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Porto Alegre, 20 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.624

 

Alternativas ao impasse 

Para especialistas em comércio internacional, o impasse que envolve a circulação de produtos agropecuários no Mercosul está longe de ser resolvido em definitivo por meio de restrições aos demais países-membros. As alternativas, na avaliação deles, passam por reforçar a competitividade dos produtos brasileiros frente aos parceiros comerciais. "A saída para esse processo é mais ganhos de produtividade", defende o professor Marco Antonio Montoya, coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade de Passo Fundo (UPF). Na avaliação dele, as medidas de barreiras protecionistas são transitórias e costumam ser adotadas em momentos de crise. Montoya toma como exemplo a cadeia do leite no Rio Grande do Sul. Em algumas regiões, a produtividade é alta e o setor tem condições de competitividade. 

Mas, na média estadual, percebe-se que ainda há muito por fazer. "O que é preocupante é que não exista uma política concreta de qualificação do leite, que busque incorporar o produto permanentemente na merenda escolar, por exemplo, já que ele tem um componente social nas cadeias produtivas", lamenta Montoya. Segundo o professor Charles Pennaforte, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o embate deve-se a uma questão estrutural de um bloco econômico onde todos os países são exportadores de produtos agrícolas. Com seus 207 milhões de habitantes, o Brasil é visto como um "gigante" pelos seus vizinhos, que tentam comercializar seus produtos neste mercado. "Para o Uruguai, o que justifica estar no Mercosul é justamente o acesso aos mercados brasileiros e argentino. Essa troca de produtos sempre vai existir", detalha Pennaforte. Um dos fatores que mais prejudicam a competitividade brasileira é a carga tributária, que, segundo ele, deveria ser readequada.(Correio do Povo)

Argentina - A "febre da manteiga" amortece, mas os preços continuam elevados

Neste mês de novembro a filial argentina da Saputo declarou exportações de 173 toneladas de manteiga a granel pelo valor médio ponderado de US$ 5.885/tonelada, tendo o valor máximo chegado a US$ 5.955/tonelada. Os destinos forma Iêmen, Líbano, Emirados Árabes Unidos e Malásia. Segundo dados da alfândega, em novembro de 2016 foram registradas vendas de 209 toneladas de manteiga a granel, ao preço médio de US$ 4.908/tonelada, enquanto no mesmo mês de 2015, as exportações declaradas foram de 469 toneladas ao valor médio de US$ 2.790/tonelada. O preço FOB médio da manteiga exportada pelos países da Europa Ocidental começou a ceder nas últimas semanas, mas ainda continuam sendo muito elevados em termos históricos. Atualmente - segundo dados do USDA - se encontra na faixa de US$ 5.750 a US$ 6.100/tonelada, depois de haver alcançado o máximo anual de US$ 7.875 a US$ 8.400/toneladas na primeira quinzena de setembro de 2017. Uma queda da produção europeia de leite - incentivada por um programa comunitário para evitar desequilíbrio nos preços internos - fez com que as indústrias privilegiassem a elaboração de queijos (produto mais rentável) em detrimento de outros (como o leite em pó desnatado) que resulta no aumento da disponibilidade de creme e de manteiga.

"Na França o setor supermercadista está quase completamente concentrado em cinco grandes cadeias, as quais, tradicionalmente, negociam contratos de preços uma vez ao ano, usualmente em fevereiro", diz um recente boletim do USDA. Essa metodologia, da lei francesa foi criada com o propósito de conter pressões inflacionárias, mas, gera transtornos quando produtos exportáveis registram grandes variações de preços. "As indústrias de laticínios francesas pediram às cadeias a possibilidade de renegociar os contratos quando os valores internacionais da manteiga começaram a registrar altas no segundo trimestre de 2017, mas as redes de distribuição negaram", explica o boletim. Resultado: as indústrias de laticínios privilegiaram a exportação de manteiga em detrimento do mercado interno. "Muitos consumidores franceses, alarmados pelas notícias sobre a baixa disponibilidade de manteiga, incrementaram as compras para congelar o produto e armazená-lo. Além disso, confeitarias e restaurante compraram grandes volumes de manteiga nos supermercados, a preços regulados, o que agravou o problema do abastecimento do produto", acrescenta o relatório do USDA.

Se bem que a França importe grandes volumes de manteiga de outros países europeus, as cadeias de supermercados se negaram a realizar operações em grande escala e aceitar os elevadíssimos preços. Atualmente estão sendo negociados acordos de preços com as indústrias de laticínios para evitar agravar a escassez da oferta. A manteiga está sendo substituída pela margarina em diversos processos industriais, dado que este último produto (elaborado usualmente com óleo de palma hidrogenado) está sendo cada vez mais percebido como prejudicial para a saúde em diversas regiões do mundo. (valorsoja - Tradução Livre: Terra Viva) 

Dispositivo criado na USP analisa qualidade de leite e evita desperdício na produção

O grupo desenvolveu um dispositivo de baixo custo para coleta e análise de amostras de leite durante a ordenha. Estudantes que integram uma startup iniciada na Universidade São Paulo (USP), em São Carlos, viajam para Índia neste fim de semana para fazer um estudo de mercado e tentar fechar parcerias. O grupo, que desenvolveu um dispositivo de baixo custo para coleta e análise de amostras de leite durante a ordenha, venceu em 1º lugar o prêmio Social Impact Award Switzerland (SIA Summit 2017), na Suiça, no mês passado.

Após arrecadarem cerca de R$ 2,6 mil em uma "vaquinha virtual" para custear parte da viagem, os alunos da USP receberam um prêmio no valor de R$ 13 mil, que será investido no projeto. A estimativa é que o protótipo esteja pronto até abril do ano que vem e disponível aos produtores no primeiro semestre de 2019. O projeto, que teve o apoio da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, concorreu no SIA Summit com outras inovações tecnológicas de 18 países, sendo que 13 finalistas foram escolhidos em Genebra.

O grupo de São Carlos faz parte agora de uma rede global que apoia empreendedores de impacto social e, por meio de um programa do governo suíço em parceria com universidades e instituições do Brasil e da Índia, os estudantes vão para Bangalore em busca de expansão. A Índia é o segundo produtor de leite no mundo, mas possui problemas muito parecidos com os enfrentados no Brasil, que é o 5º maior produtor.

Qualidade do leite
Um dos objetivos da Thinkmilk é exibir informações sobre a qualidade do leite, traços de antibióticos e possíveis doenças do animal. Com isso, é possível aumentar a produtividade de pequenos fazendeiros, ajudar na redução do desperdício e no combate à mastite, um dos maiores problemas da pecuária de leite brasileira.

Segundo o estudante Bruno Azevedo, equipamentos baseados em sensores de baixo custo podem explorar um vasto mercado que ainda não tem acesso a alta tecnologia.

"Com produtos de maior qualidade, o Brasil pode aumentar a exportação para mercados bastante exigentes, como o europeu. Isso melhora a competitividade e a renda de nossos pequenos fazendeiros, reduzindo a pobreza em regiões rurais e democratizando o acesso a alimentos de qualidade", avaliou.

O estudante participou de um intercâmbio na Suíça durante um ano e essa experiência gerou possibilidades para a tecnologia iniciada em São Carlos. "Os consultores e pesquisadores que nos apoiam têm experiência de anos trabalhando com outras startups que desenvolveram sensores e sistemas inovadores e, o que é mais importante, souberam transformá-los em produtos, levando-os para o mercado", ressaltou Azevedo.

Aprimoramento
Aperfeiçoar o sensor e integrá-lo ao sistema que monitora os sinais e processa os dados é o próximo passo da startup nos meses seguintes. "Temos uma expectativa de preço baseada no custo do protótipo, mas ainda é cedo para afirmar", disse o estudante. O grupo pesquisa as instituições brasileiras que têm contato direto com fazendeiros, pois precisa de dados mais precisos sobre o tamanho do mercado e as reais necessidades do produtor.

"Queremos oferecer uma solução completa por um preço menor que as existentes e que se pague em pouquíssimo tempo, gerando resultados visíveis ao fazendeiro logo nas primeiras semanas de uso", ressaltou Azevedo.

Além dele, fazem parte do grupo o doutorando Rodrigo Duarte Pechoneri, o servidor do Grupo de Óptica do IFSC João Marcelo Pereira Nogueira, além de outros parceiros suíços. Eles recebem orientação do professor de engenharia mecânica Daniel Varela Magalhães e têm como mentor o professor de engenharia de produção Daniel Capaldo Amaral. (G1)

 

Entre Aspas
"Li as justificativas do decreto e dento do regulamento do Mercosul diz que deve haver simetria entre produtos negociados."
Darlan Palharini - Secretário Executivo Sindilat, em relação ao projeto apresentado por deputados para reintroduzir "cobrança de direitos alfandegários na circulação de alguns produtos agropecuários" no âmbito do Mercosul. ​(Zero Hora)

Porto Alegre, 17 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.623

 

  Edital - Eleições Sindicais 

Edital publicado no Jornal Correio do Povo, no dia 17/11/2017, sexta-feira, página 18. CLIQUE AQUI para abrir o arquivo. (Correio do Povo/Sindilat)

A OMS publica um guia para prevenir a propagação da resistência antimicrobiana

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as actividades de agro-pecuária, piscícola e alimentar deixem de utilizar sistematicamente antibióticos para estimular o crescimento e prevenir doenças em animais saudáveis.

As novas recomendações da OMS têm como finalidade preservar a eficácia dos antibióticos importantes para a medicina humana reduzindo o seu uso desnecessário nos animais. Nalguns países, aproximadamente 80% do consumo total de antibióticos de importância médica dá-se no sector animal, principalmente para estimular o crescimento em animais saudáveis.


O abuso e o uso indevido de antibióticos em animais e em humanos estão a contribuir para o aumento da ameaça que representa a resistência aos antimicrobianos. Alguns tipos de bactérias causadoras de infecções humanas graves já são resistentes à maioria ou à totalidade dos tratamentos disponíveis, e há muito poucas alternativas prometedoras em fase de investigação.

Numa revisão sistemática publicada no The Lancet Planetary Health conclui-se que as intervenções que restringem o uso de antibióticos em animais destinados à produção de alimentos reduzem as bactérias resistentes aos antibióticos nestes animais até 39%. Esta investigação serviu de base, directamente, para produzir as novas directrizes da OMS.


A OMS recomenda firmemente uma redução geral do uso de todas as classes de antibióticos de importância médica nos animais destinados à produção de alimentos, incluindo a restrição completa destes fármacos para estimular o crescimento e prevenir doenças sem diagnóstico prévio. Só se deverá administrar antibióticos a animais saudáveis para prevenir uma doença se esta foi diagnosticada noutros animais do mesmo efectivo ou da mesma população de peixes.

Sempre que seja possível, devem-se realizar análises aos animais doentes para determinar o antibiótico mais eficaz para tratar, de maneira prudente, a sua infecção específica. Os antibióticos utilizados em animais deverão eleger-se de entre os que, de acordo com a OMS, são «de menor importância» para a saúde humana, e não de entre os classificados como «de importância crítica e de máxima prioridade». Estes antibióticos costumam ser o tratamento de último recurso ou fazem parte de uma série limitada de tratamentos dos que se dispõe para tratar infecções bacterianas graves em humanos.

Muitos países já adoptaram medidas para reduzir o uso de antibióticos em animais destinados à produção de alimentos. Por exemplo, em 2006 a União Europeia proibiu o uso de antibióticos para estimular o crescimento. Os consumidores também estão a impulsionar a procura de carne produzida sem o uso sistemático de antibióticos, pelo que algumas importantes cadeias alimentares estão a adoptar a política de «ausência de antibióticos» para a compra de carne. CLIQUE AQUI para acessar a versão em inglês. (http://www.who.int)


Recuperação da produção de leite na China deve conter importações em 2018

A China verá "importações restritas" tanto de leite em pó desnatado quanto de leite em pó integral em 2018, com as compras diminuídas por uma recuperação da produção leiteira do país, reforçada pela modernização da indústria.

A agência de Pequim do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em sua primeira previsão para oferta e demanda de produtos lácteos da China do ano que vem - visto como uma influência fundamental nos preços mundiais - previu que a produção de leite será de 36,5 milhões de toneladas, um aumento de 2,8% com relação ao ano anterior.

O aumento, bem acima da previsão de 1,5% do Rabobank, recuperaria cerca de metade do mercado perdido durante o declínio da produção em 2016 e 2017. E isso reflete, além de uma queda nos custos de silagem de milho, melhorias na produtividade incentivadas pela genética aprimorada e pela melhora das práticas de criação, o que deverá manter a melhora da produção de leite no país. "A China continuará vendo uma maior produção como resultado de investimentos de longo prazo na genética de gado leiteiro e da consolidação e modernização das instalações lácteas", disse a agência.

No entanto, o aumento da produção deverá afetar a demanda de importação de produtos lácteos da China, com a agência dizendo que o "aumento da produção doméstica irá restringir as importações, encerrando uma tendência de crescimento de importações de vários anos".

De fato, as importações de leite em pó integral deverão aumentar em 50.000 toneladas, para 500.000 toneladas, sustentadas pela preferência dos consumidores por produtos estrangeiros, após uma série de escândalos no início desta década pela contaminação do produto doméstico. "Os produtos de leite em pó integral importados continuam sendo vistos pelos consumidores chineses como sendo mais seguros e mais confiáveis. Eles também têm um prazo de validade de mais de dois anos - geralmente o dobro dos produtos chineses similares".

No entanto, as compras de leite em pó integral - dos quais a China é o principal importador, consumidor e produtor - permanecerão bem abaixo do recorde de 671 mil toneladas de 2014, devido ao armazenamento em meio aos medos relacionados ao aumento dos preços. E as importações chinesas de leite fresco cairão para o menor volume em três anos, de 520 mil toneladas. Enquanto isso, as importações de leite em pó desnatado cairão em 25.000 toneladas para o menor volume em três anos, de 200.000 toneladas, informou a agência, prevendo uma recuperação nos preços relativos dos do leite em pó integral.

"A indústria relata que os fabricantes de produtos lácteos chineses usaram relativamente mais leite em pó desnatado para substituir o leite em pó integral, porque os preços do leite em pó desnatado eram baixos o suficiente para compensar a diferença de qualidade. No entanto, à medida que o preço leite em pó desnatado se recupera em 2018, as importações e o uso provavelmente diminuirão para os níveis anteriores".

Na verdade, os preços do leite em pó desnatado aumentaram no último leilão GlobalDairyTrade, na semana passada, mostrando crescimento de 1,2%, em comparação com uma redução de 5,5% do leite em pó integral. "Isso foi uma surpresa, porque a Fonterra aumentou o volume de suas ofertas de leite em pó desnatado nos próximos 12 meses, uma indicação de amplas ofertas", disse o Conselho de Produtores de Leite dos EUA. (As informações são do Agrimoney, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Preços/AR
A capacidade de pagamento das grandes indústrias de laticínios se encontra em níveis elevados em relação ao valor médio do leite pago aos produtores, enquanto que nas pequenas, a situação é inversa. O "valor de referência de demanda" em setembro passado - último dado disponível - de grandes indústrias (praticamente as que integral o CIL - Centro das Indústrias de Laticínios) foi de 6,51 pesos/litro, [R$ 1,22/litro], enquanto o "preço básico" médio recebido pelos produtores de leite foi de 5,70 pesos/litro, [R$ 1,07/litro], segundo cálculos realizados pelo Instituto Argentino de Professores Universitários de Custos (IAPUC), junto com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA). As pequenas indústrias - Pymes lácteas (que operam com a distribuição regional e estão associadas, em sua maioria à Apymel), o valor de referência em setembro foi de 5,45 pesos/litro, [R$ 1,02/litro], ou seja, ficou abaixo do preço médio pago aos produtores de leite. O "valor de referência de demanda" expressa a capacidade de pagamento pelo litro de leite cru pela indústria em condições normais de operação e para uma situação de "nivelamento" dos resultados da empresa, sem margem de renda nenhuma (lucro zero). A alta capacidade de pagamento que detém as grandes indústrias de laticínios se reflete nos últimos balanços apresentados pelas duas principais empresas que processam atualmente, o maior volume de leite no mercado argentino. Nos primeiros nove meses de 2017 a Mastellone Hnos (La Serenísima) divulgou lucro de 303 milhões de pesos versus 96 milhões de pesos no mesmo período de 2016. É preciso lembrar que entre janeiro e setembro de 2015 e 2014 havia registrado prejuízos de 265 e 308 milhões de pesos, respectivamente. Enquanto isso, a canadense Saputo, em seu último balanço - também com dados de 30 de setembro passado - informou que "as vendas da divisão argentina aumentaram graças às maiores vendas, tanto no mercado interno como externo". (valorsoja - Tradução livre: Terra Viva)

 
 

Porto Alegre, 16 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.622

 

  Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 14 de Novembro de 2017 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Outubro de 2017 e a projeção dos valores de referência para o mês de Novembro 2017, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

 

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada "Leite Padrão", se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Novembro de 2017 é de R$ 2,1173/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)

Brasil precisa de competitividade para conquistar mercados

Vivendo uma das maiores crises de sua história recente, a produção leiteira precisa urgentemente ganhar competitividade para, com isso, galgar novos clientes para os produtos brasileiros no exterior. Esta é a tônica central do 5º Fórum Itinerante do Leite - Caminhos da Exportação, que será realizado no próximo dia 21 de novembro (terça-feira), em Frederico Westphalen. Promovido pelo Sindilat, em conjunto com Fundesa, Farsul, Fetag, Secretaria da Agricultura (Seapi), URI e Canal Rural, o evento reunirá lideranças, pesquisadores, representantes da indústria e produtores para debater as mudanças que precisam ser implementadas no processo produtivo.  "Precisamos, todos juntos, achar um caminho para que o setor leiteiro do Brasil conquiste maior estabilidade e dê a produtores e indústria condições de seguir na atividade", frisou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.  O fórum também tem o apoio AGL, Apil, Cotrifred, Creluz, Emater-RS, Embrapa, Famurs, Ocergs, Prefeitura de Frederico Westphalen, Senai-RS e  Sicredi. 

Um dos palestrantes mais esperados da programação, que começa às 9h no Salão de Atos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), é o pesquisador da Área de Socioeconomia da Embrapa Gado de Leite, João Cesar de Resende.  "Falar de competitividade  exige que se trate de custos de produção, que no Brasil ainda são muito elevados". Segundo ele, entre os principais entraves para o desenvolvimento estão uma produção altamente pulverizada que eleva despesas de captação, produtividade baixa, problemas de logística e alta carga tributária, que, além de corroer os lucros, eleva o preço dos insumos. A solução, alerta ele, passa por incentivo do poder público seja com melhores condições de escoamento da produção, seja por meio de subsídio para a aquisição de tanques e melhoria da nutrição animal. 

Enquanto isso, alerta Resende, há muito a ser feito pelos próprios elos da cadeia do leite, como investimento em genética para obtenção de vacas com mais potencial produtivo e em modelos mais eficientes de gestão.  Só assim, acredita ele, será possível fazer frente a países como o Uruguai e a Argentina, que exportam seu leite exatamente por terem custo menor.
 
Apesar dos constantes alertas de que os pequenos produtores estão em risco de deixar a atividade, Resende argumenta que "ser pequeno" não é sinônimo de baixa competitividade. Muito pelo contrário. De acordo com o especialista, propriedade familiares podem ter excelentes índices de desempenho exatamente por utilizarem mão de obra familiar e terem um custo operacional menor.  "Não é o porte do produtor que define sua competitividade. Temos que buscar boa produtividade por meio de animais e de mão de obra qualificada", recomendou. A garantia de qualidade do produto entregue é  outro ponto fundamental  para achar o caminho da exportação. "O mercado busca muita qualidade e isso inclui controle de índices como CCS e CBT". Para melhorar essas questões, a sugestão é o trabalho em equipe. "Os setores não podem ser isolados. É preciso olhar a produção leiteira como um todo e pensar em um sistema de integração, talvez como o adotado na avicultura, onde todos ganhem mais".

O 5º Fórum Itinerante do Leite - Caminhos da Exportação tem inscrições gratuitas e vagas limitadas. Pela manhã, estão previstos dois painéis de debate. O primeiro tratará de "Mercado externo de lácteos e políticas públicas" e o segundo se propõe e analisar os "Desafios para indústrias e produtores". À tarde, três oficinas promoverão discussão técnica e apresentação de cases de produtores e empresas que trabalham rumo à excelência.  Para participar basta solicitar credenciamento por meio dos sites do Canal Rural (www.canalrural.com.br), do Sindilat-RS (www.sindilat.com.br) ou da URI- Frederico Westphalen (www.fw.uri.br)

Oficinas técnicas focam em qualidade e novos mercados

O  5º Fórum Itinerante do Leite - Caminhos da Exportação contará com uma série de oficinas que busca contribuir para a qualificação dos processos produtivos na prática. Ministradas na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), elas ocorrerão a partir das 14h.  Desta vez, os grupos de trabalho pretendem realizar uma avaliação aprofundada dos temas propostos, com interlocução e apresentação de cases.

Serão três oficinas ao todo. A primeira falará de "Gestão e sucessão na produção de leite" e será coordenada pelo engenheiro agrônomo, assistente técnico regional de Sistema de Produção Animal -da Emater de Frederico Westphalen, Valdir Sangaletti. Ainda participam o zootecnista Fábio Eduardo Schlick e o professor da URI Leandro Bittencourt de Oliveira. A programação inclui apresentação de case das famílias Castelli, de Iraí, e Cansian, de Taquaruçu do Sul.

A segunda oficina da tarde abordará a "Nutrição da vaca leiteira: Saúde do Animal e qualidade do leite"  O trabalho será coordenado pelo doutor em Produção e nutrição animal e professor da URI Sandro Paixão. O médico veterinário Abílio Galvão Trindade Ferreira falará sobre a alimentação no pré parto e o colega Thiago Caetano Schmidt Cantarelli sobre mastite bovina. Por fim, a professora doutora Rosselei Caiél da Silva abordará a importância do controle de qualidade do leite na produção de derivados.

A terceira oficina dará sequência ao tema central do fórum ao tratar dos "Caminhos para a exportação". Com coordenação do secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini,o grupo contará com apresentação do pesquisador da Embrapa Gado de Leite João Cesar de Resende.
 
O 5º Fórum Itinerante do Leite - Caminhos da Exportação tem inscrições gratuitas e vagas limitadas. Para participar basta solicitar credenciamento por meio dos sites do Canal Rural (www.canalrural.com.br), do Sindilat-RS (www.sindilat.com.br) ou da URI- Frederico Westphalen (www.fw.uri.br). (Assessoria de Imprensa Sindilat)

PROGRAMAÇÃO 5º FÓRUM ITINERANTE DO LEITE

8h - Credenciamento e welcome milk

8h30min - Boas-vindas 

9h - Painel: Mercado externo de lácteos e políticas públicas (ao vivo)
João Cesar de Resende, pesquisador da Embrapa Gado de Leite
Guilherme  Portella, diretor da Lactalis
Ernani Polo, secretário da Agricultura - RS
Moacir Sopelsa, secretário da Agricultura - SC
Norberto Ortigara, secretário da Agricultura - PR
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS
Debate  e perguntas

10h30min - Painel: Desafios para indústrias e produtores (ao vivo)
Jaime Ries, assistente técnico da Emater-RS 
Caio Vianna, presidente da CCGL
Rogério Kerber, presidente do Fundesa
Jorge Rodrigues, coordenador da Comissão de Leite da Farsul
Wlademir Dall'Bosco, presidente da Apil
Alexandre Guerra, presidente do Sindilat-RS

11h20min - Debate e perguntas

12h - Encerramento da transmissão ao vivo

12h15min - Almoço

12h35min - M&Cia

14h - Oficinas técnicas

1  - Gestão e sucessão na produção de leite
Local: Salão de Atos da URI - 700 vagas
Coordenação da oficina: Valdir Sangaletti, engenheiro agrônomo, assistente técnico regional de Sistema de Produção animal - Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, RS.

14h - Abertura
14h05min - 1º painel: Planejamento forrageiro - Fábio Eduardo Schlick, zootecnista, mestre e doutor em Zootecnia - ATR de Sistemas de Produção Animal, Escritório Regional da Emater de Bagé. (Exemplo prático de planejamento - projeto SisLeite da Emater).
14h35min - 2º painel: Manejo de plantas forrageiras -  Leandro Bittencourt de Oliveira, professor doutor - URI de Frederico Westphalen, RS (Exemplo prático de manejo - aluno do curso de Tecnólogo em Agropecuária da URI)
15h05min - Programa de gestão sustentável da agricultura familiar - Valdir Sangaletti, engenheiro agrônomo - ATR de SPA e Gestão Rural do Escritório Regional da Emater de Frederico Westphalen, RS.
15h20min - Case de sucesso no PGS - O trabalho da família Castelli de Iraí,RS - Equipe da Emater de Iraí e família Castelli.
15h45min - Case de sucesso na gestão da atividade leiteira - O trabalho da família Cansian - Taquaruçu do Sul - Família Cansian e  URI.
16h05min - Debate - perguntas aos painelistas, por escrito.

2 - Nutrição da vaca leiteira: Saúde do Animal e qualidade do leite 
Local: Auditório da URI - 125 vagas
Coordenação da oficina: Sandro Paixão, zootecnista Sandro José Paixão - Dr. em Produção e nutrição animal e professor da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Câmpus de Frederico Westphalen, RS.

14h05min - 1° painel: Alimentação no pré parto: reflexo na produção, sanidade e na qualidade do leite - Abílio Galvão Trindade Ferreira, médico veterinário, mestre em Produção Animal, consultor na área de nutrição e reprodução animal pela empresa NUTRE Saúde e Produção Animal, instrutor do Senar-PR.
14h55min - 2º painel: Técnicas de controle e medidas preventivas da mastite bovina -  Thiago Caetano Schmidt Cantarelli - Médico veterinário, pós-graduação em Clínica e Técnica Cirúrgica Veterinária, médico veterinário da Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen e professor da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (Câmpus de Frederico Westphalen)
15h05min - 3° painel: Importância do controle de qualidade do leite na produção de derivados - Rosselei Caiél da Silva, professora doutora da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (Campus de Frederico Westphalen)
16h05min - Debate - perguntas aos painelistas, por escrito.

3  - Caminhos para a exportação
Local: Sala de aula da URI - 50 vagas
Coordenação da oficina: Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat-RS

14h - Abertura 
14h15min - Competitividade e os ajustes para a inserção do Brasil no mercado mundial de lácteos - João Cesar de Resende, pesquisador da Embrapa Gado de Leite
14h45min - Caio Vianna, presidente da CCGL - Exportação 
15h05min - Case Lactalis 
16h05min - Debate - perguntas aos painelistas, por escrito.

16h30min - Encerramento da programação

Aberta consulta pública sobre lista de indicações geográficas da UE para produtos brasileiros
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) informa que está aberta para consulta pública a lista de Indicações Geográficas (IGs) de produtos do agronegócio brasileiro e outros setores selecionados para exportação para a União Europeia (UE) como parte das negociações do acordo comercial com o Mercosul. As entidades e empresas dos setores produtivos interessados em contestar a relação e incluir novos pleitos terão até o dia 7 de dezembro para manifestar junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Os dois blocos trocaram ofertas sobre as IGs em relação aos produtos com os quais buscam reconhecimento. A lista europeia tem 347 indicações, enquanto os sul-americanos incluíram 200 itens. As IGs identificam a procedência de origem de determinado produto de um país ou região com o objetivo de agregar valor para a exportação. É uma prática utilizada para reforçar a qualidade, reputação ou outra característica atribuída à localização geográfica. Mercosul e União Europeia têm legislações distintas sobre a forma de proteção das Indicações Geográficas. O texto do acordo entre os dois blocos definirá como serão tratadas estas diferenças, que constarão no capítulo de propriedade intelectual. Manifestações: O período para manifestação de terceiros permite que sejam apresentadas oposições ao registro de determinadas Indicações Geográficas no Brasil e em cada um dos países do Mercosul. Estas oposições devem ser apresentadas por nome apresentado na lista da UE, subsidiadas com argumentos e informações que as justifiquem. Decorrido o prazo de 30 dias após o pleito das entidades, o INPI analisará os recursos brasileiros protocolados para abrir o prazo de contestação e emitir parecer técnico. A relação de produtos pode ser vista CLICANDO AQUI. (As informação são da CNA)

 
 

Porto Alegre, 14 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.621

 

  Propostas colocam Mercosul à prova

As sugestões que vêm sendo apresentadas para resolver o desequilíbrio causado em setores do agronegócio brasileiro por conta da concorrência - considerada desleal - do Mercosul, em tese, não podem ser aplicadas. Essa é a avaliação de Mauro Laviola, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.

A mais recente é projeto de decreto legislativo protocolado pelos deputados Sergio Souza (PMDB-PR) e Evair Vieira de Melo (PV-ES). O texto propõe a reintrodução da "cobrança de direitos alfandegários na circulação de alguns produtos agropecuários" no âmbito do bloco. Os itens são leite (fluído, em pó e soro de leite), arroz, trigo e maçã.

- O que o Legislativo está fazendo é absolutamente contrário ao Mercosul e não é possível do ponto de vista legal. Não se pode retirar preferências do bloco e nem aplicar salvaguardas - afirma Laviola.

Ele acrescenta que, nos anos 2000, a Argentina tentou, sem sucesso, ações semelhantes.
Assessor de Souza, Luciano Carvalho não concorda. Para ele, a medida não "detona o Mercosul".

- Estamos trabalhando com quatro produtos sensíveis, assim como a Argentina fez com o nosso açúcar. É uma medida de defesa comercial sensata - defende.

Souza é deputado pelo Paraná, segundo maior produtor de leite do país, e montou o projeto com base nas mesmas razões apresentadas por entidades gaúchas: a crise causada no setor, que viu os preços do produto despencarem neste ano.

- Li as justificativas do decreto e dentro do regulamento do Mercosul diz que deve haver simetria entre produtos negociados - reforça Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados.

Ontem, o deputado Heitor Schuch (PSB-RS) protocolou no Parlamento do Mercosul documento de entidades sobre o tema. Ele lamentou a baixa participação do Brasil no órgão:

- De 30 proposições na pauta, tinha apenas uma brasileira. O governo brasileiro também está dando muito pouco valor. Aprovam aqui o que interessa para eles.

A crise também pautou reunião de entidades, parlamentares e representantes de ministérios ontem em Brasília. (Zero Hora)

Queijo artesanal faz leite render mais

Nova Bassano hoje tem mais vacas do que habitantes. Maior produtora de leite na Serra, com 57 milhões de litros gerados por ano, o município de 8,8 mil pessoas conta com 10,5 mil cabeças de gado leiteiro. A produção ganhou musculatura nos últimos anos e ocasionou profunda mudança no perfil econômico do local. Diversas famílias de agricultores trocaram os hortifrutigranjeiros pelo leite. E parte agregou valor ao produto gerado pelos rebanhos.

É o caso da produtora Rejane Tessaro. Seu avô começou na atividade rural com o plantio de frutas e verduras, como repolho, pimentão e tomate. A criação de vacas leiteiras era uma atividade secundária. Oito anos atrás, o perfil de produção se transformou.

Resultado Turbinado
O baixo preço das frutas e verduras e o desgaste na saúde da família em razão do uso de agrotóxicos no plantio fizeram com que os Tessaro optassem apenas pelo leite. A partir daquela época, o plantel cresceu. Passou de 30 para 50 vacas em lactação, sendo 40 da raça holandesa e 10 da jersey.

A maior mudança, entretanto, ocorreu em 2011, quando Rejane liderou a implantação de uma queijaria. Desde então, o foco é a fabricação de queijos. A produtora toca o negócio ao lado do marido e seus pais, além de dois funcionários. O novo produto garantiu incremento significativo na renda familiar. 

- Meu sonho sempre foi ter algo próprio. E queríamos agregar valor à matéria-prima que produzíamos. Arriscamos com a queijaria e deu certo. Nossa renda anual é 30% maior do que se só vendêssemos leite - explica Rejane.

Os 1,2 mil litros captados diariamente são transformados em cerca de três toneladas de queijo colonial a cada mês. A venda ocorre principalmente em pontos localizados em Nova Bassano e na vizinha Serafina Corrêa. A estrutura ainda tem condições de produzir manteiga e iogurte. (Zero Hora)

Novo aplicativo gratuito do Mapa ajuda a agir rápido para assegurar saúde de rebanhos

"Saúde Animal" é o novo aplicativo gratuito que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disponibilizará para veterinários, criadores e pessoas interessadas em saúde e bem-estar animal. O envio de notificações às autoridades sanitárias sobre suspeitas de ocorrências de doenças ou focos será mais rápido e fácil, assim como também será mais simples e imediato o acesso às informações, manuais e legislação federal e estadual, e aos códigos sanitários da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Compatível com os sistemas operacionais Android e IOS, o "Saúde Animal" foi desenvolvido em colaboração com a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), e será lançado durante o Encontro Nacional de Defesa Sanitária Animal (Endesa), em Belém do Pará, de 4 a 8 de dezembro.

Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal (DAS) do Mapa, disse que o aplicativo atende a necessidades de mercado e de competitividade, como "agilidade, acesso fácil e rápido à informação, interatividade e soluções colaborativas". Ele observa que "o uso do aplicativo pelos diferentes públicos vai gerar aprimoramentos e atualizações frequentes, muitas delas realizadas automaticamente. Quanto às notificações de suspeitas de doenças ou focos, o uso da ferramenta permitirá ação rápida e dirigida, favorecendo a sanidade e segurança dos rebanhos"

Em curto prazo, o app deverá ser utilizado por 1 milhão de usuários, com base nas estimativas atualizadas de que há no Brasil aproximadamente 5 milhões de propriedades rurais e 120 mil veterinários.

O app dispõe de atendimento virtual para responder perguntas dos usuários em português, inglês e espanhol, em áudio e texto. (As informações são do Mapa)

Novacki e entidades sindicais discutem modelo de inspeção

O Ministro Interino do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, reuniu-se, nesta segunda-feira (13), com representantes de entidades de classe de fiscais agropecuários (ANFFA e Asfagro), para tratar do novo modelo de inspeção sanitária que está em estudo.

Novacki recebeu dos sindicalistas sugestões de metodologia e de procedimentos a serem avaliados na construção do modelo de inspeção que visa modernizar o sistema brasileiro e adequá-lo a padrões internacionais para aumentar a participação brasileira no agronegócio mundial.

A reunião ocorreu em ambiente de colaboração, sendo sugerida a realização de um seminário para ampla discussão do modelo de inspeção a ser implantado. Novacki disse ainda que o novo sistema não está definido ainda. "Temos que prosseguir analisando. Tudo será discutido e apresentado a todos", assegurou.

Representantes das entidades da categoria consideraram importante a capilarização do sistema de inspeção no país, com apoio dos estados, e se mostraram defensores da meritocracia no serviço público. (As informações são do Mapa)

 

RS: nova mobilização irá reivindicar melhoria do preço do leite ao produtor
Uma nova mobilização vai ser feita com objetivo de reivindicar melhoria no preço do leite pago ao produtor. Quinta-feira, haverá reunião na Federação dos Trabalhadores na Agricultura, em Porto Alegre/RS, para acertar detalhes do movimento, marcado para o próximo dia 24. Inclusive, no encontro desta semana deve ocorrer definição do município onde vai acontecer o protesto. Os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, pertencentes à regional da Fetag de Ijuí, recebem inscrições de pessoas interessadas em participar da mobilização, a fim de organizar caravana. (As informações são da Rádio Progresso de Ijuí)

 
 

Porto Alegre, 13 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.620

 

  Fórum do leite/RS 

Os caminhos para a exportação serão debatidos no 5º Fórum Itinerante do Leite, no dia 21 de novembro de 2017, em Frederico Westphalen (RS). A proposta é avaliar as possibilidades do Brasil no mercado mundial de lácteos. 

O encontro terá transmissão ao vivo pelo Canal Rural das 9h às 12h, diretamente do Salão de Atos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Câmpus de Frederico Westphalen. O fórum será dividido em dois painéis, com a participação de pesquisadores, empresários, autoridades e líderes do setor. A primeira parte enfocará o mercado externo de lácteos e as políticas públicas. A visão governamental será apresentada pelos secretários da Agricultura da região Sul. Na segunda parte, dirigentes de entidades representativas do setor avaliarão os desafios dessa cadeia para que os produtos lácteos do Brasil tenham maior competitividade no mercado mundial. A programação prossegue à tarde com oficinas técnicas, reunindo produtores rurais, empresários, especialistas, professores e estudantes. Ao se inscrever, cada participante deverá optar por uma das três oficinas, com enfoques em gestão e sucessão na produção de leite, nutrição animal e caminhos para a exportação. As inscrições para o evento poderão ser feitas a partir desta segunda-feira, dia 13. Serão gratuitas, antecipadas e limitadas. CLIQUE AQUI PARA INSCRIÇÃO

Os painelistas responderão perguntas do público presente no Salão de Atos e dos que assistirem pelo Canal Rural (TV e internet) e pelo YouTube (www.youtube.com/canalruralbr). A iniciativa é do Canal Rural, do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Estado do Rio Grande do Sul (Fundesa), do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat-RS), da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi-RS) e da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Frederico Westphalen. O evento tem apoio da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), da Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen (Cotrifred), da Cooperativa de Energia e Desenvolvimento do Médio Uruguai (Creluz), da Empresa Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), da Organização das Cooperativas do Estado do RS (Ocergs), da Prefeitura de Frederico Westphalen, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no RS (Senai-RS) e do Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo). O fórum faz parte de uma série de eventos, iniciada em 2016, para debater os desafios da cadeia do leite por entidades do setor, em parceria com universidades e entidades regionais. Neste último trimestre, a comunidade de Frederico Westphalen e entidades da cadeia gaúcha do leite elegeram o mercado externo como tema para encerrar os debates itinerantes em um ano pontuado por grandes polêmicas sobre os impactos das importações de lácteos. (Canal Rural)

Conseleite/MS

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 10 de Novembro de 2017, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de setembro de 2017 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de outubro de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul)


 

Carlos Barbosa é líder no Estado

Em Carlos Barbosa, o rendimento médio é de 6,8 mil litros/ano por vaca. O produtor João Grespan tem participação direta nesse desempenho. Em sua propriedade, cada uma das 42 cabeças em lactação rende 10 mil litros anualmente. E os números sobem a cada temporada. Em 2016, tiravam-se 900 litros de leite do rebanho por dia. Neste ano, são 1,3 mil litros.

- Com pouca área de terra, temos que crescer pela produtividade. A genética nos ajuda a aumentar de 15% a 18% o volume ao ano - justifica.

Na propriedade de Grespan, as atividades são divididas e executadas com a precisão de um relógio suíço durante os 365 dias do ano. Ele cuida da limpeza das vacas, enquanto a mulher faz a ordenha. Os filhos, que estudam agronomia e zootecnia, cuidam do solo, da produção de alimentos e da genética. Já a filha faz a contabilidade da granja. Juntamse a eles dois técnicos, que prestam consultoria nas áreas de reprodução e alimentação. A soma do esforço coletivo resulta em alto rendimento. (Zero Hora)

 

Tecnologia potencializa manejo

A tecnologia é aliada de uma série de propriedades de leite, configurando-se em outro aspecto que explica o incremento na produtividade. Em 2015, Ezequiel Nólio, um dos proprietários da Tambo Nólio, de Paraí, foi pioneiro no Estado a apostar na utilização de robôs para a realização da ordenha. Dois anos depois, a produção média por vaca passou de 28 para 35 litros ao dia. A máquina está junto ao pavilhão onde ficam as 63 vacas da raça holandesa. Os animais se dirigem ao equipamento por conta própria. Assim, não há horário fixo para a ordenha. Nólio conta que chegam a fazer fila para entrar no box. A máquina reconhece cada vaca, fornece ração em medida controlada e coleta informações sobre a qualidade do leite gerado.

- O investimento foi em torno de R$ 900 mil, entre a máquina e adaptações do pavilhão. O retorno se dará em cinco anos, com aumento na produtividade e redução de consumo de ração. E vamos ganhar uma lactação a mais por cada vaca - celebra Nólio.

A utilização de robôs ainda é tímida no RS e no Brasil. Na maior parte das propriedades, são utilizados equipamentos para fazer a transferência do leite do úbere direto para o tanque de resfriamento e para medir a produção. (Zero Hora)

Quando a genética vira negócio

Algumas das vacas com maior produtividade do Brasil são de Farroupilha. A Granja Tang coleciona títulos em feiras, exposições e campeonatos que medem a produção dos animais. Com essa credencial, o comércio de embriões, o aluguel das vacas para reprodução e a venda de exemplares se tornaram um negócio para a cabanha, que tem 40% do seu faturamento oriundo dessa área.

A produtividade elevada vem de longa data. De 2009 a 2013, a granja teve uma recordista nacional. Foi a vaca holandesa Raquel, que chegou a produzir 20 mil litros de leite ao ano. O animal já morreu, mas o atual plantel de 31 vacas da raça holandesa em lactação conta com sua neta e bisneta.
Agora, a nova estrela é a vaca Sali. Com média anual de 17 mil litros, ganhou o concurso leiteiro da Expointer 2017. Aos três anos, venceu na categoria jovem, gerando 66 quilos de leite. O resultado foi superior até ao da campeã adulta, que totalizou 52 quilos.

A granja tem produtividade de 11,8 mil litros ao ano por cada animal. O segredo para o desempenho está em fatores característicos da região. A propriedade é pequena, com 14 hectares, e tem dedicação exclusiva ao gado leiteiro. Também influenciam no resultado cuidados com genética e alimentação equilibrada entre proteínas, silagem, feno e capim.

Outro ingrediente é considerado fundamental: o trato com os bovinos. A ordenha é feita a cada 12 horas para evitar lesões no úbere. As vacas permanecem soltas no pasto pela manhã, permitindo que se movimentem e até mesmo interajam. E cada vaca tem um nome, geralmente uma homenagem a parentes e amigos da família.

- Os animais também gostam de tomar sol e passear, como os humanos. E cada uma tem personalidade própria. Tem vaca dócil e mais agressiva, que briga com as outras - conta o proprietário Itamar Tang.

Toda a produção da Tang é de genética holandesa. A raça, aliás, é predominante no Rio Grande do Sul: segundo a Emater, o plantel chega a mais de 650 mil animais. Na Serra, são 53 mil cabeças. (Zero Hora)

Exportações/Uruguai
As exportações de lácteos cresceram 26% em outubro em relação a igual mês do ano passado. Foi o terceiro principal item de exportação em outubro, totalizando US$ 66,6 milhões. O principal destino foi a Argélia com 36% das remessas do mês. No acumulado do ano se posicionou como o segundo destino dos produtos lácteos uruguaios, com envios que representarão US$ 65 milhões, de acordo com dados publicados no Boletim mensal do Instituto Uruguai XXI sobre comércio exterior. O Brasil foi o segundo destino das exportações de outubro, ainda que o volume dos envios tenham caído 59% em relação a outubro de 2016. No acumulado do ano houve retrocesso de 44%, que foi compensado com uma recuperação de 28% nos valores. A Rússia foi o terceiro destino com um acumulado de US$ 54 milhões entre janeiro e outubro, 44% a mais que em igual período de 2016. Nos primeiros 10 meses do ano o faturamento total das exportações de lácteos alcançou a cifra de US$ 470 milhões, abaixo dos US$ 478 milhões realizados no mesmo período do ano anterior. (LecheriaUY - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 

Porto Alegre, 10 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.619

 

  Sindilat recebe homenagem do projeto Vereador Mirim de Bento Gonçalves

Com o intuito de agradecer a parceria no projeto Vereador Mirim, o presidente da Câmara Municipal de Bento Gonçalves, Moisés Scussel Neto esteve nesta sexta-feira (10/11) na sede do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindiat), em Porto Alegre, para prestar uma homenagem à entidade. Para valorizar o trabalho dos jovens, o sindicato doou cadernos e achocolatados ao projeto. "Apoiamos o projeto, pois trabalha com a educação do jovem que também faz parte do nosso planejamento.", disse o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.  

O projeto educacional, que iniciou em maio desse ano, culminou na realização de uma sessão legislativa simulada no dia 10 de outubro com 17 estudantes de escolas municipais de Bento Gonçalves. De acordo com a assessoria do vereador, cerca 200 mil crianças e jovens participaram das atividades. Scussel ressaltou que deseja manter parcerias como esta para 2018. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Foto: Leticia Szczesny

Cotações das commodities lácteas no mercado holandês - outubro de 2017

A captação de leite na União Europeia aumentou significativamente em agosto (+3%). É o terceiro mês consecutivo de crescimento. Como resultado, a oferta de leite aumenta este ano. Pela primeira vez a captação acumulada foi maior do que a de 2016. 

Os principais países produtores de leite registraram aumentos em agosto, com destaque para a Irlanda, Polônia e Itália. Também pela primeira vez apresentaram leve crescimento na Alemanha, França e Holanda. Outras regiões do mundo também apresentaram crescimento, embora o volume de agosto tenha crescido menos. Na Argentina e Na Nova Zelândia, a produção de leite caiu no mês. Fortes crescimentos foram apresentados apenas no Uruguai e nos Estados Unidos, embora neste último, a taxa de crescimento tenha perdido a força, ficando em 1% em setembro. 

O mercado de lácteo ficou sob pressão todo o mês de setembro. Os preços da manteiga também enfrentaram fortes obstáculos. As cotações da manteiga caíram de 700 euros para 500 euros. Esta correção foi estabelecida pela menor demanda e o aumento da oferta diante do crescimento do volume produzido. Como resultado há um abrandamento dos preços no mercado da manteiga e cremes, o que também é acompanhado pelo leite em pó. Os preços do leite em pó integral mostram, no entanto, recuperação, algumas vezes. (LTO Nederland - Tradução livre: Terra Viva)
 

USDA derruba preços de soja e milho em Chicago

Divulgadas ontem, as novas estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para oferta e demanda de grãos no país e no mundo nesta safra 2017/18 confirmaram um cenário relativamente confortável e determinaram a queda das cotações de soja e milho na bolsa de Chicago. O trigo, em contrapartida, registrou alta.

 

No mercado de soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, os contratos futuros de segunda posição de entrega (janeiro) fecharam a US$ 9,85 por bushel, em baixa de 13,50 centavos de dólar. Pesou sobre as cotações o ajuste para cima na projeção do USDA para os estoques finais globais da oleaginosa, consequência da elevação do cálculo para a produção. Isso porque o órgão passou a estimar a colheita brasileira em 2017/18 em 108 milhões de toneladas, 1 milhão a mais que em outubro, embora ainda abaixo do total de 2016/17.

No caso do milho, os papéis de segunda posição (março) encerraram a sessão de ontem em Chicago com retração de 6,50 por bushel, a US$ 3,5475. Para o cereal, o USDA corrigiu para cima sua projeção para a colheita global e, consequentemente, também para os estoques finais mundiais. Esses estoques (203,9 milhões de toneladas) permanecem abaixo de 2016/17 (226,6 milhões), mas o patamar ainda considerado "folgado".

Já os contratos do trigo também para março fecharam o pregão a US$ 4,45 por bushel, uma valorização de 1,25 centavo de dólar em relação à véspera. O USDA reduziu suas previsões para a produção e para os estoques do cereal (ver infográfico acima). (As informações são do jornal Valor Econômico)

Processadores de lácteos devem 'mirar' o poderoso mercado dos 'millennials'

Se você está cansado de ouvir sobre os millennials, não posso dizer que eu o culpo. Um novo relatório, estudo ou artigo de notícias relacionados aos millennials parece sair diariamente. Ainda assim, é fundamental para as empresas de bens de consumo (CPG) - incluindo processadores de produtos lácteos - peneirarem todo o ruído sobre os millennials e adotar alguns insights fundamentais.  

Como os millennials compõe atualmente um quarto da população dos EUA, eles representam US$ 10 trilhões no poder de compra durante a vida, observou Lori Colman, co-CEO da CBD Marketing, com sede em Chicago. Uma parte significativa dos novos esforços de desenvolvimento de produtos dos processadores de lácteos, portanto, deve ser direcionada a este poderoso grupo demográfico. Mas o que, exatamente, os millennials querem?

De acordo com o "Those Maddening, Marvelous Millennials: Trends and Preferences in the Food, Beverage and Supplement Categories", novo relatório da CBD Marketing, eles gravitam em torno de alimentos naturais e saudáveis; sabores culturais e alimentos como escandinavo e indiano; e bebidas "better-for-you" [melhor para você] que promovam energia, imunidade e que contribuam com a digestão. Além disso, os millennials querem preparar e cozinhar suas próprias refeições e são adeptos à distribuição alternativa de alimentos por meio de entregas e outros serviços. 

O que eles não querem? Alimentos sem gordura e outros alimentos relacionados à dieta; refrigerante e sucos de frutas como maçã, cranberry e laranja. Além disso, embora os millennials adorem smoothies - um grande fator positivo para os processadores de lácteos - eles não estão tão interessados no velho leite simples ou nos cafés comuns de antigamente.

Os millennials também são grandes compradores de alimentos e bebidas orgânicas, de acordo com um novo estudo da Associação de Comércio Orgânico de Washington, D.C. E à medida que mais millennials têm filhos - 80% deles serão pais nos próximos 10 a 15 anos, prevê a OTC - a forte afinidade demográfica para o orgânico deverá apenas se aprofundar.

A gravitação dos millennials em direção aos orgânicos caminha de mãos dadas com outra tendência que ocorre no setor de alimentos e bebidas. Essa tendência é o aumento da quantidade de consumidores socialmente conscientes, e também está sendo direcionada pelos millennials. De acordo com a CBD Marketing, os millennials querem transparência e desejam comprar de fabricantes e fornecedores com consciência ambiental. 

Em seu "2017 Top Trends in Fresh Foods Point of View", a empresa de pesquisa de mercado de Chicago, Information Resources Inc. (IRI) observa que, para muitos consumidores, a definição de qualidade de alimentos e bebidas agora vai além da lista dos ingredientes e das embalagens. "Os compradores se familiarizaram com os rótulos dos alimentos, como 'orgânico', 'não-OGM' e 'sem antibióticos', e com base nas vendas em rápido crescimento nos últimos cinco anos, esses atributos são muito importantes para as decisões de compras", disse o IRI. 

"As estratégias globais de negócios terão que integrar valores culturais importantes e emergentes nas operações de negócios - e eles terão de cumprir a intensificação das expectativas dos consumidores e da indústria em geral", afirmou o IRI. "As pessoas querem transparência das marcas e empresas que escolhem apoiar; elas buscam informações e validação de suas escolhas e muitas vezes isso leva a conexões emocionais de maneira muito poderosa".

Então, como os processadores de lácteos poderiam atender melhor às necessidades dos millennials? Além de lançar mais itens orgânicos e 'descascar as camadas' para dar aos millennials a transparência que desejam, eles podem investir no desenvolvimento de novos produtos que vão além da categoria láctea. Por exemplo, eles poderiam casar os ingredientes desejáveis pelos millennials, como chá verde, café frio ou impulsionadores da imunidade com o leite tradicional. Eles também podem explorar os produtos lácteos como componentes das refeições caseiras. Mas acima de tudo, eles devem continuar a prestar atenção aos desejos e necessidades desse importante e mega grupo demográfico por meio de de uma série de vias de comunicação, incluindo as mídias sociais.

"Os millennials compartilham suas opiniões e hábitos de compra on-line através de plataformas de redes sociais e em outros sites", afirmou Colman. "Empresas e marcas que minam esse tesouro de dados on-line serão aquelas que comercializarão seus produtos com sucesso". (O texto é de Kathie Canning, editora chefe da revista Dairy Foods, traduzido pela Equipe MilkPoint)

SC: setor leiteiro catarinense prepara missão à Nova Zelândia e Austrália
O Sebrae/SC, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, a Sociedade Amigos de Chapecó (SAC) e outros parceiros, apresentarão o roteiro e os investimentos de uma missão que levará empresários e dirigentes de entidades à Nova Zelândia (9 a 17 de fevereiro de 2018) e para a Austrália (de 17 a 24 de fevereiro de 2018. O objetivo é realizar visitas em empresas rurais e agentes públicos da cadeia produtiva do setor leiteiro, além de participar de cursos técnicos do segmento.  Informações pelo telefone (49) 3330 2800. (Sebrae/SC)

 
 

Porto Alegre, 09 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.618

 

  MDS anuncia liberação de verba para formação de estoque de leite

O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) anunciou que vai liberar R$ 12 milhões para formação de estoque. A ideia é tirar um pouco de leite do mercado para equilibrar a oferta, mas o valor não deve ser suficiente. A intenção é enxugar o mercado para que o valor pago aos pecuaristas reaja com a aplicação desse dinheiro. O receio, porém, é que isso não surta o efeito esperado, já que o montante deverá ser muito menor do que foi pedido pelo setor produtivo. 

Ao invés dos R$ 700 milhões requeridos, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) deve liberar apenas cerca de R$ 12 milhões. "Não é muito recurso, é dentro da nossa realidade. Mas qualquer coisa que se fizer ajuda. O presidente (Michel Temer) já determinou que seja feita uma avaliação, que começa com o ministro Blairo, vamos conversar e levar ao presidente para tomar uma decisão. No ministério, a gente tem alguns recursos que podem ser usados de forma emergencial, mas são recursos num valor ainda muito menor do que estava sendo solicitado. Até a semana que vem nós vamos ter uma notícia boa para dar", disse Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social. 

O MDS deve repassar o dinheiro para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) faça as compras. Apesar disso, o ministro admite que as novas importações de leite em pó do Uruguai também podem atrapalhar a reação do preço interno. "Não adianta a gente colocar recurso e desaparecer. Tem que ser recurso que realmente ajude a melhorar o preço. Agora vai depender do volume que vier de fora". (As informações são do Canal Rural)

Animais saudáveis não devem receber antibióticos

A Organização Mundial da Saúde emitiu alerta para produtores rurais ontem (07.11) para pararem de usar antibióticos para promover o crescimento e evitar doenças em animais saudáveis porque a prática gera "perigosas resistência a remédios para infecções de insetos" em pessoa.

Descrevendo uma falta de antibióticos efetivos para humanos como "uma ameaça de segurança" a par com uma repentino e mortífero surto da doença, o diretor-general da OMS Adhanom Ghebreyesus disse que "uma ação forte e sustentada de todos os setores" é vital para vencer a maré de resistência e "manter o mundo seguro".

A OMS "recomenda fortemente uma redução geral de todas as classes de antibióticos importantes medicinalmente em animais para produção de alimentos, incluindo restrições completas deste antibióticos para promoção de crescimento e prevenção de doenças sem diagnóstico", diz o comunicado do braço das Nações Unidas. 

Qualquer uso de antibiótico promovido pelo desenvolvimento e proliferação de superbactérias, infecções resistentes a múltiplas medicações que podem evadir as medicações projetadas para matar elas.

Segundo o comunicado da OMS, cerca de 80% do consumo total de antibióticos em alguns países está no setor animal. Em sua maioria, seriam usados em animais saudáveis para prevenir doenças e agilizar o seu crescimento. Essas aplicações deveriam ser completamente interrompidas. Para a agência, as medicações só podem ser usadas após o diagnóstico de algumas doenças e o uso do antibiótico deve ser prudente, com apenas utilização para a doença específica. (Agrolink)

CNA reafirma compromisso para fortalecer a cadeia produtiva do leite

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, recebeu empresários do setor de lácteos do País, na quarta (8/11), para tratar de ações que aumentem a produtividade e ampliem a competitividade da cadeia produtiva de leite no exterior.

Essas ações, segundo o presidente da CNA, têm que ser boas tanto para o setor primário quanto para a indústria. "Por isso, vamos construir projetos juntos", afirmou Martins, reforçando que o avanço da produtividade passa pelo aumento da eficiência e do conhecimento. Ele enfatizou a importância da atuação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) neste processo.

"O SENAR têm condições de capacitar e oferecer assistência aos produtores. Isso é fundamental para transformarmos o Brasil no maior produtor e maior exportador de leite do mundo", afirmou. Paulo Hegg, representante do grupo Tirolez, maior exportador de queijos do Brasil, agradeceu à disposição da confederação em construir o projeto de fortalecimento da cadeia produtiva.

"A CNA pode contar conosco para trabalharmos juntos. O Brasil já alcançou sucesso em outras áreas do agro e respeito no mundo todo. Agora, temos que confiar que também vamos conseguir isso com o leite", observou Hegg. A abertura de novos mercados também foi pauta da reunião.

Segundo Marcelo Martins, diretor executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), o momento é bom porque a sociedade está madura para tentar um passo importante à frente, que é trabalhar sobre o aumento da produtividade do leite. "As exportações de queijos, especialmente dos produtos processados, estão 40% mais altas do que no ano passado. Esse é o setor que mais cresce porque trata-se de um produto de maior valor agregado", analisou Martins.

O Superintendente Técnico da CNA, Bruno Luchhi, identificou que existe convergência e sinergia entre os setores primário e industrial. "Vamos elaborar uma agenda focada na abertura de mercados, ganho de competitividade, melhoria da qualidade e da produtividade nacional", finalizou Lucchi. (As informações são da CNA)

Preços/UE

O preço calculado pela LTO Nederland em setembro chegou a 36,72 €/100 kg, [R$ 1,42/litro], para o leite padrão, um aumento 0,69 €/100 kg em relação ao mês anterior e de 8,50 €/100 kg se comparado com setembro de 2016. O preço calculado pela LTO para setembro é superior ao determinado pela Comissão Europeia (com base nos dados fornecidos pelos Estados membros) que chegou a 35,8 €/100 kg, [R$ 1,39/litro], para a UE-28 e de 36,42 €/100 kg, [R$ 1,42/litro], para a UE-15. O preço do leite teve aumento pelo quinto mês consecutivo, e ainda que esteja projetado um novo reajuste em outubro, não se espera que continue subindo a partir de novembro. 

O preço médio do leite de setembro subiu 30% em relação a um ano atrás. Em algumas empresas, as variações de preços foram altíssimas, como é o caso da alemã DMK, cujo incremento de preço foi quase 70%. A holandesa FrieslandCampina e a alemã Müller reajustaram entre 50 e 55%. Na Espanha, o preço registrado em setembro foi muito menor do que a média da União Europeia (UE), tanto no cálculo da LTO como da Comissão, chegando somente a 33,16 €/100 kg. Também o incremento em relação a setembro de 2016 foi de apenas 9%.  (Agrodigital - Adaptação: Terra Viva)

 

Nestlé
A marca Ninho, da Nestlé, estreia na categoria de complementos alimentares com o lançamento de Ninho Nutrição Reforçada. Segundo a empresa, a novidade traz cereais integrais, fonte de fibras e leite Ninho, além de ter zero adição de açúcares, sem corantes e aromas artificiais. O produto tem 7,5g de proteínas e 24 vitaminas e minerais e chega para complementar o portfólio de Ninho que já oferece opções na linha UHT e compostos lácteos. O lançamento já está sendo distribuído nas redes varejistas em embalagens de lata 350g. O preço sugerido é de R$ 25,49. (Giro News)

 
 

Porto Alegre, 08 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.617

 

 Governo estuda incentivos à cadeia de lácteos

O Ministério da Agricultura prepara medidas de incentivo à cadeia produtiva de lácteos para compensar a retomada das importações de leite em pó do Uruguai, comunicada oficialmente ontem pelo governo brasileiro a Montevidéu. Mesmo com o fim da restrição, o ministro Blairo Maggi disse ao Valor que a partir de hoje os fiscais federais também vão monitorar os carregamentos de leite uruguaio, desde a fronteira até os canais de distribuição e varejo.

Em audiência na Comissão de Agricultura do Senado, o secretário de Defesa Agropecuária da Pasta, Luís Eduardo Rangel, disse que estão sendo avaliados mecanismos como fixação de preço mínimo para o leite, retomada da recuperação de créditos tributários de PIS e Cofins por produtores e laticínios - já prevista no programa Leite Saudável -, além da redução dos juros de uma linha de crédito do Banco do Brasil voltada à estocagem de leite por agroindústrias e da criação de linha para refinanciar dívidas de produtores. "A suspensão das importações [de leite em pó do Uruguai] foi boa para jogar luz sobre a suspeita de triangulação", disse Rangel sobre a desconfiança dos produtores brasileiros de que haveria leite em pó de outras origens entrando no Brasil via Uruguai. "Mas pudemos reavaliar alguma medidas que estavam adormecidas", afirmou. 

O secretário explicou que, depois de uma auditoria no Uruguai realizada por fiscais agropecuários na semana passada, foi definida a retirada da suspensão das emissões de guias de importação do produto. O Valor apurou que, além de pressão do Uruguai, houve pedidos do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para que o governo retomasse as importações de leite com receio de possíveis retaliações do Uruguai, que poderiam afetar exportações paulistas de industrializados, como eletrodomésticos da linha branca, ao vizinho. Procurado, o governo paulista não respondeu. Na Câmara, o diretor do departamento de Estatísticas e Apoio às Exportações do Mdic, Herlon Brandon, disse que as importações totais de leite - incluindo as do Uruguai - recuaram 30%, para 80 mil toneladas, de janeiro a setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2016. "Temos um cenário de queda das importações e aumento do preço do leite", disse. 

O presidente da Associação dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, admitiu que esperava que a suspensão durasse pouco, mas voltou a defender cotas para o leite uruguaio, como já existe para o leite argentino. (Valor Econômico)

Entidades criticam decisão do ministério

O desbloqueio da importação de lácteos do Uruguai, anunciado pelo Ministério da Agricultura na segunda-feira, gerou críticas do setor ligado à cadeia produtiva do leite e do secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo. Até ontem, nenhuma liderança gaúcha havia recebido informações sobre os motivos que levaram o governo a autorizar novamente as compras de produtos lácteos do país vizinho. A suspensão estava em vigor desde 10 de outubro, sob alegação de que o Mapa investigaria suspeitas de triangulação dos uruguaios. Polo solicitou ontem ao ministério o relatório completo da auditoria que foi feita na última semana no Uruguai. "Quero ter acesso a todas as informações que foram checadas, porque tínhamos números que indicavam que a produção uruguaia não era compatível com o que estavam exportando para o Brasil", afirma.

O secretário também pede que seja rediscutida, no âmbito do Mercosul, a possibilidade do livre comércio de insumos. "Se podemos ter livre comércio de produtos, também queremos poder comprar no Uruguai insumos mais baratos que os que são vendidos no Brasil", cobra. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, disse que aguarda que o ministério encaminhe "explicações formais" sobre as razões para a reabertura do comércio para o leite do Uruguai. Guerra também diz que espera que o governo tenha iniciado com o país vizinho as conversas sobre a imposição de cotas, a exemplo do que acontece com a Argentina. "Se o governo brasileiro não abriu este diálogo, ele perdeu o melhor momento de fazer isso", defende. 

Ele acrescenta que a indústria operou quatro meses "no vermelho" e que, mesmo que haja uma reação do preço do leite por conta da queda da importação e da redução de 8% na produção gaúcha em outubro, dificilmente esta recuperação será repassada neste mês ao produtor. Para o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, o caminho é continuar insistindo para que o governo estabeleça limites para a entrada de produtos lácteos uruguaios. "E se não der as cotas, o governo tem que partir para a medida de retirar o leite do acordo do Mercosul". O coordenador da Comissão de Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, concorda que a liberação da entrada dos produtos uruguaios não põe fim à discussão das cotas. Em audiência pública no Senado ontem, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luís Rangel, disse que a suspensão da importação de leite uruguaio foi uma medida preventiva. "Suspendemos as importações para investigar", explicou. "Auditamos in loco as três maiores produtoras uruguaias para verificar se no leite produzido no país havia lastro suficiente para abastecer a s agroindústrias locais e ainda exportar para o Brasil", disse. O relatório preliminar não apontou indício de triangulação. (Correio do Povo)

Em evento na Holanda, Novacki adianta que será lançado o Agro+ Investimentos

Durante o Brazil Network Day - BND, evento do qual participou na Holanda, nesta terça-feira (7), o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, anunciou que o Mapa lançará até o início do próximo ano o programa Agro+ Investimentos que vai apontar potencialidades de negócios no setor agropecuário em cada região do Brasil. "Vamos demonstrar onde os investimentos são bem-vindos e rentáveis. É um trabalho junto com o Ministério das Relações Exteriores e com as suas embaixadas, promovendo encontro entre empresários brasileiros e do exterior".

Novacki está em missão oficial à Holanda com o objetivo de derrubar barreiras comerciais e, assim, aumentar o fluxo de comércio entre os dois países. O comércio entre Brasil e Holanda atualmente é de US$ 8,5 bilhões anuais. O evento realizado nesta terça-feira é iniciativa da embaixada brasileira para melhorar o ambiente de negócios.

Sobre o programa Agro+ Investimento, Novacki disse que está sendo preparado com muito cuidado, com todas as questões técnicas envolvidas. "Trata-se de um esforço adicional para o setor do agronegócio, que é a locomotiva da economia do pais."Acrescentou que o Mapa tem a obrigação de defender os produtores e que serão trazidos elementos para, junto com os outros ministérios (Transporte, Casa Civil, Fazenda e Planejamento), realizar um planejamento de longo prazo, que inclui investimentos em logística. "Queremos fazer com que essa locomotiva ganhe mais velocidade", afirmou.

Novacki lembrou que o Ministério da Agricultura realiza um trabalho científico junto com a Embrapa de mapeamento da produção agrícola brasileira, sobre a necessidade de intervenções logísticas que possam ser realizadas com o menor custo possível. "O estudo está sendo complementado agora com informações que são importantíssimas como por exemplo, onde o estado deve atuar diretamente, onde fazer parceria público privada e onde fazer concessão".

O secretário-executivo visitou o Centro de Inovações FrieslandCampia, líder mundial em produtos lácteos, empregador de 22 mil pessoas em 32 países, inclusive no Brasil. Localizado próximo da Universidade de Wageningnen, o centro desenvolve avançadas tecnologias para produtos lácteos. Segundo Novacki, há interesse no fornecimento de matéria-prima para a FrieslandCampina em seus diversos mercados. (As informações são do Mapa)

 

Rotulagem de alimentos
A Anvisa e o Ministério da Saúde realizam, nesta quinta-feira (9/11), um Painel Técnico para tratar das propostas para um novo padrão de rótulos de alimentos. O evento ocorrerá no auditório da Anvisa, em Brasília, a partir das 9h. As vagas presenciais para participação já estão preenchidas. No entanto, será possível assistir ao Painel, em tempo real, CLICANDO AQUIEste mesmo link permitirá o acesso à íntegra da transmissão após a reunião. O Painel Técnico faz parte do processo estabelecido pela Anvisa para aprofundar os debates sobre o tema. O objetivo é assegurar que o processo regulatório seja transparente, baseado em evidências e que conte com ampla participação social. CLIQUE AQUI e acesse a programação. (Anvisa)

 
 

Porto Alegre, 07 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.618

 

 gDT 

O índice GDT realizado hoje, 07 de novembro de 2017 caiu 3,5% em relação ao evento anterior, acompanhando as quedas das cotações que ocorreram na Europa. 

A contradição fica por conta da elevação nas cotações do leite em pó desnatado, produto que está com bastante estoque na União Europeia (UE), e que foi cotado no mercado holandês no início de novembro, a US$ 1705/tonelada. A cotação da manteiga e do leite em pó integral ficaram abaixo dos valores negociados na Europa na última semana. (Terraviva/GDT)


 

Nova queda nas importações

Dados da balança comercial brasileira de lácteos referentes a outubro mostram desaceleração do comércio internacional brasileiro. Nas importações, o Brasil internalizou 9.162 toneladas de produtor lácteos, volume 53% inferior ao mesmo mês em 2016. Ao mesmo tempo, as exportações registraram 2.392 toneladas de produtos lácteos, com queda de 58% no total embarcado ante outubro de 2016. De forma geral, o grande volume de produção local e a menor competitividade do produto importado têm reduzido o interesse pelas importações este ano. 

Em outubro, a importação de leite em pó integral foi 83% menor (7,5 mil toneladas) quando comparada a outubro 2016. Já no caso do leite em pó desnatado, há uma conjuntura atual de preços internacionais muito competitivos em relação ao preço interno, o que resultou em importação 25% maior em outubro desse ano, totalizando um saldo de cerca de 700 toneladas a mais de leite em pó desnatado internalizado vs. outubro de 2016. 

Os queijos, por sua vez, seguiram a tendência do leite em pó integral: também apresentaram queda na sua importação de outubro desse ano, na ordem de 53%, com saldo que representa 2,39 mil toneladas a menos do produto no Brasil em relação ao mesmo mês de 2016. Observe na tabela 1 o resumo dos dados de exportações e importações. (As informações são do MDIC, elaboradas pela Equipe MilkPoint)

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto. Fonte: MDIC

 

Espaço aberto para debater o Susaf/RS

O conselho gestor do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-RS), mecanismo que permite a venda de produtos fora do município de origem, teve apenas uma reunião nos últimos três anos. Entidades reclamam que a falta de encontros do grupo é uma das razões para a baixa adesão. São 22 municípios desde a regulamentação, em 2012, o que representa menos de 5% do total.

- Tem muita informação distorcida lá na ponta do sistema. Está faltando esse diálogo, porque tem entidades de assistência técnica e universidades no grupo - pontua Jocimar Rabaioli, assessor de política agrícola e coordenador das feiras de agricultura familiar da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS).

Mário Nascimento, coordenador técnico da Famurs concorda que é preciso conversar:

- Para os municípios é um tema prioritário, precisa ser tratado.

Diretor-geral da Secretaria da Agricultura, Antônio Aguiar confirma que houve uma reunião no atual governo, mas garante que os encontros dependem da solicitação dos integrantes:

- É um conselho consultivo. Tinha uma demanda inicial, que era a formatação da normativa que regulamentou o Susaf. A partir daí, vai se reunindo por pedido das entidades.

Segundo Aguiar, a secretaria deve realizar nova reunião ainda neste mês, provavelmente no dia 29. Ele discorda, no entanto, de que a falta de encontros justifique a pequena quantidade de municípios que têm Susaf-RS:

- Há municípios onde existem muitas indústrias satisfeitas com a venda no comércio local e não demandam à prefeitura a adesão. Claro que 22 municípios estão aquém do que deveria, mas quando assumimos eram só cinco.

Hoje, 10 técnicos da secretaria fazem as vistorias às agroindústrias, etapa importante do processo. Mas eles não atuam exclusivamente nesta função.

- Há grande demora por falta de corpo técnico da secretaria - confirma Rabaioli.

Seja por um motivo ou por outro, o sistema ainda tem muito a avançar para ter o efeito desejado na vida das agroindústrias.

Nada como um mês após o outro. Outubro foi de reação para as cotações da soja. Além da desvalorização do real frente ao dólar, o que favoreceu o preço no mercado interno, os valores na Bolsa de Chicago também registraram alta.

- Houve uma mudança de ventos em Chicago. O mercado ficou o tempo todo esperando safra recorde nos Estados Unidos, mas a produção cresceu só 3%. Ou seja, a safra não é tão grande como parecia - observa Carlos Cogo, consultor em agronegócio.

Ao mesmo tempo, começaram as pressões em relação ao clima na América do Sul, com problemas e especulações sobre o La Niña. Na largada do plantio, houve atraso e todo esse estresse fez o preço subir na bolsa americana, acrescenta o consultor.

Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, indica que em outubro a soja alcançou o maior patamar dos últimos três meses. O Indicador Cepea/Esalq Paraná avançou 2,3%, com média de R$ 66,48 a saca.

- Essa reação de preço chegou, tardiamente, em outubro - completa Cogo. (Gisele Loeblein/Zero Hora)

 

Começa nesta terça consulta pública sobre Indicações Geográficas da UE

A partir desta terça-feira (7) está disponível para consulta pública de empresas e instituições brasileiras lista de Indicações Geográficas (IGs) da União Europeia publicada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). o O INPI deverá elaborar parecer técnico para fundamentar negociações no âmbito de acordo a ser fechado entre o Mercosul e a União Europeia, baseado em eventuais manifestações de oposição em relação a denominações contidas na lista.

As condições para essa manifestação estão definidas na Instrução Normativa nº 79 do INPI, do último dia 25. O processo é gratuito. O prazo para apresentar argumentos e justificativas encerra-se em 6 de dezembro. O email para o envio de contestações é subsidios@inpi.gov.br. 

As Indicações Geográficas identificam produtos de determinada localidade em que a sua reputação, característica ou qualidade esteja essencialmente atribuída à região de origem. A legislação de países do Mercosul e da União Europeia diferem na forma de proteção das IGs. Por isso, os dois blocos econômicos negociam acordo de preferências comerciais para reconhecimento e a proteção de Indicação Geográfica, de acordo com preceitos de propriedade industrial que regulam patentes de invenção, depósitos e registros de marcas no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual.

Da mesma forma que a lista europeia está sendo submetida ao crivo de produtores brasileiros, a lista do Brasil é analisada igualmente na UE.

Mercosul e União Europeia já apresentaram, na condição de blocos, suas listas de Indicações Geográficas que pretendem reconhecer e proteger diretamente por intermédio do acordo. A lista da União Europeia contém 347 nomes e a do Mercosul, 200.

Exemplos de oposição

Casos mais frequentes em que as empresas e instituições brasileiras podem contestar a lista de Indicações Geográficas:

  • Se a denominação entra em conflito com a de uma variedade vegetal ou raça animal, confundindo o consumidor sobre a origem do produto.
  • Se alguma instituição ou empresa entender que a concessão de Indicação Geográfica interfere em direitos adquiridos. É preciso apresentar informações que demonstrem eventual interferência.
  • Denominação idêntica ou semelhante já registrada ou com registro em tramitação para o mesmo produto ou similar, que pode confundir o consumidor.
  • Nome genérico ou de uso comum em produto brasileiro. É preciso demonstrar que o nome foi usado de boa fé e comprovar-se a data de início da produção. (MAPA)

 

 

Leite UHT
Na tentativa de recuperar suas margens, a indústria elevou novamente o preço do leite UHT negociado no mercado atacadista do estado de São Paulo. As informações são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Entre 30 de outubro e 3 de novembro, as cotações do derivado registraram alta de 1,15% frente à semana anterior, com média de R$ 2,11 por litro. Foi a quarta valorização consecutiva do produto. Já os preços do queijo muçarela recuaram (após três semanas em alta), devido à menor demanda. Entre 30 de outubro e 3 de novembro, o valor do derivado caiu 0,9% frente ao período anterior, com média de R$ 14,12/kg. (Canal Rural)

 
 

Porto Alegre, 06 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.617

 

Brasil obtém aprovação para exportar leite e produtos lácteos para o Japão

A Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), recebeu na quarta-feira (1º) comunicado da abertura do mercado japonês para o leite e produtos lácteos do Brasil. A negociação demorou dois anos até a aprovação do Certificado Sanitário Internacional. Pelo certificado poderão ser exportados os produtos das áreas livres da febre aftosa com e sem vacinação. A confirmação foi oficializada pelo adido agrícola da embaixada do Brasil em Tóquio, Marcelo Mota. 

O Japão é o sétimo maior importador mundial de lácteos. Em 2016, o país asiático importou cerca de 62 mil toneladas de soro de leite em pó, 13 mil toneladas de manteiga, 258 mil toneladas de queijos e 201,5 mil toneladas de outros produtos lácteos (leite em pó desnatado, caseína, caseinatos, lactose, entre outros). Em 2016, o mercado japonês importou cerca de US$ 1,2 bilhão de produtos lácteos. Segundo o secretário de Relações Internacionais do Mapa, Odilson Ribeiro e Silva, "para o setor de lácteos, que está iniciando sua entrada no mercado internacional, o Japão é um cliente muito importante pelo grande potencial de consumo e pelo grau de exigência que tem, demonstrando a capacidade do Brasil de atender estas exigências". (MAPA)


Cepa probiótica em iogurte ajuda a aliviar a infecção respiratória aguda em idosos e pessoas de meia idade

Iogurtes contendo certas cepas probióticas podem reduzir o risco e a incidência de infecções agudas do trato respiratório superior (URTI) nos idosos e em pessoas de meia idade, de acordo com o RCT chinês. As infecções respiratórias agudas são especialmente perigosas para crianças, adultos mais velhos e pessoas com distúrbios do sistema imunológico. Os idosos podem ser mais suscetíveis devido, em parte, à imunossenescência, isto é, a deterioração gradual do sistema imune como resultado do envelhecimento. 

O processo altera os órgãos e células imunes, bem como moléculas imunes e "aumenta a susceptibilidade a várias doenças, como doenças cardiovasculares, doenças autoimunes e infecções". Em um estudo feito pela Universidade de Sichuan, os pesquisadores dividiram aleatoriamente 205 voluntários com idade igual ou superior a 45 anos em dois grupos: o grupo controle não recebeu suplementação probiótica, enquanto o grupo de intervenção recebeu diariamente 300 ml de iogurte suplementado com uma cepa probiótica, Lactobacillus paracasei N1115.

Menos diagnósticos, menor risco
Após 12 semanas de tratamento, verificou-se que, no grupo de intervenção, o número de pessoas diagnosticadas com URTI aguda, bem como o número de eventos URTI, diminuiu consideravelmente quando comparado ao grupo controle. O estudo também informou que o risco de URTI no grupo de intervenção foi "avaliado como 55% do grupo controle" e que a "alteração na porcentagem de células CD3 + no grupo de intervenção foi significativamente maior do que no grupo controle". No entanto, quando se tratava de níveis totais de albumina, pré-albumina, proteína e globulina, as diferenças entre os dois grupos eram insignificantes.

Estimulação da imunidade
Os pesquisadores formularam a hipótese de que a cepa probiótica utilizada no iogurte ajudou a reduzir o risco de URTI aguda no grupo de intervenção, estimulando a defesa imune natural das células T, protegendo o grupo de intervenção da infecção. Eles acrescentaram que "a função imune do iogurte foi gerada através não apenas da via imunomoduladora dos probióticos, mas também da melhoria do estado nutricional a partir de macro/micronutrientes". O estudo afirmou que a intervenção dietética com iogurte contendo a cepa probiótica Lactobacillus paracasei N1115 poderia ser uma maneira de melhorar a função do sistema imunológico e a saúde geral em pessoas de meia-idade e idosos", o que poderia ter importantes consequências clínicas, de saúde pública e econômicas". No entanto, concluiu-se que, como estava "limitado a um teste de controle em branco, um estudo melhor projetado e controlado por placebo é necessário para esclarecer claramente o efeito imune da cepa N1115 no futuro". (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Até 2018, empresa quer mais de 100 ordenhadeiras robôs instalados no Brasil

A maioria dos produtores de leite que fazem as atividades de campo tem uma rotina mais ou menos parecida: acordar bem cedo para ordenhar os animais. Mas um equipamento desenvolvido pela empresa sueca DeLaval tem mudado isso e substituído o trabalho mecânico, tão comum nessa cadeia, pelo gerencial.   O nome da tecnologia é Voluntary Milk System (VMS), algo como Sistema de Ordenha Voluntária, em português. Nele, é o próprio animal que decide a hora em que será ordenhado. E esta é a primeira grande diferença para o equipamento tradicional, que funciona na hora em que o produtor quer e depende totalmente do auxílio deste. Com o VMS, o pecuarista apenas liga a máquina e acompanha o processo. Após entrar no equipamento, o animal é identificado por meio do chip implantado nele. Uma câmera instalada não rdenhadeira reconhece a vaca e a teteira é colocada automaticamente. 

Tudo assim robotizado e sem intervenção nenhuma da mão humana. Mas essa tecnologia vai além da extração de leite. Em tempo real, identifica mastite, faz controle de células somáticas, informa a produção por animal e a qualidade de cada quarto. São ao todo mais de 20 informações à disposição do pecuarista, enquanto as ordenhadeiras tradicionais fornecem em média cinco.  Outros equipamentos iguais a este estão instalados em mais de 30 propriedades leiteiras no Brasil, mas a fabricante quer chegar a 55 até o final deste ano e para 2018 pretende dobrar o número. No mundo são mais de 16 mil unidades em operação. (Canal Rural)

Leite em pó 

O presidente da FETAG, Carlos Joel da Silva, esteve reunido ontem com o ministro de Relações Exteriores, Aloísio Nunes, e com o coordenador do Mercosul, Paulo Mesquita, em audiência marcada pelo deputado Heitor Schuch.  O motivo da reunião foi retomar a pauta das importações de leite em pó do Uruguai e os problemas do Mercosul também com arroz, trigo e vinho. Participaram o vice-presidente da CONTAG, Alberto Broch, e representantes do IRGA e da Federarroz. "Eles têm conhecimento dos problemas causados pelo Mercosul aos agricultores familiares, sabem do que está ocorrendo, mas até agora não tomaram nenhuma medida. Cobramos a garantia de salvaguardas para o Mercosul ou que sejam criadas políticas compensatórias para o setor agrícola que está sendo diretamente penalizado", afirmou Joel.

Ao mesmo tempo, o deputado Schuch disse que "infelizmente se confirmou o que já imaginávamos: o governo está absolutamente perdido no assunto. Apesar de manifestar a intenção de estabelecer cotas de importação, na prática não sabe como fazer. Foi o que ficou claro na audiência com o Itamaraty. É preciso decisão política para rever esse assunto dentro do Mercosul. Não é possível que a produção agrícola siga sendo prejudicada por acordos comerciais que beneficiam outros setores. O que o ministro sugeriu, e concordamos é que, se não tem como decidir a questão de imediato que, pelo menos, o governo adote outras medidas urgentes, como a compra de leite suficiente para enxugar o mercado interno", observou. O governo segue com a missão no Uruguai, que investiga a realização ou não de triangulação de leite (prática proibida), a busca de meios legais para a criação de cotas de importação ou mesmo barrar a aquisição de leite do Uruguai, bem como a adoção de medidas protecionistas ao produtor. "Seguimos com a porta aberta no Itamaraty em busca do amparo legal aos agricultores", completou Joel. (Fetag/RS)

Investigação sobre a falta de manteiga
Manteiga - A metade do suprimento de manteiga desapareceu das prateleiras, uma situação inédita. A causa, a prova de força entre a indústria e a distribuição. A tensão fica estampada nas gôndolas de manteiga dos supermercados franceses nos últimos dias. A taxa de ruptura atingiu nível recorde de 48% entre os dias 23 e 30 de outubro, segundo os últimos dados divulgados pela Nielsen. Está claro que a metade da oferta sumiu das prateleiras. Na semana anterior o índice era de 30%, revelando uma situação inédita. A palavra Escassez, intensamente utilizada na mídia, soa entre os consumidores que fazem compras de precaução. Surge uma bolha de neve. Prova disso foi a reação de um jovem casal neste final de semana diante de uma prateleira de manteiga na cabeça de gôndola em uma loja do Carrefour, no Boulevard Saint-Marcel à Paris. Constatando os produtos existentes, com algumas lacunas, ela diz para o marido. "Olha, é a escassez". E começa a escolher uma marca para levar, quando o marido diz: "nós temos manteiga em casa". Ela responde, "nunca se sabe". Esse é um exemplo típico do comportamento dos franceses, que se tornam, de repente, acumuladores de manteiga. "Não existe escassez de manteiga, mas uma divulgação "falsa" dos supermercados", disseram os agricultores mobilizados regionalmente pelo sindicato agrícola FNSEA e os Jovens Agricultores (JÁ) no dia 03 de novembro. Segundo o JA "a distribuição, diante da alta do preço da manteiga, se recusa a fazer pedidos", tornando reféns os consumidores. Para Benoît Rouyer, economia do Centro Nacional de Economia Leiteira (CNIEL), "houve uma operação teatral orquestrada pela grande distribuição". Uma crise única na Europa Esta crise da manteiga, única na Europa, é sintomática das tensões na cadeia láctea francesa, abalada desde o final das quotas de leite, em 2015. (Le Monde - Tradução Livre: Terra Viva)