de litros em 2018. Hoje, são cerca de 2,5 mil empregos, com previsão de chegar a 3 mil postos em dois anos. (Zero Hora)

 
Embrapa analisa oscilação do preço do leite nacional para produtores e consumidores (G1/Triângulo Mineiro)

 

Porto Alegre, 16 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.412

 

​​Conseleite/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 15 de Dezembro de 2016 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Novembro de 2016 e a projeção dos preços de referência para o mês de Dezembro de 2016. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (FAESC)

  
  
 
Encontro da Atividade Leiteira é realizado em Vila Maria

Na última sexta-feira dia (09/12), foi realizado o 9º Encontro da Atividade Leiteira, no município de Vila Maria. O evento promovido pela Emater/RS-Ascar, Prefeitura, e Associação Comercial, Serviços e Agropecuária de Vila Maria (ACIVI), aconteceu no Auditório Municipal Félix Rocco Cristan. E teve por objetivo contribuir para o conhecimento dos produtores de leite do município de Vila Maria e região. 

Os participantes conferiram palestras como Momento Sicredi, com o gerente da unidade do Sicredi de Vila Maria, Jair Ávila e alternativas forrageiras e nutrição de bovinos de leite, com a zootecnista e doutoranda pela Universidade de Passo Fundo (UPF), Valéria Biazus. 

O Encontro teve o apoio da Câmara de Vereadores, Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário de Vila Maria, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vila Maria, Cooperativa Santa Clara, Cooperativa Piá, Laticínios Princesul e da Faculdade de Medicina Veterinária da UPF, com patrocínio da Sicredi e da Gráfica Vila Maria. (Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar - Regional de Passo Fundo)

Cone Sul 

A chegada do verão na Argentina e no Uruguai aumenta gradualmente as temperaturas, provocando estresse nas vacas leiteiras. Embora o volume de leite esteja em declínio, existem suprimentos suficientes para as necessidades atuais da indústria. Os sólidos do leite (creme e proteína) estão em queda. De modo geral, os volumes de leite destinados ao processamento de leite fluido de consumo estão menores, em decorrência das férias escolares de verão. Portanto há mais leite disponível para industrialização. O processamento de queijo e de iogurte está muito ativo, com forte demanda por parte dos varejistas e foodservices. As condições das pastagens estão de razoáveis a boas na Argentina e no Uruguai. 

De acordo com o Instituto Nacional do Leite (INALE), em outubro, os volumes de leite das fazendas no Uruguai enviados para os processadores foram de 191,9 milhões de litros, 11,0% acima do mês anterior, mas 7,0% menor do que ano passado. De janeiro a outubro de 2016, a captação de leite pelas fábricas totalizou 1.427 milhões de litros, queda de 11,4% em relação ao mesmo período em 2015. O preço do leite pago ao produtor, em outubro, foi de UYU$ 8,93 por litro, 1,6% a mais do que mês anterior e 18,0% a mais do que no mesmo mês do ano passado, e equivale a US$0,31/litro ou cerca de US$13,83/cwt. A produção de leite na fazenda é desigual no Brasil, uma vez que prevalecem grandes chuvas no estado leiteiro de Minas Gerais. No entanto, com estas condições meteorológicas, muitos produtores estão antecipando a renovação de pastagens. A demanda de leite fluido de consumo por mercearias e restaurantes é boa, mas menor nas instituições de ensino. 

 
O volume excedente de leite está sendo destinado para a fabricação de leite em pó integral, porque a demanda da indústria de processamento de alimentos é forte. O engarrafamento de leite UHT está menos ativo esta semana. Houve ligeiro aumento nas cotações do leite no mercado spot nestas duas últimas semanas, saltando de R$1,09 para R$1,11 ou US$0,33. Esta semana, o preço médio do litro de leite UHT é de R$2,04 ou US$ 0,60. De acordo com o Centro de Estudos em Economia Aplicada (CEPEA), o Índice de Captação de Leite (ICAP-L / Cepea) no Brasil, em outubro, foi de 187,65, um aumento de 0,1% em relação ao mês anterior, porém 4,2% menor do que ano passado. O preço médio bruto recebido pelos produtores de leite no Brasil, em novembro, foi de R$1,34 por litro, o que representa queda de 10,9% em relação ao mês anterior, mas aumento de 27,3% em relação ao ano passado. Este montante é igual a US$0,42/ litro ou em torno de US$18,48/cwt. (USDA - Tradução livre: Terra Viva)

Tetra Pak lança nova embalagem assética de cartão

A Tetra Pak lançou uma nova versão da embalagem Tetra Brik Aseptic 1000 Edge, uma embalagem com sistema de abertura LightCap 30 de origem biológica. De acordo com a empresa, " a nova embalagem é produzida com uma película plástica e tampa fabricadas a partir de polímeros derivados da cana-de-açúcar. Em combinação com o cartão, a fração de materiais provenientes de fontes renováveis na embalagem eleva-se para mais de 80%, o limiar para a certificação quatro estrelas da Vinçotte, agência de acreditação, com sede na Bélgica, mundialmente reconhecida por avaliar o conteúdo renovável de embalagens."

Para além disso, segundo a Tetra Pak, esta nova versão "apresenta uma pegada de carbono 17% inferior comparativamente com a embalagem convencional, de acordo com uma análise de ciclo de vida independente conduzida pelo IVL - Instituto de Investigação Ambiental sueco."

"Aumentar o uso de materiais renováveis, definidos como recursos naturais que podem ser repostos ao longo do tempo, desempenha um papel cada vez mais importante na mitigação da escassez de recursos e nas alterações climáticas", refere Philippe Dewolfs, Presidente do Comité de Certificação da Vinçotte. "Esta é a única embalagem assética de cartão que certificámos, até ao momento, e qualificou-se para uma certificação de quatro estrelas." Já Charles Brand, Vice-presidente Executivo de Gestão de Produto e Operações Comerciais da Tetra Pak, explica que "há uma tendência crescente de consumidores que querem fazer mais pelo planeta e que querem que as marcas os ajudem. Com a certificação da Vinçotte, a nossa nova embalagem dá aos clientes informações credíveis para comunicarem com os consumidores, além de os ajudar a diferenciar os seus produtos." (Fonte: Distribuição Hoje)
 
Eleição do Fundesa
O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), em reunião realizada ontem, reelegeu Rogério Kerber para o sétimo mandato à frente da entidade. Na assembleia, o fundo deliberou sobre os novos valores a serem pagos em indenização para criadores de gado leiteiro em caso de tuberculose e brucelose. Os valores variam de R$ 972,00 para animais sem registro - que representam 90% do gado leiteiro do estado - até R$ 2,7 mil para exemplares puros de origem. (Correio do Povo)

 

Porto Alegre, 15 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.411

 

​​    Setor de serviços é determinante para os principais ganhos do PIB dos municípios gaúchos em 2014

A Fundação de Economia e Estatística (FEE), em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta quarta-feira, 14, o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios para 2014. O maior setor de atividade no Rio Grande do Sul é o serviços, que gerou um total de R$ 208,6 bilhões em 2014 (58,3% do PIB do estado), seguido pela indústria (20,2%) e a agropecuária (8,1%). O município com maior PIB segue sendo Porto Alegre (R$64,0 bilhões), seguida por Caxias do Sul, Gravataí, Canoas, Santa Cruz do Sul, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Rio Grande, São Leopoldo e Pelotas.
Os dez maiores municípios do estado representaram 42,2% do PIB total do RS (ante 42,7% em 2013). Dentre as características dessas 10 cidades está a população expressiva (população superior a 100.000 habitantes) e o setor de serviços como a atividade econômica mais importante. Em 111 municípios a agropecuária é a principal atividade. Já em outros 23 municípios a indústria é o principal setor. Os serviços se destacam em 363 municípios. Segundo o economista da FEE, Guilherme Risco, são vários município em que a atividade agropecuária é o maior setor, mas são cidades pequenas no geral e com isso, no todo do RS, a agropecuária acaba tendo um tamanho geral menor. "Já o setor serviços está presente em todos os municípios de uma  maneira geral, porque tem uma relação mais forte com as outras atividades", explica.

O maior Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária no Estado foi gerado no município de Cachoeira do Sul (1,6% do VAB da agropecuária gaúcha). Já o município de Caxias do Sul teve o maior VAB industrial do estado (9,8% do setor). Enquanto que Porto Alegre se destaca por ser o maior VAB de serviços do estado (22,8% do setor).

O PIB per capita do Rio Grande do Sul foi de R$ 31.927 em 2014. O município com maior valor no Estado continua sendo Triunfo (R$ 184.668,72), devido às atividades do polo petroquímico. Na sequência, destacam-se os Municípios de Muitos Capões (R$ 119.432,80), devido a produção de soja, Horizontina (R$ 103.535,12), em que predominam atividades de fabricação de máquinas agrícolas, e Pinhal da Serra (R$ 98.696,07), que possui uma usina hidroelétrica. Já os menores níveis de renda per capita são: Alvorada (R$ 10.637,61), Ametista do Sul (R$ 10.701,15), Caraá (R$ 10.935,27), Amaral Ferrador (R$ 11.110,28), Dezesseis de Novembro (R$ 11.382,48) e Benjamin Constant do Sul (R$ 11.385,67).

Da esquerda para direita: os economistas da FEE Guilherme Risco, Roberto Rocha, Martinho Lazzari (Diretor Técnico) e Juarez Meneghetti (Supervisor do Centro de Indicadores Econômicos e Sociais) divulgam os dados para a imprensa e pesquisadores

No comparativo com 2013, o PIB do RS apresentou, em 2014, um crescimento nominal de 7,7%. Resultado de uma queda de 0,3% no volume produzido e um de um aumento de 8,0% nos preços. O setor que mais contribuiu para esse desempenho foi o de serviços, que cresceu nominalmente 11%. Os setores de indústria e agropecuária também apresentaram variações positivas de 4% e 0,42% respectivamente. Os cinco municípios que apresentaram maior crescimento relativo do PIB nominal foram: Candiota (82,8%), Nova Araçá (49,3%), Lindolfo Collor (37,2%), Santa Clara do Sul (35,4%) e Erval Grande (34,2%).

Os municípios que tiveram maior ganho de participação no PIB do Estado foram: Porto Alegre (0,45p.p), Santa Cruz do Sul (0,21 p.p), Guaíba (0,18 p.p), São Leopoldo (0,12 p.p), Santa Maria (0,08 p.p), Sapiranga (0,07 p.p), Horizontina (0,07 p.p), Pelotas (0,06 p.p), Novo Hamburgo (0,059 p.p) e Bento Gonçalves (0,058 p.p).

Em 2014 os municípios que tiveram a maior queda de participação no PIB do Estado foram: Canoas (-0,58 p.p), Rio Grande (-0,39 p.p), Triunfo (-0,34 p.p), Caxias do Sul (-0,19 p.p), Passo Fundo (-0,11 p.p), Aratiba (-0,11 p.p), Erechim (-0,08 p.p), Cruz Alta (-0,05 p.p), Ijuí (-0,04 p.p) e Tupanciretã (-0,039 p.p).

Mudanças de posição
As principais mudanças de posição em relação a 2013, nos maiores municípios, são: Gravataí sobe uma posição. Canoas cai uma. Santa Cruz do Sul vai de 8º para 5º. Novo Hamburgo sobe uma. Passo Fundo cai de 6º para 7º. Rio Grande cai de 5º para 8º. Pelotas cai uma posição. Dentre os 10 maiores, entra São Leopoldo (vai de 11º para 9º) e sai Triunfo (vai de 10º para 15º).

"Em 2014 não teve um evento mais extraordinário como quebra de safra, fatores climáticos ou mesmo recuperação expressiva de algum setor, sobretudo no agronegócio. Como a indústria cresceu pouco em termos nominais, o setor de serviços acabou se destacando e  com isso foi determinante para os municípios com melhor desempenho", explica Risco. (FEE)
 
 
IBGE: captação de leite no Brasil cai pelo 8º trimestre consecutivo
O IBGE divulgou nesta quinta-feira (15/12), os dados de captação brasileira de leite para o terceiro trimestre deste ano. O volume de leite captado no período foi de 5,8 bilhões de litros, 2,6% inferior quando comparado a este mesmo trimestre do ano de 2015. 

 

No acumulado de janeiro a setembro, a captação de leite apresentou queda de 4,9% em relação ao mesmo período de 2015, com um total de 16,9 bilhões de litros de leite captados, uma queda de cerca de 867 milhões de litros em relação ao ano passado. 

Os dados mostram que, devido às altas de preços que ocorreram na metade do ano, a captação de leite apresentou um cenário de menor retração do que nos 2 primeiros trimestres do ano. Enquanto a queda na captação deste terceiro trimestre em relação ao mesmo trimestre de 2015 foi de 2,6%, as quedas no primeiro e segundo trimestres do ano haviam sido de, respectivamente, 4,5% e 7,8%. 

Com mais este trimestre de queda, a captação de leite do Brasil completou 8 trimestres consecutivos em retração, como pode ser conferido no gráfico 2 abaixo.

Gráfico 2 - Captação brasileira de leite - variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Fonte: IBGE. 
  

Ao analisar o desempenho de captação das regiões brasileiras, em uma comparação a este mesmo trimestre do ano passado, apenas a região Sul apresentou leve alta, de 0,8%. As regiões Nordeste e Centro-oeste, por outro lado, apresentaram quedas mais significativas, de 10,7% e 6,6% respectivamente.

Gráfico 3 - Variação da captação de leite por região (3º Tri 2016 x 3º Tri 2015). Fonte: IBGE. 

 

Como observa-se no gráfico 3, a região Sul foi a única que apresentou altas no seu leite captado para o 3º semestre. Em relação a este mesmo trimestre de 2015, as quedas foram de 4% em Minas Gerais, 0,8% em São Paulo, 0,2% no Paraná, 5,2% no Rio Grande do Sul e -4% em Goiás. Santa Catarina foi o único estado que apresentou alta, de 10,9% em relação ao 3º trimestre de 2015. 

Gráfico 4 - Variação da captação de leite nos principais estados (3º Tri 2016 x 3º Tri 2015). Fonte: IBGE. 

 

Ideas for Milk: conheça a equipe vencedora do desafio!

O Ideas for Milk é o primeiro desafio de startups exclusivo para um dos maiores setores do agronegócio brasileiro: o leite, que reúne quatro milhões de trabalhadores, com 1,3 milhões de produtores atuando em 99% dos municípios brasileiros. O desafio foi idealizado como uma oportunidade para desenvolver um novo mercado, que associa o conhecimento disponível em instituições de pesquisa e ensino ao conhecimento em tecnologias da informação e comunicação, reunindo profissionais dos dois universos. A iniciativa abre caminho para uma visão sobre a pesquisa e a inovação no agronegócio, explorando o ambiente colaborativo e de respostas rápidas para os usuários finais. Os movimentos em curso no país e no exterior mostram que esse caminho é imprescindível na busca de desenvolvimento e competitividade para o mercado brasileiro.
Equipe vencedora: 

Uma plataforma que acompanha e gerencia a rota do leite desde o produtor até a indústria foi a iniciativa vencedora da final nacional do desafio de startups Ideas for Millk. A equipe SCL Rota - Sistema de Coleta de Leite é de Belo Horizonte (MG) e apresentou a plataforma que automatiza e integra os dados do processo de coleta e captação de leite de laticínios e cooperativas de ponta a ponta. 

 
O segundo lugar ficou para a equipe Sytech Feeder (finalista de Juiz de Fora - MG), que desenvolveu um sistema integrado hardware/software que monitora em tempo real o consumo de concentrados de bezerras, com o objetivo de definir o momento do desaleitamento, otimizar tempo e mão de obra, promover ganho em desempenho e reduzir custo alimentar. 

E o terceiro lugar ficou com a equipe SysLar - UFSC (finalista de Porto Alegre - RS), que apresentou um sistema para o monitoramento e controle em tempo real do percentual de gordura no leite, empregado na etapa de padronização, a fim de aumentar a eficiência da produção de leite e a qualidade dos produtos derivados.

De 137 inscrições selecionadas a oito finalistas
O processo de seleção durou cerca de cinco meses. Após o primeiro filtro seletivo, de 137 iniciativas foram escolhidas 40 para participar das finais regionais em oito cidades brasileiras: Belo Horizonte (MG), Juiz de Fora (MG), Viçosa (MG), Lavras (MG), Campinas (SP), São Carlos (SP), Piracicaba (SP) e Porto Alegre (RS).

Na etapa final do desafio, 31 profissionais de referência na pesquisa agropecuária, no mercado e em negócios de TI (tecnologia da informação) avaliaram os oito finalistas quanto: ao tamanho do problema a ser resolvido (relacionado ao tamanho do público-alvo e/ou mercado); à expectativa de longo prazo para o produto ser melhorado e expandido; quanto à dificuldade de implantação e execução da solução proposta: e quanto ao estágio de desenvolvimento do produto no momento do desafio. A Equipe MilkPoint parabeniza todos os participantes e o vencedor do concurso! Para mais informações, acesse: http://www.cnpgl.embrapa.br/ideasformilk. (Milpoint)

 
 
Rotulagem de alimentos 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Instituto Nacional de Saúde Pública do México (INSP) divulgaram em novembro um relatório defendendo a implementação da rotulagem nutricional na parte da frente da embalagem de alimentos para facilitar a compreensão do consumidor e prevenir a obesidade em crianças e adolescentes.  

O Idec apoia a iniciativa e defende que ela seja incluída nas normas de rotulagem nutricional no Brasil, em revisão pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O relatório contempla uma análise feita pelas organizações com mais de dois mil produtos alimentícios em quatro países da América Latina (Argentina, Chile, Costa Rica e México). A pesquisa constatou que 49% dos alimentos continham pelo menos uma alegação nutricional (uma frase no rótulo que destaca características positivas do produto) e 21% tinham personagens infantis. Cereais matinais e produtos lácteos, que contêm grande quantidade de açúcar, foram os que mais utilizam alegações nutricionais positivas, com 70% e 73%, respectivamente, de acordo com o levantamento. 

Para as entidades, a rotulagem de alimentos e bebidas ultraprocessados dirigidos a crianças e adolescentes deveria enfatizar os nutrientes que contribuem para o excesso de peso e para doenças crônicas não-transmissíveis, como açúcares adicionados, gorduras, sódio e energia. Além disso, elas defendem que os países devem regular os diferentes elementos da embalagem que podem influenciar na escolha de um produto, como personagens, alegações e ofertas promocionais. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, a prevalência de sobrepeso e obesidade infantil na América Latina é de 25% em crianças e adolescentes. "A promoção e publicidade de alimentos e bebidas contribuem significativamente para o aumento da obesidade nessa faixa etária e para o desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis na idade adulta", destaca Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec.

Melhorias no rótulo
As organizações também avaliaram a preferência dos consumidores entre modelos diferentes de apresentação da informação nutricional do rótulo. O relatório aponta que mais de 95% dos entrevistados com menor escolaridade preferiram o sistema de "semáforo", que indica por meio de cores o teor de nutrientes críticos para a saúde (açúcar, sódio e gorduras). Durante os meses de junho e julho deste ano, o Idec realizou uma pesquisa semelhante com consumidores brasileiros que apontou que 93,3% apoiavam a proposta de rotulagem frontal, e 71,2% dos consumidores preferiram o sistema de "semáforo", em relação aos outros.

O Idec defende que a revisão das normas de rotulagem de alimentos seja realizada o mais rápido possível, e apoia a adoção de informações frontais que destaquem os riscos que o alimento oferece à saúde. "O Brasil precisa avançar urgentemente na revisão das normas de rotulagem nutricional para que essa informação possa de fato ser utilizada para a promoção da alimentação adequada e saudável", afirma Bortoletto. (Idec)

 
 
Faturamento com as exportações de lácteos aumentou em novembro na comparação mensal
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o Brasil exportou US$23,22 milhões em produtos lácteos em novembro deste ano. Na comparação com o mês anterior, o faturamento aumentou 80,0%. O volume embarcado também cresceu, mas em menor proporção. Passou de 4,96 mil toneladas em outubro para 6,19 mil toneladas em novembro, alta de 24,8%. O produto mais exportado foi o leite em pó, que somou 5,02 mil toneladas e US$20,64 milhões em faturamento. Os principais compradores dos produtos lácteos brasileiros, em valor, foram a Venezuela (67,3%), os Estados Unidos (7,8%) e Arábia Saudita (3,5%). Na comparação com novembro do ano passado, porém, o volume e o faturamento caíram 28,6% e 35,8%, respectivamente. (Scot Consultoria)

 

Porto Alegre, 14 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.410

 

​​    PIB trimestral: economia gaúcha apresenta desempenho mais favorável que a nacional
 
Pelo terceiro trimestre consecutivo, a economia gaúcha apresenta um desempenho mais favorável que o nacional, apesar de ambos os cenários serem ainda de retração. Entre julho e setembro de 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul teve uma redução de 1,7% em relação ao mesmo trimestre de 2015. Em sua composição, o Valor Adicionado Bruto (VAB) caiu em 1,3%, e os impostos líquidos tiveram queda de 4,6%. Já o PIB do Brasil registrou uma redução de 2,9%, com um recuo de 2,5% no VAB e de 4,8% nos impostos líquidos. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2016 foram divulgados nesta terça-feira (13) pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). A queda do PIB do Rio Grande do Sul no terceiro trimestre de 2016 é a menor queda desde o segundo trimestre de 2015.

Taxas (%) de crescimento trimestrais do Produto Interno do Brasil (PIB) e do Rio Grande do Sul -- 3.º trim./2016


FONTE: FEE/CIES/Núcleo de Contas Regionais -  IBGE/DPE/Coordenação de Contas Nacionais

O melhor desempenho da economia gaúcha, comparado ao do Brasil, decorre, principalmente, da retração menos acentuada dos serviços (-1,6% no RS; -2,2% no Brasil). O comércio diminuiu significativamente sua queda (-2,8% no trimestre contra 6,4% no segundo trimestre de 2016), enquanto a atividade de transporte passou de um crescimento de 2,9% no trimestre anterior para uma redução de 1,8% nesse. Os outros serviços tiveram uma leve melhora, ao passo que a administração pública uma pequena queda. Serviços de informação, intermediação financeira e atividades imobiliárias apresentaram estabilidade entre um trimestre e outro.  Segundo o economista Roberto Rocha, Coordenador do Núcleo de Contas Regionais, "O melhor resultado da economia gaúcha em relação à nacional está associado com um melhor desempenho de seu mercado de trabalho".

 
Economista Roberto Rocha (esq), o Presidente da FEE e também Secretário adjunto do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Regional, José Reovaldo Oltramari, o Diretor Técnico da FEE, economista Martinho Lazzari, e o economista Juarez Meneghetti durante a divulgação dos dados do PIB trimestral

A agropecuária gaúcha, que tem um peso reduzido no terceiro trimestre, cresceu principalmente pela contribuição da pecuária (+2,1% no RS; queda de 6,0% no Brasil) e do cultivo de laranja, destaque do trimestre na agricultura, mas com pequena participação na lavoura.

A indústria gaúcha registrou queda (-4,6%) superior à brasileira (- 2,9%). Observa-se que todos os quatro segmentos da indústria caíram no trimestre e, com exceção da extrativa, apresentaram queda maior do que no trimestre anterior. Em comparação com o Brasil, o único segmento que teve um resultado melhor foi o da construção civil, com queda de 1,4%, ante 4,9% na média nacional.

Para o Diretor Técnico da FEE, economista Martinho Lazzari, "a tendência do PIB trimestral do RS aponta que terminaremos o ano de 2016 com uma queda um pouco menor que a do País. Apesar disso, ainda é prematuro prever quando a economia sairá da recessão". (FEE)
 
 
Leite/Oceania 

Na Austrália, muitos analistas observam que a temporada de produção de leite mudou para mais tarde este ano, em relação às temporadas típicas. Até agora tem passado por frio e umidade na primavera, mantendo a temperatura mais fria do que o normal, com chuvas de verão. O crescimento das forragens é adequado, e as pastagens estão abundantes. O conforto animal é muito bom. A expectativa é de que os produtores consigam manter níveis estáveis de produção a um custo razoável. O abate antecipado de vacas deverá reduzir um pouco a produção de leite. Muitos produtores estão cautelosos em considerar a expansão do rebanho, conscientes de que a melhoria dos preços está condicionada aos volumes atuais de produção de leite. 

De acordo com a Dairy Australia, a produção de leite em outubro de 2016 ficou 11,4% abaixo do nível de outubro de 2015. Na Nova Zelândia a produção de leite de outubro e de sólidos do leite ficaram muito aquém dos níveis de um ano antes. Em outubro de 2016 a produção foi de 3,04 milhões de toneladas, depois de ter produzido 2,57 milhões de toneladas em setembro. Em outubro de 2015 foram produzidas 3,21 milhões de toneladas de leite. Os sólidos do leite em outubro totalizaram 247,43 milhões de quilos, e ficaram acima dos 210,11 milhões de quilos de setembro. Entretanto, em outubro de 2015 os sólidos do leite chegaram a 263,47 milhões de quilos. Os preços firmes do leite acompanham a menor produção. Algumas indústrias reavaliaram os preços, recentemente, e fizeram previsões de pagamentos maiores. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

Leite/Europa

A captação de leite na União Europeia subiu 1,5% de janeiro a setembro de 2016, de acordo com o Observatório do Mercado de Leite. No entanto, em setembro houve queda de 3%, sendo o quarto mês consecutivo de redução. As quedas ocorrem nos maiores países produtores, incluindo Reino Unido, Alemanha e França. A expectativa é que essas reduções levem a um equilíbrio em 2016. A média dos preços do leite aos produtores aumentou 5,2% em setembro, chegando a € 27,8/100 kg. Esta recuperação recente dos preços na União Europeia foi decorrente da queda na oferta. Resta acompanhar o desempenho das exportações como níveis de preços mais elevados. As remessas da União Europeia em setembro continuaram firmes, com exceção do leite em pó desnatado, que registrou queda de 18,7%. 

A produção de leite na Rússia de janeiro a outubro deste ano ficou 0,08% menor que no mesmo período de 2015, de acordo com a CLAL. Em outubro de 2016 a produção caiu 13,99%$ em relação a outubro de 2015. A média mensal dos preços na Rússia em outubro deste ano calculada em rublos, foi 9,7% superior à de setembro. De janeiro deste ano a outubro, subiu 4,5% em relação ao mesmo período de 2015. Embora a produção de leite na Polônia durante o mês de outubro tenha sido 0,6% menor em relação a outubro do ano passado, no acumulado do ano, janeiro a outubro, houve crescimento de 2,4% em relação ao mesmo período de 2015. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

 

Fiscais agropecuários gaúchos anunciam greve

Os fiscais estaduais agropecuários do Rio Grande do Sul devem parar as atividades a partir de sexta-feira, 16 de dezembro, até a votação final do pacote orçamentário do Governo Sartori. A decisão da categoria integra a mobilização de servidores ligados ao Sindicato dos Técnicos Científicos do RS (Sintergs) e foi tomada na manhã desta terça-feira, 13, em assembleia realizada na Praça da Matriz na capital Porto Alegre.

"Só não paramos antes pois precisávamos realizar assembleia", esclarece a presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro), Angela Antunes. Os fiscais estaduais agropecuários atuam diretamente ligados ao agronegócio e o principal impacto da greve será nos abatedouros de inspeção estadual e na emissão de guias de trânsito animal (GTA) realizada nas Inspetorias de Defesa Agropecuária.

"Precisamos que o governo Sartori olhe para o funcionalismo como propulsor do desenvolvimento do Estado. Somos nós que fazemos a roda girar. O governador sempre nos mostra como vilões para a atual situação que vivem os gaúchos e isso não é justo", protesta Angela.

Nos próximos dias, a Afagro vai definir quais serão as medidas a serem adotadas pela categoria para integrar a greve do funcionalismo gaúcho. Entretanto, a diretoria da entidade já alerta que, com a suspensão dos abates pela paralisação dos fiscais, poderá haver falta de carne nos mercados. (As informações são da Afagro)

 
Queijo artesanal serrano
A produção e comercialização de queijo artesanal serrano produzido em 16 municípios dos Campos de Cima da Serra foi legalizada em projeto aprovado pela Assembleia Legislativa. Em 2010, portaria da Secretaria da Agricultura, na época sobr comando de Gilmar Tietböhl, havia liberado a venda de produto em 11 municípios da região. (Zero Hora)