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Porto Alegre, 05 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.953

    ANTT publica estudo com nova metodologia para cálculo de frete

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou em seu site o trabalho feito pela EsalqLog/USP que estabelece as bases para uma nova metodologia de cálculo para tabelamento de preços mínimos de fretes rodoviários no país.

Contribuições públicas poderão ser feitas a partir do dia 9 (próxima terça-feira) e encontros presenciais serão realizados em cinco capitais brasileiras (Belém- PA, RecifePE, São Paulo-SP, Porto Alegre-RS e Brasília-DF) durante todo este mês. O trabalho leva em consideração os preços médios praticados antes e após a Lei nº 13.703, de 8 de agosto de 2018, que estabeleceu a tabela, além de reajustes de combustível, inflação e custos para os transportadores em diferentes rotas e tipos de carga.

Foram publicados parâmetros para carga geral, perigosa, sólida a granel, líquida a granel, líquida e perigosa a granel, sólida e perigosa a granel, frigorificada, frigorificada perigosa, neogranel, conteinerizada e conteinerizada perigosa.

O estudo sugere inicialmente pisos mínimos regionalizados, inclusão de novos tipos de carga, utilização do conceito frete/peso - em vez de frete/volume -, inclusão de custos fixos relacionados ao transporte de cargas perigosas e conceito de função linear em vez de faixas de distância. O documento completo e o link para a consulta pública estão disponíveis no site. (As informações são do jornal Valor Econômico)
 
                 

FAO: diferente da estabilidade no índice dos preços dos alimentos, lácteos têm 3ª alta consecutiva

O índice de preços dos alimentos da FAO, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para agricultura e alimentação, ficou praticamente estável em março. Alcançou 167 pontos, sendo 0,2 pontos a mais que em fevereiro e uma queda de 3,6% em relação a março de 2018.
A leve variação mensal foi resultado de um aumento acentuado nos preços dos lácteos e das cotações mais firmes das carnes, compensados pelas quedas de cereais, oleaginosas e açúcares. 
 

O indicador específico dos lácteos registrou a terceira alta consecutiva e alcançou 204,3 pontos, 6,2% mais que em fevereiro. Houve aumento dos preços da manteiga, do leite em pó integral e do queijo, principalmente em virtude da menor oferta na Oceania. Em contrapartida, disse a FAO em relatório, os valores do leite em pó desnatado recuaram.

O sub-índice de carnes subiu marginalmente, 0,4%, em relação ao resultado revisado de fevereiro e ficou em 162,5 pontos. "As cotações das carnes suína, bovina e de frango receberam impulso de um aumento na demanda de importação, especialmente da China. Por outro lado, as cotações da carne de ovinos recuaram pelo terceiro mês consecutivo devido à grande disponibilidade de exportação da Oceania".

O indicador dos cereais caiu 2,2% em março ante fevereiro, para 164,8 pontos. Os preços do trigo foram os que mais recuaram no mês, mas os do milho também caíram, ambos devido a maior oferta mundial. A cotação média dos óleos vegetais também caiu em março, influenciada importações moderadas de óleo de soja, canola e palma, ao mesmo tempo em que se percebeu um acúmulo de estoques nos países produtores.

O indicador ficou em 127,6 pontos em março, 4,4% menos que em fevereiro. Conforme a FAO, o preço médio do açúcar também caiu, refletindo a maior oferta em países produtores como Brasil e Índia. A agência também citou que a fraqueza do real ante o dólar faz pressão adicional sobre as cotações. O subíndice de açúcar ficou em 180,4 pontos em março, com queda de 2,1%. (As informações são do jornal Valor Econômico)

Leite/Europa

Indicadores preliminares da produção de leite neste início de temporada na Europa Ocidental detectaram duas coisas: 1 – produção sazonal crescente; 2 – a produção está maior do que a verificada nessa mesma época do ano passado.

A esperança é que esses resultados dissipem as preocupações resultantes da menor produção de leite em janeiro, que foram atribuídas ao clima excepcionalmente frio, e que poderiam frustrar as expectativas de aumento da produção total de leite em 2019. A indústria de laticínios da União Europeia (UE) está bastante confiante de que, tratados comerciais favoráveis e relações duradouras com clientes, propiciem a exportação de qualquer produto lácteo excedente. Assim, quanto mais leite produzido em 2019, mais lucros para as indústrias.

A produção de leite da UE em janeiro de 2019 foi de 12,9 milhões de toneladas, 1,4% menor do que a registrada em janeiro de 2018, apontou a Eurostat. O resultado foi inesperado. O tempo atípico de janeiro foi responsabilizado pela queda no desempenho dos principais países produtores de leite do bloco.

No ranking de janeiro do Reino Unido aparece como o terceiro maior produtor de leite da UE, o que faz lembrar o quanto pode ser desafiador o Brexit para o comércio local e mundial de lácteos.

Quaisquer que sejam os méritos ou deméritos do Brexit, a indústria de laticínios, tanto da UE, como do Reino Unido, está extremamente apreensiva sobre o impacto da retirada do Reino Unido. A falta de um acordo sobre a saída adiciona mais incertezas.

As deliberações caóticas do Reino Unido preocupam produtores, processadores e comerciantes do setor lácteo, porque não conseguem planejar o futuro. O mercado atual de queijo da Europa Ocidental está tendo uma boa demanda. As indústrias estão gerenciando bem a oferta doméstica e de exportação, e não há problema se houver mais fabricação de queijo.

A produção de queijo no mês de janeiro de 2019 foi de 772.430 toneladas, 1% menos do que a produção de janeiro de 2018, de acordo com a Eurostat. A maioria das indústrias fabricantes de queijo gostariam de ter mais leite para produzir mais queijos. As exportações europeias de queijo em janeiro de 2019 totalizaram 67.991 toneladas, aumento de 8% em relação a janeiro de 2018, e foi correspondente a 8,8% da produção. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva) 

Confaz prorroga Convênio 100 para mais um ano
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) prorrogou para o dia 30 de abril de 2020 o Convênio 100/97, que trata da isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o transporte de insumos agrícolas dentro dos Estados e dá desconto quando a movimentação é interestadual. A decisão ocorreu durante votação do Conselho realizada nesta sexta-feira (5), em Brasília. Para o deputado federal José Mário Schreiner (DEM-GO), vice-presidente da região centro-oeste da Frente Parlamentar da Agropecuária, a prorrogação é uma conquista fundamental para o setor agropecuário brasileiro. “Toda nossa mobilização de conscientização foi essencial para essa conquista. O Convênio 100/97 assegura a competitividade do setor agropecuário brasileiro e toda sociedade. Os impactos do incentivo foram diretos na redução do custo de produção da agropecuária nacional”, destaca o deputado. José Mário também ressalta a união das entidades de classe para esta conquista. “O trabalho das entidades representativas como a FPA, CNA e nossa Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados foi extremamente importante no processo de convencimento da importância da manutenção do Convênio 100”, disse. (Portal FPA, com informações da Assessoria)

Porto Alegre, 04 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.952

    Caem as importações de leite!

Os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) apontam uma redução de 37% na quantidade importada de leite em março em relação a fevereiro, com 82 milhões de litros em equivalente leite importados. Ao compararmos com mar/18, importamos 25% a mais. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea, que foi de -67 milhões de litros nesse mês, no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.

 
Um dos fatores que explica a redução de leite em pó internalizado é o fato de tanto o UHT como a muçarela estarem andando de lado no mercado interno; adicionalmente, com os aumentos de preço no mercado internacional houve redução da competitividade do produto importado aqui no mercado brasileiro.

No mês de março foram importadas 5,2 mil toneladas do leite em pó integral, uma redução de 41% em relação ao mês de janeiro, porém, um aumento de 66% em relação a março de 2018. Para o leite em pó desnatado, as 0,96 mil toneladas internalizadas representam uma redução de 65% em relação a fevereiro, e volume 31% menor do que em mar/18.

A desvalorização cambial em meio às incertezas no Brasil foi fator importante neste movimento de redução das importações. Confira a evolução do dólar no gráfico 2, o qual foi de 3,72 R$/dólar em fevereiro para 3,85 R$/dólar em março.

Gráfico 2. Evolução da moeda dólar americana em relação ao real. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base no BACEN.

 
Já para os queijos, as 2,6 mil toneladas verificadas em março representam um aumento de 14% na quantidade internalizada. Na mesma toada dos leites em pó, as 450 toneladas importadas de manteiga e as 965 toneladas de soro são uma diminuição de -36% e -3% respectivamente. Veja os valores na tabela 1. (Milkpoint Mercado)

Tabela 1. Balança comercial láctea em novembro de 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
                 

Leite/América do Sul

O fenômeno meteorológico El Niño está presente na América do Sul, com impacto mínimo ou chegando a ser nulo em alguns setores agrícolas, pelo menos até o momento, de acordo com especialistas em clima.

Durante as duas últimas semanas, o clima temperado favoreceu o desenvolvimento do milho, soja e algodão, nas principais áreas de plantio dessas culturas. Também houve melhora considerável das pastagens em muitas bacias leiteiras. Muitos produtores de leite começam a ter algum alívio nos custos da alimentação, enquanto o preço do leite ao produtor vem aumentando.  

Na Argentina e Uruguai a produção de leite ficou estagnada em níveis inferiores aos do ano passado. Com a forte demanda por leite fluido, principalmente em decorrência da volta às aulas, o volume de leite destinado à produção de outros lácteos está restrito. Assim sendo, muitas indústrias estão fabricando produtos lácteos exclusivamente para atender a demanda do mercado domésticos.

No Brasil, a oferta de leite está menor do que a necessária para atender as fábricas. Os pedidos de leite fluido/UHT de diversos canais, públicos e privados, continuam fortes. Em comparação com um ano atrás, a demanda interna por produtos lácteos aumentou consideravelmente, apoiada por uma relativa melhora na economia do país. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

Na Europa, os custos de produção aumentam e os negócios são ajustados

Os produtores de leite da União Europeia (UE) registraram uma diminuição no rendimento líquido em quase todos os sistemas de produção. A causa não está no preço do leite, que se manteve quase estável de um ano para o outro, mas no aumento dos custos. Não apenas os preços dos insumos, os preços da energia e da ração aumentaram, mas também houve cortes na produção de forragem, causados pela longa seca no verão, de acordo com um relatório do Instituto de Pecuária da França.

A meteorologia também afetou a produção de laticínios de muitos produtores. Mesmo os países mais dinâmicos, como a Irlanda e a Polônia, foram afetados. Dada a escassez de forragem, os produtores reduziram o número de vacas. A desaceleração da coleta de leite na Europa no segundo semestre de 2018 facilitou o retorno ao mercado de estoques de intervenção de leite em pó desnatado que a Comissão Europeia vendeu a preços baixos. 

Isto confirma o papel central desempenhado pela União Europeia no mercado mundial de lácteos desde o fim das cotas, embora a Nova Zelândia tenha parcialmente compensado o declínio na Europa, visto que a sua produção de leite foi muito dinâmica no final de 2018, graças às condições meteorológicas muito favoráveis para o crescimento do pasto.

Começo auspicioso do setor leiteiro mundial em 2019
A nível da União Europeia, parece não haver dúvidas de que a produção de leite irá se recuperar nesta primavera, especialmente se as condições meteorológicas forem muito favoráveis. No entanto, existem fatores que ameaçam essas boas perspectivas: a incerteza do Brexit e seu impacto no comércio europeu, ou a deterioração das relações diplomáticas e comerciais entre os principais blocos principais: a UE, os EUA, a China e a Rússia. (As informações são do Agrodigital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
Índice de preços de commodities sobe 2,57% em março, informa Banco Central
Os preços das matérias-primas que têm influência sobre a inflação apresentaram alta de 2,57% em março, após variação positiva de 0,25% em fevereiro. No ano, o Índice de Commodities Brasil (IC-Br), calculado pelo Banco Central, caiu 0,80% e, em 12 meses, subiu 13,66%. O indicador é construído com base nos preços das commodities agrícolas, metálicas e energéticas convertidos para reais. Seu equivalente internacional, o “Commodity Research Bureau” (CRB), mostrou variação positiva de 4,72% em março, com alta de 0,19% no ano e de 11% em 12 meses. Um dos três subgrupos que compõem o IC-Br, o de commodities agropecuárias (carne de boi, carne de porco, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, arroz, café, suco de laranja e cacau) mostrou alta de 1,19% no mês de março. No ano, os preços passaram a cair 2,43%, mas, em 12 meses, acumulam alta de 14,89%. O preço das commodities metálicas (alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata) subiu 4,06% no mês passado. No ano, o segmento acumula alta de 4,86%, e, em 12 meses, de 10,21%. As commodities energéticas (petróleo Brent, gás natural e carvão) subiram 5,61% em março. No ano, a variação é negativa em 0,31%. Em 12 meses, a alta é de 14,57%. (As informações são do jornal Valor Econômico)

Porto Alegre, 03 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.951

    PUB do Queijo estreia na Feira da Loucura por Sapatos

O Pub do Queijo, espaço gastronômico que já se consagrou na Expointer, é uma das novidades da Feira da Loucura por Sapatos de 2019, que começa nesta quinta-feira (04/4) e vai até dia 14, em Novo Hamburgo (RS). A atração é promoção do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) que, em conjunto com o 10ª Festival de Cervejas Artesanais, chega nos pavilhões da Fenac para agregar sabor ao espaço gastronômico do local. 

O carro-chefe dessa edição do PUB é o queijo coalho no palito, que terá um forno especial para assar 30 palitos por vez. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, afirma que promover o espaço na Fenac é uma forma de se aproximar de outros eventos que venham a ocorrer na feira e um preparativo importante para a Expointer. “O queijo é ideal para a harmonização com cervejas e chopes, ainda mais artesanais. Estamos indo para criar um conceito e colher experiências”, afirma. Além do queijo coalho no palito, também serão preparadas tábuas com queijos especiais. 

Segundo a gerente de comunicação da Fenac, Kitty Schmitt, são esperadas 100 mil pessoas durante os 11 dias de evento, que vem se consolidando não só como uma feira do setor calçadista, mas como entretenimento. “O público vem cada vez mais preparado para aproveitar o espaço gastronômico”, diz. No local, haverá atrações musicais todos os dias, para promover momentos de happy hour. A feira abre todos os dias às 10h e encerra suas atividades às 21h. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
                 

Preço do leite

O ano começou com cenário positivo em termos de preço do leite para os produtores brasileiros. O preço real pago ao produtor, que já havia iniciado o ano R$0,18/litro acima do valor de janeiro de 2018, teve uma valorização de 10% em fevereiro sobre o mês anterior.
 

Em anos anteriores, valorizações nesse patamar somente haviam ocorrido no auge da entressafra nacional, entre os meses de junho e julho. Dessa forma, a média dos preços reais, nesses dois primeiros meses de 2019, foi a maior desde 2011, sendo 19% superior aos valores de 2018. Outro fato positivo para os produtores é que o custo de produção, apesar de ainda elevado, está em queda desde novembro de 2018, conforme o ICPLeite/Embrapa. Nesse período, o custo caiu 2,6% puxado pela redução nas despesas com alimentação do rebanho e energia, que foram os grupos que mais pressionaram o custo para cima ao longo de 2018. Com isso, a relação de preços leite/concentrado vem melhorando para o pecuarista. Em fevereiro de 2018 eram necessários 42 litros de leite para aquisição de uma saca de 60Kg de concentrado, enquanto que em fevereiro desse ano foram precisos somente 33 litros, uma queda de 21%. Os preços do leite no atacado e no varejo também iniciaram o ano em patamares superiores à 2018. 

No varejo, o leite UHT apresentou aumentos em janeiro (+ 2,1%) e fevereiro (+ 2,4%), na média nacional. No atacado, o leite UHT no mercado diário de São Paulo, apresentou grande alta de dezembro até meados de janeiro, quando saltou de R$2,00 para R$2,47. Entretanto, desde então, os preços estão praticamente estagnados. Na mesma linha, o preço do leite spot em São Paulo cresceu 22% de janeiro até o final de fevereiro. Porém, esse movimento de alta já perdeu força e os preços no spot já recuaram. Na balança comercial, o volume de importação foi elevado nos dois primeiros meses de 2019, ficando cerca de 64% superiores aos observados em janeiro e fevereiro de 2018. Destaque para o leite em pó, manteiga e queijos. Já as exportações estão com valores próximos aos registrados no mesmo período de 2018. Apesar do preço valorizado do leite no mercado interno, um fator que pode ajudar a segurar o ritmo das importações nos próximos meses é a recente valorização dos preços internacionais. Na Oceania, o leite em pó integral saltou de US$2.705/t no início de janeiro para US$3.317/t no último leilão de março, alta de 23%. 

Essa valorização está relacionada aos movimentos de oferta e demanda no mercado mundial. Enquanto os principais países produtores vêm enfrentando problemas na produção, com redução na oferta de leite, a demanda mundial está aquecida, principalmente com a retomada das compras da China. Com esse cenário, o mercado futuro do Global Dairy Trade (GDT) indica que essa valorização deve se manter ao longo desse primeiro semestre. Para os próximos meses no mercado interno, a expectativa é de custo de produção mais baixo, principalmente pelas sinalizações de redução nos preços de milho e farelo de soja. Já para os preços do leite pagos ao produtor as sinalizações são de que as cotações já estão próximas do teto, apesar de ser um período típico de valorização com o final da safra. Os sinais de alerta para os produtores vêm do atacado e do leite spot, que conforme destacado anteriormente, não estão conseguindo repassar os aumentos nesse período recente. Novos aumentos ao produtor serão dependentes do repasse da indústria para o varejista e deste ao consumidor final. A questão é que a indústria não está conseguindo realizar tal repasse, ficando com margens bem prejudicadas em derivados tradicionais como UHT, muçarela e leite em pó. Além disso, é importante salientar que o ambiente macroeconômico brasileiro mostra-se bastante incerto, fazendo com que as projeções de crescimento do PIB estejam sendo revisadas frequentemente para baixo e já sinalizam um crescimento de apenas 2% em 2019. (Embrapa)

Exportações/AR 

O boletim de Exportações de Produtos Lácteos até fevereiro de 2019, aponta crescimento de 19,9% em volume e 7,6% em divisas. Para uma produção de leite de 1.488,2 milhões de litros, a produção destinada ao mercado externo representou 21,5% em litros de leite equivalente do total produzido no país. (Em todo o ano de 2018 o percentual exportado foi de 22,1%).

 

 
No mês de fevereiro, em particular, foram exportadas 21.979 toneladas de lácteos, no valor de US$ 61,5 milhões, o que representou queda de 17,9% e 17,8%, em comparação com o mês anterior, respectivamente. É bom observar que se houver equiparação no número de dias entre os dois meses, os percentuais de queda serão 9,1% em volume e 9% em valor.

O principal produto exportado foi o leite em pó (integral e desnatado), que totalizaram 22.504 toneladas no bimestre, 34% de crescimento na comparação anual. Cabe mencionar que em fevereiro de 2019 foram exportadas 10.299 toneladas que são 23,7% a mais do que em igual mês do ano passado. Também é importante lembrar que no ano passado o máximo volume exportado deste produto foi no mês de novembro com 21.927 toneladas.

O item queijo alcançou entre janeiro e fevereiro deste ano, 11.183 toneladas, pelo valor de US$ 42,1 milhões, representando crescimento de 31,2% e 15,2%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os valores médios de exportação caíram 10,2% em dólares, em relação ao ano passado, mas, levando em consideração as novas cotações das commodities lácteos no mercado internacional, é bem provável que haja reversão desses valores no mês de março. (OCLA – Tradução livre: Terra Viva)

 
 

Leite/Oceania 

A tendência de redução do rebanho leiteiro continua entre muitos produtores de leite da Austrália, em decorrência do tempo seco. Não está previsto crescimento, novamente, do rebanho, nem nesse final de temporada, nem para 2019/2020.

Assim, deverá haver menor disponibilidade de produtos para exportação, se for levado em consideração o aumento populacional do país e a boa demanda por leite e produtos lácteos na próxima temporada. Isto significará uma preferência cada vez maior para a exportação de queijos, um produto que a Austrália tem vantagem competitiva em seus mercados tradicionais de exportação.

A mudança de estação trouxe tempo mais frio e chuvas em algumas áreas. Isso é muito bem-vindo, e as chuvas das últimas semanas é uma boa mudança. Ainda que a tendência seja favorável, ainda é insuficiente para superar os efeitos da seca e do calor elevado dos últimos meses. Ainda assim feno nova está aparecendo no mercado. Uma boa notícia, já que os estoques estava abaixo do desejado. O governo ainda continua subsidiando o transporte dos volumosos, para manter o gado em boas condições.

Na Nova Zelândia, dados da DCANZ apontam que houve crescimento de 0,1% no volume de leite produzido em fevereiro de 2019, quando comparado com o mesmo mês de 2018, mas, queda de 0,1% nos sólidos totais, na mesma comparação.

O ciclone Trevor trouxe devastação e inundações para toda a Ilha Sula e muitas partes da Costa Oeste da Nova Zelândia. Foi caracterizado como o evento mais severo em 100 anos, com chuvas extremamente fortes que varreram estradas e pontes, deixando algumas rodovias intransitáveis. O transporte de leite foi interrompido em algumas áreas. Os prejuízos nas fazendas ainda precisam ser contabilizados.

Os meteorologistas alertam para um outro ciclone que pode vir na próxima semana, e desta feita impactar ainda mais fortemente algumas partes do Norte da Nova Zelândia.

Outro desafio para os produtores de leite da Costa Oeste é a possível venda da maior cooperativa de lácteos da região que está enfrentando problemas financeiros.

A diretoria está coletando opiniões dos membros quanto às ofertas de vários compradores em potencial. Um dos assuntos em discussão é assumir as dívidas da cooperativa. Outro tópico sensível é garantir a coleta do leite dos membros da cooperativa, mesmo em áreas remotas. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

 
Probióticos
Os cientistas mapearam os efeitos dos alimentos fermentados na flora intestinal. Aumentar a quantidade de bactérias benéficas pode melhorar a definição da nutrição personalizada. Em artigo para o jornal Nutrients, os cientistas russos detalharam a influência dos produtos lácteos fermentados (FDP) enriquecidos com probióticos na promoção de mudanças na microbiota das espécies intestinais. Essas espécies estão associadas a benefícios no tratamento de quadros inflamatórios, hormonais e funções cardiovasculares.  “A microbiota de diferentes pessoas têm características individuais, e assim sendo, respondem diferentemente às dietas”, disse Alexander Tyakht, pesquisador da Universidade de Informação Tecnológicas, Mecânicas e Óticas (ITMO). “Analisando a microbiota pode-se prever qual será a resposta a uma determinada dieta”. A equipe de pesquisadores acrescenta que os resultados são um ponto de partida para a análise da microbiota, identificar qual o probiótico mais efetivo, e personalizar a nutrição que atenda àquele intestino, com aquela estrutura e comunidade microbiana. (Dairy Reporter – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 02 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.950

     GDT 02/04/2019

 

(GDT)
                 

Setor leiteiro terá plataforma oficial para monitorar a qualidade de produção no Brasil

Uma plataforma com mais de 108 milhões de dados será usada como referência para políticas voltadas à produção de leite no Brasil. O sistema reúne informações de 10 laboratórios creditados pelo Ministério da Agricultura e servirá como ferramenta para monitorar a qualidade do produto no país. Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins explica que com o cruzamento de informações será possível identificar regiões e municípios que carecem de assistência técnica.

Para ele, a indústria precisa saber o tipo de leite que está comprando, e a população a qualidade do produto consumido. O pesquisador também falou sobre os desafios do setor leiteiro hoje, que vive uma crise do consumo e de preço baixo pago ao produtor. Confira os principais trechos da entrevista, concedida durante o 15º Fórum do Leite, na Expodireto-Cotrijal.

Como funciona o sistema de monitoramento e como os dados serão usados?
"O Sistema de Monitoramento de Qualidade do Leite reúne dados dos 10 laboratórios creditados pelo Ministério da Agricultura para monitorar a qualidade do leite no Brasil. Todo produtor e laticínio têm de fazer esta análise, mas esses dados estavam dispersos. A plataforma reúne essas informações e torna possível a utilização por diferentes níveis. Então, temos condições de saber como estão os indicadores de oito itens que compõem a qualidade do leite – por município, por microrregião, por mesorregião ou por Estado. Fazendo comparação entre regiões e entre períodos diferentes".

O sistema foi motivado pela descoberta de fraudes no leite aqui no RS?
"Não, era um pedido antigo do setor. Foi pensado durante muito tempo, mas não era implementado. Quando os laboratórios começaram a funcionar, há pelo menos 10 anos, a ideia era reunir as informações, mas isso não acontecia. A Embrapa desenvolveu o sistema no final da gestão de Kátia Abreu (em meados de 2016)".

Esse sistema é uma ferramenta no controle da qualidade do leite?
"Eu diria que sim, mas não para apurar fraudes. Para verificar a qualidade propriamente dita. É aquela história de pagamento por qualidade. Como tem uma norma de qualidade, o sistema será útil para sabermos em quais regiões do Brasil estamos distantes do padrão ou em que precisamos de um nível de assistência técnica mais focada em reduzir a contagem de células somáticas (CCS) ou contagem total de bactérias (CTB), por exemplo".

A ferramenta é importante para trabalhar em um modelo de pagamento que não priorize só volume, mas qualidade?
"Sim. O modelo de pagamento é importante sob a ótica do produtor. Como um todo, é fundamental a melhoria do leite. Pois aumenta a vida útil do produto".

De que forma o cruzamento dessas informações pode ajudar no desenvolvimento de políticas para o leite?
"É possível fazer políticas públicas focadas em regiões ou microrregiões, e o Estado pode ser o indutor de melhorias. No setor privado, podem ser adotadas políticas de assistência técnica aproveitando o programa de renúncia fiscal do PIS/Cofins. Podemos ter estratégia de indústria e de produtor de um lado e estratégia de governo de outro, ou seja, estratégias públicas e privadas para melhorarmos a qualidade. As políticas no Brasil precisam ser mais focadas para não jogarmos dinheiro fora".

O que a Embrapa pode fazer para melhorar padrões de qualidade do leite?
"A Embrapa vem fazendo a diferença. Se considerar que na década de 1970 era um desafio uma vaca produzir oito litros de leite. Hoje, uma vaca que produz apenas oito litros não é viável economicamente. Isso mostra como foi possível aumentar a produtividade. Conseguimos criar no Brasil raça adequada aos trópicos e fazer adaptação de pastagem. Quando o país estava preocupado com quantidade, já estávamos preocupados em qualidade. Estamos trabalhando com equação genômica, que prevê 78% de probabilidade se um animal será bom produtor de leite ou não".

Qual é o principal desafio do setor?
"Um problema grave é a carência em assistência técnica. O papel da Embrapa é gerar conhecimento, mas a inovação é feita no campo. Esse vazio tem sido em parte compensado pelo setor, pelos governos estaduais, que estão em crise – isso dificulta o trabalho – e em parte pelo setor privado e por cooperativas". (As informações são do portal de notícias Gaúcha Zero Hora)

RS: raça Holandesa abre inscrições para a Expoleite Fenasul

Os criadores da raça Holandesa já podem realizar sua inscrição para a participação na 42ª edição da Expoleite e 15ª Fenasul. O evento ocorre de 15 a 19 de maio no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), e contará com intensa programação voltada ao público do setor agropecuário. A agenda da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) contará com concurso leiteiro, julgamento de animais, entre outras atividades.

De acordo com o presidente da Gadolando, Marcos Tang, a Expoleite é tradicional para os criadores e tem algumas particularidades interessantes, mesmo não sendo uma feira de grande público urbano. "É uma feira especialmente agradável ao expositor de animais, pois é mais enxuta, com período mais curto de permanência, reduzindo custo e diminuindo o tempo de ausência no estabelecimento domiciliar. Além disso, por ser específica e ocorrer em período com remuneração do leite em recuperação ou estável, acontecem várias possibilidades de negócio ou contatos para futuras relações comerciais", destaca.

Tang lembra também que as feiras refletem excelente oportunidade para convívio social entre pessoas que têm interesses semelhantes, oportunizando troca de experiências e aulas particulares, sem custo. "Este tipo de troca de informações é muito importante e acontece nas conversas de galpão e não pode ser contabilizado na prestação de contas do evento, mas eu sempre acreditei que é neste quesito que as feiras cumprem sua maior função social", observa.

O dirigente revela que a Expoleite Fenasul, sempre é um desafio para a Gadolando, em especial, a que ocorre no primeiro ano de um novo comando estadual, como é o caso deste ano, já que o governo, através da Secretaria da Agricultura, promove o evento juntamente com a associação. "Mesmo sabendo de todas as dificuldades do setor, que não são poucas, por isso a nossa luta é constante, quero conclamar todos os criadores, para mostrarmos a nossa força e união, levando nossas matrizes para o apreço do público. Sabemos que o Estado tem um rebanho com o que a de melhor em genética, vamos exibi-la e dividir alguns instantes da nossa vida com os amigos do setor. Quanto melhor representado estivermos, mais força teremos em nossas reivindicações", ressalta.

A Gadolando comunica que para as exposições realizadas em 2019, conforme Regulamento Nacional, não serão mais julgados os conjuntos progênie de mãe e família. Reforça também que a vacina contra a febre aftosa deve ser antecipada e que as doses podem ser solicitadas nas inspetorias veterinárias. Além disto, os atestados de tuberculose e brucelose devem ser providenciados. Mais informações podem ser obtidas no site da entidade em www.gadolando.com.br. (As informações são da Gadolando)

 
Consumo/AR 
A política monetária restritiva do Banco Central e a defasagem dos salários diante do crescimento da inflação estão causando estragos no consumo interno. Um boletim do setor privado indica que em janeiro, as vendas nos supermercados caíram 7,5% em relação a igual mês do ano passado. O boletim foi elaborado pela Consultoria Claves, dirigida pelo economista Néstor Pérez Alonso, que adverte, entre outras coisas, que as compras dos itens de padaria foram as mais afetadas, com baixa de 13,1%. De acordo com os dados da consultoria, durante esse período, o preço médio dos produtos subiu algo em torno de 65%, em moeda corrente. Em seguida, foram os lácteos, que caíram 10,7% e alimentos prontos, com retração de 10,1%. E os preços desses itens subiram 58% e 41%, respectivamente, na cidade de Buenos Aires, segundo detalhes do boletim. No primeiro mês do ano verduras e bebidas registraram quedas de 8,5% e 6%, sempre em grandes lojas do varejo. As menores quedas foram mercearia e carnes. (Ámbito.com – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 1º de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.949

     Tendências mudaram a forma como o leite é processado na Europa

As tendências nas preferências dos consumidores mudaram a forma como o leite é processado na Europa. Nas últimas perspectivas da União Europeia (UE) para lácteos de curto prazo, a forma como o leite é utilizado para os diferentes produtos lácteos passou do leite líquido para produtos mais processados.


 
Entre 2007 e 2017, a produção de leite cru na UE-28 aumentou 17%, equivalente a 22,5 milhões de litros adicionais. Durante este período, o uso de leite para a produção de leite de consumo diminuiu, enquanto a produção de "outros produtos lácteos" aumentou. Incluídos nesta categoria estão produtos como leite em pó infantil, leite em pó com gordura e outros produtos técnicos voltados para os mercados de saúde e nutrição. A parcela de leite direcionada aos produtos lácteos mais tradicionais, como creme, iogurte, queijo e manteiga está estável. (As informações são do AHDB Dairy, traduzidas pela Equipe MilkPoint) 
                 
Uruguai: exportações de lácteos aumentam em 2019

De acordo com o Instituto Nacional do Leite do Uruguai (Inale), nos dois primeiros meses de 2019 o valor das exportações foi 19% superior ao mesmo período do ano anterior, devido ao aumento significativo na quantidade de leite exportada de em pó integral, desnatado e manteiga, embora tenham sido obtidos preços mais baixos.

De acordo com a publicação de exportação do Inale de fevereiro de 2019, no acumulado do mês, os produtos que aumentaram seu valor de exportação em relação ao mesmo período de 2018 foram leite em pó desnatado (124%), manteiga (48%) e leite em pó integral (31%), enquanto o queijo diminuiu (-27%). Como resultado, o faturamento total recebido em fevereiro foi 19% maior do que o registrado no ano anterior.

Em termos de volumes, no acumulado de fevereiro deste ano as exportações de leite em pó desnatado, manteiga e leite em pó integral melhoraram (+165%, +75% e +38%, respectivamente), enquanto as exportações de queijo diminuíram (-30%) em relação a fevereiro de 2018. Quanto ao preço de dezembro de 2018, os valores de leite em pó desnatado (14%) e leite em pó integral (2%) aumentaram, enquanto os preços do queijo e da manteiga baixaram (5% e -3%, respectivamente).

Ao comparar os preços médios recebidos pelos produtos exportados com os de um ano atrás, observa-se que apenas o preço do queijo aumentou (3%), enquanto houve queda nos preços da manteiga (-17%), do leite em pó desnatado (-15%) e do leite em pó integral (-5%). (As informações são do Portal Lechero, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


Lácteos/China

As importações chinesas de produtos lácteos também continuaram de maneira intensa em fevereiro. O aumento em comparação com o mês de fevereiro do ano passado é de 11% em quantidade e de 5,5% em valor, e forte crescimento na importação de leite em pó desnatado.
 
 

Confirma-se então, a China, como um importante ator do mercado, que deve ser levado em consideração, com crescimento baseado em tendências de 15,3% em volume e um aumento igualmente positivo em valor.

Entre janeiro e fevereiro, em particular, houve crescimento na importação de leite infantil (23,3% em volume), com a União Europeia (UE), confirmando-se como o primeiro exportador e uma cota de mercado de 73%, seguido pela Nova Zelândia, Suíça e Austrália.

O comércio dos Estados Unidos com a China é pouco significativo nos últimos anos. Resta observar se a tendência positiva das importações de lácteos pela China continuará nos próximos meses, ou se a aceleração registrada a partir de dezembro é parte das estratégias geopolíticas de Beijing.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês, depois de anos de crescimento exuberante, está desacelerando; as tensões comerciais com os Estados Unidos parecem longe de ter um fim. Além disso, a viagem do presidente Xi Jinping à Europa acaba de levar adiante o projeto do “Novo Caminho da Seda”. Aparecer diante dos olhos da UE com um apelo comercial, pode ser, sem dúvida, muito útil para os movimentos do dragão chinês. (Ocla.org.ar – Tradução livre: Terra Viva)
 
Lácteos/EU
O último boletim do Observatório Lácteo da União Europeia (UE), de 28 de março, destacou:
- O preço médio do leite em pó desnatado (SMP) na UE ficou 1,3% menor em comparação com a semana anterior (€ 189/100kg), mas ainda é 44% maior do que o apresentado um ano atrás.
- Os preços do soro de leite em pó e do queijo Emmental na UE também caíram, 3,1% e 1,7%, respectivamente.
- As cotações dos outros produtos lácteos continuam, relativamente, estáveis em comparação com a semana anterior.
- Ligeira queda no preço do leite no mercado spot da Itália na semana passada (0,408 €/kg), mas está bem acima do nível do ano passado (+37%).
- Os custos da alimentação animal ficaram 1,9% menores em relação à média das 4 semanas anteriores
(Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 29 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.948

     Fim da isenção de ICMS para insumos deve gerar impacto de R$ 40 bi

A ameaça de governos estaduais em situação de emergência fiscal de cancelar o Convênio 100 do Conselho Nacional de Política Fazenda (Confaz), que desde 1997 isenta ou reduz o ICMS para diversos insumos agropecuários, provocaria um impacto de R$ 39,9 bilhões no custo de produção de 11 cadeias agropecuárias de nove Estados, segundo estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No próximo dia 5 de abril, o Confaz, que reúne os 27 secretários estaduais de Fazenda, votará se prorroga ou cancela esse benefício fiscal, que já é oferecido por 22 anos para defensivos, fertilizantes e rações animais, que vence em 30 de abril. A área técnica do Confaz recomenda a prorrogação. O convênio concede reduções na base de cálculo de ICMS nas operações interestaduais que variam de 30% a 60%, envolvendo a venda de inseticidas, fungicidas, herbicidas e também sobre farelo de soja, canola e milho quando utilizados para a fabricação de ração animal. 

O setor sempre conseguiu convencer os governadores a renovarem o convênio tributário, que geralmente tem validade de seis meses ou, no máximo, um ano. Desta vez, porém, há um temor de que a crise fiscal mais acentuada nos Estados possa levar à não prorrogação do convênio e o consequente fim das isenções de ICMS. Da última vez que o benefício foi prorrogado, no fim de 2017, somente o Rio de Janeiro havia decretado calamidade financeira. Contudo, agora já há sete Estados nessa situação, incluindo Mato Grosso e Rio Grande do Sul, tradicionais polos de produção agropecuária e que já vêm sinalizando nos bastidores serem contrários à prorrogação dos benefícios. Além dos Estados em calamidade pública, o governo de São Paulo também está apoiando o fim do benefício. 

Renato Conchon, coordenador do Núcleo de Estudos Econômicos da CNA, explica que o estudo feito pela entidade conclui que a cobrança de impostos sobre esses insumos pode levar o produtor a repassar o custo para o preço final de seus produtos, com potencial de gerar um efeito inflacionário em alimentos e matérias-primas agrícolas. Nas contas da confederação, o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), indicador oficial de inflação no país, pode sofrer um aumento de 9,5% caso o benefício seja abolido. “O Convênio 100 vai vencer em abril e, se não for prorrogado, o custo de produção vai subir de 8% a 11% para os agricultores. Para o pecuarista, representa um aumento de custo de 14%. Por isso a gente defende a manutenção do benefício e sua prorrogação por um período até maior, de três anos”, afirmou Conchon, durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara para debater o tema. 

O secretário-executivo do Confaz, Bruno Pessanha, que não tem poder de voto no colegiado, disse que os secretários de Fazenda têm consciência da necessidade de continuar incentivando a agricultura no país, mas lembrou que as decisões do conselho precisam ser unânimes e dependem de análise técnica dos Estados. “Como é um convênio que já tem 22 anos, às vezes precisa de um aperfeiçoamento. Então é só definir um prazo novo, mas a análise será técnica”, declarou.

O deputado José Mário Schreiner (DEM-GO), que também é vice-presidente da CNA, lembrou que integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vêm mobilizando os secretários de Fazenda e governadores de seus Estados para que o benefício seja renovado. “Imagina se o agronegócio começar a não dar as respostas que o país espera?”, disse. (Valor Econômico)
                 

Mercado estuda criação de seguro para pescados, leite e arroz

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) intermediou reunião realizada nesta última quinta-feira (28), em São Paulo, entre resseguradoras e companhias seguradoras com os setores de pesca e aquicultura, pecuária de leite e arroz.

O objetivo do encontro, de acordo com o diretor de Gestão de Risco do Mapa, Pedro Loyola, “foi aproximar os produtores das seguradoras visando aperfeiçoar e criar produtos de seguros rurais com coberturas para os principais riscos dessas atividades”. O secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Jorge Seif, falou da importância da criação de seguro para a atividade da pesca. "O potencial produtivo do setor precisa de suporte, infraestrutura e serviços. Os seguros são fundamentais para segurança dessa cadeia produtiva que, mais do que nunca, está em franca expansão. Essa aproximação com as seguradoras é importante para levar as demandas do setor, que só tem a crescer em um país de águas como o Brasil".

Para Joaquim Cesar Neto, presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), “as seguradoras que atuam no seguro rural, principalmente, no agrícola, pecuário, florestal e aquícola têm apoiado o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR/Mapa), que tem sido o grande motivador de crescimento desse segmento. E é muito importante manter esse diálogo com o setor para identificar necessidades e melhorias a serem desenvolvidas, de forma a atendermos plenamente o agronegócio brasileiro”.

Participaram da reunião nove seguradoras e quatro resseguradoras, o secretário de Pesca e Aquicultura, Jorge Seif Jr, além do diretor de Gestão de Riscos, Pedro Loyola e o coordenador-geral de Seguro Rural do Mapa, Diego Almeida. Representou a Federarroz, Alexandre Velho e o setor de pecuária de leite, Thiago Rodrigues, técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). (As informações são do Mapa)

Ministra vai instalar comitê permanente para implantar sistema de autocontrole

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, vai instalar o Comitê Técnico Permanente de Autocontrole, na próxima terça-feira (2), em Brasília. A medida (portaria nº 24) é um dos passos previstos para estabelecer mudanças no sistema de controle de inspeção de qualidade da produção agropecuária. Nesse novo sistema o fabricante é responsabilizado pela mercadoria que coloca no mercado.

Em seminário realizado em fevereiro sobre o assunto, Tereza Cristina defendeu a adoção de procedimentos de fiscalização e auditoria mais modernos no setor produtivo que deverão garantir maior segurança e qualidade para o consumidor. “O autocontrole nada mais é do que a responsabilidade de ambos os lados. O setor privado tem que cumprir sua parte e nós precisamos ir lá e ver se os protocolos estão sendo seguidos”, explicou na abertura do evento.
O comitê que será instalado na próxima semana deverá propor a implementação, monitoramento e avaliação dos programas de autocontrole, identificar atos normativos que serão necessários, apoiar a articulação de ações conjuntas, como troca de experiência e capacitação, e sugerir subcomitês para temas específicos.

Os avanços nos modelos de autocontrole seguem a tendência crescente do uso de sistemas voluntários de certificação de qualidade e muitos países da União Européia já criaram normatizações sobre isso.

Além do seminário já realizado, o sistema também foi discutido em reunião com representantes estaduais e o Distrito Federal, que integram o Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa).

Segundo Guilherme Leal, secretário de Defesa Agropecuária (SDA) é importante pensar em autocontrole não somente na inspeção de produtos de origem animal, mas também nos vegetais, bebidas e insumos (adubos e defensivos). O secretário explica que o comitê vai estruturar o programa de autocontrole no ministério e nos órgãos regionais ligados ao Mapa, com a participação do setor privado nas discussões.

“Precisamos delimitar bem a responsabilidade do setor público e do privado para avançar de forma tranquila. A área pública vai continuar com a elaboração das normas, auditorias, fiscalização e a certificação”, explica o secretário. E alerta que “as empresas terão que aprimorar seus processos. A inspeção ante e post mortem (antes e depois do abate) continuará sendo feita por auditores fiscais do ministério, informou.

O secretário adjunto da SDA, Fernando Mendes acrescenta que “estão sendo incluídos novos pontos de checagem no processo produtivo, que serão conduzidos por médicos veterinários, engenheiros de alimentos e outros”.

Mendes lembra que inexiste risco zero na produção e, por isto, os estabelecimentos têm que estar sempre prontos a identificar os riscos. “A responsabilidade sobre o produto é de quem produz”, explica. “Mas muitas vezes esse papel é transferido ao Estado, que, na verdade, tem de ser responsável pela verificação, aplicação de medidas punitivas e retirada do mercado quando identifica problema em determinado produto”.

Atualmente, a fiscalização do ministério acompanha o fluxo produtivo até o final e, com o autocontrole, esta tarefa será compartilhada com o setor privado. A inspeção ante e post mortem terá parâmetros modernizados para que seja feita de modo mais inteligente, de acordo com a realidade produtiva atual. Para tornar a fiscalização mais eficiente e viabilizar o autocontrole o Mapa vai acelerar a informatização e automatização de todos os processos.

Guilherme Leal adiantou que a implantação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), fará com que algumas responsabilidades que são executadas pelo governo federal, sejam executadas pelas agências de defesa estaduais, dependendo de treinamento de pessoal, sistemas informatizados e recursos.

Representantes da Frente Parlamentar da Agricultura e do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) apresentarão, na terça-feira, resultados de reuniões técnicas que realizaram sobre o novo sistema. (MAPA)

 
Mapa Leite 
O SENAR-RS está realizando uma série de consultorias do programa MAPA Leite na serra gaúcha. Nesta semana, até o dia 29 de março, propriedades rurais em Ilópolis, Paraí, Nova Prata, Nova Araçá e Serafina Correa receberão Instrutores do Senar para dar consultorias sobre nutrição e qualidade do leite, com foco em manejo de pastagens. Produtores que estão cadastrados no programa poderão acompanhar as visitas. O Programa MAPA Leite está atendendo 1.163 propriedades nas regiões da Serra, Noroeste e Vale do Taquari. A intenção é qualificar a produção e a gestão, conjugando a boa qualidade do leite com a eficiência de produção e custos. (Senar/RS)

Porto Alegre, 28 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.947

      Sindilat estuda ações para esclarecer produtores sobre as novas instruções normativas do Mapa

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS) estuda ações para levar ao campo conhecimento e esclarecimento sobre o que preconizam as novas instruções normativas do Ministério da Agricultura (Mapa) para garantir a qualidade do leite, as INs 76 e 77. A primeira delas será a realização de seminários e debates nas principais regiões produtoras de leite do Rio Grande do Sul, como Passo Fundo, Lajeado, Ijuí, Santa Rosa, Erechim e Pelotas.

A decisão atende à orientação do próprio Mapa, exposta na última reunião da Câmara Setorial do Leite. De acordo com o presidente do Sindilat-RS, Alexandre Guerra, a intenção é que os produtores possam tirar suas dúvidas e as normas possam ser operacionalizadas a pleno. “Em abril, voltaremos ao Ministério da Agricultura para alinhar a execução destes seminários”, revela. A reunião, prevista para a segunda quinzena de abril, poderá contar com dois representantes por indústria associada ao sindicato.

O assunto foi abordado na reunião de associados do Sindilat, realizada nesta quarta-feira (27/03), em Porto Alegre. Na ocasião, o grupo também tratou sobre a competitividade do setor e ações de marketing para fomentar o consumo do leite. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


 Foto: Letícia Breda

                 

Produção/UE 

Os produtores de leite da União Europeia (UE) registraram queda em suas rendas líquidas em quase todos os sistemas de produção. A causa está no preço do leite, que permanece estável de um ano para o outro, enquanto os custos aumentam. Não somente subiram os preços dos insumos, energia, e ração, mas também houve queda na produção de forragens, causada pela longa seca sazonal, de acordo com o boletim do Instituto da Pecuária da França. 

A meteorologia também afetou a produção de leite de muitos pecuaristas, inclusive os países mais dinâmicos, como Irlanda e Polônia, foram afetados. Diante da escassez de forragens, os agricultores reduziram o número de vacas. A desaceleração na captação de leite na Europa no segundo semestre de 2018 facilitou o retorno do leite em pó desnatado ao mercado, com as vendas dos estoques de intervenção pela Comissão Europeia.

Confirma-se assim, o papel central desempenhado pela UE no panorama mundial dos produtos lácteos, desde o final das cotas, ainda que a Nova Zelândia compensasse, parcialmente, a queda na Europa, em decorrência das condições meteorológicas favoráveis no final de 2018.

Boas perspectivas no começo de 2019
Ao nível da UE, não parece haver dúvida de que a produção de leite será recuperada na primavera, especialmente se as condições meteorológicas forem muito favoráveis. Mas, existem favores que ameaçam estas boas perspectivas: as incertezas do Brexit e o impacto no comércio europeu, a deterioração das relações diplomáticas e comerciais entre os principais blocos: UE, Estados Unidos, China e Rússia. (Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)

 
 

FrieslandCampina 

O preço garantido do leite cru da FrieslandCampina para o mês de abril de 2019 foi estabelecido em € 36,00/100 kg, [R$ 1,61/litro, queda de € 0,50/100 kg, em relação ao mês anterior, havendo uma correção a menor de € 0,23/100 kg. A expectativa das principais indústrias de laticínios europeias é de que o preço do leite cru continue caindo ligeiramente, em decorrência da queda nas cotações dos lácteos.


 
O preço garantido pela FrieslandCampina para o leite orgânico em abril de 2019 permaneceu com o mesmo valor de março, € 48,50/100 kg [R$ 2,12/litro], e incluiu uma correção a maior de €0,26/100 kg. A expectativa de preços das principais indústrias de referência é de estabilidade.      
 

 O preço garantido é aplicado a 100 quilos de leite que contenha 3,47% de proteína, 4,41% de matéria gorda e 4,51% de lactose, sem o imposto de valor agregado (IVA). O preço é garantido a produtores de leite convencional e que entregam acima de 800.000 quilos de leite por ano.

O preço garantido para o leite orgânico segue os mesmos parâmetros do leite convencional em relação ao teor de sólidos, mas, a base do volume de entrega é acima de 600.000 quilos anuais.

Até 2016 o volume era de 600.000 quilos para o leite convencional. A alteração do volume que serve de base para bonificações e o esquema da sazonalidade foi, então, descontinuado, iniciando novos parâmetros em 2017. (FrieslandCampina – Tradução livre: Terra Viva)

Lácteos/AR
A queda na produção de leite na Argentina e ajustes das indústrias nas últimas semanas, está refletindo na menor oferta de lácteos para os consumidores. O Governo atribuiu a escassez a problemas de entrega de algumas empresas com marcas de preços mais baixos. O Centro da Indústria de Laticínios (CIL) – que tem como membro as principais empresas do país – reconheceu em um comunicado que “efetivamente existe, atualmente, menor oferta de lácteos”. Informou que a captação de leite dos laticínios associados foi 12,5% menor nos primeiros dois meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Desde dezembro de 2018, a queda sazonal acumulada chega a 23% (até fevereiro).  A menor oferta de lácteos ao consumidor – especialmente de produtos frescos, como leite fluido – “se explica pela queda sazonal da produção de matéria prima, agravada, este ano, por fatores climáticos adversos (chuvas excessivas e ondas de calor), as dificuldades econômicas-financeiras sofridas pela cadeia no ano passado e a acumulação de compromissos comerciais que modificaram, sensivelmente o quadro anual da demanda de leite”, explica o CIL. O grupo Mastellone – representa 13% da compra de leite do país – informou que está recebendo, em média, 15% menos que em igual período de 2018. Isto representa 400.000 litros diários a menos de matéria prima para a elaboração de seus produtos. A firma destacou que, para melhorar o abastecimento do mercado interno, decidiu suspender exportações de leite em pó que havia negociado com o Brasil, em torno de 5.000 toneladas. A consultoria Ieral destacou que os problemas enfrentados por indústrias como SanCor e outras. Em 2018 o setor operou com 48% de sua capacidade instalada, bem abaixo de 62% registrado pelas outras indústrias de alimentos. (El Observador – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 27 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.946

      Custos de produção do leite apresentaram deflação de -0,06% em fevereiro

Pelo segundo mês consecutivo produzir leite ficou mais barato. Apesar de apresentar queda não muito significativa, a redução do custo de produção de leite em fevereiro foi de -0,06%, em relação aos custos apurados para janeiro de 2019.

Quando ocorre uma variação nos custos como o apresentado, configura-se um quadro conjuntural de deflação, ou seja, o inverso da inflação. Este resultado tem por base o Índice de Custos de Produção de Leite – ICPLeite/Embrapa, calculado pela Embrapa Gado de Leite. O grupo Energia e combustível foi o que apresentou maior deflação, -2,18%, os demais apresentaram quedas inferiores a 1 ponto percentual ou ainda, leve aumento em seus preços. Em ordem crescente, os grupos apresentaram as seguintes variações: Sal mineral, -0,58%, Produção e compra de volumosos, -0,57%, Sanidade, -0,16%. Mão de obra e Reprodução não variaram. Já Qualidade do leite e Concentrado apresentaram variações positivas, respectivamente, 0,44% e 0,53%. O resumo dos dados encontra-se na Tabela 1.

No acumulado do ano o ICPLeite/Embrapa registra uma redução de custos de -0,62%. A maior queda acumulada foi registrada no grupo Energia e combustível, -2,53%. Entretanto, as variações verificadas nos grupos referentes a alimentação do rebanho é que mais impactaram o índice. Os grupos Produção e compra de volumosos e Concentrado apresentaram respectivamente variações de - 1,80% e -0,85%. Sal mineral variou -0,73% e Sanidade -0,28%. O grupo que apresentou maior inflação Mão de obra, 1,36%, seguido por Qualidade do leite, 0,92%. O grupo Reprodução não apresentou variação. Os dados encontram-se na Tabela 2.


 
No acumulado de doze meses o ICPLeite/Embrapa registra valores elevados, acumulando 11,28%. Só o grupo Qualidade do leite apresentou variação negativa, -0,14%. Todos os outros apresentaram inflação. Os grupos que puxaram o índice acumulado foram Concentrado, Sal mineral e Energia e combustíveis, cujas variações superaram a do indicador. Produção e compra de volumosos também contribuiu, já que possui peso considerável na ponderação do ICPLeite/Embrapa. Os dados encontram-se na Tabela 3. (Embrapa)

                 
 
Embrapa busca recursos para tentar retomar investimentos

Encarada como positiva para o país pelo governo Bolsonaro, a possível entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - fortalecida agora com o apoio dos EUA -, poderá dificultar a estratégia da nova gestão da Embrapa de ampliar a captação de recursos externos junto a organismos ou instituições internacionais como a FAO e o Banco Mundial para financiar suas pesquisas.

"Se o Brasil entrar na OCDE, teremos muito menos chance de conseguir esse tipo de recurso. Estaremos entre os países ricos e, a partir daí, os países doadores, que têm cada dia menos recursos, vão se concentrar nos países mais carentes", afirmou Sebastião Barbosa, presidente da Embrapa, em entrevista ao Valor.

No cargo há cinco meses, Barbosa, pesquisador aposentado da estatal, tem larga experiência internacional. Foi consultor da FAO por 17 anos em escritórios da agência da ONU para agricultura e alimentação em Roma, na Itália, e em Santiago, no Chile, e assumiu com a expectativa de aproveitar essa experiência para otimizar parcerias para complementar as escassas fontes de recursos disponíveis. Pesquisadores da Embrapa já chegaram a desenvolver projetos de pesquisas bancados por editais de entidades internacionais, mas a ideia inicial de Barbosa era expandir esse foco.

Célio Porto, ex-secretário de Relações Internacionais do Ministério Agricultura e consultor do instituto Pensar Agro, diz que, normalmente esses organismos internacionais têm como critério investir em países pobres, como os da África, ou em desenvolvimento, como Índia e China, grupo do qual o Brasil avalia se retirar sob a gestão Bolsonaro. A linha de atuação desses organismos, observa Porto, de fato é financiar projetos de países que "mais precisam".

Enquanto o futuro no campo internacional não se define, a Embrapa, que não será privatizada pelo menos por ora, segue com seu plano de reestruturação administrativa e em busca de outras alternativas para se financiar, no momento sobretudo por meio de fundos - privados, como os de private equity, ou estaduais, como os da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). "Temos que nos acostumar com esses fundos", disse Barbosa.

O fato é que a Embrapa continua às voltas com um orçamento praticamente estagnado - são R$ 3,6 bilhões previstos para 2019 - e engessado com gastos com pessoal. Sebastião Barbosa entende que é preciso gastar de forma mais racional essas verbas orçamentárias da empresa pública e reconhece, não sem pesar, que um aumento de orçamento não está "no nosso horizonte imediato".

"Agora precisamos esperar que o Brasil cresça. Também vamos precisar investir no treinamento das pessoas novas que vão chegar à Embrapa e renovar nosso parque de máquinas. Para isso, vamos precisar de investimentos, o que não temos tido nos últimos cinco anos", revela o presidente da empresa, que no passado foi fundamental para a o desenvolvimento da agricultura no Cerrado, entre outros feitos.

Nesse contexto, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vem articulando a contratação da consultoria Falconi, especializada em gestão, para avaliar o modelo jurídico da Embrapa, que cria amarras para o recebimento de royalties, por exemplo. A contratação está em estudo.

Nesse contexto, talvez a estatal brasileira também desista de outra antiga aposta: avançar com a criação da Embrapatech, subsidiária proposta em projeto de lei que ainda tramita no Congresso e alçada como prioridade na gestão do presidente anterior, Maurício Lopes. A assessoria jurídica da empresa vem reavaliando o tema a partir de uma nova leitura de que a legislação atual sobre inovação científica já permite parcerias de negócios com o setor privado. (Jornal Valor Econômico)

 

Minas Gerais registra aumento de vacinação contra brucelose em 2018

O índice de vacinação contra a brucelose nos rebanhos de Minas Gerais alcançou 77,1% em 2018, percentual próximo a 80% estabelecido como meta pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Foram imunizadas no ano passado 1,7 milhões de fêmeas bovinas e bubalinas de corte e de leite, em um cenário de 2,2 milhões de animais em todo o território mineiro. 

O IMA é o responsável pela execução do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) e pela gestão do programa de vacinação em Minas Gerais. A vacinação contra a brucelose e a sua declaração ao IMA são obrigatórias desde 1989, estando o produtor inadimplente passível a multa de 25 Ufemgs por animal não imunizado, o que equivale a R$ 89,83/animal. Já o produtor que deixar de declarar a vacinação contra brucelose poderá ser multado em 5 Ufemgs por animal (R$ 17,96/animal).

A cobertura vacinal contra a brucelose no estado tem crescido gradativamente. Para se ter uma ideia, em 2015 o índice era de 66,6%, valor 10% abaixo do registrado em 2018. A coordenadora do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose no IMA, fiscal agropecuária Luciana Faria de Oliveira, reforça aos produtores rurais a importância da vacinação contra a doença. “A eficiência da vacina contra brucelose é de 65 a 75%, garantindo que com uma só dose as fêmeas bovídeas estarão protegidas até a fase adulta”.

A fiscal ressalta a importância de o produtor rural procurar um médico veterinário regularmente cadastrado no IMA para vacinar de forma adequada o rebanho. “Minas Gerais conta com mais de quatro mil médicos veterinários cadastrados para vacinação contra a brucelose. Vacinar o rebanho contra doenças que causem impacto na saúde pública e na economia do estado é essencial para manter a sanidade de nossos rebanhos e a qualidade dos produtos de origem animal, colaborando assim, para a segurança alimentar e desenvolvimento do setor”, argumenta.

Cuidados com a vacinação
A compra da vacina contra brucelose somente é permitida mediante apresentação do receituário, emitido por médico veterinário cadastrado no IMA, que fica retido no estabelecimento comercial. A vacina adquirida deve ser mantida em temperatura entre dois e oito graus centígrados do momento da compra até a vacinação dos animais. “E além de providenciar um veterinário para vacinar suas bezerras, o produtor deve se lembrar que é necessário procurar o escritório do IMA mais perto de sua propriedade, levando o atestado emitido pelo médico veterinário e declarar a vacinação por ele efetuada”, alerta a fiscal agropecuária.

Propriedades certificadas
Minas Gerais possui atualmente 19 propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose bovina, doenças consideradas impactantes para o setor agroprodutivo do estado. Mais 14 propriedades encontram-se em processo de certificação ou renovação para obterem o status de livres dessas doenças.

A certificação é uma das ações voluntárias do PNCEBT.  Tem como vantagens a melhora dos índices reprodutivos e produtivos do rebanho livre de brucelose e tuberculose, além da isenção da obrigatoriedade de apresentação de atestados de realização de exames negativos quando da emissão e transporte dos animais para fora do estado e para eventos agropecuários. O interessado em certificar sua propriedade deve ter um médico habilitado no PNCEBT, que atuará como responsável técnico do processo de certificação. Após esta etapa, o produtor rural deve procurar o escritório do IMA que atende o município em que está localizada a propriedade.

Desde a publicação do novo Regulamento Técnico do PNCEBT serão necessários dois exames negativos consecutivos para brucelose e tuberculose em todo o rebanho, tendo como intervalo o prazo de seis a doze meses entre os resultados. O certificado de propriedade livre tem validade de um ano, a partir do último resultado negativo do rebanho. A manutenção do status depende da renovação anual do certificado por meio da realização de um exame negativo para brucelose e tuberculose de todo o rebanho.

A doença
A brucelose é uma das causas de perdas econômicas na produção pecuária em todo o território brasileiro, já que pode provocar aborto nas fêmeas bovinas, queda na produção de leite e ganho de peso, diminuição na taxa de natalidade e aumento de natimortalidade. A doença é causada pela bactéria Brucella abortus, sendo classificada como uma zoonose, pois pode ser transmitida do animal doente para o ser humano. (Assessoria de Comunicação do IMA)

 
Abraleite: “Não queremos protecionismo, mas condições para sermos competitivos”
No programa Direto ao Ponto, o presidente da entidade, Geraldo Borges, discute a decisão do governo de não renovar tarifa antidumping para leite em pó importado e fala sobre as demandas do setor no Brasil. Em fevereiro passado, o Ministério da Economia decidiu não renovar as tarifas antidumping sobre leite em pó importado da União Europeia e da Nova Zelândia. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, a medida foi tomada por acreditar-se que não haveria risco imediato de que esses exportadores de lácteos adotassem práticas de mercado em desacordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), concedendo subsídios aos produtores locais, por exemplo.
“Mas entendemos que o risco não precisa ser momentâneo. Não queremos correr riscos nem agora, nem no curto, médio ou longo prazo”, disse Borges, em entrevista ao programa Direto ao Ponto. O presidente da Abraleite lembra que o mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que há no país 1,171 milhão de propriedades que produzem leite. A pecuária leiteira, diz o estudo, está presente em 98% dos municípios brasileiros. “A atividade tem um papel socioeconômico muito grande”, diz. (Canal Rural)

Porto Alegre, 26 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.945

      Preço do leite se mantém estável no Rio Grande do Sul em março
 
O mês de março está sendo marcado pela estabilidade no preço do leite padrão produzido no Rio Grande do Sul. Segundo indexador projetado para este mês pelo Conseleite, o valor de referência ao produtor é de 1,1365, pouco abaixo do preço consolidado em fevereiro/2019 (1,1366). Os dados foram apresentados nesta terça-feira (26), pelos integrantes do Conseleite, durante reunião na Casa da Emater, na Expoagro Afubra, em Rio Pardo.

 

“Vemos um início de ano com cotações mais estáveis e acredito que esse cenário deve perdurar nos próximos meses”, afirmou o professor da UPF, Marco Antonio Montoya.  Para este mês, o levantamento apresentado pelo Conseleite indica uma valorização de 0,84% no UHT no confronto com março/2018, indicador que sobe para 22,54% no caso do leite em pó. “Estamos em um período de manutenção do preço do leite e, ao mesmo tempo, ingressamos em uma época de baixa captação no Estado que vai se estender até abril”, destaca o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. Para o presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, os próximos 30 dias devem indicar o cenário mais consolidado do comportamento do mercado após um período com cinco meses de queda seguido pela alta de fevereiro e, agora, diante do cenário de estabilidade de preços.

 
Foto: Luciana Radicione

O setor ainda debateu a necessidade de adequação dos produtores às INs 76 e 77, que entram em vigor ao final do mês de maio. De acordo com Guerra, a cadeia leiteira também está atenta e na expectativa quanto à prometida sobretaxação ao leite em pó da União Europeia. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

                 
Japão recebe autorização para exportar produtos lácteos para a UE

O Japão foi adicionado à lista de países que podem exportar produtos lácteos para a União Europeia (UE). O país asiático solicitou à Comissão Europeia autorização para exportar leite cru, produtos lácteos, colostro e produtos à base de colostro.

De acordo com um documento divulgado pela UE, do ponto de vista da saúde animal, o Japão é um país listado pela Organização Mundial da Saúde Animal como livre de febre aftosa onde a vacinação não é praticada e, portanto, cumpre os requerimentos de saúde animal da UE.

A Comissão realizou recentemente controles veterinários no Japão e afirmou que os resultados demonstram que a autoridade competente do Japão fornece garantias adequadas no que diz respeito ao cumprimento dos requisitos em matéria de importação para a saúde animal.

O documento da UE afirma que, à luz das garantias adequadas fornecidas pelo Japão e da situação favorável da saúde animal no que se refere à febre aftosa no Japão, é adequado incluir o Japão no anexo I do Regulamento (UE) no 605/2010, a lista de países terceiros ou partes de países terceiros autorizados para a introdução na UE de remessas de leite cru, produtos lácteos, colostro e produtos à base de colostro.

Os novos regulamentos entraram em vigor ontem (25 de março). (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 
Fabricantes de embalagens investem com projeção de melhora do consumo

As empresas de embalagens investem na capacidade de produção e buscam atender ao aumento da demanda por produtos de maior valor agregado – principalmente em alimentos – diante da perspectiva de melhora do consumo.

“As expectativas são boas. O ano passado já não foi ruim, frente a realidade econômica do País. Para 2019, a perspectiva é melhor, principalmente em termos de cenário econômico e mercado”, afirma o diretor de negócios da Camargo Cia de Embalagens, Felipe Toledo. O principal segmento de atuação da empresa é a indústria alimentícia. “É um setor que tem ligação imediata com o aumento de consumo.”

Em 2018, a empresa obteve crescimento de 14% no volume de produção. Para este ano, investiu em uma nova impressora, que irá entrar em operação no segundo semestre. A previsão é de que a capacidade produtiva terá um incremento de 20%. “Esse investimento é voltado para o serviço de acabamento, que a empresa não fazia. Faz parte de uma estratégia para abranger toda a cadeia e oferecer mais opções ao cliente”, explica. Toledo conta que o mercado tem demandado produtos não convencionais e de maior valor agregado. “A embalagem impacta o consumidor por várias razões, seja pelo design diferenciado, pela sua clareza nas informações sobre o produto, por sua praticidade de uso e até mesmo por serem ecologicamente corretas.”

A Camargo espera atingir novos mercados, como o farmacêutico e o de cosméticos, e um 2019 de maior estabilidade em termos de custos. “Sofremos no último ano com a volatilidade muito alta do câmbio e das resinas usadas como matéria-prima”, conta Toledo.

Ele destaca que a empresa tenta repassar os custos para preservar as margens, mas que isso costuma levar tempo. “Não é possível fazer o repasse no mesmo momento do impacto, sempre há um atraso.”

O diretor da divisão de serviços da Tetra Pak para as Américas, Edison Kubo, declara que a companhia ampliou a operação da sua divisão de serviços — voltada para a oferta e desenvolvimento de soluções em unidades industriais — para atender qualquer empresa, mesmo aquelas que utilizam máquinas e embalagens fornecidas por concorrentes.

De acordo com o executivo, a ideia é ganhar maior capilaridade e entrar em novos segmentos do mercado. “Trabalhamos para ampliar essa área para atender toda a indústria de alimentos e bebidas. Avançamos em nosso portfólio de componentes e soluções para linhas de produção, além de serviços de automação.”

Kubo assinala que, em função da queda de mercado durante a crise, a ociosidade é alta na produção no segmento de bebidas e que os fabricantes têm colocado foco na redução de custos. “A partir desse ano, estamos vendo sinais positivos de alguns clientes, se preparando para um aquecimento da economia.” O executivo tem expectativa de que esse movimento de recuperação se consolide nos próximos meses. “Depende do cenário político e econômico, mas há perspectivas de novos negócios.” Ele afirma que, mesmo que a economia não cresça, a indústria tem demanda de serviços para melhorar seus equipamentos.

Kubo projeta que a área de serviços tenha crescimento próximo a 10%. “A indústria tem essa necessidade de melhorar a eficiência e reduzir custos. O setor de serviços trouxe um crescimento considerável para a Tetra Pak.”

Projeções
De acordo com um estudo realizado pela consultoria Euromonitor para a Associação Brasileira de Embalagem (Abre), o valor bruto da produção de embalagens em 2018 movimentou um total de R$ 78,5 bilhões, alta de 10,4% em relação a 2017. A produção física cresceu 2,5% na mesma base. Já as exportações movimentaram US$ 573,3 milhões, um crescimento de 7% em relação a 2017.

O estudo prevê recuperação para todas as indústrias de bens de consumo nos próximos anos, com efeitos positivos para as embalagens primárias (que ficam em contato direto com o produto), gerando crescimento médio anual de 1,6% até 2024, em volume, no canal varejo. (DCI)

 
Produção/Uruguai
A captação de leite em fevereiro foi de 112,6 milhões de litros, 11,8% menor do que em fevereiro de 2018, e o menor volume desde 2012 quanto a captação totalizou 109 milhões de litros.
Nos dois primeiros meses do ano a captação de leite caiu 9% em relação ao mesmo período de 2018. No acumulado de 12 meses (março de 2018 a fevereiro de 2019) a captação ficou 1,9% acima do período anterior (março de 2017 a fevereiro de 2018).
Captações em: fevereiro de 2011: 109.087 milhões de litros; fevereiro de 2012: 134.329 milhões de litros; fevereiro de 2013: 121.003 milhões de litros; fevereiro de 2014: 122.755 milhões de litros; fevereiro de 2015: 129.015 milhões de litros; fevereiro de 2016: 114.978 milhões de litros; fevereiro de 2017: 118.734 milhões de litros; fevereiro de 2018: 127.721 milhões de litros; fevereiro de 2019: 112.608 milhões de litros. (TodoElCampo – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 25 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.944

      Recálculo de imposto engorda balanços

Após uma leva de julgamentos recentes de ações individuais de empresas sobre a exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de PIS/COFINS, várias companhias abertas estão fazendo seus cálculos para registrar vultuosas receitas com crédito fiscal neste ano. 

Em março de 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, com alcance geral, que era ilegal a inclusão do ICMS na base de cálculo desses impostos federais. O assunto ainda está pendente de julgamento de embargos de declaração movidos pela União. 

Apesar disso, companhias que estão tendo decisões individuais favoráveis transitadas em julgado em instâncias inferiores do judiciário estão tendo aval dos auditores para registrar ganhos nos seus resultados. Foi o caso da Braskem, que já registrou receita extraordinária de R$ 520 milhões no quarto trimestre.

Em fevereiro, em evento subsequente ao fechamento do seu ano fiscal, a petroquímica obteve o trânsito em julgado de ação própria, que retroage ao ano de 2004, e determina a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS. "O registro desse crédito extemporâneo será feito no resultado da companhia assim que for possível realizar uma estimativa confiável", afirmou a companhia. 

Além da Braskem, a Petrobras também obteve decisão favorável e está apurando valores. A estatal ajuizou ações contra a União para pleitear a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS no período de agosto de 2001 até dezembro de 2017.

A estatal obteve decisão favorável no Tribunal Regional Federal da 2ª Região em agosto de 2018, aplicando o mesmo entendimento fixado pelo STF. Em janeiro, foi dado provimento integral ao recurso da petroleira para abranger o período pleiteado na ação contra a União. "A companhia está realizando o levantamento dos valores relacionados à matéria [mudança na cobrança do imposto], principalmente em virtude do longo período abrangido, portanto, o ativo contingente ainda não foi razoavelmente estimado até apresente data”, informou a Petrobras, nas notas explicativas do seu balanço. 

A Romi, que vinha sendo mais conservadora no registro dos efeitos da decisão do STF até o ano passado, anunciou na semana passada que vai registrar o crédito fiscal após vitória de ação individual na Justiça. O impacto no lucro líquido do balanço do primeiro trimestre deste ano será de R$ 89 milhões, estima a empresa.

Outras companhias ainda estão aguardando julgamento de suas ações individuais, mas já fazem estimativas de ganhos. A varejista Renner estima uma receita potencial de R$ 1,3 bilhão, embora destaque que, no momento, não tem como assegurar a realização desses créditos. A Magazine Luiza, também aguardando julgamento, estima ganho potencial de R$ 640 milhões. 

Os créditos fiscais inflaram lucros e até reverteram prejuízos no ano passado. Na varejista Marisa, o reconhecimento de créditos referente à exclusão do ICMS no PIS e COFINS, no montante de R$ 801 milhões, permitiu à companhia reverter prejuízo de R$ 60 milhões em 2017 e lucrar R$ 28 milhões em 2018. A varejista Pernambucanas registrou R$ 443 milhões em receitas extraordinárias no quarto trimestre, após obter o trânsito em julgado de uma ação individual sobre o assunto. O ganho extraordinário permitiu à Pernambucanas um avanço de 170% no lucro líquido, para quase R$ 550 milhões no trimestre. 

Assim como no caso da Braskem e da Pernambucanas, o registro no balanço desse crédito fiscal está sendo feito de uma vez só, explica Sílvio Takahashi, sócio da Ernst & Young, especialista em gerenciamento de risco. O crédito vai se realizando aos poucos, conforme a empresa vai compensando no pagamento de outros tributos à União. 

Mesmo sem definição de suas ações individuais, a decisão do STF pode afetar os balanços. Algumas empresas reverteram provisão para perdas judiciais, depois que seus advogados avaliaram que a probabilidade de mudança de entendimento do STF é remota, ainda que haja modulação dos efeitos. 

No entanto, ainda há controvérsia relevante sobre o assunto. Um dos principais pontos questionados no STF pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) é o método de apuração do crédito. O voto da ministra Carmen Lúcia em 2017 foi de que este deveria ser valor bruto do ICMS descontado na nota. Só que a Receita Federal emitiu posteriormente uma resolução indicando que o montante deve ser o do saldo devedor do ICMS, também chamado "valor líquido", que é substancialmente menor. Diante disso, Pedro Anders, sócio-líder de impostos corporativos da KPMG no Brasil, prevê mais um contencioso tributário em relação ao assunto. A priori, diz, as empresas estão fazendo os cálculos com base no entendimento do STF, mais favorável a elas. 

Além da metodologia de puração dos valores, e a sua forma de liquidação, a União questiona ainda aplicação do efeito retroativo da decisão do STF, que teria impacto elevado nas contas públicas. A Receita Federal estima, na lei de diretrizes orçamentárias, uma despesa de R$ 229 bilhões para cinco anos retroativos e de R$ 45,8 bilhões ao ano, considerando valores de 2018.
 
Professora de direito tributário da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Tathiane Piscitelli, diz que esses montantes não estão provisionados nas contas da União. Para ela, não está clara a metodologia de cálculo desses valores. "A impressão que passa é que o valor pode inflado para pressionar o STF a modular a sua decisão", afirma. "O argumento de que o impacto para as contas públicas seria desastroso é válido, mas ele tem que ser verdadeiro", diz. 

Não há previsão para julgamento dos embargos. Enquanto isso, empresas do ramo de serviços estão pegando carona na decisão do STF para obter créditos fiscais a partir da exclusão do ISS da base de cálculo de PIS e COFINS. Carlos André Pereira Lima, do escritório Da Fonte Advogados, diz que muitas estão obtendo vitória na Justiça, ainda que a decisão da Corte não inclua ISS. "A tese para exclusão do ISS é muito parecida com a do ICMS", disse o advogado. (Valor Econômico) 

                 
 

Gadolando: programa Web+Leite garante controle eficaz na produção

A Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) disponibiliza um sistema de controle da produção dentro da propriedade leiteira que permite o monitoramento da qualidade do leite. O programa Web + Leite  pode ser acessado no SITE da entidade, onde o criador associado direto e  indireto que é aquele que usa o sistema cooperativo, preenche o seu código e senha. A partir deste momento são permitidas várias ações que irão ajudá-lo a ter uma radiografia completa do sistema de produção. A primeira delas é a realização do cadastro dos animais com informações como data de nascimento, coberturas, mortes, prenhez e ocorrências (secagem, aborto, natimorto, parto, desmame). 

O superintendente Técnico da Gadolando, José Luiz Rigon, afirma que é muito importante que seja lançado no sistema tudo que acontece dentro da propriedade por meio deste cadastro que possui sete itens. Explica que a partir do cadastramento das informações, será possível fazer dentro do sistema consultas e ter acesso a relatórios. “Nas consultas é possível saber sobre plantel, touros, índice genético, índice leiteiro, além de dados como prenhez das vacas, pai, mãe, crias, coberturas, lactação, produção de leite, prêmios, entre outros”, observa Rigon, lembrando que existe também um cadastro para o médico-veterinário que trabalha na propriedade leiteira.

O sistema também gera relatórios com base nas informações do cadastro, como controle leiteiro, classificação linear, listagens (animais a secar, a parir, coberturas, animais no rebanho), pontos críticos (contagem de células somáticas) e gráficos (percentual de gordura, média de produção de leite). Rigon ressalta que a porta de entrada para utilizar o Web+Leite é fazer o registro dos animais. “O registro identifica o animal. A sua pelagem se equivale a impressão digital do homem, isso está no DNA. Não existe nenhum animal igual ao outro. Portanto, registro e controle do rebanho já são uma rastreabilidade perfeita”, destaca.

O superintendente técnico da Gadolando lembra que a entidade está debatendo a criação de um aplicativo para que os dados relativos aos animais sejam alimentados no local de trabalho, sem a necessidade de lançar as informações no sistema somente quando chegar na sede da propriedade, evitando assim a duplicidade de informações. Conforme Rigon, a disponibilização do aplicativo para o produtor ajudaria a amenizar questões como problemas com energia elétrica e sinal de internet.

“O produtor que usar o Web+Leite em sua integralidade vai ter informações sobre reprodução, alimentação, morfologia, controle de rebanho. O sistema é uma ferramenta que monitora a produção visando a qualidade do leite, e todas essas informações vão chegar na ponta final do consumidor que irá adquirir um produto melhor”, sinaliza. (Gadolando) 

 

Languiru bonifica associados com incremento na produção leiteira

Na busca pela manutenção e valorização da cadeia produtiva, a Cooperativa Languiru instituiu prêmio de produtividade para os produtores de leite associados. A iniciativa foi apresentada pelo presidente Dirceu Bayer no mês de março e bonifica o incremento de produção em R$ 0,25 por litro, sempre tomando por base comparativa o volume produzido no mês anterior. O programa contempla os meses de março, abril, maio e junho, com pagamento do bônus, que será cumulativo, em julho, na forma de vale-compras.
 
O benefício é extensivo a todos os produtores de leite associados à Languiru, independente do volume produzido. “É um grande estímulo para os nossos produtores de leite, ninguém será excluído, seja ele pequeno ou grande produtor, ao contrário de programas semelhantes desenvolvidos por outras empresas, que privilegiam essencialmente os maiores produtores. Como cooperativa, vemos como justa essa possibilidade de todos se beneficiarem desse programa de bonificação”, destaca Bayer.

Valorização 
“É uma iniciativa inédita na história da cooperativa. A Languiru vive um novo momento e essa decisão do Conselho de Administração leva em consideração as dificuldades enfrentadas pelos produtores de leite nos últimos tempos. Se a Languiru vai bem, o associado também precisa ir bem”, justifica Bayer.
 
Diante desse cenário, o presidente adianta o desempenho econômico da Languiru em 2018, cujos números serão apresentados em Assembleia Geral Ordinária no dia 29 de março. “Apesar de um ano de extrema dificuldade para a economia nacional, especialmente para o mercado das carnes, ainda assim a Languiru registrou o seu segundo melhor desempenho histórico, possibilitando a distribuição de sobras do exercício ao quadro social. A Languiru valoriza o trabalho de seus associados”, acrescenta.
 
Paralelamente a isso, a cooperativa ainda estima incremento no valor do litro de leite pago ao seu produtor neste mês de março, apesar do recuo do preço do leite longa vida nos supermercados. “Independentemente dessa realidade, asseguramos aumento no valor pago ao associado. É um tratamento diferenciado que deve ser valorizado pelo quadro social, assim como os demais benefícios oferecidos pela cooperativa”, alerta Bayer. 

Prêmio produtividade
Os valores do benefício exclusivo pago aos produtores de leite associados à Languiru serão acumulados durante o semestre e liberados em cota única no mês de julho, em forma de vale-compras, a ser usufruído em até um ano em qualquer unidade da cooperativa (supermercados, lojas agrocenter, fábrica de rações e postos de combustíveis Languiru).
 
“Importante destacar que nos meses em que a produção não registrar incremento no seu volume, não há o pagamento do bônus, mas o associado não perde o benefício já acumulado, podendo voltar a ser bonificado no mês seguinte. É uma maneira de estimularmos a sustentabilidade da produção”, explica o coordenador do Setor de Leite do Departamento Técnico da Languiru, Fernando Staggemeier.
 
Mais informações sobre o programa podem ser obtidas com os profissionais técnicos do Setor de Leite da Languiru ou junto ao Departamento Técnico, fone (51) 3762-5642. (Assessoria de Imprensa Languiru) 

 
Interleite Sul 2019
Seminário técnico tem como tema deste ano “Sistemas de Produção e Eficiência Econômica para o Sul do Brasil” e também a atualidade econômica, científica e mercadológica em seis painéis, com 20 palestrantes. Inscrições no SITE.
Datas: 8 e 9 de maio.
Local: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nés, em Chapecó (SC). (Correio do Povo)