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Porto Alegre, 30 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.909

     Lácteos/AR

As vendas de produtos lácteos caíram pelo terceiro ano consecutivo e o consumo de leite despencou. O setor lácteo passa por uma situação crítica. A crise que atravessou nos últimos anos é o modelo de produção setorial, com uma realidade empresarial que não se adaptou à retração das vendas e à forte inflação dos custos, conforme adverte o boletim da Universidade de Avellaneda.

Uma das variáveis que explicam a menor produção primária e industrial de leite é a queda do consumo interno, que foi reduzido pelo terceiro ano consecutivo em 2018. Segundo dados oficiais do Ministério da Agroindústria, as vendas internas de leite fluido diminuíram 1,3% nos primeiros 11 meses de 2018. Se comparado com o mesmo período de 2015, será registrado um retrocesso de 10 pontos percentuais nas vendas.
 
Aumento dos produtos lácteos e derivados
Em 2018, o iogurte foi o que mais encareceu: 73,1%. Em seguida vem a manteiga com 51,6% de aumento, o leite em pó 49,6%, e o doce de leite 47,9%$. Estes quatro subiram acima da inflação geral, que encerrou o ano passado em 47,6%, segundo o INDEC. O leite fresco, no entanto, aumento 47% e o queijo cremoso 45,1%.
 

Queda das vendas em 2018
O leite em pó (-8,4%). Leite achocolatado (-6,4%); sobremesas lácteas e flãs (-6,2%), iogurtes (-5,5%); creme (-4,2%); manteiga (-3,3%) e leite fluido (-1,3%). Esta retração do setor determinou uma forte queda na quantidade de fazendas de leite, que acumula 8,1% de perdas em três anos, passando de quase 11.500 unidades em 2015, para pouco mais de 10.700 no último ano. Isto se reflete nos postos de trabalho do setor, que 4,1% (1.400 empregos destruídos). Apesar da retração do setor, a alta concentração na comercialização e a inflação de custos, determinaram aumentos médios dos lácteos na ordem de 170%, acumulado. (Portalechero – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

Trump anuncia Acordo EUA-México-Canadá e destaca os benefícios do mesmo para os lácteos

O presidente Donald Trump discursou na convenção nacional da American Farm Bureau Federation em Nova Orleans recentemente. Ele comentou sobre diversos aspectos relacionados às questões comerciais em andamento, incluindo as tarifas com a China e o novo Acordo EUA-México-Canadá (USMCA).

"Tomamos as medidas mais duras de sempre para confrontar as práticas comerciais injustas da China que prejudicam os agricultores e pecuaristas americanos. Queremos um acordo justo para os agricultores americanos, removendo as proibições arbitrárias da China às importações agrícolas, protegendo nossa propriedade intelectual e fornecendo acesso justo ao mercado para todos os produtores americanos".

O presidente também anunciou o novo USMCA como um substituto bem-vindo para o Acordo de Livre Comércio da América do Norte. "O NAFTA foi um dos piores acordos comerciais já feitos", disse. "Esse importante acordo comercial aumentará as exportações de trigo de Montana, laticínios de Wisconsin, frango da Geórgia e produtos de agricultores e pecuaristas em todo o país". 

Como parte de seus comentários sobre o acordo comercial, Trump também comentou sobre o Canadá e as negociações que ocorreram para garantir maior acesso ao mercado como parte do USMCA. Ele destacou a família Peterson, produtores de leite de Wisconsin que ordenham cerca de 900 vacas perto de Cashton, Wisconsin. "Como muitos dos nossos grandes agricultores, os Peterson enfrentaram uma série de ameaças à sua fazenda e a todo o seu modo de vida. Durante anos, o NAFTA tornou difícil para os produtores de leite como os Peterson exportar leite, sorvete, queijo e muitos outros produtos lácteos. Sob o USMCA, a família finalmente terá as condições de igualdade que mereciam". (As informações são do portal Milk Business, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 
Preços/Uruguai 
A partir de 1º de fevereiro o preço do leite fresco terá aumento de 1,30 pesos, [R$ 0,15]. Também o Poder Executivo estabeleceu que em agosto haja novo aumento de 1,48 pesos, [R$ 0,17]. O custo atual é de 25 pesos, [R$ 2,88/litro]. A medida atende uma das reivindicações dos produtores de leite, dado que entendem que o preço do leite de consumo está defasado em relação ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC) há vários anos. Isto para os produtores implica um aumento nos custos, mas, não no faturamento. Na tarde da próxima quarta-feira, 30 de janeiro, o subsecretário de Economia e Finanças, Pablo Ferreri, receberá novamente as entidades do setor lácteo que deverão apresentar medidas “mais específicas para o setor” e escutarão as propostas. Nos primeiros dias de janeiro, Pablo Ferreri realizou um encontro onde os produtores de leite deram um crédito ao governo no que se refere a algumas medidas que poderiam ser adotadas nesse momento complicado que vive o setor. Ferreri disse que uma das propostas por parte do governo é a possibilidade de prorrogar por mais um ano a devolução de impostos incidente sobre o combustível dos produtores que são tributados, além de um novo desconto na tarifa de energia elétrica dos produtores de leite, que se juntarão às pequenas e médias empresas que têm desconto de 20%. Em assembleia de produtores realizada no dia 13 de dezembro em Capurro, os produtores deram o prazo de um mês para que o governo adotasse medidas favoráveis ao setor, ou os protestos iriam retornar. (El Observador – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Porto Alegre, 29 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.908

     Argentina: produção de leite cresceu 4,3% em 2018, mas número de fazendas cai

A produção de leite da Argentina em 2018 cresceu 4,3% em relação ao ano anterior e atingiu 10,527 milhões de litros, segundo o Observatório da Cadeia Leiteira Argentina (OCLA). A agência também revelou que em dezembro a produção de leite caiu 2,1% em relação ao ano anterior e 3,4% em relação a novembro de 2018. "O crescimento desacelerou, atingindo valores negativos no último trimestre", cita o relatório, que explica que a produção do primeiro trimestre de 2018 aumentou, em relação ao ano anterior em 9,5%; no segundo trimestre, 5,2%; no terceiro, 4%; e nos últimos três meses do ano diminuiu 0,3%.

O lucro que os produtores de leite têm hoje na Argentina não é o melhor. Até dezembro do ano passado, a margem de referência - a diferença entre o preço do leite menos o custo dos alimentos e o custo de oportunidade da terra - era de US$ 0,143 por litro. A média, no decorrer dos últimos doze meses, foi de US$ 0,198. Todos esses dados estão longe do máximo, de US$ 0,281, em abril de 2015, e mais próximos do mínimo recente, de US$ 0,081.

Até novembro, de acordo com os dados mais recentes disponibilizados pela OCLA, no mercado interno o preço recebido pelo produtor primário era de 9,11 (US$ 0,242), longe dos 33,43 pesos (US$ 0,891) que são cobrados ao consumidor em um local. No entanto, no mercado externo, onde recebe 9,11 pesos (US$ 0,242) do preço final, que é de 14,53 pesos (US$ 0,387), os produtores conseguem captar 62,7% do valor.

A participação geral dos principais produtores chega a 31,1% da cadeia de valor, enquanto a parcela industrial leva 27,3%. As lojas - a última parte do processo de venda – ficam com 25,2%, enquanto o Estado, por outro lado, capta 16,3% do valor total, segundo dados fornecidos pelo Instituto Argentino de Professores Universitários de Custos (IAPUCO).

Os produtos lácteos no mercado interno tiveram um aumento anual de 49,6% na Grande Buenos Aires e de 44,5% na Capital Federal em dezembro, conforme relatado pela OCLA, em linha com o aumento do Índice de Preços ao Consumidor do Indec. "Houve um atraso significativo no preço da cesta de laticínios, mas no final do ano ela estava se recuperando", argumentou a entidade.

Como reflexo da crise no setor, há cada vez menos fazendas leiteiras: segundo a OCLA, em 2002 havia 15.000, mas em 2018 chegaram a 10.722, quando um ano antes elas somavam 11.326. O número de vacas também caiu: em 2017 eram 1,72 milhão e em 2018 diminuíram para 1,59 milhão.

Apesar das últimas más notícias, no período 1970-2018 a produção de leite na Argentina mostrou um crescimento anual acumulado de 2%. Os dados são "até superiores ao desempenho mundial, que atingiu uma taxa de 1,4%".
Em 28/01/19 – 1 Peso Argentino = US$ 0,02666
37,5069 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do https://www.cronista.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 

CNA defende revogação de decreto de reduz descontos sobre energia no meio rural

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) quer a revogação de um decreto publicado no ano passado que reduz gradualmente os descontos sobre a tarifa básica de energia nas propriedades rurais.  Segundo a entidade, a medida vai elevar o custo de produção principalmente para os pequenos irrigantes e aquicultores, com aumento imediato no preço. 

Pelo Decreto 9.642/2018, a ideia é reduzir em 20% ao ano, a partir desse ano, os descontos cumulativos sobre a tarifa básica de energia no campo até zerar em cinco anos. A decisão afeta dois grupos de unidades de consumo: os de fornecimento de alta tensão (acima de 2,3KV), enquadrados no “Grupo A Rural”, e os de baixa tensão (abaixo de 2,3 KV), classificados como “Grupo B Rural”.

Em comunicado técnico, a CNA ressalta que os descontos já existentes sobre a energia utilizada no período das 21h30 às 6h, que variam de 60% a 90%, serão preservados. Este benefício é garantido pela Lei nº 10.438/2002. O decreto reduz a partir deste ano os descontos sobre este horário, de 10% para 8% no grupo A e de 30% para 24% no grupo B e acaba com a cumulação desses descontos na tarifa da irrigação e aquicultura noturna.

Segundo a Confederação, a medida vai impactar especialmente as propriedades de baixa tensão, com alta de 43% no valor da energia em horário reservado (21h30 – 6h), devido a perda a acumulação dos descontos, além da elevação anual de 8,5% no valor da energia elétrica no restante do dia pelos próximos cinco anos.

“As tarifas noturnas serão mantidas. Mas os descontos sobre essas tarifas serão diminuídos e o cálculo agora serão feito de outra forma, em cima da tarifa básica, o que é um problema”, explica Gustavo Goretti, assessor técnico da Comissão Nacional de Irrigação da CNA.

A CNA já relatou a questão à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e vai discutir a questão com outros ministérios para mostrar a importância da irrigação para o agro e a necessidade de anulação da norma. (As informações são da Assessoria de Imprensa da CNA, adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Tabela de Fretes

O advogado-geral da União, André Luiz de Almeida Mendonça, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que esclareça e reafirme a validade da liminar concedida em junho do ano passado pelo ministro Luiz Fux, que suspendeu todos os processos que questionam a tabela de frete rodoviário, na primeira manifestação desse órgão no STF sob o governo de Jair Bolsonaro.

A Advocacia-Geral da União (AGU) reclama do fato de que mesmo após a entrada em vigor da lei da tabela do frete, em agosto de 2018, magistrados de instâncias inferiores estariam concedendo liminares para suspender a aplicação dela.

Na peça, encaminhada ao STF na sexta-feira à noite, estão listadas ao menos 19 ações individuais ou coletivas em que liminares foram concedidas para suspender a aplicação da tabela.

“Episódios como esses parecem contornar não só a autoridade das liminares concedidas na presente ação direta, como, de certa maneira, a própria competência do Supremo Tribunal Federal para o julgamento de ações diretas de inconstitucionalidade, já que muitas decisões são proferidas em ações coletivas cujo objeto é o mesmo de um processo objetivo”, argumenta a AGU, na petição obtida pela Reuters. (Fonte: Reuters) 

NO RADAR
O recolhimento do Funrural já pode começar a ser feito sobre a folha de pagamento. Foi publicada ontem, no Diário Oficial da União, instrução normativa que regulamenta a alternativa. O texto concede a escolha de recolhimento sobre a folha e não somente sobre comercialização. Produtores relataram à Frente Parlamentar da Agropecuária dificuldades de utilizar essa opção, apesar de a Lei 13.606 ter sido sancionada em janeiro do ano passado. (Zero Hora)

Porto Alegre, 28 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.907

     Uruguai: exportações do setor de lácteos cresceram 16% em valor no ano passado

Em 2018, o valor das exportações de lácteos do Uruguai teve um aumento de 16% em relação a 2017. Isto responde, principalmente, ao aumento significativo da quantidade de leite em pó integral, leite desnatado e manteiga, apesar da obtenção de preços mais baixos. Enquanto isso, no caso dos queijos, as exportações em quantidade foram menores, com preços um pouco melhores que os recebidos no ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional do Leite (Inale).

De janeiro a dezembro de 2018, as exportações de lácteos do Uruguai representaram um valor acumulado de US$ 682,8 milhões. Comparando sempre os 12 meses do ano passado e o mesmo período de 2017, o leite em pó integral (principal produto exportado pelo país) teve um crescimento de 24% no faturamento (US$ 428,4 milhões) e de 34% em volume (144,1 mil toneladas), com preço médio em dezembro/2018 de US$ 2.759 por tonelada (10% menor que dezembro de 2017). Houve queda (-7%) nos preços acumulados em 2018 com relação a 2017. Os registros são derivados de uma análise realizada por técnicos da Inale com base em dados da Direção Nacional de Aduanas. (As informações são do El Observador, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)
 
 

Fisco altera entendimento sobre vale-alimentação 

A Receita Federal alterou seu entendimento sobre tributação de auxílio-alimentação. Na Solução de Consulta nº 35, publicada na edição de sexta-feira do Diário Oficial da União, o órgão informa que o benefício pago aos empregados por meio de tíquete ou cartão não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias. O novo entendimento da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit), contrário ao da Solução de Consulta nº 288, de 26 de dezembro de 2018, vale desde a entrada em vigor da reforma trabalhista, em 11 de novembro de 2017. A parcela in natura (cesta básica ou refeição fornecida pelo empregador) também não integra a base das contribuições previdenciárias. Já valores pagos em dinheiro entram no cálculo. 

O texto tem como base a lei da reforma trabalhista (nº 13.467, de 2017). No artigo 457, parágrafo 2º, afirma que o auxílio-alimentação que não é pago em dinheiro não constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. A tributação do benefício gera questionamentos ao Fisco há muito tempo, segundo o advogado Sandro Machado, sócio do escritório Bichara Advogados. As primeiras discussões se relacionavam à inscrição da empresa no Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT). Em 2004, o STJ pacificou o entendimento de que a mera formalidade de inscrição no PAT não atribui ao benefício a natureza de remuneração. "Desde então, a tentativa do Fisco de tributar o benefício passou a estar baseada na sua forma de concessão, sob o entendimento de que o posicionamento do STJ estaria restrito a alimentos in natura", diz Machado. A Solução de Consulta nº 288, de dezembro de 2018, concluía que a concessão do benefício por intermédio de tíquete ou cartão lhe atribui natureza remuneratória. "Acendeu [a solução de consulta] uma luz amarela de que todos os contribuintes seriam cobrados dessa forma. Nenhuma empresa inclui esses valores de vale-alimentação na base das contribuições previdenciárias", afirma Machado. 

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) tributa os valores se a empresa não estiver inscrita no PAT, segundo Caio Taniguchi, sócio do mesmo escritório. O advogado considera inadequada a limitação temporal da Solução de Consulta nº 35 e também o veto ao alimento em dinheiro. "É a finalidade do benefício que define se é remuneração, e não a forma de pagamento", diz Taniguchi. O advogado destaca que as autuações do Fisco têm levado a discussão para a esfera penal. "Em previdenciário, são exceções as autuações que não vêm com representação para fins penais", afirma. Segundo Taniguchi, quando as empresas não declaravam os valores de vale-alimentação para tributação, o Fisco considerava uma conduta dolosa, fraudulenta e fazia uma representação fiscal para fins penais, como se fosse crime de sonegação. "É a pressão indireta para cobrança do tributo." Para o advogado Pedro Ackel, sócio do escritório WFaria Advogados, "a reforma trabalhista é clara no sentido de que só o vale-alimentação pago em dinheiro pode ter a incidência da contribuição previdenciária". Por isso, considera que a Receita Federal acertou ao modificar a Solução de Consulta nº 288, de 2018. Alessandro Mendes Cardoso, sócio do escritório Rolim, Viotti & Leite Campos, destaca, porém, que na fundamentação da nova solução de consulta fica expresso que, com relação ao período anterior à reforma trabalhista, deve haver a tributação, o que contraria o entendimento de especialistas da área. "Tíquete e cartão são de uso exclusivo para alimentos e equivalem ao fornecimento in natura", afirma o advogado. (Valor Econômico)

Leite 2030 

Cerca de 14 milhões de fazendas irão encerrar a produção de leite no mundo até 2030. Ao mesmo tempo, a produção de leite mundial irá crescer e novos atores chegarão com força no mercado lácteo.

A expectativa é de que a produção mundial de leite crescerá 35% até 2030 para atender a demanda da população que está estimada em 8,7 bilhões de pessoas (1,7 bilhões a mais do que hoje). A produção de leite crescerá 304 milhões de toneladas até 2030, e o volume médio das fazendas 54%. O consumo de leite está previsto crescer em torno de 16% per capita e a produtividade média por vaca 23%. Isto ocorrerá com menos unidades produtores, pois, a projeção é de que 104 milhões de fazendas desaparecerão até 2030 influenciadas pelo oferta e demanda, assim como decisões políticas e questões de sucessão.

A expectativa é de que as exportações da União Europeia (UE) de queijo, manteiga, leite em pó desnatado, leite em pó integral e soro de leite aumente em média 330.000 toneladas de equivalente leite por ano.

Síria: Um pequeno ator que se tornará grande
Mas para onde irá o leite produzido no futuro? Parece que a produção de leite não será mais um negócio de países grandes em laticínios, e pequenos países têm potencial de se tornarem grandes atores. Analistas sugerem que as três principais exportadoras de lácteos do mundo – União Europeia, Nova Zelândia e Estados Unidos – permanecerão no topo até 2030, mas, haverá surpresa no quadro de líderes neste período. De acordo com a rede alemã de pesquisa de lácteos, IFCN, o Sul da Ásia tem o maior potencial para crescer e aumentará a produção em 64% entre 2017 e 2030.

Na lista também está incluída a África que terá capacidade para crescer 36%, seguida pela América Latina, 33%, Oriente Médio 27%, e América do Norte 26%. A Europa Ocidental tem potencial para crescer 14%. Países Pós-Soviética também terão significativo potencial de desenvolvimento em futuro próximo e estarão aptos a competir no mercado global de lácteos. Uma das maiores surpresas, no entanto, será a Síria que se tornará um grande ator no mercado exportador de lácteos no futuro. Ghassan Sayegh, um especialista em lácteos do Líbano, disse que a Síria tem potencial para emergir como um grande produtor de leite com a ajuda e investimentos da Rússia. A China também é um ator curioso. Produziu 36,55 milhões de toneladas de leite em 2017, o que representa queda de 2,1% em relação ao nível alcançado em 2008.

UE dará prioridade ao valor agregado
O valor do mercado mundial de lácteos, em 2017, foi de US$ 27,5 bilhões, influenciado pela Nova Zelândia que foi responsável por 20,4% desse total. A UE acredita atender “perto de 35% da demanda global de lácteos até 2030”, concentrando-se em produtos com maior valor agregado, como orgânicos e aqueles com Indicações Geográficas Protegidas. As exportações de queijo, manteiga, leite em pó desnatado, leite em pó integral e soro de leite em pó deverão aumentar em 330.000 toneladas em equivalente leite por ano. Quanto ao mercado da UE, seriam necessárias seriam necessárias 900.000 toneladas adicionais de leite por ano para satisfazer o seu crescimento para produtos lácteos tradicionais, principalmente queijo. Por outro lado, espera-se que o consumo europeu de leite líquido continue em declínio na UE.

A produção de leite na UE deverá ter um modesto crescimento de 2018 a 2030 – média anual de 0,8%. A produção está estimada em 167 milhões de toneladas em 2018, e pode chegar a 182 milhões de toneladas em 2030. A produtividade deverá aumentar 17% em 2030, em relação a 2017. No entanto, será em um ritmo mais lento do que nas décadas anteriores devido restrições ambientais.

China: Voltará aos negócios com fortes taxas de crescimento
Em 2017, a China importou um total de 2,45 milhões de toneladas de produtos lácteos, o equivalente a 14,27 milhões de toneladas de leite, 4,5 vezes mais do que em 2008. Para a China, a Nova Zelândia é o mais importante fornecedor de lácteos.

Cerca de 92% do leite em pó integral é importado da Nova Zelândia, 47% do leite em pó desnatado, e 86% da manteiga. Além disso, 55% do soro de leite em pó é importado dos Estados Unidos, e 36% do leite fresco é fornecido pela Alemanha. Nos próximos 10 anos, a indústria de laticínios da China irá mudar de um período de ajuste para um período de crescimento estável. A China projeta que até 2027 a proporção de fazendas com mais de 100 vacas chegará a 80% e a produtividade animal média será de 9 toneladas por vaca. A expectativa é que a produção atingirá 43,8 milhões de toneladas. 

 
A taxa média anual de crescimento da produção de leite nos próximos 10 anos deverá ser de 1,8%, o que é significativamente maior do que a taxa média anual de 0,4% registrada na última década. O aumento na renda de cerca de 250 a 300 milhões de consumidores da classe média na China será a principal força para o aumento do consumo de lácteos. A estimativa é de que o consumo per cápita de lácteos será de 40,5 kg em 2027, crescimento de 22% quando comparado com 2017. Nesse período de tempo o consumo total de lácteos será de 63,61 milhões de toneladas, tendo aumento de 25% em relação a 2017, o que representará crescimento médio anual de 3,2%, mantendo a mesma taxa dos últimos 10 anos. (Dairy Global – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
NO RADAR
Na bagagem da visita que fez ao Estado, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, levou também o pedido para que o presidente Jair Bolsonaro revogue decreto que, na prática, deixará mais cara a energia consumida nas propriedades. O subsídio nas tarifas para agricultores variava entre 10% e 30%. (Zero Hora)

Porto Alegre, 25 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.906

   Governo Bolsonaro se manifesta contra tabelamento do frete e classifica grevistas de 'conspiradores'

A Secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência do Ministério da Economia se manifestou em documento enviado nesta quinta-feira (24) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o tabelamento do frete rodoviário e classificou os caminhoneiros grevistas de “conspiradores”.

De acordo com o documento – a primeira manifestação do governo Bolsonaro no STF sobre o tema –, o governo Michel Temer foi coagido a instituir preços mínimos.

“A situação de calamidade por que passou o país naqueles dias colocou as autoridades públicas sem alternativa senão atender às demandas do movimento grevista, ainda que em detrimento do bem-estar social. (...) A ação legislativa do governo brasileiro na edição das MPs número 831 e 832, ulteriormente convertidas nas leis 13.703 e 13.713, todas de 2018, não teve natureza pública, e sim privada, em razão de materializar a vontade dos conspiradores”, afirmou o documento, assinado pelo assessor do secretário de promoção da produtividade e advocacia da concorrência Roberto Domingos Taufick e pelo subsecretário de promoção da produtividade e advocacia da concorrência Ângelo Duarte.

A tabela com os preços mínimos para os fretes rodoviários foi estabelecida por uma medida provisória editada pelo presidente Michel Temer durante a greve dos caminhoneiros. A MP foi aprovada pelo Congresso Nacional e virou lei.

A edição da tabela foi uma das reivindicações dos caminhoneiros, que protestavam contra o aumento no preço do óleo diesel. A paralisação da categoria, em maio, deixou postos de combustível sem gasolina; aeroportos sem querosene de aviação; e supermercados sem produtos.

Três ações no Supremo questionam a tabela. As entidades argumentam que a MP fere a iniciativa do livre mercado e é uma interferência indevida do Estado na atividade econômica e na iniciativa privada.

'Medida inconstitucional'
O governo Bolsonaro concorda com as entidades, que o tabelamento provoca reserva de mercado e "institucionaliza um cartel". E defende que o Supremo considere a medida como inconstitucional.

"Conforme exposto neste parecer, os aqui citados, ao abusarem do direito de greve, conspiraram, de forma anticompetitiva, para coagir autoridades públicas à edição de legislação que lhes garanta benefícios econômicos, em detrimento do bem-estar social – legislação essa, fruto da coação, que, ao fixar preços, reserva mercados e determinar a participação dos aqui citados no processo de determinação do preço também institucionaliza um cartel", diz o documento.

A área técnica do Ministério da Economia defendeu ao Supremo a imposição de sanção administrativa aos caminhoneiros e também de punições criminais. "Encaminha os presentes subsídios para contribuir com o esforço de apuração das condutas citadas, tanto para a imposição da sanção administrativa, quanto para a imposição da penalidade criminal", diz a peça. (G1) 

 
Leite orgânico/França 

A coleta de leite de vaca orgânico atingiu um volume recorde em 2018, diz boletim da FranceAgriMer. A produção francesa chegou a 837 milhões de litros, ou seja, um aumento de 31% em relação a 2017, que por sua vez havia registrado crescimento de 13,2%.

Esse nível de produção leva ao desenvolvimento de indústrias também de lácteos orgânicos. O produto chefe é a manteiga (+29,6%, + 2.600 toneladas), o queijo fresco (+29,1%, + 2.481 toneladas) e o creme de leite (+20,3%, +955 toneladas). As sobremesas lácteas frescas e os iogurtes, incluindo as bebidas fermentadas, cresceram, respectivamente 17 e 11%, enquanto que o leite fresco subiu 4,6%. O consumo no domicílio continua crescendo. Entre 2017 e 2018, a manteiga ficou em destaque entre os produtos lácteos orgânicos, tendo o maior aumento de consumo em volume (29%) e em valor (+9.5%), ficando na frente dos queijos. As compras de leite aumentaram 17,4% em volume e de 0,1% em valor.
Preço aos produtores

De acordo com a FranceAgriMer, as compras das famílias para o consumo domiciliar absorvem a alta da produção, sem prejudicar o preço pago aos produtores. Em 2018 (média de 10 meses), o preço real do leite orgânico ficou em torno de € 460,7/1000 litros, queda de 1% em relação a 2017, ano marcado pela alta de 3,1%. O preço padrão do leite orgânico está em € 449/1000 litros (média de dez meses). É um recuo de 0,2% depois da alta de 5% em 2017. De acordo com os últimos levantamentos, em novembro de 2018, o preço do leite de vaca orgânico padrão foi de € 483/1000 litros, uma alta de 4 €/1000 litros em relação a novembro de 2017. (Mon Cultivar – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Brasileiros utilizam sete canais diferentes em suas missões de compra, revela estudo

A dinâmica dos shoppers brasileiros tem sofrido alterações no decorrer dos anos. No ano passado, os consumidores utilizaram 7 canais diferentes para fazer suas compras: supermercado e atacarejo, para abastecimento; supermercado, hipermercado e varejo tradicional, para reposição; e farmácia e mercados menores, para aquela necessidade que tem de ser atendida nas proximidades do lar.

Os dados, levantados pela Kantar Worldpanel, analisam os 12 meses terminados em outubro de 2018. Ainda segundo a empresa, além da inclusão de dois novos formatos de canais frequentados por ano, o abastecimento registrou aumento. “A multiplicidade de canais utilizada atualmente demonstra que o brasileiro está cada vez mais bem informado e em busca de satisfazer suas necessidades de compra de maneira mais racional”, aponta Lenita Vargas Mattar, Diretora de Varejo Latam da Kantar Worldpanel.

No período analisado, as compras de abastecimento, ou seja, aquelas compras para encher a despensa, representaram 51,1% de todo o valor empregado pelos consumidores nas compras de bens de consumo massivo. Em 2017, elas representavam 49,8%. As compras de proximidade se mantiveram estáveis e as do tipo reposição perderam sua importância em valor, de 32,2% em 2017, para 30,7% agora. E o canal que mais se destaca nesta movimentação é o atacarejo.

Nas compras de abastecimento (supermercados e atacarejo), com ticket médio de R$ 146,28, as categorias que apresentam maior penetração são as de massa tradicional sabonete, papel higiênico, detergente em pó, creme dental, óleo de soja, detergente líquido, margarina, café torrado e leite UHT, com as regiões Norte + Nordeste, Sul e Leste + Interior do Rio de Janeiro se destacando em unidades. Quando analisadas as compras de reposição, cujo ticket médio é de R$ 49,72, açúcar, detergente em pó, massa tradicional, leite UHT, café torrado, papel higiênico, margarina, óleo de soja, creme dental e iogurte se destacam em penetração, com regiões Norte + Nordeste, Grande São Paulo e Sul adquirindo mais unidades.

Destacando-se na Grande São Paulo, Leste + interior do Rio de Janeiro e interior de São Paulo, as compras de proximidade, com ticket médio de R$ 39,13, teve como principais categorias linguiças, salgadinhos, café torrado, açúcar, iogurte, pão industrializado, suco em pó, pós shampoo, detergente em pó e massa tradicional. (As informações são da Kantar Wordpanel)
 
NO RADAR
Antes de pisar em solo gaúcho, a ministra Tereza Cristina esteve no Paraná, onde participou da Abertura Nacional da Colheita da Soja. Lá, disse que nunca se conseguirá uma tabela justa de frete. A titular da pasta acrescentou que a iniciativa privada não precisa da tabela e que a negociação no governo continua. (Zero Hora)

Porto Alegre, 24 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.905

    Leite/AR 

O aumento foi desacelerando e nos últimos meses do ano foram negativos, em decorrência dos elevados preços locais. Existem 600 estabelecimentos produtivos menos. A produção de leite em 2018 cresceu 4,3% em relação ao ano anterior e alcançou 10.527 milhões de litros, informou o Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA).

O organismo também revelou que em dezembro houve queda de 2,1% na comparação interanual, e de 3,4% em relação a novembro de 2018. “O crescimento foi desacelerando, chegando a valores negativos no último trimestre”, citou o boletim, lembrando que no 1º trimestre de 2018 o crescimento foi de 9,5%; no segundo, 5,2%; no terceiro, 4%, e, no 4º trimestre, queda de 0,3%. O ganho dos produtores de leite da Argentina não é dos melhores. Em dezembro do ano passado, a margem de referência – diferença entre o preço do leite menos os gastos com alimentação e custo de oportunidade da terra – foi de US$ 0,143/litro. A média do ano ficou em US$ 0,198/litro. Todos esses valores estão bem distantes do recorde obtido em abril de 2015, que foi de US$ 0,281/litro, e mais perto da renda mínima recente de US$ 0,081/litro.

Até novembro, segundo os últimos dados disponíveis do OCLA, no mercado interno o preço pago ao produtor era de 9,11 pesos por litro, bem distante dos 33,43 pesos por litro que é pago pelo consumidor final. A relação com o valor do mercado externo é de 62,7%, ou seja, recebem 9,11 pesos pelo litro de leite que é exportado pelo valor médio de 14,53 pesos por litro.

Assim, a participação geral dos produtores na cadeia láctea de valor chega a 31,1%, enquanto que a parte industrial fica com 27,3%. O comércio – o último elo do processo – fica com 25,2%, enquanto que o Estado, por sua parte, capta 16,3% em impostos, segundo dados do Instituto Argentino de Professores Universitários de Custos (IAPUCO).

O setor foi afetado fortemente pelos aumentos de preços ao nível local. Segundo os últimos dados do OCLA, em agosto houve elevação de 130% dos alimentos comprados – os concentrados, como milho e farelo de soja – e aumento de 74% nos alimentos produzidos. O aumento do leite entre agosto de 2017 e o mesmo mês de 2018 foi de 34%. “Isto demonstra as claras perdas na relação do valor do leite e o custo de produção”.

Os produtos lácteos no mercado interno tiveram em dezembro uma elevação interanual de 49,6% na Grande Buenos Aires e de 44,5% na Capital Federal, segundo dados da OCLA, acompanhando o aumento do Índice de Preços. “Existia uma defasagem importante entre o preço da cesta básica de produtos lácteos, mas, chegando ao final do ano foi se recuperando”, diz o boletim da entidade.

Como reflexo da crise do setor, cada vez existe menos fazendas produtoras de leite: segundo o OCLA, em 2002 eram 15.000, mas, em 2018, chegaram a 10.722. Em 2017 eram 11.326 fazendas de leite. A quantidade de vacas também caiu: em 2017 eram 1,72 milhões e em 2018 diminuíram para 1,59 milhões.

Apesar das más notícias, no período de 1970-2018 a produção de leite da Argentina apresentou crescimento médio anual acumulado de 2%. É um desempenho melhor do que o mundial, que teve taxa de 1,4% no período. (Portalechero – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 
 
Leite/Espanha 

Entrou em vigor nessa terça-feira o decreto que torna obrigatório a indicação no rótulo de leite e produtos lácteos da origem da matéria-prima. Trata-se de uma reivindicação da associação que representa os produtores de leite, ASAJA.

A entidade considera essencial para o consumidor ter certeza de que está adquirindo m produto nacional, com todas as garantias de qualidade. A mudança vem logo após a divulgação do último boletim da Comissão Europeia sobre o observatório do mercado de lácteos, comprovando que o produtor de leite espanhol recebe bem abaixo da média europeia. Assim consolida-se uma tendência iniciada no outono de 2016, depois da extinção das cotas lácteas, “injusta e incompreensível, levando em conta que a Espanha é um país deficitário em leite, e que tem que importar parte significativa de seu consumo, exatamente de países onde os produtores recebem mais que os espanhóis”, denuncia a ASAJA.

Assim, para cada cem litros de leite, o produtor espanhol recebeu € 32,33, em dezembro, enquanto o belga recebeu € 36,46, o dinamarquês € 36,97; o alemão € 37,16, o francês € 36,35, o italiano € 37,20, e o holandês € 37,25. A média deste grupo de países de referência na produção de leite foi de € 36,24, o que representa 12,1% a mais do que o valor pago ao produtor espanhol. “Essa diferença que não é paga seria a sobrevivência dos nossos agricultores, que acabam tendo margem insuficiente para saldar as dívidas, não podem investir, e nem mesmo contratar mão de obra, e definitivamente, não têm futuro”, declara a organização.

Para a ASAJA, fica claro que o que não está funcionando na Espanha “é a própria indústria de laticínios, uma das mais ineficientes da Europa, que cobre suas carências e sua incapacidade de se adaptar ao mercado tirando do produtor. As indústrias funcionam, na prática, como um cartel, pactuando preços baixos, uma situação não enfrentada pelo governo”, destaca a entidade.

Nesse quadro complexo, o novo Decreto Real abre um caminho para que o consumidor tome a decisão de comprar produtos nacionais. “É vital que os consumidores exijam leite de “Origem Espanha”, pois, com essa demanda, as indústrias terão que oferecer produto nacional, e pagar de forma digna, como no resto da Europa, pois o leite espanhol é semelhante em qualidade, ou às vezes até melhor, do que o produto de outros países”. Por último a ASAJA apela para a sensibilidade dos consumidores, e lembra que com essa opção de compra podem apoiar os agricultores e com isso contribuir para manter a população no campo”. (Agrodigital – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Lactalis 

O grupo francês Lactalis anunciou a aquisição de duas indústrias de laticínios, Prabhat na Índia e Green Land no Egito, dois países onde ela já está presente. A aquisição da Green Land do Egito, que foi comprada do grupo Americana, “reforçará a posição da joint-venture Lactalis-Halawa com um grande produtor de lácteos no Egito”, diz o comunicado do grupo.

A Green Land, cuja principal atividade é a fabricação de queijos, possui cinco fábricas no Egito e tem 1.250 empregados. A Prabhat por outro lado é uma sociedade indiana de produtos lácteos criada em 1998 em Shrirampur (Estado de Maharashtra, a 260 quilômetros de Bombaim) e especializada em embalar leite fluído e produzir ghee. A Prabhat é também um importante fornecedor de ingrediente lácteos. A empresa possui duas fábricas e emprega 1.239 pessoas. Em 2018, ela teve um faturamento de 200 milhões de euros. A Prabhat coleta, anualmente, 450 milhões de litros de leite de aproximadamente 100.000 agricultores, diz a Lactalis.

O grupo Lactalis “persegue seus objetivos de desenvolver na Índia onde possui 11 indústrias. Graças à esta nova aquisição, ela reforça sua posição de líder do país e se transforma no maior grupo privado na captação de leite por dia”, assegura a empresa francesa.

A aquisição de Prabhat deverá se concretizada no início do segundo semestre de 2019, com as restrições impostas pelas autoridades de concorrência. A Lactalis, fundada por André Besnier em 1933 em Laval, é dirigida por seus descendentes. Em seu site na internet informa um faturamento de 18,4 bilhões de euros, procedente de suas 240 fábricas instaladas em 47 países. (Agri Mutuel – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
Falta de energia 
A 2ª Turma Recursal Cível do Rio Grande do Sul (RS) negou indenização para consumidor de área rural do município de Barão do Triunfo que ficou três dias sem luz. A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE) comprovou que o incidente foi provocado por temporais que atingiram o Estado em outubro de 2017. No Juízo do 1º grau, o pedido de indenização por danos morais e materiais foi julgado improcedente e o autor recorreu da sentença. A relatora do recurso, juíza Ana Claudia Cachapuz Silva Raabe, afirmou que recente Incidente de Uniformização de Jurisprudência sobre o tema entendeu que a concessionária deve comprovar a razão pela qual houve a demora no restabelecimento do serviço, não bastando a mera alegação e demonstração da ocorrência de evento climático, como temporal, por ser esta a razão da interrupção, não da demora no restabelecimento, mas quando descumpridos os prazos previstos no art. 31 da Resolução 414/2010 da Aneel" (processo nº 71007831142). (Valor Econômico)

Porto Alegre, 23 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.9034

    MAPA lança Selo Agro+ Integridade 2019/2020

O governo federal, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), lançou o “selo Agro+ Integridade” relativo ao período de 2019/2020. A premiação visa destacar empresas e cooperativas do agronegócio que promovam e desenvolvam boas práticas de integridade, ética, responsabilidade social e sustentabilidade. 

Para obter a distinção, os interessados deverão fazer a inscrição no site do Ministério entre 1º de fevereiro a 31 de maio de 2019. O formulário está disponível AQUI. É necessário preencher os dados da inscrição e anexar os documentos solicitados. A participação dos interessados para fins de obtenção do "Selo Agro+ Integridade" é gratuita. 

Segundo a portaria, publicada no Diário Oficial da União do dia 18 de janeiro de 2019, o selo terá validade a partir da data da premiação pelo período de um ano, tendo no layout período 2019/2020. A íntegra da portaria pode ser acessada CLICANDO AQUI. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
RS: Gadolando fecha 2018 com sete mil registros de exemplares da raça Holandesa

A Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) encerrou 2018 com cerca de sete mil novos registros, número que mantém o Rio Grande do Sul entre os Estados que mais registram no país, embora ainda esteja muito distante da meta pretendida. A entidade trabalha com o objetivo de ultrapassar os dez mil registros agora em 2019, mas a ideia é alcançar 15 mil registros anuais.

O presidente da Gadolando, Marcos Tang, afirma que os produtores que mantêm os seus registros em dia percebem que estão alçando o seu rebanho a um nível superior, principalmente se efetuam também o controle leiteiro oficial e a classificação morfológica. Acredita que com esses registros será possível obter números e estatísticas confiáveis que permitam eventuais correções de rumo para o futuro da raça e, dessa forma, não depender de dados e trabalhos científicos realizados em outros países, nem sempre aplicáveis nas condições locais.

Tang salienta que o registro é a porta de entrada. Destaca ainda que os produtores são melhor indenizados em caso de algum problema sanitário. "O registro diferencia o animal, além de possibilitar o correto acasalamento", ressalta.

O site da gadolando traz todas as informações sobre como proceder para fazer o registro genealógico, o controle leiteiro e a classificação linear. Entre os principais motivos para fazer o registro estão a garantia da perfeita identificação dos animais, controle de genealogia conforme o Ministério da Agricultura, pureza e seleção da raça, valorização comercial, além de possibilitar a participação em exposições e eventos oficiais, assim como a venda para outros Estados sem conta de Icms. Interessados devem entrar em contato com a Gadolando para agendar a visita de um técnico e obter mais esclarecimentos. (Fonte: Gadolando)

Mapa define locais para receber ou exportar produtos de origem animal

A partir da próxima sexta-feira (25), todos os produtos de origem animal que forem exportados ou importados pelo Brasil, terão que ser despachados por apenas 21 pontos do país, conforme determina a Portaria 183 do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Estes locais (aeroportos, portos e outros) respondem por 95% das operações envolvendo tais produtos. Os locais estão definidos no anexo da portaria.

O Vigiagro fez um levantamento dos pontos de maior movimentação dessas cargas. Também foi levada em conta a estrutura disponível para o recebimento dos produtos (câmaras frigoríficas, entreposto). As 21 selecionadas atenderam todos os requisitos. Nas outras unidades eram eventuais a importação e exportação.

Segundo o chefe substituto da Divisão de Operações do Vigiagro, Cid Rozo, “a principal razão da mudança é o foco na vigilância agropecuária, com atenção redobrada à saúde pública e à segurança alimentar, pois os auditores fiscais federais agropecuários que estão trabalhando nessas unidades receberam treinamento para atuar em cima desses produtos específicos. Os auditores sabem quais são os riscos intrínsecos aos produtos e como atuar se encontrarem alguma inconformidade”.

No treinamento dos auditores foram mostradas as inconformidades, interceptações, quais são realmente graves e onde o fiscal deve direcionar seu esforço na mercadoria que está sendo analisada. Com toda essa especialização será acelerada a operação de importação e exportação.

“Na prática, serão criados corredores de importação e exportação especializados para os produtos. Quem atua na unidade estará habilitado para a fiscalização específica”, explica Cid Rozo. (As informações são do Mapa) 

Lácteos/China

Os produtores de leite chineses podem enfrentar problemas em 2019, já que o número de nascimentos no país deve continuar caindo, enquanto os concorrentes estrangeiros continuam entrando no mercado, com medidas governamentais de incentivos às importações, o que aumenta a pressão sobre o mercado doméstico.

No último sinal de pressões demográficas sobre a indústria de laticínios da China, veio do Banco Goldman Sachs, que cortou o valor das ações do grupo Yili da Mongólia de 29 yuan (US$ 4,28) para 28,3 yuan, e da chinesa Mengniu Dairy de 24,5 yuan (US$ 3,12), para 24,2 yuan. Também foi reduzido o valor da ação da indústria de leite em pó H&H Group de 66,2 yuan, para 65,1 yuan.

Acredita-se que a população estima de nascimentos caiu entre 7 e 13% em 2018, ficando entre 15 e 16 milhões, conforme relatório divulgado pela Gaohua Securities. Em 2017, 17,23 milhões de recém-nascidos foram adicionados à população da China, de acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas.

O declínio levou a Goldman Sachs a estimar que as vendas de fórmulas para bebês este ano serão estáveis em relação ao ano passado, ou, talvez, que haja um leve crescimento de 0,5%, informou o site de notícias financeiras Caixin.com no fim de semana. Estima-se que as vendas caiam 2% em relação ao ano anterior em 2020.

Este ano “será o fim da era de ouro da indústria de laticínios da China, que vinha crescendo desde 2014”, disse ao Global Times, Song Liang, especialista do setor lácteo em Pequim.

Além disso, os preços domésticos são relativamente mais altos que os das marcas estrangeiras, tanto em termos de matérias-primas quanto em custos de processamento, de modo que os produtores locais estão perdendo competitividade em meio às políticas governamentais para incentivar as importações, acrescentou Song.

O custo de processamento de produtos lácteos nos EUA e na Europa é de cerca de 4.000 yuans por tonelada, mas na China é de 7.000 a 8.000 yuans por tonelada, segundo Song.

Apesar da desaceleração da economia doméstica, analistas do setor apontam que os consumidores chineses ainda estão dispostos a pagar preços elevados para fórmulas infantis de alta qualidade.

"Talvez os produtores de leite chineses devam pensar em como aproveitar sua proximidade geográfica para conquistar o mercado de alta qualidade", disse Song. (Global Times – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
Guedes: Taxação sobre empresas deve baixar de 34% para 15%
A taxação sobre dividendos e capital pode ficar por volta de 15% para compensar a baixa da carga fiscal sobre as empresas, pela sinalização dada nesta quarta-feira, em Davos, na Suíça, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao Valor. O ministro disse que seu plano é de reduzir o imposto sobre as empresas, de 34% atuais para 15%; portanto, baixar a carga tributária sobre o setor produtivo. Em almoço com empresários nesta quarta-feira, Guedes confirmou essa proposta, conforme um participante do encontro. “Ele disse: quem vai investir no Brasil com imposto de 34% quando nos EUA é 20%?”, relatou a fonte.  Para compensar isso, deverá taxar capital e dividendos. Questionado pelo Valor se nesse caso a taxa poderia ser de 15%, o ministro retrucou: "Por aí". Ele, contudo, não mencionou a cifra e partiu para esse almoço, no qual falou sobre seus planos para a economia. Na terça-feira, Guedes disse num almoço fechado, organizado pelo Itaú Unibanco, que o governo quer simplificar a tributação, mas vai taxar os dividendos e juros sobre capital próprio, segundo relatou um participante. Pouco depois, o presidente Jair Bolsonaro destacou em seu discurso, na plenária do Fórum Econômico Mundial, que o governo vai reduzir a carga tributária sobre as empresas. (Valor Econômico)

Porto Alegre, 22 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.903

    Ano começa com estabilidade de preços do leite
 
O ano de 2019 começa com estabilidade nos preços do leite no Rio Grande do Sul. Segundo dados divulgados na manhã desta terça-feira (22/01) pelo Conseleite, na sede do Sindilat, em Porto Alegre (RS), o valor de referência estimado para janeiro é de R$ 1,0574, 0,15% acima do consolidado de dezembro de 2018, que fechou em R$ 1,0559. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, pontou que o cenário reflete a sazonalidade do período, quando as transações de produtos geralmente estão menores em função do período de férias e recesso.
 
Entre os produtos que compõem o mix de produção do Rio Grande do Sul, o leite UHT teve alta de 10,90% no mês, apesar de a maior parte dos itens avaliados registrar queda: leite condensado (-5,46%), iogurte (-6,07%), queijo prato (-7,85%) e leite em pó (-3,59%).  O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, disse que, apesar de projeções acanhada do final de 2018, o que seu viu foi uma leve recuperação neste janeiro. “Com o calor excessivo, tivemos uma redução da produção no campo em todo o país, o que acabou refletindo na estabilidade de preços neste verão”. Durante a reunião, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, relatou sobre o encontro realizado no dia 17/01 com a ministra Tereza Cristina Corrêa, em Brasília. “Fomos convidados para participar desse debate setorial por estarmos próximos do Mercosul, um mercado que tanto impacta do setor lácteo brasileiro”, relatou. 
 
Análise de Custos de Produção - Atendendo à demanda dos conselheiros, o Conseleite deu início, na reunião deste mês, à análise dos dados de custo de produção e seus impactos no setor leiteiro. Para isso, o colegiado contou com estudo preliminar realizado pelo técnico estadual em Bovinocultura de Leite da Emater Jaime Ries, que fez uma explanação com cruzamento de dados tabulados pela Emater a campo no Rio Grande do Sul. “Trouxemos aqui um ensaio do que pode ser feito com os dados que temos, com o objetivo de alinhar junto ao Conseleite uma avaliação mais aprofundada de custos. Ainda precisamos definir qual a metodologia para criar algo nos moldes do Índice de Custos de Produção (ICP) Leite, tabulado pela Embrapa Gado de Leite”, sugeriu. Para compilar os dados, o técnico propôs um indexador formado por uma cesta de insumos da produção leiteira, que integre gastos com nutrição, medicamentos, mão de obra, material de construção, entre outros.  “Vamos refinar a coleta de dados, dar peso para os dados regionais e realizar aprimoramentos que nos permitam gerar informações locais e transparentes dos custos do leite”, pontuou. 
 
Segundo os dados tabulados por Ries, entre os anos de 2010 e 2018, o produtor gaúcho necessitou, na média, de 1,25 litros de leite para adquirir um quilo de ração para vacas em lactação com 18% de proteína. “Verificamos que a relação de troca entre o valor líquido recebido pelo litro do leite e a ração em 2018 atingiu a posição mais favorável da década”. Em 2015, lembra ele, o leite estava com valor baixo, o que não foi acompanhado pela ração, levando o setor a um de seus piores momentos. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Crédito: Carolina Jardine
 
 
 
Sindilat avalia resultado de reunião com ministra da Agricultura
Dirigentes das principais indústrias laticinistas gaúchas avaliaram, na tarde desta terça-feira (22/01), os resultados da reunião realizada com a ministra da Agricultura Tereza Cristina Corrêa na última semana, em Brasília (DF). Representado o Sindilat, o presidente Alexandre Guerra relatou aos colegas as decisões tomadas durante o encontro. “O Sindilat é uma entidade regional e foi convocado para esse encontro porque somos o primeiro estado a sentir o impacto do livre comércio do Mercosul e temos representatividade em âmbito nacional por defender as bandeiras da produção laticinista”, pontuou.
Segundo Guerra, na oportunidade, foi criado um grupo de trabalho nacional via Câmara Setorial do Leite, que contará com participação do Sindilat, para alinhar ações em cinco grandes frentes: Medidas de defesa comercial contra as importações, Competitividade, Inovação e tecnologia, Promoção do consumo e Estímulo às exportações. “O setor irá trabalhar unido pelas mesmas demandas. É assim que a ministra pretende atuar”, indicou. Os trabalhos para elaboração de ações de curto, médio e longo prazos devem ter início já nas próximas semanas. 
Durante a reunião de hoje, os executivos ainda avaliaram os impactos das novas instruções normativas (INs 76 e 77) que regem a qualidade do leite, um dos pontos essenciais a ser trabalhado com o governo federal, garante Guerra. O tema, informa ele, ainda não foi tratado com a ministra, mas deverá estar na lista de assuntos a ser alinhada com o grupo de trabalho. “Precisamos achar formas que viabilizem ao setor cumprir esse novo regramento e, para isso, precisaremos de tempo”, informou.
Reunidos na sede do Sindilat, os representantes das indústrias ainda avaliaram os dados divulgados pelo Conseleite e o cenário do mercado gaúcho, que sinaliza com estabilidade de preços no campo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
 Crédito: Carol Jardine
 
 
Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 22 de Janeiro de 2018 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Dezembro de 2018 e a projeção dos valores de referência para o mês de Janeiro de 2019, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.
 

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Janeiro de 2019 é de R$ 2,4022/litro.

Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)

'Robôs fazendeiros' são nova aposta para pequenos produtores

BULGER, PENSILVÂNIA - Cerca de 150 vacas da propriedade Rivendale Farms usam coleiras semelhantes ao Fitbit para monitorar seus padrões de alimentação, movimento e pasto. São ordenhadas por máquinas robóticas. Uma pequena estufa, cheia de couve, rúcula e cenouras, é automatizada. Temperatura, umidade e luz do sol são controlados por sensores e telas metálicas retráteis. E, em breve, é possível que pequenos robôs caminhem pelos 7,5 acres de plantação de verduras em busca de pragas e ervas daninhas.

A agricultura é uma atividade que envolve cada vez mais alta tecnologia. Drones, imagens de satélite, sensores de solo e supercomputadores ajudam na produção de alimentos. Mas essa tecnologia é criada principalmente para as grandes fazendas industriais, cujos campos se estendem até onde o olho alcança. A Rivendale Farms, que completou recentemente seu primeiro ano de funcionamento, oferece uma amostra da tecnologia que está disponível para o pequeno agricultor.

 
Pequenas propriedades agrícolas estão apostando em novas tecnologias para produzir alimento saudável usando menos combustíveis fósseis e fertilizantes.  Foto: Ross Mantle para The New York Times

Fazendas menores costumam se dedicar ao cultivo de gêneros mais especializados, que requerem uma abordagem em menor escala, como os pequenos robôs em fase de - para a Rivendale nos laboratórios da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, não muito longe. A Rivendale pode gastar com tecnologia de ponta e pesquisa científica porque o proprietário da fazenda, Thomas Tull, é um empreendedor bilionário, investidor em projetos de tecnologia e ex-produtor de cinema. Gastou milhões de dólares com Rivendale. Ele diz que o plano é tornar a fazenda autossustentável já em 2020.

Com isso, Rivendale pode fazer mais apostas simultâneas do que a maioria. Mas, para especialistas, tais esforços fazem parte de uma tendência entre os pequenos agricultores, que tentam produzir alimentos saudáveis usando menos combustíveis fósseis, fertilizante e ração processada. Incluindo suas terras, pastos, área plantada e mata nativa, Rivendale ocupa 175 acres. Faz décadas que as propriedades rurais estão se consolidando nos Estados Unidos, e seu tamanho médio era de 445 acres em 2017. E mais da metade do valor na agricultura é produzida por uma pequena fração de fazendas muito grandes, com tamanho médio de 2.670 acres. Ao entrar no celeiro da Rivendale, não vemos pessoas - há apenas as vacas, um sistema automatizado de distribuição de ração e três máquinas de ordenhar.

As vacas são ordenhadas quatro vezes ao dia, quando se sentem prontas, em comparação às duas ordenhas diárias das fazendas operadas por humanos. E seu gado Jersey produz 15% mais leite do que a média dessa espécie, com mais proteína e menos gordura, disse a gerente-geral, Christine Grady. "As vacas comem quando desejam, deitam-se quando desejam e produzem leite quando querem", disse Christine. "E uma vaca mais contente produz leite melhor e em maior quantidade".

A ordenha robótica está disponível há anos. Mas a tecnologia foi aprimorada, exigindo muito menos assistência humana do que há alguns anos. As máquinas custam cerca de US$ 200 mil cada. Sem elas e o sistema de alimentação automatizado, o celeiro de ordenha de Rivendale exigiria cinco funcionários em vez de um, disse Christine.

As máquinas são produzidas pela holandesa Lely. Em alguns países europeus, até 30% das vacas são ordenhadas por máquinas, enquanto nos Estados Unidos essa proporção é de aproximadamente 2%, estima Mathew Haan, da Universidade Estadual da Pensilvânia. Ele disse que a diferença é explicada pelos programas mais generosos que subsidiam o preço do leite na Europa, bem como o custo mais elevado da mão de obra, fatores que incentivaram o investimento na automação.

O proprietário da fazenda Rivendale, Tull, não tem dúvidas quanto à transformação que os avanços da tecnologia trarão para as pequenas propriedades rurais. Mas, depois de observar as operações no ano passado, ele disse ter aprendido a respeitar muito o agricultor, "que desempenha um trabalho árduo e complexo. A chave está no equilíbrio entre arte e ciência". (Estadão)

 
Cartilha esclarece dúvidas sobre a Qualidade do Leite
O Ministério da Saúde elaborou uma cartilha especial com esclarecimentos sobre a qualidade de leite. O documento é formado por 28 perguntas e respostas em relação às Instruções Normativas (IN) n. 76 e n. 77, de 2018, e está disponível para todos os associados. A cartilha esclarece, por exemplo, como deve ser feito o controle de brucelose, que consta no artigo 4 da IN n. 77, ou ainda como será realizada a avaliação do Plano de Qualificação de Produtores. Constam ainda questionamentos sobre a utilização do tanque de uso comunitário, o tempo de estocagem no posto de refrigeração do leite cru, entre outras dúvidas sobre a qualidade do leite. CLIQUE AQUI para acessar o conteúdo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Porto Alegre, 21 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.902

     Ministério remove 'blindagem' de superintendências estaduais

No segundo dia de mandato, o presidente Jair Bolsonaro baixou um decreto removendo a exigência para que os cargos de superintendente regional do Ministério da Agricultura fossem ocupados por servidores de carreira do órgão. A exigência entrou em vigor em 2017, como parte da reação do governo federal às revelações da Operação Carne Fraca.

Para servidores e auditores fiscais do Ministério da Agricultura consultados pela reportagem, o fim da exigência preocupa e abre margem para indicações político-partidárias, principalmente vindas da bancada ruralista. Historicamente, as superintendências sempre foram cobiçadas por partidos.

O dispositivo legal (Decreto 8.762/2016) revogado pelo novo governo entrou em vigor em maio de 2017, dois meses após as descobertas da Operação Carne Fraca, que investigou um esquema de corrupção entre fiscais e frigoríficos. À época, foram exonerados dois superintendentes: Gil Bueno de Magalhães, no Paraná, que chegou a ser preso, e Júlio César Carneiro, de Goiás, alvo de condução coercitiva.

Procurada pelo Valor, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que também assinou o decreto, disse não ver problema em nomear superintendentes que venham de fora do ministério, desde que sejam qualificados para a área e a escolha obedeça a critérios técnicos, como a análise de currículo. De acordo com ela, essa será a orientação para o preenchimento de cargos em sua gestão. "Há pessoas competentes fora do serviço público que não poderiam assumir cargos estratégicos se não houvesse essa abertura", respondeu a ministra, em nota, por meio da assessoria de imprensa.

Até agora, a ministra não nomeou nenhum superintendente, mas é fato que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tem exercido grande influência sobre a gestão de Tereza Cristina. A ministra indicou dois ex-deputados da bancada ruralista para sua equipe. Para a secretária-executiva da Pasta, nomeou Marcos Montes (PSD-MG), ex-presidente da FPA. Nas últimas eleições, Montes foi derrotado na disputa ao governo de Minas Gerais. Ele concorreu como vice na chapa do senador Antônio Anastasia (PSDB). No início desta semana, Tereza também indicou o deputado Valdir Colatto (MDB-SC) para a presidência do Serviço Florestal Brasileiro. Ruralista tradicional, Colato não conseguiu ser reeleito no último pleito.

"Imagino que a Tereza queira ouvir os parlamentares da FPA sobre os cargos de superintendência, já que também é deputada da FPA", afirmou o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), líder de bancada ruralista, ao Valor. "Temos que primar pela qualidade dos nomes e observar critérios técnicos. Não há nada contra servidores ocuparem esses cargos, mas não pode haver essa obrigação", ponderou o parlamentar.

Uma fonte do ministério também explica que, como a nova estrutura da Pasta foi ampliada e cuidará também de áreas como pesca, agricultura familiar e questões fundiárias, não faz mais sentido que os fiscais agropecuários ocupem as superintendências nos Estados, já que as questões sanitárias não deverão concentrar mais as demandas, como acontecia até então.

A redução do papel dos superintendentes na área sanitária é também uma decorrência de um decreto de março do ano passado. A mudança, feita durante a gestão do então ministro Blairo Maggi, verticalizou o sistema de inspeção animal, centralizando na sede do ministério, em Brasília, importantes assuntos sanitários que antes eram tratados, em grande medida, pelos superintendentes do ministério.

Com a mudança, assuntos envolvendo o Serviço de Inspeção Federal (SIF) e o Vigiagro, departamento que cuida da fiscalização em barreiras aduaneiras, como portos e aeroportos, saíram da zona de influência dos superintendentes. Na prática, esse decreto tirou poder dos superintendentes, concordam fiscais agropecuários.

De toda forma, dirigentes do Anffa Sindical, sindicato nacional da categoria dos fiscais agropecuários federais, contestaram, em reunião com a ministra, a alteração nas regras para os cargos. Ao Valor, Marcos Lessa, vice-presidente da entidade, admitiu que há casos de servidores indicados por "padrinhos políticos", mas sustentou que o decreto havia sido uma vitória.

"Essa medida é um grande retrocesso, porque abre novamente para indicações políticas, o que é totalmente contra o discurso do novo governo de priorizar cargos técnicos", criticou Lessa. Além de pedir a volta da exclusividade de servidores do Ministério da Agricultura nas superintendências, o sindicato defende a fixação de mandato para o cargo e a exigência de apresentação de um plano de trabalho pelos futuros superintendentes da Pasta. (As informações são do Mapa)
 
 

Preços LTO

O cálculo da média mensal de preços do leite em novembro de 2018 foi de € 34,66/100 kg, [R$ 1,52/litro], para o leite padrão. Queda de € 0,16/100 kg em relação ao mês anterior. Quando comparado com novembro de 2017, a média de preços foi € 2,99 ou 7,9% menor.

Desde junho a média dos preços pagos pelas principais indústrias europeus subiu, mas, em novembro, esses aumentos terminaram. A expectativa é de que os valores caiam novamente, em dezembro. As indústrias DMK e Arla já anunciaram redução de € 1,0/100 kg em dezembro. O cálculo do preço anunciado pela Dairy Crest também é de queda € 1,2/100 kg, mas, isso é decorrente, principalmente, da variação cambial, e ajustes nas bonificações sazonais. No início de 2019 parece que o preço também estará em queda. FrieslandCampina, Arla e Royal A-ware anunciaram reduções em janeiro de 2019, e a Dairy Crest em fevereiro. Embora os preços de dezembro não sejam totalmente conhecidos, pode ser feita uma estimativa para a média de todo o ano de 2018. Assim, um cálculo preliminar chega à média em torno de € 34/100 kg, [R$ 1,50/litro], para todo o ano de 2018. Isto é, aproximadamente, a média que vigorou de 2013 a 2017.

Deve-se enfatizar que se trata do adiantamento feito pelas indústrias, não estando incluída nenhuma bonificação ou distribuição suplementar de lucros. Somente em junho de 2019, todos os valores estarão inclusos e os preços finais serão conhecidos. A tabela seguinte mostra que a média da antecipação do preço do leite caiu 3,6% em 2018, quando comparado com 2017.

 

O cálculo do preço do leite na mais recente projeção da Fonterra (6 de dezembro de 2018) para a temporada atual foi entre NZ$ 6-6,30/kgMS mais dividendos de NZ$ 0,25/0,35, podendo totalizar NZ$ 6,45/100kgMS, [R$ 1,25/litro], na temporada. Nos Estados Unidos o leite Classe III caiu de US$ 15,53, [R$ 1,32/litro], em outubro, para US$ 14,44/cwt, [R$ 1,23/litro], em novembro. Em dezembro esse preço cairá um pouco mais, chegando a US$ 13,78/cwt, [R$ 1,18/litro]. Para o ano calendário de 2018, o preço médio do leite Classe III será de US$ 14,61/cwt, [R$ 1,25/litro], o que representa queda de 10%, porque em 2017 a média do preço do leite Classe III foi de US$ 16,17/cwt, [R$ 1,38/litro]. (LTO Nederland – Tradução livre: Terra Viva)
 

Pecuaristas se dividem sobre vacina da aftosa 

Um encontro realizado no Sindicato Rural de Dom Pedrito, ontem, debateu os ganhos e riscos da retirada da vacinação contra a febre aftosa no Estado e teve como palestrantes o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, e o ex-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, José Fernando Dora. Não houve consenso entre o grupo sobre o que é melhor para o Estado, mas segundo Rodrigo Coradini, presidente em exercício do sindicato, a maioria dos presentes se posiciona contra a retirada antecipada. O fim da vacinação nacional está previsto para 2023. "Eu confesso que ainda não tenho certeza sobre o que é melhor. Foi justamente para entender questões técnicas de sanidade e de mercado que fizemos o evento. Mas aqui ainda é muito forte o trauma de Joia, quando em 2000 houve aquele abate de gado em massa. Então, a maioria se posiciona contra a retirada", explica Coradini. Do encontro participaram produtores de municípios que concentram boa parte do rebanho gaúcho, como Caçapava do Sul, Lavras do Sul, Dom Pedrito e São Gabriel, por exemplo. Se entre a maioria dos produtores a posição ainda é contrária à retirada, há quem defenda o fim especialmente dado o fato de que o Paraná fará sua última vacinação em maio.

O fim da vacinação no Paraná deixaria o Rio Grande do Sul isolado sanitariamente no Sul, já que Santa Catarina é livre sem vacinação - e implicaria em perda de mercados. "Por isso, a melhor decisão seria abolir aqui também", defende o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Teixeira. "Não tenho dúvidas de que temos que retirar a vacina. Só temos que marcar a data. Estamos perdendo mercados importantes, como do Japão e dos Estados Unidos. E acho que temos condições de fiscalização de fronteiras, sim. Inclusive o Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal) está reforçando as inspetorias no interior", opina Teixeira. O pecuarista diz ainda que, com a vacina, o Estado já perdeu um importante mercado nos EUA devido aos abcessos provocados na carne com a aplicação da vacina no gado, como ocorreu em 2017. Com isso, diz Teixeira, o Rio Grande do Sul deixou de vender carne de dianteiro, pouco consumida por aqui, e que os norte-americanos compram especialmente para fabricar hambúrgueres. Teixeira pondera que se o Estado mantiver a vacinação enquanto Paraná e Santa Catarina não o fazem, haverá problemas para comercialização e trânsito nacional de carne com osso e de animais reprodutores para o restante do País. Mas são os criadores de animais de alta qualidade genética justamente um dos grupos mais temerosos com o fim da vacinação. 

Criadores de Angus, por exemplo, ressaltam que os valores indenizatórios para o caso de abates massivos não preveem verba extra para genética de ponta. "O que podemos fazer, nestes casos, é criar bancos de armazenamento genéticos que possam preservar esses investimentos", avalia Teixeira. Para o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, o grande temor são os controles sanitários, que vão além da fiscalização eficiente nas fronteiras terrestres. Gedeão questiona a eficiência do governo inclusive nos controles no Porto de Rio Grande e em aeroportos. "A doença pode chegar por meio de um dos muitos navios que atracam no Porto de Rio Grande, mesmo sem animais. Um resquício da doença em qualquer carga pode trazer o problema de volta aos rebanhos e ao Estado. A minha pergunta é, estamos preparados para controlar tudo isso?", questiona Gedeão. 

A resposta à pergunta do presidente da Farsul estaria no levantamento que a o Ministério da Agricultura fará em breve no Estado para verificar as condições das inspetorias sanitária por aqui, entre outras questões. Para o ex-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária a vacinação, porém, é uma garantia ilusória contra a doença. Dora afirma que a vacina apenas reduz o risco da presença no rebanho, que nem sempre é totalmente vacinado, e reduz os danos da doença, mas não é capaz de evitar totalmente a aftosa. "E no caso de ocorrer a doença e termos a vacinação, para reverter a classificação internacional levará dois anos. Sem a vacina, se a doença ocorre, podemos voltar ao status original em seis meses", diz José Fernando Dora, lembrando ainda que hoje a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) já não prevê como medida de segurança abates em uma abrangência tão grande como ocorreu em Joia, há quase 20 anos. (Jornal do Comércio) 


Exportações do agro com alta de quase 6% ultrapassam US$ 100 bilhões
As exportações do agronegócio atingiram o valor recorde nominal de US$ 101,69 bilhões em 2018, com crescimento de 5,9% em relação aos US$ 96,01 bilhões exportados em 2017. O recorde anual anterior ocorreu em 2013, quando o país exportou US$ 99,93 bilhões em produtos do setor. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as vendas para a China explicam o comportamento da balança do agro. As exportações para o país aumentaram US$ 9 bilhões. O valor supera o aumento US$ 5,67 bilhões registrado no mercado externo de alimentos como um todo. nA participação do Agronegócio representou 42,4% do total das vendas externas brasileiras no ano. As importações do agro registraram retração de 0,8%, somando US$ 14 bilhões. Como resultado, o saldo da balança comercial do setor foi de US$ 87,6 bilhões (+7a,1%). A divulgação dos dados da Balança Comercial do Agronegócio, elaborados pela Secretaria Comercial e Relações Internacionais, foi feita nesta última sexta-feira (18). (As informações são do Mapa)

Porto Alegre, 18 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.901

     Setor lácteo e governo irão traçar plano de desenvolvimento para a cadeia produtiva do leite

O Sindicato da Indústrias de Laticínios e Derivados do RS (Sindilat) e outras entidades da cadeia produtiva do leite assinaram um documento para que, juntamente com o governo federal, possam construir as bases e diretrizes de uma política nacional para o leite. O objetivo, traçado em reunião realizada no Ministério da Agricultura, em Brasília, nesta quinta-feira (17/01), é trabalhar uma pauta única entre produtores e indústria, via Câmara Setorial do Leite, para tornar o setor mais competitivo e previsível em termos de negócio.

Segundo o presidente do Sindilat-RS Alexandre Guerra, os representantes da cadeia produtiva do leite propuseram à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, uma agenda positiva para promover o leite, tanto no mercado interno, como externo. “Ela está dando uma importância muito grande ao leite, o que nos entusiasma para que, juntos, possamos encontrar a solução para a modernização do setor”, destaca. Em sua participação no encontro, o dirigente solicitou compras governamentais e ressaltou a importância do projeto leite saudável para desenvolvimento da produção no campo. Também mencionou a necessidade de retomada do PEP e a urgência da implementação da isonomia tributária e da simplificação tributária. O vice-presidente do Sindilat-RS, Caio Vianna, que também participou da reunião, salientou que o documento ganha maior importância por ter sido harmonizado por todas as entidades de representação de produtores e indústrias.

A agenda positiva proposta pelo setor será norteada pelos seguintes eixos:
- Defesa comercial contra importações desleais;
- Competitividade (desoneração tributária, política agrícola, isonomia competitiva, infraestrutura, assistência técnica, qualidade e sanidade, dentre outros);
- Inovação tecnológica;
- Promoção do consumo e imagem do setor;
- Estímulo às exportações.

Também assinaram o documento o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas; o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados e da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Sant´Anna Alvim; o diretor executivo da Viva Lácteos, Marcelo Martins; o presidente da ABIQ, Fábio Scarcelli; o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins; o presidente da Abraleite, Geraldo Borges, e o presidente do G100, Vasco Praça Filho. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Foto: Divulgação Sindilat-RS

 
Preço do leite 

O movimento nas cotações do leite visto em 2018 deve persistir em janeiro deste ano segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. No entanto, a expectativa do mercado é de que já em fevereiro as cotações possam sinalizar certa recuperação.

A oferta, que não está se elevando de forma intensa, e o aumento da competição entre empresas para assegurar a matéria-prima podem elevar os valores do produto. Apesar de, no geral, 2018 ter sido um ano de valorização do leite ao produtor, os custos de produção subiram justamente nos meses em que a receita do pecuarista recuou, contexto que freou novos investimentos.

Além disso, no final de 2018, as assimetrias de informações e ações especulativas diminuíram a confiança de produtores em seguir aumentando a produção, limitando a oferta já em janeiro. Assim, a expectativa é de que os preços fiquem acima dos patamares observados no início de 2018, mas abaixo dos negociados no começo de em 2017.

Produção
A produção de leite, contudo, pode ser estimulada ao longo de 2019, tendo em vista a possível maior disponibilidade de grãos neste ano. De acordo com o Cepea, para a temporada 2018/2019, é esperado aumento na oferta de milho no Brasil e no mundo.

No Brasil, a elevação deve ocorrer devido aos maiores patamares de preços do cereal nos últimos meses e ao rápido semeio da soja na primeira safra, que favorece o cultivo da segunda temporada de milho. Com isso, deve haver aumento do excedente interno, mesmo com maior consumo, o que pode pressionar as cotações.

Em termos mundiais, porém, a demanda deve aumentar mais que a oferta, pressionando os estoques e podendo elevar os preços internacionais. Espera-se, também, aumento nas transações internacionais, o que deve ser uma boa alternativa para as exportações brasileiras.

Demanda
O mercado espera que a possível retomada de crescimento da economia, com inflação controlada, taxa de juros baixa e melhora do mercado de trabalho, resulte em aumento no poder de compra de brasileiros, o que, por sua vez, tende a aquecer o consumo de lácteos.

O Cepea indica que ainda que a expectativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) seja de modestos 2,5%, a perspectiva de elevação do poder de compra do brasileiro aumenta as possibilidades de maior ajuste entre oferta e demanda, o que diminui as expectativas de preços despencando, especialmente no primeiro trimestre de 2019.

No entanto, é importante destacar que a sustentação desse cenário econômico favorável vai depender da habilidade do novo governo em aprovar medidas para controle dos gastos públicos.

Mercado internacional
O aumento da taxa de juros norte-americana para o ano de 2019 deve elevar o dólar, que pode ficar entre R$ 3,70 e R$ 3,80. Os preços internacionais dos lácteos podem estar ligeiramente menores em 2019, devido ao estoque elevado de leite em pó no final de 2018 e ao crescimento da produção da Nova Zelândia e dos Estados Unidos.

Além disso, o consumo internacional pode se desacelerar, em função da disputa comercial entre China e Estados Unidos e da queda nos preços do petróleo. Assim, as importações de lácteos podem ser favorecidas. No que diz respeito às exportações, é possível maior participação brasileira no mercado mundial, por conta dos esforços conjuntos realizados nos últimos anos por organizações do setor. (Canal Rural)


Exportações/Uruguai 

As exportações de leite em pó integral alcançaram seu máximo histórico em 2018, tanto em volume como em faturamento. O ano fechou com exportações de 144.154 toneladas, um crescimento de 33% em relação às 107.965 toneladas de 2017. O faturamento foi de US$ 428 milhões, 24% a m¬ais que os US$ 344 milhões de 2017. A Argélia foi responsável por 50% das exportações deste produto, tanto em volume como em divisas.

 
A participação do Brasil despencou para 17% nos dois casos, ficando bem abaixo do percentual de 39% de 2017.

Exportações totais: a maior em quatro anos
As exportações totais de produtos lácteos do Uruguai alcançaram seu máximo valor em quatro anos. Totalizaram US$ 680 milhões, um incremento de 15% em relação aos US$ 589 milhões do ano anterior com consequência de maiores volumes, 230.582 toneladas, 20% a mais do que em 2017. Os produtos que contribuíram para o crescimento foram o leite em pó integral e a manteiga. A Argélia surge como o principal comprador com participação de 32%, deslocando o Brasil do pódio (20%) que ocupava há 10 anos. 99% das compras da Argélia são de leite em pó integral, 72.513 toneladas. Em 2016 as vendas para o país africano totalizaram 17.770 toneladas, um ano mais tarde ascenderam a 39.143 toneladas, volume largamente superado em 2018.


 
O Brasil registrou queda acentuada este ano devido à maior produção interna e à forte desvalorização do real. Em 2018 foram exportadas para o Brasil 44.520 toneladas, 23.358 menos (34%) que as 67.878 vendidas no ano anterior. A Rússia foi o terceiro maior destino em 2018, com 22.677 toneladas pelo valor de US$ 84 milhões, um crescimento interanual de 30% em volume e em valores.

Por produtos, atrás do leite em pó integral, os mais vendidos foram: queijos, leite em pó desnatado e manteiga. (Blasina y Asociados – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
Lácteos 
A francesa Louis Dreyfus Company (LDC), uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, anunciou ontem que está deixando o negócio de lácteos. A medida faz parte da estratégia para se concentrar em áreas estratégicas ("core business", no jargão do mercado). "A saída praticamente não terá impacto nas vendas globais, que continuam a crescer globalmente, e espera-se que isso tenha um leve efeito positivo em nosso capital de giro a partir de 2019", disse o diretor financeiro da LDC, Federico Cerisoli. A área de lácteos responde por apenas 1% do faturamento global da LDC, ou seja, pouco mais de US$ 400 milhões. Em 2017, o último dado anual disponível, as vendas totais da múlti francesa renderam US$ 43 bilhões e, no primeiro semestre de 2018, US$ 18,8 bilhões. (Valor Econômico)

Porto Alegre, 17 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.900

     Reajuste da tabela do frete será pelo IPCA

Uma das conquistas dos caminhoneiros após a paralisação de maio, a tabela de preço mínimo do frete rodoviário será atualizada na semana que vem usando como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), informou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a entidades que representam os profissionais. A vigência dos preços atuais se encerra no domingo (20). O governo Jair Bolsonaro considera que poderá mudar o parâmetro de atualização da tabela no reajuste seguinte, programado para 20 de julho deste ano, após ter aprofundado as discussões técnicas com a categoria. 

A atualização do preço mínimo do frete está prevista para ocorrer a cada semestre. Na reunião com os caminhoneiros, o ministro informou ainda que pretende estreitar a relação com a categoria. Essa proximidade, segundo ele, virá da abertura de canais de comunicação pelas redes sociais e de reuniões mensais no órgão. Mesmo após a decisão do governo Michel Temer de subsidiar o diesel para segurar a cotação, a redução no preço dos combustíveis ainda é a principal reivindicação dos caminhoneiros brasileiros, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Do total de entrevistados, 51,3% consideram essa demanda como a mais urgente da categoria. 

O aumento e as oscilações no preço do diesel verificados no início do ano passado foram os principais motivos para a paralisação da categoria em maio, que comprometeu o abastecimento de dezenas de cidades e freou o crescimento da economia naquele período. Para pôr fim ao movimento, o governo tomou uma série de medidas, como a subvenção do preço do diesel, que venceu no fim de dezembro, e a criação da tabela de preço mínimo do frete. O levantamento indicou que o segundo maior pleito dos caminhoneiros é a necessidade de ações para oferecer mais segurança nas rodovias (38,3%). Os financiamentos oficiais, a juros mais baixos, para a compra de veículos constam como demanda de 27,4% dos trabalhadores, seguidos do pleito por aumento do valor do frete (26,2%). A pesquisa foi realizada entre 28 de agosto e 21 de setembro de 2018. Ao todo, foram entrevistados mais de mil profissionais em todo o país, sendo 714 autônomos e 352 empregados de frota. (Valor Econômico)

 
Pecuária de leite

Embora o produtor de leite esteja acostumado com desafios e sobressaltos, 2018 foi atípico, desafiando o produtor em diversos aspectos. Melhora no cenário econômico e safra recorde de grãos devem fazer este ano ser de retomada de crescimento para a pecuária leiteira brasileira.

A análise é de pesquisadores da equipe de socioeconomia da Embrapa Gado de Leite (MG) que fizeram um balanço do setor leiteiro no ano que se passou. Segundo Glauco Carvalho, um dos integrantes da equipe, quando forem publicados os índices do período, a atividade deve fechar o ano estagnada ou crescer muito pouco em relação a 2017. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), naquele ano, a produção de leite inspecionado cresceu 5%, após um biênio complicado: 2015 (queda de 2,8%) e 2016 (queda de 3,7%). Isso significa que o setor deve fechar 2018 com um volume anual menor que o ano de 2014, antes da intensificação da crise econômica, quando a produção inspecionada foi de 24,7 bilhões de litros de leite e o volume total chegou a 35,1 bilhões de litros. “Embora o produtor de leite esteja acostumado com desafios e sobressaltos, 2018 foi atípico, desafiando o produtor em diversos aspectos”, observa Carvalho. O primeiro desafio, de acordo com o especialista, foi o preço do litro de leite pago ao produtor, que começou o ano em cerca de R$1,20 (pouco acima do que era pago em 2016, no auge da crise).
 
Além dos preços baixos no início do ano, o custo de produção ficou elevado, fechando o primeiro semestre com alta de quase 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os itens que mais tiveram impacto na rentabilidade do pecuarista foram os ligados à alimentação do rebanho (concentrado, produção de volumosos e sal mineral). Os preços do milho e da soja subiram em plena safra devido à quebra da produção de grãos na Argentina e à redução da safra brasileira de milho, entre outros fatores.
 
Alta de 18,5% dos custos em 12 meses
Os preços internacionais dos grãos também foram influenciados pela forte valorização do dólar frente ao real e pelos reflexos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Somados ao aumento dos preços da energia e do combustível no Brasil, isso levou a uma alta de 18,5% nos custos de produção no período de outubro de 2017 a outubro de 2018. Dessa forma, o preço real ao produtor em 2018, deflacionado pelo custo de produção, registrou queda de 1,5% em relação a 2017. Outro desafio foi a greve dos caminhoneiros, que além de afetar a produção primária, comprometendo a alimentação dos animais, paralisou as atividades da indústria e consumiu os estoques dos laticínios e dos varejistas. Em maio, quando ocorreu a greve, registrou-se o pior índice que se tem notícia para um único mês, com a produção ficando 9,3% mais baixa em relação a maio do ano anterior. Esse número revela que deixaram de ser captados 176,7 milhões de litros de leite. Sem poder escoar a produção durante os dez dias de paralisação, a conta da greve foi paga pelos pecuaristas e laticínios.
 
Leite argentino e uruguaio mais competitivo
O terceiro desafio veio de fora. Argentina e Uruguai, os principais exportadores de leite do Mercosul, apresentaram preços mais competitivos que o Brasil, com o produto chegando a custar R$ 1,00 o litro. Por aqui, no pico do preço, o produtor chegou a receber pelo litro de leite acima R$ 1,50. Com valores dos países vizinhos tão baixos, a importação foi estimulada, principalmente no último trimestre. “O País continua sendo um importador líquido e devemos fechar 2018 com um déficit de meio bilhão de dólares, o que equivale a um bilhão de litros de leite”, frisa Carvalho. O cenário mundial, para além do Mercosul, também não é favorável aos preços. Segundo o índice do Global Dairy Trade (GDT), o leite em pó integral foi vendido, na primeira semana de dezembro, a US$ 2.667,00 a tonelada. Nos últimos três anos, a melhor cotação ocorreu em dezembro de 2016: cerca de US$ 3.600,00.

Já o quarto desafio é um velho conhecido da cadeia produtiva do leite: o fraco desempenho do consumo de produtos lácteos, associado à baixa renda da população. Apesar da tímida recuperação da economia, a taxa de desemprego ainda é alta (11,6%). O pesquisador da Embrapa Gado de Leite João César Resende diz que o consumo de lácteos é bastante sensível às variações do poder de compra do consumidor. Segundo ele, quando há uma retração da economia, produtos como iogurte e queijo são alguns dos primeiros a serem eliminados da lista de compras. Mesmo com o litro do leite UHT sendo vendido a R$ 1,85 em alguns supermercados, no quarto trimestre, a demanda não demonstrou fôlego para se aquecer. As previsões para o PIB também decepcionaram. Em janeiro, a expectativa dos economistas era de que o PIB fechasse 2018 com um crescimento de 2,66%. No fim do ano, a expectativa caiu para 1,30%.

Os pesquisadores acreditam que 2019 será melhor para a cadeia produtiva do leite. A primeira barreira a ser superada diz respeito aos preços dos concorrentes no Mercosul. O analista da Embrapa, Denis Teixeira da Rocha, afirma que os preços praticados pelos parceiros do Cone Sul não são sustentáveis e devem, em algum momento, voltar à realidade. “Devido à rentabilidade negativa, nos últimos anos, três grandes laticínios fecharam suas portas no Uruguai”, destaca Rocha.

O mundo precisará de mais leite
Com relação ao mercado global, durante a conferência anual da International Farm Comparison Network (IFCN), em 2018, realizada em Parma, na Itália, os especialistas estimaram um crescimento um pouco mais robusto na demanda de lácteos para 2019. Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Lorildo Stock, que representou o Brasil na conferência, as estimativas do IFCN são que, para atender à demanda por produtos lácteos em 2030, o setor deverá aumentar a produção em 304 milhões de toneladas por ano. Isso equivale a três vezes a produção leiteira dos Estados Unidos, atualmente. Para ativar essa produção, o IFCN acredita que o preço do leite mundial atinja US$0,40, valor superior à média histórica. 

Internamente, a expectativa de mudanças na economia com o novo governo tem animado o mercado. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê um crescimento da economia brasileira de 2,1%. Já o mercado espera por um índice um pouco maior: 2,5%. De qualquer forma, segundo Carvalho, será o ritmo de andamento das reformas que irá ditar o compasso do mercado para este ano.

Para o pesquisador, há uma demanda reprimida por produtos lácteos que se arrasta por anos e algum crescimento econômico irá impulsionar a venda desses produtos. Carvalho acredita ainda em melhoria nas margens de lucro dos laticínios, que se encontram baixas desde meados de 2016.

Mais grãos, menos custos com alimentação
No que diz respeito aos lucros do produtor, 2019 começou com os preços em patamares um pouco mais elevados que os do início do ano anterior. A boa produção de grãos da safra 2018/2019, que pela expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve superar 230 milhões de toneladas, é um ponto positivo para a pecuária de leite. O recorde nas safras de soja e milho contribui para o recuo nos custos com a alimentação das vacas, sobretudo a produção de concentrados. “A redução do preço de importantes insumos deve melhorar a rentabilidade das fazendas, culminando na expansão da produção leiteira em 2019”, conclui Carvalho. (Compre Rural)
 
RAR vai consolidar expansão
O próximo ano deve ser marcado pela consolidação de ações de expansão da RAR, empresa fundada por Raul Anselmo Randon, que abarca as marcas Rasip, Gran Formaggio, Campos de Vacaria, RAR Gourmet, RAR Importados, RAR Vinhos e RAR Agrícola. A expectativa é manter o ritmo ascendente de 2018, que leva em conta sobretudo a expansão da rede de franquias Spaccio RAR e o incremento na exportação de maçãs. Situada em Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, a RAR iniciou as atividades em 1979 focada na fruticultura. Hoje a marca Rasip é a terceira maior produtora de maçãs do país e investe no mercado mundial. “Em 2018 exportamos 20% da produção e a média deve se manter, mas em razão da qualidade elevada da próxima safra será possível explorar mercados mais exigentes”, diz o diretor-superintendente da RAR, Sergio Martins Barbosa. A empresa exporta para a Rússia e outros países da Europa e da Ásia. (Correio do Povo)